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Desenvolvimento de Séries FICÇÃO

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AULA 3 | Desenvolvimento de Séries de FICÇÃO | Luca Paiva Melo

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Desenvolvimento de SériesFICÇÃO

Page 2: Desenvolvimento de Séries para TV - AULA 3 | Desenvolvimento de Séries de FICÇÃO | Luca Paiva Melo

FOCO CENTRAL:

CRIAÇAO E APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE FICÇÃO PARA TVs

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 • Desenvolvimento e técnicas de criação e roteiro: literatura vasta e material

online idem. Forneço abaixo alguns títulos e links, para quem se interessar:

 • "The Art of Dramatic Writing" - Lajos Egri

 • "Story" - Robert McKee (um compêndio sobre inúmeras questões de

estrutura, personagem, trama, gênero, etc)

 • "A Jornada do Escritor" , Christopher Vogler (é quase um livro de função

sintática dramaturgia)

 • "O Herói de Mil Faces" - Joseph Campbell (talvez o livro mais interessante

sobre mitos e histórias)

 • site Storylogue: várias aulas curtas. Uma parte gratuita, outra apenas com

assinatura paga.

 • site do Save The Cat

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Aula abordará a concepção, a formatação e a

apresentação de projetos de séries, e o dia a dia no

mercado que compra essas séries, no Brasil. O corpo

a corpo com os canais, o estágio de desenvolvimento

desse mercado, como fazer para criar visibilidade e

aumentar as chances de êxito de um projeto.

 

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Status do mercado:

uma visão pessoal

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a) Antes da Lei da Cota:

Comecei a criar e produzir séries, bem antes da Lei da

Cota.  

Quais os desafios ali?

 

Criar demanda quando ela ainda não existia;

vencer a barreira do baixo orçamento: o que se produzia com

Art.39 era, via de regra, factuais ou projetos de lifestyle muito

baratos e de simples elaboração/produção.

canais operavam como escritórios de venda de publicidade - e

não como polos de produção local.

Page 7: Desenvolvimento de Séries para TV - AULA 3 | Desenvolvimento de Séries de FICÇÃO | Luca Paiva Melo

b) Lei da Cota: prós e contras.

 

Prós:

(1) aumento da demanda:

(2) gera ciclo positivo, efervescência, excitação

(3) oportunidade para formar indústria;

(4) público querendo se ver na tela, finalmente se vê na TV paga;

(5) dramaturgia é o gênero de maior aceitação no país, graças ao fato da telenovela ter se tornado o produto de maior sucesso da indústria cultural no Brasil.

(6) a quantidade deve, em tese, gerar qualidade. Até pela curva de aprendizagem.

 

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Contras:

(1) o estágio de pouca maturidade do mercado produtor;

(2) a pouca capacitação dos profissionais versus a alta exigência nas entregas para os canais;

(3) a escassez de recursos técnicos x demanda (parque instalado, estúdios, locadoras de equipamentos, etc).

(4) o ainda baixo contingente de profissionais alocados nos canais para avaliar, processar e coproduzir. Case: "Mad Men" a HBO USA deixou passar...

(5) "curto-prazismo", como comportamento do produtor. Falta de planejamento, vamos raspar o butim até o fim.

(6) euforia de carnaval: sem planejamento, o cenário rumará para uma "quarta-feira cinzas", com a ressaca que advém da oportunidade perdida. Com planejamento, pode virar algo mais sólido, que prescindirá da lei: demanda de mercado.

 

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A resultante dos prós e contras:

(1) muitos projetos, pouca efetividade para os canais e seus executivos.

(2) executivos escaldados e canais buscando separar desenvolvimento de produção.

(3) grande oportunidade, já que este ainda é um "unsettled market".

 

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CRIAÇÃO: A IDEIA / HISTÓRIA / PROJETO

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(1) Paixão

a) Eleja uma história pela qual você tenha paixão.

 

b) Não tente fazer ou vender um projeto que você mesmo não acredite muito. Ninguém vai acreditar. E se acreditar, você terá um problema para tocar, e não um sonho ou realização.

 

c) Se você tiver paixão, se houver entusiasmo por ele, serão grandes as chances de você contagiar teu interlocutor, seja ele um executivo de canal, um produtor, um ator ou um diretor que você queira muito engajar no projeto.

 

d) Importante lembrar: criar e desenvolver um projeto de dramaturgia é um processo tão longo, tão complexo e tão intenso, que só se justifica se você estiver uma forte ligação afetiva com ele.

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(2) Você deve conhecer PROFUNDAMENTE o tema do teu projeto.

Quando se desconhece o tema e o universo = projetos cheios de

clichés, estereótipos, cenas, situações, falas e motivações artificiais ou

frívolas. Vira uma tentativa de emular coisas que vc já viu na TV ou no

cinema. Nada na tela é pior do que isso.

 

a) Tema pertence à experiência de vida do criador:

John Le Carre: livros sobre espionagem, conspiração, etc. Ele foi

espião, da inteligência britânica. Ou a Liz Devine, roteirista do C.S.I.,

que fora perita criminal e formada em ciência forense.

 

b) Tema NÃO pertence à experiência de vida do criador:

Pesquisa, pesquisa, pesquisa: demanda tempo, persistência, às vezes

acesso, entrevistas, etc. Pense em outras atividades e os insumos ou

gastos delas: pesquisa é relativamente barato, se comparada a outras

profissões ou atividades.

 

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Minha relação com esse tópico:

a) Mothern: tinha filhos recentemente, olhava minha mulher de perto.

 

b) Descolados: distante no tempo para mim e Rodrigo (co-criador). Muita muita pesquisa, entrevistas, leituras, focus groups, etc.

 

Frase Luiz Bolognesi, roteirista, que para mim define bem a atitude correta em relação a este tópico: "Melhor você não conhecer NADA sobre um assunto, do que conhecer um pouco. Se você conhece um pouco, jogue fora esse pouco e vá sem preconceitos e sem prévias ideias buscar o conhecer o máximo possível daquele assunto".

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(3) VOZ / GÊNERO

Normalmente, quem cria e escreve comédia identifica nesse

determinado gênero a sua voz. Drama, idem. Importante identificar a

sua voz, sua pegada, e em que gênero ela se manifesta mais

naturalmente.

 

Exemplos:

Chuck Lorre: sitcoms (Two & a Half Men, The Big Bang Theory, etc);

Aaron Sorkin: "dramas com steadicam", constelação de personagens

se movendo em um determinado ambiente (West Wing, Studio 60, etc)

Os irmãos Slavich: segunda temporada de S.O.S Sexo Y Otros

Secretos (Televisa). Pegam um melodrama convencional e, na

temporada que eles assumem, imprimem a sua voz, a despeito do que

foi executado antes. Eles não traem a sua natureza.

 

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(4) FÔLEGO

Essa história tem quilometragem para várias temporadas?

O que poderia segurar a temporada 1?

O que poderia ser o caminho de uma segunda temporada?

 

Decisão dos canais envolve fortemente o tópico fôlego. O investimento

em produção vem acompanhado de investimentos em marketing,

promos, publicidade, assessoria de imprensa, etc. Isso não é

amortizado em uma temporada única. Tampouco é simples para

executivos justificar o porquê de um investimento em uma série que só

rendeu uma temporada.

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(5) MODALIDADE: SEQUENCIAL, EPSÓDICO OU ANTOLOGIA?

 

curva dramática pronunciada?

curva muito sutil, tendendo para um procedural ou sitcom? C.S.I.?

Friends? Two&Half?

 

episódios totalmente independentes? Twilight Zone? Destino: São

Paulo? Black Mirror?

 

 

 

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CASAMENTO: PROJETO + CANAL

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PESQUISAR SOBRE O CANAL PARA O QUAL IRÁ PROPOR O PROJETO

(1) entenda os conglomerados e canais associados. 

(2) assista tv: conheça a programação, os hits do canal, o que irá estrear, etc.  

(3) quais os pilares da programação?  

(4) qual o target do canal? Perfil do público? 

(5) a ideia e o formato da obra tem o perfil para aquele canal?  

(6) por que esse canal gostaria do seu projeto? 

(7) pesquisar as apostas já feitas no Brasil e na região: foco de conteúdo. 

(8) pesquisar o que os executivos vocalizaram recentemente sobre o canal: novo

posicionamento, novos projetos, etc: buscar em sites, revistas, vídeos com debates do

RCM, Forum Brasil, etc. 

(9) veja se não há algo semelhante ao teu projeto já sendo desenvolvido ou produzido. 

(10) Tenha certeza que o canal que vc está mirando é o outlet adequado para o teu projeto.

 

 

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MODALIDADES DE CASAMENTO PROJETO + CANAL

 (1) CRIAÇÃO E POSTERIOR ADEQUAÇÃO AO CANAL: case

"Descolados".

 

(2) CRIAÇÃO A PARTIR DE BRIEFING: case "Brilhante Futebol Clube".

 

(3) CRIAÇAO A PARTIR DE OPORTUNIDADE DETECTADA: case "Mothern".

 

 

 

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APRESENTAÇAO DO PROJETO

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Formatação:

• projeto, como algo a ser desfrutado por quem o avalia; texto deve entreter, divertir, ser saboroso o suficiente a ponto do leitor esquecer que está avaliando algo. Aquela meia hora deve ser prazerosa.

• formato tradicional por tópicos = textos que provocam leitura intermitente e esquemática. Sugestão: formato com texto corrido = induz o leitor a embarcar em uma jornada, um filme, uma atmosfera na qual ele mergulha: relação emocional com o que lê.

• Descrição de Personagens = todo e qualquer personagem soa falso numa lista de atributos. Mais parece uma coleção de caracterizações. Sugestão: apresente os personagens no texto corrido. Faz toda a diferença para o leitor conhecer os personagens em movimento, sob pressão, em marcha.

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• epígrafes, no lugar de premissa ou conceito: menos literal, mais conceitual. As epígrafes, quando bem escolhidas, auxiliam a orientar a leitura a seguir, cria um frame of mind para o leitor: como resultado, joga luz naquilo que o criador acredita ser o ponto forte da sua premissa, o que de mais original seu projeto carrega.

• seja conciso, texto enxuto. Quão mais conciso for, maior a chance de seu projeto ser apreciado com atenção e foco. Projetos extensos, repetitivos e esquemáticos induzem o leitor a perder a concentração e passar a ler na diagonal.

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IMPORTANTE SABER:

Os canais buscam segurança jurídica e empresarial, qualidade

artística e capacidade de gerenciamento do orçamento.

 

A relação com o canal é de parceria. Não acaba na entrega da

matriz digital. O sucesso ou fracasso de uma produção vai

depender do quanto ela será apreciada pelos espectadores, e

isso será resultado do trabalho em conjunto.

 

Alguns canais/conglomerados que possuem uma plataforma

online para apresentação de projetos e seu passo a passo:

 

Discovery : www.producers.discovery.com

Viacom: http://www.viacompitchbox.com.br/

Channel 4(UK): www.producers.channel4.com

Turner: http://www.projetosturner.com

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DESENVOLVIMENTO

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(1) Equipe:

composição e cargos numa equipe de desenvolvimento;

habilidades de cada componente;

complementaridade: utilização de não roteiristas e roteiristas para cobrir todas as

necessidades de um projeto.

 

(2) Forma de Trabalho:

personages e arcos;

sinopses, escaletas e roteiros (as variações dentro desse desenvolvimento e das

entregas).

 

  

 

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Sites com informações e dicas da indústria e do ofício:

 

SAVE THE CAT

http://www.savethecat.com/

 

STORYLOGUE

http://www.storylogue.com/

 

ALTERNATIVAS AO STORYLOGUE, CASO VC NAO QUEIRA FAZER A

ASSINATURA:

https://www.youtube.com/playlist?list=PLYpCC-hK59rHg1Q7alB2cySLG2XFkfjo0

 

http://mckeestory.wordpress.com/

 

MY BLANK PAGE

http://scriptcat.wordpress.com/

 

L.A. SCREENWRITER

http://la-screenwriter.com/