desenvolvimento do interior da cabine do...

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE MECÂNICA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA CAIO FERNANDO SCHWALZ DO NASCIMENTO DESENVOLVIMENTO DO INTERIOR DA CABINE DO FUTURO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC 2) CURITIBA 2018

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE MECÂNICA

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

CAIO FERNANDO SCHWALZ DO NASCIMENTO

DESENVOLVIMENTO DO INTERIOR DA CABINE

DO FUTURO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC 2)

CURITIBA 2018

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CAIO FERNANDO SCHWALZ DO NASCIMENTO

DESENVOLVIMENTO DO INTERIOR DA CABINE

DO FUTURO

Monografia do Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, como requisito parcial para aprovação na disciplina.

Orientador: Prof. PhD, Andreas Dagman

Co-orientador: Profa. Dr. Carla Cristina Amodio Estorilio

CURITIBA 2018

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TERMO DE APROVAÇÃO

Por meio deste termo, aprovamos a monografia do Projeto de Pesquisa “Desenvolvimento do interior da cabine do futuro”, realizada pelo aluno Caio Fernando Schwalz do Nascimento, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso 2, do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. PROF. ANDREAS DAGMAN CHALMERS UNIVERSITY OF TCHNOLOGY ORIENTADOR PROF. CARLA CRISTINA AMODIO ESTORILIO UTFPR-DAMEC COORIENTADOR PROF. EUCLIDES ALEXANDRE BERNARDELLI UTFPR-DAMEC AVALIADOR PROF. RODRIGO LUPINACCI VILLANOVA UTFPR-DAMEC AVALIADOR

Curitiba, 20 de novembro de 2018

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Agradecimentos

Gostaríamos de agradecer primeiramente ao nosso orientador Sr. Andreas Dagman do

Departamento Desenvolvimento de Produto na Universidade Tecnológica Chalmers. Ele

consistentemente permitiu que esse trabalho fosse nossa obra, sempre nos conduzindo na

direção certa sempre que julgasse necessário.

Agradecemos da mesma forma nossas supervisoras Sras. Ellen Hultman e Lina Andersson da

Volvo Group Truck Technology pela colaboração e interessantes discussões que nos

direcionaram a grandes inspirações na nossa tese. Da mesma forma, estendemos nossos

agradecimentos a todos do Departamento de Driver Environment and Human Factor pelo

ambiente amigável e receptivo.

Além disso, agradecemos Sr. Karlsson Mats da área de Product Planning da Volvo por nos

elucidar com seu conhecimento, apresentando características a respeito dos consumidores da

Volvo. Agradecemos os Srs. Tomas Sandblom, Szalo Gabor, Michael Dahl e Martin Agaeus

por amparar-nos sempre que necessário.

Por fim, somos agradecidos a todos na Chalmers e Volvo pelo suporte e orientação em todas

as situações.

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RESUMO

NASCIMENTO, Caio Fernando Schwalz. Desenvolvimento do interior da cabine do

futuro. 94f. Trabalho de conclusão de curso, Bacharelado em Engenharia Mecânica,

Departamento Acadêmico de Mecânica, Universidade Tecnológica Federal do

Paraná. Curitiba, 2018.

Esse projeto de tese de mestrado foi realizado na Volvo Trucks Technology –

Pesquisa e Engenharia Avançada na divisão de Ambinete do Motorista e Fator

Humano. Foi conduzido no Departamento de Produto e Desenvolvimento de Produto

da Universidade Tecnológica Chalmers. O objetivo dessa tese de mestrado foi gerar

um novo conceito para a area de vivência de um modelo de caminhão Volvo FH do

futuro. Partindo do ponto de vista do consumidor, o desenvolvimento do produto

deve contemplar as necessidades apresentadas pela nova geração de motoristas de

caminhões, levando em conta critérios como ergonomia e design. Como entregas,

esse projeto apresenta um leiaute e funções que farão o modelo de caminhão FH o

mais atraente para os motoristas Europeus que trabalham em entregas de longa

distância. Esse projeto apresenta também um benchmarking do mercado de

caminhões pesado, bem como perfis dos motoristas do futuro e suas respectivas

necessidades. O produto final é um conceito com duas camas que permite

motoristas viajar vários dias fora de casa, usualmente acompanhados por outros

motoristas na mesma cabine. Esses consumidores comumente preferem grandes

espaços para armazenamento e gostariam de possuir uma área de socialização

dentro da cabine.

Palavras chave: Volvo Trucks, Volvo FH, Área de vivência, Cabines.

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ABSTRACT

NASCIMENTO, Caio. Design the cab of the future. 94f. Undergraduate Thesis,

Mechanical Engineering, Academic Mechanical Engeneering Department,

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2018.

This master thesis project was performed at Volvo Group Trucks Technology –

Advanced Technology and Research at Driver Environment & Human Factors

division. It was conducted at the Department of Product and Production Development

at Chalmers University of Technology. The aim of this master thesis was to generate

a new concept for the living area of a future Volvo FH-series truck. From the

customer point of view, the product developed must fulfill the needs presented by the

new generation of drivers considering about ergonomic and design criteria’s. As

deliveries, this project presents a conceptual layout and features that will make the

FH-series most appealing and attractive for European drivers within the long-haulage

industry. This project also presents a benchmarking of the Heavy-duty trucks market,

profiles of possible future drivers and their needs. The final product is a double bunk

concept which enables drivers to travel for many days away from home and usually

accompanied by co-drivers. These customers commonly want to have huge spaces

for storage and would like to have a social area inside the cab.

Keywords: Volvo Trucks, Volvo FH, Living area, Concept.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Volvo FH-2016, exterior da cabine. ............................................................14

Figura 2. Volvo FH-2016, CAB-SLP dimensões. .......................................................14

Figura 3. Volvo FH-2016, CAB-HSLP dimensões. ....................................................14

Figura 4. Volvo FH-2016, CAB-XHSL. ......................................................................15

Figura 5. Fontes de vantagem competitiva. ..............................................................18

Figura 6. Fontes de vantagem competitiva. ..............................................................19

Figura 7. Guia VDI 2221 - Modelo prescritivo de design. .........................................20

Figura 8. Volvo FH, soluções do interior da cabine . .................................................21

Figura 9. Tamanho relativo dos diferentes percentis humanos. ...............................22

Figura 10. Plano bi-ocular dos olhos. ........................................................................23

Figura 11. Plano horizontal dos olhos. ......................................................................23

Figura 12. Processo de desenvolvimento de produto. .............................................26

Figura 13. Atividades de “Front end”. ........................................................................27

Figura 14. Método de Ulrich & Eppinger modificado. ................................................28

Figura 15. Cenário geral de processo em cinco fases. .............................................30

Figura 16. Exemplo de lista final de requisitos. .........................................................31

Figura 17. Os três primeiros passos para a geração de conceitos. .........................31

Figura 18. Exemplo de Árvore de função-meio. ........................................................32

Figura 19. Modelo V. .................................................................................................32

Figura 20. Maquete de Madeira. ...............................................................................33

Figura 21. Área de oportunidade identificada. ..........................................................34

Figura 22. Exemplo de matriz morfológica. ...............................................................35

Figura 23. Matriz Pugh para seringa. ........................................................................36

Figura 24. Mercedes Sprinter Roadtrek CS. .............................................................38

Figura 25. Mercedes Sprinter Roadtrek Adventurous CS. …………………………….39

Figura 26. Cozinha montável “Kenchikukagu”. ..........................................................39

Figura 27. Interior de um veleiro. ...............................................................................40

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Figura 28. Fatores chave identificados. .....................................................................43

Figura 29. Definição SAE para direção autônoma. ...................................................45

Figura 30. Características dos motoristas jovens adulto. ..........................................48

Figura 31. Características das motoristas mulheres adultas. ....................................48

Figura 32. Motoristas que dividem a cabine. .............................................................49

Figura 33. Características dos motoristas que não dividem a cabine. .....................50

Figura 34. Necessidades dos motoristas do futuro. ..................................................50

Figura 35. Conceito 1 – Uma cama na área superior. ..............................................53

Figura 36. Conceito 2 – Cama dupla. ........................................................................53

Figura 37. Conceito 3 – Cama única e armário embutido. ........................................54

Figura 38. Conceito 4 – Cama única montável. ........................................................54

Figura 39. Conceito 5 – Cama dupla com a inferior maior. ......................................55

Figura 40. Ranqueamento dos conceitos. .................................................................57

Figura 41. Conceitos mesclados. ..............................................................................58

Figura 42. Conceito de cama dupla. ..........................................................................59

Figura 43. Conceito cama dupla com banco do passageiro escondido. ..................60

Figura 44. Painéis de interior editados. .....................................................................60

Figura 45. Bancos giratórios. .....................................................................................61

Figura 46. Camas rebatidas. .....................................................................................62

Figura 47. Cama com escada rebatível. ....................................................................62

Figura 48. Área de socialização. ...............................................................................63

Figura 49. Geladeira e maquina de café. ..................................................................64

Figura 50. Bagageiros laterais de acesso externo. ..................................................64

Figura 51. Gaveta aberta. .........................................................................................65

Figura 52. Rede de proteção na cama superior. ......................................................65

Figura 53. Mesa central para atividades diversas. ...................................................66

Figura 54. Posição do micro-ondas. ..........................................................................67

Figura 55. Análise RULA. ..........................................................................................68

Figura 56. Percentil 99% Acessando o refrigerador. ................................................69

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Figura 57. Gráfico de pontuação para acesso à geladeira. ......................................70

Figura 58. Percentil 99% acessando o bagageiro. ....................................................70

Figura 59. Gráfico de pontuação para acesso ao bagageiro inferior. .......................71

Figura 60. Percentil 99% acessando a gaveta. .........................................................72

Figura 61. Gráfico de pontuação para acesso da gaveta. .........................................72

Figura 62. Percentil 99% acessando o sofá e a mesa. .............................................73

Figura 63. Gráfico de pontuação para sofá e acesso a mesa. ..................................73

Figura 64. Percentil 99% acessando o bagageiro frontal. .........................................74

Figura 65. Gráfico de pontuação para acesso ao bagageiro frontal. 75

Figura 66. Percentil 99% acessando a cama superior. .............................................75

Figura 67. Gráfico de pontuação para acesso a cama superior. ...............................75

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Categoria de veículos na Europa. .............................................................24

Tabela 2. Categoria N de veículos. ...........................................................................24

Tabela 3. Fases do desenvolvimento de conceitos. .................................................27

Tabela 4. Requisitos ergonômicos Volvo. .................................................................40

Tabela 5. Requisitos gerais Volvo. ............................................................................41

Tabela 6. Necessidades dos clientes e suas implicações. .......................................49

Tabela 7. Razões para exclusão de soluções. ..........................................................56

Tabela 8. Matriz Pugh de avaliação – pontuação vista pelos desenvolvedores. .....57

Tabela 9 Pontuação postural do manequim para acesso à geladeira. .....................70

Tabela 10 Pontuação postural do manequim acessando o bagageiro inferior. ........71

Tabela 11 Pontuação postural do manequim acessando a gaveta. ..........................72

Tabela 12 Pontuação postural do manequim no sofá acessando a mesa. ...............73

Tabela 13 Pontuação postural do manequim acessando o bagageiro frontal. .........74

Tabela 14 Pontuação postural do manequim acessando a cama superior. ..............76

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 13

1.1 Contexto ................................................................................................................................... 13

1.2 Propósito ................................................................................................................................... 15

1.3 Questão da pesquisa ................................................................................................................. 15

1.4 Escopo ...................................................................................................................................... 16

1.5 Cronograma .............................................................................................................................. 16

2. REVISÃO LITERÁRIA ................................................................................................................ 17

2.1 Métodos de Desenvolvimento de Produto ................................................................................ 17

2.1.1 O que é um método de desenvolvimento de produto? ................................................... 17

2.1.2 Os diferentes métodos de desenvolvimento de produto ................................................ 18

2.2 Desenvolvimentos no Interior da Cabine ................................................................................. 20

2.2.1 Área de Vivência de um Caminhão ............................................................................... 21

2.2.2 Aspectos Ergonômicos em Novos Designs de Cabines ................................................ 22

2.3 Indústria de Caminhões de Longa Distância ........................................................................ 23

3. METODOLOGIA ......................................................................................................................... 25

3.1 Desenvolvimento de Produto – Método Ulrich & Eppinger .................................................... 25

3.1.1 Planejamento do Projeto ................................................................................................ 28

3.1.1.1 Definições do Projeto ................................................................................ 28

3.1.1.2 Revisão Literária ........................................................................................ 28

3.1.1.3 Avaliação Tecnológica .............................................................................. 29

3.1.1.4 Requisitos do Produto ................................................................................ 29

3.1.2 Desenvolvimento de Conceito ....................................................................................... 29

3.1.2.1 Definição do consumidor e suas necessidades .......................................... 29

3.1.2.2 Estabelecimento de Requisitos .................................................................. 30

3.1.2.3 Geração de Conceitos de Produto .............................................................. 31

3.1.2.4 Avaliação de Conceito e Seleção ............................................................... 35

3.1.3 Design de subsistemas ................................................................................................... 36

3.1.3.1 Arquitetura de Produto ................................................................................ 37

3.1.3.2 Aperfeiçoamento de Design ........................................................................ 37

3.1.3.3 Teste de Conceito ........................................................................................ 37

4. RESULTADOS ............................................................................................................................. 38

4.1 Planejamento do Projeto ........................................................................................................... 38

4.1.1 Avaliação de Tecnologias .............................................................................................. 38

4.1.2 Requisitos de Projeto ..................................................................................................... 40

4.2 Desenvolvimento do Conceito ................................................................................................. 42

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4.2.1 Definição dos Consumidores e Suas Necessidades: ...................................................... 42

4.2.1.1 Análise do Futuro e Cenários ...................................................................... 43

4.2.1.2 Entrevistas ................................................................................................... 46

4.2.1.3 Perfil dos Consumidores ............................................................................. 47

4.2.1.4 Necessidades dos Clientes .......................................................................... 50

4.2.2 Estabelecimento de especificações alvo ........................................................................ 51

4.2.3 Geração de conceitos do produto ................................................................................... 51

4.2.3.1 Árvore de Função ........................................................................................ 51

4.2.3.2 Benchmarking ............................................................................................. 52

4.2.3.3 Conceitos de Leiaute ................................................................................... 52

4.2.3.4 Geração de Funcionalidades ....................................................................... 55

4.2.3.4.1 Matriz Morfológica ................................................................................. 55

4.2.4 Avaliação e escolha do conceito ........................................................................................... 56

4.3 Design em Nível de Sistema..................................................................................................... 58

4.3.1 Arquitetura do Produto .................................................................................................. 58

4.3.2 Refinamento do design industrial. ................................................................................. 59

4.3.2.1 Conforto ...................................................................................................... 61

4.3.2.2 Divertimento e socialização ........................................................................ 63

4.3.2.3 Guardar e Organizar .................................................................................... 64

4.3.2.4 Comer e beber ............................................................................................. 66

4.3.2.5 Espaço ......................................................................................................... 67

4.3.2.6 Higiene ........................................................................................................ 67

4.3.3 Testes Ergonômicos ....................................................................................................... 67

4.3.3.1 Acesso ao refrigerador pelo banco do motorista ......................................... 69

4.3.3.2 Acesso ao bagageiro inferior. ...................................................................... 70

4.3.3.3 Acesso a gavetas ......................................................................................... 71

4.3.3.4 Acesso ao sofá e mesa ................................................................................. 73

4.3.3.5 Acesso ao bagageiro superior frontal .......................................................... 74

4.3.3.6 Acesso à cama superior ............................................................................... 75

5. DISCUSSÃO ................................................................................................................................. 77

6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 78

7. RECOMENDAÇÕES ................................................................................................................... 79

8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 80

9. APÊNDICES ................................................................................................................................. 85

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1. INTRODUÇÃO

Esse capítulo descreve sobre o conhecimento necessário para o bom entendimento do projeto,

pontuando o problema e o objetivo da pesquisa. Inclui o questionamento científico coberto ao

longo do trabalho e a delimitação do projeto através do escopo.

1.1 Contexto

Essa tese foi conduzida no departamento de Advanced Technology and Research (AT&R),

Driver Environment & Human Factors, uma divisão do Grupo Volvo Caminhões.

O Grupo Volvo é um dos líderes mundiais na fabricação de soluções em vários segmentos de

transporte, como ônibus, caminhões, motores industriais, equipamentos de construção.

Destacam-se no mercado pelo pioneirismo na aplicação de novas tecnologias em suas

soluções.

Volvo foi uma subsidiária da AB SKF, a fabricante de rolamentos sueca, em 1915. Gustaf

Larson e Assar Gabrielsson, os fundadores da Volvo, decidiram construir um carro para testar

a qualidade dos rolamentos produzidos pela SKF. A Volvo nasceu oficialmente no dia 14 de

abril de 1927 (Volvogroup.com, 2016).

A história da marca Volvo Caminhões (Trucks) começou em janeiro de 1928 com o

lançamento do primeiro caminhão, chamado Series 1 que foi rapidamente vendido. A década

de 30 foi uma época de expansão de mercado, focando no aumento da qualidade dos produtos.

Dessa forma a Volvo se tornou dominante no mercado Nórdico de caminhões.

(Volvotrucks.com, 2016).

Hoje em dia a Volvo é a segunda maior fabricante de caminhões extrapesados, entregando

mais do que soluções de transporte (caminhões), criando o mais seguro, robusto e luxuoso

caminhão do mercado, olhando sempre para as necessidades dos consumidores. As marcas

que pertencem ao Grupo Volvo são Volvo, Mack, Renault, Eicher e UD Trucks. Estão

estrategicamente posicionadas baseadas nos requisitos regionais dos mercados e

reconhecimento de marca com plantas em cinco continentes, vendendo produtos em mais de

140 países (Volvotrucks.com, 2016).

O principal produto da Volvo caminhões é a série FH. O modelo Volvo FH foi lançado nos

anos 90 e é o caminhão extrapesado orientado para aplicações de longa distância. Desde o

começo esse modelo foi premiado muitas vezes como “Caminhão do ano” em 1994, 2000 e

2014. O caminhão FH mostrou sua importância no portfólio Volvo vendendo mais de 400.000

unidades desde 1993 (Volvotrucks.com, 2016). A Figura 1 apresenta o exterior do modelo

atual do FH.

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Figura 1: Volvo FH-2016, exterior da cabine (Volvotrucks.com, 2016).

A Volvo oferece um grande número de variações da cabine, com diferentes características

para os motoristas, proporcionando o veículo específico para a aplicação do cliente

(Volvotrucks.com, 2016). As Figuras 2, 3 e 4 apresentam o tamanho atual da cabine do Volvo

FH:

- “Sleeper Cab” (CAB-SLP): Altura interna de 1710 mm, cama única:

Figura 2: Volvo FH-2016, CAB-SLP dimensões (Volvo Group Trucks Technology, 2016)

- “Globetrotter Cab” (CAB-HSLP): Altura interna de 2030 mm, beliche:

Figura 3 – Volvo FH-2016, CAB-HSLP dimensões (Volvo Group Trucks Technology, 2016)

Y

X

Z

X

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- “Globetrotter XL Cab” (CAB-XHSL): Altura interna de 2220 mm, beliche:

Figura 4: Volvo FH-2016, CAB-XHSL dimensões (Volvo Group Trucks Technology, 2016)

Em termos de potência de motor, Volvo oferece sete opções de motores que podem ser

combinados com todos os tamanhos de cabine: 420, 460, 500, 540, 550, 650 ou 750 cavalos,

com transmissão manual ou automática (Volvotrucks.com, 2016).

O diferente tamanho das cabines influência no nível de opcionais oferecidos. Um espaço

maior implica na disponibilidade para mais ferramentas serem alocadas bem como um espaço

maior na área de vivência

1.2 Propósito

O propósito dessa tese é propor um design conceitual para a área de vivência de um caminhão

modelo FH do futuro. Baseado no ponto de vista do consumidor, esse trabalho explora como

o interior da cabine no futuro pode ser desenvolvida para ser a mais atrativa opção entre os

veículos aplicados em entregas de longa distância. Usando como base dados de necessidades e

dimensões da cabine, nosso trabalho envolve a investigação e a utilização das informações em

um produto conceitual. Através de novas soluções ou redesign, a área de vivência do

caminhão deve ser melhorada de acordo com as necessidades dos motoristas.

1.3 Questão da pesquisa

O projeto será útil no entendimento da atual situação, nas mudanças da legislação,

entendimento do perfil dos motoristas e desenvolvimentos futuros que influenciarão a

usabilidade de veículos de longa distância.

Baseado no processo atual de desenvolvimento de produto, esse projeto apresenta um novo

pacote de soluções para a família de veículos Volvo FH.

Tomando esses aspectos como norte, formularam-se as seguintes questões de pesquisa:

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Questão 1: Como a área de vivência do veículo FH do futuro pode ser desenvolvida para

ser a mais atraente para os motoristas do futuro?

A primeira questão explica sobre como a companhia pode criar maior valor para os motoristas

através de um redesing ou oferecendo novos produtos na área de vivência do caminhão. A

resposta dessa questão são os conceitos desenvolvidos, considerando as necessidades dos

motoristas.

Sub-questão 1: Quem serão os motoristas do futuro e como o mercado de transporte de

longa distância será?

A resposta dessa questão são as características dos clientes, seus perfis e o ambiente em que

estarão. É importante entender para quem o produto será desenvolvido e qual são os requisitos

que devem ser adotados.

Sub-questão 2: Quais as necessidades dos clientes devem ser contempladas na área de

vivência para tornar o caminhão FH atrativo?

A resposta dessa questão explica as soluções em termos de funções e soluções. Isso é

alcançado através da priorização e do atendimento das necessidades dos consumidores.

1.4 Escopo

As soluções serão implementadas no interior da cabine de um caminhão Volvo FH do futuro.

O mercado selecionado é o Europeu, para aplicações de longas distâncias. O conceito

desenvolvido deve respeitar requisitos ergonômicos, interface com usuário e dimensões pré-

definidas.

Esse projeto não leva em consideração a família de design do produto e provêm

recomendações de solução técnica para as ideias geradas.

A lista de requisitos e limitações disponibilizada pela Volvo e definida para o projeto está

disponível na Seção “3.1.1.4 Requisitos do produto”.

1.5 Cronograma

Como forma de organização do fluxo de trabalho e das entregas de projeto um gráfico Gantt

foi criado durante a fase de planejamento do projeto. Esse gráfico apresenta uma agenda de

planejamento de trabalho, assumindo um período de 20 semanas de trabalho (40 h semanais).

Após revisões e loops do desenvolvimento, o cronograma foi atualizado. Em um primeiro

momento conhecimento a respeito do produto foi coletado. Entrevistas com especialistas,

benchmarking e análise de patente auxiliaram na geração de conceitos e avaliação dos

mesmos. O final do projeto foi dedicado ao design dos sistemas e compilação dos dados. O

gráfico Gantt está disponível no Apêndice A.

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2. REVISÃO LITERÁRIA

Esse capítulo apresenta a literatura auxiliar para contextualizar o projeto. Os tópicos

mencionados são os métodos de desenvolvimento de produto e a importância de se adotar um

processo segmentado, os desenvolvimentos mais recentes do mercado para o interior das

cabines, os aspectos ergonômicos considerados no desenvolvimento de cabines e uma

explicação sobre a indústria de entrega de longas distâncias.

2.1 Métodos de Desenvolvimento de Produto

Essa revisão descreve o que é um método de desenvolvimento de produto, quais modelos

estão disponíveis e qual a importância em ter um processo passo-a-passo quando se

desenvolve um novo produto.

2.1.1 O que é um método de desenvolvimento de produto?

Desenvolvimento de produto é uma série de atividades onde o resultado da empresa é a

entrega de algo valoroso para seu consumidor. Começa com a percepção de nicho de mercado

ou oportunidade indo até a produção e venda (Ulrich & Eppinger, 2012).

Processos de desenvolvimento de produto são considerados essenciais para aumento a lucro e

reduzir o tempo de desenvolvimento de novos produtos através da obtenção de vantagens

competitivas (Stalk, 1988). Vantagens competitivas podem ser definidas como a habilidade de

ganhar uma parcela maior do mercado do que seus competidores em um mesmo segmento.

Isso é alcançado através da avaliação dos recursos internos, identificando novas oportunidades

no mercado e cumprindo as necessidades dos clientes. Um processo de desenvolvimento de

produto robusto permite uma empresa estar à frente na diferenciação dos produtos e a entrega

de bens de alto nível de qualidade e tecnologia (Grant, 2010).

A Figura 5 explica a fonte de vantagens competitivas (liderança de custo e diferenciação), i.e.,

maneiras de alcançar e os requisitos da companhia. Da figura abaixo é possível notar que

desenvolvimento de produto é uma estratégia chave para vantagem em diferenciação de

produto.

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18

Figura 5: Fontes de vantagem competitiva (Grant, 2010) – Adaptado.

A necessidade em ter um método sistemático é criar novos produtos e definir procedimentos

de design que podem terminar em uma solução mais valiosa para os consumidores.

Procedimentos de desenvolvimento de produto devem direcionar a solução de um problema.

Deve ser intercambiável entre cada tipo de design, facilitar a procura pela melhor solução,

prover guia para tomadores de decisões (stakeholders) e por fim ser fácil de planejar (Pahl &

Beitz, 1996).

O método sistemático deve, dessa forma, fomentar as habilidades de desenvolvimento

aumentando a criatividade. Entretanto como descrito por Pahl and Beitz (1996):“Os

procedimentos sistemáticos ajudam a tornar o design compreensível e também permitem que

o problema fique claro. No entanto, o que é aprendido e reconhecido sobre metodologia de

projeto é que não deve ser tomado como tantos dogmas "(p.11). Todos esses conjuntos de

procedimentos descritos pelos métodos facilitam a estruturação do problema e o traduzem em

tarefas.

2.1.2 Os diferentes métodos de desenvolvimento de produto

Existem muitos métodos no campo de desenvolvimento de produtos. Normalmente, empresas

e designers usam uma combinação de métodos para se adequarem a um processo para um

desenvolvimento específico. Eles são dependentes de vários fatores como: recursos (tangíveis

e intangíveis), capacidades dos usuários, orientação da indústria, etc.

Nigel Cross (2008) descreve dois métodos principais de abordagem para desenhar mapas ou

modelos de um processo de design:

- Modelos descritivos: geralmente identificam o significado para gerar soluções nas

primeiras etapas do processo de desenvolvimento. Isto implica uma forma de pensar

centrada na solução, para após pensar-se o design. A solução principal é submetida a

análises, avaliações e ciclos de desenvolvimento. Se o conceito não for viável, ele é

eliminado e um novo conceito é desenvolvido, iniciando o ciclo novamente. Com

características heurísticas, esses modelos usam experiências, diretrizes e regras

anteriores para direcionar os designers na direção certa, sem qualquer garantia de

sucesso (Nigel Cross, 2008). A Figura 6 é um exemplo de método de design descritivo

para desenvolvimento de produto descrito por French (1985).

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Figura 6: Fontes de vantagem competitiva (Nigel Cross, 2008) – Adaptado.

O modelo French (1985) assume que a fase de avaliação não fornece necessariamente

uma solução ou produto final. Às vezes, um design novo e melhorado deve ser

escolhido, e um ciclo iterativo é adotado, do estágio de Análise para a Definição do

Problema (French & French, 1985).

- Modelos prescritos: são modelos mais atuais que se preocupam com a tentativa de

persuadir e encorajar os designers a usar abordagens aprimoradas ao desenvolver

novos produtos. Olhando como um procedimento algorítmico, as etapas sistemáticas a

serem seguidas são descritas detalhadamente. A ideia é garantir que a resolução de

problemas seja totalmente compreendida, evite a negligência de elementos

importantes. Esses modelos são úteis para transcrever todo o processo em entradas,

saídas e tarefas para cada fase descrita (Nigel Cross, 2008).

O Verein Deutscher Ingenieure (VDI) ou a Sociedade Profissional de Engenheiros

fornece um guia nessa área, sugerindo uma abordagem sistemática. O processo de

design, como parte da criação, é subdividido em estágios de trabalho genérico,

fazendo cada etapa transparente, racional e independente do ramo da indústria, pode

ser ilustrado o tipo prescritivo de método (Pahl & Beitz, 1996).

O Guia VDI 2221 (1993) enfatiza que, em cada estágio, as soluções devem ser

analisadas e avaliadas, mostrando claramente uma orientação para tarefas (Niger

Cross, 2008). A Figura 7 apresenta o exemplo do método prescritivo VDI.

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Figura 7: Guia VDI 2221 - Modelo prescritivo de design (Niger Cross, 2008) - Adaptado.

Este tipo de procedimento foi criticado no passado, uma vez que se atenta ao

problema, e não na solução.

Podemos elencar outros métodos consagrados de projeto baseados na abordagem

prescritiva, destacando o método descrito por Pahl e Beitz (1996), Stuart Pugh (1991)

e Ulrich e Eppinger (2000).

Adiante, no Capítulo 3, o método usado como base para esse projeto é explicado

detalhadamente.

2.2 Desenvolvimentos no Interior da Cabine

A área de vivência em um caminhão e quais são as considerações que um fabricante tem que

assumir para possuir no caminhão um interior de cabine otimizado é descritos nesse tópico.

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2.2.1 Área de Vivência de um Caminhão

Com novas tecnologias sendo aplicado na indústria automobilística, o ciclo de vida dos

produtos está se tornando mais curto (Referenceforbusiness.com, 2016). Sendo um trabalho

árduo para os fabricantes, cumprir os requisitos do cliente está se tornando cada vez mais

importante. Como um conjunto diário de ferramentas usadas pelos motoristas, a área de

vivência deve ser considerada como uma área chave para o desenvolvimento de modelos de

caminhões de sucesso.

A área de vivência de um caminhão pode ser descrita como a área onde o motorista pode

realizar atividades comuns, como dormir, comer, descansar, além de todo tipo de ações

quando não está dirigindo. É a interface que fornece cama, bagageiros, geladeira e mais

instalações dentro do veículo.

Em muitos casos, os motoristas ficam fora de suas casas por semanas ou meses.

Consequentemente, o transporte para longas distâncias utilizando caminhão torna-se um estilo

de vida (Anon, 2016). Na Figura 8 é possível identificar as principais áreas da área de

vivência de um caminhão.

Figura 8: Volvo FH, soluções do interior da cabine.

Todos os fabricantes de caminhões concordam que os leiautes internos de cabines poderiam

ser melhorados em termos de ergonomia, para conseguir um maior nível de conforto para os

caminheiros (Rns.trb.org, 2016). Tentando diminuir os esforços dos motoristas, os designers

procuram novas soluções para acessar os bagageiros/guarda-volumes, entrar no interior da

cabine, mais espaço para se andar de pé dentro do caminhão, aumentar a área de assistência a

ações cotidianas e outros requisitos ergonômicos, uma vez que a maioria dos ferimentos

relatados nessa profissão resulta de queda ou mau uso dentro da cabine.

(Archive.commercialmotor.com, 2016).

Cama

Cama

Bagageiro

Bancos

Geladeira

Bagageiro

s

Lâmpadas

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Além disso, os fabricantes de caminhões estão ansiosos para novas regulamentações que

permitam aumentar o tamanho da cabine, adicionando um comprimento extra, significando

mais espaço disponível para novos recursos ou soluções, adicionando valor extra para a

cabine (Kendall, 2016). Essa perspectiva de novas regulamentações está levando a uma

característica importante nos novos desenvolvimentos, os pisos planos (sem o túnel do

motor), que serão uma solução viável para o interior da cabine, sendo um diferencial para os

fabricantes de caminhões (Kendall, 2016).

Outro ponto importante para os designers de cabine é que a tecnologia de fabricação abrirá

possibilidades para criar mais espaço no interior. Ao substituir botões, relógios e controles

comuns por telas sensíveis ao toque, o tamanho do painel pode ser reduzido, por exemplo.

Com tecnologias tradicionais de injeção plástica, os custos de investimento em ferramentas

são enormes, de modo que a orientação atual é ter um número menor de peças e menor

diversidade entre produtos. Os fabricantes, nos últimos 20 anos, adotaram plataformas

comuns para evitar essa diversidade, mas a tendência atual é que empresas de sucesso

possuam plataformas muito flexíveis que podem ser orientadas para todas as aplicações de

caminhões (Thinking inside the box, 2014).

2.2.2 Aspectos Ergonômicos em Novos Designs de Cabines

Algumas considerações ao projetar cabines são: fabricantes começaram a transição de uma

abordagem percentil tradicional para um modelo de acomodação multivariada (MAM)

(McGowan, 2012). As funcionalidades e pontos de serviço dentro da cabine têm que

acomodar confortavelmente todos os tipos de fisiologias (Dantas, 2015). Os tipos fisiológicos

variam de 5 pés, 2 polegadas, para mulheres de 110 libras, para 6 pés, 5 polegadas e 300 libras

em homens (Park, 2014). Uma cabine ergonômica é crucial na prevenção da fadiga do

motorista (Rns.trb.org, 2016). Isso inclui acesso seguro e entrada no veículo. A Figura 9

mostra um tamanho relativo de diferentes percentis humano.

Figura 9: Tamanho relativo dos diferentes percentis humanos (Allsteel & Allsteel, 2016) – Adaptado.

O interior do veículo deve ser ajustável aos motoristas de diferentes formas e alturas.

Algumas das características incluem:

- Área de alcance;

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- Espaço para pernas, cabeça e movimentação em pé;

- Posicionamento no banco para eliminar ponto cego.

- Alcançar o volante sem esticar os braços.

Em muitas situações, os condutores executam suas atividades dentro de um espaço 3D

especificado, de local fixo, que é referido como envelope de espaço de trabalho. É

determinado pelo alcance do braço do condutor, sendo que a maioria das funções que ele

manipula deve estar dentro deste envelope de alcance.

A visão do olho do motorista é um critério ergonômico importante. De acordo com a SAE

J985 (Figura 10 e a Figura 11), os olhos humanos geralmente podem girar 30 graus antes de a

cabeça girar.

Figura 10: Plano bi ocular dos olhos (Sougata Karmarkar, 2016)

Figura 11: Plano horizontal dos olhos (Sougata Karmarkar, 2016).

A visão bi ocular de um motorista pode se estender até 120 graus. No plano horizontal, o

movimento do olho é confortável dentro de 15 graus acima ou abaixo do plano horizontal.

Existe visualização em 45 graus para cima e 65 graus para baixo, se necessário. Durante o

design, deve-se ter cuidado para fornecer uma visão máxima em toda a parte através da visão

direta ou por meio de espelhos retrovisores e câmeras (Sivaraman, 2016).

2.3 Indústria de Caminhões de Longa Distância

A indústria de caminhões de longa distância é definida por caminhões que realizam entregas

que estão a mais de 160 km do seu ponto de partida (Anon, 2016). Esta indústria é

comumente operada por caminhões que estão na categoria N na regulamentação europeia (Ec.

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europa.eu, 2016). A Tabela 1 apresenta as categorias de veículos na Europa, descrevendo a

característica de cada veículo:

Tabela 1 – Categoria de veículos na Europa (Ec.europa.eu, 2016)

Categoria Característica

M Veículos que carregam passageiros

N Veículos que carregam bens

L Veículos que tem menos de 4 rodas

T Veículos e implementos rurais

A categoria N compreende veículos a motor concebidos principalmente para transporte de

produtos e é dividida, como mostrado na Tabela 2, em:

Tabela 2 – Categoria N de veículos (Ec.europa.eu, 2016)

Categoria Característica

N1 Veículos que tem um peso máximo < 3,5 toneladas

N2 Veículos que possuem 3,5< peso < 12 toneladas

N3 Veículos que possuem peso > 12 tones

Caminhões extrapesado (HD, em inglês) fazem parte da categoria N3 que agrupa todos os

tipos de veículos pesados, sendo aplicados em situações que demandam alto Peso Bruto Total

(PBT) (Dieselnet.com, 2016).

O mercado de veículos extrapesado, no qual o FH está incluído, vendeu cerca de 1,65 milhões

de caminhões em 2015, com uma tendência crescente da demanda para os anos seguintes na

Europa (Frost & Sullivan, 2016). Isso torna esses produtos mais caros nas carteiras das

empresas, sendo a primeira fonte de lucros para os fabricantes de caminhões.

Fontes internas da Volvo estimam que os motoristas que trabalham neste segmento

geralmente andam 600 km por dia. Deste modo, eles passam mais tempo na estrada do que em

sua de casa ou cidade natal. Alguns motoristas trabalham ao longo da semana, indo para casa

para fins de semana. Outros podem ficar longe em uma viagem por meses, antes de voltar

para casa. Os condutores da indústria aqui relatada geralmente estão sob pressão para entregas

dentro do prazo e fazem um enorme sacrifício pessoal, pois não estão com suas famílias e

amigos em ocasiões especiais (Schmidt, 2016).

Todos esses aspectos implicam em produtos específicos e importantes para as empresas e para

o mercado, destacando a importância do consumidor e focando suas necessidades.

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3. METODOLOGIA

Nesse capitulo os métodos empregados no projeto são explicados. Todos os procedimentos

adotados serão expostos na razão da adoção de cada um. A sequência do capítulo segue a

mesma ordem das ações do projeto.

3.1 Desenvolvimento de Produto – Método Ulrich & Eppinger

A metodologia selecionada para esse projeto foi escrita por Karl T. Ulrich (Universidade da

Pennsylvania) e Steven D. Eppinger (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).

Essa metodologia trata o desenvolvimento de produto como uma atividade interdisciplinar

que requer inter-relação entre as áreas principais, descritas abaixo (Ulrich & Eppinger, 2012):

- Marketing: área de uma empresa que faz a interface entre empresa e cliente.

Estabelece preço de mercado e promove o produto.

- Design: desempenha o papel principal na definição do produto que atende às

necessidades do cliente.

- Manufatura: principal responsável pela concepção, operação e coordenação do sistema

de fabricação do produto.

Para desenvolver um grande produto, alguns desafios devem ser superados. Segundo Ulrich e

Eppinger, (2012) esses desafios são:

- Trade-offs: Reconhecer, entender e gerenciar situações de “perde-ganha” para

aumentar o sucesso do produto.

- Dinamismo: Em um ambiente inconsistente, com novos produtos e tecnologias sendo

lançada todos os dias, a tomada de decisões é uma tarefa desafiadora.

- Detalhes: Desenvolver um produto com alto nível de complexidade requer um número

grande de decisões importantes.

- Cronograma: Pouco tempo para tomada de decisões.

- Economia: Criar um produto atrativo para o cliente, relativamente barato de produzir.

O método de Ulrich e Eppinger (2012), como abordagem prescritiva, é valioso para tornar as

decisões explícitas e permitir que toda a equipe entenda a lógica das decisões. Ele fornece um

processo passo-a-passo e atua como "check-list" para incluir questões importantes. Mostra seu

valor ao auxiliar na criação de registros e documentos.

Na Figura 12 são apresentadas as seis fases que devem ser adotadas nesta metodologia.

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Figura 12: Processo de desenvolvimento de produto (Ulrich & Eppinger, 2012) – Adaptado.

Um método genérico descrito pelos autores aborda seis fases (Ulrich & Eppinger, 2012):

- Planejamento: começa com a identificação das oportunidades guiadas por uma

estratégia corporativa. Inclui avaliação de novas tecnologias, tendências de mercado e

objetivos. O resultado é a declaração da missão que especifica as restrições do

mercado e os principais pressupostos.

- Desenvolvimento de conceito: as necessidades dos consumidores e os mercados-alvo

são identificados. Conceitos alternativos são criados e avaliados, a função do produto é

descrita, os recursos e as especificações da solução são definidos.

- Design de subsistemas: inclui a decisão sobre a arquitetura do produto e como dividir

o produto em subsistemas. Como resultado desta fase, o leiaute geométrico do

produto, a especificação funcional e um processo de fabricação são entregues.

- Design detalhado: fornece a especificação completa do produto e identifica todas as

peças que devem ser compradas dos fornecedores. As ferramentas para produção são

projetadas. A saída desta fase é a documentação de controle (desenhos ou arquivos de

computador descrevendo exatamente a geometria dos componentes).

- Teste e refinamento: Envolve construção e avaliação das versões de pré-produção.

Com protótipos, as perguntas sobre desempenho e montagem são respondidas.

- Produção seriada: O produto é fabricado pelo sistema de produção pretendido. O

objetivo é treinar a força de trabalho e avaliar a linha de montagem, considerando

questões logísticas.

Na fase de desenvolvimento do conceito, é necessária maior coordenação entre as funções e

os interessados. Sendo assim, Ulrich & Eppinger expandiu esta fase no que é chamado de

front- end process. Esta fase expandida inclui as atividades apresentadas na Figura 13 (Ulrich

& Eppinger, 2012):

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Figura 13: Atividades de “Front end” (Ulrich & Eppinger, 2012) – Adaptado.

A Tabela 3 explica as atividades em cada estágio no desenvolvimento do produto:

Tabela 3 – Fases do desenvolvimento de conceitos.

Atividade Missão

Identificar necessidades do cliente Entender o que o consumidor precisa.

Estabelecer metas Descrição do que o produto deve entregar.

Gerar conceitos Explorar o espaço do produto que considera as

necessidades do cliente.

Seleção do conceito Conceitos são analisados para definir o mais

promissor.

Teste do conceito Conceitos são testados para avaliar se contemplam as

necessidades do consumidor.

Selecionar especificações finais Especificar os valores métricos que atendam os

requisitos.

Planejamento do projeto Planejamento detalhado.

O processo de desenvolvimento descrito na Figura 13 é genérico, no entanto Ulrich e

Eppinger (2012) citam que os processos utilizados: "(...) serão diferentes de acordo com o

contexto único da empresa e os desafios de qualquer projeto específico." (p.18).

Sendo assim decidiu-se usar o método genérico Ulrich & Eppinger com modificações, uma

vez que se têm apenas vinte semanas de trabalho e algumas fases do método estão fora do

escopo do projeto. As três primeiras etapas (Figura 14) descrevem a metodologia escolhida

para ajustar a agenda com o nível de maturidade e alcance do projeto.

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Figura 14 – Método de Ulrich & Eppinger modificado

As fases adotadas no trabalho utilizam de metodologias específicas para estruturar e alcançar

bons resultados, baseado na literatura.

3.1.1 Planejamento do Projeto

A fase de planejamento do projeto aborda as atividades relacionadas à definição do projeto, a

revisão da literatura, avaliação de tecnologias e restrições de produtos.

3.1.1.1 Definições do Projeto

Para organizar o fluxo de trabalho e definir atividades, criou-se um plano para as atividades

(gráfico de Gantt disponível no Apêndice A). Como parte da definição do projeto, reuniões

com supervisores da Volvo e da Chalmers foram realizadas para apresentar a área de

oportunidade, definir o segmento de mercado, o modelo do produto, o escopo do projeto, as

entregas e as questões de pesquisa.

3.1.1.2 Revisão Literária

Na busca de um conhecimento sobre o campo da pesquisa, realizou-se uma revisão da

literatura. Abordou a importância de ter-se um bom processo de desenvolvimento de produto,

os desenvolvimentos atuais em caminhões e considerações adotadas ao desenvolver-se uma

área de vivência em caminhões. Clarificaram-se itens a respeito do mercado e do tipo de

produto nele inserido (Seção 2 Revisão Literária).

1. Planejamento de Projeto

2. Desenvolvimento de Conceito

3. Design a nível de sistema

- Planejamento de projeto

- Definição de projeto

- Revisão da literatura

- Avaliação Tecnilógica

- Requisitos do Produto

- Definição do consumidor

e suas necessidades

- Estabelecimento de metas

específicas

- Geração de conceitos de

produto

*

- Avaliação e teste de

conceitos

- Arquitetura de produto

- Refinamento de design

- Teste do conceito do

produto

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3.1.1.3 Avaliação Tecnológica

Indústrias relacionadas, que possuem em sua essência a mesma função da área vivência da

cabine do caminhão foram analisadas. Por exemplo, aplicações que passam dias em lugares

pequenos, ou que apresentam necessidade de suporte para muitos dias longe de casa foram

escolhidas como alvo de benchmarking. Dessa forma, tecnologias empregadas na indústria

náutica, aeroespacial, motor-homes e pequenos apartamentos foram estudados para identificar

ideias e soluções que fossem úteis para o projeto.

3.1.1.4 Requisitos do Produto

Definiram-se restrições e requisitos apresentados pela Volvo que devem ser seguidos no

projeto, incluindo valores de referência quando necessário. Essas restrições foram pontuadas

para alcançar um ambiente ergonômico e definir o escopo do projeto, sendo divididas em

diferentes tópicos. Os critérios ergonômicos e de design, foram subgrupados em requisitos

para “espaço para dormir”, “características de armazenamentos”, “área de passagem dentro da

cabine”, “uso e visibilidade” e “geral”.

3.1.2 Desenvolvimento de Conceito

O método e a sequência de trabalho para a fase de desenvolvimento do conceito é baseado em

etapas do processo front-end. Esta fase começou com a identificação das necessidades dos

clientes e, em seguida, estabelece metas gerando conceitos, avaliando-os, selecionando-os e

por fim testando-os.

3.1.2.1 Definição do consumidor e suas necessidades

A primeira fase começou com a identificação dos clientes e suas respectivas necessidades. A

Volvo forneceu um conjunto básico de necessidades dos clientes para a atual série do veículo

FH. À medida que o projeto abordava os futuros motoristas, foi necessário prever

impulsionadores, influências, tendências e as novas funções que os motoristas esperam

encontrar em um caminhão. Para identificar o perfil do futuro caminhoneiro com suas futuras

necessidades um método genérico para criar cenários foi utilizado. A Figura 15 destaca as

fases que devem ser seguidas para uma análise de tendências e construção de cenários.

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Figura 15: Cenário geral de processo em cinco fases (Kosow and Gaßner, 2016).

Um cenário é definido como um possível futuro, considerando suas características. Isso ajuda

a avaliar o futuro com um conjunto de estratégias e tomar decisões certas para traçar possíveis

caminhos de desenvolvimento (Kosow and Gaßner, 2016).

No projeto, este método foi usado como base para criar as necessidades dos clientes.

Analisou-se as tecnologias, regulamentações e aspectos demográficos do segmento de longa

distância que tem efeitos sobre o estilo de vida dos motoristas, suas necessidades e como afeta

o uso da área de vivência do caminhão. Isso auxiliou na construção do perfil dos futuros

consumidores.

Entrevistas estruturadas de forma direta com especialistas foram realizadas dentro da empresa

para reunir características do uso do produto e do cliente. Os funcionários da Volvo da área

Planejamento de Produto, Validação e Teste e de Pesquisa e Engenharia Avançada foram

selecionados. Mostrou-se relevante rastrear o futuro portfólio de produtos (Planejamento de

Produto), a performance do atual Volvo FH (Validação e Teste) e as tecnologias disponíveis

no mercado (Pesquisa e Engenharia Avançada).

Dados de pesquisa do departamento de Planejamento de Produto sobre pesquisas e clínicas

realizadas pela Volvo com clientes foram interpretados para um maior conhecimento sobre a

aplicação do produto.

3.1.2.2 Estabelecimento de Requisitos

Com um conjunto de necessidades do cliente, foi possível estabelecer especificações do

produto. A lista de requisitos disponibilizada pela Volvo foi revisada para refinar e selecionar

os itens contemplados no projeto. Uma lista completa dos requisitos foi criada com as

especificações do produto. Um exemplo da lista de requisitos é apresentado na Figura 16

(Ulrich & Eppinger, 2012):

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Figura 16: Exemplo de lista final de requisitos (Ulrich & Eppinger, 2012) – Adaptado.

Uma lista final de requisitos, com as referências métricas e métodos de validação foram

compilados para nortear os desenvolvimentos. No trabalho apresentaram-se explicações e

motivações para implantar cada requisito.

3.1.2.3 Geração de Conceitos de Produto

Como metodologia para orientar a geração de conceitos, uma abordagem de cinco passos foi

selecionada conforme descrito por Ulrich e Eppinger (2012). Devido o escopo do projeto,

apenas as três primeiras etapas foram selecionadas, conforme apresentado abaixo na Figura

17.

Figura 17: Os três primeiros passos para a geração de conceitos (Ulrich & Eppinger, 2012) – Adaptado.

A abordagem de três passos segmenta problemas complexos em subproblemas. Assim

soluções conceituais são propostas para os subproblemas, por fontes internas e externas

(Ulrich & Eppinger, 2012).

Para entender a funcionalidade da área de vivência e identificar as funções internas da cabine,

uma árvore de função foi feita. Este método permite aos designers decompor o problema. A

árvore de função é o primeiro passo na fase de geração de conceitos, destacando a função

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primária do produto. Este método (como mostrado na Figura 18) representa graficamente as

soluções inteiras (Summers, 2016). Existem dois tipos de nós utilizados: funções (o que

precisa ser feito) e meio (como alcançar as necessidades).

Figura 18: Exemplo de Árvore de função-meio (Summers, 2016)

Depois de analisar a árvore de funções, surgiram dois tipos diferentes de demandas. Uma

sobre a ergonomia do ambiente (leiaute) e outro as funções necessárias para suportar

atividades dentro da cabine (recursos). Dado isso, optou-se por dividir a geração de conceitos

em dois ciclos de desenvolvimento: geração de leiaute e geração de recursos, conforme

apresentado no passo um (Figura 15). O esclarecimento do problema, conforme descrito no

modelo Ulrich e Eppinger (2012), ajuda a excluir conceitos e ideias que negligenciam

aspectos importantes como segurança, ergonomia, viabilidade dos produtos e preferências dos

clientes.

Outro método que incentiva dividir a geração do conceito em leiautes e

funcionalidades/recursos é o modelo V (Figura 19). Durante a integração do sistema em seus

respectivos níveis, este modelo permite que os testes possam ser realizados, confrontando as

restrições e os requisitos com o produto / interface testada (Fogaça Truyts, Alves Simão de

Lima, Motta, Tomassoni Coelho, & Franco, 2013).

Figura 19: Modelo V – Adaptado (Fogaça et al. 2013) – Adaptado.

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Tendo decidido sobre a divisão da geração e considerando a bibliografia, explica-se sobre os

seguintes níveis de desenvolvimento.

- Geração de leiaute: Nesta fase, as possibilidades de criar um novo ambiente dentro

da cabine foram avaliadas, respeitando os requisitos Volvo. Dizem respeito aos

aspectos ergonômicos, como espaços, área de locomoção em pé, acessos, ou seja,

requisitos usufruídos pelos motoristas mas não diretamente percebidos por eles. Como

entrega, esta fase apresentou conceitos para algumas áreas principais, definidas:

o Espaço para bagageiro ou opcional: espaços na área de vivência dedicados a

armazenamento ou para implementação de novos opcionais.

o Área de descanso: espaço dedicado a motoristas e co-motoristas dormirem.

o Bancos: como podem interagir com o novo leiaute.

Os fatores levados em consideração no processo de conceituação e geração de ideias

foram: ideias factíveis, a complexidade e as preferências dos clientes em relação a um

ambiente ergonômico.

Para auxiliar a geração de ideias e conceitos a Volvo forneceu uma maquete de

madeira (Figura 20) da cabine com as dimensões reais do produto que foram descritas

na lista de requisitos. Utilizando folhas de isopor, replicaram-se as dimensões exatas

dos bagageiros e o tamanho da cama presente no caminhão FH atual. As principais

características dentro da cabine foram mantidas, o que criou novas possibilidades de

posicionamento e redesenho.

Depois de analisar a lista de requisitos, critérios dimensionais e de design declarados

pela empresa, um desenho para a área de vivência foi feito e é apresentado na Figura

21. Mostra a área disponível para atualização e alteração.

Figura 20: Maquete de Madeira.

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Figura 21: Área de oportunidade identificada.

Para gerar leiautes, realizou-se uma sessão de brainstorming, criando novas posições

para as funções descritas. A sessão foi realizada dentro da maquete, fazendo uso de

assentos de caminhões e caixas de isopor dimensionadas. A motivação foi em perceber

a sensação de espaço e avaliar fisicamente posturas e a mobilidade dentro da cabine.

Para documentar e apresentar os conceitos, foram tiradas fotos e os modelos CAD

feitos com o CATIA V5. As partes interessadas do Time de Ergonomia da Volvo,

Engenharia de Cabines, Planejamento de Produto e Pesquisa e Engenharia Avançada

foram convidadas a visualizar os conceitos montados na maquete.

A próxima fase do ciclo de desenvolvimento é selecionar soluções, recursos e formas para

as funções planejadas nos espaços dedicados:

- Geração de funções: Depois de definir o leiaute, as funções e suas características

geométricas foram desenvolvidas para os espaços específicos determinados no passo

anterior. As soluções/funcionalidades definidas são diretamente percebidas pelos

motoristas. Para ilustrar, vamos usar um frigorífico como exemplo. O cliente percebe

o uso do recurso quando ele quer água fresca, avaliando o tamanho e o poder de

refrigeração.

Com base na árvore de função criada para o uso da área de vivência, criou-se uma

matriz morfológica, paralelamente a geração de leiaute. A matriz morfológica

apresenta soluções para as subfunções identificadas na árvore de função. Todas as

soluções disponíveis no mercado devem ser consideradas ao resolver o problema

(Fargnoli, Rovida & Troisi, 2006).

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Figura 22 – Exemplo de matriz morfológica (Fargnoli, Rovida & Troisi, 2006) – Adaptado.

Entretanto algumas soluções propostas foram excluídas devido à falta de segurança,

ergonomia, viabilidade fabril e conforto. As funções/opcionais selecionadas foram

modeladas em software 3D e adicionadas nos leiautes selecionados para avaliação.

Com a intenção de aumentar o número de ideias na geração de conceitos, fez-se uma

avaliação comparativa entre os caminhões de longa distância disponíveis no mercado. Uma

vez que o projeto aborda um cenário futuro, um benchmarking entre os caminhões futuros/

conceitos apresentados oficialmente pelos fabricantes foi conduzido. O foco se deu nas

soluções que as empresas oferecem aos clientes em suas atividades e necessidades dentro da

cabine, identificando propostas comuns a todos os veículos. A visita física em modelos de

caminhões da fabricante Volvo e dos concorrentes foi relevante para conhecer os dados

técnicos dos caminhões que competem no mesmo mercado.

3.1.2.4 Avaliação de Conceito e Seleção

Nesta fase, realizaram-se reuniões com os supervisores e as partes interessadas da Volvo para

avaliar cada conceito gerado. Como o escopo está relacionado com o propósito de novos

leiautes para um caminhão futuro, o design e as formas do produto não eram foco em

avaliações e seleções. Os conceitos selecionados foram escolhidos de acordo com as

necessidades do cliente e alguns deles foram combinados para atender às expectativas e

permitir uma melhor interação entre o condutor e a área de vivência. Sendo assim, utilizou-se

o método de matriz Pugh (Figura 23), com algumas modificações, como base para a seleção.

O objetivo deste método é reduzir o número de conceitos rapidamente e amadurecer ideias. O

primeiro passo para preparar a matriz é inserir os critérios que devem ser usados para

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comparar os conceitos, depois disso, um conceito de referência ou produto é usado como base

para comparar os conceitos gerados em relação aos critérios de seleção. Então, os conceitos

são classificados usando código simples, + para "melhor que", "0" para "o mesmo que" e -

para "pior do que" (Ulrich & Eppinger, 2012). No entanto, neste projeto, os critérios não

foram classificados e ponderados, pois o escopo é avaliar a ergonomia de um novo interior de

cabine, logo os aspectos ergonômicos têm o mesmo nível de importância para fornecer o

melhor lugar de trabalho para o motorista.

Figura 23: Matriz Pugh para siringa (Ulrich & Eppinger, 2012) – Adaptado.

Depois de classificar os conceitos com o objetivo de selecionar um ou mais para seguir no

processo, a soma de + e – é feita. Em geral, os conceitos com mais sinais + e menos sinais –

são mais bem classificados, no entanto, o time que está avaliando pode identificar critérios

que podem diferenciar os conceitos.

O raciocínio para usar apenas Pugh como método para avaliar e selecionar conceitos deve-se

ao baixo número de conceitos gerados. Com um amplo escopo, o projeto e os pressupostos

muito restritos adotados, era desnecessário criar propostas inviáveis em termos de fabricação

e custo.

Durante a seleção utilizou-se o modelo atual do veículo FH como referência comparativa de

conceitos. Foram realizadas reuniões com os supervisores da Volvo para discutir sobre as

classificações dos conceitos.

3.1.3 Design de subsistemas

Esta fase foi dedicada a melhorar a maturidade dos leiautes avaliados e ajustar os recursos

selecionados pela matriz morfológica. Foram realizadas melhorias nos modelos CATIA V5,

bem como considerações ergonômicas em termos de plataforma de produtos e avaliações

através do DELMIA, uma ferramenta de trabalho disponível no software CATIA responsável

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pela análise ergonômica. Para imagens de renderizadas utilizou-se o VRED, software

desenvolvido pela Autodesk.

Os resultados desta etapa serão apresentados em termos de revisão do produto, mostrando o

uso do conceito em um dia do motorista, explicando sobre as especificações consideradas

sobre o produto.

3.1.3.1 Arquitetura de Produto

Considerações na modularidade do produto foram tomadas para padronizar peças e reutilizar

soluções já fornecidas pela Volvo. O objetivo é usar os componentes ou soluções já existentes

no maior número de produtos possível. Isso permite que a empresa fabrique ou compre maior

volume, ganhando em termos de escala econômica. Como procedimento, algumas soluções e

o acesso às elas foram tomados como prioridade, as demais foram dispostas em detrimento

das prioridades.

3.1.3.2 Aperfeiçoamento de Design

Aparência (forma, linhas e proporção) e utilidade (interfaces e usabilidade humanas) das

funções e soluções consideradas é o foco. Esta fase, através de modelagem em software,

proporciona um ambiente mais realista a itens virtuais.

Para melhorar a visualização do conceito final, os modelos foram renderizados, usando o

software VRED, para dar uma visão realista do interior da cabine e seu uso.

3.1.3.3 Teste de Conceito

Avaliações no software DELMIA sobre as posições do motorista e posturas foram realizadas

para um refinamento dos conceitos. Os perfis antropométricos com base nos clientes foram

escolhidos para avaliar o desempenho do conceito em termos de ergonomia (acessos,

posturas, folgas, etc.). Como forma de ilustração, geraram-se imagens dos espaços disponíveis

para motoristas.

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4. RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados de cada procedimento descrito na metodologia.

Os resultados seguirão as etapas de metodologia descritas por Ulrich e Eppinger adotadas:

planejamento do projeto, desenvolvimento de conceitos e design de subsistemas.

4.1 Planejamento do Projeto

Além do apresentado na Revisão Literária (Seção 2), os resultados a seguir referem-se à etapa

de planejamento do projeto.

4.1.1 Avaliação de Tecnologias

Indústrias que fornecem soluções e necessidades semelhantes as que os motoristas enfrentam

ao viajar em um caminhão foram analisadas. Isso foi feito para identificar quais são as opções

disponíveis no mercado para clientes que ficam longe de casa por dias. As indústrias que tem

relação com a aplicação e que foram selecionadas são:

Motorhomes: em geral, motorhomes tentam transmitir o sentimento semelhante ao de uma

casa, alocado em um espaço menor. Usando os mesmos materiais e formas de mobiliário

doméstico, estão focados em fornecer soluções para aqueles que querem aproveitar a viagem

sem comprometer-se com o tempo. A classe C de motorhomes (Figura 24 e 25) é a menor do

mercado e foi utilizada para essa analise (Kirkpatrick, 2012).

Figura 24: Mercedes Sprinter Roadtrek CS (Carlson, 2015) – Adaptado.

Como suporte a viagens fornece ar-condicionado, micro-ondas, fogão a gás, cozinha com pia,

banheiro, geladeira, vaso sanitário (descarga seca ou molhada), bancos, sofá-cama, televisão e

armários similares a soluções residenciais.

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Figura 25: Mercedes Sprinter Roadtrek Adventurous CS (Carlson, 2015)

Pequenos apartamentos: em bairros restritos e de alto valor, pequenos apartamentos são a

tendência de moradia (Porterfield, 2013). Mesmo com a limitação dimensional, soluções

específicas permitem que esses apartamentos tenham o mesmo conforto que casas comuns.

Notou-se que os produtos desenvolvidos apresentam como característica a necessidade de

montar/desmontar e que cada item possui mais de uma função.

Figura 26 – Cozinha montável “Kenchikukagu”– Atelier OPA (Designtaxi, 2016)

Esse tipo de solução demanda esforço e comprometimento do usuário, que toda a vez que

necessitar utilizar uma função precisa ajustar e manusear o móvel.

Indústria Náutica: Para os viajantes que utilizam pequenos veleiros, as empresas oferecem

soluções bastante parecidas com as de “motorhomes” (Wifi onboard, 2016). Utilizando

basicamente madeira, o objetivo é garantir conforto e resistência à umidade (Dufour-

yachts.com, 2016). Disponibiliza para seus compradores banheiro, pias, fogão, micro-ondas,

camas, sofás, mesas, frigoríficos, etc., sendo todo o mobiliário a prova de água.

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Figura 27: Interior de um veleiro (Wordpress, 2016)

Todas as indústrias em suas respectivas áreas convergem para o mesmo tipo de solução, com

base em móveis de madeira, recursos dobráveis ou montáveis, sem aplicar inovação na

fabricação. Optam por soluções técnicas simples caracterizadas por banheiros compostos, pias

rígidas e fogões a gás.

4.1.2 Requisitos de Projeto

Como primeira fronteira de projeto, a coordenação do projeto na Volvo forneceu uma lista de

requisitos e critérios de projeto a serem contemplados e com a função de restringir o escopo.

Foram fornecidos critérios relacionados à interação entre o motorista e o meio ambiente

(ergonomia, uso, visibilidade, etc.), para alcançar uma área de vivência fisicamente segura.

Estas instruções seguem as diretrizes da empresa, baseado em desenvolvimentos recentes no

modelo Volvo FH. A Tabela 4 apresenta os requisitos divididos em áreas relacionadas. Vale

destacar que os valores descritos como "genéricos" são medidas sem um alvo fornecido.

Tabela 4 – Requisitos ergonômicos Volvo.

Área de descanso Valor / Meta

Dimensões da cama 2000 x 900 mm

Objetos que saiam da parede com aresta de raio de Mínimo 7 mm 0-230 mm acima

da cama

Altura da cama com ajuste do beliche na posição inferior. Min 550 mm

Largura do colchão Min 700 mm

Cama rebatível em algumas configurações. Genérico

Armários

Armário da parede traseira

Profundidade Min. 190 mm

Abertura min 65.5 mm no eixo

x.

Bagageiro de painel – peso dos objetos Max. 3 kg

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Forças aplicadas no bagageiro do painel. 300 Newton

Acesso a funções embaixo da cama por puxadores Min 80 mm largura. Max 50 mm

na borda da frente da geladeira.

Deve ser possível puxar sem se machucar Genérico

Boa capacidade de armazenamento >1000 litros

Área de movimentação

Propor área de movimentação dentro da cabine. Genérico

Nada deve estar protuberante a área de movimentação que possa atingir o

motorista. Genérico

Nada deve estar protuberante ao banco do motorista que possa atingir o

motorista Genérico

Uso & Visibilidade

Contraste entre áreas escuras e claras devem ser

suaves Genérico

Visibilidade – ângulos alvo “a-pillar” Ângulos devem permanecer os

mesmos

Visibilidade – visibilidade superior Ângulos devem permanecer os

mesmos

Controle de temperatura deve ser visível da cama Genérico

Descanso de costas do banco deve ser facilmente rebatível e visível ao

motorista Ângulos de ajuste

Controles devem ser alcançáveis e vistos em toda área de vivência por toda

a população (F05 até M99). Genérico

Tamanho e design dos controles devem ser de fácil operação. Genérico

A força de operação dos mecanismos deve ser a mesma do veículo atual Genérico

Em mecanismos elétricos, a força de atuação deve ser maior e mais rápida

do que o veículo atual, podendo ser usadas quando veículo desligado. Genérico

Requisitos gerais em termos de áreas dentro do caminhão ou características que devem ser

mantidas também foram pontuados. Devido à limitação do projeto ou restrições de engenharia

itens como a forma dos assentos, painel de instrumentos, bagageiro com acesso externo-lateral

à cabine devem ser mantidas e não assumidas no escopo do projeto. Referências

antropométricas devem ser utilizadas para avaliações ergonômicas. A Tabela 5 apresenta os

critérios gerais de projeto.

Tabela 5 – Requisito geral Volve.

Geral Valor

Manter design atual do painel Genérico

Dimensão da cabine. FH XHSL Cab. + 300 mm no

comprimento.

Manter as mesmas funções no armário frontal acima da cabeça. Genérico

Ter armários com acesso lateral, no exterior da cabine. Genérico

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Micro-onda deve estar no painel frontal, acima da cabeça. Genérico

Os requisitos acima apresentados foram discutidos e revisados para se adequarem ao escopo

do projeto, se mostrando úteis para identificar e definir as áreas de oportunidade, baseando a

ideação nos passos já realizados: avaliação tecnológica, novos meios produtivos e análise dos

concorrentes. Utilizou-se também a atual série FH como base para propostas.

Necessidades que os motoristas apresentam comumente foram repassadas pela Volvo,

elucidando a respeito de atividades comuns que os condutores fazem orientando a pesquisa do

projeto. O conjunto de necessidades foi dividido em tópicos principais que explicam o uso da

sala de vivência:

- Conforto: O interior do caminhão deve proporcionar um ambiente confortável para

relaxar, dormir e descansar, que permite ao motorista o ajuste de posições, com

privacidade na cabine.

- Espaço interno: O condutor deve mover-se facilmente na cabine, ter espaço para

trabalhos de escritório, capacidade de mover-se em pé pela cabine, realizar atividades

de relaxamento e ações cotidianas.

- Comer e beber: Suportes para copos e pratos, ferramentas que auxiliem no preparo de

alimentos, lugar para armazenamento de comidas e bebidas deve ser disponibilizado

aos motoristas.

- Manter a higiene: Manter a higiene diária (pessoal e da cabine), espaço para lixo,

ferramentas de limpeza são necessidades.

- Divertimento e socialização: Interagir com pessoas, praticar hobbies e atividades de

relaxamento deve ser contemplado em um espaço que divida trabalho e diversão.

- Organização: Garantir espaços para que o motorista guarde material de trabalho,

elementos eletrônicos, itens pessoais e materiais de alto valor.

Assim como os requisitos, as necessidades foram discutidas e revisadas, incorporando estudos

realizados posteriores a essa etapa.

4.2 Desenvolvimento do Conceito

Os resultados do desenvolvimento dos conceitos são explicados, seguindo o processo descrito

na metodologia.

4.2.1 Definição dos Consumidores e Suas Necessidades:

Os resultados dessa fase são utilizados para descrever os consumidores do futuro do Volvo

FH, através de um entendimento a respeito do futuro e da entrevista com especialistas da

companhia. As entregas são o perfil dos consumidores e uma revisão das primeiras

necessidades dos clientes.

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4.2.1.1 Análise do Futuro e Cenários

Definir o perfil do motorista europeu auxilia na interpretação do ambiente em que os mesmos

estarão inseridos no futuro. As características e as necessidades dos consumidores serão

influenciadas pelo mercado de trabalho, as tecnologias disponíveis aos fabricantes nos

desenvolvimentos, aspectos relacionados à saúde e demografia da população, por fim as

regulamentações impostas pelo governo no futuro. Esses itens podem se tornar

influenciadores de novas necessidades ou altere as necessidades atuais apresentadas.

O trabalho mantém a análise com base no ponto de vista do cliente, o que significa

expectativas e requisitos do cliente, entendendo como isso criaria novas demandas para a área

de vivência do Volvo FH.

Assim, seguindo a metodologia apresentada, uma análise previsível do futuro foi conduzida

para rastrear tendências e pontos que poderiam construir o uso da cabine do futuro pelos

motoristas. Depois de identificar o cenário através do escopo e da lista de restrição, os fatores

importantes (Fase 1 - Figura 15) são apresentados na Figura 28.

Figura 28 – Fatores chave identificados – Fase 1.

Os resultados da análise dos fatores-chave são apresentados abordando os pontos mais

importantes de cada item. Para uma melhor compreensão, esta fase representa a fase 2 do

método utilizado para prever cenários e fazer análises de tendências (ver Figura 15).

Regulamentação: Caminhões tratores terão o comprimento da cabine aumentado até 2022. A

proposta da União Europeia é definir como obrigatórios a aplicação desse aumento em novos

projetos, permitindo que as empresas ofereçam mais conforto e proporcionem formas

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aerodinâmicas para reduzir o consumo de combustível. De acordo com informações

publicadas pela UE, o novo design permite 12% de melhora no fluxo aerodinâmico, o que

poderia criar entre 2-5% de economia de combustível (Kendall, 2014).

A norma inclui o design de para-brisas maiores para redução de pontos cegos, contempla o

uso de sensores de peso, radares e câmeras, aumentando a segurança na cabine (Kendall,

2014).

Mercado de trabalho: A Europa, em geral, enfrenta falta de motoristas profissionais.

Algumas previsões estimaram que cerca de 40% dos motoristas profissionais se aposentarão

nos próximos 10 anos. Essa tendência levará a uma escassez de motoristas qualificados em

mercados-chave. Alguns desses mercados, como o Reino Unido e a Alemanha, já enfrentam

problemas com a falta de caminhoneiros (Boagey, 2014).

Para atrair motoristas qualificados, algumas empresas alemãs estão aumentando salários, de

modo que o custo adicional está sendo passado para os clientes.

Algumas razões para essa falta é a má imagem sobre a carreira de motorista de caminhão.

Algumas pessoas não consideram esse tipo de trabalho importante, implicando em problemas

para recrutar jovens motoristas. Outro item é os baixos salários que os motoristas estão

recebendo (Weiss, 2013).

Demografia: A falta de motorista levará a invariável procura por motoristas mais novos.

Essas gerações que têm como características a demanda por uma vida de trabalho equilibrada,

altas aspiração em suas carreiras e uma exigência de estar sempre conectado socialmente, não

se sentem atraídos por ser um motorista de caminhão, visto que algumas dessas características

não são encontradas nas estradas (Boagey, 2014).

Já 25% dos caminhoneiros têm mais de 55 anos contra apenas 2% dos motoristas que são

menores de 25 anos, então o desafio é tornar este trabalho interessante os mais jovens. Uma

vez que os jovens se tornem motoristas, a falta de experiência será um problema para as

empresas, sendo assim o caminhão do futuro deve preencher essa falta e também abordar

características que possam tornar a carreira de motorista de caminhão mais atraente. Por

exemplo, criar um ambiente de trabalho com recursos relacionados à entretenimento (Lau,

2013).

Outra opção é trazer mais mulheres para o mercado de caminhões através de uma cabine que

forneça opcionais como segurança, higiene, soluções orientadas, etc. As mulheres podem ter

um papel interessante e sentirem-se interessadas em estar no mercado de caminhões de

transporte. Empresas como a Volvo desenvolvem esforços no treinamento de mulheres para o

mercado de trabalho como motoristas profissionais (Global News, 2012).

Tecnologia: Uma das tendências mais importantes relacionadas à tecnologia é a concepção de

automação veicular. Usando a definição da National Highway Traffic Safety Administration

(NHTSA) do Departamento de Transporte dos EUA: "Os veículos semiautônomos são

aqueles em que a operação do veículo ocorre sem a entrada direta do motorista para controlar

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a direção, a aceleração e a frenagem, são projetados para que o motorista não necessite

monitorar constantemente a estrada enquanto opera no modo autônomo.” (Aldana, 2013).

Atualmente essa tecnologia é dividia em níveis definidos pelo standard internacional SAE

J3016:

Figura 29 – Definição SAE para direção autônoma.

A tecnologia para programar esses níveis está sendo desenvolvida, entretanto o nível atual de

automação de direção é o nível 2 - Automação Parcial.

Outro tipo de função, que será importante para o negócio de transporte rodoviário é o

"Platooning", que significa que os caminhões se movimentam em comboios para economizar

combustível. O primeiro caminhão é conduzido manualmente e os seguidores entram em

modo automático (com um motorista dentro da cabine) (Eutruckplatooning.com, 2016). Às

vezes, sistemas de pelotões podem significar que os seguidores ajustam a direção de seus

caminhões, mas têm uma regulação automática da posição longitudinal. Para alcançar um

nível de seguimento seguro e próximo, será necessária a comunicação entre os caminhões

envolvidos em um arranjo de bloco de veículos.

Usando o primeiro conjunto de necessidades dos clientes fornecido pela Volvo, foi construída

a Tabela 6 para relacionar como as novas tendências influenciarão as necessidades dos

clientes (Fase 3 - Figura 15).

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Tabela 6 – Necessidades dos clientes e suas implicações.

Necessidades Implicações

Higiene –

banheiros e pias.

No futuro, o mercado de motoristas será populado por mulheres, elas

preferirão realizar necessidades fisiológicas em um ambiente seguro e

higiênico.

Devido aos esforços dos governos e empresas, motoristas mais jovens entrarão

ao mercado, os quais desejarão ter privacidade.

Espaço –

Treinamento e

Exercícios.

Devido ao longo tempo dirigindo, os motoristas podem estar estressados e ter

problemas de saúde. Dedicar um tempo do seu dia pode aliviar essa situação.

Nova geração requisitará esse tipo de oferta, uma vez que cuida mais de sua

saúde.

Conforto - Cama Devido à falta de motoristas, em algumas regiões será comum ter apenas um

motorista por cabine, necessitando apenas de uma cama da cabine.

De outro lado, motoristas do oeste serão cada vez mais requisitados,

acostumados a dividir a cabine.

Conforto – Bancos

giratórios.

Bancos giratórios serão um diferencial na aplicação de “platooning” quando

não será necessário ter as mãos no volante. Por legislação o motorista deverá

estar sentado no banco. Esse fato criará espaço para motoristas realizarem

atividades de diversão e lazer.

Diversão e

socialização.

Existe a necessidade de espaço para o motorista trabalhar e se divertir.

Quando parados em algum posto de parada, motoristas gostariam de socializar

com outros motoristas. Para isso preferirão ter espaço internamente, com

algum tipo de suporte eletrônico.

Todos os procedimentos acima, combinados com as entrevistas aos especialistas da Volvo

foram usadas como base para entendimento dos clientes e suas necessidades.

4.2.1.2 Entrevistas

Foi conduzida uma discussão com seis especialistas nos produtos Volvo. Três especialistas do

departamento de Ergonomia, um especialista do departamento de Planejamento de Produto e

um especialista do departamento de Testes de veículos foram consultados e entrevistados.

O objetivo principal desta discussão foi conhecer diferentes recursos incorporados na área de

vivência do modelo FH e suas respectivas restrições. Teve-se acesso às pesquisas realizadas

pela empresa sobre o desenvolvimento da área de vivência do modelo Volvo FH. A discussão

começou com uma breve apresentação contendo conceitos futuristas e produtos atuais dos

concorrentes. Isso lhes deu uma visão do que o escopo e das informações necessárias. A

discussão aconteceu em inglês, para que todos pudessem entender.

Como resultado dos dados fornecidos pelos especialistas obteve-se as diferentes tendências

encontradas entre os motoristas da Europa Ocidental e motoristas da Europa Oriental. Existem

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algumas necessidades específicas que diferem entre os caminhoneiros das duas regiões, bem

como necessidades e expectativas compartilhada por ambos. Também inferimos que as

motoristas de caminhões estão aumentando a uma taxa constante, implicando na necessidade

de desenvolver uma área vivencia com mais funções e mais segura para mulheres.

Foram apresentadas informações sobre o perfil atual do cliente, os problemas enfrentados no

atual caminhão e os relatórios dos questionários realizados com caminhoneiros na Europa.

Um dos especialistas explicou a respeito de mecanismos giratório no banco do motorista. Essa

tendência poderia criar algum espaço para o motorista quando o caminhão estiver em algum

modo de direção autônoma.

Recebemos indicações no que diz respeito ao conjunto de camas. Quando se trata de dormir,

os motoristas exigem uma boa qualidade no sono para permanecerem acordados e atentos no

dia seguinte.

As referências tecnológicas disponíveis e utilizadas na empresa, empregadas nos recentes

desenvolvimentos foram explicadas brevemente.

4.2.1.3 Perfil dos Consumidores

Após a construção do cenário futurístico e as entrevistas com os especialistas, o projeto

selecionou como um ano possível para a implementação da cabine o ano de 2024. Assumindo

essa data, um perfil genérico dos motoristas foi criado para que seja contemplado no

desenvolvimento de conceitos:

- Motoristas jovens homens (20 a 35 anos de idade): A falta de motoristas está levando

ao recrutamento de jovens motoristas. Donos de frota optam por essa mão de obra

devido ao baixo salário que recebem. Como características de perfil essas pessoas

apresentarão baixo conhecimento sobre caminhões, não conhecendo as rotas, podendo

dividir a cabine com outros motoristas. Esse perfil tem facilidade com novas

tecnologias, e ter um ambiente de trabalho organizado não é uma prioridade, podem

ser facilmente distraídos.

Esse tipo de motorista apreciará sistemas homem-máquina e gadgets de alta

tecnologia. Gostarão de ter espaço ou ferramentas que auxiliem na sua saúde. Devido

ao fato de optarem por comidas compradas e lanches, espaços para esse tipo de

alimento devem ser proporcionados. Para relaxar em seu tempo de parada, requisitarão

alta tecnologia.

A Figura 30 apresenta o que esse tipo de motorista quer, precisa e faz.

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Figura 30 – Características dos motoristas jovens adulto.

- Motoristas jovens mulheres (20 a 35 anos de idade): Devido à falta de motorista,

semelhante ao item anterior, a força de trabalho feminina será uma mão de obra

requisitada nesse mercado. Assumindo a tendência de crescimento tecnológico e da

infraestrutura de suporte nas estradas (paradas de caminhões), mulheres sentirão maior

interesse e segurança em trabalhar nessa área. O incentivo dos fabricantes de

caminhão em forma de treinamentos e orientação, soluções específicas e propagandas

direcionadas ao publico feminino influenciará no aumento desse público. Como

características as mulheres mais jovens possuirão baixa experiência na profissão, terão

facilidade em manejar itens de alta tecnologia, gostarão de manter a saúde e ter um

ambiente de trabalho organizado. Demonstram foco enquanto dirigem.

Como ferramentas apreciadas destacaram-se sistemas homem-máquina avançados,

facilidades ao cozinhar, alto volume de bagageiros e itens de entretenimento para uma

vida conectada nas estradas.

Figura 31: Características das motoristas mulheres adultas.

- Motoristas com experiência que compartilham a cabine (35 a 55 anos de idade):

Considerados motoristas de alta experiência, esses trabalhadores têm estilo de vida

diferente, portanto, devem ser assumidos como uma população específica ainda sendo

um mercado para o atual modelo FH. Esse perfil costuma viajar com co-motoristas

durante longos períodos (que atinjam até três meses cada viagem), são acostumados a

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utilizar/comprar soluções fornecidas pelo mercado paralelo. Seu salário baixo é uma

razão para ter mais espaço para esse profissional no futuro mercado de caminhões de

longa distância, adicionando a tendência de falta de motorista. Esses caminhoneiros,

geralmente da parte oriental da Europa, estão mal equipados, mas estão prontos para

realizar pequenos reparos no caminhão, podem apresentar dores no corpo devido a um

longo período nesse trabalho. Conhecem as rotas, bem como todas as características e

como para melhorar o desempenho do caminhão.

Esses motoristas apreciarão ter dentro do caminhão um enorme espaço para

mantimentos, instalações para cozinhar (uma vez que preferem economizar dinheiro),

área para se socializar com outros motoristas e ferramentas que permitam conversar

com familiares, amigos ou empregadores. A Figura 32 apresenta algumas

características desse perfil

Figura 32: Motoristas que dividem a cabine.

- Motoristas com experiência que não compartilham a cabine (35 a 55 anos de

idade): Com uma enorme experiência, esses motoristas são geralmente da parte

ocidental da Europa e usam a cabine interior da FH de outra forma. Usando para viajar

sozinho, durante cinco dias em uma semana longe de casa, prefere soluções para

cabine fornecidas pelas empresas. Ainda é um mercado consumidor devido à

necessidade no transporte de bens de grande valor. Pode realizar um trabalho

qualificado, recebendo um salário mais elevado. É muito sensível ao conforto e ao

desempenho do caminhão. Possui dor corporal devido ao grande tempo nesse ramo,

preferindo um ambiente organizado.

Esses condutores exigem assentos e camas confortáveis, interface homem-máquina

amigável, instalações de cozinha, recursos de alta qualidade fornecidos pelas empresas

de caminhões. A Figura 33 apresenta poucas características do perfil.

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Figura 33: Características dos motoristas que não dividem a cabine.

Centrados nesses resultados, a necessidades dos consumidores foram revisadas para simular

as necessidades dos consumidores de 2024.

4.2.1.4 Necessidades dos Clientes

Para definir um conjunto apropriado de necessidades, selecionaram-se demandas que

crescerão nos próximos anos, usando as entrevistas, prevendo tendências e baseando essas

necessidades nos perfis gerados. O primeiro conjunto de necessidades fornecido pela Volvo

foi editado.

As necessidades apresentadas na Figura 34 foram selecionadas assumindo que são

compartilhadas pelos quatro perfis. Os requisitos selecionados irão beneficiar os motoristas e

atender às expectativas dos consumidores na área de vivência do caminhão.

Figura 34: Necessidades dos motoristas do futuro.

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As necessidades que os conceitos devem cumprir têm um nível diferente para cada perfil, mas

ainda é requisito encontrado nas estradas, apreciadas por essa população. O objetivo por trás

da seleção é alcançar um maior número de clientes.

Com a identificação dos clientes suas necessidades, consegue-se estabelecer as especificações

do produto.

4.2.2 Estabelecimento de especificações alvo

Para as especificações de produto na lista final requisitos, as limitações e necessidades

apresentadas foram adicionados. As demandas foram divididas em Requisitos (R) e Desejos

(D), onde requisitos significam obrigatoriedade e desejos podem ser contemplados ou não.

Os itens especificados em “Critério de desempenho dos opcionais” são os requisitos que

descrevem os opcionais diretamente percebidos pelos caminhoneiros enquanto usam um

equipamento específico. Estão relacionados com as demandas, já refinadas.

O Apêndice B ilustra a lista completa de requisitos, valores e razão para a consideração de

cada questão. Os requisitos contemplados no projeto também estão destacados no Apêndice B

A razão por trás da não escolha da totalidade de requisitos se dá ao escopo limitado e ao nível

de maturidade exigido para esse projeto.

4.2.3 Geração de conceitos do produto

O objetivo desta etapa é encontrar o melhor leiaute para a área de vivência, incluindo as

funcionalidades.

4.2.3.1 Árvore de Função

A Árvore de Funções foi realizada como uma forma de quebrar ou decompor o problema. O

Apêndice C apresenta a Árvore de funções para a área de vivência, onde as caixas pretas

descrevem a função e as caixas vermelhas descrevem os meios para alcançar a função.

Esta ferramenta mostra-se útil no entendimento da utilização da área de vivência. Observou-se

que o processo deve ser dividido em geração de leiaute e geração de funções, conforme

explicado a partir do método. Os requisitos de nível de leiaute descrevem os pressupostos

ergonômicos. Para os recursos, os equipamentos que os motoristas usam devem ser alocados

nos leiautes.

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4.2.3.2 Benchmarking

Para inspirar a ideação, foi realizada uma avaliação comparativa entre os produtos disponíveis

no mercado de entregas de longas distâncias, bem como os conceitos desenvolvidos pelos

concorrentes. O objetivo é pesquisar fontes externas para novas ideias.

Como fonte, utilizaram-se as soluções desenvolvidas pelas empresas concorrentes,

considerando as versões com maior luxo. De acordo com fontes oficiais, os modelos mais

recentes disponíveis no mercado são o Volvo – FH Series, Scania – R Series, Mercedes-Benz

– Actros Series, Renault – Range T, DAF – XF Series, MAN – TGX Series e o Iveco – Stralis

Hi-Way. Eles foram comparados entre categorias relacionadas com as necessidades do

cliente. O Apêndice D apresenta o resultado da comparação, mostrando recursos e soluções

fornecidas para cada necessidade / categoria.

Fez-se a inspeção física dos caminhões para entender o uso e a viabilidade dos veículos do

competidor. Para sentir o espaço dentro da cabine e manipular as ferramentas e interfaces

fornecidas por outros fabricantes de caminhões soluções foram montadas e desmontadas,

posturas e posições foram testadas. Os veículos inspecionados foram: Scania – R Series,

Mercedes-Benz – Actros Series, Renault – Range T, DAF – XF Series, MAN – TGX Series,

Iveco – Stralis Hi-Way e Hyundai – Xcient.

Uma vez que o projeto é para um caminhão futuro, um benchmarking entre caminhões

conceituais foi feito com base nas informações compartilhadas por empresas e apresentadas

em mostras. Os modelos de caminhão selecionados incluem Freightliner Revolution, Walmart

Advanced Vehicle Experience, Mercedes-Benz Future Truck 2025 e Freightliner Inspiration

Truck. Sendo que essas empresas não compartilham informações suficientes para um estudo

profundo, a abordagem e as categorias selecionadas para benchmark foram: a abordagem

tecnológica de cada conceito, os aspectos ergonômicos considerados, os aspectos de design e

o foco de cada conceito. No Apêndice E é apresentado o resultado do benchmarking para

futuros caminhões no mercado de longo curso.

4.2.3.3 Conceitos de Leiaute

Das seções de braimstorming realizadas da maquete de madeira, os seguintes leiautes foram

criados:

Nota: Nas fotos dos conceitos, o número 1 representa no leiaute o espaço para bagageiros ou

alocação de opcionais. O número 2 representa espaço para descanso, como decidido na

metodologia. Em todos os conceitos a parte frontal, acima do para-brisa foi considerada como

espaço para bagageiros e devido a restrições definidas pela Volvo – relacionadas a

equipamentos de comunicação.

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Conceito 1: Cama única na área superior

Este conceito baseia-se nas tendências da indústria de caminhões. Tendo apenas um espaço

para dormir, este conceito permite a

criação de áreas para

armazenamento e espaço de

caminhada dentro da cabine. Com

mais espaço disponível no chão, as

características que atualmente são

negligenciadas podem ser

abordadas na área de vivência. O

espaço para dormir está

posicionado na parte superior da

parede traseira da cabine. Como

consideração, os assentos

(motorista e passageiro) podem ser deslizados e girados para aproveitar a área de lounge que

foi criada. Mais espaço para mover dentro da cabine, espaço disponível para armazenar ou

para instalar funcionalidades, a flexibilidade dos assentos para mover-se em diferentes

direções são consideradas vantagens. Como desvantagem, tem-se apenas uma área para

dormir e um beliche superior que poderia ser um problema para motoristas mais velhos. O

cliente que preferiria esta solução é aquele que não compartilha o veículo com outros

motoristas. Eles preferem ter mais recursos fornecidos pela empresa e uma sala executiva no

interior da cabine. Portanto, essas pessoas estão mais interessadas neste conceito do que os

demais perfis.

Conceito 2: Área dupla de descanso – espaço superior maior

Este conceito baseia-se no leiaute

atual do caminhão. Com uma área

de dormir situada na região inferior

e outra na parte superior da parede

traseira. Como diferencial neste

conceito, a idéia é criar uma área de

dormir inferior montável. Dessa

forma, motoristas poderiam montar

a segunda área descanso quando

compartilham o caminhão com um

segundo motorista. Quando não

utilizado, esta área pode ser usada

como uma área social a ser para

realizar atividades comuns. Espaços

dedicados para armazenamento são distribuídos em torno das paredes, a fim de cumprir o

2

1 1

1

1

Figura 35: Conceito 1 – Uma cama na area superior.

1 1

1 1

2

2

Figura 36: Conceito 2 – Cama dupla.

1

2

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requisito de volume. A área de dormir principal está posicionada na extremidade superior. Em

relação aos assentos, ambos poderiam ser deslizados e girados para usar na área de estar. A

vantagem desse conceito é que a área social fornecida possa ser aproveitada e também pode

ser usada como um ambiente de suporte para as atividades atuais. Como desvantagem, há

menos espaço para implementar novos recursos, já que esses espaços devem ser dedicados

para armazenamentos. Esse conceito contemplará motoristas que dividem suas cabines.

Conceito 3: Área de dormir única – Armários embutidos

Esse conceito usa pequenos

apartamentos como referência, onde

armários estão embutidos nas

paredes. Com uma área única para

dormir, proporciona um grande

espaço que pode ser dedicado a

funcionalidades ou armazenamento,

acima e abaixo da cama inferior.

Um espaço de dormir variável

permite que o motorista tenha uma

maior área para movimentar-se

dentro da cabine. Ambos os bancos

podem ser ajustados para trás com o

intuito de alcançar diferentes áreas

do caminhão, útil em um nível de automação. As vantagens são o espaço para armazenamento

de bens, a cama inferior que tem um fácil acesso, uma área de transito maior e um espaço para

o sono dedicado – onde a cama não precisa ser desarrumada. Como desvantagens, uma única

cama e o sentimento de claustrofobia devido aos armários. Esse conceito favorece motoristas

que viajam sozinhos.

Conceito 4: Área única de descanso – Área para trabalho

Nessa solução o desenvolvimento

é baseado em uma solução já

oferecida pela Volvo. Uma parte

do espaço é dedicada a

funcionalidades e armazenamento

na parte superior da parede

traseira da cabine, com uma área

de descanso montável na parte

inferior. A área de descanso na

parte inferior pode ser

transformada para criar um

ambiente de trabalho, permitindo

1

1

1

2

1

1 1 1 1 1

1

2

1

1

Figura 38: Conceito 4 – Cama única montável.

Figura 37: Conceito 3 – Cama única e armário embutido.

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trabalhar e relaxar. Essa região pode receber funcionalidades para cozer alimentos e

alimentar-se dentro da cabine. Como nos outros conceitos, os bancos giram em seu eixo e

deslizam em trilhos. As vantagens é o grande volume para armazenamento e as funções que

podem ser criadas – além da área de trabalho criada quando a cama é desmontada. Como

desvantagem possui apenas uma cama e a necessidade em desmontar a cama toda vez que a

área de vivência for utilizada. Esse conceito contempla as necessidades de motoristas que

viajam sozinhos. Motoristas jovens mulheres são o publico alvo desse conceito.

Conceito 5: Área dupla de descanso – espaço inferior superior

O desenvolvimento do conceito

baseou-se nas soluções atuais de

cama dupla. Tendo um grande

espaço para descanso na parte

inferior, bagageiros e

funcionalidades estão alocadas

no piso e na parte do teto da

cabine. Proporciona áreas de

descanso que não envolve

montagem. Os bagageiros do

piso são acessados quando a

cama é rebatida para a parede

traseira. Ambos os bancos

podem ser rebatidos e girados

em seu eixo. A cama inferior

pode ser considerada a cama principal, devido à sua largura. Duas camas são consideradas

uma vantagem nesse conceito. Como desvantagem possui menor espaço para os motoristas

interagirem. Incorpora as necessidades dos motoristas que precisam dirigir o caminhão em

duas pessoas.

Antes da avaliação dos conceitos, uma análise inicial foi realizada utilizando matriz

morfológica para avaliar se é possível reproduzir cada leiaute, assumindo a solução que fora

imaginada.

4.2.3.4 Geração de Funcionalidades

Para definir qual função seria contemplada no leiaute, uma matriz morfológica foi utilizada.

Como vantagem, proporciona uma gama de solução que podem ser utilizadas.

4.2.3.4.1 Matriz Morfológica

Da árvore de funções, o segundo nível de funções foi selecionado para se pensar maneiras de

alcançar as necessidades. O Apêndice F apresenta a matriz morfológica.

1

2

2

1 1

1

Figura 39: Conceito 5 – Cama dupla com a inferior maior.

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56

É importante definir que a matriz morfológica apresenta as necessidades em termos de

funcionalidades na cabine, e os leiautes cobrem as necessidades dos motoristas nos quesitos

ergonômicos (razão para divisão da geração).

Algumas das soluções encontradas foram excluídas da combinação dos conceitos. A Tabela 7

apresenta as exclusões e os motivos da exclusão.

As soluções não consideradas na matriz morfológica estão representadas por um ponto

vermelho na matriz. (ver Apêndice F).

Tabela 7: Razões para exclusão de soluções.

Área de descanso confortável Devido a aspectos ergonômicos o saco de dormir, sofá e a rede foram

excluídos. Essas soluções não atingem requisites mínimo de conforto.

Posição de direção confortável Soluções pobres são excluídas devido à falta de conforto

Posição de descanso confortável

Durante o desenvolvimento de veículos, testes como o de batida é

realizado. Esse teste consiste na colisão do caminhão em alguma barreira.

Itens não preços podem representar perigo de atingir o motorista em um

desses eventos.

Funções de exercício

Devido ao grande peso, equipamentos de ginástica foram excluídos. Esse

peso extra poderia comprometer a capacidade de carregar carga.

Itens de limpeza Devido ao pequeno espaço interno, itens manuais podem ser difíceis de

manusear.

Suporte à higiene pessoal Espaços grandes para tanques de água ou sanitários podem comprometer a

capacidade de carga

Suporte à alimentação Geladeiras pode ser substituído por uma caixa térmica

Preparo de comida Fogões podem apresentar risco de incêndio dentro da cabine, ocupando

grandes espaços. Pode-se substituir por micro-ondas.

4.2.4 Avaliação e escolha do conceito

A avaliação de conceito foi moldada para que avalie os conceitos em termos de aspectos

ergonômicos e a viabilidade de instalar as funcionalidades dentro da cabine.

Seguindo o método, a matriz Pugh foi aplicada para comparar os conceitos considerando os

requisitos definidos. O ponto de vista do time de desenvolvimento foi utilizado para

ranqueamento dos conceitos. A Tabela 8 apresenta os resultados da avaliação.

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Tabela 8: Matriz Pugh de avaliação – pontuação vista pelos desenvolvedores.

Matriz Pugh

Critério

FH a

tual

Co

nce

ito

1

Co

nce

ito

2

Co

nce

ito

3

Co

nce

ito

4

Co

nce

ito

5

Cri

téri

o d

e Se

leçã

o

Área de circulação 0 + + 0 + +

Posturas e distâncias 0 + 0 - + +

Espaço para manter-se em pé 0 + 0 - + +

Ajustes do banco do motorista 0 + + + + +

Ajuste do bando do passageiro 0 + 0 0 0 0

Conforto bando do passageiro 0 + 0 0 0 0

Disponibilidade de espaço 0 + 0 + + +

Acesso aos bagageiros 0 0 0 + + +

Conplexidade da cama 0 0 - 0 - +

Acesso à cama 0 0 0 0 0 0

Distância ao corpo 0 + 0 - 0 0

Disponilidade de funcionalidades 0 + 0 + + 0

∑+ 0 9 2 4 7 6

∑- 0 0 1 3 1 0

∑ 0 11 3 8 5 4 4

Pontuação Total 9 1 1 6 5

O conceito 1 foi o melhor ranqueado, seguido pelo conceito 4 e 5. A Figura 40 expõe o

ranqueamento dos conceitos.

Figura 40: Ranqueamento dos conceitos.

Como os diferentes perfis possuem diferentes demandas em um cenário real, os conceitos são

ranqueados de acordo com as necessidades. Levando isso em conta, assume-se uma matriz

Pugh para cada perfil de caminhoneiro do futuro gerado. O Apêndice G apresenta os

resultados da matriz Pugh, considerando como cada pessoa avalia o conceito, partindo do seu

ponto de vista.

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Entretanto, após discussão com as partes interessadas, decidiu-se com o time Volvo de

selecionar os conceitos abaixo para desenvolver o Design em nível de sistema.

- Conceito 1: Como melhor conceito, foi selecionado.

- Um novo conceito: O Conceito 5 emerge como segundo melhor conceito, entretanto

algumas modificações foram requisitadas para o Design em nível de sistema antes de

ser mais bem desenvolvido. A Volvo sempre fornece conceitos com cama para dois

motoristas, mas a criação de um lugar social dentro da cabine também foi uma

exigência de longo prazo. Assim, a partir dos conceitos gerados, o conceito 5 e o

conceito 2 foram mesclados. Este novo conceito tem o benefício da cama para duas

pessoas, bem como o lugar para socializar dentro da cabine.

A entrega final é um par de conceitos, um com cama de solteiro (Conceito 1) e outro com

cama para duas pessoas (Novo conceito).

NOTA: Devido a um acordo entre a Chalmers e a Volvo, apenas o conceito de cama

dupla é apresentado neste projeto, em publicação universitária.

4.3 Design em Nível de Sistema

Nessa fase, os resultados dos conceitos selecionados e gerados melhoram o desenvolvimento,

para uma melhor visualização e compreensão. Softwares como CATIA, DELMIA e VRED

foram usados para projetar, avaliar e alcançar condições de ambiente real. Nosso projeto de

nível de sistema é brevemente dividido em três subfases principais, como a arquitetura do

produto, o refinamento do design industrial e o teste de conceito.

4.3.1 Arquitetura do Produto

Antes de decidir a arquitetura do produto, foi feito um refinamento do conceito. Na fase de

refinamento de conceitos, a fusão de conceitos aconteceu para alcançar conceitos viáveis e

eficientes.

4.3.1.1 Conceito de cama dupla

Durante a fase de arquitetura do produto, o conceito 5 e o conceito 2 foram combinados para

ter uma solução conforme exigido pela Volvo. Algumas das características foram herdadas de

ambos os conceitos e um novo conceito foi feito.

Figura 41: Conceitos mesclados.

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Nesta fase, algumas das características do Conceito 5 foram transferidas para o Conceito 2

para torná-lo factível. Depois de ter conhecimento sobre o estilo de vida do motorista e seu

dia-a-dia, decidiu-se fundir uma área de descanso montável na região da cama inferior, com

característica de peça única. Manteve-se a orientação e o mecanismo de dobragem do beliche

inferior e, assim, o conceito de cama dupla evoluiu.

Ao projetar o conceito de cama dupla, algumas funcionalidades foram levadas em

consideração para alocar os bagageiros. Características como cama e refrigeradores foram

levadas em consideração como base para o desenvolvimento.

4.3.2 Refinamento do design industrial.

Na fase de refinamento do design industrial, o conceito de cama dupla foi ainda mais refinado

através de um projeto detalhado para atingir o ambiente real. As Figuras 42 e 43 ilustram o

projeto detalhado do conceito de cama dupla, mostrando um modelo mais maduro, usando a

ferramenta de software CATIA.

Figura 42: Conceito de cama dupla.

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Figura 43: Conceito cama dupla com banco do passageiro escondido.

Para facilitar a visualização e a compreensão do conceito, ocultaram-se algumas peças

internas da cabine. O início dessa fase começou aumentando-se o comprimento da cabine na

direção X (Figura 42) em 300 mm – um dos nossos critérios de projeto. Esse aumento no

comprimento da cabine foi obtido com a edição dos painéis internos e superfícies do piso da

cabine do veículo Volvo FH-Series XHSL. Isso foi feito para alcançar uma condição de

contorno realista para os conceitos. A Figura 44 ilustra os painéis internos e o piso do veículo.

Figura 44: Painéis de interior editados.

O uso da solução de cama dupla é explicado em termos das necessidades e requisitos do

cliente. As categorias de necessidades e requisitos abordados neste conceito são conforto,

diversão e socialização, armazenar/organizar, comer e beber, higiene e espaço.

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4.3.2.1 Conforto

A categoria de conforto neste conceito descreve sobre as posições de assento do motorista e

passageiro e as posições das camas. A Figura 45 ilustra as posições do banco do motorista e

passageiro dentro da cabine.

Figura 45: Bancos giratórios.

A principal característica incorporada no banco do motorista e do passageiro é que ele pode

ser girado em um determinado ângulo. O assento do motorista pode ser girado até 45 graus e o

banco do passageiro pode ser rotacionado até 45 e 90 graus – duas posições em seu eixo.

Devido ao crescente nível de condução autônoma, as legislações predizem que o motorista

deve estar sempre ao assento. Esses ângulos fazem com que o motorista controle o caminhão

ou interfira no sistema em uma fração de tempo. Esta é a razão por que o assento do motorista

em nosso conceito pode ser girado até apenas 45 graus. É importante notar que a Volvo já

oferece solução com o giro do banco do passageiro, portanto, é um desafio incorporar essa

solução ao banco do motorista.

Nesse conceito, tem se duas camas com colchões. Uma delas está localizada na parte inferior

da parede traseira e a outra está localizada na parte superior da parede traseira.

A dimensão da cama superior é de 700x1800x130 (mm) e pode ser dobrada parcialmente em

direção à parede traseira. A característica importante do beliche superior é que a altura pode

ser ajustada. Do compartimento superior traseiro da cabine até a primeira posição, 310 mm na

direção Z (permitindo que o compartimento inferior seja completamente dobrado até a parede

traseira). A segunda posição de altura é de 550 mm na direção Z (de acordo com as restrições

fornecidas para um espaço confortável para dormir). A Figura 46 ilustra a cama superior e sua

capacidade de ajuste.

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Ambas as camas podem ser travadas na posição dobrada - usando cintos, solução similar ao

que a Volvo já oferece na linha FH.

Figura 46: Camas rebatidas.

Há uma escada presente no quadro do beliche para ter acesso fácil a região superior. Essa

escada é usada no atual Volvo FH e pode ser dobrada abaixo da cama. A Figura 47 ilustra a

solução.

Figura 47: Cama com escada rebatível.

A dimensão da cama inferior é 900x2000x180 (mm). Semelhante ao item superior, também

pode ser dobrado em direção à parede traseira. Uma pequena parte - 40 mm na direção X e

570 na direção Y - da cama inferior é cortada em ambos os lados. Isso foi feito para facilitar o

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deslizamento do bando do motorista, bem como o assento do passageiro na direção X. Em

relação à armação de beliche, a espessura da armação escolhida foi de 30 mm, medida

próxima ao que é utilizado no veículo atual. As Figuras 46 e 47 ilustram o leito inferior.

Uma porção da área da cama inferior é dividida em duas partes para criar uma área de

vivência. Essa funcionalidade será explicada na seção futura.

4.3.2.2 Divertimento e socialização

A categoria de diversão e socialização nesse conceito descreve sobre a socialização do

motorista e do passageiro dentro da cabine. A Figura 48 ilustra a área de socialização dentro

da cabine.

Como discutido na categoria conforto, a razão por trás de uma área de cama dividida é criar

uma região com sofá, que serve para socialização na área da vivência.

A decisão de não se dividir a cama em duas seções (cortar o colchão em uma direção vertical)

é para se manter os requisitos ergonômicos para quem utiliza a cama de baixo. Colchões

divididos podem apresentar fragilidade e uma maior deformação na espuma ou no material

em que se deita.

Figura 48: Área de socialização.

A espessura do colchão é de 130 mm. É dividido igualmente em duas partes com 65 mm na

região do sofá. Para ter-se acesso à região do sofá, a cama inferior é totalmente rebatível para

a parede traseira. A altura da cama superior (direção Z) deve ser ajustada para aumentar o

espaço da região de convivência.

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4.3.2.3 Guardar e Organizar

A categoria que trata sobre guardar itens e organizar os pertences dentro da cabine descreve

sobre a geladeira e sobre os espaços para armazenar os itens. Existem diferentes tipos de

lugares para armazenamento. O refrigerador está localizado na parte central-inferior da

cabine, debaixo da cama. O motorista e o passageiro podem acessar o refrigerador puxando-o

em direção ao painel, 490 mm na direção X. Possui uma porta na parte de cima (plano XY)

que permite acesso aos alimentos. A Figura 49 apresenta o refrigerador.

Figura 49: Geladeira e maquina de café.

Um bagageiro está localizado nas laterais da cabine (L: 350 x C: 700 x A: 480 mm). Esses

bagageiros podem ser acessados pela parte interna da cabine e pela parte externa. Esse

bagageiro é dividido em duas partes (a de acesso interno e a de acesso externo). Para

exemplificar as dimensões, itens comuns na vida de um motorista foram adicionados nos

modelos 3D, a Figura 50 mostra as soluções de bagageiro.

A altura dos bagageiros é semelhante ao caminhão FH de produção atual, mantendo assim os

mesmos níveis de acesso.

Um dos compartimentos pode ser dedicado para bens de valor, criando uma porta com chaves

– oferecendo um pequeno cofre – como um opcional ao consumidor.

Figura 50: Bagageiros laterais de acesso externo.

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Uma gaveta permite o acesso a itens que estejam armazenados entre a geladeira e a área do

sofá. Essa gaveta pode ser puxada na direção X, permitindo a visibilidade quando acessada. A

Figura 51 apresenta o conceito da gaveta.

Figura 51: Gaveta aberta.

A parte superior do para-brisa manteve-se dedicada a áreas de armazenagem.

Na região superior da parte traseira, um volume é dedicado para um grande bagageiro, como

fornecido em edições mais caras na atual versão do FH. Essa solução, por ser corrente, atente

os requisitos ergonômicos mencionados.

Para alcançar o requisito de volume, uma nova solução foi proposta, adicionando uma rede de

proteção na cama superior. Isso permite motoristas a guardar itens quando a cama superior

não está sendo utilizada.

Figura 52: Rede de proteção na cama superior

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4.3.2.4 Comer e beber

Descreve sobre os suportes oferecidos para comer e beber dentro da cabine.

Uma mesa está embutida no console da geladeira. Deve ser acessada rebatendo a cama

totalmente em direção a parede. A Figura 53 ilustra a mesa disposta no interior da cabine.

Figura 53: Mesa central para atividades diversas

A mesa pode ser ajustada em sua altura (direção Z) através de um atuador elétrico. Possui um

tampo principal com duas partes que podem ser deslizadas para aumentar em tamanho.

Para ter-se água fresca próxima ao motorista e passageiro, propôs-se um bebedouro embutido

ao refrigerador, acompanhado de um lugar para armazenamento de uma garrafa de 1 litro

(Figura 49).

Uma cafeteira está fixada na parte central-baixa do painel (Figura 49), oferecendo café fresco

e ao alcance do motorista e passageiro para situações autônomas.

O conceito possui um micro-ondas na região acima do para-brisa – lado do passageiro,

conforme recomendado pelos padrões de segurança da Volvo (ver Apêndice B).

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Figura 54: Posição do micro-ondas.

4.3.2.5 Espaço

Essa categoria descreve sobre as interfaces que os motoristas terão dentro do veículo.

O espaço interno é avaliado através da ferramenta computacional DELMIA. Essa avaliação

apresenta a principais posturas e distâncias entre o motorista e o ambiente, assim como

acessibilidade. Os resultados estão dispostos na seção de avaliação ergonômica.

4.3.2.6 Higiene

Esse conceito é orientado a motoristas que compartilham a cabine, que ficam geralmente

muitos dias longe de sua casa ou base. Isso implica na necessidade de disponibilizar-se espaço

para guardar alimentos, roupas e outros itens pessoais. Esse fato levou ao não

desenvolvimento de artigos de higiene.

A limpeza da cabine pode ser executada com o auxilio de um aspirador de pó pequeno,

vendido pela Volvo junto com o caminhão. Pequenas cestas de lixo podem ser dispostas

próximo ao painel central, parecidas com as que a Volvo já tem em seus veículos.

4.3.3 Testes Ergonômicos

Para determinar os acessos e refinar o conceito na fase de desenvolvimento, avaliações

ergonômicas foram realizadas no conceito final. Esse processo foi realizado utilizando a

ferramenta DELMIA, através da extensão “Human Activity Analysis”. Essa ferramenta foca

em como humanos irão interagir com os ambientes e objetos no local inserido, bem como os

efeitos de levantar, abaixar, puxar e subir. O modelamento “Human Activity Analysis” é parte

do DS DELMIA análise humana modelada, uma solução que inclui “Human Builder”,

“Human Posture Analysis”,”Human measurements Editor” e “Human task simulation”.

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68

Debaixo da ferramenta “Human Activity Analysis” existem três tipos de modos de avaliação.

Eles são:

- RULA (Rapid Upper Limb Assessment) analysis.

- Lift – Lower analysis

- Push – Pull analysis

- Carry analysis

- Biomechanics single action analysis

Como parte do escopo do projeto, a avaliação da ergonomia do ambiente deveria ser realizada

através da ferramenta RULA.

A análise através da ferramenta RULA investigou a exposição dos indivíduos a riscos

associados com desordens posturais. A análise RULA proporciona os riscos máximos e

mínimos no corpo.

Os riscos são geralmente ranqueados de 1 a 7. Todos esses riscos combinados resultam em

uma pontuação. Cada uma da pontuação é explicitada por cores que reproduzem em nível da

postura.

- 1 e 2: (Verde) Indica que a postura é aceitável se não mantida e repetida por muitas

vezes.

- 3 e 4: (Amarelo) Indica que investigações futuras são necessárias.

- 5 e 6: (Laranja) Indica que mudanças posturais são necessárias o quanto antes.

- 7: (Vermelho) Indica que a postura é inaceitável e o conceito deve ser alterado.

A Figura 55 ilustra a tabela que resulta da análise RULA, com as pontuações posturais.

Figura 55: Análise RULA.

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69

Nessa etapa de avaliação dos conceitos, manequins com diferentes percentis foram

selecionados.

Os percentis considerados foram Masculinos 99%, Masculino 50%, Feminino 50% e

Feminino 5%, todos da população Alemã. Esses percentis representam os consumidores

gerados na fase de geração de conceitos.

Para avaliação ergonômica, algumas posturas vistas como as mais relevantes foram

selecionadas para avaliação fisiológica da posição, bem como a acessibilidades de lugares. As

posturas/posições definidas foram:

- Acesso à geladeira pelo banco do motorista.

- Acesso ao bagageiro inferior.

- Acesso às gavetas.

- Acesso ao sofá e mesa.

- Acesso ao armário superior traseiro.

- Acesso ao armário superior frontal.

Com propósito ilustrativo as imagens geradas são apenas do percentil Masculino 99%

Alemão, entretanto os gráficos e tabelas gerados apresentam dados de toda a população

avaliada.

4.3.3.1 Acesso ao refrigerador pelo banco do motorista

O acesso da geladeira quando sentado no banco do motorista foi feito utilizado o ponto H. A

Figura 56 apresenta o manequim acessando essa funcionalidade.

Um hipotético motorista tenta acessar a

geladeira rebatendo a mesma na direção

X – sentido do painel. As cores

representam a pontuação para cada

segmento corpóreo pontuado

anteriormente. A pontuação final nessa

postura foi de 3 com um riscos somados

no nível amarelo, considerado aceitável.

A tabela 9 ilustra a pontuação postural

nos diferentes manequins entre os

diferentes percentis de população. Dessa

tabela interpretações são possíveis.

Figura 56: Percentil 99% Acessando o refrigerador.

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70

Tabela 9: Pontuação postural do manequim para acesso à geladeira.

Percentil Humano

Pontuação Postural

Braço

Superior

Antebraço Pulso Pulso

Rotação

Pulso e

Braço

Pescoço Tronco Perna

99% Homem Alemão 2 2 2 1 3 1 3 1

50% Homem Alemão 2 2 2 1 3 1 3 1

50% Mulher Alemã 2 2 2 1 3 1 3 1

5% Mulher Alemã 3 2 2 1 4 1 3 1

A Figura 57 apresenta a pontuação de cada corpo disposta em gráfico.

Figura 57: Gráfico de pontuação para acesso à geladeira.

Do gráfico acima se pode interpretar que todos os grupos possuem a mesma pontuação,

exceto pelo percentil 5% da população feminina Alemã. Uma vez que são menores, podem

apresentar desconforto quando acessar a geladeira.

4.3.3.2 Acesso ao bagageiro inferior.

O acesso ao bagageiro traseiro inferior foi avaliado usando o percentil alemão masculino

99%. O ponto de referencia adotado foi o entre pernas, uma vez que ele dobrará as pernas

para acessar o bagageiro inferior. A Figura 58 ilustra o manequim acessando o bagageiro

inferior.

Na figura, o manequim tenta acessar a função

flexionando o joelho e inclinando-se para frente.

As cores no corpo no boneco representam a

pontuação ergonômica para cada segmento feito

pela ferramenta RULA. A tabela 10 apresenta a

pontuação corporal dos diferentes percentis quando

acessam esse bagageiro. A partir dessa tabela,

algumas conclusões são possíveis.

00,5

11,5

22,5

33,5

99% Masculino

50% Masculino

50% Feminino

5%Feminino

Figura 58: Percentil 99% acessando o bagageiro .

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71

Tabela 10: Pontuação postural do manequim acessando o bagageiro inferior.

Percentil Humano

Pontuação Postural

Braço

Superior

Antebraço Pulso Pulso

Rotação

Pulso e

Braço

Pescoço Tronco Perna

99% Homem Alemão 3 2 2 1 4 1 3 1

50% Homem Alemão 3 2 2 1 4 1 3 1

50% Mulher Alemã 3 2 2 1 4 1 3 1

5% Mulher Alemã 3 2 2 1 4 1 3 1

A Figura 59 retrata a pontuação de cada parte do corpo para os diferentes manequins, quando

acessando o bagageiro inferior.

Figura 59: Gráfico de pontuação para acesso ao bagageiro inferior.

A partir do gráfico e das pontuações, conclui-se que as diferentes pessoas tem o mesmo nível

de esforço quando acessam essa função.

4.3.3.3 Acesso a gavetas

O acesso à gaveta foi avaliado usando 99% da população masculina alemã. O ponto de

referência considerado para este manequim foi o entre pernas, já que ele está no chão entre a

geladeira e o sofá enquanto acessa a gaveta. A Figura 60 ilustra o manequim acessando a

gaveta.

0

1

2

3

4

5

99% Masculino

50% Masculino

50% Feminino

5% Feminino

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Na figura, o manequim está tentando

acessar a gaveta entre o sofá e a

geladeira, agachando-se e inclinando-se

para frente. As cores de referência no

corpo do manequim representam as

pontuações para cada segmento da

análise RULA, conforme comentado

anteriormente. A análise RULA foi feita

para todos os percentis. A Tabela 11

ilustra os escores posturais em diferentes

segmentos do manequim para diferentes

percentis populacionais. A partir desta

tabela algumas interpretações foram

feitas.

Tabela 11: Pontuação postural do manequim acessando a gaveta.

Percentil Humano

Pontuação Postural

Braço

Superior

Antebraço Pulso Pulso

Rotação

Pulso e Braço Pescoço Tronco Perna

99% Homem Alemão 4 2 2 1 4 1 3 1

50% Homem Alemão 4 2 2 1 4 1 3 1

50% Mulher Alemã 4 2 2 1 4 1 3 1

5% Mulher Alemã 4 2 2 1 4 1 3 1

A Figura 61 apresenta as pontuações para cada parte do corpo dispostas em um gráfico para o

acesso da gaveta.

Figura 61: Gráfico de pontuação para acesso da gaveta.

A partir da tabela e gráfico acima, descobrimos que toda a população de percentis tem o

mesmo nível de pontuação postural no acesso à gaveta.

0

1

2

3

4

5

99% Masculino

50% Masculino

50% Feminino

5% Feminino

Figura 60: Percentil 99% acessando a gaveta.

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4.3.3.4 Acesso ao sofá e mesa

O acesso ao sofá e a mesa foi avaliado utilizando o

percentil de 99% da população masculina alemã. O

ponto de referência considerado para este

manequim é entre as pernas, já que ele estará

caminhando em direção ao sofá para acessá-lo. A

Figura 62 ilustra o manequim sentado no sofá e

acessando a mesa.

Na figura, o manequim está sentado no sofá e

acessa a mesa inclinando-se para a frente. Para

acessar o sofá, os beliches inferior e superior

devem rebatidos em direção da parede, como

mostrado na figura. Os segmentos de cor no corpo

representam a análise RULA como indicado

anteriormente. A Tabela 12 ilustra os escores

posturais em diferentes segmentos no manequim para diferentes percentis de população.

Tabela 12: Pontuação postural do manequim no sofá acessando a mesa.

Percentil Humano

Pontuação Postural

Braço

Superior

Antebraço Pulso Pulso

Rotação

Pulso e

Braço

Pescoço Tronco Perna

99% Homem Alemão 3 2 2 1 4 1 3 1

50% Homem Alemão 3 1 2 1 4 1 3 1

50% Mulher Alemã 3 1 2 1 4 1 3 1

5% Mulher Alemã 3 1 2 1 4 1 3 1

A Figura 63 apresenta as pontuações para cada parte do corpo dispostas em um gráfico para o

sofá e acesso à mesa.

Figura 63: Gráfico de pontuação para sofá e acesso a mesa.

Na tabela e gráfico acima, evidencia-se que 99% da população masculina alemã tem pouco

conforto no antebraço enquanto senta no sofá e acessa a mesa.

0

1

2

3

4

5

99% Masculino

50% Masculino

50% Feminino

5% Feminino

Figura 62: Percentil 99% acessando o sofá e a mesa..

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4.3.3.5 Acesso ao bagageiro superior frontal

O acesso ao bagageiro superior frontal foi avaliado com 99% da população masculina alemã.

O ponto de referência para este manequim também é considerado o entre pernas, uma vez que

ele deve ficar em pé enquanto acessa a prateleira frontal superior. A Figura 64 ilustra o

manequim acessando a prateleira frontal superior.

Na figura, o manequim está em pé no chão e

acessa a prateleira frontal superior. O manequim

deve ter acesso aos bagageiros nos lados

esquerdo e direito. Os segmentos de cor no corpo

representam a análise RULA como indicado

anteriormente. A Tabela 13 ilustra os escores

posturais em diferentes segmentos do manequim

para diferentes percentis de população.

Tabela 13: Pontuação postural do manequim acessando o bagageiro frontal.

Percentil Humano

Pontuação Postural

Braço

Superior

Antebraç

o

Pulso Pulso

Rotação

Pulso e

Braço

Pescoço Tronco Perna

99% Homem Alemão 4 2 1 1 4 1 2 1

50% Homem Alemão 4 1 1 1 4 1 2 1

50% Mulher Alemã 4 1 1 1 4 1 2 1

5% Mulher Alemã 4 2 1 1 4 1 2 1

A Figura 65 apresenta as pontuações para cada parte do corpo dispostas em um gráfico para o

acesso de armazenamento frontal superior.

Figura 64: Percentil 99% acessando o bagageiro

frontal.

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Figura 65: Gráfico de pontuação para acesso ao bagageiro frontal.

A partir do gráfico e tabela acima, descobrimos que 5% da população feminina alemã tem

pouco desconforto no antebraço ao alcançar a prateleira frontal superior.

4.3.3.6 Acesso à cama superior

O acesso à cama superior foi avaliado com 99% da população masculina alemã. O ponto de

referência para este manequim também é considerado entre as pernas, uma vez que ele deve

ficar em pé ao subir a escada para acessar a cama superior. A Figura 66 ilustra o manequim

acessando o beliche superior.

Na figura, o manequim está subindo na

escada com a cabeça abaixada. Ele está

acessando o beliche superior. Os

segmentos de cor no corpo representam a

análise RULA. A Tabela 14 ilustra os

escores posturais em diferentes segmentos

do manequim para diferentes percentis de

população.

0

1

2

3

4

5

99% Masculino

50% Masculino

50% Feminino

5% Feminino

Figura 66: Percentil 99% acessando a cama superior.

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Tabela 14: Pontuação postural do manequim acessando a cama superior.

Percentil Humano

Postural Scores

Braço

Superior

Antebraço Pulso Pulso

Rotação

Pulso e

Braço

Pescoço Tronco Perna

99% Homem Alemão 4 2 2 1 4 1 3 1

50% Homem Alemão 4 2 2 1 4 1 3 1

50% Mulher Alemã 4 2 2 1 4 1 3 1

5% Mulher Alemã 4 2 2 1 4 1 3 1

A Figura 67 apresenta as pontuações para cada parte do corpo dispostas em um gráfico para o

acesso ao beliche superior.

Figura 67: Gráfico de pontuação para acesso a cama superior.

0

1

2

3

4

5

99% Masculino

50% Masculino

50% Feminino

5% Feminino

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5. DISCUSSÃO

Inicialmente quando realizando benchmarking das soluções futurísticas, verificaram-se pontos

em comuns entre todos os fabricantes. Cada companhia tem sua gama de consumidores,

produzindo soluções para eles. Por exemplo, o conceito desenvolvido pela Walmart é

orientado uma nova arquitetura de trem de força, enquanto a Mercedes se focou em direção

autônoma. Entre tudo isso, o fator importante é que esses veículos oferecem uma interface

única entre homem-máquina.

Para elucidar as necessidades subjacentes dos clientes, seguiram reuniões com diferentes

departamentos dentro da Volvo. A abordagem quantitativa, com uma possível aplicação de

entrevistas com o auxílio da empresa não se mostrou efetiva no desenvolvimento, já que era

difícil alcançar uma grande multidão em um tempo limitado. Mesmo com um nível alto de

satisfação com relação à escolha da metodologia, destaca-se que um número maior de pessoas

com conhecimento de mercado auxiliaria no projeto. As perguntas durante entrevistas com

especialistas tiveram uma abordagem subjetiva e foram estruturadas. Um fato a se destacar

durante a fase de pesquisa, é que necessidades menores não foram consideradas ou abordadas

por muitas empresas que fabricam caminhões. Por exemplo, um espaço para os motoristas

armazenarem seus sapatos dentro da cabine e um espaço para guardar suas roupas de trabalho

e luvas secas não é apresentado.

Durante a fase inicial de geração de conceitos se teve dificuldade na criação de soluções. Isso

se dá a um grande número de requisitos e um escopo grande. Esse problema foi contornado

fazendo o uso da maquete de madeira cedida pela Volvo. A maquete transmitiu uma sensação

real do espaço da cabine. Dessa forma foi útil para gerar e validar conceitos durante a criação.

Todos os conceitos gerados deveriam ser factíveis em termos de manufatura e não puramente

conceitual fato que foi possível através dos valorosos dados iniciais fornecidos pela

companhia.

A eliminação de conceitos se baseou em alguns critérios. Das discussões internas do time de

projeto da Volvo descobriu-se alguns problemas cotidianos dos motoristas. Por exemplo,

camas necessitam serem montadas para dormir não são preferidas pelos caminhoneiros. Esse

tipo de informação foi considerado na eliminação de propostas que envolviam montagem da

área da cama.

É importante não esquecer que se queria mostrar as possibilidades de leiautes e os recursos

possíveis dentro da cabine, ao invés de um design detalhado do produto. Se o design

detalhado do produto tivesse sido considerado, no entanto, este projeto teria levado muito

mais do que seis meses e o nível de complexidade teria aumentado significativamente.

A maior dificuldade durante o projeto foi à tarefa de aplicar a metodologia ensinada na

academia. O número grande de possibilidades e escolha de ferramentas de desenvolvimento

torna árdua a tarefa de desenvolver um produto que deve sempre ser orientado ao cliente.

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6. CONCLUSÃO

Propôs-se uma nova solução interior para a próxima geração de caminhões FH, que possui

recursos aprimorados, como maior espaço de armazenamento e tamanho da cama. Criou-se

novo espaço para socializar dentro da cabine. Esta nova solução interior tem um bom valor de

mercado, comprovado por atender às necessidades e exigências dos atuais e futuros

condutores.

A solução para o novo interior foi desenvolvida elencando as necessidades e exigências dos

motoristas e analisando a ampla gama de soluções disponíveis no mercado. A fase inicial

começou por abordar quem serão os clientes da Volvo no futuro e isso levou à criação de

quatro personalidades diferentes. As necessidades e exigências estavam focadas nessas

pessoas. As necessidades e os requisitos foram elencados analisando a tendência

predominante no setor de caminhões e também tendo como entradas as discussões entre o

time na Volvo. O conjunto final de necessidades foi alcançado considerando todos os critérios

possíveis, como ergonomia, design e tendências futuristas.

O grande número de soluções disponíveis no mercado foi analisado através de uma avaliação

tecnológica e pelo benchmarking dos competidores. Conclui-se que todos os fabricantes de

veículos de longa distância oferecem o mesmo nível de entrega de soluções e funções para a

área de vivência.

A solução proposta atende às necessidades como conforto, diversão e socialização, comer e

beber, armazenar e organizar posou para o produto. A nova solução resolve os requisitos

ergonômicos e mostrou resultados promissores que poderiam ser mais atraentes para os

caminhoneiros da próxima geração.

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7. RECOMENDAÇÕES

Nota-se que há uma tendência constante no crescente nível de automação dentro da indústria

de caminhões. Essa tendência pode criar novos fundamentos para leiautes de interiores

inovadores. Como haverá aumento no comprimento das dimensões da cabine, a pesquisa

poderia ser orientada a um piso plano dentro da cabine. Este piso plano, ou seja, sem túnel do

motor no piso da cabine, poderia melhorar muitas das características ergonômicas.

As necessidades e requisitos estão focados nos motoristas atuais. Mais pesquisas poderiam ser

feitas para prever as necessidades dos futuros motoristas, uma vez que se tornarão o cliente.

Abordar suas necessidades criaria valor para seu trabalho e os faria se sentir orgulhosos de seu

trabalho.

A pesquisa poderia ser mais focada no sentido de criar sistemas de entretenimento dentro da

cabine. Percebe-se que, no futuro, muitas empresas terão suas interfaces homem-máquina

exclusivas. As informações necessárias podem ser fornecidas, dependendo de quem dirige o

caminhão. Por exemplo, se um motorista inexperiente está dirigindo, ele pode obter

informações sobre a melhor rota, a condução eficiente de combustível e alguns itens de

entretenimento. Esta informação deve ser diferente se um motorista experiente estiver

dirigindo o caminhão. Informações exclusivas, como que tipo de exercícios deve ser feitos

após 4 horas de condução, podem ser fornecidas pela Volvo. Minimizar o uso de recursos

padrão disponíveis no mercado cria uma vantagem competitiva por meio da diferenciação de

produto exclusiva. Durante a pesquisa, notamos que até mesmo outros segmentos, como o

mercado de móveis ou interiores de casas, onde um design conveniente e compacto pode ser

uma inspiração.

No conceito concentrou-se em criar o leiaute em vez dos projetos detalhados de produtos, mas

assumiram-se requisitos mecânicos das peças. Recomenda-se estudo detalhado para

aperfeiçoar o produto. Durante a avaliação ergonômica do conceito, notou-se que 50% de dos

homens e das mulheres não conseguiram alcançar a prateleira superior traseira. O aumento no

comprimento da cabine moveu a prateleira para dentro, o que torna difícil para pessoas mais

de estatura reduzida acessá-la. Portanto, o comprimento da prateleira traseira deve ser

otimizado para aumentar o comprimento da cabine.

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8. REFERÊNCIAS

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9. APÊNDICES

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Apêndice B: Restrição do produto e lista de requisitos.

Critério Ergonômico e Design Método de verificação Valor Justificativa Aplicado nos

Conceitos (Sim/Não)

Área de descanso

R Dimensão da área de descanso CAD, análise virtual 2000 x 900 mm Para aumentar o conforto no sono

Sim

R Sem objetos protuberantes CAD, análise virtual Min radio 7 mm 0-230 mm acima da cama

Evitar lesões Não

R Altura da cama ajustável CAD, análise virtual Min 550 mm Evitar sensação claustrofóbica

Sim

R Altura do colchão em Y0 CAD, análise virtual Min 700 mm Aumentar conforto no sono

Sim

D Cama totalmente rebatível em direção à parede traseira.

CAD, Análise virtual, Crash test Genérico - Newton Passar por testes de batida

Sim

Bagageiros

R Bagageiros da parede traseira CAD, análise virtual

Profundidade min 190 mm Abertura min 65,5 mm in x. 170 mm acima da cama superior.

Proporcionar acesso Sim

R Peso dos itens armazenados no bagageiro do painel traseiro

CAD, análise virtual Densidade 0,3 (10 l bagageiros= 3 kg)

Garantir qualidade e segurança.

Não

R Força aplicada nos bagageiros do painel traseiro.

CAD, análise virtual 300 N Evitar sobrecarregamento e quebra

Não

R Puxador na cama. CAD, análise virtual Min 80 mm largura. Max 50 mm na frente da cama.

Evitar risco machucar as mãos.

Não

R Geladeira que desliza para frente. CAD modelamento e verificação visual

Genérico Ter agua fresca e compartimento para alimentos.

Sim

D Ter uma area grande de bagageiro CAD modelamento e verificação visual

>1000 litros Bagageiro para motoristas que viajam longas distancia

Sim

Área de mobilidade

D Área para mobilidade dentro da cabine.

CAD, análise virtual Genérico - Metro Espaço para realizar atividades dentro da cabine

Sim

R Nada deve avançar acima do banco do motorista.

CAD, análise virtual Genérico Ter conforto quando saindo do banco do motorista

Sim

R Não ter objetos ponti-agudos na periferia do banco.

CAD, análise virtual Genérico Evitar danos ao motorista.

Sim

Uso e Visibilidade

R Contraste entre areas claras e escuras deve ser suave

CAD modelamento e verificação visual

Genérico - Candela Melhorar visibilidade e economizar energia

Não

R Visibilidade no pilar – A CAD, análise virtual Genérico –Metro Aumentar segurança na direção

Não

R Visibilidade – visão superior CAD, análise virtual Genérico –Metro Aumentar segurança na direção

Não

R Controle de temperatura acessível da cama

CAD, análise virtual Genérico – Metro Viabilizar ajustes da cama

Não

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R Apoio de costa do banco deve ser facilmente rebatível

CAD, análise virtual Angulação Melhorar direção do motorist

Sim

R Controles devem ser alcansáveis por todos os percentis.

CAD, análise virtual Genérico – Metro Melhora da ergonomia Não

R O formato dos botões de controle deve ser ótimo para operação

CAD, análise virtual Genérico Melhora da ergonomia Não

R Força de atuação no controle deve ser menor que o atual

CAD, análise virtual Genérico -Newton Evitar esforços Não

R Para atuadores elétricos, a atuação deve ser melhor que a do veículo atual.

CAD, análise virtual Genérico Reduzir tempo de espera em ajustes

Não

Geral

R Dados antropométricos diferentes devem ser considerados

CAD, análise virtual e protótipos

Genérico -Metros Alcançar toda a população

Sim

R Manter o mesmo paínel de instrumentos

CAD, análise virtual e protótipos

Genérico Limitar escopo do projeto

Sim

R Dimensão da cabine CAD, análise virtual e protótipos

Comprimento atual + 300 mm

De acordo com as normas Européias

Sim

R Manter radio e tacógrafo no bagageiro frontal

CAD, análise virtual e protótipos

Genérico Devido à roteamento de chicotes

Sim

R Microondas alocado no bagageiro frontal

CAD, análise virtual e protótipos

Genérico Garantir segurança em testes de batida

Sim

R Ter bagageiros laterais com acesso do exterior

CAD, análise virtual e protótipos

Genérico Ter acesso à ferramentas ou roupas do lado exterior

Sim

Critério pessoal Método de verificação Valor Justificativa

R Motorista sempre deve usar sinto de segurança

Pessoal Sensores Garantir a segurança Sim

R Motoristas devem ter pausa para descanso após 4 hrs

Pessoal Tempo Seguir as normas Européias

Sim

Critério de desempenho dos requisitos Método de verificação Valor Justificativa

R Area de descanso Clínicas com motoristas e protótipos

Metros Garantir descanso para os motoristas

Sim

D Area descanso para passageiros Clínicas com motoristas e protótipos

Metros Passageiros usufruirem de uma area de descanso

Sim

R Funções no banco do motorista Clínicas com motoristas e protótipos

Metros Ter posição ergonomica quando dirigir

Sim

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R Funções para o passageiro Clínicas com motoristas e protótipos

Metros Posição ergonomica para o passageiro

Sim

R Apoios para bebidas e comidas Crash test análise virtual Newton Evitar a movimentação de itens que possam gerar risco

Sim

R Funções para comida e bebida Crash test análise virtual Capacidade, potência Preparar comida e ter capacidade de comer na cabine

Sim

R Funções para armazenar comidas perecíveis

Crash test análise virtual Capacidade, potência Preservar alimentos perecíveis

Sim

R Funções de higiene na cabine Clínicas com motoristas e protótipos

Capacidade, potência Manter a hygiene no ambiente

Sim

D Funções de higiene pessoal Clínicas com motoristas e protótipos

Capacidade, potência Manter a hygiene pessoal

Não

D Conexão com a internet Teste de sinal Mb/s Manter conectado com a família

Sim

R Funções de entretenimento Clínicas com motoristas e protótipos

Genérico Ter uma interface que homem/máquina e funções para distração

Não

R Atividades de lazer Driver clinics and prototyping Genérico Momentos de lazer e relaxamento dentro da cabine.

Sim

R Guardar itens pessoais CAD modelamento e verificação visual

Litros Guardar roupas e itens pessoais

Sim

R Armazenar itens de trabalho CAD modelamento e verificação visual

Litros Papéis relacionados ao trabalho, equipamentos e etc

Sim

D Guardar itens eletrônicos CAD modelamento e verificação visual

Litros Evitar danos a itens geralmente caros

Sim

D Guardar coisas de valor CAD modelamento e verificação visual

Litros Previnir roubo de itens e dinheiro

Sim

Necessidades

R = Requisitos Conforto

D = Desejos Comer e Beber

Higiene

Diversão e

Socialização

Guardar e organizar

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Soluções excluídas

Apêndice F: Matriz Morfológica

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Apêndice G: Matriz Pugh – Ponto de vista das pessoas.

- Ranqueamento dos conceitos e comentários dos motoristas jovens.

- Ranqueamento dos conceitos e comentários das motoristas jovens.

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Pontuação motoristas jovensComentários

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3C

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Preferem cama fixa.

Caso contrário, a cama deve ser de fácil montagem.

Preferem solução com apenas uma cama.

Sem comentários.

Preferem cama fixa.

Caso contrário, a cama deve ser de fácil montagem.

A estrutura pode ser uma barreira na locomoção, sentindo que a

cabine está cheia.

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0

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Pontuação motoristas mulheresComentários

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Co

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5

A estrutura pode ser uma barreira na locomoção, sentindo que a

cabine está cheia.

A população feminina tende a ser de menor estatura.

Preferem cama fixa.

Caso contrário, a cama deve ser de fácil montagem.

A população feminina tende a ser de menor estatura.

Preferem solução com uma cama.

A população feminina tende a ser de menor estatura.

Sem comentários.

Preferem cama fixa.

Caso contrário, a cama deve ser de fácil montagem.

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- Ranqueameto dos Conceitos e comentários dos motoristas que dividem a cabine.

- Ranqueamento dos Conceitos e comentários dos motoristas que viajam sozinhos.

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Pontuação motorista que dividide a cabine

Comentários

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Sem comentários.

Sem comentários.

Preferem cama fixa.

Caso contrário, a cama deve ser de fácil montagem.

A estrutura pode ser uma barreira na locomoção, sentindo que a

cabine está cheia.

Preferem cama fixa.

Caso contrário, a cama deve ser de fácil montagem.

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Motoristas que viajam sozinhos

Comentários

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A estrutura pode ser uma barreira na locomoção, sentindo que a

cabine está cheia.

Preferem cama fixa.

Caso contrário, a cama deve ser de fácil montagem.

Preferem cama única e fixa.

Pode enfrentar problemas para acessar a cabine devido a idade.

Preferem cama fixa.

Caso contrário, a cama deve ser de fácil montagem.