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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO NÚCLEO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE NANOEMULSÕES COM EXTRATO ETANÓLICO BRUTO DAS FOLHAS DE Melaleuca leucadendron E CLORIDRATO DE PILOCARPINA PARA O USO POTENCIAL COMO RADIOPROTETOR TÓPICO KAREN VITOR CARVALHO OURO PRETO MG 2014

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Page 1: DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE …‡ÃO... · Desenvolvimento Galênico, no Laboratório de Farmacognosia e no Laboratório de Imunoparasitologia, por ... Determinação do teor

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

NÚCLEO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE

NANOEMULSÕES COM EXTRATO ETANÓLICO BRUTO

DAS FOLHAS DE Melaleuca leucadendron E CLORIDRATO

DE PILOCARPINA PARA O USO POTENCIAL COMO

RADIOPROTETOR TÓPICO

KAREN VITOR CARVALHO

OURO PRETO – MG

2014

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KAREN VITOR CARVALHO

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE

NANOEMULSÕES COM EXTRATO ETANÓLICO BRUTO

DAS FOLHAS DE Melaleuca leucadendron E CLORIDRATO

DE PILOCARPINA PARA O USO POTENCIAL COMO

RADIOPROTETOR TÓPICO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Biotecnologia da Universidade

Federal de Ouro Preto como parte das exigências

para obtenção do grau de mestre em

Biotecnologia.

Orientador: Prof. Dr. Orlando David Henrique

dos Santos - UFOP

OURO PRETO – MG

2014

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FICHA CATALOGRÁFICA

C331d Carvalho, Karen Vitor.

Desenvolvimento e avaliação de nanoemulsões com extrato etanólico bruto das folhas de Melaleuca leucadendron e cloridrato de pilocarpina para o uso potencial como radioprotetor tópico [manuscrito] / Karen Vitor Carvalho. - 2014. 129f.: il.: color; grafs; tabs.

Orientador: Prof. Dr. Santos Orlando David Henrique dos.

Coorientador: Prof. Dr. Souza Gustavo Henrique Bianco de.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro

Preto. Instituto de Ciências Exatas e Biológicas.

Departamento de Farmácia. Núcleo de Pesquisas em Ciências

Biológicas.

Área de Concentração Biotecnologia aplicada a processos e

ao tratamento de doenças.

1. Radioterapia - Teses. 2. Agentes de radiopreteção -

Teses. I. Santos, Orlando David Henrique dos. II. Souza,

Gustavo Henrique Bianco de. III. Universidade Federal de

Ouro Preto. IV. Titulo.

CDU: 615.849

Catalogação: www.sisbin.ufop.br

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“Eu me sinto como uma criança brincando à beira-mar, divertindo-me

em descobrir uma pedrinha mais lisa ou uma concha mais bonita que as outras,

enquanto o imenso oceano da verdade continua misterioso diante de meus olhos.”

Isaac Newton

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Aos meus pais,

meus maiores exemplos e minha

maior fonte de energia e coragem

Com amor, dedico!

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Agradecimentos

À Deus por estar comigo a cada instante! Obrigada por cuidar de mim, da minha família

e dos meus amigos, permitindo que encontremos apoio uns nos outros!

Ao Orlando, pela oportunidade proporcionada ao aceitar ser meu orientador! Obrigada

por confiar na minha capacidade, compartilhar conhecimentos e se empenhar em me

amparar mesmo de longe!

Aos meus pais, ao Ritchelly e à vó Geralda, por serem a minha família, o meu porto

seguro! Obrigada pelo amor, pela dedicação e por acreditarem em mim mesmo quando

eu duvidei!

Aos meus demais familiares, pelos bons conselhos, palavras de incentivo e por cada

pequeno gesto de afeto e cuidado! Em especial ao tio Hariph, à tia Zenaidia, à tia

Elisama e suas respectivas famílias, por estarem sempre presentes!

Ao amigo Ricardo Zatti, por me incentivar a escolher esse caminho, me indicar ao

Orlando e me motivar sempre!

Aos hermanos Ricardo, Simone e Vanessa, por toda amizade, cumplicidade e

crescimento! Obrigada pelos momentos e conhecimentos compartilhados, desde os dias

de trabalho intenso no laboratório até as risadas mais despreocupadas fora dele!

Aos amigos que me receberam no mestrado, Liliam, Zabelê, Shiara, Diego, Thais e

Fred, por me acolherem com os corações abertos! Obrigada pelo cuidado, pelas dicas,

pelas alegrias, enfim, pelo companheirismo que fez de vocês tão especiais para mim!

Aos amigos que vieram com o tempo, em especial Thales, Patrícia e Quênia, por

tornarem o meu dia-a-dia muito mais agradável! Obrigada por todo apoio, conversas e

descontrações!

Ao Gustavo e à Marina, por sua imensa dedicação e disponibilidade! Obrigada por toda

a boa vontade, abrindo mão de finais de semana e feriados para me ajudar! Sou muito

grata pela amizade que construímos e por me fazerem acreditar que era possível

concluir os experimentos!

Aos amigos de Sericita, que eu trago sempre na bagagem, por serem parte de mais essa

conquista! Obrigada por todo amor e torcida dedicados a mim!

Aos amigos feitos durante a graduação, em especial à galera do PAH e às amigas do

ninho, por continuarem sendo parte da minha vida! Obrigada pela cumplicidade que

mantivemos e por nunca deixarem que eu perca a motivação!

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À Andressa, à Rose e à Carol, por cada um dos milhares de bons momentos que

tivemos como As vizinha! À Isa e à Zuck por completarem esse time! Obrigada pela

amizade e companheirismo de sempre!

À Republica Hipnose, com suas moradoras, ex-alunos e agregados, por me conceder a

fantástica experiência de morar em uma república com o meu perfil! Obrigada Neylli,

Satto, Lorens, Sílvia e Raquel por se tornarem as amigas com quem eu vivi tudo isso!

À gloriosa Republica Tcheca, por ser uma segunda casa para mim! Obrigada Ricardo,

por me levar até eles! Obrigada moradores, ex-alunos e agregados, por serem amigos

admiráveis, que o convívio transformou em família!

Às republicas estudantis, em especial à Alforria, Mata Burro, Skulaxu, Saideira, Mata

Virgem e Molotov, por serem fonte de amizade e descontração!

Ao professor Gustavo, meu co-orientador, por sua assistência! Obrigada pelas sugestões

enriquecedoras que fez!

À professora Sandra, por sua colaboração! Obrigada por aceitar essa parceria, me

ensinar sobre uma área nova e me disponibilizar o Gustavo e a Marina!

Ao professor Bibo, por todo o conhecimento científico e pessoal compartilhados!

Obrigada por ser um exemplo de professor e de pessoa!

Aos professores Milton e Daniel por aceitarem participar da banca e contribuir para o

enriquecimento desse estudo! Obrigada pela prontidão!

Aos funcionários do Cipharma, em especial à Mirella, Léo, Paty, Ramon e Jhon, por

sua disponibilidade e boa vontade! Obrigada pelo apoio e convívio!

Ao Josino e à Renata Guerra, por todo esclarecimento e ajuda que foram prestados!

Obrigada pela disposição!

A todos com quem dividi tempo e espaço no Laboratório de Nanotecnologia e

Desenvolvimento Galênico, no Laboratório de Farmacognosia e no Laboratório de

Imunoparasitologia, por toda contribuição e boa convivência!

À Prefeitura Municipal de Sericita, em especial à Marilda, Robson, Elielma e Wagner,

por me cederem um espaço com internet de qualidade para escrever! Obrigada pela

prestatividade e amizade!

À ilustre Escola de Farmácia, por ter a honra de fazer parte da sua história!

À Fapemig, por conceder a bolsa que tanto me ajudou financeiramente!

A todos que colaboraram, os meus sinceros agradecimentos!

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SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................... i

ABSTRACT............................................................................................................... ii

LISTA DE FIGURAS............................................................................................... iii

LISTA DE TABELAS.............................................................................................. v

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS............................................................. vii

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 1

2. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................ 4

2.1. O câncer............................................................................................................... 5

2.2. Radioterapia......................................................................................................... 6

2.2.1.Radiodermatites................................................................................................. 7

2.3. Radioprotetores.................................................................................................... 9

2.3.1. Atividade antioxidante...................................................................................... 10

2.3.1.1. Método de redução do radical DPPH............................................................ 12

2.3.1.2. Método de redução do radical ABTS............................................................ 12

2.4. Melaleuca leucadendron..................................................................................... 13

2.5. Cloridrato de pilocarpina..................................................................................... 15

2.6. Óleo de girassol................................................................................................... 16

2.7. Nanoemulsões...................................................................................................... 17

2.7.1. Estabilidade das nanoemulsões......................................................................... 19

2.7.2. Emulsificação pelo método da temperatura de inversão de fases..................... 20

2.7.3. Vantagens das nanoemulsões........................................................................... 20

3. OBJETIVOS......................................................................................................... 22

4. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................. 24

4.1. Materiais.............................................................................................................. 25

4.1.1. Material Botânico............................................................................................. 25

4.1.2. Material para o desenvolvimento das nanoemulsões........................................ 25

4.2. Obtenção do extrato............................................................................................. 26

4.3. Prospecção Fitoquímica....................................................................................... 27

4.3.1. Compostos fenólicos......................................................................................... 28

4.3.2. Triterpenos e esteróides.................................................................................... 28

4.3.3. Taninos............................................................................................................. 28

4.3.4. Flavonóides....................................................................................................... 28

4.3.5. Antranóides e cumarinas................................................................................... 29

4.3.6. Saponinas.......................................................................................................... 29

4.3.7. Alcalóides......................................................................................................... 29

4.4. Determinação do teor de fenóis totais................................................................. 29

4.5. Avaliação da capacidade antioxidante in vitro.................................................... 30

4.5.1. Método de redução do radical DPPH............................................................... 30

4.5.2. Método de redução do radical ABTS liofilizado.............................................. 31

4.6. Desenvolvimento das nanoemulsões O/A........................................................... 32

4.6.1. Emulsificação por inversão de fases................................................................. 32

4.6.2. Determinação da composição das nanoemulsões............................................. 32

4.6.3. Determinação do sistema tensoativo................................................................ 33

4.7. Avaliação macroscópica das formulações........................................................... 34

4.8. Avaliação microscópica das formulações............................................................ 34

4.9. Determinação da distribuição granulométrica..................................................... 34

4.10. Testes preliminares de estabilidade................................................................... 35

4.10.1. Estresse térmico.............................................................................................. 36

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4.10.2. Centrifugação.................................................................................................. 36

4.11. Adição dos princípios ativos às nanoemulsões.................................................. 36

4.11.1. Adição do EEB............................................................................................... 36

4.11.2. Adição do cloridrato de pilocarpina............................................................... 37

4.12. Caracterização físico-química das nanoemulsões.............................................. 37

4.12.1. Avaliação macroscópica................................................................................. 37

4.12.2. Avaliação microscópica.................................................................................. 38

4.12.3. Determinação da distribuição granulométrica................................................ 38

4.12.4. Determinação do pH....................................................................................... 38

4.12.5. Determinação da temperatura de inversão de fases........................................ 38

4.12.6. Determinação do potencial zeta...................................................................... 38

4.13. Testes de estabilidade........................................................................................ 39

4.14. Determinação da citotoxicidade in vitro das nanoemulsões por MTT.............. 39

4.15. Determinação da atividade antioxidante in vitro das nanoemulsões................. 41

4.16. Análises estatísticas........................................................................................... 43

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 44

5.1. Obtenção do extrato............................................................................................. 45

5.2. Prospecção fitoquímica........................................................................................ 45

5.3. Determinação do teor de fenóis totais................................................................. 46

5.4. Avaliação da capacidade antioxidante in vitro.................................................... 48

5.4.1. Avaliação da capacidade antioxidante do extrato............................................. 48

5.4.1.1. Método de redução do radical DPPH............................................................ 48

5.4.1.2. Método de redução do radical ABTS liofilizado........................................... 49

5.4.2. Avaliação da capacidade antioxidante do cloridrato de pilocarpina................. 51

5.4.3. Avaliação da capacidade antioxidante do óleo de girassol............................... 51

5.4.3.1. Método de redução do radical DPPH............................................................ 51

5.4.3.2. Método de redução do radical ABTS liofilizado........................................... 53

5.5. Desenvolvimento das nanoemulsões O/A........................................................... 54

5.6. Determinação da distribuição granulométrica..................................................... 59

5.7. Testes preliminares de estabilidade..................................................................... 59

5.7.1. Estresse térmico................................................................................................ 60

5.7.2. Centrifugação.................................................................................................... 60

5.8. Adição dos princípios ativos às nanoemulsões.................................................... 61

5.8.1. Adição do EEB................................................................................................. 61

5.8.2 Adição do cloridrato de pilocarpina.................................................................. 63

5.9. Caracterização físico-química das nanoemulsões................................................ 64

5.9.1. Avaliação macroscópica................................................................................... 65

5.9.2. Avaliação microscópica.................................................................................... 65

5.9.3. Determinação da distribuição granulométrica.................................................. 65

5.9.4. Determinação do pH......................................................................................... 66

5.9.5. Determinação da temperatura de inversão de fases.......................................... 67

5.9.6. Determinação do potencial zeta........................................................................ 69

5.10. Testes de estabilidade........................................................................................ 71

5.10.1. Estresse térmico.............................................................................................. 71

5.10.2. Centrifugação.................................................................................................. 72

5.11. Determinação da citotoxicidade in vitro das nanoemulsões por MTT.............. 73

5.12. Determinação da atividade antioxidante in vitro das nanoemulsões................. 75

6. CONCLUSÃO....................................................................................................... 80

7.PERSPECTIVAS................................................................................................... 82

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 84

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i

RESUMO

CARVALHO, K. V. Desenvolvimento e avaliação de nanoemulsões com extrato

etanólico bruto das folhas de Melaleuca leucadendron e cloridrato de pilocarpina

para o uso potencial como radioprotetor tópico. 2014. Dissertação (Mestrado).

Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto.

As radiodermatites são efeitos secundários que podem comprometer a dose e a

adesão à radioterapia, em pacientes com câncer. Substâncias radioprotetoras não

tóxicas, capazes de prevenir ou minimizar esses danos, são necessárias. A espécie

Melaleuca leucadendron e a pilocarpina possivelmente apresentam essa capacidade. O

objetivo da pesquisa foi desenvolver e avaliar nanoemulsões com extrato etanólico

bruto das folhas de Melaleuca leucadendron e cloridrato de pilocarpina para o uso

potencial como radioprotetor tópico. O extrato de M. leucadendron foi obtido e

apresentou conteúdo fenólico de 10,23%. O cloridrato de pilocarpina não apresentou

capacidade antioxidante. O extrato e o óleo de girassol foram altamente antioxidantes,

apresentando CE50 de 17,0 ±0,59 µg/mL e 6,39 ±0,27 mg/mL, respectivamente, pelo

método DPPH. Nanoemulsões estáveis foram obtidas combinando óleo de girassol,

monoestearato de sorbitano e óleo de rícino hidrogenado e etoxilado, através do método

de inversão de fases. Boa incorporação do extrato às nanoemulsões foi obtida

ultrassonicando o mesmo com o tensoativo hidrofílico previamente ao aquecimento da

fase oleosa. O cloridrato de pilocarpina foi adicionado durante o processo de

resfriamento das formulações. A nanoemulsão base e as nanoemulsões com extrato,

pilocarpina ou ambos ativos apresentaram tamanho de partícula entre 70 e 80 nm, com

baixo índice de polidispersão. Essas quatro emulsões apresentaram pH e temperatura de

inversão de fases característicos de sistemas estáveis e condizentes com o método de

obtenção utilizado. O potencial zeta dessas nanoemulsões foi superior a 30 mV em

módulo, conferindo estabilidade eletrostática às mesmas. As formulações

permaneceram inalteradas em até 60 dias de armazenamento, mesmo após os ensaios de

estabilidade. Foi observada citotoxicidade dependente das concentrações do extrato e/ou

pilocarpina, sendo que nanoemulsões com quantidades totais de ativos inferiores a 500

µg/ mL apresentaram viabilidade celular superior a 80%. As nanoemulsões foram

capazes de manter, com certa redução, os potenciais antioxidantes do extrato e do óleo

de girassol e um possível sinergismo entre os dois foi observado. As formulações com

pilocarpina apresentaram atividade antioxidante decorrente do óleo na composição. As

concentrações eficazes foram bastante inferiores às com toxicidade acima do aceitável.

As nanoemulsões obtidas foram caracterizadas como potenciais radioprotetores para uso

tópico, sendo necessário confirmar essa ação em estudos posteriores.

Palavras-chave: Radioterapia, radioproteção, Melaleuca leucadendron, cloridrato de

pilocarpina, nanoemulsões.

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ii

ABSTRACT

CARVALHO, K. V. Development and evaluation of nanoemulsions with crude

ethanol extract of Melaleuca leucadendron’s leaves and pilocarpine hydrochloride

for potential use as a radioprotective topic. 2014. Dissertação (Mestrado). Núcleo de

Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto.

Radiodermatites are side effects that may compromise dose and adherence to

radiotherapy in cancer patients. Non-toxic radioprotectors, to prevent or minimize these

damages, are necessary. Melaleuca leucadenron specie and pilocarpine possibly present

this ability. The aim of this study was to develop and evaluate nanoemulsions

containing crude ethanol extract of Melaleuca leucadendron’s leaves and pilocarpine

hydrochloride for potential use as a radioprotective topic. Extract of M. leucadendron

was obtained and presented phenolic content of 10.23%. Pilocarpine hydrochloride did

not show antioxidant activity. Extract and sunflower oil were highly antioxidant, with

IC50 of 17.0 ± 0.59 µg / mL and 6.39 ± 0.27 mg / mL, respectively, by DPPH method.

Stable nanoemulsions were obtained by combining sunflower oil, sorbitan

monostearate, and ethoxylated hydrogenated castor oil, by phase inversion method.

Good incorporation of the extract in nanoemulsion was obtained by sonication with the

hydrophilic surfactant before heating the oil phase. Pilocarpine hydrochloride was

added during the cooling process of the formulations. Free nanoemulsion and

nanoemulsions with extract, pilocarpine or both, presented particle size in the range of

70 and 80 nm, with low polydispersity. These four emulsions showed pH and phase

inversion temperature characteristic of stable systems, consistent with the method of

production used. Zeta potential of these nanoemulsions was more than 30 mV in

magnitude, giving them electrostatic stability. Formulations have not changes during the

period of 60 days, even after stability tests. Depending on the concentrations of the

extract and / or pilocarpine cytotoxicity was observed, and nanoemulsions with total

quantities of active lower 500 µg / mL showed a 80% cell viability. Nanoemulsions

were able to maintain, with just a sligth reduction, the antioxidant potential of the

extract and sunflower oil, and possible synergism between the two was observed.

Formulations with pilocarpine showed antioxidant activity due to the oil in its

composition. Effective concentrations were much lower than concentrations with

toxicity above the acceptable. Nanoemulsions obtained were characterized as potential

radioprotective for topical use, being necessary to confirm this action in subsequent

studies.

Keywords: Radiotherapy, radioprotection, Melaleuca leucadendron, pilocarpine

hydrochloride, nanoemulsions.

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iii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pele e anexos cutâneos. Fonte: MEZADRI, 2010.....................................

8

Figura 2: Reação de redução do radical DPPH pelo antioxidante sintético BHT.

Fonte: TIVERON, 2010..............................................................................................

12

Figura 3: Redução do radical ABTS por um antioxidante e sua formação por

persulfato de potássio. Fonte: HUANG et al., 2005...................................................

13

Figura 4: Árvores da espécie Melaleuca leucadendron, localizadas no campus da

Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).............................................................

14

Figura 5: Folhas, frutos e partes do caule da espécie Melaleuca leucadendron....... 14

Figura 6: Fórmula estrutural do cloridrato de pilocarpina. Fonte: Farmacopéia

Brasileira V, 2010.......................................................................................................

16

Figura 7: Aspecto translúcido de uma nanoemulsão em comparação com água

purificada. Fonte: ROCHA-FILHO 2014...................................................................

18

Figura 8: Estrutura molecular do monooleato de sorbitano. Fonte:

www.sigmaaldrich.com/catalog/product/sigma/s6760...............................................

25

Figura 9: Estrutura molecular do monoestearato de sorbitano. Fonte:

www.sigmaaldrich.com/catalog/product/aldrich/w302805........................................

26

Figura 10: Etapas do processo de obtenção do extrato etanólico bruto das folhas

de Melaleuca leucadendron. A – Folhas secas pulverizadas. B – Solvente sendo

eliminado do extrato em evaporador rotativo.............................................................

26

Figura 11: Representação esquemática da determinação da distribuição

granulométrica pela técnica de espectroscopia de correlação de fótons (PCS).

Fonte: YAJING et al., 2014........................................................................................

35

Figura 12: Extrato etanólico bruto das folhas de Melaleuca leucadendron.............. 45

Figura 13: Curva de calibração e sua respectiva equação linear obtidas para o

ácido-gálico pelo método Folin-Ciocalteu para quantificação de compostos

fenólicos (média ± desvio padrão, n = 3)...................................................................

46

Figura 14: Reação de neutralização de radical livre por estrutura fenólica básica,

através da doação de hidrogênio, originando intermediário pouco reativo................

47

Figura 15: Capacidade de inibição do radical DPPH em função da concentração

do EEB de Melaleuca leucadendron após 30 e 60 minutos de reação (média ±

desvio padrão, n = 3)..................................................................................................

48

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iv

Figura 16: Curva de calibração e sua respectiva equação linear obtidas para o α-

tocoferol pelo método de redução do radical ABTS liofilizado (média ± desvio

padrão, n = 3)..............................................................................................................

49

Figura 17: Capacidade de inibição do radical DPPH em função da concentração

do óleo de girassol após 30 e 60 minutos de reação. (média ± desvio padrão, n = 3)

52

Figura 18: Fotomicrografia de formulações utilizando o sistema tensoativo Span

80/ Croduret 50 Special, 24 horas após o preparo, aumento de 400X. A – emulsão

SC5 sob luz branca comum. B – emulsão SC3 sob luz polarizada............................

55

Figura 19: Fotomicrografia, sob luz polarizada, de uma das formulações

utilizando o sistema tensoativo Crill 3/ Croduret 50 Special num total de 10 % de

fase oleosa, emulsão CC5, 24 horas após o preparo, aumento de 400X....................

56

Figura 20: Fotomicrografia, sob luz polarizada, da emulsão CC15, utilizando o

sistema tensoativo Crill 3/ Croduret 50 Special num total de 20 % de fase oleosa,

24 horas após o preparo, aumento de 400X................................................................

57

Figura 21: Emulsão CC13 durante resfriamento sob agitação, com aspecto

transparente azulado...................................................................................................

58

Figura 22: Fotomicrografia sob luz polarizada, das formulações com aspecto

macroscópico de nanoemulsões, 24 horas após o preparo, aumento de 1000X. A –

emulsão CC13. B – emulsão CC14............................................................................

58

Figura 23: Incorporação de 0,5% do EEB previamente ao aquecimento da fase

oleosa. A – método I: EEB adicionado à fase oleosa completa. B – método II: EEB

adicionado ao Croduret 50 Special e sonicado por 2 horas. C – método III: EEB

adicionado ao Croduret 50 Special e sonicado por 4 horas........................................

62

Figura 24: Formulações contendo 0,1% de EEB. A – nanoemulsão obtida pelo

método I. B – nanoemulsão obtida pelo método III...................................................

62

Figura 25: Condutividade elétrica das nanoemulsões em função da temperatura..... 68

Figura 26: Viabilidade celular das nanoemulsões com EEB (E1 a E7) e das

nanoemulsões com cloridrato de pilocarpina (P1 a P7), avaliada pelo método

MTT, frente a macrófagos (média ± desvio padrão, n = 3)........................................

74

Figura 27: Viabilidade celular das nanoemulsões com EEB e cloridrato de

pilocarpina, avaliada pelo método MTT, frente a macrófagos (média ± desvio

padrão, n = 3). Nessas formulações, as concentrações em %, de EEB e pilocarpina,

respectivamente, são: EP1 = 0,01/0,01; EP2 = 0,02/0,01; EP3 = 0,02/0,02 e EP4 =

0,05/0,05.....................................................................................................................

74

Figura 28: Capacidade de inibição do radical DPPH em função da concentração

de EEB nas nanoemulsões após 30 e 60 minutos de reação (média ± desvio

padrão, n = 3)..............................................................................................................

77

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v

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Composições testadas para a obtenção das nanoemulsões........................ 33

Tabela 2: Composição, denominação e proporção do sistema tensoativo

empregado para cada uma das formulações desenvolvidas........................................

33

Tabela 3: Concentrações dos princípios ativos em cada uma das nanoemulsões

avaliadas quanto à citotoxicidade pelo método MTT.................................................

41

Tabela 4: Concentrações dos princípios ativos em cada uma das nanoemulsões

avaliadas quanto à capacidade antioxidante pelo método DPPH...............................

42

Tabela 5: Triagem da presença dos principais metabólitos secundários no EEB

das folhas de Melaleuca leucadendron.......................................................................

45

Tabela 6: Comparação da capacidade redutora de DPPH do EEB das folhas de

Melaleuca leucadendron, com alguns antioxidantes sintéticos e extratos vegetais...

49

Tabela 7: Comparação da capacidade redutora de DPPH do óleo de girassol e

alguns outros óleos.....................................................................................................

52

Tabela 8: Concentração de α-tocoferol com capacidade redutora do radical ABTS

equivalente a da solução de óleo de girassol diluído 10 vezes...................................

53

Tabela 9: Aspecto macroscópico das emulsões desenvolvidas utilizando Span

80/Croduret 50 Special como sistema tensoativo.......................................................

54

Tabela 10: Aspecto macroscópico das emulsões desenvolvidas utilizando Crill

3/Croduret 50 Special como sistema tensoativo.........................................................

55

Tabela 11: Resultados da distribuição granulométrica após o teste de estresse

térmico (média ± desvio padrão, n = 3)......................................................................

60

Tabela 12: Resultados da distribuição granulométrica após o teste de

centrifugação (média ± desvio padrão, n = 3)............................................................

61

Tabela 13: Composições centesimais das nanoemulsões utilizadas nos ensaios de

caracterização..............................................................................................................

64

Tabela 14: Distribuição granulométrica obtida para caracterização das

nanoemulsões, 24 horas após o preparo (média ±desvio padrão, n = 3) ..................

65

Tabela 15: Valores de pH das nanoemulsões após 1, 7 e 30 dias do preparo

(média ± desvio padrão, n = 3)...................................................................................

66

Tabela 16: Tabela 16: Temperatura de inversão de fases (TIF) obtida para

caracterização das nanoemulsões, 24 horas após o preparo.......................................

69

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vi

Tabela 17: Potencial zeta obtido para caracterização das nanoemulsões, 24 horas

após o preparo (média ±desvio padrão, n = 3)............................................................

70

Tabela 18: Distribuição granulométrica das nanoemulsões posteriormente aos

testes de estresse térmico realizados 1, 7, 15, 30 e 60 dias após seu preparo (média

±desvio padrão, n = 3)................................................................................................

71

Tabela 19: Distribuição granulométrica das nanoemulsões posteriormente aos

testes de centrifugação realizados 1, 7, 15, 30 e 60 dias após seu preparo (média

±desvio padrão, n = 3)................................................................................................

72

Tabela 20: Capacidade de inibição do radical DPPH, observada após 30 e 60

minutos, apresentada pelas nanoemulsões com EEB, de E1 a E6..............................

76

Tabela 21: Capacidade de inibição do radical DPPH, observada após 30 e 60

minutos, apresentada pelas nanoemulsões com cloridrato de pilocarpina, de P1 a

P6................................................................................................................................

78

Tabela 22: Capacidade de inibição do radical DPPH, observada após 30 e 60

minutos, apresentada pelas nanoemulsões com EEB e cloridrato de pilocarpina, de

EP1 a EP4...................................................................................................................

78

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vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A/O Água em óleo

ABTS 2,2-azinobis (3-etilbenzotiazolina-acidosulfónico)

ANOVA Análise de variância

BHT Butilhridroxitolueno

CC Crill 3 / Croduret 50 Special

CCD Cromatografia em camada delgada

CE50 Concentração eficaz a 50 %

CT50 Concentração tóxica a 50 %

DEMEM Meio Eagle Modificado por Dulbecco

DNA Ácido desoxirribonucléico

DPPH 2,2-difenil-1-picrilhidrazil

EAG Equivalentes de ácido gálico

EAT Equivalentes de α-tocoferol

EEB Extrato etanólico bruto

EHL Equilíbrio hidrofílico-lipofílico

ELISA Ensaio imunoenzimático

EROs Espécies reativas de oxigênio

FDA Food and Drug Administration

IDPPH Inibição do radical DPPH

INCA Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva

IP Índice de polidispersão

Log P Coeficiente de partição óleo-água

MTT 3-(4,5-dimetil-tiazol-2-il)-2,5-difenil-tetrazólio

NB Nanoemulsão base

NE Nanoemulsão com EEB

NEP Nanoemulsão com EEB e pilocarpina

NP Nanoemulsão com pilocarpina

O/A Óleo em água

OMS Organização Mundial da Saúde

P.A Padrão analítico

PBS Tampão fosfato-salina

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viii

PCS Espectroscopia de correlação de fótons

SC Span 80 / Croduret 50 Special

SPSS Statistical Package for Social Sciences

TE Equivalentes de Trolox

TIF Temperatura de inversão de fases

UV Ultravioleta

UV- vis Ultravioleta-visível

VC Viabilidade celular

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Introdução

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Introdução

2

1. INTRODUÇÃO

O câncer é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo. A

terapia com radiação tem sido utilizada, por aproximadamente 100 anos, como um

modo efetivo de tratamento dessa patologia, sendo necessária em mais da metade dos

casos (MAURYA et al., 2006; GUERRA et al., 2012; JEONG et al., 2014;

HALVORSEN et al., 2014).

A radioterapia tem como fundamento a aplicação de uma dose determinada de

radiação ionizante, num volume tumoral previamente definido, com a finalidade de

diminuir ou erradicar o tumor. No entanto, para chegar às células cancerosas, a radiação

atravessa os tecidos adjacentes causando danos aos mesmos (REIS, 2008; KHAN e

ALHOMIDA, 2011). A base dessa terapia é lesionar direta ou indiretamente o DNA,

causando danos irreparáveis. Geralmente a morte das células ocorre na primeira ou em

uma das primeiras divisões celulares pós-radiação, acometendo preferencialmente os

tecidos com maior proliferação (STONE et al., 2003; MARKOUIZOU et al., 2007;

BURDAK-ROTHKAMM e PRISE, 2009).

A pele é uma barreira de defesa biológica e, devido à sua elevada taxa

proliferativa, é também um dos principais órgãos afetados pelos danos que essa terapia

promove. Muitas vezes apresenta a inflamação específica da radiação, denominada

radiodermatite. Essas lesões cutâneas podem ser limitantes da dosagem aplicada na

sequência do tratamento, comprometendo sua eficácia ou a qualidade de vida do

paciente. E, algumas reações agudas graves, podem requerer a suspensão temporária ou

permanente da radioterapia (MARKOUIZOU et al., 2007; MEI et al., 2014).

Com a intenção de proteger os tecidos não alvo dos efeitos da radiação, têm sido

utilizados agentes químicos com capacidade radioprotetora. Esses compostos agem

diminuindo a interação da radiação com as células dos tecidos saudáveis. Como

exemplos podem-se citar as substâncias com propriedades antioxidantes, que diminuem

a ação dos radicais livres formados, protegendo dos danos celulares subsequentes

(BALIGA e RAO, 2010; CITRIN et al., 2010; BEGG et al., 2011). Embora haja certo

número de compostos descritos com função radioprotetora, apenas a amifostina está

atualmente em uso clínico. Esse agente tem limitações decorrentes da sua toxicidade.

Assim, há uma carência de substâncias, especialmente de origem natural, que protejam

as células normais, apresentando baixo nível tóxico e fácil administração (YOU et al.,

2009; BEGG et al., 2011; RAZZAGHDOUST et al., 2014).

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Introdução

3

O desenvolvimento de medicamentos, historicamente, é sinônimo do estudo de

princípios ativos derivados de fontes naturais, principalmente espécies vegetais. A

espécie Melaleuca leucadendron é pertencente à família Myrtaceae, proveniente da

Austrália e comum em regiões de clima tropical a temperado. Alguns extratos da

espécie e o óleo essencial das folhas tem sido relacionados com potenciais antioxidantes

e anti-inflamatórios (FU et al., 2010; PUJIARTI et al., 2011; YUN et al., 2012).

A pilocarpina é um alcalóide presente nas folhas da espécie vegetal Pilocarpus

microphyllus, conhecida popularmente como jaborandi. É um agonista muscarínico

utilizado nos tratamentos de glaucoma e xerostomia. Em muitos países tem sido

utilizada para amenizar efeitos adversos consequentes do tratamento radioterápico,

sendo o seu uso aprovado para tratar a baixa salivação decorrente da radioterapia

(RODRÍGUEZ-CABALLERO et al. 2012; SAWAYA et al., 2011; ARARUNA et al.,

2012; KIM et al., 2014).

As nanoformulações, incluindo nanoemulsões, têm sido constantemente

utilizadas como carreadoras de substâncias de origem vegetal, melhorando as

propriedades farmacocinéticas dos produtos e protegendo contra toxicidade e

degradação (ANSARI et al., 2012; KUMARI et al., 2012). As nanoemulsões

apresentam as vantagens de aumentar a solubilidade e a permeabilidade das substâncias

ativas. Quando aplicadas topicamente, são capazes de penetrar nas rugosidades até

mesmo da pele áspera. Além disso, apresentam caráter estético agradável e causam boa

sensação quando aplicadas (TADROS et al., 2004; MORAIS et al. 2006; KUMARI et

al., 2012).

Considerando o elevado número de pacientes acometidos por radiodermatites, a

finalidade desse estudo foi associar as propriedades da Melaleuca leucadendron e da

pilocarpina às vantagens oferecidas por sistemas nanoemulsionados, tentando suprir a

necessidade de medicamentos, de origem natural, capazes de prevenir ou minimizar

essas lesões cutâneas. Assim, o objetivo geral foi desenvolver nanoemulsões com

extrato etanólico bruto das folhas de Melaleuca leucadendron e cloridrato de

pilocarpina, e avaliar essas formulações quanto a um potencial uso como radioprotetores

tópicos.

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Revisão da Literatura

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Revisão da Literatura

5

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. O câncer

O câncer é uma das principais causas de óbito no mundo. Segundo a

Organização Mundial de Saúde (OMS) (2014), causou 8,2 milhões de mortes em 2012.

São milhões de casos incidentes anualmente, sendo que, de acordo o Instituto Nacional

de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) estima-se que só no Brasil, ocorram

aproximadamente 576 mil novos casos, no biênio 2014/2015 (BRASIL, 2014).

A doença se caracteriza pelo crescimento rápido e incontrolável de células

anormais e pode afetar qualquer parte do organismo. Essas células cancerosas podem

romper seus limites habituais, atingir tecidos adjacentes e posteriormente invadir outros

órgãos, fenômeno denominado metástase (CASTLE et al., 2014; CHEN et al., 2014).

Muitos tipos de câncer ainda não respondem totalmente às intervenções

terapêuticas. Para uma maior eficácia do monitoramento e tratamento, com chances de

cura, é necessário um diagnóstico precoce e exato (ILYAS et al., 2014; VULAPALLI,

2014; SU et al., 2015).

O objetivo da terapia é curar a doença ou prolongar consideravelmente a

sobrevida do paciente, assim como melhorar a qualidade de vida. O tratamento dessa

patologia requer uma seleção cuidadosa de uma ou mais intervenções. As principais

alternativas são cirurgia, radioterapia e quimioterapia (BALIGA e RAO, 2010; KHAN e

ALHOMIDA, 2011; OMS, 2014).

A quimioterapia citotóxica é a intervenção mais comum. Nesse tratamento, as

células cancerosas que se dividem rapidamente são mortas. Algumas células saudáveis,

que apresentam maiores taxas proliferativas, também costumam ser eliminadas por

dificuldades na especificidade da medicação (VULAPALLI, 2014).

A radioterapia é considerada a primeira linha de tratamento para uma grande

variedade de tumores malignos. É necessária em cerca de 50 % dos casos, sendo

comumente associada à quimioterapia, para uma maior eficiência. (BEIJER et al., 2013;

JEONG et al., 2014).

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Revisão da Literatura

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2.2. Radioterapia

Desde o final do século XIX, quando houve a descoberta de meios de gerar

Raios X por Wilhelm Conrad Roentgen, a terapia com radiação ionizante tem sido

desenvolvida como uma parte essencial do diagnóstico e do tratamento de vários tipos

de câncer. A intervenção por esse método pode ser realizada como uma modalidade

primária ou como adjuvante, em combinação com cirurgia, quimioterapia, terapia

hormonal e imunoterapia (VUJOŠEVIĆ e BOKOROV, 2010; KHAN e ALHOMIDA,

2011).

A radioterapia tem como princípio geral causar danos irreparáveis ao DNA das

células cancerosas, impedindo que as mesmas cresçam ou se reproduzam. É utilizada

com intenção curativa ou paliativa. Pode ser aplicada de formas diferentes, dependendo

do tipo de câncer e dos objetivos do tratamento. Pode ser através de feixe externo,

denominada teleterapia, através de braquiterapia, que consiste em incidir a radiação

diretamente nos tecidos tumorais e ainda, por meio de radiofármacos (RADVANSKY et

al., 2013; JEONG et al., 2014; PLITEA et al., 2015).

O tratamento básico com irradiação consiste em administrar uma dose total,

dividida em frações. Essas frações são aplicadas com frequência predeterminada, por

um período de tempo. Cada fração elimina a mesma quantidade de células tumorais,

sendo que a cada dose diária, o tumor estará menor e, com isso, a proporção de

destruição será maior. Logo, o intuito do fracionamento é obter um declínio geométrico

do número de células sobreviventes a cada aplicação, ocasionando uma regressão do

câncer (WITHERS, 1992; MURIEL, 2002; BOURGIER et al., 2013).

De acordo com Connell e Hellman (2009) a administração da dose em frações

parece amplificar uma pequena vantagem de sobrevivência que os tecidos normais

apresentam sobre as células tumorais, quando irradiados com pequena exposição.

Assim, o fracionamento permite minimizar os efeitos adversos e aperfeiçoar o efeito

citotóxico sobre os tecidos cancerosos (BOURGIER et al., 2013).

Os efeitos da radioterapia podem ser divididos em quatro etapas:

Física, na qual a radiação é absorvida pelos tecidos, resultando na ionização e

excitação dos átomos;

Química, na qual os átomos e moléculas alterados reagem com outros

componentes celulares, ocasionando a quebra de ligações químicas e formação

de radicais livres;

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Revisão da Literatura

7

Biológica, que representa os processos subsequentes, como danos ao material

genético, lesões na membrana da célula e alteração de processos bioquímicos;

Clínica, onde ocorre a manifestação dos sinais e sintomas da exposição à

radiação (JERÔNIMO, 2013).

Os danos causados pela radiação ionizante podem ser letais às células tumorais.

Caso ocorra reparação, parcial ou total das mesmas, ainda podem exibir uma variedade

de anormalidades cromossômicas capazes de comprometer sua divisão e viabilidade

(FALK, 2003).

As fases do ciclo celular mais sensíveis à radiação são a fase pré-mitótica (G2) e

a fase mitótica (M), na qual ocorre a divisão celular. Com isso, células que se dividem

rapidamente, como é o caso das tumorais, tendem a ser os alvos dessa terapia (FALK,

2003).

Para atingir os tumores, a radiação atravessa tecidos saudáveis, deixando-os

expostos aos danos que pode causar. A natureza e o grau dos efeitos colaterais

dependem da dose de radiação ionizante e da sensibilidade dos órgãos irradiados

(JEONG et al., 2014). Segundo Gontarz et al. (2014) a radiossensibilidade celular é

proporcional à sua atividade proliferativa. Portanto, a radioterapia é um balanço entre a

destruição de células tumorais e a minimização dos danos aos tecidos normais.

2.2.1. Radiodermatites

Devido à sua elevada taxa de proliferação, a pele é um dos órgãos mais afetados

pelo tratamento radioterápico. Danos cutâneos precoces e tardios são descritos desde os

estudos pioneiros da radioatividade. As radiodermatites, como são denominadas, são

esperadas em cerca de 95 % dos pacientes que fazem terapia com radiação (KIROVA et

al., 2011; CHAN et al., 2014).

A pele normal é composta por epiderme, derme e hipoderme (FIGURA 1). A

epiderme encontra-se num processo constante de renovação celular, em equilíbrio com

as células que se descamam naturalmente. Aproximadamente 10 % das células basais da

epiderme são submetidas à mitose a cada dia, ocorrendo uma total substituição das

células epidérmicas a cada quatro semanas. A derme, parte subjacente, contém

estruturas de apoio, como vasos sanguíneos, nervos, glândulas, e folículos pilosos

(MCQUESTION, 2011).

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Revisão da Literatura

8

Figura 1: Pele e anexos cutâneos

Fonte: MEZADRI, 2010

As dermatites são consequência do tratamento por radiação interromper o

processo normal de divisão celular e comprometer a regeneração, resultando em danos

ou morte celular. A patofisiologia dessas reações envolve uma combinação de lesão

direta pela radiação e uma resposta inflamatória subsequente, que afetam as células da

epiderme, a derme e a vascularização (RADVANSKY et al., 2013; CHAN et al., 2014).

Segundo os Critérios Comuns de Terminologia para Eventos Adversos v3.0 (do

inglês: CTCAE – Common Terminology Criteria for Adverse Events) (2006), definidos

pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, as radiodermatites podem ser

classificadas em 5 graus, de acordo com a gravidade:

Grau 1, ocorre eritema fraco ou descamação seca;

Grau 2, ocorre eritema moderado a vigoroso, descamação úmida desigual,

confinada principalmente às dobras e rugosidades cutâneas e edema moderado;

Grau 3, ocorre descamação úmida fora das dobras e rugosidades, com

hemorragia induzida por trauma menor ou abrasão;

Grau 4, ocorre necrose da pele ou ulceração de toda a espessura da derme e

sangramento espontâneo do local envolvido;

Grau 5, ocorre a morte do paciente.

As radiodermatites geralmente são observadas depois de alguns dias a semanas

do início do tratamento e podem persistir por duas a quatro semanas posteriores à

terapia. Contribuem para dor, desconforto, irritação, coceira e queimação. Muitas vezes

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Revisão da Literatura

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são um fator limitante da dose ou até mesmo um motivo para a interrupção do

tratamento (KIROVA et al., 2011; MCQUESTION, 2011).

2.3. Radioprotetores

O diagnóstico precoce e as novas abordagens multidisciplinares têm contribuído

para um aumento na expectativa de vida dos pacientes. Com isso, a preocupação com a

redução dos efeitos tóxicos da radiação e melhoria da qualidade de vida é cada vez

maior (BOURGIER et al., 2012).

Os denominados radioprotetores são agentes que protegem contra a lesão

induzida por radiação, se administrados antes, durante, ou depois da irradiação. Um

protetor ideal deve evitar os efeitos adversos graves ou tardios em tecidos normais, ser

facilmente dispensado, com a mínima toxicidade inerente e não proteger o tumor das

radiações ionizantes (WEISS e LANDAUER, 2009; BOURGIER et al., 2012).

Os radioprotetores têm sido classificados de acordo com o período de aplicação.

São denominados profiláticos quando administrados anteriormente à radioterapia para

prevenir a ocorrência de efeitos agudos ou tardios. Os mitigadores são aqueles aplicados

durante ou um pouco depois da terapia, com a finalidade de reduzir as ações da radiação

sobre os tecidos normais, antes do surgimento de sintomas. E os que são os utilizados

após a irradiação para evitar seus efeitos tardios, quando os sintomas já foram

desenvolvidos, são os agentes terapêuticos (BEGG et al., 2011; BOURGIER et al.,

2012).

Os agentes protetores da radiação podem exercer sua ação por diversos

mecanismos, como suprimir a formação de espécies reativas, detoxificar as espécies

reativas formadas, estabilizar o alvo ou, ainda, aumentar os processos de recuperação e

reparo (NAIR et al., 2001).

Agentes que tem capacidade de induzir hipóxia local suprimem a formação de

espécies reativas. Como no caso dos que realizam reações que resultam no consumo

químico ou bioquímico de oxigênio, tornando esse menos disponível para a formação de

espécies reativas de oxigênio (EROs) (JERÔNIMO, 2013).

Outra forma dos radioprotetores agirem é neutralizando as espécies reativas para

que não interajam com estruturas celulares, evitando que danos sejam causados. Essa

ação pode ser decorrente do sequestro de radicais livres, da doação de hidrogênio para

essas espécies ou por estimulação das enzimas com atividade antioxidante, como a

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Revisão da Literatura

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glutationa redutase e a superóxido dismutase (NAIR et al., 2001; BALIGA e RAO,

2010; CHATTERJEE, 2013).

A estabilização que os radioprotetores promovem deve-se à capacidade que

alguns compostos têm de interagir com alvos celulares, como o DNA, originando

complexos que protegem dos danos da radiação (NAIR et al., 2001; JERÔNIMO,

2013).

O aumento dos processos de recuperação ocorre através da ativação de uma ou

mais vias de reparo do DNA, que geralmente agem em conjunto para eliminar os danos

e restabelecer as funções celulares (YOUSRI et al., 2011; CHATTERJEE, 2013).

Os efeitos de radioproteção são, de maneira geral, consequência das capacidades

sequestradora de radicais livres, quelante de metais, antioxidante, anti-inflamatória,

antimutagênica ou do aprimoramento dos processos de reparo do DNA (BALIGA e

RAO, 2010; BEGG et al., 2011).

Muitos estudos avaliando a eficácia de agentes tópicos e orais, para a prevenção

e tratamento de radiodermatites, têm sido desenvolvidos no decorrer dos últimos anos.

Nem todos esses agentes tiveram alguma capacidade de reduzir ou eliminar os efeitos

tóxicos da radiação à pele comprovada. Apenas a amifostina foi aprovada pela FDA (do

inglês: Food and Drug Administration) (HOSSEINIMEHR, 2009; MASFERRER et al.,

2010).

A amifostina é um potente radioprotetor, capaz de ligar-se a radicais livres,

desintoxicando moléculas potencialmente prejudiciais geradas pela radiação. No

entanto, não pode ser utilizada quando a quimioterapia estiver associada ao tratamento

radioterápico, o que comumente acontece. Esse fármaco tem seu uso clínico limitado,

devido aos efeitos colaterais e à toxicidade que apresenta (HOSSEINIMEHR, 2009;

CITRIN et al., 2010; MADERO-VISBAL et al., 2012).

O desenvolvimento de radioprotetores efetivos e não tóxicos é uma necessidade

cada vez mais evidente. Muitas espécies vegetais têm sido investigadas com essa

finalidade. No entanto, até o momento, nenhum medicamento que apresente todas as

características ideais foi relatado (ARORA et al., 2005; YOU et al., 2009).

2.3.1. Atividade antioxidante

As EROs são formadas normalmente no organismo. As células possuem

mecanismos endógenos capazes de combatê-las. Porém, quando essas espécies são

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Revisão da Literatura

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formadas em elevada quantidade, como no caso de células expostas à radiação, ocorre

um desequilíbrio entre EROs e os antioxidantes do organismo, gerando uma condição

denominada estresse oxidativo (YOUSRI et al., 2011; BARRERA, 2012).

Os danos celulares causados pela radiação ionizante são predominantemente

mediados pela geração excessiva de EROs. A interação da radiação com a água, que é o

maior constituinte das células, desencadeia a formação dessas espécies. Os radicais

livres originados reagem com as macromoléculas celulares, como DNA, RNA,

proteínas e membrana, resultando em disfunção ou mortalidade celular (BAÑO et al.,

2006; SRINIVASAN et al., 2006).

A redução desses radicais livres por ação de substâncias com propriedades

antioxidantes, especialmente de origem natural, representa uma possível forma de

proteção contra as injúrias causadas pela radiação (GREENBERGER e EPPERLY,

2004; SRINIVASAN et al., 2006; BOURGIER et al., 2012).

Os compostos fenólicos, encontrados em uma grande variedade de espécies

vegetais, têm recebido atenção especial. Geralmente apresentam efetivo potencial

antioxidante, originando um radical fenoxi, cuja estrutura é altamente estabilizada por

ressonância e incapaz de propagar reações radicalares em cadeia. Devido a essa elevada

capacidade sequestradora de radicais livres, esses compostos têm sido estudados como

substâncias potencialmente radioprotetoras (SRINIVASAN et al., 2007;

HOSSEINIMEHR, 2009; MACEDO et al., 2013).

A atividade antioxidante pode ser decorrente de mecanismos diversos, como

inibição de reações de oxidação de radicais livres; inibição da formação de radicais

livres; interrupção da propagação de auto-oxidação em cadeia; supressão de oxigênio

singlete; conversão de hidroperóxidos em compostos estáveis; conversão de metais pró-

oxidantes em produtos estáveis e, finalmente, inibição de enzimas pró-oxidantes

(CAROCHO e FERREIRA, 2013).

Há muitos métodos para avaliar a atividade antioxidante dos derivados vegetais,

mas nenhum deles está livre de resultados equivocados. É interessante que a avaliação

seja realizada pela combinação de ensaios distintos. Métodos colorimétricos, biológicos

e eletroquímicos têm sido empregados. Os mais utilizados são os colorimétricos,

destacando-se aqueles relacionados à habilidade dos antioxidantes em neutralizar

radicais livres (BADARINATH et al., 2010; BORGES et al., 2011; CAROCHO e

FERREIRA, 2013).

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12

2.3.1.1. Método de redução do radical DPPH

O 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) em sua forma radicalar apresenta

coloração roxa e absorve em 517 nm. Após ser reduzido por um antioxidante a absorção

desaparece, como pode ser observado na Figura 2 que ilustra a reação desse radical com

o antioxidante sintético BHT. Atualmente esse é um dos métodos mais utilizados para

avaliar capacidade antioxidante. (BRAND-WILLIAMS et al., 1995; TIVERON, 2010).

Figura 2: Reação de redução do radical DPPH pelo antioxidante sintético BHT

Fonte: TIVERON, 2010

Alguns fenóis, como o α-tocoferol, reagem rapidamente com o radical DPPH.

No entanto, devido a várias reações secundárias que ocorrem lentamente causando uma

diminuição progressiva de absorbância, pode ser difícil alcançar o estado estacionário

mesmo após algumas horas. Normalmente é determinada a concentração de

antioxidante necessária para captar 50% dos radicais DPPH (CE50) após 30 minutos de

reação e o tempo para alcançar estabilidade (PEREIRA, 2010).

2.3.1.2. Método de redução do radical ABTS

O radical 2,2-azinobis (3-etilbenzotiazolina-acidosulfónico) (ABTS) precisa

primeiramente ser formado através de reações enzimáticas ou químicas, como com o

persulfato de potássio. O radical originado apresenta coloração esverdeada que vai

sendo eliminada à medida que é reduzido por uma substância antioxidante (Figura 3). A

atividade por esse método é avaliada por comparação, sendo expressa como

equivalentes de um antioxidante padrão (ARNAO, 2000; TIVERON et al., 2012).

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O ABTS é mais reativo que o DPPH, completando a reação após 1 minuto. Por

ser solúvel tanto em água quanto em solventes orgânicos permite a análise de amostras

com diferentes polaridades (ARNAO, 2000; TIVERON et al., 2012).

Figura 3: Redução do radical ABTS por um antioxidante e sua formação por persulfato

de potássio.

Fonte: HUANG et al., 2005

2.4. Melaleuca leucadendron

A família Myrtaceae compreende cerca de 130 gêneros e de 3800 a 5800

espécies, sendo composta de arbustos lenhosos a árvores altas. Apresenta elevada

ocorrência na Austrália, sudeste da Ásia e nas regiões tropicais e temperadas da

América. É considerada uma das mais diversificadas famílias do cerrado brasileiro

(STEFANELLO et al., 2011; VILLARROEL et al., 2014).

O gênero Melaleuca é pertencente a essa família, sendo representado por

aproximadamente 250 espécies. Dentre essas espécies encontra-se a Melaleuca

leucadendron (Figura 4), cuja árvore apresenta caule branco acinzentado e esponjoso

com folhas geralmente verde-escuras. As flores são branco-amareladas e pequenas e os

frutos são lenhosos, capsulados e globosos (TSURUGA et al., 1991; RINI et al., 2012;

AHMED et al., 2013; SHAH et al., 2013).

Conhecida popularmente como melaleuca ou cajuputi, a Melaleuca

leucadendron possui elevada capacidade de adaptação e pode crescer bem em solos

pobres, ambientes secos ou submersos, sendo resistente a pragas e poluição (AHMED et

al., 2013; TIA et al., 2013).

A casca, as folhas e os frutos de M. leucadendron (Figura 5) são usados na

medicina popular como tranquilizantes, sedativos, analgésicos e em várias patologias da

pele. O óleo essencial das folhas dessa espécie tem sido utilizado em fitoterápicos e

cosméticos e apresenta atividades como antioxidante, antibacteriana, antiviral e

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antifúngica (YOSHIDA et al., 1996; PUJIARTI et al., 2011; RINI et al., 2012; SURH e

YUN, 2012).

Figura 4: Árvores da espécie Melaleuca leucadendron, localizadas no campus da

Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)

Figura 5: Folhas, frutos e partes do caule da espécie Melaleuca leucadendron

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Fu et al. (2010) avaliaram extratos dos frutos de M. leucadenron, em

tetrahidrofurano ou em mistura de metanol /ácido acético/ água, encontrando grande

potencial antioxidante e elevado conteúdo fenólico. Segundo estudo realizado por Surh

e Yun (2012) a fração butanólica do extrato metanólico de M. leucadendron apresenta

propriedades que sugerem que essa espécie possa ser utilizada como uma fonte de

antioxidantes e anti-inflamatórios naturais.

2.5. Cloridrato de pilocarpina

A espécie vegetal Pilocarpus microphyllus, conhecida popularmente como

jaborandi, é um tipo de arbusto originário do Brasil, que ocorre mais intensamente no

estado do Maranhão. As folhas dessa espécie são a principal fonte de pilocarpina, um

alcalóide que age como agonista colinérgico muscarínico (ARARUNA et al., 2012;

CHO et al., 2013; JENSEN et al., 2013).

A pilocarpina possui muitas propriedades farmacêuticas, predominantemente

relacionadas às suas ações parassimpatomiméticas. É um princípio ativo que exerce

funções semelhantes à acetilcolina e é capaz de estimular a secreção das glândulas

sudoríparas, lacrimais e salivares (MACKNELLY e DAY, 2009; SAWAYA et al.,

2011; CHO et al., 2013).

Esse fármaco tem sido utilizado a mais de um século para reduzir a pressão

intraocular no tratamento do glaucoma. É geralmente empregado na forma de cloridrato

de pilocarpina, como solução oftálmica, em concentrações de 1 à 4 % (FRONZA et al.,

2004; ABREU et al., 2011; CHANG et al., 2013).

O cloridrato de pilocarpina (Figura 6) apresenta a forma de um pó branco

cristalino ou de cristais incolores, caracterizando-se por ser altamente higroscópico.

Esse princípio ativo é altamente solúvel em água e etanol, com coeficiente de partição

óleo/água hidrofílico (log P = 0,01) (JARVINEN et al., 1991; FARMACOPÉIA

BRASILEIRA V, 2010).

A administração oral de cloridrato de pilocarpina é indicada em muitos países

para tratar a xerostomia induzida pela radiação. Essa capacidade de minimizar um dos

efeitos colaterais da radioterapia tem sido relacionada ao estímulo da secreção salivar

pelo fármaco (SCARANTINO et al., 2006; MACKNELLY e DAY, 2009;

RODRÍGUEZ-CABALLERO et al. 2012).

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Figura 6: Fórmula estrutural do cloridrato de pilocarpina

Fonte: Farmacopéia Brasileira V, 2010

Um gel de pilocarpina a 4% foi eficaz para o tratamento de pênfigo vulgar, uma

doença caracterizada por lesões na pele. O índice de epitelização observado em lesões

tratadas topicamente, com esse gel, foi significativamente maior que o do grupo placebo

(IRAJI e YOOSEFI, 2006).

Aragona et al. (2006) relataram uma melhoria no epitélio conjuntival, após

tratamento com pilocarpina sistêmica, em pacientes com síndrome de Sjögren, doença

autoimune que acomete as glândulas salivares e lacrimais levando ao desenvolvimento

de xerostomia e olhos secos. E determinaram que o benefício obtido não foi dependente

da secreção glandular.

O uso de pilocarpina diminuiu a perda de peso corporal total, em ratos, ao final

de 48 horas pós hepatectomia parcial e reduziu o edema hepático durante sua

regeneração (KALIL et al., 1998).

2.6. Óleo de girassol

O girassol (Helianthus annuus L.) é uma das mais importantes oleaginosas

comestíveis cultivadas no mundo, junto à soja e ao amendoim. Essa espécie tem sua

origem na América Central, sendo conhecida desde o século 26 a.C. (WEISZ et al.,

2009; WANG et al., 2012).

Os óleos vegetais desempenham importantes papéis funcionais e sensoriais em

produtos alimentares, como, por exemplo, carreando vitaminas lipossolúveis (A, D, E e

K). O óleo de girassol é muito utilizado na alimentação e amplamente apreciado como

uma fonte de ácidos graxos, incluindo o ácido linoléico, que é considerado essencial.

Além disso, apresenta compostos fenólicos, como variados tipos de tocoferóis, em sua

composição (VALANTINA e NEELAMEGAM, 2012; WANG et al., 2012).

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A vitamina E previne o câncer e doenças cardiovasculares, além de agir como

um antioxidante natural. O α-tocoferol, que é a forma mais ativa dessa vitamina, é

encontrado em uma considerável concentração no óleo de girassol, na faixa de 500 a

600 mg/ kg de óleo (WARNER e MOUNTS, 1990; BAKRE et al., 2014; THAKORE et

al., 2014).

Os compostos fenólicos presentes no óleo de girassol possuem elevada

capacidade sequestradora de radicais livres, exercendo ação antioxidante. Muitos

estudos têm descrito que antioxidantes fenólicos apresentam diversas atividades

biológicas, incluindo anti-inflamatória e preventiva de câncer e aterosclerose

(VALAVANIDIS et al., 2004; VALANTINA e NEELAMEGAM, 2012).

O ácido linoléico é o principal componente do óleo de girassol, representando

cerca de 48 a 74 % da composição. Esse ácido graxo tem sido descrito com atividades

biológicas como anti-inflamatória, desempenhando um papel positivo na cicatrização de

feridas (STUYVESANT e JOLLEY, 1967; BONFERONI et al., 2014; THAKORE et

al., 2014).

O valor medicinal do óleo de girassol pode ser aumentado pela conjugação com

nanopartículas. O emprego desse óleo em formulações tópicas, devido à sua origem

vegetal, contribui para o desenvolvimento de produtos seguros e compatíveis com a pele

(MORAIS, 2008; THAKORE et al., 2014).

2.7. Nanoemulsões

Emulsões são sistemas metaestáveis que consistem de dois líquidos imiscíveis,

em que um encontra-se disperso no outro, na forma de glóbulos. Um exemplo

primordial de emulsões é o leite excretado por mamíferos do sexo feminino. No leite,

pequenas gotículas de óleo encontram-se dispersas num meio líquido aquoso, servindo

como um carreador de substâncias nada ou pouco solúveis em água (WALSTRA, 2005;

CHOI et al., 2014; HÖHLER et al., 2014).

A instabilidade termodinâmica das emulsões faz com que necessitem de uma

terceira fase, a emulsionante. Os tensoativos presentes nessa fase são substâncias

caracterizadas pela presença de uma região polar e outra apolar em suas estruturas

moleculares. De acordo com suas características podem formar emulsões do tipo água

em óleo (A/O) ou óleo em água (O/A). Possuem a capacidade de reduzir a tensão

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interfacial, diminuindo a probabilidade de coalescência e melhorando a estabilidade

(CUNHA-JÚNIOR et al., 2003; HÖHLER et al., 2014).

Os agentes tensoativos costumam ser classificados de acordo com o equilíbrio

hidrofílico-lipofílico (EHL) das regiões de diferentes polaridades. Existe uma escala

adimensional para o EHL que varia de 0 a 20. No caso de tensoativos não-iônicos,

valores inferiores a 9 referem-se a agentes lipofílicos e valores superiores a 11 são

relativos a agentes hidrofílicos. Sendo que, geralmente, são formadas emulsões O/A na

faixa de EHL de 8 a 18. No entanto, a solubilidade dos tensoativos varia com a

temperatura, ocasionando um deslocamento no equilíbrio e nas características da

formulação originada (SCHRAMM et al., 2003).

As nanoemulsões são emulsões com tamanho de partícula reduzido,

apresentando diâmetro médio geralmente na faixa de 20 a 200 nm, podendo apresentar

granulometria de até 500 nm. São caracterizadas como sistemas cineticamente estáveis,

possuem baixa viscosidade e aspecto transparente ou translúcido (Figura 7)

(IZQUIERDO et al., 2004; KOMAIKO e MCCLEMENTS, 2014; ROCHA-FILHO

2014).

Figura 7: Aspecto translúcido de uma nanoemulsão em comparação com água

purificada

Fonte: ROCHA-FILHO 2014

Nanoemulsões são preparadas em concentrações moderadas de tensoativo (3 a

10 %) e não sofrem alterações no tamanho decorrentes de diluição. Essas características

podem ser utilizadas para diferenciá-las das microemulsões, que são

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termodinamicamente estáveis e exigem uma elevada quantidade de tensoativos (acima

de 20 %) para serem formadas. (IZQUIERDO et al., 2002; MCCLEMENTS, 2012).

2.7.1. Estabilidade das nanoemulsões

Para serem aplicadas às mais diversas áreas, as emulsões precisam apresentar

um período pré-determinado de estabilidade físico-química. Os fenômenos de

instabilidade mais comuns, que podem comprometer a qualidade dessas formulações,

são coalescência, floculação, cremeação, maturação de Ostwald e inversão fases

(RAHN-CHIQUE et al., 2012; RAO e MCCLEMENTS, 2012).

Um dos fatores que mais influenciam na estabilidade de nanoemulsões é o

tamanho dos glóbulos. Quanto menores são os mesmos, mais estável é o sistema. O

tamanho reduzido protege as partículas da sedimentação ou coalescência por reduzir a

ação da força gravitacional sobre as mesmas, fazendo com que o movimento

Browniano, que essas realizam naturalmente, supere a gravidade (IZQUIERDO et al.,

2004; TADROS et al., 2004).

Os tensoativos e a fase oleosa também influenciam na estabilidade, por

interferirem no tamanho e na polidispersivdade dos glóbulos, devendo ser

adequadamente selecionados. De acordo com a literatura, o uso em conjunto de

tensoativos que apresentem liofilia diferente contribui para a obtenção de emulsões mais

estáveis. (SCHRAMM et al., 2003; MORAIS, 2008; ALMEIDA et al., 2009).

A estabilização das nanoemulsões, utilizando tensoativos não-iônicos, pode

ocorrer através de impedimento estérico, por repulsão eletrostática ou por um

mecanismo combinando esses dois métodos. O mecanismo eletrostático produz forças

repulsivas na superfície das partículas, impedindo que as mesmas colidam pela ação das

forças de van der Waals, que são atrativas (SANTOS et al., 2011; HONARY e ZAHIR,

2013).

O potencial zeta é mais uma característica das nanoemulsões que pode interferir

na estabilidade. É definido como a diferença de potencial entre a superfície de íons

fortemente ligados à superfície da partícula e uma região neutra da formulação. Quando

o valor desse potencial é elevado, acima de 30 mV em módulo, as forças de repulsão

são suficientes para superar as forças atrativas de van der Waals, impedindo que ocorra

floculação (MORAIS, 2008; MAHDI et al., 2011).

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2.7.2. Emulsificação pelo método da temperatura de inversão de fases

Nanoemulsões podem ser obtidas pelo processo de inversão de fases. Durante

esse processo a fase contínua vai sendo acrescentada à fase dispersa sob agitação.

Ocorre inversão de um sistema O/A em A/O ou vice-versa. No ponto onde a inversão de

fases acontece, a tensão interfacial é mínima, envolvendo gasto energético ínfimo

(MORAIS et al., 2006; SAJJADI, 2006).

A inversão espontânea pode ocorrer mantendo-se a temperatura constante e

alterando a composição ou mantendo-se a composição constante e alterando a

temperatura, que é o método da temperatura de inversão de fases (método TIF) (PATEL

et al., 2011; ROCHA-FILHO 2014).

No método TIF os tensoativos não-iônicos etoxilados desidratam durante o

aquecimento, alterando a sua afinidade pelas fases aquosa e oleosa. No aquecimento

esses tensoativos tornam-se mais lipofílicos, originando emulsões A/O. Quando o

sistema é resfriado, os tensoativos alcançam a curvatura espontânea, onde a tensão

interfacial é mínima, ocorrendo a inversão de fase para O/A (GUMIERO e ROCHA-

FILHO, 2012; CARNEIRO, 2013).

Nesse método ocorre inversão transicional, onde uma igualdade na afinidade por

ambas as fases pode ser observado. Também é definido como método da temperatura de

equilíbrio hidrofílico-lipofílico (EHL). Essa definição é recebida porque o ponto onde o

par de tensoativos atinge o EHL na superfície dos glóbulos é onde ocorre a mínima

tensão interfacial que proporciona a inversão (MAALI e MOSAVIAN, 2013;

ONTIVEROS et al., 2014).

2.7.3. Vantagens das nanoemulsões

A eficácia de medicações tópicas é muitas vezes limitada pela sua baixa

penetração na pele. Assim, como estratégia de aprimoramento, há uma preocupação em

desenvolver veículos que melhorem a permeação dos ativos (MOSER et al., 2001). As

nanoemulsões representam uma eficiente alternativa para essa necessidade. Devido ao

seu tamanho de partícula reduzido, essas formulações possuem elevada superfície de

contato, proporcionando maior penetração dos ativos e uma melhor aderência dos

mesmos. São eficientes para carrear substâncias ativas até mesmo através das

rugosidades da pele (TADROS et al., 2004; KONG et al., 2011).

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Esses sistemas são uma excelente escolha para o encapsulamento e entrega de

fármacos, podendo carrear tanto substâncias hidrofílicas quanto lipofílicas. A grande

área interfacial entre o óleo e a água pode melhorar a solubilidade dos ativos e, também,

modificar adsorção e biodisponibilidade (MCCLEMENTS, 2013; SANTANA et al.,

2013).

O pequeno tamanho dos glóbulos, associado às características conferidas pelos

componentes e o método de preparo, confere boa resistência à força gravitacional e é

capaz de prevenir fenômenos de instabilidade, como floculação e cremeação (TADROS

et al., 2004).

Nanoemulsões podem ser aplicadas em várias áreas, como nas indústrias

cosméticas, de alimentos e farmacêuticas. Muitos estudos têm avaliado os possíveis

usos desse tipo de formulação para a encapsulação de fármacos, assim como para

liberação controlada dos mesmos no organismo humano (TADROS, 1994;

KOROLEVA e YURTOV, 2012; CARNEIRO, 2013; SANTANA et al., 2013).

Sistemas nanoemulsionados, devido à sua baixa viscosidade e relativa

transparência, são agradáveis tanto esteticamente quanto sensorialmente. No caso das

nanoemulsões O/A, ainda apresentam a vantagem de não deixarem a pele pegajosa após

sua aplicação. Fatores que contribuem para uma boa aceitação de produtos

desenvolvidos com nanoemulsões (TADROS et al., 2004; ROCHA-FILHO 2014).

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Objetivos

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Objetivos

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3. OBJETIVO GERAL

Desenvolver e avaliar nanoemulsões com extrato etanólico bruto das folhas de

Melaleuca leucadendron e cloridrato de pilocarpina para o uso potencial como

radioprotetor tópico.

3.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Obter extrato etanólico bruto (EEB) das folhas da espécie Melaleuca

leucadendron e determinar as principais classes de metabólitos secundários

presentes no mesmo.

Quantificar compostos fenólicos presentes no extrato obtido.

Avaliar a capacidade antioxidante in vitro do EEB das folhas de Melaleuca

leucadendron, do cloridrato de pilocarpina e do óleo de girassol, por DPPH e

ABTS.

Desenvolver nanoemulsões utilizando óleo de girassol e incorporar o extrato de

Melaleuca leucadendron e o cloridrato de pilocarpina nas mesmas.

Caracterizar e estudar a estabilidade das nanoemulsões obtidas.

Determinar a citotoxicidade das nanoemulsões in vitro pelo método de MTT.

Avaliar a capacidade antioxidante das nanoemulsões in vitro por DPPH.

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Material e Métodos

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Material e Métodos

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Materiais

4.1.1. Material Botânico

As folhas de Melaleuca leucadendron foram coletadas no campus da

Universidade Federal de Ouro Preto, situada no município de Ouro Preto, Minas Gerais,

no ano de 2012.

Foram retirados fragmentos de caules, de partes infectadas por fungos (manchas

pretas e/ou brancas) e de outros materiais considerados como sujidades e em sequência

as folhas foram secas em estufa com circulação de ar a 40 ºC, pulverizadas em moinho

de facas e pesadas.

4.1.2. Material para o desenvolvimento das nanoemulsões

Para o desenvolvimento das nanoemulsões foram utilizados:

Óleo de girassol (Liza) – óleo de grau alimentício;

Span 80® (Croda) – monooleato de sorbitano (Figura 8), tensoativo com EHL de

4,3; denominado pelo CTFA como Sorbitan oleate (C24H44O6);

Figura 8: Estrutura molecular do monooleato de sorbitano

Fonte: www.sigmaaldrich.com/catalog/product/sigma/s6760

Crill 3®

(Croda do Brasil) – monoestearato de sorbitano (Figura 9), tensoativo

com EHL de 4,7; denominado pelo CTFA Sorbitan stearate (C24H46O6);

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Material e Métodos

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Figura 9: Estrutura molecular do monoestearato de sorbitano

Fonte: www.sigmaaldrich.com/catalog/product/aldrich/w302805

Croduret 50 Special®

(Croda) – óleo de rícino hidrogenado e etoxilado,

tensoativo com EHL de 14,1; denominado pelo CTFA como PEG-40

Hydrogenated Castor Oil.

Cloridrato de pilocarpina (All Chemistry, lote ALL 50206) – princípio ativo;

EEB das folhas de Melaleuca leucadendron – princípio ativo;

Água destilada recém obtida.

4.2. Obtenção do extrato

Em erlenmeyer de 5000 mL, 600 g de folhas de Melaleuca leucadendron secas

fragmentadas (Figura 10A) foram maceradas com 3000 mL de álcool etílico padrão

analítico (P.A). Essa maceração foi realizada por um período de seis dias.

Figura 10: Etapas do processo de obtenção do extrato etanólico bruto das folhas de

Melaleuca leucadendron. A – Folhas secas pulverizadas. B – Solvente sendo eliminado

do extrato em evaporador rotativo.

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Material e Métodos

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Inicialmente as folhas foram umedecidas com o etanol e esse solvente foi

acrescentado até totalizar 1000 mL. Após 48 horas foi realizada filtração do sistema.

Esse processo foi repetido por mais duas vezes, totalizando os 3000 mL de etanol

utilizados na extração. O filtrado obtido foi concentrado, por eliminação do solvente,

utilizando evaporador rotatório, sob pressão reduzida e mantendo-se a temperatura de

aquecimento entre 40 e 50 ºC (Figura 10B).

Para uma completa eliminação do solvente, após a concentração em evaporador

rotatório, o extrato foi mantido em estufa à 40 ±5 ºC por 5 dias.

4.3. Prospecção Fitoquímica

Para realizar a triagem de metabólitos secundários, o EEB das folhas de

Melaleuca leucadendron foi ressuspendido em metanol/água (9:1) e submetido à

partição com clorofórmio. Os solventes das frações obtidas foram eliminados em

evaporador rotativo, sob pressão reduzida e aquecimento entre 40 e 50 ºC.

Foi realizada prospecção fitoquímica por cromatografia em camada delgada

(CCD). Na fração hidroalcoólica, rica em compostos mais polares, foi investigada a

presença de compostos fenólicos, triterpenos, taninos, flavonóides, antranóides,

cumarinas, saponinas e alcalóides. Na fração clorofórmica, rica em compostos apolares,

foi avaliada a presença de esteróides.

Para realização de CCD foram utilizadas placas cromatográficas contendo uma

fina camada de sílica gel 60 GF254 (Vetec®, Brasil). Esse material foi preparado

depositando sílica gel/ água (1:2) sobre placas de vidro (10 x 10 cm) e armazenando

essas placas em estufa (100 a 150 ºC) por no mínimo uma hora.

Utilizando tubos capilares, foram adicionadas alíquotas das frações a 1 cm da

base das placas. Quando utilizados padrões, alíquotas dos mesmos foram adicionadas 3

cm à direita das amostras. Em sequência, foram realizadas eluição e revelação das

cromatoplacas.

As fases móveis, os padrões e os reveladores utilizados nas cromatografias

foram específicos para cada classe de metabólitos, conforme metodologias descritas por

Wagner e Bladt (2001).

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Material e Métodos

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Também foram realizados, com a fração hidroalcoólica, ensaios de coloração ou

precipitação, de acordo com o descrito por Matos (1997). Esses testes foram executados

como complemento para a triagem de taninos, flavonóides e alcalóides.

4.3.1. Compostos fenólicos

Foi realizada CCD, utilizando acetato de etila/clorofórmio/água (88:6:6) como

fase móvel. As placas foram reveladas com cloreto férrico (FeCl3) a 2%, avaliando a

presença de compostos fenólicos através dessa reação. O teste foi considerado positivo

quando observadas manchas negro-azuladas (WAGNER e BLADT, 1996).

4.3.2. Triterpenos e esteróides

A reação de Liebermann-Burchard por CCD foi utilizada para investigar a

presença dessas classes. A fase móvel foi tolueno/acetato de etila (93:7). Triterpenos

foram investigados na fração hidroalcoólica e esteróides na fração clorofórmica. A

observação de manchas escuras no visível ou de fluorescência no ultravioleta em 365nm

(UV365nm) foi considerada como resultado positivo.

4.3.3. Taninos

Utilizando clorofórmio/ácido acético glacial/água (50:45:5) como fase móvel,

foi realizada CCD. Taninos foram considerados presentes quando observadas manchas

negro-azuladas ou negro-esverdeadas após revelação com cloreto férrico (FeCl3) a 2%.

Também foi realizado ensaio de precipitação. A uma alíquota da fração

hidroalcoólica do extrato foi adicionado NaCl a 2% e gelatina a 1%. O surgimento de

precipitado foi considerado indicativo da presença de taninos.

4.3.4. Flavonóides

A CCD foi realizada utilizando clorofórmio/acetato de etila (60:40) como

eluente. Para averiguação de flavonóides foi utilizado Reagente de Produtos Naturais

(solução do éster β-aminoetílico do ácido bórico a 1% em metanol) como revelador das

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Material e Métodos

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cromatoplacas. A ocorrência de fluorescências amarelas e verdes foi caracterizada como

indicativo desses metabólitos.

A presença de flavonóides também foi avaliada pela reação de Shinoda. Uma

amostra da fração hidroalcoólica foi acidificada e acrescida de um pequeno fragmento

de magnésio granulado. Foi considerado positivo o desenvolvimento de coloração

avermelhada.

4.3.5. Antranóides e cumarinas

Foi realizada CCD utilizando tolueno/éter (1:1) saturado com ácido acético

glacial a 10% como fase móvel para análise de cumarinas. Para avaliar a presença de

antranóides a fase móvel utilizada foi acetato de etila/metanol/água (100:13,5:10).

O hidróxido de potássio metanólico foi o reagente de detecção. A reação foi

considerada positiva nas seguintes situações: sob a luz visível, antraquinonas

desenvolvem coloração vermelha; sob a luz UV365nm, antronas desenvolvem coloração

amarela e cumarinas ficam azuis.

4.3.6. Saponinas

Na determinação de saponinas foi utilizado clorofórmio/metanol/água (70:30:4)

como fase móvel e reagente anisaldeído/ácido sulfúrico como revelador das

cromatoplacas. A placa foi aspergida e aquecida a 105 ºC por 10 minutos. O surgimento

de manchas azuis ou azul-violeta indica a presença dessa classe de metabólitos.

4.3.7. Alcalóides

A fase móvel utilizada na CCD foi acetato de etila/metanol/água (100:13,5:10).

Para analisar a presença de alcalóides foi observado o aparecimento de manchas

marrons ou alaranjadas em cromatoplaca revelada com reagente de Dragendorff.

4.4. Determinação do teor de fenóis totais

Para avaliação do total de fenóis no extrato etanólico bruto foi utilizado o

reagente de Folin-Ciocalteu. Esse reagente consiste de uma mistura dos ácidos

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Material e Métodos

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fosfomolibídico e fosfotunguístico, no qual o molibdênio e o tungstênio encontram-se

num estado de oxidação que em presença de certos agentes redutores, como os

compostos fenólicos, originam os chamados molibdênio azul e tungstênio azul, cuja

coloração permite a determinação da concentração das substâncias redutoras.

A determinação foi realizada de acordo com o descrito por Michel et al. (2011),

utilizando uma solução do extrato em metanol na concentração de 3 mg/mL e uma

curva de ácido gálico nas concentrações de 10 a 250 µg/mL. Em tubos de ensaio foram

misturados 100 µL de reagente de Folin-Ciocalteu e 20 µL da solução do extrato ou 20

µL das concentrações 10, 50, 75, 100, 150, 200 e 250 µg/mL de ácido gálico ou 20 µL

de água destilada, definida como branco. Após 1 minuto de agitação, foram

acrescentados a cada tubo 300 µL de solução aquosa de carbonato de sódio a 20%. Um

volume final de 2 mL foi completado com água destilada e a mistura foi incubada à

temperatura ambiente por 2 horas.

O experimento foi desenvolvido em triplicata e a leitura das absorbâncias foi

realizada a 760 nm em Espectrofotômetro ultravioleta-visível (UV-vis) Helios α

Thermo Electron Corporation. Foi elaborada uma curva de calibração com as

absorbâncias médias das concentrações do padrão ácido gálico. O teor de fenóis totais

foi determinado pela interpolação da média das absorbâncias da amostra através da

equação linear originada da curva e foi expresso em mg equivalentes de ácido gálico

(EAG) por grama de extrato.

4.5. Avaliação da capacidade antioxidante in vitro

A determinação da capacidade antioxidante do EEB das folhas de Melaleuca

leucadendron, do cloridrato de pilocarpina e do óleo de girassol foi realizada por dois

métodos de redução de radicais livres.

4.5.1. Método de redução do radical DPPH

A capacidade das amostras reduzirem o radical 2,2-difenil-1-picrilhidrazil

(DPPH) foi avaliada através do decréscimo de sua absorbância a 517 nm, de acordo

com o descrito por Quintão et al. (2013). Para o EEB foram utilizadas soluções

etanólicas nas concentrações 1, 5, 10, 25 e 50 µg/ mL. Para o cloridrato de pilocarpina

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Material e Métodos

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soluções etanólicas nas concentrações 0,5; 1; 2,5 e 5 mg/mL e para o óleo de girassol

soluções em acetona nas concentrações 2,5; 5; 7,5 e 10 mg/ mL.

Em tubos com 2,5 mL das variadas concentrações das amostras ou com 2,5 mL

de etanol puro, utilizado como controle negativo, foram acrescentados 1 mL de solução

etanólica de DPPH (Sigma-Aldrich) 0,004% m/v. Para o branco, à 2,5 mL das

diferentes concentrações, foram acrescentados 1 mL de etanol puro. Após 30 e 60

minutos, de incubação à temperatura ambiente e ao abrigo da luz, foi efetuada a leitura

das absorbâncias a 517 nm em Espectrofotômetro UV-vis Helios α Thermo Electron

Corporation.

As absorbâncias das amostras, após descontar o respectivo branco, foram

utilizadas para calcular o percentual de inibição do radical livre DPPH (%IDPPH), com

base na seguinte fórmula:

% IDPPH = [(CN-AM)/CN] x 100, onde:

IDPPH = inibição do DPPH;

CN = absorbância do controle negativo e

AM = absorbância da amostra descontada a absorbância do branco.

O experimento foi realizado em triplicata e com os valores médios foi elaborada

uma curva de inibição para o EEB, uma para o cloridrato de pilocarpina e uma para o

óleo. Com base nas equações lineares obtidas para cada curva foi calculada a

concentração das amostras que provocou 50% de inibição do DPPH (CE50), sendo os

valores expressos como média ± desvio padrão.

4.5.2. Método de redução do radical ABTS liofilizado

O radical catiônico ABTS foi produzido de acordo com o descrito por Re et al.

(1999), para isso uma solução aquosa a 7 mM do ABTS (Sigma-Aldrich) com 2,75 mM

de persulfato de potássio foi preparada. Essa solução foi deixada em repouso ao abrigo

da luz e à temperatura ambiente por 16 horas.

Após esse tempo, a solução foi utilizada para determinação da atividade

antioxidante segundo o método proposto por Durmaz (2012), utilizando α-tocoferol

como padrão. A solução com o radical foi completamente congelada a -80 ºC e

liofilizada em equipamento Liobras®

L101, totalizando um tempo de 6 horas. O pó

obtido foi utilizado nas análises.

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Material e Métodos

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As amostras testadas foram uma solução de óleo de girassol diluído 10 vezes,

uma solução do EEB a 150 µg/ mL e uma solução de cloridrato de pilocarpina a 5 mg/

mL. Todas preparadas em metanol/clorofórmio (1:1 v/v). Nessa mesma mistura de

solventes foram produzidas soluções de α-tocoferol nas concentrações de 2,5; 5; 10; 25;

50; 100; 200; 300; 400 e 500 µg/ mL.

O ABTS liofilizado foi dissolvido em metanol/clorofórmio (1:1 v/v) para formar

uma solução com absorbância de 0,700±0,030 no comprimento de onda de 752 nm. A

2,9 mL dessa solução foram acrescentados 100 µL das amostras ou 100 µL de cada

concentração de α-tocoferol. Após 10 minutos de incubação à temperatura ambiente e

ao abrigo da luz, foi realizada a leitura das absorbâncias, em triplicata, a 752 nm em

Espectrofotômetro UV-vis Helios α Thermo Electron Corporation.

Foi construída uma curva de calibração com as absorbâncias médias das

concentrações do α-tocoferol. A capacidade antioxidante foi determinada pela

interpolação da média das absorbâncias das amostras na equação linear originada da

curva e foi expressa em mg equivalentes de α-tocoferol (EAT) por g de EEB ou de

cloridrato de pilocarpina ou por kg de óleo de girassol.

4.6. Desenvolvimento das nanoemulsões O/A

4.6.1. Emulsificação por inversão de fases

As nanoemulsões foram preparadas pelo método de inversão de fases, conforme

descrito por Morais et al. (2006), com algumas modificações. A fase oleosa foi

constituída do óleo de girassol em combinação com os tensoativos. Essa fase e a fase

aquosa foram aquecidas separadamente à temperatura de 75 ±2 ºC, sendo então a fase

aquosa vertida lentamente sobre a oleosa sob agitação constante a 600 rpm (agitador

mecânico Fisatom®

Mod.713). A agitação foi mantida até que as emulsões obtidas

adquirissem a temperatura ambiente (25 ±2 ºC).

4.6.2. Determinação da composição das nanoemulsões

Formulações com 10 e 20 % de fase oleosa foram testadas para encontrar as

combinações em que são formadas nanoemulsões. Na tabela 1 podem ser observadas

essas duas composições de forma mais detalhada.

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Material e Métodos

33

Tabela 1: Composições testadas para a obtenção das nanoemulsões

Componente Composição A Composição B

Óleo de girassol (FO) 5 % 10 %

Sistema Tensoativo (FO) 5 % 10 %

Água (FA) 90 % 80 %

Legenda: FO = fase oleosa; FA = fase aquosa

4.6.3. Determinação do sistema tensoativo

Foram desenvolvidas 36 emulsões com a intenção de avaliar dois sistemas

tensoativos: o sistema Span 80/ Croduret 50 Special (SP/CRO) – formulações SC1 a

SC18 e o sistema Crill 3/ Croduret 50 Special (CRI/CRO) – formulações CC1 a CC 18

(Tabela 2). Essas emulsões foram obtidas combinando diferentes proporções dos

tensoativos nos 5 ou 10% destinados ao sistema tensoativo nas composições descritas

no item 4.7.2.; composição A: de SC1 a SC9 e CC1 a CC9 e composição B: de SC10 a

SC18 e CC10 a CC18.

Tabela 2: Composição, denominação e proporção do sistema tensoativo empregado para

cada uma das formulações desenvolvidas

Composição Formulação

Proporção de

tensoativos (%)

SP/CRO

Formulação

Proporção de

tensoativos (%)

CRI/CRO

Composição A

(total de 5 % de

sistema

tensoativo)

SC1 10/90 CC1 10/90

SC2 20/80 CC2 20/80

SC3 30/70 CC3 30/70

SC4 40/60 CC4 40/60

SC5 50/50 CC5 50/50

SC6 60/40 CC6 60/40

SC7 70/30 CC7 70/30

SC8 80/20 CC8 80/20

SC9 90/10 CC9 90/10

Composição B

(total de 10 %

de sistema

tensoativo)

SC10 10/90 CC10 10/90

SC11 20/80 CC11 20/80

SC12 30/70 CC12 30/70

SC13 40/60 CC13 40/60

SC14 50/50 CC14 50/50

SC15 60/40 CC15 60/40

SC16 70/30 CC16 70/30

SC17 80/20 CC17 80/20

SC18 90/10 CC18 90/10

Legenda: SP/CRO = Span 80/Croduret 50 Special; CRI/CRO = Crill 3/Croduret 50

Special

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Material e Métodos

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4.7. Avaliação macroscópica das formulações

As 36 formulações foram avaliadas macroscopicamente logo após sua

manipulação e 24 horas depois. Foram analisadas as características organolépticas,

homogeneidade, cremeação e floculação das emulsões.

4.8. Avaliação microscópica das formulações

Após 24 h da manipulação, foram colocadas uma gota de cada emulsão em uma

lâmina de vidro, cobrindo com uma lamínula. As lâminas foram analisadas em

microscópio óptico Zeiss – Axio Scope A1 e as fotos obtidas com câmera AxioCam

ICc3. Para determinar áreas de anisotropia, indicando a presença de estruturas

birrefringentes como os cristais líquidos, foram realizadas análises sob luz polarizada.

As nanoemulsões apresentam glóbulos menores que 1µm, não sendo passíveis

de visualização ao microscópio. Portanto, as formulações consideradas estáveis

macroscopicamente em que nenhuma estrutura foi observada, foram selecionadas como

possíveis nanoemulsões e submetidas a análises de distribuição granulométrica e testes

preliminares de estabilidade.

4.9. Determinação da distribuição granulométrica

As formulações foram analisadas quanto à distribuição granulométrica por

espectroscopia de correlação de fótons (do inglês: PCS – Photon Correlation

Spectroscopy). Essa técnica tem como base a incisão de um feixe de laser sobre a

amostra para avaliar o espalhamento da luz decorrente do movimento Browniano

realizado pelas partículas (Figura 11). A intensidade da luz espalhada forma um padrão

de movimento que permite definir o diâmetro médio dessas partículas, sendo que as

menores movimentam-se mais rapidamente, promovendo maiores modificações nessa

intensidade (PEDERSEN e KRISTENSEN, 1981; YAJING et al., 2014).

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Material e Métodos

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Figura 11: Representação esquemática da determinação da distribuição granulométrica

pela técnica de espectroscopia de correlação de fótons (PCS)

Fonte: YAJING et al., 2014

As amostras foram inicialmente diluídas à temperatura ambiente em água

ultrapura (Milli-Q®) na proporção de 1:1000, sendo então transferidos 3 mL para uma

cubeta de quartzo para realização das análises em Nanosizer N5 Plus (Beckmann

Coulter – EUA). Nesse equipamento, as amostras foram submetidas a espalhamento de

luz com um ângulo fixo de 90˚, à temperatura de 25˚C, sendo as medições realizadas em

triplicatas (MEZADRI, 2010).

Os resultados foram fornecidos como diâmetro médio das partículas ± desvio

padrão e índice de polidispersão (IP), que representa a faixa de distribuição das mesmas.

Amostras com IP inferior a 0,3 foram consideradas monodispersas, conforme instruções

do fabricante do equipamento – Beckmann Coulter.

4.10. Testes preliminares de estabilidade

As formulações que após 24 horas de seu preparo foram consideradas

macroscopicamente estáveis e que após análise microscópica e de distribuição

granulométrica foram confirmadas como nanoemulsões, foram submetidas aos testes de

estresse térmico e centrifugação. Para isso, amostras dessas nanoemulsões, armazenadas

desde a manipulação em frascos vedados, limpos, mas não estéreis, foram utilizadas.

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Material e Métodos

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4.10.1. Estresse térmico

Alíquotas de cada nanoemulsão, em triplicatas, foram submetidas a aquecimento

em banho-maria (Quimis® Q334M-28) na faixa de temperatura de 40 a 80 ±2 ºC, com

um aumento gradativo de 5 ºC a cada 30 minutos (OLIVEIRA et al., 2011).

A cada aumento de temperatura as nanoformulações foram analisadas

macroscopicamente quanto à homogeneidade e a ocorrência de separação de fases. Ao

final do teste, para avaliar variações no diâmetro das partículas, foi analisada a

dispersão granulométrica das mesmas conforme descrito no item 4.9.

4.10.2. Centrifugação

Amostras de cada nanoemulsão foram adicionadas a tubos de ensaio cônicos

graduados para centrífuga e submetidas à centrifugação no equipamento Centrifuge

eppendorf 5415 D, sob ciclos de 15 minutos de duração a 1000, 2500 e 3500 rpm (70,

440 e 863 G, respectivamente) (OLIVEIRA et al., 2011).

O experimento foi realizado em triplicata e a cada ciclo de centrifugação as

nanoemulsões foram analisadas macroscopicamente quanto à homogeneidade e a

ocorrência de separação de fases. Ao final do teste, para avaliar variações no diâmetro

das partículas, foi analisada a dispersão granulométrica das mesmas conforme descrito

no item 4.9.

4.11. Adição dos princípios ativos às nanoemulsões

A nanoemulsão considerada mais estável através dos testes preliminares de

estabilidade foi selecionada para ser adicionada de EEB das folhas de Melaleuca

leucadendron ou de pilocarpina ou da combinação de ambos ativos.

4.11.1. Adição do EEB

Foram testados três métodos para incorporar o EEB à nanoemulsão. No método

1, o extrato foi adicionado diretamente à fase oleosa. Nos métodos 2 e 3, inicialmente o

extrato foi acrescentado ao tensoativo hidrofílico – Croduret 50 Special, sendo a mistura

sonicada em Ultrassom Unique® – Ultra Cleaner 1600, por 2 e 4 horas respectivamente

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Material e Métodos

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e, então, acrescido do restante da fase oleosa. Em sequência, em todos os métodos, a

manipulação da nanoemulsão foi realizada conforme descrito no item 4.6.1.

Foram preparadas nanoemulsões contendo 0,01; 0,02; 0,05; 0,1; 0,2; 0,5 e 1% de

EEB. A nanoemulsão em que foi observada macroscopicamente uma melhor

incorporação do extrato foi selecionada.

4.11.2. Adição do cloridrato de pilocarpina

A manipulação da nanoemulsão foi realizada conforme relatado no item 4.6.1. e

quando a mesma se encontrava à 45 ±2 ºC, foi acrescentado o cloridrato de pilocarpina.

A agitação foi mantida até a temperatura ambiente ser alcançada. Foram preparadas

nanoemulsões contendo 0,01; 0,02; 0,05; 0,1; 0,2; 0,5 e 1% de pilocarpina.

No caso da nanoemulsão que combinou o EEB e o cloridrato de pilocarpina, a

incorporação foi realizada da mesma maneira, no período de resfriamento (45 ±2 ºC),

sob agitação. A pilocarpina foi adicionada à nanoemulsão cujo método de incorporação

do EEB (item 4.11.1) foi considerado mais eficaz. Foram preparadas nanoemulsões

contendo EEB/ pilocarpina, respectivamente, nas combinações 0,01/0,01; 0,02/0,01;

0,02/0,02 e 0,05/0,05 %.

4.12. Caracterização físico-química das nanoemulsões

Foram submetidas aos ensaios de caracterização:

NB: nanoemulsão selecionada como base (sem ativo);

NE: nanoemulsão com 0,1% de EEB das folhas de Melaleuca leucadendron;

NP: nanoemulsão com 0,1% de cloridrato de pilocarpina e

NEP: nanoemulsão com 0,05% de EEB e 0,05% de cloridrato de pilocarpina.

4.12.1. Avaliação macroscópica

Após 24 horas de seu preparo, as nanoemulsões foram avaliadas

macroscopicamente conforme descrito no item 4.7.

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Material e Métodos

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4.12.2. Avaliação microscópica

As nanoemulsões foram avaliadas microscopicamente conforme descrito no item

4.8., 24 horas após seu preparo.

4.12.3. Determinação da distribuição granulométrica

O diâmetro médio ± desvio padrão das partículas e o índice de polidispersão de

cada uma das quatro nanoemulsões foram avaliados através da técnica de

espectroscopia de correlação de fótons, realizada conforme descrito no item 4.9.

4.12.4. Determinação do pH

O pH das nanoemulsões foi determinado inserindo o eletrodo diretamente nas

amostras (pHmetro Lutron® modelo PH-221 – devidamente calibrado). As análises

foram realizadas em triplicatas, 1, 7 e 30 dias após o preparo das formulações.

4.12.5. Determinação da temperatura de inversão de fases

O teste foi realizado utilizando um condutivímetro CD 820 - Instrutherm,

ajustado com solução de KCl 0,1N. A temperatura de inversão de fases (TIF) foi

determinada através da variação nos valores de condutividade elétrica em função da

temperatura. As amostras foram aquecidas em banho-maria, com um aumento

monitorado de temperatura, na faixa de 25 a 85 ºC.

A condutividade foi avaliada inserindo o eletrodo diretamente em cada uma das

nanoemulsões. A temperatura em que ocorreu a inversão foi estabelecida como a média

da temperatura entre o maior e o menor valor alcançado pela condutividade e expressa

em µS.cm-1

(IZQUIERDO et al., 2005).

4.12.6. Determinação do potencial zeta

A determinação do potencial zeta foi realizada em equipamento Zetasizer®

Nano

ZS (Malvern, EUA), através da técnica do espalhamento de luz eletroforético para

partículas. Nessa técnica a amostra foi injetada em uma célula contendo dois eletrodos e

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Material e Métodos

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um campo elétrico foi aplicado aos mesmos. As partículas com potencial zeta migraram

em direção ao eletrodo de carga oposta com uma velocidade que está relacionada à

magnitude do potencial. Essa mobilidade foi medida via M3-PALS (FELIX et al., 2013;

HONARY e ZAHIR, 2013b).

As amostras foram diluídas na proporção de 1:20 em água destilada e aplicadas

na célula capilar semi-descartável com o auxílio de uma seringa hipodérmica. As

medidas de potencial zeta foram realizadas à temperatura ambiente (25 ±2 ºC) e em

triplicata para cada nanoemulsão. Os resultados foram expressos como média ± desvio

padrão.

4.13. Testes de estabilidade

Foram avaliadas amostras das nanoemulsões relatadas no item 4.12.,

armazenadas em frascos vedados desde a sua manipulação. Essas amostras foram

submetidas à análise macroscópica, para verificação da homogeneidade e aos testes de

estresse térmico e centrifugação, descritos, respectivamente, nos itens 4.10.1. e 4.10.2.

A avaliação da estabilidade foi realizada 1, 7, 15, 30 e 60 dias após o preparo das

nanoemulsões.

4.14. Determinação da citotoxicidade in vitro das nanoemulsões por MTT

O método MTT avaliou a viabilidade celular em presença das amostras. Para

isso, foi verificada a capacidade de células vivas, através de sua atividade metabólica,

reduzirem o brometo de 3-(4,5-dimetil-tiazol-2-il)-2,5-difenil-tetrazólio (MTT, Sigma-

Aldrich) em cristais insolúveis de formazana. Esses cristais apresentam coloração

violeta, com absorbância a 570 nm (TEO et al., 2013; PRANCZK et al., 2014).

Quanto menos citotóxico o composto testado, maior a viabilidade celular no

meio e consequentemente a intensidade da coloração roxa (TEO et al., 2013;

PRANCZK et al., 2014).

Foi avaliada a citotoxicidade das nanoemulsões frente a macrófagos murinos da

linhagem J774. Os macrófagos foram descongelados e cultivados em monocamadas em

garrafas de cultura contendo meio DEMEM, suplementado com 10% de soro fetal

bovino, 2mM de L-glutamina, 100 IU/mL de penicilina e 100 µg/mL de estreptomicina.

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Material e Métodos

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O cultivo foi realizado a 37 ºC, em atmosfera de 5 % de CO2 (MONTES-FONSECA et

al., 2012).

Para realização do experimento, a metodologia descrita por Caldeira (2011) foi

realizada, sendo os procedimentos desenvolvidos em capela de fluxo laminar,

protegendo de contaminação. As células foram desprendidas da superfície da garrafa,

centrifugadas a 1100 rpm (210 G), por 10 minutos a 5 ºC e ressuspendidas em meio de

cultura (DEMEM suplementado). Foram diluídos 20 µL da suspensão em 20 µL de

Azul de Tripan, sendo metade dessa mistura transferida para uma Câmara de Neubauer

e realizada contagem das células. Em seguida, os macrófagos foram colocados em

microplacas de 96 poços, numa densidade de 5 x 104 células por poço, presentes em 90

µL de meio.

As amostras foram filtradas em filtros de 0,45 µm e acondicionadas em frascos

estéreis. Foram adicionados aos poços 10 µL de NB ou 10 µL das diferentes diluições

das formulações com EEB e/ou pilocarpina. Como controle, foram utilizados poços

contendo células não submetidas a tratamento (na mesma densidade dos poços com

amostras) e como branco, poços com apenas meio de cultura.

As nanoemulsões com EEB e as nanoemulsões com cloridrato de pilocarpina

foram testadas nas concentrações 0,01; 0,02; 0,05; 0,1; 0,2; 0,5 e 1 %. As nanoemulsões

com ambos ativos foram testadas nas combinações 0,01/0,01; 0,02/0,01; 0,02/0,02 e

0,05/0,05 % de EEB/ pilocarpina, respectivamente. Na Tabela 3 foram relatadas as

concentrações de ativo por mL em cada amostra avaliada.

Após as formulações serem adicionadas, as microplacas foram incubadas em

estufa a 37 ºC, em atmosfera de 5 % de CO2 por 24 horas. Na sequência, o meio de

cultura foi retirado dos poços, sendo adicionados 100 µL de solução de MTT a 0,5

mg/mL em PBS . As placas foram novamente incubadas por mais quatro horas (37 ºC; 5

% de CO2) para reação e então, para solubilizar os cristais de formazana gerados, foram

adicionados 100 µL de solução de laurilsulfato de sódio a 10 % p/v em HCl 0,1M.

Após 16 horas em estufa (37 ºC; 5 % de CO2), foi realizada leitura das placas em

leitor de ELISA (Anthos 2010), a 570 nm. As absorbâncias das amostras, após

descontar a absorbância do branco, foram utilizadas para calcular a viabilidade celular

(VC), com base na seguinte fórmula:

%VC= [(AC- AA)/AC] x 100, onde:

%VC = percentual de viabilidade celular

AC = absorbância do controle (macrófagos não tratados)

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Material e Métodos

41

AA = absorbância da amostra descontada do branco.

Tabela 3: Concentrações dos princípios ativos em cada uma das nanoemulsões avaliadas

quanto à citotoxicidade pelo método MTT

Amostra Ativo

(% na nanoemulsão)

Concentração

avaliada

Nanoemulsões com EEB

E1 EEB (0,01) 100 µg/ mL

E2 EEB (0,02) 200 µg/ mL

E3 EEB (0,05) 500 µg/ mL

E4 EEB (0,1) 1 mg/ mL

E5 EEB (0,2) 2 mg/ mL

E6 EEB (0,5) 5 mg/ mL

E7 EEB (1,0) 10 mg/ mL

Nanoemulsões com cloridrato de pilocarpina

P1 Pilocarpina (0,01) 100 µg/ mL

P2 Pilocarpina (0,02) 200 µg/ mL

P3 Pilocarpina (0,05) 500 µg/ mL

P4 Pilocarpina (0,1) 1 mg/ mL

P5 Pilocarpina (0,2) 2 mg/ mL

P6 Pilocarpina (0,5) 5 mg/ mL

P7 Pilocarpina (1,0) 10 mg/ mL

Nanoemulsões com EEB e cloridrato de pilocarpina

EP1 EEB (0,01) + Pilocarpina (0,01) 100 µg/mL + 100 µg/mL

EP2 EEB (0,02) + Pilocarpina (0,01) 200 µg/mL + 100 µg/mL

EP3 EEB (0,02) + Pilocarpina (0,02) 200 µg/mL + 200 µg/mL

EP4 EEB (0,05) + Pilocarpina (0,05) 500 µg/mL + 500 µg/mL

Legenda: EEB = extrato etanólico bruto das folhas de Melaleuca leucadendron

O experimento foi realizado em triplicata e com os valores médios foram

elaborados gráficos de viabilidade para as nanoemulsões avaliadas. Os dados foram

expressos como porcentagem de viabilidade celular média ± desvio padrão em relação

ao controle.

4.15. Determinação da atividade antioxidante in vitro das nanoemulsões

As nanoemulsões foram submetidas ao método de redução do radical livre

DPPH para determinação do seu potencial antioxidante in vitro. Para isso, foi

desenvolvida a metodologia descrita por Quintão et al. (2013) com algumas

modificações.

As nanoemulsões com EEB e as nanoemulsões com cloridrato de pilocarpina

foram utilizadas nas concentrações 0,01; 0,02; 0,05; 0,1; 0,2 e 0,5%. As nanoemulsões

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Material e Métodos

42

com ambos ativos foram testadas nas combinações 0,01/0,01; 0,02/0,01; 0,02/0,02 e

0,05/0,05 % de EEB/ pilocarpina, respectivamente. A NB foi utilizada para avaliar a

atividade do óleo de girassol.

Com a finalidade de conferir a transparência necessária para leitura das

absorbâncias, as amostras foram diluídas em etanol. Para isso, 150 µL de cada

nanoemulsão avaliada foram acrescentados a 2,35 mL desse solvente. As concentrações

resultantes, nos 2,5 mL totais, podem ser observadas na tabela 4.

Tabela 4: Concentrações dos princípios ativos em cada uma das nanoemulsões avaliadas

quanto à capacidade antioxidante pelo método DPPH

Amostra Ativo avaliado

(% na nanoemulsão)

Concentração final

(em 2,5 mL)

Nanoemulsão Base

NB Óleo de girassol (10) 6 mg/ mL

Nanoemulsões com EEB

E1 EEB (0,01) 6 µg/ mL

E2 EEB (0,02) 12 µg/ mL

E3 EEB (0,05) 30 µg/ mL

E4 EEB (0,1) 60 µg/ mL

E5 EEB (0,2) 120 µg/ mL

E6 EEB (0,5) 300 µg/ mL

Nanoemulsões com cloridrato de pilocarpina

P1 Pilocarpina (0,01) 6 µg/ mL

P2 Pilocarpina (0,02) 12 µg/ mL

P3 Pilocarpina (0,05) 30 µg/ mL

P4 Pilocarpina (0,1) 60 µg/ mL

P5 Pilocarpina (0,2) 120 µg/ mL

P6 Pilocarpina (0,5) 300 µg/ mL

Nanoemulsões com EEB e cloridrato de pilocarpina

EP1 EEB (0,01) + Pilocarpina (0,01) 6 µg/ mL + 6 µg/ mL

EP2 EEB (0,02) + Pilocarpina (0,01) 12 µg/ mL + 6 µg/ mL

EP3 EEB (0,02) + Pilocarpina (0,02) 12 µg/ mL + 12 µg/ mL

EP4 EEB (0,05) + Pilocarpina (0,05) 30 µg/ mL + 30 µg/ mL

Legenda: EEB = extrato etanólico bruto das folhas de Melaleuca leucadendron

Em tubos com 2,5 mL das variadas concentrações das amostras ou com 2,5 mL

de etanol puro, utilizado como controle negativo, foram acrescentados 1 mL de solução

etanólica de DPPH (Sigma-Aldrich) 0,004% m/v. Para o branco, à 2,5 mL das

diferentes concentrações, foram acrescentados 1 mL de etanol puro.

Após 30 e 60 minutos, de incubação à temperatura ambiente e ao abrigo da luz,

200 µL do conteúdo de cada tubo foi transferido para poços de placa de ELISA. Foi

efetuada a leitura das absorbâncias a 517 nm em Leitor de ELISA (Anthos 2010).

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Material e Métodos

43

As absorbâncias das amostras, após descontar o respectivo branco, foram

utilizadas para calcular o percentual de inibição do radical livre DPPH (%IDPPH),

baseado na fórmula abaixo:

% IDPPH = [(CN-AM)/CN] x 100, onde:

IDPPH = inibição do DPPH;

CN = absorbância do controle negativo e

AM = absorbância da amostra descontada a absorbância do branco.

O experimento foi realizado em triplicata. Os resultados foram expressos como

média ± desvio padrão. Para as nanoemulsões com EEB e as com pilocarpina, foram

elaboradas curvas de inibição, utilizando os valores determinados para as diferentes

concentrações de ativo. Quando possível, foi obtida a equação linear para a curva e

calculada a concentração das amostras que provocou 50% de inibição do DPPH (CE50).

4.16. Análises estatísticas

Foram analisados estatisticamente:

a distribuição granulométrica das formulações;

a distribuição granulométrica após os testes de estabilidade, nos diferentes

tempos avaliados;

os valores de pH das formulações;

os valores de pH nos diferentes tempos avaliados;

os valores de potencial zeta das formulações e

as CE50 encontradas pelo método DPPH para os ativos livres e após

nanoemulsionados.

Os dados foram registrados como média ± desvio padrão e analisados pelo SPSS

(IBM SPSS Statistics versão 20). As análises foram realizadas utilizando ANOVA, com

pós-teste de Bonferroni. Um valor de p<0,05 foi considerado estatisticamente

significativo.

Com exceção das CE50, que tiveram suas médias avaliadas por Teste T de

Student. Também considerando um p < 0,05 como nível de significância.

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Resultados e Discussão

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Resultados e Discussão

45

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Obtenção do extrato

Foram obtidos 50,1g de EEB das folhas de Melaleuca leucadendron (Figura 12)

a partir das 600g de folhas secas pulverizadas. O rendimento do extrato, portanto, foi de

8,35%.

Figura 12: Extrato etanólico bruto das folhas de Melaleuca leucadendron.

5.2. Prospecção fitoquímica

Os resultados obtidos através da prospecção fitoquímica do EEB das folhas

Melaleuca leucadendron podem ser observados na tabela 5.

Tabela 5: Triagem da presença dos principais metabólitos secundários no EEB das

folhas de Melaleuca leucadendron.

Metabólitos secundários Resultado

Compostos Fenólicos +

Triterpenos +

Esteróides +

Flavonóides +

Taninos +

Antranóides +

Cumarinas -

Saponinas +

Alcalóides -

Legenda: (+) Presente (-) Não detectado

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Resultados e Discussão

46

Análises preliminares realizadas com extrato metanólico das folhas de

Melaleuca leucadendron, coletadas em Nilgiris (Índia), também indicaram a presença

de compostos fenólicos, triterpenos, esteróides, flavonóides, saponinas e taninos (SHAH

et al., 2013).

Compostos fenólicos de uma maneira geral, incluindo flavonóides e taninos, são

considerados potentes antioxidantes (CAO et al., 1997; SILVA et al., 2013; AMARAL

et al., 2014; SHAH et al., 2014). Além disto, metabólitos secundários como flavonóides,

compostos fenólicos, taninos, triterpenos e saponinas são frequentemente relacionados a

atividades anti-inflamatórias, antimicrobianas e cicatrizantes (FERRÁNDIZ e

ALCARAZ, 1991; LOPES et al., 2005; AMARAL et al., 2014; LAY et al., 2014).

Considerando os resultados da triagem fitoquímica, pode-se cogitar potencial do

EEB em apresentar atividades biológicas, dentre elas, antioxidante e capacidade

regeneradora tissular.

5.3. Determinação do teor de fenóis totais

Na Figura 13 está representada a curva de calibração obtida para o ácido gálico.

A absorbância média da solução 3 mg/mL do EEB foi 0,207 que, de acordo com a

equação linear (y= 0,0009x + 0,0034), foi equivalente a absorbância de 226,2 µg/mL de

ácido gálico. Portanto, o resultado obtido foi de 102,3 ±6,1 mg EAG/ g de EEB,

indicando que 10,23 % do extrato são de compostos fenólicos.

Figura 13: Curva de calibração e sua respectiva equação linear obtidas para o ácido-

gálico pelo método Folin-Ciocalteu para quantificação de compostos fenólicos (média ±

desvio padrão, n = 3)

y = 0.0009x + 0.0034

R² = 0.9936

0.000

0.050

0.100

0.150

0.200

0.250

0.300

0 50 100 150 200 250 300

Ab

sorb

ân

cia

a 7

60

nm

Concentração de ácido gálico (µg/mL)

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Resultados e Discussão

47

O EEB das folhas de Melaleuca leucadendron apresentou conteúdo de

compostos fenólicos muito elevado quando comparado a estudo realizado na Coréia do

Sul, em que o teor encontrado para o extrato metanólico dessa mesma espécie e suas

frações em butanol e clorofórmio foi, respectivamente, 0,29; 0,51 e 0,11 mg EAG/g de

extrato (SURH e YUN, 2012). Além de serem extrações com diferentes solventes, essa

variação na composição também pode estar relacionada a diferenças edafoclimáticas.

Variações de temperatura e localização geográfica são muito importantes na produção

de metabólitos secundários (SHOHAEL et al., 2006; CARALT et al., 2013; SHAH et

al., 2014).

Os compostos fenólicos estão presentes em uma grande variedade de plantas e

são capazes de neutralizar radicais livres através da doação de hidrogênio. Os

intermediários formados são relativamente estáveis, devido à ressonância do anel

aromático na estrutura dessas substâncias, não propagando reação em cadeia (Figura 14)

(CAO et al., 1997; CHUN et al., 2005; SOUSA et al., 2007).

Figura 14: Reação de neutralização de radical livre por estrutura fenólica básica, através

da doação de hidrogênio, originando intermediário pouco reativo

Com isto, além de agirem como antioxidantes, esses compostos podem inibir o

óxido nítrico, um radical livre presente no organismo. Esse radical é um modulador da

inflamação e sua neutralização pode acelerar a cicatrização de feridas cutâneas

(PRIYADARSINI, 1997; NAKAJIMA et al., 2007; REBELO et al., 2014; TAIRA et

al., 2015).

A presença de compostos fenólicos tem sido constantemente relacionada com

potencial antioxidante e com outras atividades biológicas, como anti-inflamatória e

antiproliferativa (BASTIANETTO et al., 2000; SILVA et al., 2009; ABDEL-HAMEED

et al., 2014; LIU et al. 2014; LOU et al., 2014). De acordo com García-Lafuente et al.

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Resultados e Discussão

48

(2014), que avaliaram extratos ricos em fenóis, um elevado teor desses compostos pode

ser associado a elevadas atividades antioxidante e anti-inflamatória.

5.4. Avaliação da capacidade antioxidante in vitro

5.4.1. Avaliação da capacidade antioxidante do extrato

Foi encontrada atividade antioxidante para o EEB das folhas de Melaleuca

leucadendron em ambos os métodos avaliados.

5.4.1.1. Método de redução do radical DPPH

O EEB apresentou elevada capacidade sequestradora do radical DPPH e foi

observada estabilidade da inibição após 1 hora de reação. Numa concentração de apenas

25 µg/mL foi capaz de reduzir mais de 80 % desse radical (Figura 15).

Figura 15: Capacidade de inibição do radical DPPH em função da concentração do EEB

de Melaleuca leucadendron após 30 e 60 minutos de reação (média ± desvio padrão,

n=3).

A CE50, calculada através da equação linear da inibição após 30 minutos (y =

3,1987x – 4,3771), foi de 17,0 ±0,59 µg/mL. Esse potencial foi bem maior que o do

ácido ascórbico e da mesma ordem de grandeza do ácido gálico, eficazes antioxidantes

sintéticos, e ainda foi elevado quando comparado a outros extratos vegetais, como

y = 3.1987x - 4.3771

R² = 0.9904

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 5 10 15 20 25 30

Inib

içã

o d

o D

PP

H (

%)

Concentração do extrato (µg/mL)

Inibição 30 minInibição 60 minLinear 30 min

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Resultados e Discussão

49

representado na Tabela 6 (WU et al., 2009; SAHA et al., 2009; LAY et al., 2014; SHI et

al., 2014; YU et al., 2014).

Tabela 6: Comparação da capacidade redutora de DPPH do EEB das folhas de

Melaleuca leucadendron, com alguns antioxidantes sintéticos e extratos vegetais

Amostra CE50 (µg/mL) Referência

EEB de Melaleuca leucadendron 17,0 Esse estudo

Ácido ascórbico 190,0 SHI et al., 2014

Ácido gálico 10,8 LAY et al., 2014

EM das agulhas de pinheiro de

Cedrus deodara

35,94 YU et al., 2014

EM das frutas de Phaleria

macrocarpa (Scheff.)

9120,0 LAY et al., 2014

EE das folhas de Cajanus cajan

(L.) Millsp.

242,01 WU et al., 2009

EM das folhas de Mimusops

elengi Linn

43,26 SAHA et al., 2009

Legenda: EM = extrato metanólico; EE = extrato etanólico

5.4.1.2. Método de redução do radical ABTS liofilizado

Com a curva de calibração originada das variadas absorbâncias em função da

concentração do α-tocoferol (Figura 16) foi obtida a equação linear y = -0,0005x +

0,6671; utilizada para calcular a capacidade das amostras de reduzirem o radical ABTS.

Figura 16: Curva de calibração e sua respectiva equação linear obtidas para o α-

tocoferol pelo método de redução do radical ABTS liofilizado (média ± desvio padrão,

n = 3)

y = -0.0005x + 0.6671

R² = 0.991

0.3

0.35

0.4

0.45

0.5

0.55

0.6

0.65

0.7

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550

Ab

sorb

ân

cia

a 7

20

nm

Concentração de α-tocoferol (µg/mL)

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Resultados e Discussão

50

A solução do EEB na concentração de 150 µg/mL apresentou uma absorbância

média de 0,552 que é equivalente a 230,2 µg/mL de α-tocoferol. Foi encontrada uma

capacidade de reduzir o ABTS de 1530 mg EAT/ g de extrato, ou seja, o EEB

apresentou uma atividade antioxidante 1,53 vezes maior que a do padrão α-tocoferol.

Esses valores são expressos, geralmente, como mg equivalentes de Trolox (TE),

um análogo sintético do α-tocoferol (BADARINATH et al., 2010; ROOKE et al.,

2012). Segundo Durmaz (2012) esse análogo possui capacidade antioxidante duas vezes

maior que a do α-tocoferol por esse método, podendo-se estimar que seriam necessários

cerca de 765 mg de Trolox para obter a mesma atividade de 1 g de extrato.

A boa atividade do EEB pode ser observada de maneira mais evidente

confrontando esses valores com os encontrados para outras espécies vegetais. Xu et al.

(2014) encontraram de 50 a 667,5 mg TE/g de diferentes extratos das flores de Tagetes

ereta L. Duymuş et al. (2014) avaliaram diferentes extratos de sabugueiro, encontrando

atividades que variaram de 222,5 a 492,5 mg TE/g de extrato e, de acordo com

Mihaylova et al. (2013), o extrato hidroalcoólico das folhas de Haberlea rhodopensis

Friv. apresenta elevada atividade de 192,25 mg TE/g.

A capacidade antioxidante expressa pelo extrato é decorrente de sua

composição, sendo condizente com os metabólitos secundários indicados pela

prospecção fitoquímica e com seu considerável teor de compostos fenólicos. Podendo

também, ser decorrente de sinergismo entre as classes de metabólitos presentes.

Lee (1998) isolou ésteres triterpenóides das folhas de Melaleuca leucadendron e

relatou que, substâncias com estrutura semelhante, geralmente apresentam capacidade

anti-inflamatória. Em outro estudo, realizado com extrato em acetona das folhas dessa

espécie, foram isolados novos flavonóides, pertencentes à classe das flavanonas e

denominados leucadenonas (LEE, 1999).

Yoshida et al. (1996) avaliaram extrato do fruto dessa espécie em acetona e

conseguiram isolar alguns triterpenos e, também, dez taninos hidrolisáveis, incluindo

um inédito.

Tsuruga et al. (1991) identificaram, no extrato metanólico dos frutos de M.

leucadendron, a presença de quercetina e ácido gálico, dois compostos com atividade

antioxidante conhecida. Identificaram, ainda, oxiresveratrol, um composto com elevada

capacidade sequestradora de radicais livres (LORENZ et al., 2003).

O oxiresveratrol é geralmente encontrado nas raízes, folhas, caule e frutos de

muitas espécies. Apresenta estrutura muito similar à do resveratrol, um composto da

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Resultados e Discussão

51

mesma classe, que tem sido estudado como um possível radioprotetor (SEBASTIÀ et

al., 2011; JEONG et al., 2014; XU, L. et al., 2014).

Fundamentado nos resultados e nos dados da literatura, o EEB das folhas de

Melaleuca leucadendron representa uma boa fonte de princípios ativos para as

nanoemulsões. Foi observada elevada capacidade de redução de radicais livres, que é

um dos mecanismos pelos quais os radioprotetores agem. Além disto, pode apresentar,

em sua composição, substâncias capazes de proteger os danos causados pela

radioterapia através de outras formas de ação (NAIR et al., 2001; GAUTER-

FLECKENSTEIN et al., 2014).

5.4.2. Avaliação da capacidade antioxidante do cloridrato de pilocarpina

Em nenhum dos dois métodos de redução de radicais livres foi observada

atividade antioxidante do cloridrato de pilocarpina. Nem mesmo utilizando

concentrações superiores às usualmente empregadas por via tópica, que de acordo com

Brown e Taylor (2011) são de 0,5 a 4 %. Pode-se inferir que caso esse princípio ativo

apresente capacidade radioprotetora, ela seja consequência de um mecanismo de ação

diferente, sendo necessária a avaliação de seu potencial por outros métodos.

5.4.3. Avaliação da capacidade antioxidante do óleo de girassol

O óleo de girassol apresentou atividade antioxidante pelos dois métodos

avaliados.

5.4.3.1. Método de redução do radical DPPH

Na figura 17 pode ser observada a inibição do radical DPPH pelo óleo de

girassol e boa estabilidade da reação após 1 hora. A CE50, calculada através da equação

linear da inibição após 30 minutos (y = 9,2843x – 9,3558), foi de 6,39 ±0,27 mg/mL.

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Resultados e Discussão

52

Figura 17: Capacidade de inibição do radical DPPH em função da concentração do óleo

de girassol após 30 e 60 minutos de reação (média ± desvio padrão, n = 3)

Com essa CE50, o óleo de girassol não se apresenta um antioxidante tão potente

quanto alguns antioxidantes sintéticos como o BHT (CE50 = 0,58 mg/mL) e o α-

tocoferol (CE50 = 0,10 mg/mL) (ZHANG et al., 2006). Contudo, em comparação a

outros óleos vegetais e essenciais como relatado na Tabela 7, sua atividade pode ser

considerada satisfatória (ZHANG et al., 2006; SHAHSAVARI et al., 2008;

VALAVANIDIS et al., 2004; BAUER et al., 2013).

Tabela 7: Comparação da capacidade redutora de DPPH do óleo de girassol e alguns

outros óleos

Amostra CE50 (mg/mL) Referência

Óleo de girassol 6,39 ±0,27 Esse estudo

Óleo de milho 15,0 ±0,9 VALAVANIDIS et al., 2004

Óleo de oliva 17,5 ±1,2 VALAVANIDIS et al., 2004

Óleo de soja 10,0 ±0,5 VALAVANIDIS et al., 2004

Óleo de Licuri (Syagrus

coronata)

0,3336 BAUER et al., 2013

Óleo essencial de

Petroselinum crispum

80,21 ±3,41 ZHANG et al., 2006

Óleo essencial de Bunium

persicum

0,88 ±0,04 SHAHSAVARI et al., 2008

y = 9.2843x - 9.3558

R² = 0.982

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Inib

içã

o d

o D

PP

H (

%)

Concentração do óleo (mg/mL)

Inibição 30 minInibição 60 minLinear 30 min

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Resultados e Discussão

53

5.4.3.2. Método de redução do radical ABTS liofilizado

Utilizando a curva de calibração do α-tocoferol (Figura 16), foi obtida a equação

linear que permitiu calcular a concentração deste com absorbância equivalente a da

solução de óleo de girassol diluído 10 vezes (Tabela 8).

Tabela 8: Concentração de α-tocoferol com capacidade redutora do radical ABTS

equivalente a da solução de óleo de girassol diluído 10 vezes

Concentração de

óleo de girassol

Absorbância

média a 720 nm Equação Linear

Concentração de

α-tocoferol

100 mg/mL 0,451 Y= -0,0005x + 0,6671

R2= 0,991

432,2 µg/mL

De acordo com esses dados foi encontrada uma capacidade de reduzir o radical

ABTS de 4322 mg EAT/ kg de óleo. Esses valores confirmam sua capacidade

antioxidante, que por esse método, utilizando α-tocoferol como padrão, também foi

superior à atividade descrita para os óleos de milho (1300 mg EAT/kg), oliva (300 mg

EAT/kg) e soja (1100 mg EAT/kg) (DURMAZ, 2012).

No óleo de girassol são encontrados antioxidantes naturais como os tocoferois e

compostos fenólicos. Essas substâncias apresentam elevada capacidade sequestradora

de radicais livres e podem ser relacionadas ao potencial antioxidante encontrado por

ambas as metodologias avaliadas (WARNER e MOUNTS, 1990; LUDWIG et al., 2011;

BAKRE et al., 2014).

O principal componente do óleo de girassol é um ácido graxo considerado

essencial, o ácido linoléico – cerca de 65 % (BETT et al., 2004; MARQUES et al.,

2004; KOWALSKI, 2007; HSIEH et al., 2008). Esse ácido graxo exerce papel de

mediador pró-inflamatório, sendo essencial para a regulação dos eventos bioquímicos

que precedem a fibroplasia e estando associado às ações cicatrizantes e anti-

inflamatórias comumente relatadas para o óleo (GLASGOW e ELING, 1990;

RODRIGUES et al., 2004; MAGALHÃES et al., 2008; BONFERONI et al., 2014).

Topicamente, segundo Marques et al. (2004), o óleo de girassol pode ser

considerado um tratamento alternativo para o processo cicatricial de segunda intenção,

contribuindo para o fechamento mais rápido de feridas com grande espessura. Ele já tem

sido utilizado para esses fins, como um dos componentes do Dersani®, um medicamento

empregado no tratamento de lesões cutâneas (MANDELBAUM et al., 2003;

GONÇALVES et al., 2010; PRICHOA et al., 2011).

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Resultados e Discussão

54

Baseado no potencial antioxidante, na possível capacidade regeneradora tissular

e considerando sua acessibilidade, o óleo de girassol representa uma boa escolha como

fase oleosa de nanoemulsões tópicas cuja finalidade é a radioproteção. Apesar de

apresentar uma capacidade seqüestradora de radicais livres muito inferior a do EEB, por

ser utilizado em concentrações elevadas nas formulações, pode representar um

complemento dessa ação.

5.5. Desenvolvimento das nanoemulsões O/A

Dentre as 36 formulações que foram obtidas, as emulsões desenvolvidas

utilizando Span 80/ Croduret 50 Special como sistema tensoativo, apresentaram

floculação seguida de separação de fases, logo após o preparo (Tabela 9).

Tabela 9: Aspecto macroscópico das emulsões desenvolvidas utilizando Span

80/Croduret 50 Special como sistema tensoativo

Composição Formulação

Proporção de

tensoativos (%)

SP/CRO

Aspecto Macroscópico

(logo após o preparo)

Composição A

(5% de óleo e 5

% de sistema

tensoativo)

SC1 10/90 Separação de fases

SC2 20/80 Separação de fases

SC3 30/70 Separação de fases

SC4 40/60 Separação de fases

SC5 50/50 Separação de fases

SC6 60/40 Separação de fases

SC7 70/30 Separação de fases

SC8 80/20 Separação de fases

SC9 90/10 Separação de fases

Composição B

(10% de óleo e

10 % de sistema

tensoativo)

SC10 10/90 Separação de fases

SC11 20/80 Separação de fases

SC12 30/70 Separação de fases

SC13 40/60 Separação de fases

SC14 50/50 Separação de fases

SC15 60/40 Separação de fases

SC16 70/30 Separação de fases

SC17 80/20 Separação de fases

SC18 90/10 Separação de fases

Legenda: SP/CRO = Span 80/Croduret 50 Special

Microscopicamente, 24 horas após o preparo, foram observadas partículas

grandes, segregadas e com aspecto coagulado (Figura 18). Essas partículas confirmaram

a instabilidade das formulações, sugerindo incompatibilidade do óleo de girassol com o

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Resultados e Discussão

55

sistema tensoativo. Os resultados estão de acordo com Walther et al. (2005) que

relataram que nenhuma emulsão combinando Span 80 e esse óleo apresenta

estabilidade. Segundo Yang et al. (2012) elevadas concentrações de monooleato de

sorbitano, em fase oleosa contendo óleo de girassol, provocam redução da estabilidade

e/ou coagulação de micropartículas.

Figura 18: Fotomicrografia de formulações utilizando o sistema tensoativo Span 80/

Croduret 50 Special, 24 horas após o preparo, aumento de 400X. A – emulsão SC5 sob

luz branca comum. B – emulsão SC3 sob luz polarizada

As análises macroscópicas, das formulações utilizando Crill 3/ Croduret 50

Special, realizadas após 24 horas do preparo, podem ser observadas na Tabela 10.

Tabela 10: Aspecto macroscópico das emulsões desenvolvidas utilizando Crill

3/Croduret 50 Special como sistema tensoativo

Composição Formulação

Proporção de

tensoativos (%)

CRI/CRO

Aspecto Macroscópico

(24 h após o preparo)

Composição A

(5% de óleo e 5

% de sistema

tensoativo)

CC1 10/90 Separação de fases

CC2 20/80 Separação de fases

CC3 30/70 Separação de fases

CC4 40/60 Separação de fases

CC5 50/50 Separação de fases

CC6 60/40 Separação de fases

CC7 70/30 Separação de fases

CC8 80/20 Separação de fases

CC9 90/10 Separação de fases

Composição B CC10 10/90 Separação de fases

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Resultados e Discussão

56

(10% de óleo e

10 % de sistema

tensoativo)

CC11 20/80 Separação de fases

CC12 30/70 Separação de fases

CC13 40/60 Emulsão translúcida

CC14 50/50 Emulsão translúcida

CC15 60/40 Emulsão amarelada

CC16 70/30 Separação de fases

CC17 80/20 Separação de fases

CC18 90/10 Separação de fases

Legenda: CRI/CRO = Crill 3/Croduret 50 Special

As formulações CC1 a CC9, logo após o preparo apresentaram aspecto leitoso

característico de emulsões, mas após 24 horas foi observada separação de fases.

Microscopicamente, foram observadas floculação e partículas de tamanhos variados,

mas sem aspecto coalhado (Figura 19). Provavelmente, a pequena concentração de óleo,

apenas 5%, não contribuiu para a estabilidade do sistema. Walther et al. (2005) e Donsi

et al. (2012) obtiveram emulsões estáveis utilizando 10% de óleo de girassol na

composição da fase oleosa.

Figura 19: Fotomicrografia, sob luz polarizada, de uma das formulações utilizando o

sistema tensoativo Crill 3/ Croduret 50 Special num total de 10 % de fase oleosa,

emulsão CC5, 24 horas após o preparo, aumento de 400X.

Nas formulações restantes, foram utilizados 10% de óleo de girassol, mas

mesmo assim, CC10 a CC12 e CC16 a CC18 apresentaram separação de fases após 24

horas. Microscopicamente, foram observadas floculação e partículas de tamanhos

variados, muito semelhantes às observadas de CC1 a CC9.

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Resultados e Discussão

57

A formulação CC15 (60/40-CRI/CRO) apresentou aspecto leitoso característico

de emulsões, sendo considerada estável macroscopicamente após 24 horas do preparo.

Microscopicamente, foram observadas partículas pouco segregadas, mas de tamanhos

variados (Figura 20). Emulsões com glóbulos de tamanhos variados como essa são

geralmente pouco estáveis. Quanto mais polidisperso o sistema, maior a diferença de

solubilidade relativa do óleo dentro das partículas e mais provável a ocorrência de

maturação de Ostwald. Fenômeno onde os glóbulos menores, por sua elevada

solubilidade, transferem seu conteúdo para os maiores, levando, no final, à completa

separação de fases (CAPEK, 2004; SABERI et al., 2014; WU et al., 2014).

Figura 20: Fotomicrografia, sob luz polarizada, da emulsão CC15, utilizando o sistema

tensoativo Crill 3/ Croduret 50 Special num total de 20 % de fase oleosa, 24 horas após

o preparo, aumento de 400X

Além disto, o fato de terem sido observadas partículas grandes em CC15, ainda

no aumento de 400 vezes, não foi condizente com o esperado para uma nanoemulsão.

As formulações CC13 (40/60-CRI/CRO) e CC14 (50/50-CRI/CRO), estáveis

macroscopicamente após 24 horas, apresentaram aspecto transparente azulado (Figura

21) característico de nanoemulsões (SADURNÍ et al., 2005; KLASSEN et al., 2014).

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Resultados e Discussão

58

Figura 21: Emulsão CC13 durante resfriamento sob agitação, com aspecto transparente

azulado

Quando avaliadas microscopicamente, não foram observadas partículas em

CC13 e CC14, mesmo no maior aumento (Figura 22). Esses resultados permitiram

sugerir que os glóbulos formados nas mesmas eram de tamanho reduzido, representando

possíveis nanoemulsões.

Figura 22: Fotomicrografia sob luz polarizada, das formulações com aspecto

macroscópico de nanoemulsões, 24 horas após o preparo, aumento de 1000X.

A – emulsão CC13. B – emulsão CC14

As combinações de tensoativos empregadas conferiram EHL de 10,34 e 9,4 a

CC13 e CC14, respectivamente. Esses valores corroboram para a estabilidade dos

sistemas obtidos, pois valores de EHL entre 8 e 13 costumam originar emulsões O/A

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Resultados e Discussão

59

estáveis (AKOH e NWOSU, 1992; NASHY e ABO-ELWAFA, 2011). De acordo com a

literatura valores de EHL acima de 10 são ideais para a formação de nanoemulsões O/A,

permitindo a formação de gotículas uniformes (KOMMURU et al.,2001; ANJANA et

al., 2012).

Com esses resultados pode-se afirmar que para o desenvolvimento de sistemas

emulsionados é fundamental encontrar as concentrações de óleo e combinações de

tensoativos que originam formulações estáveis. Muitos autores relatam que a

composição e a concentração de tensoativos utilizados na fase oleosa influenciam no

tamanho dos glóbulos formados e na estabilidade das emulsões (MASON et al., 2006;

MORAIS et al., 2006; BAZYLINSKA et al., 2014; KOMAIKO e MCCLEMENTS,

2014).

5.6. Determinação da distribuição granulométrica

As emulsões CC13 e CC14 foram selecionadas para determinação do diâmetro

das partículas e dispersão das mesmas. CC13 apresentou tamanho de 81,2 ±4,27 nm,

com IP de 0,09 ±0,094. CC14 apresentou tamanho de 77,1 ±1,28 nm, com IP de 0,156

±0,025. Em ambos os casos, os diâmetros das partículas encontram-se na faixa de

tamanho característico de nanoemulsões (IZQUIERDO et al., 2004; LI et al., 2011;

REBOLLEDA et al., 2015). O IP é uma medida da amplitude da distribuição de

tamanho. Tanto CC13 quanto CC14 apresentaram pequeno IP (inferior a 0,3), podendo

ser consideradas nanoemulsões monodispersas (LI et al., 2011; GORAIN et al., 2014).

O tamanho dos glóbulos de uma emulsão depende do método de emulsificação

empregado. Os resultados obtidos demonstram a eficiência do método de emulsificação

por inversão de fases na obtenção de nanoemulsões. Método esse que consome baixa

energia no processo de formação de emulsões, sendo econômico e indo de encontro à

demanda industrial (SADURNÍ et al., 2005; MORAIS, 2008; DAVIDOV-PARDO e

MCCLEMENTS, 2015).

5.7. Testes preliminares de estabilidade

As formulações CC13 e CC14 foram consideradas macroscopicamente estáveis

24 horas após seu preparo e, através da determinação do diâmetro médio das partículas,

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Resultados e Discussão

60

foram confirmadas como nanoemulsões, sendo submetidas aos testes de estresse

térmico e centrifugação.

5.7.1. Estresse térmico

As nanoemulsões CC13 e CC14 permaneceram com suas características

macroscópicas inalteradas, mesmo quando submetidas à temperatura de 80 ± 2 ºC. Em

relação à distribuição granulométrica, CC14 não apresentou variação estatística

significativa (p > 0,05) e CC13 apresentou uma pequena variação na distribuição, com

significância de 0,07 (Tabela 11). Mesmo com essa pequena alteração observada no

diâmetro das partículas de CC13, a formulação apresentou aspecto e características de

uma nanoemulsão.

Tabela 11: Resultados da distribuição granulométrica após o teste de estresse térmico

(média ± desvio padrão, n = 3)

Amostra Após 24h do preparo Após estresse térmico

Tamanho (nm) IP Tamanho (nm) IP

CC13 81,2 ±4,27 0,090 90,93 ±1,75 0,132

CC14 77,1 ±1,28 0,156 77,23 ±1,59 0,147

Legenda: IP = índice de polidispersão

O teste de estresse térmico permite um incremento de energia cinética ao

sistema, observando a susceptibilidade do mesmo a essa situação. Apenas uma pequena

variação foi observada em CC13 após um aumento muito significativo da temperatura,

indicando que ambas nanoemulsões mantiveram a estabilidade (PEREIRA 2008;

GORIAN et al., 2014).

5.7.2. Centrifugação

Nenhuma alteração das características macroscópicas das nanoemulsões CC13 e

CC14 foi observada após as etapas de centrifugação, mesmo após 15 minutos a 3000

rpm. A distribuição granulométrica das mesmas, avaliada após realização do teste de

centrifugação (Tabela 12), permitiu concluir que as partículas em ambas nanoemulsões

não sofreram variação significativa do tamanho (p > 0,05) e o sistema permaneceu

monodisperso.

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Resultados e Discussão

61

Tabela 12: Resultados da distribuição granulométrica após o teste de centrifugação

(média ± desvio padrão, n = 3)

Amostra Após 24h do preparo Após centrifugação

Tamanho (nm) IP Tamanho (nm) IP

CC13 81,2 ±4,27 0,090 83,53±3,21 0,115

CC14 77,1 ±1,28 0,156 77,36 ±0,92 0,177

Legenda: IP = índice de polidispersão

A integridade de CC13 e CC14 foi mantida mesmo sob o estresse mecânico

fornecido pela centrifugação, confirmando a estabilidade dos sistemas. O tamanho

reduzido dos glóbulos das nanoemulsões dificulta a atuação da gravidade e o

movimento Browniano dos mesmos pode ser suficiente para superá-la (TADROS et al.,

2004; WULFF-PÉREZ et al., 2012).

5.8. Adição dos princípios ativos às nanoemulsões

A nanoemulsão CC14 foi considerada mais estável através dos testes

preliminares de estabilidade, pois uma pequena alteração na distribuição granulométrica

foi observada para CC13 no teste de estresse térmico.

Além do mais, analisando os diâmetros médios dessas formulações, observou-se

que CC14 apresentou partículas um pouco menores que CC13. Quanto menores os

glóbulos de uma nanoemulsão, maior sua estabilidade (JEONG et al., 2001; TADROS,

2013).

Portanto, a formulação CC14 foi selecionada como nanoemulsão base para ser

adicionada de EEB das folhas de Melaleuca leucadendron ou de pilocarpina ou de

ambos ativos.

5.8.1. Adição do EEB

Na figura 23 pode ser observada a incorporação de 0,5% de EEB das folhas de

Melaleuca leucadendron previamente ao aquecimento da fase oleosa, nos três métodos

testados.

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Resultados e Discussão

62

Figura 23: Incorporação de 0,5% do EEB previamente ao aquecimento da fase oleosa. A

– método I: EEB adicionado à fase oleosa completa. B – método II: EEB adicionado ao

Croduret 50 Special e sonicado por 2 horas. C – método III: EEB adicionado ao

Croduret 50 Special e sonicado por 4 horas

No método I o EEB foi adicionado à fase oleosa completa e, em seguida,

preparada a emulsão. Foram obtidas formulações amareladas com aspecto de

nanoemulsão. Porém, não foi observada boa incorporação do extrato, ocorrendo

deposição de partículas no fundo do recipiente utilizado para o preparo (Figura 24A).

Nos métodos II e III, foram obtidas formulações esverdeadas com aspecto de

nanoemulsões (Figura 24B). Foi observado que quanto maior o tempo sob ultrassom,

melhor a incorporação do extrato. Sendo assim, como no método II foram apenas 2

horas de sonicação frente a 4 horas no método III, a formulação obtida por esse último

método foi selecionada como a melhor.

Figura 24: Formulações contendo 0,1% de EEB. A – nanoemulsão obtida pelo método

I. B – nanoemulsão obtida pelo método III

Nas emulsões obtidas pelo método III foi alcançada excelente incorporação do

extrato. No entanto, em concentrações superiores a 0,5% de EEB foram notadas

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Resultados e Discussão

63

partículas no fundo do recipiente utilizado para o preparo. Após a incorporação, todas as

nanoemulsões com EEB, foram filtradas em filtro de 0,45 µm previamente à utilização.

Este tipo de filtro não retém os glóbulos das formulações e é útil para a remoção de

quaisquer partículas insolúveis de EEB que não podem ser vistas macroscopicamente.

Um extrato bruto possui muitos constituintes distintos em sua composição

(SOUZA et al., 2012). Quando acrescentadas maiores concentrações do EEB, a

quantidade de tensoativos e o aquecimento podem não ter sido suficientes para

solubilizar os componentes com caráter muito hidrofílico. Contudo, a adição desse

extrato ao tensoativo hidrofílico e a ultrassonicação, previamente ao acréscimo do

restante da fase oleosa, favoreceram a incorporação. Além disto, após a adição da fase

aquosa, estes compostos mais polares podem ter sido solubilizados, contribuindo para a

obtenção de sistemas mais homogêneos e estáveis.

O desenvolvimento de formulações nanoestruturadas com extratos vegetais

agrega muitas vantagens aos medicamentos obtidos. Dentre elas, pode-se citar melhora

da solubilidade e biodisponibilidade desses princípios ativos, proteção contra a

toxicidade e contra a degradação química e física. Além disso, pode aumentar sua ação

farmacológica, através de sinergismo, por interação com os demais componentes da

fórmula (GOYAL et al., 2011; ANSARI et al., 2012; BONIFÁCIO et al., 2014).

5.8.2 Adição do cloridrato de pilocarpina

A incorporação do cloridrato de pilocarpina às nanoemulsões, na fase de

resfriamento, foi realizada sem alterações perceptíveis. Mesmo nas maiores

concentrações testadas não houve problemas com a metodologia utilizada.

No caso das nanoemulsões que combinaram o EEB e o cloridrato de pilocarpina,

a incorporação foi realizada em formulações adicionadas de extrato pelo método III. Por

esse método, como descrito anteriormente, houve boa incorporação do EEB através da

ultrassonicação por 4 horas com tensoativo hidrofílico. No caso dessas nanoemulsões, a

pilocarpina também foi adicionada sem comprometimento aparente da qualidade.

As nanoemulsões combinando os dois princípios ativos foram filtradas em filtros

de 0,45 µm, para evitar a presença de partículas não incorporadas do extrato.

O cloridrato de pilocarpina é um fármaco com coeficiente de partição O/A

característico de substâncias hidrofílicas, podendo-se esperar boa incorporação do

mesmo em componentes aquosos (JARVINEN et al., 1991; PALLICER et al., 2011).

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Resultados e Discussão

64

Isto justifica os bons resultados obtidos com a sua adição após o preparo das

nanoemulsões O/A, em que a fase dispersante e, nesse caso, o maior componente, foi

água.

5.9. Caracterização físico-química das nanoemulsões

As nanoemulsões NB, NE, NP e NEP foram obtidas, conforme descrito

anteriormente, selecionando quantidade de fase oleosa, sistema tensoativo, concentração

de cada tensoativo no sistema e método de incorporação do EEB ideais. Na tabela 13

pode ser observada a composição detalhada dessas formulações.

Tabela 13: Composições centesimais das nanoemulsões utilizadas nos ensaios de

caracterização

Componente NB NE NP NEP

Óleo de girassol 10 % 10 % 10 % 10 %

Crill 3 5 % 5 % 5 % 5 %

Croduret 50 Special 5 % 5 % 5 % 5 %

EEB das f. M. leucadendron - 0,1 % - 0,05 %

Cloridrato de pilocarpina - - 0,1 % 0,05 %

Água 80 % 79,9 % 79,9% 79,9 %

Legenda: NB = nanoemulsão base; NE = nanoemulsão com EEB; NP = nanoemulsão

com pilocarpina; NEP = nanoemulsão com EEB e pilocarpina; f. = folhas

Essas quatro nanoemulsões foram utilizadas nos ensaios de caracterização.

Como as nanoemulsões contendo extrato (NE e NEP) passaram por filtração, NB e NP

também foram filtradas em filtro de 0,45 µm. Esse procedimento teve a finalidade de

conceder a todas as nanoemulsões as mesmas condições, especialmente porque parte

delas foi destinada aos ensaios de estabilidade realizados posteriormente.

A filtração, nessa porosidade, é um método eficaz para remoção de boa parte dos

microrganismos, conferindo menor chance de contaminação às amostras (JORNITZ et

al., 2002; SINCLAIR et al., 2014). Segundo Vetten et al. (2014) a filtração é um método

seguro. Ela pode ser utilizada para eliminar a contaminação microbiana, sem alterar as

propriedades físico-químicas das nanopartículas, desde que sejam utilizados filtros com

porosidade adequada.

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Resultados e Discussão

65

5.9.1. Avaliação macroscópica

Após 24 horas do preparo nenhum indício de separação de fases, floculação ou

cremeação foi observado nas formulações NB, NE, NP e NEP. Portanto, as mesmas

foram consideradas estáveis macroscopicamente.

As quatro emulsões apresentaram aspecto transparente azulado característico de

nanoemulsões (SADURNÍ et al., 2005; KOMAIKO e MCCLEMENTS, 2014).

5.9.2. Avaliação microscópica

Microscopicamente, após 24 horas do preparo, nenhuma estrutura foi observada

em NB, NE, NP e NEP. Nem mesmo sob luz polarizada ou sob o maior aumento

(1000x).

Resultados estes que corroboram com o desejado para nanoemulsões, que devem

apresentar partículas de tamanho reduzido. Além disso, a ausência de estruturas

birrefringentes confirma que não houve formação de cristais líquidos ao redor dos

glóbulos das emulsões, tampouco a precipitação da pilocarpina e/ou de compostos do

EEB (KINI et al., 2012; CHAUDHARY et al., 2014).

5.9.3. Determinação da distribuição granulométrica

O diâmetro médio e o IP obtidos para NB, NE, NP e NEP, 24 horas após o

preparo, estão descritos na tabela 14. Todas as quatro emulsões foram consideradas

sistemas monodispersos com glóbulos de tamanhos reduzidos.

Tabela 14: Distribuição granulométrica obtida para caracterização das nanoemulsões, 24

horas após o preparo (média ±desvio padrão, n = 3)

Amostra Tamanho (nm) IP

NB 76,7±0,95 0,184±0,023

NE 74,7±0,55 0,148±0,026

NP 78,8±2,69 0,220±0,016

NEP 77,4±3,48 0,241±0,043

Legenda: IP = índice de polidispersão; NB = nanoemulsão base; NE = nanoemulsão

com EEB; NP = nanoemulsão com pilocarpina; NEP = nanoemulsão com EEB e

pilocarpina

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Resultados e Discussão

66

O tamanho variou pouco de uma formulação para outra, mantendo-se na faixa

entre 70 e 80 nm. Analisando essa variação por ANOVA, a um grau de confiança de

95%, as médias de distribuição granulométrica não diferiram significativamente entre as

emulsões. Com isso, pode-se inferir que a incorporação dos ativos à nanoemulsão base,

além de não ter alterado suas características macroscópicas, também não influenciou no

tamanho dos glóbulos formados.

O pequeno diâmetro das partículas obtidas pode ser associado à composição das

nanoemulsões, ao método utilizado e também, ao modo como esse método foi

executado (SIMOVIC et al., 1999; IZQUIERDO et al., 2004; MORAIS et al., 2006). De

acordo com Pereira (2008) glóbulos menores são formados por elevada velocidade de

agitação e baixo fluxo de adição da fase aquosa.

As formulações NB, NE, NP e NEP apresentaram aspecto transparente azulado,

tamanho de glóbulos reduzido e foram desenvolvidas utilizando pequenas

concentrações de sistema tensoativo (10 %). Essas propriedades confirmam a obtenção

de nanoemulsões (MCCLEMENTS, 2012; TUBESHA et al., 2013; BAZYLINSKA et

al., 2014).

O tamanho pequeno dos glóbulos, além de contribuir para a estabilidade, pode

apresentar maior facilidade em permear a pele, alcançando estrato córneo e epiderme.

Essa propriedade pode colaborar para uma boa ação tópica dos ativos presentes nas

nanoemulsões (TADROS et al., 2004; OZTURK et al., 2014).

5.9.4. Determinação do pH

Os valores de pH obtidos para as formulações NB, NE, NP e NEP após 1, 7 e 30

dias do preparo, podem ser observados na tabela 15.

Tabela 15: Valores de pH das nanoemulsões após 1, 7 e 30 dias do preparo (média ±

desvio padrão, n = 3)

Amostra pH

1 dia 7 dias 30 dias

NB

NE

NP

NEP

6,46 ±0,04 6,49 ±0,06 6,48 ±0,04

6,48 ±0,03 6,47 ±0,04 6,52 ±0,03

6,53 ±0,04 6,55 ±0,05 6,57 ±0,07

6,53 ±0,03 6,56 ±0,07 6,55 ±0,07

Legenda: NB = nanoemulsão base; NE = nanoemulsão com EEB; NP = nanoemulsão

com pilocarpina; NEP = nanoemulsão com EEB e pilocarpina

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Resultados e Discussão

67

Os valores foram todos próximos a 6,5. Quando analisado por ANOVA, não

houve diferenças significativas entre o pH das diferentes nanoemulsões, a um nível de

significância de 0,05. Esses resultados, próximos da neutralidade à ligeiramente ácidos,

são geralmente característicos de sistemas nanoemulsionados. Schwarz et al. (2012),

Nirmala et al. (2014) e Rocha-Filho (2014) encontraram valores semelhantes para as

nanoemulsões desenvolvidas em seus estudos.

O pH é um parâmetro de caracterização e também de monitoramento da

estabilidade das formulações. De acordo com a literatura, nanoemulsões estáveis, física

e quimicamente, apresentam valores na faixa de 6,5 a 8 (FRONZA et al., 2004;

MASMOUDI et al., 2005; CARNEIRO, 2013). Segundo Ozturk et al. (2014) esses

sistemas são estáveis numa faixa ainda mais ampla de pH, de 3 a 8.

Alterações no valor do pH indicam a ocorrência de reações químicas ou

crescimento bacteriano. Um decréscimo nos valores pode ser decorrente da oxidação da

fase oleosa ou da hidrólise de triglicerídeos, gerando ácidos graxos livres (MASMOUDI

et al., 2005; PEREIRA 2008).

Com o decorrer dos 30 dias de armazenamento, não houve variação significativa

nos valores de pH em nenhuma das nanoemulsões (p > 0,05). Pode-se sugerir que as

formulações permaneceram estáveis, não sendo detectadas alterações químicas de seus

componentes.

O pH de produtos dérmicos é um fator importante para evitar irritação da pele e

para não deixá-la suscetível à infecção bacteriana. É interessante que formulações

tópicas apresentem valores ligeiramente ácidos, uma vez que o pH cutâneo encontra-se

em torno de 4,5 a 6. Portanto, os resultados obtidos, para NB, NE, NP e NEP,

confirmam a compatibilidade dessas nanoemulsões com o uso a que se destinam

(BORGES et al., 2013; CLARES et al., 2014).

5.9.5. Determinação da temperatura de inversão de fases

A condutividade elétrica, a 25 ºC, obtida para NB, NE, NP e NEP foi,

respectivamente, 254,7; 258,3; 257,9 e 237,5 µSm/cm. Esses valores são característicos

de nanoemulsões O/A. Ao contrário, emulsões em que a fase contínua é a oleosa,

apresentam baixa a nenhuma condutividade (BUMAJDAD e EASTOE, 2004;

KLASSEN et al., 2014). Essa diferença entre O/A e A/O, além de empregada para

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Resultados e Discussão

68

determinar o tipo de emulsão, pode ser utilizada para caracterizar a inversão de fases

(BOUCHAMA et al., 2003).

Na Figura 25 está representada a condutividade elétrica das nanoemulsões, em

função da temperatura. As formulações aumentaram levemente a condutividade à

medida que a temperatura aumentou. Chegaram, então, a um ponto onde ocorreu a

inversão de fases, ocasionando um decréscimo brusco da mesma. As curvas obtidas

encontram-se de acordo com o perfil descrito para emulsões na literatura

(FERNANDEZ et al., 2004; KLASSEN et al., 2014).

Figura 25: Condutividade elétrica das nanoemulsões em função da temperatura

Nas formulações contendo ativos, foi observado um aumento um pouco mais

aparente da condutividade em função da temperatura, quando comparadas à NB. Essa

diferença pode ser consequência da composição mais complexa das nanoemulsões com

EEB e/ou cloridrato de pilocarpina. Pois, a elevação, que ocorre inicialmente, é

decorrente da maior mobilidade dos íons presentes na fase contínua, causada pelo

aquecimento. Além do aumento na taxa de dissociação dos sais presentes no meio

(SPERNATH e MAGDASSI, 2007; CARNEIRO, 2013).

A TIF determinada, para cada nanoemulsão, pode ser observada na tabela 16.

Todas as formulações apresentaram TIF na faixa entre 79 e 82 ºC. Esses valores foram

próximos aos utilizados para o preparo das mesmas.

100

125

150

175

200

225

250

275

300

325

350

25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

Co

nd

uti

vid

ad

e (μ

S.c

m-1

)

Temperatura (ºC)

NB NE NP NEP

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Resultados e Discussão

69

O ideal, no método de inversão de fases, é preparar as nanoemulsões em uma

temperatura em torno da TIF, seguido de um arrefecimento rápido (MAALI e

MOSAVIAN, 2013; OLIVEIRA et al., 2014).

Tabela 16: Temperatura de inversão de fases (TIF) obtida para caracterização das

nanoemulsões, 24 horas após o preparo

Amostra TIF (ºC)

NB 81,5

NE 79,2

NP 81,7

NEP 80,5

Legenda: TIF = temperatura de inversão de fases; NB = nanoemulsão base; NE =

nanoemulsão com EEB; NP = nanoemulsão com pilocarpina; NEP = nanoemulsão com

EEB e pilocarpina

Segundo Tadros (2013), quando utilizada temperatura um pouco abaixo da TIF,

são formados glóbulos de tamanhos menores. Isso porque, a mínima tensão interfacial,

necessária para a inversão de fases, é alcançada próximo à TIF e, aumenta novamente,

logo em seguida.

As TIFs encontradas foram adequadas para emulsões armazenadas à temperatura

ambiente, por volta de 20 a 25 ºC. De acordo com Shinoda e Saito (1969) e com Tadros

(2013) sistemas estáveis são obtidos quando as temperaturas de inversão são cerca de 20

a 65 ºC superiores à temperatura de estocagem.

5.9.6. Determinação do potencial zeta

O potencial zeta fornece uma medida da força elétrica repulsiva entre as

partículas. A determinação desse potencial pode ser utilizada como um parâmetro de

caracterização e de monitoramento da estabilidade de sistemas coloidais. Quanto maior

o potencial zeta, maior a repulsão eletrostática entre as nanopartículas, havendo menor

probabilidade de agregação (GUPTA e GHOSH, 2014; KADAM et al., 2014;

TAMJIDI et al., 2014).

A velocidade de migração dos glóbulos, com potencial zeta, em direção a um

eletrodo de carga oposta, foi medida via M3-PALS. Esse método é decorrente da

combinação de duas técnicas, laser Doppler com análise de fase por espalhamento de

luz (PALS) (ARZENŠEK et al., 2012; FELIX et al., 2013). Com isso, foi possível obter

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Resultados e Discussão

70

uma distribuição completa do potencial de cada nanoemulsão e um valor médio do

mesmo (Tabela 17).

Todas as quatro nanoemulsões apresentaram valor de potencial zeta adequado,

indicando estabilidade das mesmas. De acordo com a literatura, para alcançar um

sistema eletrostaticamente estável, é necessário um potencial zeta igual ou maior a 30

mV, em módulo (LAKSHMI e KUMAR, 2010; ABLA e BANGA, 2014; TAMJIDI et

al., 2014; TRAN et al., 2014).

Tabela 17: Potencial zeta obtido para caracterização das nanoemulsões, 24 horas após o

preparo (média ±desvio padrão, n = 3)

Amostra Potencial Zeta (mV)

NB -46,0 ± 0,79

NE -30,3 ± 3,07

NP -43,1 ± 0,71

NEP -43,3 ± 3,00

Legenda: NB = nanoemulsão base; NE = nanoemulsão com EEB; NP = nanoemulsão

com pilocarpina; NEP = nanoemulsão com EEB e pilocarpina

Nanoemulsões produzidas a partir de misturas de tensoativos não-iônicos

apresentam potencial zeta negativo. A carga superficial negativa tem sido atribuída à

adsorção de íons hidroxila na interface O/A. Esse mecanismo pode ser decorrente da

formação de pontes de hidrogênio com os grupos etóxi da cadeia polietilênica,

originando íons oxônio (HO e AHMAD, 1999; LIU et al., 2006; SANTOS et al., 2011).

Alterações no potencial zeta, devido a mudanças de condições e/ou de

constituintes das emulsões, podem alterar a carga dos glóbulos e interferir na

estabilidade dos sistemas. A influência da adição de eletrólitos ou outros aditivos

depende das quantidades empregadas (JEONG et al., 2001; MORAIS et al., 2006).

Avaliando as diferenças de potencial zeta entre as nanoemulsões, apenas NE

apresentou variação estatisticamente significativa (p < 0,05). A adição de cloridrato de

pilocarpina, um sal ionizável, na quantidade avaliada, não exerceu influência na carga

superficial dos glóbulos.

A presença de EEB só alterou o potencial zeta em NE, provavelmente, por estar

em maior concentração nessa formulação que em NEP. Uma possibilidade, para a

redução de potencial observada, é que compostos presentes no extrato, como as

hidroxilas dos compostos fenólicos, estejam interagindo com os grupos etóxi da cadeia

polietilênica dos tensoativos, reduzindo a adsorção de íons hidroxila da interface.

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Resultados e Discussão

71

Vale ressaltar que nenhum sinal de instabilidade foi observado,

macroscopicamente, em NE. Além disso, o potencial zeta determinado, mesmo inferior

aos das demais, parece ser suficiente para garantir estabilidade eletrostática ao sistema.

5.10. Testes de estabilidade

Nas nanoemulsões, a energia livre das fases, oleosa e aquosa, separadas é menor

do que a da própria formulação. Por essa razão, são sistemas termodinamicamente

instáveis. No entanto, quando adicionados estabilizadores apropriados, como os

tensoativos, suas características podem ser mantidas por um período considerável

(ZEEB et al., 2014).

Durante os 60 dias de armazenamento, nenhuma alteração macroscópica foi

observada em NB, NE, NP e NEP. As emulsões permaneceram sem separação de fases,

cremeação ou floculação e mantiveram suas características organolépticas.

5.10.1. Estresse térmico

Com o aquecimento, os tensoativos não-iônicos tendem a se desidratar, podendo

alterar a solubilidade O/A e a tensão interfacial. Além disso, o aumento da temperatura

eleva a energia cinética, incrementando o movimento Browniano do sistema. Esses

processos permitem que as partículas superem a barreira energética e aproximem-se

umas das outras. Fenômenos como floculação e coalescência tornam-se mais prováveis.

Pode ocorrer um aumento no tamanho dos glóbulos ou, ainda, separação de fases

(MORAIS et al., 2006; RAO e MCCLEMENTS, 2011).

Tabela 18: Distribuição granulométrica das nanoemulsões posteriormente aos testes de

estresse térmico realizados 1, 7, 15, 30 e 60 dias após seu preparo (média ±desvio

padrão, n = 3)

AM Tamanho Tamanho após estresse térmico

1 dia 7 dias 15 dias 30 dias 60 dias

NB

NE

NP

NEP

76,7 ±0,96 78,5 ±2,80 76,8 ±0,20 81,6 ±4,56 76,9 ±2,11 77,7 ±0,93

74,7 ±0,55 74,1 ±0,11 73,9 ±1,03 73,9 ±0,65 75,9 ±2,56 76,5 ±1,41

78,8 ±2,69 77,8 ±0,53 79,7 ±1,40 76,8 ±0,79 80,3 ±0,74 80,5 ±0,43

77,4 ±3,48 79,5 ±0,42 83,7 ±3,81 80,0 ±1,51 79,5 ±7,81 82,4 ±3,79

Legenda: AM = amostra; NB = nanoemulsão base; NE = nanoemulsão com EEB; NP =

nanoemulsão com pilocarpina; NEP = nanoemulsão com EEB e pilocarpina

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Resultados e Discussão

72

Ao final dos ensaios de estresse térmico realizados 1, 7, 15, 30 e 60 dias após o

preparo, as nanoemulsões permaneceram estáveis. Macroscopicamente, não foram

observadas alterações, mesmo quando submetidas à temperatura de 80 ± 2 ºC. A

distribuição granulométrica também não sofreu variações significativas em nenhuma

das amostras, a um nível de significância de 0,05 por ANOVA (Tabela 18).

5.10.2. Centrifugação

Agregação, cremeação e separação de fases, que ocorreriam com o tempo,

podem ser antecipados com o ensaio de centrifugação. No entanto, esses fenômenos de

instabilidade são incomuns em nanoemulsões com tamanho de partícula reduzido.

Nessas formulações, o movimento Browniano é maior que a força gravitacional e

assegura que os glóbulos permaneçam separados. Especialmente nas que apresentam

diâmetro inferior a cerca de 70 nm (BADOLATO et al., 2008; MCCLEMENTS e RAO,

2011) .

Posteriormente aos ciclos de centrifugação, realizados após 1, 7, 15, 30 e 60 dias

do preparo, não ocorreram alterações macroscópicas. Também não foram determinadas

variações significativas no tamanho das partículas (ANOVA, p > 0,05) (Tabela 19).

Tabela 19: Distribuição granulométrica das nanoemulsões posteriormente aos testes de

centrifugação realizados 1, 7, 15, 30 e 60 dias após seu preparo (média ±desvio padrão,

n = 3)

AM Tamanho Tamanho após centrifugação

1 dia 7 dias 15 dias 30 dias 60 dias

NB

NE

NP

NEP

76,7 ±0,96 77,5 ±0,66 75,0 ±1,13 77,9 ±1,01 77,7 ±0,37 78,0 ±2,46

74,7 ±0,55 75,5 ±1,57 75,4 ±0,62 75,9 ±1,99 75,1 ±0,20 77,0 ±0,17

78,8 ±2,69 80,4 ±3,80 78,9 ±1,23 81,7 ±1,86 83,2 ±3,04 81,5 ±1,24

77,4 ±3,48 76,7 ±1,72 77,8 ±2,13 80,4 ±2,98 78,9 ±1,28 80,6 ±0,51

Legenda: AM = amostra; NB = nanoemulsão base; NE = nanoemulsão com EEB; NP =

nanoemulsão com pilocarpina e NEP = nanoemulsão com EEB e pilocarpina

Assumindo que a estabilidade é diretamente proporcional à força gravitacional, o

comportamento das emulsões, em longo prazo, pode ser estimado pela centrifugação em

velocidades moderadas. Portanto, de acordo com os resultados, NB, NE, NP e NEP

apresentaram-se fisicamente estáveis (LATREILLE e PAQUIN, 1990; ANDRADE et

al., 2007).

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Resultados e Discussão

73

Quanto mais rápido ocorre o aumento das partículas menor a estabilidade de um

sistema. Sendo assim, a manutenção do tamanho, observada após o armazenamento e os

ensaios de estresse térmico e centrifugação, confirma a durabilidade das emulsões

(MCCLEMENTS e RAO, 2011; GUPTA e GHOSH, 2014).

Esses fatos reafirmam a eficiência do método e dos componentes utilizados para

a obtenção das formulações. Pois foram capazes de conferir propriedades físico-

químicas que caracterizaram sistemas estáveis.

5.11. Determinação da citotoxicidade in vitro das nanoemulsões por MTT

Formulações para aplicações cosméticas e farmacêuticas, além de características

adequadas de estabilidade, precisam apresentar baixa toxicidade. É necessário

determinar as concentrações em que os princípios ativos podem ser utilizados sem

causar danos. Consequentemente, antes de realizar estudos de atividade, especialmente

in vivo, é interessante realizar estudos de toxicidade in vitro (WEYENBERG et al.,

2007; ROTHEN-RUTISHAUSER et al., 2008; SCHERLIEß, 2011).

A citotoxicidade avaliada pelo método MTT tem sido muito utilizada, por

apresentar elevada sensibilidade. Esse ensaio tem como alvo a função catalítica das

desidrogenases, que é facilmente influenciada por efeitos tóxicos. Além disso, pode ser

utilizado em vários tipos de culturas de células (WAN et al., 2009; SCHERLIEß, 2011;

NIKZAD et al., 2014).

A nanoemulsão sem ativos não apresentou efeito citotóxico. A viabilidade

celular, determinada para NB, foi de 98,39 ±0,56 %. Pode-se sugerir que o óleo de

girassol e o sistema tensoativo apresentaram características toleráveis aos macrófagos

murinos. Janjic et al. (2014) também analisaram a citotoxicidade de nanoemulsões com

tensoativos não-iônicos. Utilizaram uma metodologia diferente e, ainda assim, não

observaram efeitos tóxicos.

Hung et al. (2005) avaliaram, por MTT, a toxicidade de emulsões lipídicas frente

a fibroblastos. Compararam diferentes tensoativos e relataram que os não-iônicos são

capazes de manter elevada e tolerável viabilidade celular.

As nanoemulsões E1 a E7 e P1 a P7 apresentaram efeito citotóxico dependente

da concentração dos ativos, como pode ser observado na Figura 26. Apesar da

influência na viabilidade celular, com as quantidades avaliadas, não foi possível calcular

a concentração tóxica a 50 % das células (CT50).

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Resultados e Discussão

74

Figura 26: Viabilidade celular das nanoemulsões com EEB (E1 a E7) e das

nanoemulsões com cloridrato de pilocarpina (P1 a P7), avaliada pelo método MTT,

frente a macrófagos (média ± desvio padrão, n = 3)

As nanoemulsões EP1 a EP4, contendo diferentes combinações de EEB e

cloridrato de pilocarpina, apresentaram comportamento semelhante. Foi observada

variação na citotoxicidade como consequência da concentração de ativos (Figura 27).

Figura 27: Viabilidade celular das nanoemulsões com EEB e cloridrato de pilocarpina,

avaliada pelo método MTT, frente a macrófagos (média ± desvio padrão, n = 3). Nessas

formulações, as concentrações em %, de EEB e pilocarpina, respectivamente, são: EP1

= 0,01/0,01; EP2 = 0,02/0,01; EP3 = 0,02/0,02 e EP4 = 0,05/0,05

A redução na viabilidade celular, decorrente do aumento das substâncias ativas

nas nanoemulsões, tem sido descrita na literatura. Ding et al. (2013) avaliaram a

citotoxicidade de nanoemulsões contendo óleo iodado e constataram uma elevação da

toxicidade com o aumento das concentrações de iodo na formulação. Nesamony et al.

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1

Via

bil

ida

de

celu

lar

(%)

Concentração dos princípios ativos (%)

EEBPilocarpina

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

EP1 EP2 EP3 EP4

Via

bil

ida

de

celu

lar

(%)

Nanoemulsões com EEB e pilocarpina

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Resultados e Discussão

75

(2013) também relataram um efeito dose-dependente, na viabilidade celular, quando

testaram nanoemulsões com carbamazepina.

Saarinem-Savolainen et al. (1998) avaliaram a toxicidade de soluções contendo

pilocarpina, por MTT. Encontraram que, na concentração de 4 % (192 mM), esse ativo

foi tóxico a 50 % das células. No presente estudo, uma maior toxicidade foi observada.

A formulação P7, que contém 1 % de cloridrato de pilocarpina, causou efeito tóxico à

quase metade das células (46,28 %).

Um aumento na toxicidade tem sido esperado, quando os ativos estão em

nanoemulsões. O pequeno tamanho das partículas aumenta a permeação das substâncias

às membranas celulares, potencializando seus efeitos nocivos. Porém, a eficiência

também é favorecida. Sendo assim, quantidades menores, eficazes e não tóxicas, podem

ser utilizadas (GOMES et al., 2013; SYED e VEERABRAHMA, 2013; CARBONE et

al., 2014).

Naveh et al. (1994) e HaBe e Keipert (1997) compararam a ação de emulsões

com glóbulos nanométricos e colírios padrão contendo pilocarpina. Em ambos os

estudos a maior eficiência das nanoformulações foi confirmada. Efeito mais intenso e

prolongado das nanopartículas com o ativo foi observado frente à formulação comum.

De acordo como Scherließ (2011) uma substância é considerada não tóxica, com

efeitos adversos aceitáveis sobre as células, quando apresenta viabilidade celular acima

de 80 %. Toxicidade abaixo de 20 % foi observada em concentrações inferiores a 0,05

% (500 µg/ mL) de EEB ou de cloridrato de pilocarpina. E também, de EP1 a EP3, onde

a concentração total de substâncias ativas foi de no máximo 0,04 % (400 µg/ mL). Esses

valores foram utilizados, como um parâmetro, para definir as concentrações testadas na

avaliação da atividade antioxidante in vitro.

5.12. Determinação da atividade antioxidante in vitro das nanoemulsões

É importante confirmar se os ativos empregados mantêm a atividade após serem

incorporados a uma formulação. Também deve ser avaliado se a interação com os

demais componentes da fórmula exerce uma influência positiva ou negativa sobre a

ação dos mesmos (PEREIRA, 2008).

Para avaliar a capacidade antioxidante, inclusive de emulsões tópicas, um dos

métodos mais utilizados tem sido o DPPH. Apesar de apresentar desvantagens, como a

de não ser efetivo para todas as variações de antioxidantes existentes, esse método é

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Resultados e Discussão

76

considerado eficiente, simples e econômico (MAHDI et al., 2011; CARMONA-

JIMÉNEZ et al., 2014; XIE e SCHAICH, 2014).

A capacidade de reduzir o radical DPPH, observada para NB, em que uma

concentração de 6 mg/ mL de óleo de girassol foi avaliada, foi de 28,12 %. Quando

avaliado isoladamente, numa concentração semelhante, o óleo foi capaz de inibir 50%

do radical DPPH. Esses resultados indicam que a nanoemulsão manteve o potencial

antioxidante do óleo, porém ele foi um pouco prejudicado.

As formulações com EEB mantiveram a elevada capacidade antioxidante

(Tabela 20). Após 60 minutos, ocorreu estabilidade da reação. Foi observada maior

atividade pelas menores concentrações, em comparação ao EEB livre. Porém, para as

concentrações de E3 a E6, o potencial antioxidante foi um pouco inferior ao do extrato

separadamente.

Tabela 20: Capacidade de inibição do radical DPPH, observada após 30 e 60 minutos,

apresentada pelas nanoemulsões com EEB, de E1 a E6

Amostra Concentração de

EEB

Inibição 30

minutos (%)

Inibição 60

minutos (%)

E1 6 µg/ mL 30,50 33,15

E2 12 µg/ mL 35,19 38,03

E3 30 µg/ mL 70,38 74,13

E4 60 µg/ mL 84,46 86,12

E5 120 µg/ mL 87,68 89,28

E6 300 µg/ mL 93,84 94,20

Utilizando a equação linear, obtida através da curva elaborada com as

concentrações de E1 a E3 (Figura 28), foi calculada a CE50. O valor de CE50 encontrado

foi 18,7 ±0,53 µg/ mL, um pouco maior que o observado para o EEB livre, com nível de

significância de 0,05 em Teste T de Student. Apesar de ter ocorrido essa redução na

capacidade do extrato, ela foi bastante discreta e ainda representou uma excelente

atividade.

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Resultados e Discussão

77

Figura 28: Capacidade de inibição do radical DPPH em função da concentração de EEB

nas nanoemulsões após 30 e 60 minutos de reação (média ± desvio padrão, n = 3)

Associando os resultados observados para as nanoemulsões com EEB, pode-se

acreditar que o mesmo teve o seu potencial reduzido após ser incorporado à formulação.

No entanto, a discreta redução observada e o aumento da atividade nas pequenas

concentrações sugerem um sinergismo entre a atividade da formulação e esse extrato.

A redução observada na atividade in vitro do óleo de girassol e do EEB, quando

nanoemulsionados, pode estar relacionada a uma liberação incompleta dos mesmos.

Pode também, ser decorrente da alteração ou da perda de alguns dos componentes com

atividade, no processo de obtenção das emulsões. Entretanto, se fosse realizada uma

comparação in vivo, pode ser que as nanoemulsões com óleo e EEB fossem mais

eficazes que os ativos livres, pois, de acordo com Clares et al. (2014), partículas

nanoemulsionadas tendem a apresentar uma maior permeação nas camadas da pele.

Com a finalidade de avaliar apenas a atividade do extrato na emulsão, de uma

maneira mais fidedigna, uma opção seria fazer o teste DPPH associado a um ensaio de

liberação. Mahdi et al. (2011) realizaram o ensaio dessa forma. Utilizaram o meio

receptor, contendo o extrato liberado da formulação, para avaliar a capacidade

sequestradora de radicais livres.

Em contraste ao ativo isoladamente, as nanoemulsões com cloridrato de

pilocarpina apresentaram atividade antioxidante (Tabela 21). Foi observada estabilidade

da reação após 60 minutos. Com os resultados obtidos não foi possível calcular CE50.

Pode ser observado que o potencial encontrado não foi dependente da

concentração de ativo. Os valores foram todos próximos e semelhantes ao encontrado

y = 1.7294x + 17.687

R² = 0.9819

0

10

20

30

40

50

60

70

80

0 5 10 15 20 25 30 35

Inib

içã

o d

o D

PP

H (

%)

Concentração do extrato (µg/mL)

Inibição 30 min

Inibição 60 min

Linear 30 min

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Resultados e Discussão

78

para NB. Esses fatos levam a acreditar que o cloridrato de pilocarpina realmente não

apresenta capacidade antioxidante e que a atividade encontrada de P1 a P7 foi

decorrente dos componentes da própria nanoemulsão.

Tabela 21: Capacidade de inibição do radical DPPH, observada após 30 e 60 minutos,

apresentada pelas nanoemulsões com cloridrato de pilocarpina, de P1 a P6

Amostra Concentração de

pilocarpina

Inibição 30

minutos (%)

Inibição 60

minutos (%)

P1 6 µg/ mL 28,18 28,25

P2 12 µg/ mL 27,89 28,15

P3 30 µg/ mL 26,42 27,48

P4 60 µg/ mL 28,48 29,12

P5 120 µg/ mL 26,72 27,28

P6 300 µg/ mL 27,30 27,61

As nanoemulsões com EEB e cloridrato de pilocarpina apresentaram atividade

antioxidante dependente da concentração de extrato na formulação (Tabela 22). Os

valores encontrados de EP1 a EP4 foram muito semelhantes aos encontrados para as

formulações que apresentavam as mesmas quantidades de EEB.

Tabela 22: Capacidade de inibição do radical DPPH, observada após 30 e 60 minutos,

apresentada pelas nanoemulsões com EEB e cloridrato de pilocarpina, de EP1 a EP4

Amostra Concentração

de EEB

Concentração

de pilocarpina

Inibição 30

minutos (%)

Inibição 60

minutos (%)

EP1 6 µg/ mL 6 µg/ mL 32,29 33,41

EP2 12 µg/ mL 6 µg/ mL 37,07 39,75

EP3 12 µg/ mL 12 µg/ mL 36,28 38,43

EP4 30 µg/ mL 30 µg/ mL 68,91 70,14

Esses resultados confirmam que a atividade antioxidante encontrada é relativa

apenas ao EEB e ao potencial da nanoemulsão com óleo de girassol. Sendo assim, caso

a pilocarpina apresente uma atividade radioprotetora, esse efeito deverá ser atribuído a

mecanismos não relacionados à atividade antioxidante.

A manutenção da elevada capacidade antioxidante do extrato e do potencial do

óleo de girassol, pelas formulações, contribui para que concentrações com baixa

toxicidade sejam eficazes. Esses resultados, associados às propriedades descritas para as

nanoemulsões, o EEB e o cloridrato de pilocarpina, permitem esperar que esses

sistemas sejam potenciais radioprotetores para uso tópico.

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Resultados e Discussão

79

Além disso, a atividade encontrada e os dados de citotoxicidade permitem

sugerir que os ativos estão sendo liberados das nanoemulsões para exercerem suas

funções. Essas informações auxiliam na definição das concentrações a serem utilizadas

nos testes in vivo, desenvolvidos futuramente. Assim, torna-se possível uma melhor

seleção de doses que serão eficazes e não tóxicas, tanto para os testes em animais,

quanto para os ensaios realizados com humanos submetidos à radioterapia.

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Conclusão

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Conclusão

81

6. CONCLUSÃO

O EEB das folhas de Melaleuca leucadendron foi obtido com bom rendimento e

apresentou elevado teor de compostos fenólicos.

O óleo de girassol e o EEB apresentaram elevada capacidade antioxidante e

foram considerados bons componentes para formulações com esperada ação

radioprotetora.

O cloridrato de pilocarpina não possui atividade antioxidante. Caso apresente

potencial radioprotetor, como tem sido descrito, deve-se a outro mecanismo de ação.

Utilizando monoestearato de sorbitano e óleo de rícino hidrogenado e etoxilado

associados ao óleo de girassol foram alcançadas emulsões estáveis, com tamanho e IP

característicos de sistemas nanoestruturados.

As formulações desenvolvidas com extrato e/ou pilocarpina apresentaram

propriedades características de nanoemulsões e se mantiveram estáveis por 60 dias,

mesmo após condições de estresse.

Toxicidade inferior a 20 % foi observada nas nanoemulsões com concentrações

totais dos ativos inferiores a 500 µg/ mL, podendo-se esperar que em concentrações

abaixo desse valor a utilização tópica não deverá causar irritação considerável à pele.

As nanoemulsões mantiveram a capacidade antioxidante do óleo de girassol e do

EEB livres. Porém, uma pequena redução de potencial foi observada.

As concentrações em que houve baixa toxicidade e boa eficácia poderão ser

utilizadas como base para definir as análises desenvolvidas futuramente.

As propriedades encontradas para as nanoemulsões obtidas com EEB e/ou

cloridrato de pilocarpina permitem pressupor que esses sistemas sejam potenciais

radioprotetores para uso tópico.

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Perspectivas

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Perspectivas

83

7. PERSPECTIVAS

Em estudos posteriores, pretende-se isolar e identificar as principais substâncias

do EEB de Melaleuca leucadendron, responsáveis pela atividade antioxidante e por

outras atividades biológicas relacionadas à radioproteção. Assim, contribuindo para

aumentar ainda mais o potencial radioprotetor tópico.

Espera-se desenvolver estudos mais detalhados de toxicidade, em linhagens de

células mais semelhantes às células da pele, com a finalidade de avaliar com clareza os

riscos do uso tópico das nanoemulsões contendo EEB e/ou cloridrato de pilocarpina.

Realizar ensaios de liberação e de permeação in vitro, para determinar quanto

dos princípios ativos está sendo liberado da formulação e sua capacidade de permeação

cutânea.

Com a finalidade de confirmar a capacidade radioprotetora tópica das

nanoemulsões desenvolvidas, assim como determinar outros possíveis mecanismos

envolvidos nessa ação, destaca-se a necessidade de efetuar novas análises in vitro e

também estudos in vivo. Sendo os ensaios in vivo inicialmente com animais e,

posteriormente, avaliando humanos em tratamento radioterápico.

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Referências Bibliográficas

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