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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Bruno Sanches Fogaça Danilo Henrique Pavoni Rafael Janduci Paulo Rita de Cássia de Brito Oliveira DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA PARA O ESTUDO DA ANÁLISE DE VIABILIDADE DE INVESTIMENTOS EM OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE Unimed – Lins-SP LINS – SP 2010

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Ciências Contábeis

Bruno Sanches Fogaça

Danilo Henrique Pavoni

Rafael Janduci Paulo

Rita de Cássia de Brito Oliveira

DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA

PARA O ESTUDO DA ANÁLISE DE VIABILIDADE

DE INVESTIMENTOS EM OPERADORAS DE

PLANOS DE SAÚDE

Unimed – Lins-SP

LINS – SP

2010

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BRUNO SANCHES FOGAÇA

DANILO HENRIQUE PAVONI

RAFAEL JANDUCI PAULO

RITA DE CÁSSIA DE BRITO OLIVEIRA

DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA PARA O ESTUDO DA

ANÁLISE DE VIABILIDADE DE INVESTIMENTOS EM OPERADORAS DE

PLANOS DE SAÚDE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis sob a orientação do Prof.º M. Sc. André Ricardo Ponce dos Santos e orientação técnica da Prof.ª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva

LINS – SP

2010

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Fogaça, Bruno Sanches; Pavoni, Danilo Henrique; Paulo, Rafael Janduci; Oliveira, Rita de Cássia de Brito.

Desenvolvimento de uma Ferramenta para o Estudo da Análise de Viabilidade de Investimentos em Operadoras de Planos de Saúde: Unimed Lins / Bruno Sanches Fogaça; Danilo Henrique Pavoni; Rafael Janduci Paulo; Rita de Cássia de Brito Oliveira; . – – Lins, 2010.

63p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2010.

Orientadores: André Ricardo Ponce dos Santos; Heloisa Helena Rovery da Silva

1. Investimento. 2. Fluxo de caixa. 3. Unimed Lins. I Título.

CDU 657

F683d

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BRUNO SANCHES FOGAÇA

DANILO HENRIQUE PAVONI

RAFAEL JANDUCI PAULO

RITA DE CÁSSIA DE BRITO OLIVEIRA

DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA PARA O ESTUDO DA

ANÁLISE DE VIABILIDADE DE INVESTIMENTOS EM OPERADORAS DE

PLANOS DE SAÚDE

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovado em: ___/___/___

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: André Ricardo Ponce dos Santos.

Titulação: Mestre em Administração pela FGN – UNIMEP (Universidade

Metodista de Piracicaba).

Assinatura:______________________________________

1º Prof. (a): ____________________________________________________

Titulação:______________________________________________________

______________________________________________________________

Assinatura:_____________________________________

2º Prof. (a): ____________________________________________________

Titulação:______________________________________________________

______________________________________________________________

Assinatura:_____________________________________

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Agradeço primeiramente a Deus, que me ajudou nas horas mais difíceis durante toda a pesquisa e me mostrou que com Ele, eu seguiria sempre no caminho correto e seguro.

Aos meus familiares, em especial meus pais, que são os responsáveis pela minha existência. Em especial gostaria de agradecer minha mãe, que acompanhou durante anos a quantidade de vezes que tive que me levantar para seguir o meu caminho na vida e conquistar mais essa etapa. Mãe, eu consegui!

A minha esposa Kamila, que com o seu carinho e amor sempre esteve disposta a me escutar e entender meus momentos de impaciência e stress. Nunca esquecerei o que fez por mim.

Aos nossos orientadores, Prof. Ms. André e Prof. Ms. Heloisa, pelos puxões de orelhas e pela paciência durante o desenvolvimento da pesquisa.

Ao meu grupo de pesquisa, que com características diferentes conseguiram fazer deste trabalho um marco em nossas vidas. Obrigado pessoal! Levarei para sempre vocês comigo no meu coração.

Bruno Sanches Fogaça

Dedico primeiramente a Deus por me dar forças para poder estar vivendo esse grande momento de alegria.

A minha esposa Gislaine e aos meus filhos João Henrique e Maria Eduarda, que nos momentos de dificuldade sempre me apoiaram e me incentivaram ajudando a superar todos os obstáculos.

A minha família, minha mãe Angelina, meu pai João, e meu irmão Cleber que me deram apoio e incentivo.

Aos meus parceiros de grupo pela dedicação, paciência e compreensão em todos os momentos dessa longa caminhada.

A todos os professores a quem tive oportunidade de compartilhar esses quatro anos de estudo, pela dedicação e aprendizado que me proporcionaram.

Aos meus amigos e amigas os quais tive a honra e o privilégio de conhecer nesse curso e que passaram a fazer parte da minha vida.

Danilo Henrique Pavoni

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Dedico a Deus, pois foi ele que me capacitou e permitiu que eu vivesse este momento.

Dedico este trabalho a toda minha família. Meu pai que sempre me mostrou o melhor caminho a seguir e se esforçou trabalhando para eu realizar meus estudos e sempre esteve pronto para me ajudar.

Minha mãe, mulher dedicada, cuidadosa, amorosa que sempre faz de tudo por nós, representa para mim Nossa Senhora Aparecida, pois cuida de mim assim como Maria cuidou de Jesus.

Minha irmã pela compreensão que teve durante estes quatro anos e me deixou usar o computador nos momentos que mais precisava e lógico pelo seu carinho amor e amizade.

Dedico a outra especial da minha família, minha namorada. Ela que nunca disse não quando precisei de sua ajuda, sempre me

ouvindo em qualquer momento e me aconselhando com fins de colaborar nesta conquista. É muito bom ter você em minha vida. Amo Você!

A todos os professores que contribuíram para minha formação pessoal e profissional.

E aos meus amigos por esta longa caminhada juntos, e pelos momentos felizes que vivemos, um grande abraço!

Rafael Janduci Paulo

À Deus: Por tem me fortalecido, não me deixado desanimar diante das aprovações que encontrei nesta caminhada.

Aos Meus Pais e a Biana: Por sempre me incentivar, acreditar em mim e

me dizer que, não ia ser fácil, mas que iria conseguir, e que tudo é conquistado com batalhas, e que quando chegasse a hora da vitória, ela seria mais prazerosa.Mãe consegui vencer!

Ao Meu Namorado: Por ter tido paciência e entendido a minha ausência,

mesmo quando eu estava perto, mas ao mesmo tempo longe (lembra os vários domingos em que fiquei estudando), a sua compreensão me ajudou muito. Adoro-te muito, não se esqueça disso!

Aos Professores: Por compartilhar os seus ensinamentos, em especial

ao Profº Andre, a Profª Heloisa, ao Profº Ricardo Gonçalves, ao Prof º Ricardo Horita, a Profª Rosiane e ao Profº Marçola. Muito Obrigada de coração...

Ao Meu Grupo: Meninos, uma andorinha sozinha não faz verão... Adoro muito vocês, algumas pessoas fazem historia na vida das

pessoas e vocês podem acreditar, fizeram na minha! Obrigada por existirem em minha vida e terem me agüentado... Sei que sou stressada!

A todos muito obrigada por terem acreditado em mim!

Rita de Cássia de Brito Oliveira

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por nos conceder a vida para

podermos conquistar a cada dia um novo desafio. Apesar dos momentos de

turbulência, de cansaço e desânimo, Ele estava lá, sempre pronto a nos ouvir e

nos abençoar.

Ao nosso orientador Prof. Ms. André Ricardo Ponce dos Santos, que nos

ensinou que nada é impossível, que sempre temos algo a mais para

conquistar. Foi muito importante uma pessoa como o professor André ao nosso

lado, sem ele, teríamos desistido logo nos primeiros obstáculos.

À Prof. Ms. Heloisa Helena, uma pessoa fantástica, que sempre soube

lidar com nossos questionamentos, com nossos medos e nossas aflições.

Levamos conosco um exemplo de garra e força, pois convivemos com uma

pessoa muito especial.

Aos nossos familiares, vocês são a razão da nossa existência. Talvez

todas as palavras aqui escritas sejam insuficientes para agradecê-los, no

entanto, uma só palavra é capaz de definir o que sentimos por vocês: Amor.

Agradecemos também a colaboração da empresa Unimed Lins, em

especial ao Renato, responsável pela Unimed e a Camila, que nos ajudou com

as informações que precisávamos e agendava todas as visitas feitas na

empresa. Que Deus lhes conceda em dobro tudo o que nos ofereceram.

Aqui ressaltamos também a importante colaboração que o Márcio,

proprietário do Laboratório Labeca em Lins teve na realização do trabalho.

Estamos muito felizes pela realização deste trabalho, no entanto,

felicidade maior é a certeza de que uma grande amizade foi construída e que

essa mesma amizade será carregada por muitos e muitos anos por todos nós.

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RESUMO

O propósito de prever resultados que ainda não se realizaram é um desejo imensurável para as empresas num mercado altamente competitivo onde a preocupação em recuperar de maneira satisfatória todos os investimentos realizados se tornou o foco de todas as organizações. A preocupação em não prever os resultados futuros dos investimentos realizados hoje e a incapacidade de prestar contas de resultados futuros por parte dos administradores e contadores das empresas, vem sustentar a necessidade encontrada no desenvolvimento da presente pesquisa, ou seja, propor uma ferramenta que possibilite enxergar por meio de projeções de fluxos de caixas, quais resultados seriam alcançados com os investimentos a serem realizados. A pesquisa foi realizada na cooperativa médica Unimed, situada na cidade de Lins, estado de São Paulo. Os números contidos nas simulações do trabalho foram coletados na empresa, no entanto não representam a sua totalidade nos resultados. Como bases na estruturação da ferramenta foram utilizados conceitos de diversos autores na área de finanças juntamente com padrões contábeis da ANS (Agência Nacional de Saúde). Além da estruturação de um modelo que auxilie nas decisões de investimentos nas operadoras de planos de saúde, foi elaborado um estudo para a construção de um laboratório próprio de análises clínicas no hospital Unimed A. Gelis. Além de se tratar de um projeto que vem ao encontro das perspectivas da empresa, esse estudo foi de suma importância para comprovar o pleno funcionamento da ferramenta e sua flexibilidade em simulações de resultados. No decorrer do trabalho foi demonstrado que, mesmo sendo um trabalho acadêmico, o mesmo pode ser considerado como um manual para se analisar investimentos no ramo da saúde.

Palavras- chave : Investimentos. Fluxos de caixa.

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ABSTRACT

The purpose of providing results that had not been done is an immeasurable desire to the companies in a highly competitive market where the preoccupation in to repair of manner satisfactorily all the investments achieved became the focus of all organizations. The concern about not predict the future results of investments made today and the inability to account for future results by companies` administrators and accountants, has found the need to sustain the development of this research, that is, propose a tool that allows to see through projections of cash flows, which results would be achieved with the investments to be made. The research was achieved in the cooperative medical Unimed, located in the city of Lins, São Paulo state. The numbers contained in the simulations of this study were collected in the company, but do not represent the entire results. As bases in structuring tool concepts were used by several authors in finance with accounting standards of the NSA (National Health). Besides the structure of a model that helps in the investments decisions in the operators of health plans, a study was undertaken to the building its own laboratory for medical analyses at the Unimed A. Gelis hospital .Besides it is treated of a project that comes meeting the company's outlook, this study was extreme importance to confirm the full functionality of the tool and its flexibility in simulation results. During the study was showed that, despite being an academic work, it can be regarded as a handbook for it is analysed investments in the health field.

Keywords : Investment. Cash flows.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Receitas realizadas .......................................................................... 44 Figura 2 - Financiamentos ................................................................................ 45 Figura 3 - Fluxo da empresa ............................................................................. 46 Figura 4 - Operacional - Empresa ..................................................................... 48 Figura 5 - Investimento - Projeto ....................................................................... 49

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AABB - Associação Atlética Banco do Brasil

AC: Ativo Circulante

ACI: Aliança Cooperativa Internacional

AMUL: Associação da Mulher Unimed Lins

ANS: Agência Nacional de Saúde Suplementar

EVA: Economic Value Added

FC: Fluxo de Caixa

FCO: Fluxo de Caixa Operacional

IEG: Índice de endividamento geral

IGP-M: Índice Geral de Preço de Mercado

ILC: Índice de Liquidez Corrente

ILS: Índice de Liquidez Seca

LAJI: Lucro Antes dos Juros e Impostos

ML: Margem Líquida

NOPAT: Net Operating Profit After Tax

OCB: Organização das Cooperativas Brasileiras

PC: Passivo Circulante

ROA: Return on Total Assets

ROE: Return on Common Equity

SELIC: Sistema Especial de Liquidação e Custódia

SUS: Sistema Único de Saúde

TIR: Taxa Interna de Retorno

TMA: Taxa Mínima de Atratividade

UTI: Unidade de Terapia Intensiva

VEA: Valor Econômico Agregado

VPL: Valor Presente Líquido

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

CAPÍTULO I – PERFIL DA EMPRESA – UNIMED LINS ..... ........................... 15

1 A COOPERATIVA UNIMED LINS ......................................................... 15

1.1 Cooperativismo: conceito e evolução ............................................................ 15

1.2 Mercado de Planos de Saúde ........................................................................ 17

1.3 Sistema Unimed ................................................................................................ 19

1.4 Organização do sistema Unimed ................................................................... 19

1.5 Unimed Lins ....................................................................................................... 20

1.6 Missão ................................................................................................................ 21

1.7 Estrutura organizacional .................................................................................. 22

1.7.1 Sede administrativa .......................................................................................... 22

1.7.2 Farmácia Unimed ............................................................................................. 23

1.7.3 Hospital Unimed A. Gelis ................................................................................ 24

1.8 Perspectivas da empresa ................................................................................ 25

CAPÍTULO II – CARACTERÍSTICAS DA ANÁLISE DE INVESTI MENTOS ... 26

2 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS ........................................................... 26

2.1 Objetivos ............................................................................................................ 27

2.2 Projetos de investimentos ............................................................................... 28

2.2.1 Principais fases do projeto .............................................................................. 29

2.2.2 Aspectos do projeto .......................................................................................... 30

2.2.3 Tamanho do projeto ......................................................................................... 30

2.2.4 Classificação dos projetos de investimentos ............................................... 30

2.3 Riscos ................................................................................................................. 31

2.4 Valor Presente Líquido – VPL ........................................................................ 32

2.5 TIR – Taxa Interna de Retorno ....................................................................... 33

2.6 Payback .............................................................................................................. 34

2.7 VEA - Valor Econômico Agregado ................................................................. 35

2.8 Indicadores financeiros .................................................................................... 36

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2.8.1 Índice de liquidez .............................................................................................. 37

2.8.2 Índice de endividamento .................................................................................. 37

2.8.3 Índice de Rentabilidade ................................................................................... 38

2.9 Fluxos de caixa ................................................................................................. 39

2.9.1 Fluxo de caixa operacional ............................................................................. 40

2.9.2 Fluxo de caixa livre ........................................................................................... 40

CAPÍTULO III – DESENVOLVIMENTO DA FERRAMENTA PARA A NÁLISE

DE VIABILIDADE DE PROJETOS ........................ ........................................... 42

3 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 42

3.1 Inserção de dados – Painel ............................................................................ 43

3.2 Fluxo da empresa ............................................................................................. 45

3.3 Fluxo do projeto ................................................................................................ 46

3.4 Empresa + Projeto ............................................................................................ 46

3.5 PRICE e SAC .................................................................................................... 47

3.6 Operacional - Empresa .................................................................................... 47

3.7 Investimento - Projeto ...................................................................................... 48

3.8 Demonstrações contábeis – Guias: Ativo - Empresa, Passivo - Empresa

e DRE - Empresa. ........................................................................................................ 50

3.9 Teste para funcionamento da ferramenta. ................................................... 50

3.10 Parecer final ...................................................................................................... 50

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ........................... .......................................... 52

CONCLUSÃO ......................................... .......................................................... 53

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 54

APÊNDICES ..................................................................................................... 56

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INTRODUÇÃO

O tema abordado no presente trabalho justificou-se pela necessidade de

um instrumento de avaliação prévia dos resultados por parte das empresas,

decorrentes de investimentos realizados para ampliação e manutenção em seu

patrimônio, expansão de seus negócios existentes, busca de novos segmentos

de mercado, ou até mesmo, investimentos no intuito de atrair mais clientes.

Prever e entender os resultados de um novo investimento é uma

capacidade que deve ser desenvolvida pelos gestores que pretendem se

manter neste mercado cada vez mais competitivo.

Diante de altos custos financeiros na tomada de financiamentos ou

empréstimos e a vulnerabilidade do mercado financeiro, faz-se extremamente

relevante o desenvolvimento de ferramentas para auxiliar os gestores nas

análises prévias de investimentos.

O segmento escolhido para o desenvolvimento do trabalho descreve

exatamente tais características descritas acima. As empresas que operam no

segmento de planos de saúde, na maioria das vezes realizam investimentos

para atender às necessidades tecnológicas que o setor exige. Tais

necessidades podem ser descritas como novos aparelhos hospitalares e

laboratoriais, ampliações no intuito de atender as exigências da Agência

Nacional de Saúde (ANS) entre outras.

O objetivo do trabalho foi desenvolver uma ferramenta que permita

demonstrar a viabilidade financeira de projetos em operadoras de planos de

saúde, oferecendo uma análise consistente por meio de indicadores financeiros

para tomada de decisão de investimentos a serem realizados.

As decisões de investimento, em sua maioria envolvem inúmeras

variáveis e modelos matemáticos muito consagrados pela literatura. Porém,

ressalta-se que embora existam vários modelos, cabe ao gestor, identificar

quais premissas irá utilizar, assim como custos de capital envolvidos no projeto,

tipo de amortização do imobilizado, entre outros.

Este foi o motivo que levou a realização deste trabalho, pois procurou-se

aprofundar os referenciais bibliográficos sobre o assunto, permitindo uma

contribuição acadêmica.

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Neste contexto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, através de

livros, periódicos e artigos científicos sobre o assunto, de modo que fosse

possível aplicá-los através de um estudo de caso em uma empresa que atua

no setor hospitalar. Através de métodos de observação sistemática, foi possível

conhecer os procedimentos realizados por um laboratório de análises clínicas

de modo a acurar informações reais sobre o tipo de investimento a ser

realizado.

A implantação de um laboratório próprio de análises clínicas dentro do

Hospital Unimed A. Gelis em Lins foi o empreendimento escolhido para testar o

funcionamento da ferramenta.

A utilização da ferramenta pode evitar possíveis erros, no entanto, nas

simulações prévias realizadas pelo grupo, ficou claro que, os números e as

projeções devem ser totalmente coerentes e reais, pois, quando realizada de

forma estruturada, a análise permitirá aos gestores uma percepção mais

acurada da viabilidade financeira do projeto em questão.

A estruturação do trabalho se faz da seguinte maneira:

O capítulo I relata toda a história e características da cooperativa

Unimed Lins, descrevendo também, alguns detalhes do cooperativismo como

também os projetos que a empresa desenvolve na região.

Já o capítulo II apresenta o referencial teórico para a estruturação dos

conceitos utilizados no desenvolvimento da ferramenta.

No capítulo III é descrita a metodologia de desenvolvimento e utilização

da ferramenta desenvolvida, sendo de suma importância o entendimento deste.

Por fim, o trabalho é finalizado com a proposta de intervenção e

conclusão.

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CAPÍTULO I

PERFIL DA EMPRESA - UNIMED DE LINS

1 A COOPERATIVA UNIMED LINS

A Unimed Lins é uma cooperativa do setor de saúde suplementar que foi

criada a partir da união de médicos na cidade de Lins, estado de São Paulo.

A cooperativa é uma singular, ou seja, está dentro de um sistema que

reúne todas as Unimeds do Brasil. Esse sistema nasceu com a fundação da

Unimed Santos e hoje é composto de 375 cooperativas médicas que prestam

assistência para mais de 16 milhões de clientes e 73 mil empresas em todo

Brasil.

A Unimed vem se consolidando no mercado nacional e hoje detém 34%

do mercado de planos de saúde no país.

1.1 Cooperativismo: conceito e evolução

Cooperativa é uma associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida, tendo como objetivo a solução de problemas sociais. (LIMA; PINHEIRO; MARINHO NETO, 2007).

Atualmente, o cooperativismo constitui uma prática econômica, onde a

cooperativa é uma empresa que presta serviços aos associados, em geral

indivíduos pertencentes à mesma atividade profissional ou econômica.

Ajuda mútua e responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e

solidariedade formam a base dos valores de uma cooperativa. Na tradição dos

seus fundadores, os membros acreditam nos valores éticos da honestidade,

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transparência, responsabilidade social e preocupação pelo seu semelhante.

(LIMA; PINHEIRO; MARINHO NETO, 2007)

Essa filosofia teve início na Revolução Industrial. Com o êxodo rural

houve um excesso de mão de obra nas cidades e as pessoas ficaram

submetidas a trabalhar até dezoito horas diárias, tinham salários miseráveis e

pagavam muito caro pelo que comiam e vestiam.

Diante desses fatos, fez-se necessário um novo sistema que chegou aos

dias atuais: o cooperativismo. (HISTÓRICO, 2010)

Em 21 de dezembro de 1844, no bairro de Rochdale, em Manchester

(Inglaterra), 27 tecelões e uma tecelã fundaram a Sociedade dos Probos

Pioneiros de Rochdale. Os tecelões de Rochdale buscavam, naquele

momento, uma alternativa econômica para atuarem no mercado, frente ao

capitalismo ganancioso que os submetiam a preços abusivos. (LIMA;

PINHEIRO; MARINHO NETO, 2007)

O sucesso dessa iniciativa passou a ser um exemplo para outros grupos.

No Brasil, a atividade cooperativa é observada desde a época da

colonização portuguesa, processo que emergiu no Movimento Cooperativista

Brasileiro surgido no final do século XIX, estimulado por funcionários públicos,

militares, profissionais liberais e operários, para atender às suas necessidades.

(EVOLUÇÃO..., 2010)

A valorização da união entre as cooperativas existe desde o seu

surgimento e, ao longo dos anos passa por processo de adaptação,

adequando-se as novas formas de organização da sociedade.

Isso só foi possível graças a organização do sistema cooperativista que

através da Aliança Cooperativista Internacional (ACI) vem promovendo

congressos para discutir as questões de interesse do cooperativismo e objetiva

a integração, autonomia e desenvolvimento do cooperativismo.

(PRINCIPIOS..., 2010)

Atualmente as sociedades cooperativas estão reguladas pela Lei nº.

5.764 de 1971 que definiu a política nacional do cooperativismo e instituiu o

regime jurídico das cooperativas. Seu funcionamento é subordinado ao

conselho nacional de cooperativismo – órgão do ministério da agricultura.

(LIMA; PINHEIRO; MARINHO NETO, 2007).

O Dia Internacional do Cooperativismo é comemorado no primeiro

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sábado de julho de cada ano. Essa data foi instituída em 1923 no Congresso

da ACI.

A representação de todo o sistema cooperativista no Brasil cabe à

Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), constituída no dia 2 de

dezembro de 1969, durante o IV Congresso Brasileiro de Cooperativismo.

Assim nasceu o símbolo mundialmente conhecido do cooperativismo:

um círculo abraçando dois pinheiros para indicar a união do movimento, a

imortalidade de seus princípios, a fecundidade de seus ideais e a vitalidade de

seus adeptos. Tudo isso marcado pela trajetória ascendente dos pinheiros que

se projetam para o alto, procurando subir cada vez mais.

Antigamente, o pinheiro era tido como um símbolo da imortalidade e da

fecundidade, pela sua sobrevivência em terras menos férteis e pela facilidade

na sua multiplicação. Os pinheiros unidos são mais resistentes e ressaltam a

força e a capacidade de expansão.

O círculo representa a eternidade, pois não tem começo e nem fim.

A cor verde lembra as árvores que é o princípio vital da natureza e da

necessidade de se manter o equilíbrio com o meio ambiente.

A cor amarela simboliza o sol, fonte permanente de energia e calor.

O cooperativismo possui uma bandeira formada pelas sete cores do

arco-íris, aprovada pela ACI, em 1932, que significa a unidade na variedade e

um símbolo de paz e esperança.

Cada uma destas cores tem um significado próprio: o vermelho significa

coragem; o alaranjado é a visão de possibilidades do futuro; a cor amarela é o

desafio em casa, na família e na comunidade; a cor verde é o crescimento

tanto do indivíduo como do cooperado; a cor azul é o horizonte distante, a

necessidade de ajudar os menos afortunados, unindo-os uns aos outros; a cor

anil é a necessidade de ajudar si próprio e aos outros através da cooperação e

a cor violeta significa a beleza, o calor humano e a amizade. (SÍMBOLOS...,

2010).

1.2 Mercado de Planos de Saúde

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O mercado de planos de saúde começou a se desenvolver, no Brasil,

nas décadas de 40 e 50, quando empresas do setor público reverteram

recursos próprios e de seus empregados para financiar ações de assistência à

saúde.

Mais tarde, a assistência médico-hospitalar foi incluída entre os

benefícios oferecidos aos funcionários das recém-criadas empresas estatais.

No setor privado, as indústrias do ramo automobilístico, sobretudo as

estrangeiras, foram as primeiras a implementar sistemas assistenciais.

A partir dos anos 50, começaram a surgir organizações de assistência à

saúde destinada, exclusivamente, aos funcionários estaduais desprotegidos

pela Previdência Social. Mas, foi na década de 60, que os denominados

convênios médicos entre empresas empregadoras e empresas médicas

(cooperativas médicas e empresas de medicina de grupo), mediados pela

Previdência Social, estimularam, decisivamente, o processo empresarial da

medicina.

O mercado foi se expandindo e, em 1988, a Constituição Federal, além

de estabelecer a atribuição do Estado de assegurar o direito à saúde dos

cidadãos pela criação de um sistema nacional de saúde, garantiu o setor de

assistência médico-hospitalar, permitindo a oferta de serviços de assistência à

saúde pela iniciativa privada, sob o controle do Estado.

No entanto, até a promulgação da Lei 9.656/98, que definiu as regras

para o funcionamento do setor de saúde suplementar, o Estado brasileiro não

dispunha dos instrumentos necessários para a regulação do ramo de planos

privados de assistência à saúde, já organizado e funcionando há décadas no

país.

A lei, que entrou em vigor em 3 de junho de 1998, instituiu diversas

garantias aos usuários, tais como: tornar obrigatório às operadoras o

oferecimento do Plano Referência; proibir a rescisão unilateral de contratos e

submeter à aprovação do governo os índices de reajuste anuais.

A criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), pela

Medida Provisória 2.012-2, de 30 de dezembro de 1999, e, posteriormente,

pela Lei 9.961/00, resultou da exigência da sociedade para a necessidade de

se regular o setor.

O primeiro grande desafio enfrentado pela ANS foi compor o panorama

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de um setor que envolvia 30 milhões de usuários, 2.200 operadoras e milhares

de profissionais da área da saúde e movimentava 23 bilhões de reais por ano.

Todos os esforços foram empenhados para a construção do banco de dados

que hoje contempla informações a respeito do mercado de planos de saúde e

dos atores que nele estão envolvidos - consumidores, operadoras, prestadores

de serviços de saúde e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS).

A ANS conhece as operadoras seguradoras e seus administradores,

padronizou a contabilidade dessas empresas e sistematizou o recebimento de

informações econômico-financeiras. (ANS, 2010; LIMA; PINHEIRO; MARINHO

NETO, 2007)

1.3 Sistema Unimed

O Sistema Unimed consolida-se hoje como uma das principais

cooperativas médicas no país. Como cooperativa, a Unimed mantém o papel

social da assistência médica, pois não é apenas uma empresa que compra e

vende serviços, é uma cooperativa de trabalho que coloca o ideal da profissão

acima do interesse financeiro.

A cooperativa surgiu da iniciativa de um grupo de médicos, com a

finalidade de adotar um modelo de trabalho inspirado em princípios éticos, que

enfatizassem o papel social da medicina e garantisse a prática liberal da

profissão e a qualidade do atendimento.

Atualmente, o Sistema conta com 103 mil médicos cooperados, 70 mil

empresas contratantes, 66 hospitais próprios, 3.596 hospitais credenciados, 16

mil clínicas e laboratórios credenciados e 14,5 milhões de clientes.

1.4 Organização do sistema Unimed

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20

O sistema Unimed é constituído por todas as Unimeds do país e

diversas empresas criadas para oferecer suporte a elas, por meio de serviços

desenvolvidos para aperfeiçoar o atendimento.

As empresas do sistema Unimed são: Central Nacional Unimed, Unimed

Seguradora, Unimed Tecnologia, Unimed Administração e Serviços, Transporte

Aeromédico, Unimed Participações e Unimed Corretora. Conta ainda com a

Fundação Unimed, que é uma instituição sem fins lucrativos, criada com o

objetivo de promover e propagar soluções estratégicas de gestão, educação e

responsabilidade social.

As cooperativas de trabalho médico somam um total de 378

cooperativas, entre singulares, federações e confederação.

As Unimeds singulares são as que atuam em âmbito municipal; as

Unimeds de um mesmo estado organizam-se em federações estaduais, essas

federações reúnem-se em uma única confederação nacional, a Unimed do

Brasil.

As cooperativas estão organizadas na seguinte estrutura:

a) Confederação Nacional: Unimed do Brasil, que congrega as demais

Unimed – federações e singulares de todo país;

b) Confederações Regionais: cooperativas de terceiro grau. São de

abrangência regional e devem ser formadas por, no mínimo, três

federações e em todo o Brasil são 3 confederações;

c) Federações Interfederativas, Intrafederativas e Regionais/Estaduais:

são cooperativas de segundo grau, constituídas por uma região que

deve conter no mínimo três singulares. São ao todo 34 cooperativas

desse tipo;

d) Singulares: são cooperativas de primeiro grau, que reúnem médicos

de uma mesma cidade ou microrregião. É formado por no mínimo 20

cooperados. São ao todo 338 singulares em todo o Brasil.

1.5 Unimed Lins

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21

A Unimed Lins foi fundada em 1992 por 38 médicos, iniciando como

grupo seccional, tornando-se um marco na cidade, como opção à medicina de

grupo.

Em 1993, a cooperativa tinha 880 usuários, em 1994 a empresa deixou

de ser subordinada à Federação das Unimeds do Estado de São Paulo, sendo

que no mesmo ano tornou-se uma cooperativa singular.

A Unimed Lins foi uma das pioneiras na instalação da Farmácia Unimed,

que atende o cliente Unimed, com medicamento de qualidade a preço de custo.

Foi inaugurada em 1996 e ampliada em 2006. Atende mensalmente 10.000

usuários e as vendas estão em constante ascensão. Junto à farmácia funciona

o setor de imunização, um atrativo a mais para o cliente na hora da escolha do

Plano de Saúde.

Na área hospitalar, a Unimed Lins começou por reformar e aparelhar um

andar da Santa Casa de Lins, local onde ficaram durante algum tempo.

Com a necessidade de melhorar o atendimento aos clientes, a Unimed

migrou então para o Hospital A. Gelis. Neste local, foi construído um Pronto

Socorro para implementar o atendimento aos clientes da empresa.

Em 2004 a Unimed Lins comprou o Hospital A. Gelis e efetuou neste,

uma grande reforma e ampliação que teve início no ano de 2005 sendo

finalizada em 2007.

Hoje o Hospital Unimed A. Gelis, conta com uma infraestrutura moderna,

equipamentos de última geração e corpo clínico altamente qualificado.

Ao longo dos dezoito anos de sua história, a Unimed Lins possui mais de

33.000 usuários e cerca de 230 colaboradores.

1.6 Missão

Identificar e satisfazer as necessidades de seus clientes (internos e

externos), gerando seu bem-estar através do cooperativismo de trabalho.

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1.7 Estrutura organizacional

A Unimed Lins é formada por quatro grupos: cooperados,

administradores eleitos, administradores contratados e colaboradores.

Em Lins, a Unimed é composta por três empresas: sede administrativa,

a Farmácia Unimed e pelo Hospital Unimed A. Gelis.

1.7.1 Sede administrativa

A sede administrativa localiza-se na Rua Dom Bosco, 13 no Centro de

Lins, em um imóvel alugado de aproximadamente 750m2.

Em março de 2006, foi inaugurado o Unimed Vida, localizada na Rua

Floriano Peixoto, 930. No local funcionam os departamentos: Comercial e

Associação da Mulher Unimed Lins, (AMUL). Além desses departamentos há o

programa de medicina preventiva que se localiza na Rua Duque de Caxias, 764

no Centro da cidade, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB).

Sua sede emprega cerca de 40 colaboradores que se distribuem nos

seguintes departamentos:

a) atendimento: é responsável pelo atendimento direto aos clientes;

b) cadastro: realiza o cadastro de novos clientes, além da manutenção

dos cadastros já existentes;

c) comercial: realiza a venda dos planos de saúde Unimed, orientando o

cliente na escolha do produto que mais suprirá suas necessidades;

d) controladoria: formada pelos setores de gestão contábil, gestão

financeira e negociação;

e) contas médicas: é responsável pela apuração dos pagamentos a

serem realizados aos médicos cooperados e credenciados e

prestadores de serviços, além do faturamento dos serviços

prestados às empresas e as outras Unimeds;

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f) gestão de credenciamento: realiza o credenciamento de novos

médicos e prestadores de serviços, além do controle das

documentações exigidas dos novos credenciados e daqueles já

existentes;

g) gestão de custos: controle dos custos de telefone e energia elétrica,

classificação das despesas de todas as notas de compra, elaboração

de demonstrativos de custos;

h) gestão de processos: monitora a área jurídica da empresa e observa

questões relacionadas à Agência Nacional de Saúde Suplementar

(ANS);

i) gestão de pessoas: estabelece as regras e os critérios para

disciplinar as relações de trabalho, realiza também recrutamento e

seleção, treinamento, cálculo de folha de pagamento e outros

cálculos relativos à área trabalhista;

j) marketing: seu maior objetivo é a elevação do nome Unimed,

realizando para isso a divulgação da marca Unimed Lins;

k) medicina preventiva: é responsável por todos os programas voltados

a prevenção, Unilar e eventos, como a Estação Saúde;

l) saúde ocupacional: realiza os serviços na área ocupacional, suprindo

a necessidade das empresas que não realizam esse serviço;

m) serviço social: é responsável pelo atendimento aos clientes no que

diz respeito à satisfação com os serviços prestados pela Unimed

Lins;

n) tecnologia da informação: realiza suporte técnico e aquisição de

softwares. É responsável pela utilização dos recursos de informática

e pela segurança das informações da Unimed Lins.

1.7.2 Farmácia Unimed

Inaugurada em 05 de janeiro de 1996, localiza-se na Rua Floriano

Peixoto, 838, no Centro de Lins, ao lado da sede administrativa. Conta hoje

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com cerca de 9 colaboradores.

A Farmácia Unimed tem como característica qualidade no atendimento

dos usuários Unimed, oferecendo medicamentos de qualidade a preços

atrativos.

A busca pela comodidade de seus clientes é constante. Oferece o

serviço de Disk Med, que é a entrega gratuita de medicamentos. Conta ainda

com a venda via internet, que também tem entrega gratuita, através do site da

Unimed Lins, onde estão disponíveis os serviços de consulta de preços e o

bulário eletrônico.

1.7.3 Hospital Unimed A. Gelis

O hospital Unimed A. Gelis está localizado na Rua Luiz Gama, 1677, no

Jardim Arapuã, na cidade de Lins.

Foi fundado em 1974, pelo Dr. Antônio Gelis. Posteriormente foi

arrendado pela Unimed Lins, sendo finalmente comprado em 2003.

Hoje são cerca de 170 colaboradores, distribuídos nos setores:

a) administrativo;

b) atendimento;

c) berçário;

d) centro cirúrgico;

e) dose unitária;

f) enfermagem;

g) central de materiais;

h) limpeza;

i) manutenção;

j) pronto-atendimento;

k) telefonia;

l) U.T.I.

Após a ampla reforma efetuada no hospital Unimed A. Gelis a área

construída aumentou de 1500m² para 3300m².

Nessa reforma, foram construídos:

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a) setor de quimioterapia;

b) farmacotécnica;

c) moderna e equipada UTI com 6 leitos, inclusive isolamento;

d) novo centro cirúrgico com 4 salas;

e) sala de recuperação anestésica;

f) nova recepção para facilitar o acesso e distribuição dos serviços;

g) laboratório de urgência;

h) agência transfusional;

i) sala de endoscopia e ultrassom;

Além da reforma do berçário, de todos os apartamentos e da recepção

antiga, será feita também a integração do antigo com o novo centro cirúrgico.

1.8 Perspectivas da empresa

Está inserido dentro do Plano Diretor da Unimed Lins nos próximos

quatro anos, a busca pela verticalização de seus recursos próprios. Isso

ocorrerá por meio da sede administrativa da empresa, ampliações e novos

serviços na área hospitalar, serviços de fisioterapia e alguns outros serviços

prestados fora da cidade de Lins.

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26

CAPÍTULO II

CARACTERÍSTICAS DA ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

2 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Atualmente, o cenário corporativo enfrenta um dos maiores períodos de

crescimento e reestabilização da economia mundial, sendo os gestores

orientados à rentabilidade do negócio e à competitividade.

A busca por resultados positivos em projetos de investimentos vem

sendo considerada por Santos (2006) como uma preocupação elementar por

parte dos gestores, face a importância em manter-se competitivo e, ao mesmo

tempo, rentável.

Considera-se análise de investimento um conjunto de técnicas que

permite a comparação dos resultados com possíveis investimentos. Nestas

comparações, os resultados devem ser apresentados da forma mais

quantitativa possível, usando como base para a análise a matemática

financeira. A análise de investimento deve apresentar um valor, a numeração

de alternativas viáveis, a análise para cada alternativa viável, comparações

entre as análises e a opção pela melhor alternativa, ou seja, a mais viável ou a

mais econômica e rentável para a empresa.

“Um investimento é feito no pressuposto de gerar um resultado que

supere o valor investido, para compensar o risco de trocar um valor presente

certo por um valor futuro com risco de sua recuperação.” (PADOVEZE,2003, p.

465).

Tal afirmação pode ser considerada como premissa básica para que a

análise de um investimento não seja realizada em vão, pois os investimentos

que resultem em números negativos ou inviáveis para a empresa devem ser

descartados.

Os investimentos têm como objetivo criar, expandir, modernizar,

incorporar, mudar de atividade, sanear financeiramente e redimensionar o

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capital de giro permanente.

A análise prévia de investimentos permite que se racionalize a utilização dos recursos de capital. E para a solução de um problema de análise de investimentos, dentro da complexidade do mundo atual, é necessário o conhecimento de técnicas especiais. (CASSAROTTO FILHO; KOPITTKE, 2000, p.13).

Analisar um investimento sem que o profissional tenha conhecimento

pleno do assunto e das técnicas envolvidas está longe de ser uma atitude

sensata das empresas. Quando as análises são elaboradas por um profissional

sem o preparo necessário, os benefícios do investimento analisado são

cessados.

A análise de investimento tornou-se uma ferramenta indispensável para

a tomada de decisões, afinal, as empresas não podem investir o seu capital

sem antes efetuar um estudo prévio de seus retornos.

No entanto, leva-se em consideração que, durante a vida útil de um

projeto, podem ocorrer imprevistos que não tenham sido esperados durante a

realização da análise de viabilidade do projeto. Cocurullo (2002), contribui

destacando que dentre esses fatores inesperados as alterações nas taxas de

juros, a descoberta de uma nova tecnologia de produção, a entrada de um

novo concorrente no mercado e um novo plano macroeconômico do governo

podem afetar significativamente as decisões da empresa.

É certo que as análises de viabilidade de projetos estão em constante

reformulação e aprimoramento, tornando-se cada vez mais específicas para

cada tipo de projeto ou para cada segmento de mercado. Assim, o nível de

segurança das premissas e resultados de uma análise de viabilidade tornam-se

cada vez mais reais.

2.1 Objetivos

Na identificação da necessidade de investimento, os objetivos que a

empresa pretende alcançar deverão ser traçados, pois serão considerados a

base para que a análise de investimento tenha uma finalidade específica.

Padoveze (2003), acrescenta que, no passado, as análises de investimentos

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eram utilizadas com um único objetivo, o lucro imediato da empresa. Segundo

Padoveze (2003), após o desenvolvimento de técnicas de administração, como

por exemplo, o Planejamento Estratégico, as empresas passaram a adotar

filosofias e políticas de longo prazo.

Atualmente entende-se que um investimento pode não dar retorno no

exercício corrente, no entanto, em alguns exercícios posteriores da empresa, a

mesma pode colher os frutos do capital anteriormente investido.

A filosofia de lucro imediato passa a ser substituído pela filosofia de

máximos ganhos em determinado horizonte de análise.

2.2 Projetos de investimentos

Segundo Brito (2003), o projeto tem função prática produtiva, ele é o

final do planejamento, é o que permite a visualização da produção de bens e /

ou serviços, representando um propósito para que o investimento seja

produtivo quantitativamente. Quando fixam paradigmas estatísticos, ele é

estratégico, onde é pretendido alcançar o desenvolvimento econômico, que é

um processo de mudanças de estruturas, buscando melhores condições de

vida da população. Um projeto também é considerado como sendo um

conjunto de gastos em itens de investimento como, por exemplo, máquinas e

equipamentos novos, obras civis novas e reformas, montagens, instalações,

treinamento inicial das equipes de trabalho, aquisição de desenvolvimento de

tecnologias e de programas de computadores.

Além desses itens, os quais são denominados fixos, destaca-se ainda o

capital de giro associado, que nada mais é que a parcela de capital de giro

para início das operações de uma empresa.

Tão importante quanto na identificação dos recursos físicos, o volume do

capital de giro associado deve ser identificado com base na necessidade

financeira em curto prazo, de modo a suprir as insuficiências que serão

geradas quando comparadas a não geração de receitas por parte do

investimento.

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Os projetos de investimento podem ser divididos em três tipos básicos:

implantação, ampliação ou modernização.

A idéia de um projeto de investimento sempre leva em consideração

tanto as informações atuais quanto as informações projetadas.

2.2.1 Principais fases do projeto

As principais fases de um projeto são cinco:

a) a idéia: nada mais é que a discussão de como será o projeto, ou

seja, o amadurecimento dos fatos. É nesta etapa que são

esclarecidas todas as dúvidas e premissas básicas;

b) a pré-viabilidade: são as preliminares para o desenvolvimento do

projeto, é a parte das negociações com instituições financeiras e

governamentais, em outras palavras, a busca por fontes de recursos

mais apropriados para o projeto acontece na pré-viabilidade;

c) a viabilidade: é uma primeira versão do projeto, podendo ser

reformulado e criticado. Basicamente todas as análises das

projeções financeiras estão contidas dentro da viabilidade;

d) a engenharia: é o projeto pronto, com as devidas alterações,

analisado e aprovado pelos responsáveis, chegando assim na fase

de execução;

e) a fase final: onde se verifica a flexibilidade, a compatibilidade. Nesta

fase acontece o pré-operacional e caso seja decidido, a realização

final do projeto.

Nem todos os projetos que tenham ultrapassado com sucesso essas etapas serão, entretanto, automaticamente realizados. Na realidade, a aceitação desses projetos efetua-se freqüentemente com base em certas hipóteses relativas ao montante de capital exigido para a realização dos mesmos e ao montante e capital que a empresa pode levantar. (GALESNE; FENSTERSEIFER; LAMB, 1999, p.18).

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2.2.2 Aspectos do projeto

Durante a elaboração do projeto, os profissionais devem se atentar para

os aspectos administrativos, legais, contábeis, mercadológicos, tamanho,

localização, arquitetura, engenharia, investimentos, financiamentos, receitas,

custos, fluxos de caixa e cronograma físico-financeiro.

Brito (2003), salienta que, na avaliação privada, é preciso identificar os

aspectos do diagnóstico e o prognóstico que devem ser coerentes entre si.

Já na análise social, são discutidas as dificuldades dos custos-

benefícios, analisam-se os métodos para ver as suas padronizações,

permitindo assim a monitorização de projetos por órgãos específicos.

2.2.3 Tamanho do projeto

A determinação do tamanho do projeto é simples quando o mercado é

limitativo ou quando ocorrer à escassez de financiamento. De modo geral, o

mercado determina o tamanho do projeto.

O tamanho de um projeto pode ser expresso simplesmente pelo número

de turnos de produção e pelo regime de trabalho. Brito (2003), esclarece que

essa expressão não pode ser considerada como única e verdadeira, pois o

tamanho real de um projeto pode ser definido pelo valor investido e

principalmente pelo impacto que esse projeto terá no âmbito a que se refere.

2.2.4 Classificação dos projetos de investimentos

Brito (2003), também destaca que os projetos podem ser divididos em:

a) agrícolas;

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b) pecuários;

c) agropecuários;

d) industriais;

e) agroindustriais;

f) serviços de saneamentos básicos;

g) serviços sociais;

h) outros serviços.

Ainda, segundo Brito (2003), os projetos podem ser subdivididos em

projetos públicos, privados ou mistos, pertencendo aos setores primários,

secundários e terciários.

Devem-se observar alguns elementos: a origem das receitas de

investimentos, a orientação da concorrência, a forma do investimento, suas

relações com o progresso técnico e por fim os aspectos estratégicos do

investimento. Classificam-se também segundo o objetivo visualizando a

proposição do investimento, a forma física tomada pelo investimento, não

podendo esquecer o seu impacto potencial na empresa.

A classificação pelo objetivo é uma distinção clássica entre projetos de

substituição, sendo sua função maior a substituição de uma máquina ou

modernização onde é racionalizada a produção atual. Já a classificação quanto

à forma física acontece quando os materiais e imateriais são identificados.

Existem as classificações sobre a natureza do investimento dependendo

do grau de dependência, podendo ser por projetos independentes que

acontecem quando a rentabilidade do projeto não é afetada pela realização ou

não de outros projetos. Há ainda os projetos mutuamente exclusivos, quando a

realização de um projeto afeta a execução de outro e, por fim, os projetos

contingentes, onde um projeto depende de outro para poder ser realizado e

executado.

2.3 Riscos

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Os riscos ou condições de incertezas não são bem desejáveis pelos

investidores, mas alguns riscos são altos para alguns e para outros esses

mesmos riscos são consideráveis. Neste contexto, Gitman (2004), entende que

o risco nada mais é que a possibilidade de perda financeira ou a incerteza à

variabilidade dos retornos associados aos ativos.

Atualmente, as decisões tendem a ser tomadas para deixar de lado os

riscos que podem estar sujeitos a acontecer. Porém pode-se também

considerar como riscos o aumento de lucro, onde a possibilidade dos

resultados atuais seja diferente dos esperados.

Ainda, segundo Gitman (2004), o retorno e risco, na verdade, são

determinantes básicos do preço da ação, que deve representar a riqueza dos

acionistas da empresa, onde os riscos mais altos refletem no preço mais baixo

ou os riscos mais baixos refletem preços mais altos.

Quando o risco maior aumenta o preço, muitos acionistas têm a aversão

ao risco, há indiferença a ele e as propensões ao risco por isso preferem evitá-

los. Existem alguns riscos específicos da empresa, como o operacional e o

financeiro. Na percepção dos acionistas, existem os riscos de taxa de juros, de

liquidez, de mercado e os que afetam tanto a empresa como os acionistas que

são os de evento, de câmbio, de poder aquisitivo e de tributação.

O gerenciamento do risco tem sido discutido ao longo dos tempos, no

entanto, em todas as revisões conceituais, temos o risco diretamente ligado

aos investimentos e seus retornos.

A visão tradicional do risco e seu gerenciamento são trabalhados profundamente na teoria das Finanças, com a associação do retorno do investimento. O dilema risco-retorno tem ocupado a maior parte dos capítulos dos livros de administração financeira. Podemos denominar esta visão tradicional de risco financeiro. (PADOVEZE, 2003, p.127).

2.4 Valor Presente Líquido – VPL

O critério de valor presente líquido (VPL) é considerado como um

modelo clássico para a decisão de investir ou não em determinado projeto. Tal

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modelo é compreendido com as seguintes variáveis:

a) o valor do investimento;

b) o valor dos fluxos futuros de benefícios (caixa, lucro, dividendos,

juros);

c) a quantidade de períodos em que haverá os fluxos futuros;

d) a taxa de juros desejada pelo investidor.

Com exceção do item a, todos os demais itens apresentam alguma

dificuldade para a incorporação no modelo decisório. Existe a necessidade de

se considerar dentro desse modelo as probabilidades de ocorrência de vendas,

mercados, quantidade de períodos dos fluxos, taxa de juros, entre outras, o

que fatalmente conduzem para a dificuldade de previsibilidade. No entanto,

adotando técnicas financeiras corretas e precisas, a dificuldade de

previsibilidade pode ser minimizada.

O VPL é conhecido basicamente como o custo do dinheiro no tempo.

Um bem ou um direito hoje tem um valor diferente desse mesmo bem ou direito

no futuro.

Os projetos que são analisados utilizando o conceito do VPL são

aprovados quando o VPL calculado for maior que zero, caso contrário, o

projeto é reprovado. Tal afirmação se dá pelo fato de que se o VPL for maior

que zero, a empresa obterá um retorno superior ao seu custo de capital. Assim,

pode – se afirmar que, quando o resultado de um projeto é maior que o custo

de capital que a empresa tem como padrão para suas operações, ela sofrerá

um aumento em seu valor de mercado e consequentemente aumentará a

riqueza de seus proprietários.

Segundo Padoveze (2003), o VPL significa descontar o valor dos fluxos

futuros a determinada taxa de juros, de tal forma que este fluxo se apresente a

valores de hoje. Assim, essa definição foi utilizada na ferramenta desenvolvida.

2.5 TIR – Taxa Interna de Retorno

A TIR é a taxa de juros que uma aplicação rende, ou seja, é a taxa de

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juros que anula o fluxo de caixa. Também conhecida como uma variação do

critério do VPL, somente poderá ser visualizada por tentativas e erros, pois não

existem métodos que proporcionem o resultado rapidamente e também por

outro lado, muitos autores defendem o cálculo da TIR de maneiras diferentes.

Gitman (2004), defende que são utilizados alguns procedimentos para a

determinação da taxa. Verificam-se as taxas e calcula-se o valor presente

líquido do fluxo de caixa; quando acontecer o valor presente líquido positivo,

aumenta-se o valor da taxa ou vice e versa.

Todo o projeto em que a TIR for maior que o custo de capital, ele é

rentável, ou seja, quanto maior a TIR, maior o retorno.

No entanto, deve-se ressaltar que, a decisão de se realizar um

investimento vai muito além de um indicador. Os responsáveis pela decisão da

realização do projeto deverão levar em conta não somente a TIR, mas sim

todos os indicadores possíveis de uma análise.

Na ferramenta que será desenvolvida no capítulo seguinte deste

trabalho foi utilizada a função TIR disponível no Excel.

Para um melhor entendimento do conceito de TIR. Padoveze (2003),

defende que a fórmula para o cálculo da TIR é a seguinte:

I (0) = FF (1) + FF (2) + ............. + FF (n)

(1+i)1 (1+i)2 (1+i)n

Onde:

I (0) = Investimento inicial no período 0

FF = Fluxos futuros dos períodos 1 a n

I = taxa de juros que iguala a equação

2.6 Payback

O Payback é um conceito aplicado ao VPL, esse critério indica em

quantos períodos haverá o retorno do investimento inicial. É considerado por

Gitman (2004), como um complemento ao processo decisório, no entanto,

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torna-se o foco da análise quando é importante saber, além do retorno do

investimento, o tempo de recuperação do mesmo.

Em outras palavras, o Payback é o período em que acontecerá o retorno

do investimento ou o período em que o fluxo de caixa acumulado mudou de

sinal, de negativo para positivo . Cada empresa apresenta - o de uma forma,

podendo ele ser simples ou descontado, sendo o simples menor que o

descontado, pois o descontado utiliza-se do custo de oportunidade de capital.

Gitman (2004), esclarece que a principal deficiência do payback é o fato

de que o período apropriado de recuperação é apenas um número determinado

subjetivamente.

O objetivo maior do payback é identificar qual o menor tempo de retorno

de capital, com a dedução dos juros. O investidor deve parametrizá-lo

conforme as necessidades da sua empresa e sua análise. O payback é muito

utilizado, mas, na ótica de Assaf Neto (2005), é uma técnica pouco sofisticada

de orçamento de capital, porque não leva em conta o valor do dinheiro no

tempo. Quando o período do payback for menor que o período máximo de

recuperação, o projeto será aceito ou viável, caso contrário, o projeto será

recusado.

2.7 VEA - Valor Econômico Agregado

Conhecido também por Economic Value Added (EVA) é uma medida de

criação de valor identificada no legítimo desempenho operacional da empresa.

Desenvolvido em 1983 pela consultoria financeira Stern Stewart e

protegido por uma marca registrada, o EVA é a diferença entre o resultado

operacional líquido de um investimento, após o imposto de renda e os custos

dos fundos utilizados para financiá-lo ou, em outras palavras, o volume de

capital multiplicado pelo custo de capital da empresa, custo esse que será

tratado no decorrer do capítulo.

Um investimento com EVA positivo deverá superar os custos de capital

da empresa, em outras palavras, criação de riqueza.

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Algumas adaptações há de serem feitas nos relatórios da empresa para que essa medida esteja verdadeiramente conforme com a realidade. Seu cálculo exige algumas adaptações nos demonstrativos de resultados, procurando, entre outras medidas, evidenciar sua parte operacional legítima, a segmentação do Imposto de Renda sobre os resultados da atividade e os benefícios ficais provenientes do uso de capital de terceiros. (ASSAF NETO, 2005, p. 180).

A estrutura básica de cálculo do EVA defendida por Gitman (2004), é

apresentada a seguir:

EVA = NOPAT - C% (TC)

Onde:

NOPAT = Lucro Operacional Líquido após Impostos

C% = Custo percentual do capital

TC = Capital Total

O cálculo do EVA pode revelar muitas outras oportunidades de ganhos

econômicos, como por exemplo, aqueles resultantes de uma melhor gestão de

risco ou de uma melhor estrutura de capital.

O conceito de EVA nada mais é do que a aplicação do conceito de custo

de oportunidade do capital e do conceito de manutenção do capital financeiro

da empresa.

2.8 Indicadores financeiros

Os indicadores são as relações entre as contas ou grupo de contas das

demonstrações financeiras. Com eles é possível evidenciar determinado

aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa. Por ser uma

técnica muito aplicada nos dias de hoje, é normalmente confundida com a

análise de balanços. A característica principal dos indicadores é de fornecer

visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa.

De acordo com Matarazzo (2008), um índice (ou indicador) é como uma

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37

vela acesa num quarto escuro. Assim como os médicos utilizam certos

indicadores para descobrir a situação do paciente, como pressão e

temperatura, os indicadores são capazes de auxiliar na avaliação de uma

empresa. No entanto, os indicadores não devem servir como único e

verdadeiro direcionador de uma análise.

2.8.1 Índice de liquidez

Gitman (2004), descreve que a lucratividade de uma empresa é medida

por sua capacidade de cumprir as obrigações de curto prazo à medida que elas

vencem.

Os índices de liquidez seca e corrente relacionam bens e direitos com

obrigações da empresa por intermédio de uma simples operação de divisão. O

índice de liquidez seca tem como objetivo apresentar a capacidade de

pagamento da empresa no curto prazo sem levar em conta os estoques, que

são considerados como elementos menos líquidos do ativo circulante.

No caso da liquidez corrente, calcula-se com todos os valores do ativo

circulante pela simples divisão entre ativo circulante (AC) e passivo circulante

(PC). Normalmente quanto maior o índice de liquidez corrente, mais a empresa

é considerada líquida. Alguns autores dizem que os índices de liquidez medem

o quanto a empresa tem para cada unidade monetária que ela deve.

No trabalho será utilizado somente o cálculo de liquidez corrente.

Segundo Gitman (2004), as fórmulas para o cálculo dos indicadores

citados acima são:

ILS = AC - Estoques / PC

ILC = AC / PC

2.8.2 Índice de endividamento

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38

O índice de endividamento analisa a relação entre o capital próprio e o

de terceiros, visualizando a dependência do capital de terceiros.

Na concepção de Gitman (2004), em geral, quanto mais capital de

terceiros é usado por uma empresa em relação a seus ativos totais, maior sua

alavancagem financeira, isto é, a ampliação do risco e do retorno produzido

pelo uso de seu financiamento a custo fixo; quanto maior o seu endividamento,

maior será o risco e o retorno esperado.

IEG = Passivo exigível total / Ativo total

No entanto, não se tem a pretensão de mensurar que análises isoladas

possibilitam determinar a real situação financeira da empresa, pois, o índice de

endividamento, assim como os demais, deve ser analisado no conjunto com

outros índices.

2.8.3 Índice de Rentabilidade

Assaf Neto (2005, p.118), descreve: “Estes indicadores visam avaliar os

resultados auferidos por uma empresa em relação a determinados parâmetros

que melhor revelem suas dimensões”.

Usado na análise financeira de empresas, este indicador permite avaliar

os lucros da empresa em relação a um dado nível de vendas, de ativos e de

capital investido, assim preocupam-se com a situação econômica. O lucro da

empresa, tomado em valores absolutos, dá uma informação muito restrita

sobre a lucratividade da empresa então é preciso relacionar esse lucro com

algum outro valor para expressar sua dimensão relativa.

Dentre os indicadores mais usados estão: ROE – return on common

equity (retorno sobre patrimônio líquido), ROA – Return on total assets (retorno

sobre ativos) e retorno sobre vendas ou margem líquida.

As fórmulas seguintes são descritas por Gitman (2004):

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39

ROA = Lucro líquido / Ativo

ML = Lucro líquido / Vendas

RPL = Lucro líquido / PL

2.9 Fluxos de caixa

Segundo Matarazzo (2008), a demonstração do fluxo de caixa é

considerada peça imprescindível na mais elementar atividade empresarial.

Na maioria das vezes, a má administração do fluxo de caixa faz com que

a empresa seja atingida por problemas de insolvência e liquidez.

O fluxo de caixa é capaz de demonstrar se a empresa foi autossuficiente

no financiamento de seu giro e qual a capacidade de expansão com recursos

próprios gerados pelas operações, em outras palavras, a independência

financeira é posta em cheque.

O fluxo de caixa está intimamente ligado à decisão de investir em algo

ou não. A confiabilidade sobre os resultados de determinado investimento é,

em grande parte, dependente do acerto com que seus fluxos foram projetados.

Essa ferramenta também é utilizada para informar o empresário sobre a

situação da movimentação diária dos recursos financeiros, disponibilizando as

informações pertinentes aos pagamentos, recebimentos e ao saldo, realizados

e a se realizarem, de forma diária e acumulada. A sua composição pode variar

muito, o seu resultado, quando negativo, apresenta que a empresa está

gastando muito mais do que recebe, já quando positivo, a empresa está

conseguindo cumprir as suas obrigações.

Todas as empresas devem controlar suas entradas e saídas de dinheiro.

Para isso, elas utilizam o fluxo de caixa como uma ferramenta para as

auxiliarem nesta tarefa de controle, focando a liquidez e a rentabilidade. É

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40

também o instrumento que permite ao administrador financeiro: planejar,

organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa

para um determinado período.

Esse controle é útil tanto quando a empresa está crescendo e

aumentando suas atividades, quanto no momento em que apresenta prejuízo,

tornando mais fácil a visualização de problemas que estão levando a esse

prejuízo.

2.9.1 Fluxo de caixa operacional

O fluxo de caixa operacional (FCO) é o resultado financeiro produzido

pelos ativos identificados diretamente com a atividade da empresa. Segundo

Gitman (2004), o fluxo de caixa operacional de uma empresa é aquele que ela

consegue gerar em suas atividades operacionais regulares.

O fluxo de caixa operacional é obtido na demonstração do fluxo de

caixa, no primeiro grupo de operações das atividades operacionais. Esse grupo

contém o resultado das operações relacionado às atividades fins da empresa.

De maneira mais sintética, o fluxo de caixa operacional pode ser definido

por: Laji (lucro antes dos juros e impostos) menos imposto de renda e, a esse

resultado, acrescenta-se a depreciação.

Na ferramenta a ser desenvolvida no Capítulo III do presente trabalho,

foi adicionado ao Laji, além da depreciação, o capital de giro necessário para o

negócio ou projeto da empresa e todos os números relacionados ao

financiamento do projeto.

2.9.2 Fluxo de caixa livre

Este representa o fluxo de caixa que a empresa tem disponível para os

seus investidores, credores e proprietários, após quitar todas as despesas

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operacionais, os pagamentos dos investimentos em ativos permanentes e

circulantes líquidos da empresa.

Para a realização deste fluxo, é necessário identificar os componentes

do fluxo de caixa livre, desenvolver uma perspectiva histórica integrada,

determinar hipóteses e cenários de previsão e calcular, avaliar a previsão,

estimar o custo de capital e estimar também o valor residual. O fluxo de caixa

real é considerado por alguns especialistas para ser um melhor indicador de

uma empresa de saúde financeira.

Quando é analisado um projeto por meio da ferramenta de VPL, o fluxo

de caixa necessita ser descontado para demonstrar o seu valor presente. É

realizado um resumo do fluxo de caixa ajustado para refletir o valor do dinheiro

no tempo, podendo ser um fator importante na avaliação ou comparação entre

os investimentos.

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42

CAPÍTULO III

DESENVOLVIMENTO DA FERRAMENTA PARA ANÁLISE DE VIABI LIDADE

DE PROJETOS

3 INTRODUÇÃO

Neste capítulo, é apresentada a metodologia para o desenvolvimento do

modelo de análise de viabilidade proposto. A análise de viabilidade permite

visualizar os resultados obtidos de um investimento realizado antes mesmo do

início do projeto. Desenvolver técnicas para enxergar previamente os

resultados de um investimento se tornou importante para a saúde financeira de

uma empresa.

Diante disso, foi elaborado um estudo de caso na empresa Unimed de

Lins, cooperativa médica que atende mais de 33.000 usuários.

O desenvolvimento do trabalho está focado na estruturação de um

modelo utilizando o Microsoft Office Excel e, de acordo com os números

analisados trará alguns indicadores e permitirá que simulações de crescimento

ou redução possam ser realizadas a qualquer momento. A flexibilidade desta

ferramenta será o diferencial para que qualquer projeto do setor seja analisado

de acordo com as perspectivas da empresa.

No intuito de demonstrar a utilização e funcionamento desse modelo,

será analisada a viabilidade da construção de um laboratório de análises

clínicas dentro do próprio hospital da cooperativa. Tal estudo vem ao encontro

da realidade da Unimed Lins, no que diz respeito ao estudo da viabilidade

deste projeto e a centralização das atividades laboratoriais.

É imprescindível que os valores realizados que serão inseridos dentro

desta ferramenta reflitam a realidade da empresa, pois, os resultados estão

embasados nos dados que serão inseridos na mesma.

Foram utilizados os resultados de 2008 e 2009 da Unimed Lins, no

entanto, a empresa informa que os números das demonstrações fornecidas

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43

não correspondem a totalidade dos números da empresa.

Principais premissas devem ser destacadas para o bom funcionamento

da ferramenta. A partir desta etapa do trabalho, serão demonstrados os

aspectos do funcionamento da ferramenta. Os quadros e projeções serão

resumidamente demonstrados no decorrer deste capítulo. A ferramenta poderá

ser encontrada no cd anexado ao presente trabalho.

A ferramenta é constituída de onze guias. São elas:

a) painel;

b) fluxo da empresa;

c) fluxo do projeto

d) empresa + projeto;

e) Price;

f) SAC;

g) operacional empresa ;

h) investimento - projeto;

i) ativo - empresa;

j) passivo – empresa;

k) DRE empresa.

De acordo com a ferramenta, somente as células de cor azul deverão

ser preenchidas, isso permite que o usuário tenha acesso somente aos campos

pertinentes à análise.

Para melhor aspecto na demonstração dos quadros os mesmos serão

apresentados com números utilizados para as simulações que serão

posteriormente apresentadas.

3.1 Inserção de dados – Painel

Para que a ferramenta possa efetuar todos os cálculos, tanto de

projeções como atuais, é necessário que, primeiramente se faça uma inserção

de números na guia denominada de Painel.

Além dos quadros que necessitam de inserção de números nesta guia,

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constarão também alguns resultados das projeções efetuadas na ferramenta.

Resumidamente os principais números que deverão ser inseridos nessa

aba são:

a) taxa de desconto: deverá ser inserido o valor da taxa de desconto

que deverá ser utilizada para descontar os fluxos de caixa. Cada

empresa adota uma taxa de desconto, seja ela SELIC, IGP-M, ou

qualquer outra. Para funcionamento da ferramenta foi utilizada a

SELIC;

b) prazos médios: os prazos médios de Clientes, Estoques e

Fornecedores deverão ser inseridos para que o modelo possa

calcular a necessidade de capital de giro na realização de um projeto;

c) receitas: as receitas deverão ser abertas em Planos Pré Pagamento,

Planos Custo Operacional e Contraprestação em co-

responsabilidade transferida;

RECEITAS 2008 2009

Planos Pré -Pagamento 12.898.111 14.680.548

Planos não-regulamentados 6.453.086 7.294.331

Individual/Familiar 954.174 954.902

Empresarial 5.498.913 6.339.429

Planos Regulamentados 6.445.025 7.386.216

Individual/Familiar 4.951.634 5.591.091

Empresarial 1.493.390 1.795.125

Planos Custo- Operacional 30.281 118

Planos não-regulamentados 25.749 118

Empresarial 25.749 118

Planos regulamentados 4.531 -

Empresarial 4.531 -

( - ) Contraprestação em co-resp. transferida (309.579) (381.270)

Pré - Pagamento (309.579) (381.270)

Planos não regulamentados (263.692) (323.480)

Empresarial (263.692) (323.480)

Planos regulamentados (45.887) (57.790)

Empresarial (45.887) (57.790)

Fonte: Elaborado pelos autores Figura 1 - Receitas realizadas 1

d) financiamentos: o quadro de financiamentos que consta na primeira

guia da ferramenta (Painel) será utilizado para inserção de quatro

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45

premissas: tipo de amortização, valor a financiar, número de

prestações, taxa de juros ao mês, carência, data da contratação do

financiamento, total financiável, ou , porcentagem que será

financiada.

Ainda ressaltando, no tipo de amortização, o analista poderá escolher

entre amortização no método PRICE ou no método SAC (sistema de

amortização constante).

PRICE 1

Informações Financiamento

Valor a financiar 379.960

Número Prestações (meses) 60

Taxa de juros (mês) 0,5

Carência (anos) 2

Data Contratação Financiamento 30/11/2010

Total Financiável 70%

Fonte: Elaborado pelos autores Figura 2 - Financiamentos 1

3.2 Fluxo da empresa

A maioria dos números que constam nesta guia da ferramenta tem sua

origem de outras guias, com exceção dos campos de investimentos a pagar,

financiamentos a pagar e dívida líquida da empresa, todos destacados em azul.

Para uma melhor visualização das informações contábeis da empresa,

foi aplicada outra estrutura que poderia ser entendida e analisada mais

facilmente por qualquer pessoa que desconheça os padrões das

demonstrações contábeis da Agência Nacional de Saúde (ANS). No entanto,

ressalta-se que a inserção e estudo prévio dos números, deverá ser realizado

por pessoas que conheçam o setor.

Por se tratar de uma guia onde a planilha é muito extensa, será

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46

demonstrada abaixo somente uma parte dessa planilha e a mesma poderá ser

visualizada por completo nos anexos deste trabalho, conforme destacado

anteriormente.

É nesta guia também constam os cálculos de valor presente líquido

(VPL) e economic value added (EVA), ou valor econômico agregado.

2010 2011 2012 2013 2014 2015

0 1 2 3 4 5

RECEITA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 14.299.396 15.028.829 15.028.829 15.028.829 15.028.829 15.028.829

IMPOSTOS E TRIBUTOS (97.166) (97.166) (97.166) (97.166) (97.166) (97.166)

RECEITA LÍQUIDA 14.202.230 14.931.663 14.931.663 14.931.663 14.931.663 14.931.663

CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS (11.024.831) (11.024.831) (11.024.831) (11.024.831) (11.024.831) (11.024.831)

LUCRO BRUTO 3.177.399 3.906.832 3.906.832 3.906.832 3.906.832 3.906.832

Outras Receitas Operac.de Assist.á Saúde Não Relac.c/pl.de Saúde da OPS2.812.605 3.375.126 3.712.639 3.712.639 3.712.639 3.712.639

Outras Despesas Operac.de Assist.á Saúde Não Relac.c/pl.de Saúde da OPS(2.040.355) (2.040.355) (2.040.355) (2.040.355) (2.040.355) (2.040.355)

Despesas de Comercialização (134.331) (147.764) (147.764) (147.764) (147.764) (147.764)

Despesas Administrativas (3.390.672) (3.729.739) (3.729.739) (3.729.739) (3.729.739) (3.729.739)

Outras Receitas Operacionais 395.747 435.322 435.322 435.322 435.322 435.322

Provisão Para Perdas Sobre Créditos (183.384) (183.384) (183.384) (183.384) (183.384) (183.384)

Outras (959.047) (959.047) (959.047) (959.047) (959.047) (959.047) Fonte: Elaborado pelos autores Figura 3 - Fluxo da empresa 1

3.3 Fluxo do projeto

Na presente ferramenta os projetos também poderão ser analisados

individualmente, o que ocasionará uma melhor interpretação dos resultados

separadamente, fazendo com que, cada projeto demonstre sua capacidade em

sanar seus próprios passivos.

A temática desta guia segue idêntica às demais guias da ferramenta, ou

seja, todos os campos destacados em azul poderão sofrer simulações para

mais ou para menos, tornado possível uma expectativa de crescimento ou

perda para um projeto.

3.4 Empresa + Projeto

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47

Saber quanto um projeto afeta indiretamente ou diretamente a empresa

é uma necessidade do cotidiano dos analistas de investimentos. Portanto, é

neste momento que os números do projeto e os números da empresa são

consolidados em uma só demonstração. Assim, é possível analisar mais

profundamente o impacto que o projeto proporcionou para a empresa. Caso o

projeto venha a reduzir o valor da empresa, a realização do mesmo deverá ser

repensada.

3.5 PRICE e SAC

A ferramenta proporciona ao analista que escolha entre os dois tipos de

amortização de financiamentos destacados acima. Para selecionar um dos

tipos de amortização, o analista deverá recorrer à guia Painel e escolher entre

as duas opções. Para melhor entendimento, recorrer ao item 3.1 alínea d.

Totalmente automática essa planilha permite que seja calculado os juros

dos financiamentos e suas respectivas amortizações.

3.6 Operacional - Empresa

Os números realizados inseridos na ferramenta suprem essa planilha e

servem como base para projeções. Para cada campo das demonstrações

contábeis da empresa existe logo abaixo, alguns quadros que são utilizados

para aumentar ou reduzir tais campos.

É utilizando essa guia da ferramenta que os responsáveis pelas

projeções da empresa em pauta poderão simular crescimentos no mercado,

aumento ou redução de suas despesas ou custos ou até mesmo verificar qual

a quantidade de capital de giro necessário para a empresa caso houvesse

variações nos números.

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48

Quando algum projeto está sendo estudado, é necessário que se

verifique o aumento de despesas que esse projeto acarretará ao longo dos

anos, o aumento das receitas, a redução dos custos entre outros.

Um estudo minucioso de todas as contas deverá ser realizado no

decorrer da análise, pois a não coerência dos resultados projetados afetará

diretamente nos indicadores que analisados em conjunto, serão os

responsáveis pela tomada de decisão da realização ou não do projeto.

Como foi citada no primeiro capítulo do presente trabalho, a análise de

um investimento é um conjunto de técnicas que permite a comparação dos

resultados com possíveis investimentos. É nesse aspecto que essa guia

funciona. Os investimentos são alocados em outra guia da ferramenta,

enquanto na guia operacional, são simulados os resultados e contas que

sofrerão variações por conta desse investimento.

Os números desta guia são alimentados automaticamente. Somente as

variações são inseridas manualmente (campos em azul).

Parte dessa planilha será demonstrada abaixo:

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Planos Pré -Pagamento 12.898.111 14.680.548 14.680.548 15.409.981 15.409.981 15.409.981 15.409.981 15.409.981

Planos não-regulamentados 6.453.086 7.294.331 7.294.331 8.023.764 8.023.764 8.023.764 8.023.764 8.023.764

Individual/Familiar 954.174 954.902 954.902 1.050.392 1.050.392 1.050.392 1.050.392 1.050.392

Empresarial 5.498.913 6.339.429 6.339.429 6.973.372 6.973.372 6.973.372 6.973.372 6.973.372

Planos Regulamentados 6.445.025 7.386.216 7.386.216 7.386.216 7.386.216 7.386.216 7.386.216 7.386.216

Individual/Familiar 4.951.634 5.591.091 5.591.091 5.591.091 5.591.091 5.591.091 5.591.091 5.591.091

Empresarial 1.493.390 1.795.125 1.795.125 1.795.125 1.795.125 1.795.125 1.795.125 1.795.125

Variação planos

Planos não-regulamentados

Individual/Familiar 0% 10% 0% 0% 0% 0%

Empresarial 0% 10% 0% 0% 0% 0%

Planos Regulamentados

Individual/Familiar 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Empresarial 0% 0% 0% 0% 0% 0%

PLANOS

Fonte: Elaborado pelos autores Figura 4 - Operacional - Empresa 1

3.7 Investimento - Projeto

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49

Para que todo o cálculo de financiamento, juros e depreciação sejam

possíveis, foi necessária a elaboração de uma guia de investimentos.

Nesta guia todos os valores de investimentos são alocados

separadamente entre as contas de obras civis, máquinas e equipamentos,

móveis e utensílios, montagens e instalações, veículos e outros. Essa

separação é fundamental para que a depreciação seja calculada corretamente.

Os anos de 2010, 2011 e 2012 estão abertos por trimestre para que se

possa visualizar mais facilmente em que período do ano será realizado o

investimento.

A planilha calcula a depreciação de todos os investimentos

automaticamente. Caso o analista queira trocar as porcentagens das

depreciações, pode realizar essas alterações nesta mesma planilha.

É utilizado o mesmo padrão neste caso, somente nos campos

destacados em azul é permitida a inserção de números.

INVESTIMENTOS 1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim 2.010 1º Tr im 2º Trim 3º Trim

1. InvestimentosObras Civis R$ 215.000 215.000 Máquinas e Equipamentos R$ 318.000 318.000 Móveis e Utensílios R$ 9.800 9.800 Montagens e Instalações R$ - Veículos R$ - Outros R$ - TOTAL R$ - - - 542.800 542.800 - - -

2. Investimento AcumuladoObras Civis R$ - - - 215.000 215.000 215.000 215.000 215.000 Máquinas e Equipamentos R$ - - - 318.000 318.000 318.000 318.000 318.000 Móveis e Utensílios R$ - - - 9.800 9.800 9.800 9.800 9.800 Montagens e Instalações R$ - - - - - - - - Veículos R$ - - - - - - - - Outros R$ - - - - - - - - TOTAL R$ - - - 542.800 542.800 542.800 542.800 542.800

3. Depreciação do PeríodoObras Civis 4% - - - - - 2.150 2.150 2.150 Máquinas e Equipamentos 10% - - - - - 7.950 7.950 7.950 Móveis e Utensílios 10% - - - - - 245 245 245 Montagens e Instalações 10% - - - - - - - - Veículos 20% - - - - - - - - Outros 10% - - - - - - - - TOTAL - - - - - 10.345 10.345 10.345 Fonte: Elaborado pelos autores Figura 5 - Investimento – Projeto 1

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50

3.8 Demonstrações contábeis – Guias: Ativo - Empresa, Passivo - Empresa

e DRE - Empresa.

Para as guias Ativo, Passivo e DRE é necessário que os valores das

demonstrações contábeis realizadas sejam inseridos dentro dessa planilha

para que os cálculos dos indicadores financeiros sejam realizados. Tais

indicadores podem ser visualizados na guia Painel, ao lado direito da planilha.

3.9 Teste para funcionamento da ferramenta.

A realização de uma análise com os números coletados na Unimed Lins

era imprescindível para que a ferramenta fosse testada e aperfeiçoada de

maneira que, houvesse a possibilidade de apresentar os resultados que a

ferramenta é capaz de disponibilizar para os analistas.

Os números fornecidos pela empresa foram inseridos na ferramenta

para alimentar a execução das análises e projeções.

Levando em consideração a extensão das planilhas que compõe a

ferramenta desenvolvida, não seria possível demonstrar todos os resultados

obtidos em todos os âmbitos da ferramenta. Como afirmado em alguns itens

anteriores, a ferramenta na íntegra e seus respectivos resultados serão

anexados ao fim do presente trabalho.

3.10 Parecer final

A ferramenta descrita no presente capítulo tem o intuito de apoiar as

decisões relativas aos investimentos realizados dentro das operadoras de

planos de saúde. A garantia de funcionamento correto da ferramenta está

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51

intimamente ligada ao levantamento dos números que por ora suprirão as

projeções e, a percepção do analista em variar corretamente os números

posteriores ao ano da análise.

As simulações contidas neste trabalho foram realizadas juntamente com

os responsáveis pela Unimed Lins.

O fato de a ferramenta ser de fácil entendimento não exime a

necessidade de o analista ter o conhecimento pleno do mercado de planos de

saúde e das estruturas contábeis padrão, para que possa realizar todas as

projeções adequadamente sem afetar drasticamente os resultados. Isso

justifica a necessidade que os componentes do grupo do presente trabalho de

conclusão de curso encontraram em realizar as simulações juntamente com os

responsáveis pela empresa, conforme citado anteriormente. Os idealizadores

deste trabalho não conhecem plenamente o mercado escolhido, o que exigiu a

presença de profissionais no ramo.

Para uma melhor análise da ferramenta, a gerência da Unimed Lins

estudou a fundo e indicou alguns pontos que poderiam ser melhorados na

ferramenta no intuito de facilitar ainda mais o entendimento daqueles que

estivessem realizando uma análise com essa ferramenta pela primeira vez.

Tomando como base as palavras da própria empresa como um parecer

final sobre essa ferramenta, é possível afirmar que a mesma é prática e

poderia satisfatoriamente ser utilizada para analisar qualquer tipo de projeto em

operadoras de planos de saúde.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Após a realização do presente trabalho, e, conforme descrito no Capítulo

III, propomos a empresa Unimed Lins:

a) Utilizar a ferramenta para analisar previamente os investimentos a

serem realizados nas operadoras de planos de saúde.

b) Na utilização da ferramenta é necessário que o analista tenha bons

conhecimentos do setor no qual a ferramenta está parametrizada.

c) Os dados inseridos na ferramenta devem ser reais, precisos e

coerentes quando confrontados com o investimento ou seja, estar

atento para as variações das contas que sofrerem algum impacto por

conta do investimento.

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CONCLUSÃO

A competitividade do mercado hoje faz com que as empresas busquem

cada vez mais aprimorar suas estruturas físicas e gerenciais a fim de obterem

melhores retornos sobre tudo o que for investido. Calcular e mensurar o retorno

antes mesmo de se realizar um investimento torna possível uma tomada de

decisão mais segura e menos prejudicial para qualquer empresa.

Através da pesquisa realizada elaborou-se uma ferramenta que

proporcionou um melhor entendimento dos resultados futuros que um

investimento dentro das operadoras de planos de saúde pudesse gerar.

Entende-se que além de utilizar a ferramenta para a análise de

investimentos nas operadoras de planos de saúde, o analista do projeto deverá

conhecer profundamente o setor, pois do contrário, afetará de maneira direta

todos os resultados que a ferramenta proporciona.

Esta ferramenta vem ao encontro das necessidades de desenvolvimento

e crescimento das empresas no mercado de planos de saúde, uma vez que ela

é capaz de demonstrar diversos indicadores que facilitem a tomada de decisão

por parte dos investidores, auxiliando no crescimento sustentável dentro de um

mercado que exige aquisições de novas tecnologias a todo instante.

Diante da teoria descrita no trabalho e juntamente com a empresa onde

a ferramenta foi aplicada, concluiu-se que a mesma poderia ser utilizada em

qualquer projeto dentro do setor.

Assim, além de entender que a ferramenta poderia ser de grande

utilidade para as empresas do setor, destaca-se também o grande

conhecimento adquirido pelos integrantes do grupo no desenvolvimento deste

trabalho. Adequar uma ferramenta que pudesse atender as necessidades de

muitos analistas foi um desafio grandioso e um conhecimento adquirido no

mesmo nível.

Outras idéias deverão ser inseridas dentro da ferramenta para que cada

vez mais a análise proporcione uma visão cada vez melhor para o analista.

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REFERÊNCIAS

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PORTAL NACIONAL DE SAÚDE. Unimed Brasil . Disponível em: http//:unimed.com.br/pct/index.isp?cd_canal=49146&cd_secao=49094. Acesso em: 13 jun 2010. PRINCÍPIOS E VALORES. Revista Gestão Cooperativa . Brasília: VicentI, disponível em: http://gestaocooperativa. com.br/tabid/470/articleType/ ArticleView/articleId/25/Princpios-e-Valores.aspx. Acesso em: 18 ago 2010. SAMANEZ, C. P. Gestão de investimento e geração de valor . São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. SANTOS, A. R. P. Contribuição à estruturação dos sistemas de informações de controladoria estratégica: uma análise comparativa em empresas de grande porte. 2006. Dissertação (Mestrado profissional em administração). Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba. SEGURATO, J. R. Decisões financeiras em condições de risco. São Paulo: Atlas, 1996. SÍMBOLOS DO COOPERATIVISMO. Educredi Cooperativa de Professores. Disponível em: http://www.educredi.org/content/s%C3%ADmbolos-do-cooperativismo. Acesso em: 18 ago 2010. UNIMED LINS. Cooperativa de trabalho médico . Disponível em: http//:www.unimelins.com.br/index.php/institucional/conteúdo/index/história. Acesso em: 13 jun 2010.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

Apresentar os objetivos relacionados ao estudo de caso. Descrever os

métodos e técnicas utilizadas na pesquisa. Caracterizar os aspectos

principais.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado

(a) Descrição das técnicas e métodos contábeis para a realização da

análise de viabilidade aplicados na empresa; e

(b) Entrevista com os responsáveis pelos departamentos financeiros e

contábeis junto ao gerente.

1.2 Discussão

(a) Identificar a inter-relação dos departamentos financeiros e contábeis da

empresa; e

(b) Realizar uma análise dos procedimentos da empresa para a viabilidade da

implantação do projeto.

1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou

modificações de procedimentos

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APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática

1 IDENTIFICAÇÃO

Empresa:

Localização:

Atividade Econômica:

Número de Funcionários:

Porte:

1.2 Aspectos a serem observados

Estrutura Administrativa

Padrão das Demonstrações Contábeis

Ferramentas e Indicadores da Empresa

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APÊNDICE C – Roteiro do histórico da Empresa Unimed Lins

Haverá um entrosamento com os funcionários das áreas financeira e

contábil para visualizarmos os procedimentos por ele desenvolvidos como

também alguns questionamentos específicos como:

a) Quem são os clientes da Unimed?

..............................................................................................................

..............................................................................................................

b) Qual o seu percentual em relação à população hoje?

..............................................................................................................

..............................................................................................................

c) Qual o percentual e os números de exames laboratoriais realizados

mensalmente?

..............................................................................................................

..............................................................................................................

d) Qual o percentual de custos desses exames hoje para a Unimed?

..............................................................................................................

..............................................................................................................

e) Qual o valor para a implantação de um laboratório de análises

clinica?

..............................................................................................................

..............................................................................................................

f) Quais poderiam ser o (s) impedimentos para a implantação do

mesmo?

..............................................................................................................

............................................................................................................

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APÊNDICE D - ROTEIRO DE ENTREVISTA COM O PROPRIETÁR IO DE UM

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Empresa que atua:

Cidade:

2 PERGUNTAS ESPECÍFICAS

a) Quais são os equipamentos básicos para o funcionamento de um

laboratório de análises clínicas?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

b) Qual o valor aproximado no que se refere aos investimentos nesses

equipamentos?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

c) Qual a maior dificuldade hoje em se manter um laboratório?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

d) Qual a ociosidade que você possui dentro do seu laboratório?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

e) Existe uma linha de financiamento específico para o ramo laboratorial?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

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f) Qual o maior custo que um laboratório possui?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

g) Quantas pessoas são atendidas em média no laboratório?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

h) Quais exames são os mais frequentes?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

i) Qual seria o valor aproximado para que um laboratório desse porte fosse

construído?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

j) Existe a possibilidade de conseguirmos uma lista ou orçamento para a

construção de um laboratório desses?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

k) Na sua concepção, em quanto tempo um investimento na construção de

um laboratório pode ser recuperado?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

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APÊNDICE E - ROTEIRO DE ENTREVISTA COM A EQUIPE CON TÁBIL DA

EMPRESA

a) O que é alocado em cada linha do DRE?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

b) Há algum manual ou plano de contas que descreva cada conta?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

c) Seria possível o envio de um modelo de Fluxo de caixa (mesmo que

com números irreais) para que possamos estruturar melhor a nossa

análise?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

d) Quais as principais premissas utilizadas por vocês para a analisar a

viabilidade de um projeto?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

e) Quais as fontes de financiamentos buscadas pela empresa para

realização de projetos de médio/grande porte?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

f) Há uma taxa mínima de atratividade, ou seja, uma taxa mínima de

retorno exigida pelos responsáveis pela cooperativa para se definir a

realização ou não de um projeto? Como é calculada?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

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g) Qual a projeção de crescimento que a Unimed espera para os próximos

anos? (se possível informar % ao ano)?

....................................................................................................................

....................................................................................................................