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Disciplina: Teorias e Técnicas da Comunicação
Profa: Mara Baroni
9a aula- 13/10/2010
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Edgar Morin- Teoria da Complexidade
Biografia Principais obras Retomando Frankfurt Cultura, uma questão complexa Interdisciplinaridade Edgar Morin Shannon e Weaver Uma obra-prima Dialética Teoria da Complexidade –
O pensamento complexo Bibliografia
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Biografia
“ Edgar Morin nasceu em 1921 em Paris. Seu nome verdadeiro é Edgar Nahoum. Fez os estudos universitários de História, Geografia e Direito na Sorbonne, onde se aproximou do Partido Comunista, ao qual se filiou m 1941.
Teve papel ativo no movimento de resistência à ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Depois do fim da guerra, participou da ocupação da Alemanha.
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Em 1998, promoveu, com o governo francês, jornadas temáticas que originaram o livro A Religação dos Saberes.
Em 2002, a Justiça o condenou por difamação racial devido a um artigo no qual dizia que "os judeus, que foram vítimas de uma ordem impiedosa, impõem sua ordem impiedosa aos palestinos". Morin, que é judeu, pagou 1 euro como pena simbólica.
Ainda diretor de pesquisas no CNRS, ele é doutor honoris causa em universidades de vários países e presidente da Associação para o Pensamento Complexo.
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Principais obras:
O Ano Zero da Alemanha O Homem e a Morte O Cinema ou o Homem Imaginário As Estrelas: Mito e Sedução no
Cinema Revista Argumentos Autocrítica Filme) Crônicas de Um Verão L’Esprit du Temps: Neurose Introdução à Política do Homem:
argumentos políticos Maio/68: A Brecha
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Nova edição de Introduction A Une Politique de L’Homme.
O Rumor de Orléans O X da Questão: sujeito à flor da pele Nova edição de O Homem e a Morte (de 1951). A
Unidade do Homem O Método 1: a natureza da natureza Os Primatas e o Homem; O Cérebro Humano; Por
Uma Antropologia Fundamental O Método 2: a vida da vida Para Sair do Século XX A Cabeça Bem Feita:
repensar a reforma e reformar o pensamento A Cabeça Bem Feita: repensar a reforma e
reformar o pensamento A Inteligência da Complexidade Diálogo sobre o conhecimento. (último livro)
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Edgar Morin
Pesquisador e diretor Pesquisador e diretor do Centro Nacional da Pesquisa Científica da França, do Centro Nacional da Pesquisa Científica da França, Edgar Morin, atualmente com 87 anos, se propôs a estudar Edgar Morin, atualmente com 87 anos, se propôs a estudar o fenômeno da indústria cultural a partir do o fenômeno da indústria cultural a partir do princípio da princípio da complexidadecomplexidade. .
Para ele, compreender Para ele, compreender a questãoa questão da sociedade de massas da sociedade de massas implica uma série de variáveisimplica uma série de variáveis e não permite e não permite generalizações. O foco de sua preocupação é tanto generalizações. O foco de sua preocupação é tanto estéticaestética quanto de ordem fquanto de ordem filosófico cognitivailosófico cognitiva..
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Retomando Frankfurt
Morin retoma em vários aspectos temas da Escola de Frankfurt, principalmente de Adorno quando, por exemplo, acata e emprega em suas obras o termo "indústria cuItural" , mas agora depurando do teórico alemão o
viés pessimista.
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Cultura, uma questão complexa
Morin, porém, Morin, porém, valoriza a questão da valoriza a questão da complexidade dos fenômenos complexidade dos fenômenos comunicacionais, aproximando, comunicacionais, aproximando, em sua obra, o alemãoem sua obra, o alemãodas reflexões epistemológicas das reflexões epistemológicas do filósofo francês. do filósofo francês. Gaston Bachelard
(1884-1962)
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Interdisciplinaridade
Morin deseja em Morin deseja em sua pesquisa teórica sua pesquisa teórica conciliar os diferentes estudos e conciliar os diferentes estudos e conclusões dos teóricos da conclusões dos teóricos da comunicação e mesmo de outros comunicação e mesmo de outros ramos das ciências sociais e das ramos das ciências sociais e das ciências da natureza.ciências da natureza.
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Shannon e Weaver
Morin quer retomar Shannon e Weaver
(Teoria matemática) Também conhecida como matemática da informação. Receptor emissor, quer
retomar os frankfurtianos, quer conciliar também outra dezena de autores
de variadas disciplinas e produzir uma ampla Teoria da Comunicação. O autor, portanto, torna-se defensor de pesquisas interdisciplinares.
Claude Shannon1916-2001
Warren Weaver1894-1978
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Algumas conclusões de Morin
A cultura de massa é o produto de uma dialética produção consumo, no seio de uma dialética global, que é a da sociedade no seu conjunto.
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Dialética
Karl Marx (1818 - 1883)
Georg Hegel (1770 – 1831)
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Um sistema em contínua contradição
Segundo Morin, a cultura de Massas alimenta-se de uma contradição entre a criação e a produção.
À individualização da criação original, ele opõe a estandardização da produção conformista que permite a democratização do consumo cultural universal.
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Democratização abre canais para a criação, mas é fruto da padronização: o processo dialético prossegue.
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Criação X Produção X Consumo
O investigador, centrando a análise, por um lado, na cultura de massas, que denomina de indústria cultural e, por outro, no fenômeno do consumo cultural, desenvolve a tese segundo a qual a cultura de massas é o produto de um processo dialético entre criação, produção e consumo.
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Cultura de massa existe no socialismo também
Essa crítica à cultura de massa não pode ser reduzida à crítica do capitalismo uma vez que, certamente nascida do desenvolvimento capitalista, ela responde às realidades mais complexas e profundas, como o demonstra a atração já exercida por ela na URSS e nas democracias populares.
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Uma 'religião' pela metade
A cultura de massa é um A cultura de massa é um embrião de religião da embrião de religião da salvação terrestre, mas salvação terrestre, mas falta-lhe a promessa da falta-lhe a promessa da imortalidade, o sagrado e imortalidade, o sagrado e o divino, para realizar-se o divino, para realizar-se como religião. Os valores como religião. Os valores individuais por ela individuais por ela exaltados - amor, exaltados - amor, felicidade, auto-realização felicidade, auto-realização - são precários e - são precários e transitóriostransitórios..
Quadro "Adoração" (1966), de Nélson Leiner (*1932)
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Cultura marcada pela transitoriedade
O indivíduo terrestre e mortal, fundamento da cultura de massa, ele próprio o que há de mais precário e transitório; essa cultura está comprometida com a História em movimento, seu ritmo é o da atualidade seu modo
de participação é lúdico-estético, seu modo de consumo é profano, sua relação com o mundo é realista.
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Entre o profano e o religioso, entre o mítico e o empírico
A contradição - a A contradição - a vitalidade e a fraqueza - vitalidade e a fraqueza - da cultura de massa é a da cultura de massa é a de desenvolver processos de desenvolver processos religiosos sobre o que há religiosos sobre o que há de mais profano, de mais profano, processos mitológicos processos mitológicos sobre o que há de mais sobre o que há de mais empírico.empírico.
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Entre o profano e o religioso, entre o mítico e o empírico
Amy Winehouse
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A salvação individual, versão cultura de massa
E inversamente: E inversamente: processos empíricos e processos empíricos e profanos sobre a idéia-profanos sobre a idéia-mãe das religiões mãe das religiões modernas: modernas:
a salvação individual.a salvação individual.
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Mercado, consumo e libido
A cultura de massa, A cultura de massa, incapaz de incapaz de cristalizar-se cristalizar-se verdadeiramente verdadeiramente como religião da como religião da vida privada, é vida privada, é também incapaz de também incapaz de alcançar além da alcançar além da esfera privada.esfera privada.
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Realidades além do mercado
A Religião, o A Religião, o Estado, a Nação, Estado, a Nação, o Partido vivem o Partido vivem de realidades de realidades humanas que a humanas que a cultura de massa cultura de massa pode, em parte, pode, em parte, estancar, mas não estancar, mas não pode apreender. pode apreender. A cultura de massa A cultura de massa não pode fazer não pode fazer submergir ou submergir ou desagregar a desagregar a Religião ou o Estado.Religião ou o Estado.
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Uma cultura realista
Os deuses estrelas, Os deuses estrelas, olimpianos - os olimpianos - os demônios criminosos, demônios criminosos, assassinos - estão entre assassinos - estão entre nós, são de nossa nós, são de nossa ongem, são como nós ongem, são como nós mortais. A cultura de mortais. A cultura de massa é realista.massa é realista.
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Um processo de contínua adaptação
Em outras palavras, a cultura de massa se adapta aos já adaptados e adapta os adaptáveis; isto é, integra a vida social onde os desenvolvimentos econômicos e sociais lhe fornecem seus humos.
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A era dos shoppings, o fim da poupança
O homem consumidor não é apenas o homem que consome cada vez mais. E o indivíduo que se desinteressa do investimento.
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Teoria da Complexidade – O pensamento complexo
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A certeza tem por causa e efeito o de dissolver a complexidade pela simplicidade
1-O princípio da ordem postula que o universo é regido pelas leis imperativas.
Até Newton, essa ordem superior chamava-se Deus
.
De Newton prá cá, essa ordem se fundamenta sobre ela mesma, ou seja o mundo concebido como uma máquina perfeita onde as imperfeições ou desordem são, na verdade, lacunas de nosso saber ainda para serem descobertas e explicadas!
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“Efeitos de nossa ignorância provisória”. Atrás dessa desordem aparente existe uma ordem escondida a ser descoberta e é a pesquisa multiforme, obsessiva da ordem escondida das leis da natureza que a conduz às grandiosas descobertas da ciência física, de Newton a Einstein.
(MORIN, p.95)
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2-. O princípio da separabilidade:
Para resolver um problema é preciso decompô-lo em elementos simples – Discurso do Método.
O problema é que “falta a consciência da dificuldade que coloca o conjunto enquanto conjunto”. (MORIN, p.96)
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Desde o início a separabilidade se impôs no domínio científico pela especialização dos saberes que evolui para a hiperespecialização e compartimentalização disciplinar, em que conjuntos complexos como natureza e ser humano foram fragmentados em partes (especialidades) não comunicantes.
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3- O princípio da redução busca reduzir o conhecível àquilo que é mensurável, quantificável, formalizável, segundo axioma de Galileu:
os fenômenos só devem ser descritos com a ajuda quantidades mensuráveis.
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O princípio da redução anima todos os empreendimentos destinados a dissolver o espírito no cérebro, a reenviar o cérebro ao
neurônio, a explicar o humano pelo biológico, o biológico pelo químico ou pelo mecânico. Ele anima todos os empreendimentos que tratam da história e da sociedade humana
fazendo economia dos indivíduos, da consciência, dos acontecimentos.
(MORIN, p.96, 97)
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4- A lógia indutivo-dedutivo-identitária identificada com a Razão.
A dedução e a indução são os processos animais e humanos mais correntes para aquisição de um conhecimento. E essas são as bases da lógica clássica que se impregnaram na argumentação e construção teórica das ciências.
O problema é que a dedução e a indução deixam de fora tudo que opera a invenção e a criação.
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Os quatro pilares são, de fato, interdependentes e se entre-reforçam um ao outro.
Disjunção e redução eliminam aquilo que não é redutível à ordem, às leis gerais, às unidades elementares.
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As ciências clássicas foram divididas entre duas obsessões: aquela da unidade e aquela da variedade, cada uma correspondendo a um certo tipo de espírito e, aliás, seu antagonismo foi produtivo, permitindo desenvolver ao mesmo tempo a diversificação e a unificação do saber, sem contudo chegar à concepção da unitas multiplex.
(MORIN, p. 99)
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A conjunção dos quatro pilares determina o pensamento simplificador e este só concebe os objetos simples que obedecem às leis gerais.
Produz um saber anônimo, cego, sobre todo o contexto e todo o complexo; ignora o singular, o concreto, a existência, o sujeito, a afetividade, os sofrimentos, os gozos, os desejos, as finalidades, o espírito, a consciência.
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Ele considera o cosmos, a vida, o ser humano, como máquina deterministas triviais através das quais poderiam prever todos os outputs se conhecêssemos todos os inputs.
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Correlativamente, a inteligência oriunda dos quatro pilares é de uma terrível eficácia. Ela permitiu e desenvolveu a manipulação de inúmeras vitórias técnicas, ignorando contudo os efeitos perversos que elas possam engendrar. Morin
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O complexo é aquilo que é tecido simultaneamente, aí subentendido
ordem/desordem, um/múltiplo, todo/partes, objeto/meio ambiente,
objeto/sujeito, claro/escuro.A complexidade se reconhece portanto
pelos traços negativos: incertezas, insuficiência da lógica. Mas se
reconhece também pelos traços positivos: o tecido comum onde se
unem o um e o múltiplo, o universal e o singular, a ordem a desordem e a
organização.
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A complexidade é desafio e não solução.O desafio de reunir.O desafio de tratar as incertezas.O desafio lógico:Como tratar os paradoxos?Como aceitar contradições e antagonismos?Como manter a lógica transgredindo-a completamente?Como integrar a indissolubilidade?O desafio do método. Morin,
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O método de Morin. Instrumentos: 1. A noção de SISTEMA. 2. A idéia da Circularidade. 3. O looping auto-produtivo. 4. O operador dialógico. 5. A introdução do
conhecedor no conhecimento.
6. A ética da tolerância. .
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CIRCULARIDADEOs indivíduos produzem a
sociedade. Mas ela mesma, como sua linguagem e cultura retroage sobre os indivíduos transformando-os. Somos produtos e produtores ao
mesmo tempo.A parte está dentro do todo, mas o todo está dentro das
partes.
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“Partindo de um método do
conhecimento cheguei em um pensamento e, de certo modo,
em uma filosofia.Filosofia que não
significa somente o conhecimento isolado da ética e da ação, mas que se prolonga
nos diversos campos da existência”.
Edgar Morin.
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O operador dialógico. Para ompreendermos alguns
fenômenos complexos é necessário juntar duas noções que a princípio são antagônicas, e que são, ao mesmo tempo, complementares.”
“Viver de morte. Morrer de vida.” Heráclito
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BIBLIOGRAFIA
OLIVEIRA, Mariella- Aula de competências profissionais- Teoriasda Comunicação. Slides de Francisco de Assis;
Disponível em:
http://www.slideshare.net/erlana/edgar-morin-1215204
http://www.slideshare.net/araujofamilia/tc1aula72008