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1 Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011)
Cuidados de Saúde Primários Portugal
Desenvolvimento organizacional dos cuidados de saúde primários
Prioridades Formativas para 2013
A formação é um dos instrumentos essenciais para o desenvolvimento e qualidade de qualquer
sistema de saúde. Por isso, ela é uma das prioridades estratégicas da reforma dos cuidados de
saúde primários em Portugal, sendo considerada prioridade absoluta no âmbito do Programa
Operacional do Potencial Humano (POPH).
1. Objectivos estratégicos gerais
Os objectivos estratégicos orientadores das acções de formação e da definição dos respectivos
objectivos específicos são os seguintes:
Promover uma nova visão e atitudes quanto aos modos de organização, de prestação de
cuidados e de medição e valorização de resultados em saúde;
Desenvolver competências de governação, de gestão e de liderança a todos os níveis
(inter-institucional, institucional, inter-unidades/equipas, intraequipa multiprofissional,
interprofissional);
Desenvolver competências de governação clínica e de saúde, designadamente no
domínio dos seus métodos e instrumentos, a vários níveis (institucional; inter-unidades;
equipa; individual);
Desenvolver competências de governação integrada dos agrupamentos de centros de
saúde (ACES) e de gestão de recursos (pessoas, instalações, equipamentos,
consumíveis, energéticos, de informação e financeiros);
Desenvolver competências de gestão de projectos de intervenção em saúde, nos CSP;
Desenvolver competências e destreza no uso apropriado das tecnologias de informação e
registos clínicos e técnicos correctos, sem comprometer a qualidade da comunicação e a
atenção para com os utentes;
Desenvolver competências de secretariado clínico e de boas práticas administrativas;
Desenvolver competências de apoio nos elementos que integram os departamentos,
órgãos ou equipas com esta missão, tanto a nível nacional (apoio às ARS) como regional
(apoio aos ACES, designadamente aos directores executivos, aos conselhos clínicos, aos
conselhos da comunidade, às unidades de apoio à gestão e aos gabinetes do cidadão) e
local (apoio às várias unidades funcionais);
Desenvolver competências de contratualização, tanto a nível nacional (contratualização
com as ARS), como regional (contratualização com ACES e ULS-componente CSP) e
como local (contratualização interna com as várias unidades funcionais dos ACES).
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2. Conteúdos prioritários
Dos objectivos estratégicos atrás enunciados decorrem conteúdos prioritários, tais como:
Desenvolvimento organizacional dos cuidados de saúde primários
Princípios, objectivos e estratégias do actual processo de reforma dos CSP
Princípios e métodos do planeamento dinâmico de saúde em CSP
Estratégias locais de saúde alinhadas com a estratégia/plano regional de saúde
respectivo e com as estratégias/Plano Nacional de Saúde 2011-2016
“Produto” e “produção” em saúde (resultados de “ganhos em saúde”)
Definir e medir resultados, em termos de “produção de saúde” numa comunidade
(resultados definidos em termos de “ganhos em saúde”)
Indicadores de resultados de saúde (intermédios, finais e de impacto)
Orientação para o cidadão – sua tradução prática
Orientação para o utente, comunicação assertiva e competências resolutivas clínicas e
técnico-profissionais
Formação sobre o Registo Nacional de Utentes, incluindo o acesso e operações a partir
das unidades distantes do registo central
Formação para os profissionais dos gabinetes do cidadão dos ACES
Governação clínica e de saúde
Princípios, métodos e instrumentos de governação clínica e de saúde nas equipas: inclui
melhoria contínua da qualidade, orientação para resultados de saúde (efetividade e
custo-efetividade) e gestão de actividades no tempo disponível
Qualidade dos registos clínicos – rigor, precisão, clareza, concisão e uso correcto das
classificações apropriadas
Desenvolvimento de equipas
Construção e desenvolvimento de uma equipa
Dinâmicas de liderança multipolar, libertação do talento humano, motivação, criatividade
e satisfação profissional em equipa.
Gestão de projectos específicos no âmbito do Plano Nacional de Saúde 2011-2016
Gestão e avaliação de projectos em equipa – dirigidos à melhoria de processos-chave de
saúde, com selecção e desenvolvimento das melhores práticas assistenciais e de saúde
(incluindo o uso criterioso da evidence based medicine) e tendo em conta as
estratégias/Plano Nacional de Saúde 2011-2016
Secretariado clínico
Melhoria contínua e inovação nos processos-chave do secretariado clínico,
designadamente no acolhimento e informação aos utentes
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Gestão de recursos e gestão integrada em saúde
Gestão integrada dos CSP: gestão de projectos concretos dirigidos à melhoria de
processos-chave organizacionais e de saúde nos ACES
Melhoria contínua e inovação nos processos-chave da gestão de recursos (pessoas,
instalações, equipamentos; consumíveis; energéticos; de informação e financeiros)
Apoio
Clarificação e inovação do papel, das lógicas e dos métodos de apoio aos órgãos dos
ACES para o respectivo desenvolvimento organizacional, numa lógica da distinção, de
individualização e de desenvolvimento das funções apoio vs. contratualização
Dinâmicas de apoio e de coaching às unidades funcionais dos ACES
Contratualização
Princípios, métodos e ferramentas de contratualização interna e externa em CSP
Princípios, métodos e ferramentas específicos para contratualização interna nos ACES
(dinâmicas de motivação, envolvimento, compromisso, responsabilização, avaliação e
reconhecimentos dos desempenhos profissionais e das equipas)
Avaliação e auto-avaliação de coordenadores e dirigentes
Auto-avaliação de desempenho: métodos estruturados e reflexivos de auto-avaliação e
métodos participados de avaliação de desempenho do tipo “avaliação 360º”
3. Destinatários
directores executivos dos agrupamentos de centros de saúde (ACES)
membros dos conselhos clínicos dos ACES
membros dos conselhos da comunidade dos ACES
coordenadores e elementos das unidades de apoio à gestão (UAG)
coordenadores e elementos dos gabinetes do cidadão
coordenadores das várias unidades funcionais (USF; UCSP; UCC; USP; URAP)
elementos dos conselhos técnicos das unidades funcionais
profissionais das diversas equipas das unidades funcionais dos ACES
profissionais dos secretariados clínicos das unidades funcionais
profissionais dos gabinetes do cidadão dos ACES
elementos das equipas regionais de apoio (ERA)
elementos das equipas ou grupos locais de apoio
elementos dos departamentos nacionais e regionais de contratualização
elementos de equipas locais de contratualização
4. Métodos
Dado o carácter pioneiro de vários dos processos de transformação em curso dos CSP, no
contexto da administração pública portuguesa e do sistema de saúde português, deve recusar-se
ou limitar-se o recurso a prelecções e a exposições teóricas. Pelo contrário, devem privilegiar-se
métodos participativos, de aprendizagem e intercâmbio experiencial, de desenvolvimento de
projectos, bem como métodos de investigação-ação-formação.
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5. Avaliação
Todos os programas e acções de formação devem prever dois planos de avaliação:
a) de cada acção e programa, no que diz respeito à qualidade do seu planeamento e
execução;
b) do impacto a médio prazo no comportamento e desempenho profissional dos
participantes nessas ações de formação.