desenvolvimento humano jean piaget e capazes de sentir, que as pedras (e mesmo as montanhas)...

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A maior sabedoria ... ... É a bondade Psicologia Educacional Profª Ms. Claudia Barbosa Desenvolvimento Humano Jean Piaget

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A maior sabedoria ...

... É a bondadePsicologia Educacional Profª Ms. Claudia Barbosa

Desenvolvimento

Humano

Jean Piaget

Jean Piaget (1896 -1980)

Biografia de Jean PiagetFonte: http://penta.ufrgs.br/~marcia/biopiag.htm

• 1896 Em 9 de agosto, na cidade suíça de

Neuchâtel, nasce Piaget.

• 1907 com 10 anos publica na revista da

Sociedade dos Amigos da Natureza de Neuchâtel

um artigo sobre um pardal branco.

• 1915 Forma-se em Biologia pela Universidade

de Neuchâtel.

Biografia de Jean Piaget

• 1918 Torna-se doutor. Sua tese foi sobre

moluscos. Muda-se para Zurique para

estudar Psicologia.

• 1919 Muda-se para a França. Ingressa na

Universidade de Paris. É convidado para

trabalhar com testes de inteligência infantil.

Biografia de Jean Piaget

• 1921 A convite do psicólogo da educaçãoEdouard Claparede passa a fazer suaspesquisas no Instituto Jean-JacquesRousseau, em Genebra, destinado àformação de professores.

• 1923 Lança seu primeiro livro: ALinguagem e o Pensamento da Criança.

• 1924 Casa-se com Valentine Châtenay, umade suas assistentes, com quem teve trêsfilhos: Jacqueline (1925), Lucienne (1927) eLaurent (1931).

Biografia de Jean Piaget

• 1925 Começa a lecionar Psicologia, História daCiência e Sociologia em Neuchâtel.

• 1929 Em Genebra passa a ensinar História doPensamento Científico. Assume o GabineteInternacional de Educação (dedicado a estudospedagógicos).

• ANOS 30 Escreve vários trabalhos sobre asprimeiras fases do desenvolvimento, muitos delesinspirados na observação de seus três filhos.

Biografia de Jean Piaget

• 1941 Com outros pesquisadores publica trabalhossobre a formação dos conceitos matemáticos efísicos.

• 1946 Participa da elaboração da Constituição daUnesco (órgão das Nações Unidas para Educação,Ciência e Cultura). Torna-se membro do conselhoexecutivo e é várias vezes subdiretor geralresponsável pelo Departamento de Educação.

• 1950 Publica a primeira síntese de sua teoria doconhecimento: Introdução à EpistemologiaGenética.

Biografia de Jean Piaget

• 1952 é convidado a lecionar na Universidade de

Sobonne, em Paris sucedendo ao Filósofo Merleau-

Ponty.

• 1955 Em Genebra, funda o Centro Internacional de

Epistemologia Genética, destinado a realizar

pesquisas interdisciplinares sobre a formação da

inteligência.

• 1967 Escreve a principal obra de sua maturidade:

Biologia e Conhecimento.

• 1980 16 de setembro, morre Piaget em Genebra.

Piaget

com os

pais

e duas

irmãs

Piaget

adolescente

Jean Piaget

em 1917

com 21 anos

Jean Piaget

com sua esposa

Valentine

Châtenay

Piaget idosos

Piaget em sua

biblioteca

Casa em

que

Piaget

morou

durante a

infância

Vista

parcial de

Neuchâtel e

do lago com

mesmo

nome

Escola onde Piaget cursou o Ensino Fundamental

Escola onde Piaget cursou o Ensino Médio

A OBRA DE PIAGET: O CONSTRUTIVISMO

Ao estudar o desenvolvimento mental, Jean PIAGET baseou-se emobservações cuidadosas e detalhadas de crianças em situaçõesnaturais, como o lar e a escola. Criava hipóteses para explicar osfatos que observava e desenvolvia meios para testá-las:experimentos não-verbais, ao observar bebês, e experimentosverbais, ao observar crianças maiores.

PIAGET se empenhava em suas entrevistas, tentando seguir opensamento da criança, para onde quer que ele se dirigisse. Suasentrevistas não seguiam um padrão imutável e as perguntasvariavam de criança para criança. Formulou com este método umateoria explicativa acerca da aquisição do conhecimento e dodesenvolvimento cognitivo, denominando-a de Psicologia Genética.

Pesquisadores mostravam-se céticos quanto à teoria e ao métodode PIAGET que, segundo lhes parecia, não era científico, porapresentar as seguintes falhas graves:

a) O pequeno número de sujeitos observados. No início deseu trabalho, PIAGET observava apenas três ou quatro ou, mesmo,uma só criança. Sua “amostra” era considerada muito pequena,não lhe permitindo apresentar dados estatísticos.

b) Não seguia um padrão formal de entrevista, isto é, nãofazia as mesmas perguntas a todas as crianças, impossibilitando acomparação entre as entrevistas.

c) Seus próprios filhos eram sujeitos de muitas das suasobservações, contrariando o princípio da imparcialidadecientífica que exige neutralidade do observador quanto aosobservados, com os quais não deveria, portanto, ter nenhum laçoafetivo.

Nos últimos 30 anos, seus trabalhos têm sido traduzidos e têmse tornado conhecidos, embora considerados de leitura muitodifícil tanto em francês quanto em inglês ou em outros idiomas.Os cientistas céticos acabaram por reconhecer o valor de suateoria.

Até o final de sua vida (1980), PIAGET continuou a dirigir umasérie de estudos, usando, em muitos deles, grande número desujeitos. Não é o tamanho da amostra, porém, que interessaessencialmente às descobertas; em muitos estudos, interessamais usar o método de observação longitudinal, ou seja, estudaruma mesma criança durante anos sucessivos.

Repetindo suas observações, muitas e muitas vezes, PIAGETacumulou evidência suficiente para se tomar o maior teórico dodesenvolvimento intelectual.

De acordo com sua teoria, todas as crianças sedesenvolvem intelectualmente passando pelos estágios:

1. Sensório motor (do nascimento aos 2 anos);

2. Pré-operacional (de 2 a 7 anos);

3. Das operações concretas (de 7 a 12 anos); e

4. Das operações formais (após os 12 anos).

A seqüência dos estágios é a mesma no desenvolvimento de todas as crianças, porém as idades em que se dá a mudança de um estágio para outro poderão variar.

ESTÁGIO SENSÓRIO MOTORFonte: http://www.jcwilke.hpg.ig.com.br/fases.htm

Até

um

mês

Comportamentos como respirar, chorar ousugar o leite materno são determinadoshereditariamente e manifestam-se sob aforma de reflexos inatos.

ESTÁGIO SENSÓRIO MOTOR

1 a 4 meses

O toque físico permite as primeiras adaptações e o

reconhecimento do ambiente. Repetições sucessivas

testam as reações, cujos resultados são assimilados e

incorporados a novas situações.

ESTÁGIO

SENSÓRIO

MOTOR

ESTÁGIO SENSÓRIO MOTOR

Novos movimentos provocam ações sobre

as coisas: toques sucessivos em móbiles,

pequenos barulhos e movimentos que

estimulam o interesse.

4 a 8 meses

O bebê aplica formas já conhecidas por ele para resolver

situações novas: sentado no cadeirão, pega com as mãos

os alimentos e joga objetos no chão provocando reações

diferentes.

8 a 12 meses

ESTÁGIO SENSÓRIO MOTOR

As experiências com objetos ampliam os meios para

entendimento de novas situações. A criança começa a

considerar, por exemplo, que os objetos saem da

visão, como uma bola atrás de uma almofada.

12 a 18 meses

ESTÁGIO SENSÓRIO MOTOR

SENSÓRIO MOTOR

Surgem combinações mentais e de ações. Os jogos de

encaixe tornam-se instigantes. Há uma mudança

qualitativa da organização da inteligência, que passa de

sensível e motora para mental.

18 a 24 meses

ESTÁGIO PRÉ OPERACIONAL

2 A 7 ANOS

2 a 7

anos

Surgem pensamentos anímicos

e intuitivos, sobre natureza.

Para a criança, tudo se

compara como ela: nuvens

"choram", pássaros voam

"porque gostam" e o sol tem

"rosto".

ESTÁGIO PRÉ OPERACIONAL

Neste período, que vai dos 2 aos 7 anos, ocorre uma grandetransformação na qualidade do pensamento em relação ao primeiroestágio. O pensamento da criança não está mais limitado a seuambiente sensorial imediato em virtude do desenvolvimento dacapacidade simbólica. A criança começa a usar símbolos mentais,imagens ou palavras, que representam coisas e pessoas que nãoestão presentes.Há uma verdadeira explosão lingüística, um considerável aumentode vocabulário, bem como da habilidade de entender e usar aspalavras. A criança que, aos 2 anos, possuía um vocabulário deduzentas a trezentas palavras, por volta dos 5 anos entende maisde duas mil palavras e já forma sentenças gramaticalmentecorretas.Quando as crianças estão prontas para aprender a linguagem, umefeito significativo em seu desenvolvimento é exercido pelos adultosque falam muito com elas, lêem, lhes ensinam cantos e poesiasinfantis, e exercitam a linguagem para com elas comunicar-se.

PIAGET notou, nesta fase, várias características dopensamento infantil:

Egocentrismo:incapacidade de se colocar no ponto de vista de

outra pessoa. Na teoria de PIAGET, “egocentrismo” não é um termopejorativo, mas um modo característico do pensamento. De modogeral, as crianças pequenas, de 4 a 5 anos, são incapazes de aceitaro ponto de vista de outra pessoa quando este difere do delas.

Centralização: a criança consegue perceber apenas um dos

aspectos de um objeto ou acontecimento. Ela não relaciona entresi os diferentes aspectos ou dimensões de uma situação. Isto é,PIAGET diz que a criança, antes dos 7 anos, focaliza apenas umaúnica dimensão do estímulo, centralizando-se nela e sendo incapazde levar em conta mais de uma dimensão ao mesmo tempo.

Animismo. A criança atribui vida aos objetos. Supõe que eles são

vivos e capazes de sentir, que as pedras (e mesmo as montanhas)crescem, que os animais entendem nossa fala e também podem

falar, e assim por diante. (Animismo deriva de anima, palavra latina que significa

alma. Consiste em atribuir vida a objetos que se movem ou podem ser movidos.)

Realismo nominal: Trata-se de um outro modo característico de a

criança pequena pensar. Ela pensa que o nome faz parte do objeto, que éuma propriedade do objeto que ele representa. Acredita, por exemplo, queo nome da lua está na lua, que sempre se chamou lua e que é impossívelchamá-la de qualquer outro nome. O nome está dentro do objeto, é parteessencial dele.

A criança bilíngüe parece adquirir, bem antes que as outras, a distinção

entre o objeto e a palavra que o designa, por ter a experiência de que um

objeto é chamado de determinada forma em uma língua, mas de forma

bem diferente em outra.

Classificação: Dispondo-se, diante de crianças pequenas, entre 2 e 4

anos, um grupo de formas geométricas de plástico e de várias cores epedindo-lhes que “coloquem juntas as coisas que se parecem”, elas nãousam um critério definido para fazer a tarefa. Agrupam as coisas ao acaso,pois não têm uma concepção real de princípios abstratos que orientem aclassificação. Após os 5 anos de idade, porém, elas conseguem agruparobjetos com base no tamanho, na forma ou na cor.

Inclusão de classe. Embora aos 5 anos a criança já consiga

classificar os objetos, ela ainda tem dificuldade de entender queuma coisa possa pertencer, ao mesmo tempo, a duas classesdiferentes.

diante de um vaso contendo dez rosas vermelhas e cinco amarelas,perguntando-se à criança se há mais rosas vermelhas ou rosas, elageralmente responde que há mais rosas vermelhas.

Seriação: as crianças pequenas são incapazes de lidar comproblemas de ordenação ou seriação.

Num de seus estudos, as crianças recebiam dez varas, diferentes apenasquanto ao tamanho. As crianças deviam escolher a vara menor. Depoisdisso ouviam a seguinte instrução: “Agora, tentem colocar sobre a mesa,primeiro, a menor, depois, uma um pouco maior, depois, outra só umpouco maior e assim por diante”. Nem todas conseguiram resolversatisfatoriamente este problema. Algumas fizeram ordenações casuais,outras ordenaram algumas varas mas não todas. Crianças um poucomais velhas já conseguem solucionar problemas simples de seriação.

Conservação do número: Crianças pré-operacionais, mesmo

que já saibam contar verbalmente 1, 2, 3, 4..., ainda nãoconstruíram o conceito de número.

Para verificar este aspecto do desenvolvimento, é usado o seguinte teste:o entrevistador dispõe numa fileira aproximadamente oito fichas pretas epede à criança que coloque, ao lado ou embaixo, a mesma quantidade defichas brancas (“o mesmo número”, “tantas quantas”, “nem mais, nemmenos”...).Se a criança conseguir estabelecer a correspondênciabiunívoca, isto é, se colocar o mesmo número de fichas brancas, oobservador, diante de seus olhos atentos, modifica a disposição das fichasem uma das fileiras, espaçando-as ou aproximando-as mais. São feitas,então, as seguintes perguntas: “Existe o mesmo número de fichas pretase brancas, ou há mais aqui (pretas) ou mais aqui (brancas)? Como é quevocê sabe?” A finalidade desta prova é verificar se a criança está emcondições de estabelecer a correspondência biunívoca, dominando oconceito de igualdade, bem como se ela “conserva” a quantidade defichas independentemente de seu arranjo espacial.

OPERAÇÕES CONCRETAS

7 A 12 ANOS

7 a 12

anos

Começam as operações chamadas de lógico-

concretas, nas quais as respostas baseiam-se

na observação do mundo e no conhecimento

adquirido. É a fase de escolarização, dos

primeiros textos e operações matemáticas.

OPERAÇÕES CONCRETAS

Neste período, que se estende dos 7 aos 12 anos, as operaçõesmentais da criança ocorrem em resposta a objetos e situações reais.A criança usa a lógica e o raciocínio de modo elementar, mas osaplica apenas na manipulação de objetos concretos.

Diante de perguntas a respeito da quantidade de massa na “bola”ou na “salsicha”, ou da quantidade de líquido nos dois copos, acriança compreende que a quantidade não muda porque a formamuda.

Nas tarefas de classificação, ela já pode separar objetos com baseem uma de suas características, como por sua cor, sua forma ouseu tamanho. Já tem uma noção mais avançada de classes, emsentido abstrato. Compreende as relações entre classes esubclasses, reconhecendo que um objeto pode pertencer a duasdelas simultaneamente: as rosas vermelhas são uma subclasse derosas, e o vaso contém mais rosas que rosas vermelhas.

Neste estágio, a criança começa a compreender os termos de relação:maior, menor, direita, esquerda, mais alto, mais largo, etc.Compreende que um irmão precisa ser irmão de alguém; um objetoprecisa estar à direita ou à esquerda de alguma coisa, etc. No entanto,a criança não pensa em termos abstratos, nem raciocina a respeito deproposições verbais ou hipotéticas. Assim, experimenta dificuldadescom os problemas verbais.

PIAGET diz que, antes da idade de 11 ou 12 anos, as operações dainteligência infantil são unicamente concretas, isto é, só se referem aobjetos tangíveis, suscetíveis de serem manipulados. Se se pede que ascrianças raciocinem sobre hipóteses simples ou enunciados puramente

verbais dos problemas, elas logo fracassam.

Crianças de 8 a 10 anos sentem dificuldade em responder a umapergunta feita por escrito. Por esse motivo, na escola, sentemdificuldade em resolver problemas de matemática, embora elesdependam de operações bem conhecidas. Se manipulassem os objetos,raciocinariam sem obstáculos; mas os mesmos raciocínios, sob a formade enunciados verbais, isto é, no plano da linguagem, tornam-se muitomais difíceis, por estarem ligados a uma simples hipótese sem realidadeefetiva.

Operações Formais

Após os 12 anos

Após os 12 anos, as operações lógicas serão realizadasentre as idéias, expressas numa linguagem qualquer(palavras ou símbolos), sem necessidade da percepção e damanipulação da realidade.

Quando se faz a pergunta sobre a altura das três meninas,enunciando-a apenas verbalmente, na verdade se colocam, emabstrato, três personagens fictícios. Para o pensamento formal, taispersonagens são apenas simples hipóteses. É sobre estas que sepede que raciocinem.

O pensamento formal é, portanto, hipotético-dedutivo, isto é, capazde deduzir as conclusões de puras hipóteses, e não somenteatravés de observação real.O adolescente pode considerar hipóteses que talvez sejam ou nãoverdadeiras e examinar o que resultará se essas hipóteses foremverdadeiras. Ele pode acompanhar a “forma” de um argumento,embora ignore seu conteúdo concreto. É desta última característicaque as operações formais recebem o nome.

um adolescente raciocina cientificamente, formulandohipóteses e comprovando-as, na realidade ou empensamento. Enquanto o pensamento de uma criançamais nova envolve apenas objetos concretos, oadolescente já pode imaginar possibilidades. Quando tempor volta de 15 anos, o adolescente resolve problemasanalisando-os logicamente e formulando hipóteses arespeito de resultados possíveis, a respeito do que poderiaocorrer.

Implicações educacionais da teoria Piagetiana do desenvolvimento cognitivo

Uma implicação educacional significativa dessa teoria é que ocrescimento em qualquer um dos estágios depende da atividade. Odesenvolvimento do poder do cérebro não está fixado nonascimento, mas é uma função da atividade apropriada durantequalquer estágio particular.

As crianças devem ocupar-se com atividades apropriadas e nãoapenas em sentar-se e escutar ou observar outros. A equação dePIAGET - Inteligência = Atividade - vale tanto para criançascomo para adolescentes.

Para alunos maiores de 11 anos, é óbvia a necessidade dedispor de experiências escolares para promover opensamento lógico-formal. A abordagem “mãos à obra” éaltamente recomendável, muito mais que a observaçãopassiva de filmes, peças teatrais, concertos musicais,visitas a museus, etc.

Para explicar como e por que ocorre o desenvolvimentocognitivo, PIAGET usa quatro conceitos básicos:

são estruturas mentais com que osindivíduos intelectualmente seadaptam e organizam o ambiente.”

Os esquemas podem ser examinados por meio do comportamentoobservável da criança; é do esquema que brota o comportamento.Ao nascer, o bebê tem esquemas de natureza reflexa correspondentes àsatividades reflexas motoras de agarrar, sugar, etc.Nas palavras de PIAGET, o bebê terá, então, dois esquemas de sugar: umpara estímulos que produzem leite e um para estímulos que nãoproduzem leite. A criança modifica seus esquemas e também constrói

novos esquemas. Os esquemas refletem, no indivíduo, seu nívelatual de compreensão e conhecimento do mundo.Os esquemas mentais do adulto resultam dos esquemas dacriança e são mais numerosos e complexos.

“consiste em encaixar um novo objeto num esquema mental ousensório-motor já existente”. É o processo cognitivo de colocarnovos objetos em esquemas existentes. Pela assimilação, osestímulos são “forçados” a se ajustarem aos esquemas da pessoa.

A assimilação ocorre continuamente - um ser humano estácontinuamente processando um grande número de estímulos. Esseprocesso possibilita ampliação dos esquemas.

A assimilação explica o crescimento dainteligência (uma mudança quantitativana vida mental).

é o aspecto da atividade cognitiva que envolve a modificação dosesquemas para corresponderem aos objetos da realidade. Naacomodação, a pessoa é “forçada” a mudar seus esquemas oucriar novos esquemas para acomodar os novos estímulos.

Ambas as ações resultam no desenvolvimento da estruturacognitiva (uma mudança qualitativa da vida mental).Os processos de assimilação e de acomodação, ocorrendo duranteanos, irão transformar os esquemas primitivos do bebê emesquemas mais sofisticados, tais como os dos adultos.

Um bebê entra em contato, pela primeira vez, com uma argola suspensa

por um cordão. Ele toca, olha, agarra, suga, balança a argola, etc. Em

razão de interações com vários outros objetos no passado, a criança já

possui esquemas que mobilizam e dirigem essas ações. PIAGET diria que

a argola é assimilada aos esquemas de olhar, tocar, agarrar, sugar, etc. Mas

o bebê não vai apenas repetir comportamentos adquiridos

anteriormente.(FLAVELL)

a) Os esquemas são ampliados para assimilar o novoobjeto: a criança aprende que, além dos outros objetos, asargolas também podem ser olhadas, agarradas, sugadas,etc.b) Os esquemas são modificados à medida que o novoobjeto requer alguma variação na maneira de agarrar,empurrar, sugar, etc.Assim, a criança aprende que os objetos do tipo argola sãosugados de uma maneira um pouco diferente de outrosobjetos sugados no passado e que os objetos do tipoargola causam uma impressão visual e tátil diferente dosobjetos vistos e tocados no passado.

A criança acomodou seus esquemas ao novo objeto,possibilitando acomodações novas e diferentes aos objetosque serão encontrados no futuro. As novas acomodaçõeslevam a outras mudanças na organização intelectual, e ociclo se repete.

Porém, num único encontro entre o bebê e a argola, amudança nos esquemas é muito limitada. Há muitosaspectos da argola aos quais a criança não se acomodaránem assimilará, por não haver nada nos esquemaspresentes na criança que, naquele momento, permita isso.Por exemplo, ela não poderá apreender a argola como umobjeto que pode rolar do mesmo modo que um aro, quepode ser usado como uma pulseira, que pertence à classeabstrata dos círculos, etc.

“É um processo ativo pelo qual uma pessoa reage adistúrbios ocorridos em sua maneira comum de pensar,através de um sistema de compreensão; isto resulta emnova compreensão e satisfação, ou seja, em equilíbrio”.

Os dois mecanismos de assimilação e acomodação sãomodos de funcionamento de nossa vida mental paragarantir um estado de equilíbrio ou de adaptação ao nossomeio.Esses dois mecanismos são acionados quando hámudanças no nosso ambiente ou alteração no nossoorganismo.

O organismo está constantemente buscando um estadode equilíbrio, de satisfação; esse processo ativo édenominado equilibração.

Uma criança, de escola elementar, acredita que o melhor meio de encheruma bandeja para cubos de gelo, é usar água quente. Num experimento,ela vê que uma bandeja com água fria congela mais depressa.

Dissonância cognitiva é o sentimento de termos duas

informações conflitantes (segundo a teoria de L. Festinger).

Quando uma convicção torna-se perturbadora, precisamos reconciliar anova informação com a velha teoria. Convencidos de que nosso modoanterior de pensar é falso, encaixamos uma solução melhor na teoria demudança de temperatura. Equilibramos e aceitamos o fato de que a

convicção anterior não era lógica ou científica. Equilibração é, então,

o aparecimento de uma nova estrutura cognitiva que reconciliaos conflitos de um estágio anterior.

Se ela teve experiência suficiente e está há tempo suficiente no estágio“das operações concretas”, estará pronta para “equilibrar” - ou seja,aceitar a nova solução para o problema da bandeja dos cubos de gelo.

Assim, a equilibração leva a pessoa a um modo de funcionamento mental mais elevado. É como o processo de resolução de um conflito cognitivo, ou solução de uma dissonância cognitiva.

Os construtivistas reconhecem que o conflito cognitivo leva aspessoas a um nível mais elevado de conhecimento e, por isso,recomendam aos educadores produzirem conflito cognitivo nosalunos, como uma forma de motivação do trabalho escolar.

“Por exemplo, se uma criança está manipulando objetos queflutuam e objetos que afundam, um professor pode perguntar àcriança quais objetos flutuam e quais afundam e por quê. Oprofessor pode, então, fazer estas perguntas: 'o que acontecerá secolocarmos uma agulha na água?' ou 'o que acontecerá secolocarmos uma caixa de metal na água?'.

As crianças que acreditam que os metais afundam em qualquercondição provavelmente farão a previsão de que a agulha e a caixairão afundar. Testando estas crenças, a criança descobrirá que essesobjetos flutuam. Experiências como estas, guiadas pelas questõeslevantadas pelos professores, são boas para produzir conflitocognitivo”.

A descrição do desenvolvimento intelectual passando pelosestágios sensório-motor, pré-operacional, das operações concretase das operações formais é reconhecida como válida para todas ascrianças.

Estudos transculturais confirmam a existência da mesmaestrutura mental básica em todas as crianças. Independente daraça, nacionalidade, valor cultural ou grau de industrialização,elas constróem estruturas lógico-matemáticas e espaço-temporais na mesma seqüência geral. Porém, a idade em que elesaparecem apresenta grande variação (influenciadas por fatoresligados à criança e a seu ambiente social).

O ambiente exerce um papel importante em retardar ou promovero desenvolvimento. Dentro da mesma cultura, as crianças quevivem em cidades tendem a se desenvolver mais rapidamente doque as que vivem no campo. Os fatores sociais têm um papelimportante no padrão de desenvolvimento da criança, mas anatureza exata de sua contribuição não é conhecida. Valoressociais, tais como considerar sua autonomia, discutir temas e darvalor à sua criatividade, devem ser considerados.

O que é "construído" é inteligência e conhecimento. ParaPiaget, estas palavras têm um significado algo diferente doque usualmente têm para nós.

Piaget usa ambos os termos para referir-se à mesma coisa:a inteligência adaptativa do indivíduo ou o conhecimentoque o habilita a adaptar-se a um maior número desituações.Este conhecimento é "conhecimento" no sentido amplo, eisto, para Piaget, é a mesma coisa que "inteligência". Édiferente do conhecimento no sentido restrito, no qual otermo refere-se a uma pequena informação.

"conhecimento", no sentido amplo, é o mesmo que"inteligência" e, no sentido restrito, refere-se a umapequena informação.

Se tentarmos ensinar às nossas crianças da pré-escola que Brasíliaé a capital do Brasil, o máximo que poderíamos obter seria umarepetição mecânica. As crianças não entenderiam a afirmaçãoporque não têm o quadro geral de conhecimento que necessitampara colocar esta afirmação. Elas precisam de um quadro geral degeografia e de organização política para compreender esta frase.

Com 4 anos de idade, mesmo morando em Brasília, nãocompreenderiam que moram numa cidade e num país "ao mesmotempo".A palavra "capital" pode significar uma pessoa, um edifício, umafonte ou nada. Para compreender "Brasília capital' e "Brasil" énecessária a capacidade de "classificação". A relação entre essaspalavras precisa ser entendida como o é por nós que conhecemosa relação entre Londres e Inglaterra, Paris e França, Lisboa ePortugal, etc.

Na 6ª série poderiam compreender um pouco melhor que Brasíliaé a capital do Brasil. Entretanto, mais tarde, lendo jornais,estudando Geografia, História e Educação Cívica e indo compessoas mais velhas, a Brasília, a mesma criança estará apta paraextrair ricas afirmações da frase: Brasília é, capital do Brasil.Se interrogada sobre do que a palavra Brasília a faz lembrar, elapoderá dizer: "palácio da Alvorada", "praça dos Três Poderes”, etc.

Estas associações exemplificam o ponto de vista de PIAGET,segundo o qual “desde que o conhecimento seja organizadonuma totalidade estrutural coerente, nenhum conceitopode existir isolado”. Cada conceito é sustentado e colorido poruma rede completa de outros conceitos.

Para PIAGET, o significado do conhecimento específico depende dodesenvolvimento do conhecimento no sentido amplo. A criançacompreende e aprende novas coisas através de seu amplo quadrode conhecimento (sua inteligência).

Um exemplo foi dado por uma psicóloga, cujo filho de 4anos perguntou: “Por que o sol é tão quente?” Tentandoresponder a seu filho de uma maneira que ele pudesseentender, a mãe disse: “Porque o sol é como uma grandebola de fogo”. A pergunta seguinte foi: “Quem atirou elalá?”

A razão desse tipo depensamento da criança pré-operacional, diferente dopensamento adulto, é que oconhecimento é construídona mente pela assimilação doconhecimento anterior: oconhecimento é sempre umtodo organizado em que cadanova idéia é encaixada.

DOIS TIPOS DE ESCOLA

O ENSINO TRADICIONAL E O CONSTRUTIVISTA

A tradição da decoreba A construção metódica

•Método: Transmissão de

informações, via oral, na sala de

aula, sem intercâmbio externo ou

experimentação ativa.

•Resultado: Espera-se que o aluno

reproduza aquilo que é transmitido

e assim ele é avaliado.

•Erros: Os erros recebem punição,

há até certo tempo, inclusive física;

hoje, com notas baixas e

reprovações.

•Método: Integração com o mundo

externo e com o mundo interno do

aluno.

•Resultado: Provocar o gosto de

aprender e a auto-suficiência na

busca de respostas.

•Erros: Indicam o estágio em que a

criança está. A avaliação valoriza o

que o aluno transforma e elabora.

DOIS TIPOS DE ESCOLA

O ENSINO TRADICIONAL E O CONSTRUTIVISTA

• Aluno: É visto comodepositário e alvo dasinformações.

• Professor: Cumpre opapel de transmissor doconhecimento.

• Escola: É o lugar onde sereproduz a herançacultural.

• Aluno: É tomado como um serpensante, com desenvolvimentopróprio.

• Professor: Procura ser umorientador que facilita aaprendizagem criando situaçõesestimulantes e motivadoras derespostas.

• Escola: É o espaço paratransmissão do saber eintegração do indivíduo àsociedade e à cultura.

A tradição da decoreba A construção metódica

O QUE É AMOR?

Esta foi uma pesquisa séria feita por profissionais de

educação e psicologia com um grupo de crianças de 4

a 8 anos.

Respostas:

AMOR É QUANDO ALGUÉM TE MAGOA,

E VOCÊ, MESMO MUITO MAGOADO,

NÃO GRITA, PORQUE SABE QUE ISSO

FERE SEUS SENTIMENTOS"

MATHEW, 6 ANOS

.

"QUANDO MINHA

AVÓ PEGOU

ARTRITE, ELA NÃO

PODIA SE

DEBRUÇAR PARA

PINTAR AS

UNHAS DOS

DEDOS DO PÉ.

MEU AVÔ,

DESDE ENTÃO,

PINTA AS UNHA

PARA ELA. MESMO

QUANDO ELE TEM

ARTRITE"

REBECCA, 8 ANOS

.

"AMOR É QUANDO UMA MENINA COLOCA

PERFUME E O MENINO COLOCA LOÇÃO

PÓS-BARBA,

E ELES SAEM JUNTOS E SE CHEIRAM" –

KARL, 5 ANOS

"EU SEI QUE MINHA IRMÃ MAIS VELHA ME

AMA, PORQUE ELA ME DÁ TODAS AS SUAS

ROUPAS VELHAS E TEM QUE SAIR PARA

COMPRAR OUTRAS"

- LAUREN, 4 ANOS

"AMOR É COMO UMA VELHINHA E UM

VELHINHO QUE AINDA SÃO MUITO AMIGOS,

MESMO

CONHECENDO HÁ MUITO TEMPO"

TOMMY, 6 ANOS

"QUANDO ALGUÉM TE AMA, A FORMA DE

FALAR SEU NOME É DIFERENTE"

- BILLY, 4 ANOS

"AMOR É QUANDO VOCÊ SAI PARA COMER E

OFERECE SUAS BATATINHAS FRITAS,

SEM ESPERAR QUE A OUTRA PESSOA TE

OFEREÇA AS BATATINHAS DELA"

- CHRISSY, 6 ANOS

"AMOR É O QUE ESTÁ COM A GENTE NO

NATAL, QUANDO VOCÊ PÁRA DE ABRIR OS

PRESENTES E O ESCUTA" - BOBBY, 5 ANOS

"SE VOCÊ QUER APRENDER A AMAR MELHOR,

VOCÊ DEVE COMEÇAR COM UM AMIGO QUE

VOCÊ NÃO GOSTA. "

NIKKA 6 ANOS.

"QUANDO VOCÊ FALA PARA ALGUÉM ALGO RUIM

SOBRE VOCÊ MESMO E SENTE MEDO QUE

ESSA PESSOA NÃO VENHA A TE AMAR POR CAUSA

DISSO, AÍ VOCÊ SE SURPREENDE, JÁ

QUE NÃO SÓ CONTINUAM TE AMANDO, COMO

AGORA TE AMAM MAIS AINDA" - SAMANTHA , 7

ANOS

"HÁ DOIS TIPOS DE

AMOR, O NOSSO AMOR

E O AMOR DE DEUS,

MAS O AMOR DE DEUS

JUNTA OS DOIS“

-JENNY, 4 ANOS

"AMOR É QUANDO

MAMÃE VÊ O PAPAI

SUADO E MAL

CHEIROSO E AINDA

FALA QUE ELE É

MAIS BONITO QUE O

ROBERT REDFORD "

- CHRIS, 8 ANOS

"DURANTE MINHA

APRESENTACÃO

DE PIANO, EU VI

MEU PAI NA

PLATÉIA ME

ACENANDO E

SORRINDO. ERA A

ÚNICA PESSOA

FAZENDO ISSO E

EU NÃO SENTIA

MEDO"

CINDY, 8 ANOS

"AMOR É QUANDO VOCÊ FALA PARA UM

GAROTO QUE LINDA CAMISA ELE ESTÁ

VESTINDO E

ELE A VESTE TODO DIA "

- NOELLE, 7 ANOS

"NÃO DEVERÍAMOS DIZER EU TE AMO A NÃO

SER QUANDO REALMENTE O SINTAMOS. E

SE SENTIMOS, ENTÃO DEVERÍAMOS

EXPRESSÁ-LO MUITAS VEZES. AS PESSOAS

ESQUECEM DE DIZÊ-LO"

- JESSICA, 8 ANOS

"AMOR É SE ABRAÇAR, AMOR É SE

BEIJAR, AMOR É DIZER NÃO "

- PATTY, 8 ANOS

"AMOR É

QUANDO SEU

CACHORRO

LAMBE SUA

CARA, MESMO

DEPOIS QUE

VOCÊ DEIXA ELE

SOZINHO O DIA

INTEIRO "

- MARY ANN, 4

ANOS

"QUANDO VOCÊ AMA

ALGUÉM, SEUS

OLHOS SOBEM E

DESCEM E PEQUENAS

ESTRELAS SAEM DE

VOCÊ "

KAREN, 7 ANOS

"DEUS PODERIA TER

DITO PALAVRAS

MÁGICAS PARA QUE

OS PREGOS CAÍSSEM

DO CRUCIFIXO, MAS

ELE NÃO DISSE ISSO.

ISSO É AMOR" –

MAX, 5 ANOS".