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Anais do I Simpósio Internacional de Estudos sobre a Deficiência – SEDPcD/Diversitas/USP Legal – São Paulo, junho/2013
Desigualdade de acesso ao mercado formal de trabalho: um estudo sobre pessoas com e
sem deficiência
LUCIANA ALVES DRUMOND ALMEIDA*1
No Brasil, segundo o censo realizado em 2010 pelo IBGE, aproximadamente 24% da
população possui algum tipo de deficiência. Referente ao acesso no mercado formal de
trabalho, as pessoas com deficiência e acidentadas são amparadas pela legislação brasileira. O
Decreto Federal 3.298/99 dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência, regulamenta o acesso ao mercado de trabalho através da
determinação de cotas empregatícias, proíbe qualquer discriminação relacionada à
remuneração e ao critério de admissão dos amparados.
Todavia, apesar da lei de cotas ser o principal instrumento para inserção no mercado
de trabalho por parte das pessoas com deficiência, ela não tem sido cumprida (Pastore, 2000;
Neri, 2003; Batista, 2004; Lopes, 2005; Carneiro e Souza, 2006). Os motivos para esse não
comprimento são abordados por diferentes enfoques na literatura.
Sob o olhar das próprias pessoas com deficiência, as dificuldades encontradas para a
efetiva inserção no mercado formal de trabalho estão ligadas a fatores primordialmente
sociais, tais como: dificuldade de acesso a espaços públicos (o que inclui a inacessibilidade
das vias de acesso, transporte e mobiliário urbano); falta de escolas de Ensino Médio e
Fundamental, programas de habilitação, capacitação e cursos de aprimoramento profissional
aptos a atender suas necessidades específicas; escassez de informações sobre as vagas
disponibilizadas pelas empresas; não cumprimento da lei de cotas e sentimento de
discriminação ao pleitear uma vaga de emprego (Almeida, Carvalho-Freitas e Marques,
2009).
Em maior enfoque sobre indivíduos com deficiência, considerando suas
características, as razões para a não inserção desse grupo no mercado formal de trabalho são
tomadas de forma recorrente na literatura enquanto conseqüências da falta de escolaridade e
qualificação (Tanaka e Mazini, 2005; Cançado, 2006; Jones, Latreille e Sloane, 2006; Araújo,
Moreira e Romagnoli, 2007; Carneiro e Ribeiro, 2008; Jones, 2010).
*Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais.
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Sobre este ponto, Neri (2003) com base nos dados do Censo de 2000 verificou que os
indivíduos com deficiência são aproximadamente três vezes mais propensos a não possuir
nenhum ano de estudo, quando comparados com aqueles que não possuem deficiência.
Somada a esta falta de escolaridade, há a afirmativa também de que, uma vez que os
trabalhadores com deficiência possuem experiência profissional somente em funções
mecanicistas, repetitivas e manuais, tenderiam então a ser empregados e se manterem em
ocupações que apresentem estas funções (Suzano et al., 2008), não possuindo assim, as
qualificações necessárias para o desempenho de ocupações com funções mais complexas.
Já ao considerar o vivenciado pelas instituições, estudos demonstram que as mesmas
admitem que não estão preparadas para receber as pessoas com deficiência (Silva e Luna,
2004; Klein, 2006; Bezerra, 2007; citados por Suzano et al, 2008). Além disso, uma vez que a
contratação de pessoas com deficiência ancora-se somente no imperativo legal, é de se esperar
que as empresas, movidas por uma lógica de racionalidade instrumental, busquem formas de
contornar essa exigência ou de minimizar seus efeitos, explorando as oportunidades
associadas aos recursos técnicos do detalhamento operacional da lei (Carneiro e Ribeiro,
2008).
Tais verificações dos impedimentos encontrados no processo de inserção no mercado
de trabalho se traduzem no reduzido número de pessoas com deficiência empregadas no
mercado formal atualmente. Segundo Neri (2003), com base nos dados do Censo do ano de
2000, neste ano elas correspondiam a apenas 2,05% do total de trabalhadores brasileiros, o
que equivale a 537.000 pessoas. Dados mais atuais, referentes à RAIS (Relação Anual de
Informações Sociais), indicam um decréscimo no número de trabalhadores com deficiência no
mercado formal de trabalho: de 2008 para 2009, enquanto cresceu 9,6% o percentual de
trabalhadores formais, ocorreu um decréscimo de 17,3% nos postos ocupados pelo segmento.
Do total de 41.207.546 de vínculos trabalhistas ativos no Brasil, registrados em dezembro de
2009, as pessoas declaradas com deficiência eram 288.593 (0,7 % do total) sendo que destas,
as com deficiência física representa 45,68%, auditiva 22,74%, visual 4,99%, mental 4,55%,
múltipla 1,21% e reabilitados 11,84%.
Sobre renda obtida por esses trabalhadores, Neri (2003) observou que a renda dos
trabalhadores com deficiência, que a renda tende a ser, em média, R$100,00 inferior à
população total. No entanto, dados da RAIS 2008, referentes também a todo país indicam que
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a remuneração média dos trabalhadores com deficiência, formalmente empregados, é R$
1.717,16 superior à média dos rendimentos do total de vínculos formais.
Deste modo, apresentam-se na literatura diferentes achados sobre a inserção das
pessoas com deficiência no mercado formal de trabalho, principalmente quanto à renda desses
indivíduos. Dado essas incongruências, o que propomos neste artigo é responder, entre outras,
as seguintes questões: qual a escolaridade dos sujeitos empregados formalmente no Brasil, e
em específico, na Região Metropolitana de Belo Horizonte? Qual a renda obtida entre os
trabalhadores com e sem deficiência? Qual a influência da escolaridade sobre esses
rendimentos? As pessoas com deficiência estão inseridas em ocupações similares àquelas
onde se encontram os que não possuem deficiência?
Abordagens teóricas
Segundo Barnes, Mercer e Shakespeare (1999), até a década de 1950 as questões
relacionadas à saúde e à doença não eram consideradas objetos de estudo da Sociologia.
Somente a partir de Parsons (1951), questões como saúde, doença e deficiência passaram a ser
consideradas como problemas válidos para a sociologia, através de seu estudo sobre a
moderna medicina prática em que a doença ou deficiência passam a ser consideradas como
um estado social e a autoridade médica como um sistema de controle social. Contudo, a
consideração de Parsons (1951) de que a saúde é definida como um estado estável – normal –
e, ao contrário, a doença e a deficiência são considerados estados “anormais” que tornam os
indivíduos improdutivos e dependentes, enfatizando o papel da reabilitação como necessária à
aproximação com a normalidade foi objeto de severas críticas (Carvalho-Freitas, 2007).
Na década de 1960, a partir dessa abertura analítica, as compreensões da deficiência
como um tema sociológico se desenvolveram-se propondo um discurso sociopolítico para
entendê-la, não mais individualmente como uma questão de saúde, mas, como resultados de
arranjos sociais não inclusivos à diversidade expressa pelos impedimentos corporais (Barnes,
Oliver e Barton, 2002). Desde modo, uma concepção da deficiência foi proposta pelo modelo
social, que apresenta a deficiência não mais como uma desigualdade natural, mas como uma
opressão exercida ao corpo com impedimentos (Diniz, 2007).
Nesse sentido, para Santos (2010) a concepção da deficiência enquanto desvantagem
social transfere do indivíduo para a estrutura e atitudes sociais as condições que
problematizam a desigualdade. Os impedimentos corporais não levariam automaticamente à
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deficiência, porém, a depender das práticas privilegiadas pelo contexto social e da
sensibilidade dos ambientes sociais à diversidade corporal, as limitações corporais podem
resultar ou não em situações de tratamento discriminatório às pessoas com deficiência
(Santos, 2010).
Assim, herdeiros dos estudos de gênero, feministas e antirracistas, os teóricos do
modelo social da deficiência provocaram uma redefinição do significado de habitar um corpo
que havia sido considerado, por muito tempo, como anormal: de um lado, os impedimentos
corporais passaram a ser descritos como atributos corporais neutros, tal como as narrativas de
gênero e antirracistas; e, de outro lado, a deficiência passou a resumir-se a opressão e a
discriminação sofrida pelas pessoas com impedimentos em ambientes com barreiras (Diniz,
Barbosa e Santos, 2010).
Circunscritos no campo da estratificação social, alguns estudos sobre a inserção de
minorias no mercado formal de trabalho apresentam as desigualdades de acesso e
permanência no mercado segundo as diferenças de cor/raça e de gênero. Segundo Figueiredo
Santos (2009), os estudos contemporâneos da estratificação de cor no Brasil demonstram que,
em termos de desigualdade de rendimentos o contraste marcante se faz entre brancos e não
brancos (pardos e pretos). Segundo o autor, foram geradas evidências que apontam a
existência de um “ciclo cumulativo de desvantagens” que afeta a trajetória e os resultados
atingidos pelos não brancos. Tais trabalhos destacam o papel das assimetrias nas trajetórias
educacionais e na distribuição da escolaridade entre grupos raciais nos processos de
mobilidade social e de constituição das discrepâncias de rendimento.
Nesse sentido, Soares (2000) aponta que um diferencial de rendimentos pode ser
influenciado por, pelo menos, três fatores: qualificações diferentes, inserções no mercado de
trabalho diferentes ou uma discriminação pura. O autor, ao considerar o efeito da escolaridade
e experiência no mercado de trabalho sobre os diferenciais de rendimento observou que os
homens negros sofrem mais discriminação na formação e na inserção ocupacional. Ao serem
contratados, os homens negros sofrem discriminação, recebendo menos que os homens
brancos, sendo que esse diferencial cresce com a renda do homem negro. Quanto mais alto é o
nível de renda, maior é a discriminação salarial entre os homens negros e brancos. A razão
disso, para o autor, é a existência de uma visão do que seja o lugar do negro na sociedade, que
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se refere ao trabalho manual, sem fortes requisitos de qualificação, em setores industriais e
pouco dinâmicos.
Por outro lado, no tocante aos estudos de gênero, faz-se mister destacar que os achados
encontrados por Soares (2000), em relação a inserção das mulheres no mercado formal de
trabalho. Em relação às mulheres brancas, elas sofreriam mais discriminação na definição
salarial, uma vez que tão bem ou mais qualificadas que os homens brancos e trabalhando em
setores e regiões idênticas e recebem menos. Já as mulheres negras ocupam um lugar
intermediário entre homens negros (com os diferenciais baseados na formação e inserção) e as
mulheres brancas (diferenciais baseados na definição salarial). No entanto, o autor ressalta
que a discriminação salarial contra as mulheres, tanto brancas quanto negras, vem caindo a
uma taxa lenta, mas constante (Soares, 2000).
Deste modo, os estudos na área de estratificação social, no tocante a inserção no
mercado de trabalho e determinação de rendimentos, consideram em nível micro, a influência
de fatores individuais como a escolaridade e a qualificação, e, em nível macro a influência do
próprio mercado de trabalho. Considerando o primeiro nível, observa-se a recorrência de
estudos que consideram a teoria do capital humano e em nível macro, a teoria da segmentação
do mercado formal de trabalho.
Para Neves e Fernandes (2002), os fatores de capital humano envolveriam
principalmente a escolaridade, a experiência/treinamento e a migração. Segundo os autores, o
primeiro representa, sem dúvida, o fator crucial de capital humano. O segundo representa uma
proxy para o chamado on the job training. Finalmente, o terceiro é comumente utilizado em
análises sobre o efeito do capital humano, pois representa, entre outras coisas, uma proxy para
o nível de ambição dos indivíduos.
Os investimentos supracitados seriam interessantes tanto para o empregador e tanto
quanto para o empregado, uma vez que, quanto maior o estoque de capital humano do
indivíduo, maior será a sua produtividade marginal e mais elevado será o seu valor econômico
no mercado de trabalho. É interessante para o empregado porque adiciona valor ao trabalho,
parte do qual pode ser negociado e retido com salários e bens além do mínimo adquirido para
a subsistência. Assim, infere-se que o capital humano traz maior produtividade, que por sua
vez, leva a um maior crescimento econômico (Vilela, 2008).
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Desta forma, segundo Oliveira (1983), a teoria do capital humano se propõe a explicar
as diferenças salariais e ocupacionais enfatizando as diferentes qualidades de trabalhadores.
Considera, portanto, o lado da oferta do mercado de trabalho, as características das pessoas,
na crença de que investimentos crescentes nos componentes da produtividade – habilidade
natural, educação formal e profissional, treinamento e experiência no trabalho – tendem a
gerar maiores salários e a reduzir a pobreza e as desigualdades sociais.
Por outro lado, considerando o nível macro – o mercado de trabalho – Vilela (2008)
considera que a teoria do mercado de trabalho segmentado ou teoria do mercado dual, é
considerada uma abordagem clássica sobre as sociedades capitalistas. Segundo Piore (2008),
haveria a manutenção da pobreza e a polarização da estrutura ocupacional do mercado de
trabalho em dois setores: setor primário e setor secundário. O setor primário concentraria as
ocupações com as seguintes características: altos salários, boas condições de trabalho,
produtividade elevada, uso de tecnologia mais avançada e, sobretudo, estabilidade no
emprego e chances de promoção (mobilidade ascendente). Como este setor tem por condição
o conhecimento e experiência para ascensão econômica, seus trabalhadores tendem a ser
altamente profissionalizados e educados. No setor secundário, os empregos contam baixas
remunerações, alta rotatividade da mão de obra, baixa produtividade, más condições de
trabalho e poucas oportunidades dos trabalhadores ascenderem profissionalmente. Empregos
neste mercado exigem (e propiciam) pouco treinamento (do tipo geral) e as oportunidades de
aprendizagem no trabalho são virtualmente nulas e apenas um mínimo de qualificação seria
necessário. Além disso, neste setor não há um retorno salarial considerável mediante
investimentos em educação e treinamentos dentro das empresas (Dickens e Lang, 1985).
Os fatores que promovem o mercado dual e impedem os empregados do setor
secundário de se inserirem no setor primário estariam relacionados, para Piore (2008): [1] aos
diferentes requerimentos comportamentais impostos à força de trabalho de cada setor; [2]
discriminação pura e simples no mercado de trabalho; [3] como há grupos interessados na
manutenção da pobreza, haveriam resistências em ações voltadas para sua redução; [4]
aprendizado e manutenção de hábitos e comportamentos comuns no setor secundário, como a
falta de pontualidade e assiduidade; [5] a obtenção de rendimentos alternativos ao emprego,
como assistência pública e atividades ilegais, tende a ser mais compatível com o setor
secundário que o primário.
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Deste modo, para Piore (2008) são principalmente as características dos trabalhadores
que determinam o tipo de mercado que serão alocados (Lima, 1980). Escolarização e
experiência no emprego, mas também características de background (como a raça e o sexo)
irão determinar a gama de oportunidades para o indivíduo (Lima, 1980). Contudo, ressalta-se
que os rendimentos salariais são determinados pelo emprego e não pelos indivíduos e suas
qualificações (Granovetter, 1981).
Considerando a utilização dessas duas teorias apresentamos as seguintes hipóteses de
pesquisa:
Hipótese [1]: tomando por base a teoria do capital humano, esperamos que, com o
acréscimo dos anos de escolaridade, haja também um aumento nos rendimentos dos
trabalhadores com e sem deficiência. Além disso, segundo esta mesma teoria, espera-se
também que os rendimentos dos trabalhadores com e sem deficiência sejam semelhantes,
uma vez que sua determinação será baseada somente no nível de escolaridade que
possuem.
Hipótese [2]: em referência a teoria do mercado de trabalho segmentado, esperamos que os
trabalhadores com e sem deficiência estejam inseridos em setores diversos no mercado
trabalho. Esperamos também, que tenham rendimentos diferentes e que essa diferença
esteja relacionada ao setor do mercado em que se encontram.
Metodologia
Ao considerar nossas hipóteses de pesquisa, buscamos verificá-las, primeiramente, em
uma análise exploratória, no contexto brasileiro. Posteriormente, repetimos a investigação
considerando somente os trabalhadores da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH),
Minas Gerais. Nosso objetivo com isso foi verificar, em relação à inserção das pessoas com
deficiência, como a RMBH se comporta em relação ao contexto brasileiro.
Dessa forma, nossos objetivos de pesquisa são: 1) verificar a influência da
escolaridade sobre a renda dos trabalhadores formalmente empregados, com e sem
deficiência, no Brasil e RMBH; 2) verificar se estes mesmos trabalhadores se inserem de
forma distinta nos setores do mercado de trabalho e se há diferença nos rendimentos obtidos.
A fim de cumprir tais objetivos, buscamos informações a respeito desses trabalhadores
na base de dados da RAISMIGRA. A escolha deste banco deve-se às inúmeras variáveis que
esta base possui, referentes às características do trabalhador formal, ao vínculo empregatício
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que possui e ao estabelecimento empregador. A escolha do banco de 2008 deveu-se ao fato de
que, durante o período desta pesquisa, os dados deste ano eram os mais recentes disponíveis
para análise. Além disso, é importante ressaltar que a RAISMIGRA é um dos poucos bancos
de dados sociais que possuem a variável referente a possuir ou não deficiência e o tipo de
deficiência que o trabalhador possui.
O acesso ao banco de dados se deu através dos DVD’s disponibilizados pelo
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O programa de análise estatística utilizado foi o
eXtreme OLAP, compatível com os dados da RAISMIGRA e também disponibilizado por
aquele órgão. Ressaltamos que não foi possível o acesso aos microdados da RAISMIGRA,
mas somente aos dados agregados por variável solicitada. Com isso, lançamos mão somente
da utilização de tabelas de contingência.
Os dados são referentes a todos os trabalhadores formais empregados em 31/12/1008,
declarados na RAIS deste mesmo ano. Na primeira etapa consideraram-se todos os
trabalhadores formais empregados do Brasil e na segunda etapa somente os trabalhadores
formais empregados da RMBH.
Nas duas etapas a população de trabalhadores formalmente empregados foi dividida
em: Trabalhadores sem deficiência e Trabalhadores com deficiência. Neste segundo grupo,
estavam incluídos os trabalhadores que possuíam deficiência física, visual, auditiva, mental,
múltipla ou eram trabalhadores reabilitados.
Com base nas teorias sob referência, utilizamos para análise a escolaridade como
proxy de capital humano e o grande grupo ocupacional da ocupação exercida como forma de
verificar em que setor do mercado de trabalho os empregados com e sem deficiência estão
inseridos.
As variáveis utilizadas para análise e suas categorias foram:
Escolaridade: 1) analfabeto; 2) até o 5º ano incompleto do Ensino Fundamental; 3) 5º ano
completo do Ensino Fundamental; 4) do 6º ao 9º ano incompleto do Ensino Fundamental;
5) Ensino Fundamental completo; 6) Ensino Médio incompleto; 7) Ensino Médio
completo; 8) Educação Superior incompleta; 9) Educação Superior completa.
Grande grupo ocupacional da última ocupação: 1) Grande grupo 1: Membros superiores
do poder público; 2) Grande grupo 2: Profissionais das ciências e das artes; 3) Grande
grupo 3: Técnicos de nível médio; 4) Grande grupo 4 - Trabalhadores de serviços
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administrativos; 5) Grande grupo 5 - Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio
em lojas e mercados; 6) Grande grupo 6 - Trabalhadores agropecuários, florestais e da
pesca; 7) Grande grupo 7 - Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais (a); 8)
Grande grupo 8 - Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais (b); 9) Grande
grupo 9 - Trabalhadores em serviços de reparação e manutenção.
Rendimento: refere-se ao rendimento médio individual no mês de dezembro. A escolha do
rendimento desse mês deve-se ao fato de que, conforme dito anteriormente, a população
selecionada tinha certamente, vínculo ativo neste mesmo mês.
A população brasileira de trabalhadores formalmente empregada ao final de 2008 foi
composta por 37.744.461 sujeitos. Os trabalhadores com deficiência representaram 0,82%
desse total. Em RMBH, verificamos um total de 1.676.101 trabalhadores. Desses, 1,45%
possuíam algum tipo de deficiência.
Análise da Hipótese [1] - Brasil: Remuneração média de dezembro por escolaridade
Ao ter sob referência o universo brasileiro durante o ano de 2008, observamos a
princípio, que os trabalhadores tendem a ter um aumento na média de remuneração a cada
nível de escolaridade alcançado. Dentre esses aumentos, conforme pode ser observado no
gráfico abaixo, o maior é quando os trabalhadores completam o Ensino Superior.
Gráfico 1: Rendimento médio em dezembro, por nível de escolaridade dos trabalhadores com
e sem deficiência do Brasil. Fonte: MTE, RAISMIGRA 2008. Dados trabalhados pela autora.
A observação do gráfico mostra também, considerando todos os níveis de escolaridade
e os rendimentos obtidos, que na ausência de escolaridade, as duas populações tendem a ter
praticamente a mesma média de remuneração. Contudo, em todos os níveis educacionais
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superiores a população de trabalhadores com deficiência conta com uma média de
remuneração superior àquela que não possui deficiência.
Nota-se entre os níveis educacionais, que as maiores diferenças salariais são obtidas
quando os trabalhadores possuem o nível educacional concluso, seja ele Fundamental, Médio
ou Superior. Ou seja, os trabalhadores que possuem as credenciais ocupacionais tendem a
receber mais que aqueles que não possuem. Além disso, o retorno salarial obtido com essa
credencial tende a maior para os trabalhadores com deficiência que aqueles sem deficiência.
Destes, a maior diferença verificada entre os grupos ocorre no nível Superior, onde os
trabalhadores com deficiência recebem R$ 373,50 (valor inferior a um salário-mínimo, na
época) a mais que os trabalhadores sem deficiência.
- RMBH: Remuneração média de dezembro por escolaridade
Assim como encontrado no Brasil, conforme pode ser observado no gráfico abaixo, no
geral, com o avanço dos níveis educacionais os trabalhadores da RMBH também tendem a
obter aumentos na média de remuneração. O maior ganho também é obtido quando os
trabalhadores completam o Ensino Superior, gerando para os trabalhadores com e sem
deficiência, aumentos de R$ 1.418,03 e R$ 1.780, 28, respectivamente, quando comparada a
média de remuneração obtida por aqueles que possuem o nível superior incompleto.
Gráfico 2: Rendimento médio em dezembro, por nível de escolaridade dos trabalhadores com
e sem deficiência da RMBH. Fonte: MTE, RAISMIGRA 2008. Dados trabalhados pela autora.
Contudo, ao comparar o gráfico acima com o anterior, notam-se algumas diferenças
entre os resultados das remunerações médias encontradas no Brasil e RMBH. Primeiramente,
observa-se que em geral, com exceção do menor nível de escolaridade, as médias de
remuneração da RMBH tendem a ser inferiores às encontradas em todo Brasil. Em segundo
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lugar, uma diferença que se mostra muito notável entre os dois gráficos: ao contrário do
resultado encontrado para toda população de trabalhadores brasileiros, os trabalhadores com
deficiência da RMBH tendem a obter remunerações médias inferiores àqueles que não
possuem deficiência, considerando todos os níveis educacionais.
Observa-se também, com exceção do Ensino Fundamental completo, que as maiores
diferenças salariais entre os trabalhadores com e sem deficiência são obtidas quando os
mesmos possuem o Ensino Superior e Médio conclusos, resultados similares ao encontrados
no Brasil, fato que confirma a tendência de que os trabalhadores que possuem a credencial são
mais bem remunerados que aqueles que não a possuem. Todavia, na RMBH isso se dá de
modo inverso ao encontrado no Brasil. Enquanto neste último as credenciais geravam um
retorno maior para aqueles que tinham alguma deficiência, aqui elas geram um retorno muito
maior para aqueles que não têm deficiência. A maior diferença é encontrada no nível superior
completo, onde os trabalhadores sem deficiência recebem, em média, R$ 871,45 (valor
superior a 2 salários-mínimos, na época) a mais que os trabalhadores com deficiência.
Dessa forma, confirmou-se a primeira parte da hipótese [1] desta pesquisa, a qual
pressupunha, segundo a teoria do capital humano, que o acréscimo de escolaridade
proporciona também um acréscimo nos rendimentos. Isso foi verificado para os trabalhadores
com e sem deficiência, do Brasil e RMBH, para a maioria dos níveis educacionais. Entretanto,
a segunda parte da hipótese não foi confirmada, uma vez que a média dos rendimentos não foi
semelhante nas suas populações: no Brasil, os trabalhadores com deficiência tendem a obter
maiores rendimentos, por nível de escolaridade, que aqueles sem deficiência. E, na RMBH,
este padrão foi o oposto: os trabalhadores sem deficiência tendem a ter maiores médias de
rendimentos, por nível educacional, que aqueles com deficiência.
Análise da Hipótese [2]
Com o intuito de verificar as possíveis razões das diferenças de rendimento
encontradas no Brasil e da RMBH, buscamos comparar os rendimentos obtidos pelos
diferentes grupos, considerando os grandes grupos ocupacionais em que estão inseridos,
conforme demonstrado no gráfico a seguir.
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Gráfico 3: Rendimento médio em dezembro, por grande grupo ocupacional dos trabalhadores
com e sem deficiência do Brasil e da RMBH. Fonte: MTE, RAISMIGRA 2008. Dados trabalhados pela autora.
Primeiramente, através do gráfico observamos diferentes médias de remuneração para
os grandes grupos ocupacionais, entre diferentes tipos de trabalhadores. As maiores médias de
remuneração são obtidas pelos trabalhadores que ocupam cargos de chefia, membros
superiores do poder público, dirigentes de organizações (Grande grupo 1) e pelos
profissionais das ciências e das artes (Grande grupo 2). As menores médias são obtidas pelos
trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados (Grande grupo 5) e
pelos trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca (Grande grupo 6).
Ao compararmos os diferentes contingentes populacionais, notamos que os
trabalhadores com deficiência do país, na maioria dos grandes grupos ocupacionais possuem
uma melhor média de remuneração que os demais. A maior diferença é obtida no grande
grupo 1, onde a diferença de média de remuneração dos trabalhadores com deficiência do país
é superior em R$1.366,25 à média dos trabalhadores sem deficiência da RMBH, que possuem
a segunda maior média neste grande grupo. As maiores médias de remuneração só não são
obtidas pelos trabalhadores com deficiência do país nos grandes grupos 2, 5 e 6.
Todavia, em todos os outros grandes grupos ocupacionais, os trabalhadores com
deficiência da RMBH tendem a receber menos que os trabalhadores com deficiência do país.
Ressalta-se que ainda os trabalhadores com deficiência desta região que exercem ocupações
referentes a técnicos de nível médio (Grande grupo 3), serviços administrativos (Grande
grupo 4) e serviços, vendedores do comércio (Grande grupo 5) possuem as menores médias
de remuneração, quando comparados aos demais contingentes. Tais verificações nos levaram
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a seguinte pergunta: qual distribuição das proporções de trabalhadores com e sem deficiência,
do Brasil e da RMBH, entre os grandes grupos ocupacionais?
Essas proporções para a RMBH mostram-se bastante diferentes de algumas obtidas
para o contexto brasileiro, conforme indica o gráfico a seguir.
Gráfico 4: Grande grupo ocupacional dos trabalhadores com e sem deficiência do Brasil e da
RMBH. Fonte: MTE, RAISMIGRA 2008. Dados trabalhados pela autora.
Ao observar o gráfico acima, nos chamou a atenção a grande concentração de
trabalhadores com deficiência da RMBH principalmente nos grandes grupos 4 e 5 –
trabalhadores dos serviços administrativos e dos serviços, vendedores do comércio. Somente
esses dois grupos concentram mais de 70% de toda a população de trabalhadores com
deficiência da região. Além desses grandes grupos, somente o grande grupo 7, referente a
trabalhadores da produção de bens e serviços industriais (a) chega a absorver um pouco mais
de 10% desta população; os demais grandes grupos concentram no máximo 5% do total de
trabalhadores com deficiência. O mesmo não se observa em relação aos trabalhadores sem
deficiência dessa mesma região, que apesar de também concentrados nesses 3 grandes grupos,
possuem proporções consideráveis principalmente entre os trabalhadores das ciências e das
artes e técnicos do nível médio.
Ao comparar a distribuição dos trabalhadores com e sem deficiência nos diferentes
grandes grupos da RMBH e do Brasil, encontramos diferentes resultados. Por exemplo,
também no Brasil grande parte dos trabalhadores com deficiência são trabalhadores dos
serviços administrativos. Todavia, enquanto na RMBH a diferença entre trabalhadores com e
sem deficiência neste grande grupo ocupacional chega quase 20%, no Brasil a diferença é
menos da metade desse valor. Verificamos então, considerando a população nacional, que na
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maioria dos grandes grupos ocupacionais, os trabalhadores com deficiência tendem a ter uma
distribuição mais próxima daqueles que não possuem deficiência.
Considerando o que foi exposto anteriormente, sobre as diferentes remunerações por
grande grupo ocupacional, notamos que a proporção de trabalhadores com deficiência da
RMBH que estão nas ocupações de cargos de chefia e das ciências e artes - detentoras das
melhores médias de remuneração - é a menor entre todos os grupos. E as proporções de
trabalhadores sem deficiência, também desta região, é a maior entre todos os grupos.
E por outro lado, a grande maioria (70%) dos trabalhadores com deficiência dessa
região está em dois dos três grandes grupos com pior remuneração, referentes aos
trabalhadores dos serviços administrados e trabalhadores dos serviços, vendedores do
comércio em lojas e mercados.
Isso ajuda a compreender as menores médias salariais obtidas pelos trabalhadores com
deficiência da RMBH, quando comparados aos trabalhadores sem deficiência da mesma
região e aqueles com e sem deficiência de todo país. Ao verificar que essa se dá em função da
grande concentração dos trabalhadores com deficiência da RMBH em ocupações detentoras
dos menores rendimentos, e não em função da escolaridade que possuem, verificamos, de um
lado, a insuficiência da teoria do capital humano em explicar a existência das diferenças de
rendimentos entre os trabalhadores com e sem deficiência da RMBH e Brasil. E por outro
lado, confirmamos a Hipótese [2], uma vez que os trabalhadores com e sem deficiência
inserem de forma distinta no mercado formal de trabalho na RMBH e recebem de forma
diferenciada, segundo o grande grupo ocupacional em que se encontram.
Considerações finais
Considerando as diferenças de capital humano entre os trabalhadores com e sem
deficiência (Jones, 2010) buscou-se estudar a influência da escolaridade – principal fator de
capital humano – entre esses grupos, no Brasil e RMBH. O que se obteve, no geral, foi a
confirmação de um efeito positivo da escolaridade sobre os rendimentos, conforme previsto
pela teoria do capital humano. Verificamos também a importância dos diplomas para a
determinação salarial: na maioria dos casos, os trabalhadores que possuíam a credencial
contavam com uma diferença salarial considerável em relação àqueles que estavam no nível
educacional antecedente.
Anais do I Simpósio Internacional de Estudos sobre a Deficiência – SEDPcD/Diversitas/USP Legal – São Paulo, junho/2013
Entretanto, verificou-se que os trabalhadores com deficiência do Brasil recebem mais
que aqueles que não possuem deficiência, e o oposto foi verificado na RMBH – nesta região,
os trabalhadores com deficiência recebem menos que os demais. Além disso, apesar de
também na RMBH ser verificado o peso das credenciais, observou-se que nesta região, as
credenciais de nível superior tendem a ser muito mais valorizadas que essas mesmas
credenciais, quando possuídas pelos trabalhadores com deficiência. Dito de outra forma: há
sempre uma diferença entre os rendimentos dos trabalhadores com e sem deficiência, por
nível de escolaridade. Quando este nível corresponde a uma credencial, essa diferença tende a
aumentar. Mas quanto “maior” a credencial educacional, maior ainda esta diferença.
Ao ter por referência a teoria do mercado segmentado, verificamos que as diferenças
salariais deviam-se, não à escolaridade, como proposto pela teoria do capital humano, mas
sim pelas diferentes ocupações que os indivíduos exerciam. Verificamos também que os
trabalhadores com deficiência da RMBH estão extremamente concentrados em grandes
grupos ocupacionais que possuem médias salariais inferiores, correspondentes ao setor
secundário do mercado de trabalho. Isso ocorre de maneira diferente no Brasil, onde os
trabalhadores com deficiência tendem a ter uma distribuição similar aos trabalhadores sem
deficiência entre os diferentes grandes grupos ocupacionais.
Contudo, como neste estudo só foi possível o uso de tabelas unidimensionais, ressalta-
se a importância de estudos futuros com métodos estatísticos refinados, para uma melhor
apreensão dos determinantes salariais entre trabalhadores com e sem deficiência. Nesse
sentido, acredita-se que a principal contribuição dessa pesquisa é trazer para a área de
estratificação social a consideração sobre a deficiência enquanto variável determinante de
desigualdades.
A despeito de tais verificações, as razões para a concentração das pessoas com
deficiência da RMBH nas ocupações referentes aos serviços permanecem ocultas. A
abordagem futura de uma busca por essas razões poderá favorecer em muito para uma melhor
compreensão da inserção das pessoas com deficiência no mercado formal de trabalho.
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