desexplicando a poesia

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Page 2: Desexplicando A Poesia

O Texto Literário

1- As pessoas sentem saudades da infância.

2- Tenho saudades da minha infância.

3- Oh! Que saudades que tenho Da aurora de minha vida,Da minha infância queridaQue os anos não trazem mais!

Page 3: Desexplicando A Poesia

• TEXTO LITERÁRIO – Texto com função estética, que explora diferentes recursos lingüísticos e estilísticos para produzir um efeito artístico. Predomina, portanto, o sentido conotativo (figurado), aquele que permite interpretações diferentes do sentido literal da palavra.

• TEXTO NÃO-LITERÁRIO – texto com mera função utilitária (informativa, argumentativa, científica, entre outras). Aqui temos o predomínio do sentido denotativo (literal), em que a palavra é tomada em seu significado básico.

Page 4: Desexplicando A Poesia

Gêneros Literários

Page 5: Desexplicando A Poesia

Soneto XI

Amor é fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;É solitário andar por entre a gente;É nunca contentar-se de contente;É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;É servir a quem vence, o vencedor;É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favorNos corações humanos amizade,se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luís de Camões)

Page 6: Desexplicando A Poesia

Meu amor é simples, Dora

como a água e o pão

Como o céu refletido

nas pupilas de um cão.

(José Paulo Paes)

Page 7: Desexplicando A Poesia
Page 8: Desexplicando A Poesia

Vaso Grego

Esta de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que o suspendiaEntão, e, ora repleta ora esvasada, A taça amiga aos dedos seus tinia, Toda de roxas pétalas colmada.

Depois... Mas, o lavor da taça admira,Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordasFinas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga liraFosse a encantada música das cordas, Qual se essa voz de Anacreonte fosse.

(Alberto Oliveira)

Page 9: Desexplicando A Poesia

Poema tirado de uma notícia de jornal João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da [Babilônia num barracão sem númeroUma noite ele chegou no bar Vinte de NovembroBebeuCantouDançouDepois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

(Manuel Bandeira)

Page 10: Desexplicando A Poesia

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundoque amava Maria que amava Joaquimque amava Lilique não amava ninguém.João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,Raimundo morreu de desastre,Maria ficou para tia,Joaquim suicidou-se eLili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na

[história

(Drummond)

Page 11: Desexplicando A Poesia

Lâmia

"Havia um formidável arco-íris no céu de outrora: Vimos a sua trama, a textura; ele agora Consta do catálogo das coisas vulgares. Filosofia, a asa de um anjo vais cortar, Conquistar os mistérios com régua e traço, Esvaziar a mina de gnomos, o ar do feitiço – Desvendar o arco-íris (...)“

(Keats)

Page 12: Desexplicando A Poesia

Retrato Quase Apagado em que se Pode Ver Perfeitamente Nada

Escrever nem uma coisa Nem outra -A fim de dizer todasOu, pelo menos, nenhumas.Assim,Ao poeta faz bemDesexplicar -Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes.

(Manoel de Barros)