desenvolvimento de competÊncias na utilizaÇÃo … · comunicaÇÃo –tic, no ensino...
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Desenvolvimento de Competências… - Medeiros, Rocha & Siqueira
Revista Diálogos – N.° 18 – Setembro / Outubro – 2017 545
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS NA
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO –TIC, NO ENSINO FUNDAMENTAL,
SÉRIES INICIAIS: EMPECILHOS E POSSIBILIDADES DE
SUPERAÇÃO
d.o.i. 10.13115/2236-1499v2n18p545
Mário Medeiros1
Yasmin Rodrigues da Rocha2
Magno Salustiano de Siqueira3
Resumo: Neste artigo apresentamos os resultados de uma investigação
sobre o desenvolvimento de competências no uso das tecnologias de
informação e comunicação-TIC em uma escola brasileira. Utilizamos a
abordagem da pesquisa-ação para identificar impedimentos ao
desenvolvimento de competências no uso das TIC em uma sala de aula.
Simultaneamente tentamos superar tais impedimentos através da
inserção dos envolvidos em situações em que necessitariam usar
softwares educacionais em seu trabalho cotidiano com a ajuda de
pesquisadores especializados. Para a compreensão dos impedimentos
apresentamos uma categorização deles de acordo com estudiosos do
processo de aprendizagem. Concluímos com a identificação na escola
1 Professor Adjunto da Universidade de Pernambuco-UPE. Doutor em Ciências da
Educação pela Universidade do Minho, Portugal. Pós-Doutor em Ciências da
Educação pela Universidade de Málaga, Espanha. 2 Professora da Rede Municipal de João Pessoa-PB. Graduada em Pedagogia pela
Universidade de Pernambuco-UPE, Campus Garanhuns. 3 Aluno do 8° periodo do Curso de Matemática da Universidade de Peernambuco-
UPE, Campus Garanhuns.
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campo de pesquisa de cinco impedimentos e com sugestões para
superá-los definitivamente.
Palavras chaves: Tecnologias da Informação e Comunicação-TIC,
Ensino Fundamental, Competência.
Desarrollo de competencias en el uso de tecnologias de la
Información y Comunicación-TIC, en escuela primaria de primeros
grados: obstrucciones y oportunidades de superación
Resumen: Este artículo se presenta resultados de una investigación
sobre el desarrollo de competencia en la utilización de las tecnologías
de la información y comunicación-TIC, en una escuela brasileña. En
ello utilizamos el abordaje de la investigación-acción para identificar
impedimentos al desarrollo de competencias en utilización de TIC en
las clases. Además intentamos superar tales impedimentos insertando
los involucrados en situaciones que necesitarán utilizar softwares
educacionales en sus clases con asistencia de investigadores expertos.
Para comprender los impedimentos presentamos una categorización en
acuerdo con estudiosos del proceso de la aprendizaje. Concluimos con
la identificación de cinco impedimentos y con sugerencias para
superarlos en definitivo.
Palabras Clave: Tecnologías de la Información y Comunicación-TIC,
Escuela Primaria, Competencia.
Development of competences in the use of Information and
Communication Technologies –ICT, in elementary school, initial
series: obstructions and opportunities for improvement
Summary: This article presents the results of an investigation about
the development of competence in the use of information technologies
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and communication, ICT in Brazilian schools. In it, we use action
research to identify impediments to the development of competence in
using ICT in the classroom. We try to overcome such impediments
inserting the involved in situations that require the use of educational
software in the classroom, with the help of expert researchers. To
understand the impediments we presents a categorization according to
scholars of the learning process. We conclude with the identification of
five impediments and suggestions to overcome them definitively.
Keywords: Information and Communication Technologies-ICT,
Elementary school, Competence.
1- Introdução
Um dos poucos consensos do momento histórico atual é que as
sociedades contemporâneas estão envolvidas num processo cada vez
mais acelerado de mudanças tecnológicas e sócio-político-culturais.
Educar nesse novo contexto exige que conheçamos a essência e o
sentido dessas mudanças. É com vista nessa exigência, que logo na sua
introdução, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de
Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de
licenciatura, de graduação plena assinala:
O avanço e disseminação das tecnologias da informação e da
comunicação está impactando as formas de convivência
social, de organização do trabalho e do exercício da
cidadania. A internacionalização da economia confronta o
Brasil com a necessidade indispensável de dispor de
profissionais qualificados. Quanto mais o Brasil consolida as
instituições políticas democráticas, fortalece os direitos da
cidadania e participa da economia mundializada, mais se
amplia o reconhecimento da importância da educação
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(Parecer CEB/CNE, 009/2001 citado por MEDEIROS, 2006,
pp. 42-43).
Esse cenário apresenta enormes desafios educacionais.
É necessário ressignificar o ensino de crianças, jovens e
adultos para avançar na reforma das políticas da educação
básica, a fim de sintonizá-las com as formas contemporâneas
de conviver, relacionar-se com a natureza, construir e
reconstruir as instituições sociais, produzir e distribuir bens,
serviços, informações e conhecimentos e tecnologias,
sintonizando-o com as formas contemporâneas de conviver e
de ser (PARECER CEB/CNE, 009/2001, p. 07).
Portanto, a competência para utilizar Tecnologias da
Informação e Comunicação-TIC é exigência legal que aparece na
legislação educacional brasileira. O Parecer CES/CNE 492/2001, que
estabelece Diretrizes Curriculares para diferentes Cursos de
Graduação, entre eles o de Ciências Sociais, é mais um exemplo.
Entretanto, como destaca Bauer e Kenton (2005) citados por
Karsenti e Lira (2011), ainda que vários estudos na última década
tenham mostrado que as TIC são um meio eficaz para promover o
sucesso educativo dos alunos, os professores, em quase todo o mundo,
nem sempre as utilizam regularmente em sala de aula. Ou seja, as TIC
praticamente não se integram ao desenvolvimento do currículo na
escala que se deseja. Empecilhos de toda ordem dificultam essa
integração. Conhecer esses empecilhos nos contextos específicos em
que aparecem é um subsídio necessário para gestar ações e
procedimentos concretos que levem a sua superação.
No Brasil não é diferente. Embora computadores estejam cada
vez mais presentes nas escolas de diferentes níveis de ensino, sua
utilização sistemática está longe de ser uma realidade. Por via de
consequência, inicializar nossos educandos sejam crianças, jovens ou
adultos na utilização das TIC é passo fundamental na preparação desses
atores sociais para compreender os princípios científicos, métodos e
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processos dessas tecnologias abrindo espaço para colocá-las a serviço
da emancipação das mulheres e homens comuns, ou seja, a serviço do
nosso próprio interesse, uma vez que a utilização dessas tecnologias
possibilita, entre outros feitos:
- o alargamento praticamente ilimitado da capacidade de
acumular, recuperar, manipular e transmitir informações;
- a difusão de informações em tempo real;
- o acesso democratizado a informações e bens culturais de
variados matizes.
Sendo assim a utilização sistemática de Tecnologias da
Informação e Comunicação -TIC pelos professores do Ensino
Fundamental, Séries Iniciais, em suas aulas, se configura como
ferramenta imprescindível ao cumprimento bem sucedido da exigência
que aparece na legislação brasileira, exigência que é,
contemporaneamente, uma necessidade social de primeira linha, entre
outras razões porque não cabe mais dúvida de que a revolução
informática é irreversível, inexorável e já se incorporou definitivamente
ao patrimônio cultural da humanidade.
Face a isso, escolhemos como Objeto de Estudo do projeto de
pesquisa de que trata esse artigo, os empecilhos que retardam a
utilização sistemática de TIC na educação, numa escola de Ensino
Fundamental, do Município de Garanhuns – PE.
Nossos objetivos foram:
1- Diagnosticar, através de observações, entrevistas e
workshops, necessidades básicas de conhecimentos,
habilidades e atitudes dos professores participantes da
pesquisa cuja satisfação seja indispensável a
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utilização sistemática de TIC no processo de ensino-
aprendizagem;
2- Identificar, através de buscas sistemáticas, softwares
educativos gratuitos disponíveis na Internet ou em base
de dados de órgãos de diferentes instituições e sistemas
de ensino federal, estaduais, locais, brasileiros ou
estrangeiros;
3- Verificar, através de análise didático-pedagógica, a
adequação e as possibilidades concretas de utilização
sistemática de softwares educativos na escola campo de
pesquisa;
4- Inserir os professores participantes da pesquisa na
utilização sistemática das TIC no processo de ensino
aprendizagem através de workshops;
5 - Introduzir alunos de Pedagogia e outras Licenciaturas
na utilização das TIC em processos de pesquisa e ensino-
aprendizagem.
Em geral os empecilhos ou fatores que retardam ou inibem
qualquer processo de aprendizagem podem ser agrupados em três
grandes categorias: os problemas de aprendizagem, os obstáculos de
aprendizagem e as dificuldades de aprendizagem. Partimos do
pressuposto de que com a utilização sistemática de TIC na educação
ocorre o mesmo.
Definimos problemas de aprendizagem como empecilhos
relacionados com a condição sócio-econômica e cultural dos
educandos, como mostram as teorias dos dois códigos lingüísticos
Bernstein, (1975), do clima educacional e familiar Konh(1959), dos
valores culturais de classes Hyman, (1953), Parsons, (1953), Lipset &
Bendix, (1959), Kahl (1953), a teoria da desigualdade de sucesso
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escolar através da relação professor/aluno Goodacre, (1968), Rosenthal
& Jacobson (1968), Rist (1970), Stein (1971), Zimmerman (1978).
Assim, e para ficar com um único exemplo, de acordo com
Bernstein (1975), a classe social a que um indivíduo pertence pode
condicionar a utilização de um código lingüístico específico, diferente
do código padrão praticado pela escola, e isso repercutir negativamente
no seu aprendizado dado que esse indivíduo pode não compreender
adequadamente, no momento apropriado, durante uma aula por
exemplo, o que o professor diz ou que está escrito no texto que ler
Obstáculo de aprendizagem é um conhecimento que produz
soluções adaptadas a um determinado contexto mas induz a falsas
soluções fora deste (Duroux citado por Bittencourt, 1999, p. 8). Um
exemplo seria o conceito de ideologia em Marx que é apropriado para
ler o Capital deste mesmo autor, mas que não é apropriado à
compreensão dos Cadernos do Cárcere de Gramsci e a confusão entre
os conceitos de algarismo e número feita por muitos professores (as) do
Ensino Fundamental.
Dificuldade de aprendizagem (DA) é um termo genérico que se
refere a um grupo heterogêneo de transtornos que se manifestam por
diferenças significativas na aquisição e uso da escuta, fala, leitura,
escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas (Naticional Joint
Committee on Learning Disabilities citado por Garcia, 1998, pp. 31-
32). Exemplo, a Dislexia, a Dislalia e o Transtorno do Déficit de
Atenção etc.
Estudos disponíveis sobre a utilização de TIC em educação
formal e sobre as competências docentes necessárias a sua
implementação, assinalam um conjunto de empecilhos que podem ser
enquadrados, grosso modo, nas categorias de obstáculos e problemas
de aprendizagem. Exemplo disso são os empecilhos apontados em
investigações realizadas no contexto Europeu, no Canadá e Estados
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Unidos como as de Karsenti e Lira (2011), Almerich, Suárez, Jornet
e Orellana (2011), Rodriguez e Palmero(2008).
Via de regra esses autores asseguram que a maioria dos
professores e alunos de licenciaturas envolvidos em suas
investigações dispõem de computadores, dominam bem suas
ferramentas e as utilizam sistematicamente em diferentes atividades
cotidianas, mas que não fazem o mesmo no que se refere as suas
atividades profissionais em sala de aula. Existiria aí, em nossa
categorização, um obstáculo de aprendizagem. Por que? Porque os
professores tendem a repetir nas salas de aulas as mesmas
estrategias utilizadas em outras atividades que lhes conduzem a
bons resultados. Todavia essas estrategias conduzem a resultados
destorcidos no processo educativo. Alguns desses autores, como
Rodriguez e Palmero(2008), apontam o estágio incipiente de
desenvolvimento de uma didática apropriada ao uso de TIC como
principal empecilho a sua utilização generalizada, portanto, um tipo
de problema de aprendizagem em nossa categorização.
Nesses trabalhos praticamente não aparecem empecilhos que
possam ser categorizados como dificuldades de aprendizagem no
sentido em que esse conceito é aqui definido.
2 – Opções teórico-metodológicas
Em concordância com Thiollent, (1985:25) aqui,
A metodologia é entendida como disciplina que se
relaciona com a epistemologia ou a filosofia da ciência.
Seu objetivo consiste em analisar as características dos
vários métodos disponíveis, avaliar suas capacidades,
potencialidades, limitações ou distorções e criticar os
pressupostos ou as implicações de sua utilização. Ao nível
mais aplicado, a metodologia lida com a avaliação de
técnicas de pesquisa e com a geração ou experimentação
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de novos métodos que remetem aos modos efetivos de
captar e processar informações e resolver diversas
categorias de problemas teóricos e práticos da
investigação.
Destaque-se inicialmente que parte dos trabalhos que
consultamos até o momento resultam de pesquisas do tipo quantitativo
que utilizam o questionário e o método estatístico para fundamentar as
conclusões que apresentam. Exemplo disso são os trabalhos de
Karsenti e Lira (2011), Almerich, Suárez, Jornet e Orellana (2011).
Esses estudos se têm o mérito de quantificar as parcelas do
professorado que usam ou não usam sistematicamente TIC em sala de
aula, se têm o mérito de serem representativos do ponto de vista
estatístico, muito pouco ou nada dizem acerca do porque essas parcelas
usam ou não usam esse recurso educativo, tão proclamado como eficaz,
bem como nos dizem pouco a respeito de como e porque elas são
usadas. Outros são pesquisas bibliográficas ou sobre recursos
midiáticos possíveis de serem utilizados em educação, como os estudos
de Coscarelli (1998), Rodriguez e Palmero(2008), Almeida e Moran
(2005) que descrevem, sugerem ou comentam idéias gerais sobre a
utilização de TIC, mas nada dizem sobre experiências concretas de sua
utilização em situações específicas. Já os trabalho de Dussel (2011)
Grégoire, Bracewell, Laferrière(1996), são de filiação teórico-
metodológica diferente, ao nosso olhar articulam adequadamente
pesquisa bibliográfica com pesquisa de campo numa abordagem
quantitativa/qualitativa. Buscam responder a perguntas cruciais do tipo
quem utiliza ou não TIC, onde e como se aprende, o que se aprende.
Aqui optamos por um enfoque teórico-metodológico
interdisciplinar. Partimos do entendimento de que não há demonstração
ou desenvolvimento de competência fora de situações de vivências
específicas, e nisto há consenso entre pesquisadores de diferentes
abordagens metodológicas que se dedicam ao tema como
Thiollent(1985), Le Boterf (1987), Coulon (1995), Korthagen (2010).
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Reputamos especial relevância à ênfase à ação e à dimensão empírica
articulada a dimensão subjetiva dos aprendentes que são típicos dessas
abordagens, pois é na intersecção desses âmbitos que se consubstancia
o espaço de interacionalidade entre pesquisadores e participantes
interessados na solução de problemas significativos para ambos. Ora,
os ‘problemas’ significativos não são formulações abstratas nascidas de
elucubrações mentais superiores de alguns seres superdotados. Eles
nascem ali no espaço existencial de cada ator social e se expressam
numa intersubjetividade que se concretiza, ao nível da convivência,
numa comunidade de interesses, expectativas e perspectivas. Captar
esses interesses é o primeiro grande problema do pesquisador
comprometido com a transformação, porque à revelia deles não há
disponibilidade para ação. Portanto, por um lado, consideramos que a
pesquisa quantitativa apresenta muitas limitações quando se trata de
compreender objetos complexos como é o desenvolvimento de
competências. Em contraste entendemos que:
A pesquisa participante vai, ao contrário, procurar
auxiliar a população envolvida a identificar por si
mesma os seus problemas, a realizar a análise crítica
destes e a buscar as soluções adequadas. Deste modo,
a seleção dos problemas a serem estudados emerge da
população envolvida, que os discute com os
especialistas apropriados, não emergindo da simples
decisão dos pesquisadores (LE BOTERF, 1987, P.
52).
Por outro lado, presumimos que essa abordagem se encaixa
perfeitamente com o Enfoque Realista da Formação de professores
formulado por Kortagen(2010). Resumidamente esse enfoque se apóia
na diferença entre os conceitos de Episteme e Phronesis advindos de
Aristóteles. Para Kortagen (2010, p. 86) a episteme se caracteriza pelos
seguintes traços:
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●está dirigida ao conhecimento de várias situações;
●utiliza conceitos gerais;
●se baseia na investigação científica;
●é conceptual e nos ajuda a compreender várias situações.
Em contraste a phronesis:
●está dirigida a situações concretas;
●centra sua atenção em aspectos específicos da situação(certos
indícios);
●se baseia nas experiências próprias de cada um;
●é perceptual; forma nossa percepção acerca de situações
específicas (KORTAGEN, 2010, pp.86-87).
Assim, dadas as características específicas de nossa
investigação, que se interessa sobretudo em responder a pergunta
porque as TIC são ou não são utilizadas sistematicamente no cotidiano
das salas de aulas, optamos pela Pesquisa-Ação como principal
abordagem metodológica. Para um dos autores que nos servem de
referência:
A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com
base empírica que é concebida e realizada em estreita
associação com uma ação ou com a resolução de um
problema coletivo e no qual os pesquisadores e os
participantes representativos da situação ou do
problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo. (THIOLLENT,1985, p. 14).
Em sintonia com os objetivos da pesquisa os dados relativos
aos professores e a infraestrutura foram coletados através de
observações etnometodológicas em situações de Workshops na
escola e os softwares através de buscas na web. A etnometodologia
é aqui entendida como “o estudo das atividades estruturantes que
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constroem os fatos sociais da educação” (Mehan, 1978, citado por
Coulon, 1995, p. 307). Os dados bibliográficos foram coletados
através de buscas na web, nos acervos da Universidade de
Pernambuco e dos pesquisadores envolvidos. Todos os dados estão
acumulados na base de dados do projeto principal Diversidade,
desenvolvimento de competências e currículo, instalada na
plataforma de EaD da Universidade de Pernambuco - UPE – Brasil,
no endereço http://www.ead.upe.br/projetos/login/index.php do
qual o projeto que dá nome a esse artigo se constitui como subprojeto
ou projeto vinculado. Inicialmente realizamos entrevistas semi-
estruturadas com os professores participantes da pesquisa e com o
Diretor da escola.
3- Dados e resultados
A escola campo de investigação é do Governo Municipal e
trabalha com o Ensino Fundamental, Séries Iniciais, num bairro pobre
do Município de Garanhuns – PE, Brasil. A clientela é composta por
808 alunos de uma faixa etária que vai dos 06 aos 15 anos. Suas famílias
vivem basicamente de pequenos negócios comerciais ou agrícolas, de
empregos no comércio e prestação de outros diferentes serviços
inclusive domésticos. A renda média dessas famílias situa-se em torno
de R$ 800,00, a maioria, entretanto, possui casa própria, tem TV em
casa e muitos possuem celular. Conta com 20 professores que
trabalham em três turnos de 4h. Todos são Licenciados em suas
respectivas áreas de atuação. O salário dos 10 que atuam no Ensino
Fundamental, Séries Finais é, no nível inicial, de R$ 1.350,00 mensais
para 40h. Os que atuam no Ensino Fundamental, Séries Iniciais,
também em nível inicial, é de R$ 950,00 mensais para 40h. Do total
desses profissionais 19 tem computador em casa ligado a Internet e o
utilizam basicamente para fins pessoais e pesquisa de informações que
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utilizam em suas aulas. Em consonância com o que registra a literatura
dos Estados Unidos, Canadá, América Latina e da Europa quase não
usam TIC regularmente em sala de aula. Alegam dificuldades
operacionais (em nossa categorização um tipo de problema de
aprendizagem) na busca de softwares adequados as necessidades de
suas aulas.
A investigação realizada nos possibilita identificar, no que
concerne a escola campo de trabalho, empecilhos estruturais que
resultam em problemas de aprendizagem. São eles:
● insuficiência de computadores e lousas eletrônicas;
● deficiência na manutenção dos equipamentos existentes;
●deficiência de acesso a web.
Especificamente a escola possui há cinco anos um laboratório
de informática composto por 10 computadores e um servidor. Nesse
espaço de tempo o mesmo só foi utilizado plenamente durante um
período de 3 ou 4 meses em que, segundo declaração da coordenadora,
“tinha um monitor de informática que ajudava os professores na
utilização de alguns softwares”. No resto desse tempo o servidor e as
demais máquinas ficaram fora de uso devido a problemas técnicos e
falta de manutenção, segundo declarações das docentes. No momento
que iniciamos nosso trabalho estavam funcionando 06 máquinas
incluindo o servidor.
Quanto ao problema de acessibilidade a WEB, a sub-região do
Agreste Meridional, situada no Estado de Pernambuco, na Região
Nordeste do Brasil e onde está situado o Campus Garanhuns da
Universidade de Pernambuco e a escola campo de investigação, se
encontra numa posição de muito atraso em relação a outras Regiões do
Brasil. Aqui a Internet apresenta precariedades de potência, de
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cobertura e de assistência técnica desconhecidas nas Regiões e cidades
mais desenvolvidas do país. O próprio campus da Universidade, apesar
dos esforços da administração, não tem um provedor a altura de suas
necessidades.
No que concerne aos professores encontramos empecilhos que
podemos categorizar como:
●problemas relacionados ao domínio precário das TIC
propriamente ditas;
●obstáculos de integração das TIC à consecução dos objetivos
de ensino aprendizagem, ou seja, o conhecimento prévio
adquirido no uso de TIC para fins especificamente não
educacionais funcionam em muitas situações como obstáculos
(no sentido aqui definido) a utilização dessas ferramentas para
finalidades educativas.
A questão do domínio precário das TIC está relacionada à
insuficiência do acesso a computadores e a WEB que por sua vez é
função da precariedade da infraestrutura regional, como já assinalado
acima, e da baixa renda dos próprios profissionais. Esse quadro tem
experimentado mudanças significativas, mas ainda insuficientes,
graças a esforços recentes dos Governos Federal e Estadual que
investem quantias razoáveis em programas de distribuição de
Computadores para escolas e professores. Infelizmente os Governos
Municipais, com as devidas exceções, não têm se mostrado eficientes
no aproveitamento dessas oportunidades, o que torna o computador e a
lousa eletrônica bens de presença ainda insuficiente nas suas escolas
embora, no caso dos computadores, estejam presentes nos lares dos
profissionais dos seus sistemas de ensino.
Essa mesma questão está relacionada também a hábitos
culturais. Categorias como imigrantes e nativos digitais (Prensky,
2001), se utilizadas com as devidas precauções, explicam pelo menos
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parte dessa precariedade apresentada pelos professores envolvidos em
nossa investigação uma vez que a totalidade dos investigados se
enquadra na categoria de imigrante digital. Não porque tenham mais
de 46 anos como assinala Almerich, Suarez, Jornet e Orellana (2011, p.
37), mas porque o computador só apareceu em suas vidas nos últimos
5 ou 6 anos.
Mais ainda: segundo relato dos nossos professores, o contato
deles com computadores se deu aleatória e assistematicamente através
de pressões sociais vindas do cotidiano e não de modo assistido e
orientado para finalidades educacionais. Ora, investigações realizadas
em diferentes partes do mundo, citadas por Almerich, Suarez, Jornet e
Orellana (2011, p. 30-31) relatam que.
há uma estreita ligação entre as competências no domínio das TIC, tanto
tecnológica como pedagógica, com a intensidade da utilização que os
professores fazem das mesmas, como afirma Suarez et al. (2010). Esta
relação é mais forte para a utilização que os professores fazem em nível
pessoal-profissional do que para utilização das TIC com os alunos em sala
de aula. Por outro lado Weaver e García-Valcárcel (2006) indicam que o
conhecimento que os professores possuem quanto a recursos tecnológicos
constituem um preditor significativo da utilização das TIC na sala de aula. O
mesmo foi verificado por Low e Chow (2008), em locais que estudaram em
2006. Eles constataram que a competência dos professores são preditores
significativos na utilização pedagógica das TIC, embora seja mais relevante
a componente pedagogica que a componente tecnológica.
Sendo assim, pode-se fazer uma ideia do tamanho do desafio que
é tornar sistematica a utilização de TIC em salas de aulas na sub-região
do Agreste Meridional de Pernambuco-Brasil.
O trabalho mostra que os softwares disponíveis em bancos de
dados gratuitos, como o PROINFO, do Governo Federal, o Banco
Internacional de Objetos Educacionais, e o Educandus, um site privado
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cujo direito de utilização foi comprado pelo Governo de Pernambuco e
disponibilizado para professores da rede pública Estadual e Municipais
do Estado, são de difícil utilização no contexto da escola campo de
pesquisa. No caso do PROINFO uma das razões apontadas é o fato de
que aquele material exige o domínio do sistema operativo Linux
enquanto as habilidades das professoras, quando existem, é no sistema
operativo Windows. O Banco Internacional de Objetos Educacionais,
ainda que utilizado, pois está no sistema operativo Windows, é
apontado pelas professoras como sendo complicado.
Por outro lado, muitos dos softwares encontrados em vários
outros bancos de dados são meras transposições de tarefas mecânicas
repetitivas para o mundo virtual. Muitas dessas tarefas, no campo da
matemática por exemplo, em nada ajudam a construção ou
fortalecimento do raciocínio lógico ou a construção do pensamento
crítico reflexivo quando no campo das ciências humanas.
Por essas e outras razões, oito dos onze professores
participantes da pesquisa apresentaram inicialmente resistência em
utilizar as TIC sistematicamente em suas aulas. Essa situação começou
a mudar quando começamos a buscar softwares livres na internet e com
a chegada de seis lousas eletrônicas a escola campo de pesquisa.
Inicialmente havia o temor que esses novos equipamentos
tivessem o mesmo destino do antigo laboratório de informática, ou seja,
se tornar mais um amontoado de objetos sofisticados, caros, estranhos
e inúteis para as tarefas escolares. Esse sentimento tornou-se ainda mais
forte depois da montagem dos novos equipamentos e da “capacitação”
que foi dada na escola pelo pessoal da empresa que vendeu as lousas e
foi acompanhada pelos nossos pesquisadores. Os técnicos se resumiram
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a demonstrar como se ligava o equipamento, quais os botões que se
deveria apertar para que ele funcionasse e como utilizar os poucos
softwares que o acompanhavam. Fizeram isso sem convidar um só
professor para que executassem as operações que estavam
demonstrando. Nesse trabalho enfatizavam o tempo todo que qualquer
utilização errada poderia danificar o equipamento fazendo o mesmo
perder a garantia do fabricante. Informaram ainda que a continuidade
do trabalho com esse equipamento dependeria da compra de novos
softwares ao fabricante. Não é difícil concluir que “capacitações” com
esse teor, alinhada a resistência natural que imigrantes digitais
apresentam as TIC, produzam um efeito mais de distanciamento do que
de aproximação dessas tecnologias.
Nesse clima iniciamos o trabalho de pesquisa-ação. Após vinte
workshops que se estenderam durante parte do ano de 2011 e todo 2012
registramos os seguintes resultados:
A identificação de softwares e mídias gratuitos na internet
através de buscas sistemáticas, tal como a série de vídeos ‘De
onde vem?’ e jogos;
Constatação da adequação didático-pedagógica de softwares
educativos encontrados na internet, às possibilidades concretas
de utilização na escola campo de pesquisa;
Uso das TIC de duas a três vezes por semana no processo de
ensino-aprendizagem por parte das professoras do ensino
fundamental envolvidas no projeto;
Segundo depoimento das professoras as TIC utilizadas se
mostraram fator motivacional positivo, facilitador e
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colaborador do processo de ensino aprendizagem. Assinalaram
o caso de três crianças do terceiro ano do Ensino Fundamental
que pelo segundo ano seguido eram reprovadas em Matemática
porque, entre outras coisas, não aprendiam as operações de
soma e subtração. Essas crianças após verem colegas
participando do jogo math cart procuraram a professora pedindo
para que ela lhes ensinassem novamente as referidas operações.
Quando indagadas do porque desse repentino interesse disseram
que era porque queriam brincar na lousa como os colegas
estavam fazendo.
Infelizmente tivemos que registrar que nesse período duas
lousas foram danificadas propositalmente num ato de vandalismo
que testemunha o fato de que nem todos estão satisfeitos com a
chegada desses equipamentos na escola.
Conclusão
Portanto, de nossa investigação se pode concluir que a solução
dos empecilhos à utilização sistemática de TIC em aulas que concernem
a escola são insuficiência de computadores e lousas eletrônicas;
deficiência na manutenção dos equipamentos existentes; deficiência de
acesso a web. Os que concernem aos professores são problemas
relacionados ao domínio precário das TIC propriamente ditas;
problemas de integração das TIC à consecução dos objetivos de ensino
aprendizagem ou seja, problemas no uso das TIC para fins
especificamente educacionais. A nosso ver a remoção desses
empecilhos requerem duas linhas de ação bem definidas que devem ser
implementadas simultaneamente. Os primeiros dependem da
implementação de políticas públicas que resolvam as questões
estruturais aqui assinaladas. Os dois últimos o nosso trabalho aponta
que dependem de investigações que identifiquem obstáculos de
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aprendizagem específicos em nível regional e local e do
desenvolvimento de estratégias didático-pedagógicas que levem a sua
superação. Presumimos que a pesquisa-ação em situações de
Workshops orientada pela etnometodologia é um caminho promissor à
realização desse propósito.
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