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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS PROGRAMA DE PÓS–GRADUAÇÂO EM AGRONOMIA Dissertação ESTUDO DA HERDABILIDADE DE ALGUNS CARÁCTERES EM PESSEGUEIRO: CICLO, TONALIDADE DA COR DA POLPA E COMPOSTOS FENÓLICOS ELISIA RODRIGUES CORRÊA PELOTAS, 2007.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS PROGRAMA DE PÓS–GRADUAÇÂO EM AGRONOMIA

Dissertação

ESTUDO DA HERDABILIDADE DE ALGUNS CARÁCTERES EM PESSEGUEIRO: CICLO, TONALIDADE DA COR DA POLPA E COMPOSTOS

FENÓLICOS

ELISIA RODRIGUES CORRÊA

PELOTAS, 2007.

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ELISIA RODRIGUES CORRÊA

ESTUDO HERDABILIDADE DE ALGUNS CARÁCTERES EM PESSEGUEIRO: CICLO, COR DA POLPA E COMPOSTOS FENÓLICOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências (área do conhecimento: Fruticultura de Clima Temperado).

Orientador (a): Pesquisadora Ph.D. Maria do Carmo Bassols Raseira - Embrapa

Clima Temperado.

Co- Orientador (es): Prof. Dr. João Baptista da Silva – IFM/ UFPel

Prof. Dr. José Ângelo Zuanazzi - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Prof. Dr. Valmor João Bianchi - Universidade Federal de Pelotas

Pelotas, 2007.

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Banca Examinadora: Presidente: Pesquisadora Ph.D. Maria do Carmo Bassols Raseira Pesquisador PhD. Arione da Silva Pereira – Embrapa Clima Temperado Pesquisador PhD. Umberto Almeida Camargo – Embrapa Uva e Vinho ProfºDrº César Valmor Rombaldi – UFPel Suplente: Pesquisadora Ph.D. Márcia Vizzotto – Embrapa Clima Temperado

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Dedico

Este trabalho aos meus queridos pais Carlos (in memorium)e Maria Luiza.

Com todo amor!

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“A vida não é um corredor reto e tranqüilo que nós percorremos livres e sem empecilhos, mas um labirinto de passagens, pelas

quais nós devemos procurar nosso caminho, perdidos e confusos, de vez em quando presos em um beco sem saída. Porém, se

tivermos fé, uma porta sempre será aberta para nós, não talvez aquela sobre a qual nós mesmos nunca pensamos, mas aquela

que definitivamente se revelará boa para nós.” A.J. Cronin

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AGRADECIMENTOS

É difícil expressar em palavras toda a minha gratidão pelas pessoas que me

cercaram e ajudaram no desenvolvimento deste trabalho, mas vou tentar e espero

não esquecer de ninguém.

Agradeço a essa Força Divina que nos conduz, que nos dá aquilo que sabe

que somos capazes de executar. Obrigada por sempre me dar o impulso

necessário para pular cada obstáculo, força para levantar a cada tombo e por me

presentear com a convivência com essas pessoas que agora irei citar.

Deus me tirou cedo uma figura paterna, mas me ressarciu com três figuras

maternas, são..... minhas queridas “Mães Marias”.

A minha Mãe com “M” maiúsculo Maria Luiza que sempre colocou seus

filhos em primeiro lugar dando-nos amor e educação para sermos quem somos

hoje. Obrigada Mãe eu acho que no final a tua caçula se tornou uma boa pessoa

(hehe). Desculpa todas as brigas e se em algum momento falei algo que te

magoou, o meu sincero “Perdão”. Te amo muito!!!

E aí o tempo foi passando e Deus me presenteou com outra Mãe Maria, a

minha querida Mãe Maria do Carmo. É impressionante porque eu estagiei com ela

durante dois anos e agora ela foi minha Orientadora a medida que o tempo

passava, eu aprendia cada vez mais com ela e não só aprendizados profissionais

mas aprendizados para a vida. Maria se algum dia te decepcionei saibas que essa

decepção causou mais dor em mim do que em ti, mas por outro lado eu cresci,

cometendo erros e tu me corrigindo. Obrigada pela adoção! Não canso de dizer o

quanto te admiro e o quanto me espelho em ti para que no futuro eu seja 1/3 do

que és. E o que para muitos que lêem esta minha manifestação vejam como um

“puxa saquismo”, eu sei que tu sabes que é do fundo do meu coração. Te adoro

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muito! E se caso nos separarmos algum dia, saibas que por mais longe que eu

estiver podes sempre contar com esta tua “filha adotada”.

É, mas as minhas mães não param por aí não, têm a minha querida amiga

Mãe Maria de Fátima. Quantas conversas, sérias ou debochadas, fazíamos no

intervalo do almoço. Saibas que fostes àquela mãe que me ensinou a como

conviver melhor com as outras duas, aqui citadas. Quando eu tinha problemas

familiares tu me davas aquele conselho precioso e quando as coisas não iam bem

no meu trabalho, tu me davas aquele puxão de orelha que eu precisava. Valeu,

Fatimites por tudo o que fizestes e ainda fazes por mim. Adoro-te!

A minha mana querida, sempre incentivando para acreditar no meu

potencial e nunca baixar a cabeça quando alguém passasse por cima. Valeu Cris,

Te amo, te admiro muito!

Meu mano Deco é difícil falar dele porque ele é aquele irmão mais velho

que orgulha toda a família. Se hoje estou aqui é porque fostes e és um exemplo

de irmão. Te amo.

Ao meu amado Diego, aquela pessoa que Deus colocou na minha vida e

que sempre vê o lado bom e bonito em mim. Di agradecer aqui tudo o que

suportastes nestes dois anos, foi difícil. Fostes aquela pessoa que escutava a

reclamação de tudo e todos, mas que mesmo assim mostrava quando eu estava

errada. Obrigada, Deus não poderia ter escolhido outra pessoa para dividir a vida

comigo. Amo-te cada dia mais.

A minha sogrinha e a cunhadinha, vocês são aquelas pessoas que

demonstram, só no olhar, que nos admiram e como é bom sentir isso de pessoas

como vocês. Adoro muito as duas.

E os meus amigos que fiz nessa grande Empresa Embrapa? Meu amigo

Daniel, sempre me ajudando, até nos dias chuvosos para colher os pêssegos.

Valeu! Meus amigos Émerson, Renato e Rodrigo pelas dicas que me passaram

para o trabalho. Minha amiga Patrícia sempre procurando um jeito de me ajudar,

por mais que as vezes estivesse cheia de serviço também. Obrigada! Se alguma

vez te disse não, não entendas que não queria tua ajuda era porque às vezes

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havia coisas que apenas eu podia fazer. Ricardo e Lucas sempre quietos mas

sempre dispostos a ajudar, Obrigada.

Os funcionários da Embrapa, ah como deixá-los para trás? Gilberto (sempre

dando aquela carona para carregar os pêssegos), Claiton (deixando os seedlings

roçados), Maicon (assessorando quando algum pêssego tinha passado

despercebido), Zico (fazendo com que, na poda dos seedlings, eu tivesse as frutas

necessárias)..... obrigada por sempre me ajudarem.

E o meu Padrinho Jorjão? Este também é um caso de Deus, eu acho. Não

preciso dizer aqui, que moras no meu coração até mais como um padrinho como

um Pai que perdi cedo. Valeu Jorge!! Te adoro!!

Como deixar de falar do meu querido amigo carinhosamente chamado

Tiaguinho. És uma pessoa que todos nós devemos ter por perto, para nos lembrar

de gozar mais da vida, para rir e para poder de vez em quando dar uns puxões de

orelha, só para não perder o costume, hehehe....

E o pesquisador Zé em especial me ajudando junto a Maria para ir a Porto

Alegre.

Ao Professor João Baptista, me co-orientando na área da estatística,

sempre me recebendo em sua morada com total predisposição e simpatia,

obrigada.

Aos Professores José Ângelo e a Prof. Amélia, por abrirem as portas do

Laboratório de Farmacognosia e permitirem que eu desenvolvesse o meu

trabalho. Obrigada.

Ao pessoal de Porto Alegre, não tenho palavras para agradecer a todos

mas tentarei: Ana, valeu cada orientação para a curva padrão ou para validar a

técnica, saibas que se hoje consigo estar defendendo é porque me ajudastes

muito. Mirian, sempre me dando todo o suporte necessário para efetuar o meu

trabalho.Valeu! Marina, pela companhia quando não tinha mais ninguém no

laboratório. Meus colegas de bancada, Dimas e Simone, obrigada pelas dicas. E a

todos do laboratório que aqui não foram especificados diretamente, obrigada.

Às minhas queridas ex-colegas, Vanessa e Carla. Se hoje me interesso

pela pesquisa, podem ter certeza que vocês tiveram um dedo nisso. Quando

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comecei a graduação, meu interesse era pela produção. Entretanto, vendo essas

duas pesquisando, tive que tentar. As tentativas foram fracassadas: estágio na

área de entomologia e arroz. Mas depois, me encontrei, graças a outra ex-colega

de colégio. É, se não fosse o encontro no posto de gasolina com a Cris,

oferecendo-me um estagio com a mãe dela, não sei onde eu estaria. Gracias a

todas!!

Por fim, agradeço à EMBRAPA, pelo uso das instalações para o

desenvolvimento deste trabalho e agradeço também a Capes pelo financiamento.

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RESUMO

CORRÊA, Elisia Rodrigues. Estudo herdabilidade de alguns caracteres em pessegueiro: ciclo, tonalidade da cor da polpa e compostos fenólicos. 2007. 52f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Universidade Federal de Pelotas. O conhecimento dos parâmetros genéticos, fenotípicos e ambientais de

características do pessegueiro são de fundamental importância para o

delineamento dos programas de melhoramento desta frutífera, pois permite

antever a possibilidade de sucesso com a seleção. O presente trabalho teve por

objetivos estimar a herdabilidade, no sentido amplo, para o ciclo, tonalidade da cor

da polpa e conteúdo de compostos fenólicos bem como, verificar a possível

correlação desse último com os outros dois caracteres citados. As populações

estudadas foram provenientes do Programa de Melhoramento Genético de

Pessegueiro da Embrapa Clima Temperado. No estudo foram observadas 14

progênies oriundas de cruzamentos entre doze cultivares de pêssegos e seis

seleções. Seis destas progênies eram geração de F1 e os outros F2 (segunda

geração), obitida por polinização aberta. O valor estimado da herdabilidade no

sentido amplo foi alto para o ciclo, baixo para a cor da polpa e médio para os

compostos fenólicos (H=0,90; H=0,25; H=0,46 respectivamente). Estes valores

são um indicativo de que para o caráter ciclo é possível rapidamente ter ganhos

de seleção enquanto para a tonalidade da cor da polpa estes ganhos são mais

lentos devido à influência de fatores ambientais, o que também se observa

moderadamente, no caráter compostos fenólicos.

Palavras Chaves: Prunus persica. Flor. Fruto. Saúde.

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ABSTRACT

CORRÊA, Elisia Rodrigues. Study heritability of some characters in peach tree: fruit development period (FDP), flesh color intensity and total phenolics. 2007. 52f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Universidade Federal de Pelotas.

The knowledge of the genetic, phenotypic and environmental parameters of peach

characteristics is of fundamental importance in breeding programs, because it

allows to foresee the possibility of success with the selection. The present work

had as objectives to estimete the heritability, in broad of the fruit development

period (FDP), flesh color intensity and total phenolics as well as determining

possible correlations of the last with the other two mentioned characters. The

studied populations originated from the Peach Genetic Breeding Program of

Embrapa Clima Temperado. For the FDP study 196 individuals belonging to five

progenies program crosses of year 2000, were observed (two originating from the

second generation and the others, first generation). Seedlings of 14 progenies

resulting from crosses among 12 peach cultivars and six selections were used in

the evaluations. Six of these progenies were F1 generation and the others, F2

(second generation), obtatained by opened pollination. The dear value of the

herdabilidade in the wide sense went loud to the cycle, low for the flesh and

medium for the total phenolics (H=0,90; H=0,25; H=0,46 respectively). These

values indicate that for the character cycle is possible to have won of selection

while for the pulp no, for also having influence of environmental factors what a little

it is observed in the character total phenolics.

Key words: Prunus pérsica . Flower. Fruit. Health.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Sistema CIELAB apresentado graficamente...........................................6 Figura 2 – Estrutura de um grupo fenol....................................................................8 Figuras 3 a 29 – Distribuição de freqüência para o caráter “ciclo”, nas diferentes progênies de pessegueiro estudadas. P1 = Progenitor feminino, P2 = Progenitor masculino, M1 = Média da progênie, M2 = Média dos pais. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007................................................................................15 Figuras 30 – Herdabilidade para o ciclo; cada média das progênies foi plotada

contra a média dos genitores. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007..............................................................................21

Figuras 31 – Repetibilidade do caráter ciclo nos dois anos de avaliações. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007................................................22

Figura 32 - Colorímetro eletrônico, marca Minolta 300..........................................26 Figura 33 – Diagrama de cromaticidade.................................................................26 Figura 34 – Cartão de cores da Royal Society of Horticulture................................27 Figuras 35 a 42 – Distribuição de freqüência para tonalidade de cor, nas diferentes

progênies utilizadas do pessegueiro, estudadas, analisadas com colorímetro. P1 = Progenitor feminino, P2 = Progenitor masculino, M1 = Média da progênie, M2 = Média dos pais. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007........................29

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Figuras 43 a 52 – Distribuição de freqüência para tonalidade de cor nas diferentes progênies utilizadas do pessegueiro, estudadas, analisadas com cartão. P1 = Progenitor feminino, P2 = Progenitor masculino, M1 = Média da progênie, M2 = Média dos pais. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007........................30

Figura 53 – Correlação entre a época de maturação e o mg% de ácido

clorogênico. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007.........39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Relação de cultivares e progênies, utilizadas nos experimentos. Pelotas, RS, 2006.............................................................................10

Tabela 2 – Número de indivíduos avaliados em cada progênie, quanto a

tonalidade da cor de polpa, medida por colorímetro ou por comparação com os cartões da Royal Society of Horticulture..........25

Tabela 3 – Teste de Herança monogênica dominante para a presença de

vermelho na polpa em 8 progênies de pessegueiro. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007.........................................................32

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL............................................................................................1 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................4 METODOLOGIA GERAL..........................................................................................9

CAPÍTULO I – Herdabilidade do ciclo da floração à maturação.............................12 INTRODUÇÃO........................................................................................................12 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................14 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................15

CONCLUSÕES.......................................................................................................22 CAPÍTULO II – Herdabilidade da tonalidade da cor da polpa................................23 INTRODUÇÃO........................................................................................................23 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................24 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................28

CONCLUSÕES.......................................................................................................33 CAPÍTULO III – Herdabilidade de compostos fenólicos.........................................34 INTRODUÇÃO........................................................................................................34 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................36 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................37

CONCLUSÕES.......................................................................................................38

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DISCUSSÃO GERAL..............................................................................................39 CONCLUSÕES GERAIS........................................................................................41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................42 ANEXO...................................................................................................................46 APÊNDICE.............................................................................................................50

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INTRODUÇÃO GERAL

A fruticultura de clima temperado no Brasil tem crescido consideravelmente,

devido ao grande potencial de mercado, tanto interno como externo, tendo até

substituído áreas com culturas tradicionais como soja, trigo, etc ou com pecuária.

Dentre as espécies de clima temperado, o pessegueiro foi uma das que mais se

expandiu. A razão para isso deve-se, em parte, ao melhoramento genético. Até a

década de 60, a colheita de pêssegos estendia-se por pouco mais de 15 dias. Hoje ela

vai de outubro (setembro em algumas áreas) até fevereiro, produzindo frutos de

diferentes tamanhos, cores e sabores.

O melhoramento do pessegueiro tem sido dos mais dinâmicos, com mais de 500

cultivares lançadas no mundo, no período de 1990 a 1996. Durante o desenvolvimento

dos diversos programas, as prioridades e os atributos de qualidade sofrem variações,

porque o processo não é estático. Como as preferências do consumidor mudam de

tempos em tempos e o próprio clima sofre modificações, o melhorista deve estar atento

a tudo isto. Não basta apenas que ele esteja atento aos anseios da sociedade de hoje e

conheça as tendências sociais e econômicas; ele deve ter uma visão do futuro

(RASEIRA; NAKASU, 2002).

Em programas de melhoramento, mais antigos vários os objetivos podem ter sido

alcançados, em nível satisfatório, porém continuam sendo considerados na escolha de

uma seleção promissora. O Programa de Melhoramento da Embrapa Clima Temperado

existe há cerca de 50 anos, com mais de 100 cultivares lançadas, 40 delas ainda

plantadas atualmente. Entretanto, outras são apenas utilizadas em hibridações

controladas por terem se mostrado bons progenitores na transmissão de algumas

características específicas, ou já se tornaram obsoletas.

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Os caracteres buscados, no desenvolvimento de cultivares, podem ser de

natureza quantitativa ou qualitativa. Os caracteres quantitativos são a expressão de

vários genes que condicionam a manifestação de um genótipo, através do fenótipo.

Apresenta distribuição contínua. Sua classificação requer algum tipo de medição. São

afetados pelo ambiente, e individualmente o efeito de cada gene na expressão do

caráter é pequeno. Já os caracteres qualitativos apresentam distribuição descontinua.

Os diferentes fenótipos podem ser reconhecidos sem necessidade de medição

(BUENO; MENDES; CARVALHO, 2002).

A maioria das características de importância econômica é quantitativa. A

irregularidade no campo é um dos maiores problemas na produção de frutos. A época

de floração é considerada dependente das temperaturas do inverno, as quais tem

influência afetando os diferentes estádios da dormência (LANG et. al., 1987). O

acúmulo de frio hibernal é um dos fatores mais significativos que influencia o final da

endodormência, mas outros fatores como calor, intensidade da luz e nevoeiro talvez

também afetem uma certa extensão da evolução da endodormência (FREEMAN;

MARTIN, 1981). Com isso, o ciclo, da floração à maturação, também é afetado.

O período de tempo entre a plena floração e maturação depende da cultivar e da

acumulação da unidade de calor (FISHER, 1962). Assim, desenvolvendo uma cultivar

de ciclo curto é possível ter umas florações tardias, escapando às geadas e, ao mesmo

tempo com maturação precoce, permitindo comercialização mais cedo adquirindo um

maior valor comercial. Com isso, o ganho do produtor é maior uma vez que o custo com

defensivos será menor porque o ciclo é pequeno e assim a exposição às intempéries,

doenças e insetos também o é.

A coloração da polpa de pêssego tem um importante papel, no que se refere à

maior ou menor aceitação, por parte do mercado consumidor. A literatura cita que polpa

branca é dominante sobre a amarela e que há um par de genes responsável por este

caráter. Entretanto, há diversos tons de branco e de amarelo, indo do claro ao

alaranjado, passando por tonalidades intermediárias. Possivelmente existam genes de

efeitos menores envolvidos no processo (RASEIRA, comunicação pessoal).

A cor é uma característica de importância crescente em frutos e legumes, não só

para atrair a atenção do consumidor, mas também por causa dos pigmentos que são a

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expressão de compostos benéficos a saúde humana na prevenção de doenças

(SIMON, 1997). A mídia tem influenciado os consumidores no sentido de mudar o

hábito alimentar buscando a utilização de alimentos funcionais, entre estes as frutas.

Alimento funcional é aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais

básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou

fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem

supervisão médica. Entre estes alimentos estão as frutas e hortaliças.

Esse aumento no interesse por alimentos saudáveis tem guiado o melhorista de

plantas no sentido de selecionar variedades com altos conteúdos fenólicos e

capacidade antioxidante. Estão sendo desenvolvidos frutos, com maior conteúdo de

substâncias que promoem saúde e benefícios contra o câncer e doenças relacionadas

com o processo de envelhecimento.

Entretanto, o processo de determinação de fenólicos é demorado e meticuloso, e

portanto, difícil de ser utilizado em todos os segregantes de um programa de

melhoramento que gera mais de cinco mil “seedlings” ao ano. Assim, a seleção indireta,

seria altamente valiosa, desde que se tivesse um caráter de fácil determinação e que

fosse altamente correlacionado com o teor de compostos fenólicos.

O presente trabalho teve por objetivo, estimar a herdabilidade, em pessegueiro

de três caracteres: ciclo, tonalidade da cor da polpa e conteúdo de compostos fenólicos

totais nas frutas. Objetivou também testar a possibilidade de fazer seleção indireta para

alto teor de fenólicos, selecionando para as outras duas características citadas ou para

época de maturação dos frutos.

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REVISÃO DE LITERATURA

O pessegueiro, Prunus persica (L.) Batsch, pertence à família Rosaceae. Seu

número cromossômico é 2n=16, x=8 (KNOWLTON, 1924). É originário da China, onde

se encontra em estado silvestre e apresenta a sua máxima diversidade genética.

Porém, foi cultivado na Pérsia (atual Irã) antes de ser introduzido na Europa, de onde

veio para a América, e por esta razão, a denominação de espécie (pérsica) (HEDRICK,

1917).

Introduzido no Brasil, em 1532, por Martin Afonso de Souza teve sua importância

somente neste século, a partir da década de 60. Antes disso, mais de 80% do pêssego

era importado. A produção comercial desse fruto visa o mercado in natura e o

processamento industrial. Sua exploração concentra-se nos estados do Rio Grande do

Sul, São Paulo, Santa Catarina Paraná e Minas Gerais (MAIA et. al., 1996).

A irregularidade da produção é um dos problemas da fruticultura (TROMP, 1986

apud RODRIGO;HERRERO, 2002). Ano após ano as variações na produção tem sido

relacionada com as condições do clima na primavera.

A duração do ciclo tem uma ampla influência na maturação do fruto, acumulação

de reservas de amido nas raízes e na questão da seca. Existe informação limitada

sobre o efeito de períodos de seca sobre a carga de frutos, dependendo do vigor do

porta-enxerto e o período de desenvolvimento dos frutos. Este pode alterar

grandemente o conteúdo sazonal da matéria seca devido às diferentes atividades em

pêssegos de maturação precoce ou tardia dos tecidos que funcionam como drenos (DE

JONG, et. al., 1987).

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No caso de cultivares de pessegueiros de maturação precoces. o ciclo, peso do

fruto e data de plena floração estão entre as principais características. Souza e Byrne

(2000) consideram que uma redução em 7,5 dias no ciclo, um aumento de 5g no peso

médio do fruto ou uma antecipação em 15 dias na data de plena floração, têm o mesmo

valor econômico.

Em geral, se a herdabilidade no sentido restrito é alta, a seleção baseada no

fenótipo é efetiva (FALCONER, 1989). Byrne (2000) enfatizou que plena floração, ciclo

e vermelhidão no fruto tem herdabilidade para este caráter, maior que 0,65 no sentido

restrito. Enquanto outras características como peso dos frutos, acidez titulável, SST e

formato têm baixos valores de herdabilidade no sentido restrito.

A característica de ciclo curto de desenvolvimento da fruto em pessegueiro é

economicamente importante e a maioria dos programas de melhoramento a tem dentre

de seus objetivos. A herdabilidade estimada por VILELA-MORALES et. al., 1981 foi de

0,98.

Os preços de mercado são, diretamente, dependentes das oscilações de ofertas

e demanda dos produtos. O preço do pêssego destinado à industrialização não foge a

regra. Supersafras ditam, normalmente, preços muito baixos. Visando oferecer, aos

persicultores, alternativas de comercialização, a Embrapa Clima Temperado iniciou a

alguns anos, trabalhos de hibridação e seleção, objetivando à obtenção de cultivares

que servissem ao duplo propósito: comercialização para consumo in natura e para fins

industriais. Para isso, os frutos precisam ter polpa não-fundente, rica em sólidos

solúveis e boa aparência, com certa porcentagem de coloração vermelha na epiderme.

Frutos desse tipo têm uma vantagem extra, mesmo para consumo in natura: a polpa

não-fundente, firme, resiste melhor ao transporte à distância (RASEIRA; NAKASU,

1998).

Por outro lado a cor da polpa do pêssego e nectarina tem importante implicação

para a qualidade nutricional, particularmente em termos de níveis de carotenóides (Gil

et al. 2002). A cor da polpa é controlada por um lócus (Y), com polpa branca dominante

sobre amarela (CONNORS, 1920 apud JANICK; MOORE, 1975).

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6

Diferenças quantitativas em cor entre cultivares de fruto amarelo, como também

a existência de cor de cobertura na epiderme, podem refletir um controle mais complexo

da característica pelo lócus (Y) e/ou a ação de outros lócus (WILLIAMSON et al., 2006).

A qualidade do fruto é um determinante para o seu valor no comércio e a cor é o

componente primário para qualidade (FRANCIS, 1995 apud TOURJEE et. al., 1998).

Conseqüentemente a cor da polpa tem sido identificada como uma importante

característica para mercado pêssego “in natura” (FULEKI; COOK, 1976 apud TOURJEE

et. al., 1998).

A cor pode ser definida como sendo o resultado da interação entre três

elementos distintos: um foco de luz, o objeto iluminado e o observador. Ou seja, os

observadores, também fazem parte da cor. Os olhos e cérebros humanos estão aptos a

distinguir as mais sutis variações nas nuances coloridas. E o mesmo cérebro que

observa a cor como um efeito estético foi capaz de desvendar as leis da física

envolvidas na sua formação e através delas criar um instrumento para medir as cores,

atribuindo- lhes valores numéricos compreensíveis para outros observadores. O

princípio do equipamento chamado espectrofotômetro de luz visível, que utiliza o

sistema CIELAB, está em posicionar a cor no espaço. Um espaço é definido por uma

combinação de coordenadas cilíndricas e cartesianas onde um ponto está associado a

uma cor única. (CIELAB) é um sistema de coordenadas onde: L = Coordenada de

luminosidade (escala de cinza); a, b = Coordenadas de cromaticidade; C = Intensidade;

H = tonalidade (MORALES, internet).

Figura 1 – Sistema CIELAB apresentado graficamente.

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Delwich et. al. (1985) estudando a cor da película de pêssegos usando CIELAB

concluiu que a* é um índice de maturação. Robertson et. al. (1991) concluiu que a* é

muito variável para ser usado como um índice universal de maturação e recomendou o

uso do ângulo hue.

Os pigmentos encontrados nas plantas têm papéis importantes no metabolismo

destas bem como em sua aparência. Eles são importantes para os humanos, atraindo a

atenção e fornecendo nutrientes. A maioria dos pigmentos nas plantas incluem

carotenóides, antocianos e outros flavonóides, betalaínas e clorofilas (KOST, 1988

apud SIMON, 1997).

Os carotenóides são os pigmentos em maiores quantidades. A instabilidade dos

carotenóides com respeito a processos térmicos talvez seja um fator para a

descoloração dos frutos processadas, esse papel é pouco entendido mas

provavelmente seja relacionado a um genótipo específico da composição do

carotenóide e o tipo de processamento térmico utilizado. No entanto, a relativa

contribuição do caroteno para a cor da polpa ainda não foi determinado (TOURJEE et.

al., 1998).

Com a evidência crescente da influência positiva de pigmentos de plantas na

saúde humana, as pesquisas tem mostrado crescente interesse em uma larga gama de

pigmentos vegetais e quimio preventivos. O melhoramento genético para aumentar o

nível de antocianos ou conteúdo de betalaínas teve êxito para diversas espécies de

legumes (DE JONG, 1991 apud EL-SHAFIE; DAVIS, 1967; MIYAZAKI et. al., 1991 apud

WOLYN, GABELMAN, 1990 apud SIMON, 1997).

As plantas produzem uma grande variedade de produtos secundários que

contêm um grupo fenol – um grupo hidroxila funcional em um anel aromático: Tais

substâncias são classificadas como compostos fenólicos. Os fenóis vegetais constituem

um grupo quimicamente heterogêneo, com aproximadamente 10.000 compostos.

Devido à sua diversidade química, os compostos fenólicos apresentam uma variedade

de funções nos vegetais. Muitos agem como compostos de defesa a herbívoros e

patógenos. Outros têm função no suporte mecânico, como atrativo de polinizadores ou

dispersores de frutos, na proteção contra a radiação ultravioleta ou reduzindo o

crescimento de plantas competidoras adjacentes (TAIZ; ZEIGER, 2004).

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Figura 2 – Estrutura de um grupo fenol.

Os pigmentos vegetais são de dois tipos principais: os carotenóides e os

flavonóides. Os carotenóides são compostos terpênicos de cores amarela, laranja e

vermelha, que também atuam como pigmentos acessórios na fotossíntese. Os

flavonóides, por sua vez, são compostos fenólicos que incluem um grande número de

substâncias coloridas (TAIZ; ZEIGER, 2004).

. O grupo mais comum dos flavonóides pigmentados consiste das antocianinas, as

quais são responsáveis pela maioria das cores vermelha, rosa, roxa, azul observadas

no vegetais. Por colorir flores e frutos, as antocianas são de importância vital como

atrativo para polinizadores e dispersores de sementes.

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METODOLOGIA GERAL

O trabalho foi realizado nos anos de 2005 e 2006, nas dependências da

Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS e Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

Porto Alegre/RS.

Foram observadas populações pertencentes aos “seedlings” dos anos de 2000,

2001 e 2002, que apresentam genitores com polpa desde o amarelado ao alaranjado,

com exceção das progênies C-02-189 e C-02-203, as quais seus genitores produzem

frutos de polpa branca. Foram observados 130 indivíduos oriundos de cinco populações

de cruzamentos, efetuados no ano de 2000 (sendo duas oriundas de segunda geração

de cruzamento e as demais, de primeira geração) 190 pertencentes a sete populações

do ano de 2001 (apenas uma oriunda da primeira geração de cruzamento) e 158

pertencentes a sete populações obtidas em 2002 (sendo todas oriundas de segunda

geração de cruzamento) (Tabela 1).

Os genitores dessas progênies têm diferentes épocas de floração e maturação

do fruto, havendo entre eles, precoces como Cons. 844, ‘Cardeal’, ‘Br-3’ e Cons. 693;

de meia estação, como ‘Atenas’ e ‘Maciel’, e tardios, os demais.

Para que houvesse diferentes tonalidades de amarelo na polpa, entre os

indivíduos das progênies, foram escolhidos genitores de polpa amarela cultivares

‘Turmalina’, ‘Maciel’, ‘Riograndense’, ‘Cardeal’, Aurora 1’, seleções Cons. 919, Casc.

925, Cons. 845 e Cons. 1029; e de amarelo alaranjada ou amarelo ouro: ‘Atenas’,

Leonense’, Jubileu’, ‘Cerrito’, Cons. 536 e Cons. 688. Como fonte para pêssegos de

polpa amarelo clara ou creme, trabalhou-se com ‘Bolinha’, ‘Riograndense’e ‘Eldorado’.

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Tabela 1 – Relação de cultivares e progênies utilizadas no

estudo. Pelotas, RS, 2006.

Progênie Genitores Nº de

Plantas C-00-92 Atenas x Maciel 14 C-00-93 Atenas x Riograndense 14 C-00-94 Cons. 693 x Maciel 15

C-00-161* Leonense x (Jubileu)Pl 31 C-00-165* (C-96-106)Pl = (Cons. 688 x Riograndense)Pl 55

C-01-90 Cons. 844 x Riograndense 27

C-01-133* (C-97-96)Pl = (Atenas x Riograndense)Pl 20 C-01-135* (Cons. 888)Pl = (Eldorado x Bolinha)Pl 32 C-01-141* (C-97-43)Pl = (Leonense x Jubileu)Pl 110

C-02-189* (C-99-228)Pl = (Br-3 x Necta Iapar)Pl 51 C-02-203* (C-99-226)Pl = (Br-3 x Conserva 845)Pl 10 C-02-211* (C-99-106)Pl = (Cons. 536 x Riograndense)Pl 30 C-02-224* (C-99-31)Pl = (Bolinha x Cerrito)Pl 33 C-02-227* (C-99-33)Pl = (Cerrito x Cons. 1029)Pl 34

(*) Segunda geração do cruzamento obtida por polinização aberta que, em pessegueiro, corresponde a cerca de 95% de auto fecundação.

Os “seedlings” estavam plantados a campo em espaçamento de 0,50m entre

plantas e 3m entre linhas, e identificados pelo ano e o número do cruzamento. Os

genitores fazem parte da Coleção de Pessegueiro da Embrapa Clima Temperado e

encontram-se no espaçamento de 6 x 3m. Foram observadas três plantas (clones) por

genitor.

As variáveis analisadas tanto nos genitores como nos indivíduos das progênies

foram:

• Ciclo;

• Cor da polpa;

• Presença e ausência de vermelho;

• Conteúdo de compostos fenólicos;

Os experimentos foram realizados no Laboratório de Melhoramento de Plantas

Frutíferas, no Laboratório de Pós-colheita da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas/

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11

RS e no Laboratório de Farmacognosia da Universida Federal do Rio Grande do Sul,

em Porto Alegre/RS.

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CAPITULO I

Herdabilidade do ciclo da floração a maturação

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos a produção de pêssego tem sido prejudicada, devido às

mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global. Estas influenciam a fenologia

dos pessegueiros e o desenvolvimento dos frutos.

Em Pelotas/RS, a época de floração do pessegueiro, considerando as diferentes

cultivares, estende-se de junho a setembro.

A seqüência da floração permanece relativamente constante para distintos anos,

mas as datas podem diferir em vários dias. Segundo Hanshe et al. (1972), esta

diferença é função do frio acumulado no inverno, sendo mais precoce e rápida quanto

mais frio for acumulado. Da mesma forma, a abertura das flores é mais precoce e

rápida na medida em que as temperaturas sejam mais elevadas antes da floração

(KESTER; ASAY, 1993).

Em algumas regiões, a floração precoce pode ser prejudicial, devido à ocorrência

de geadas. Entretanto, a maturação precoce dos frutos é uma característica desejável.

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13

Logo, cultivares de ciclo curto estão entre os objetivos buscados nos programas de

melhoramento.

Um curto período de desenvolvimento de fruto em pessegueiro é uma

importante característica econômica e a maioria dos programas de melhoramento tem

como objetivo a antecipação da produção. Regiões produtoras de pêssego de média e

baixa necessidade em frio têm como um dos principais objetivos o desenvolvimento de

frutos (100 g de peso) e de maturação precoce (ciclo < 80 dias). Porém existe uma

correlação negativa entre peso de fruto, e maturação precoce (SOUZA et. al, 1998).

Vileila-Morales (1981) destacou que a data de maturação é uma característica de

alta herdabilidade e determinada por poucos genes. A expressão de algumas

características é pouco afetada pelo ambiente (características de alta herdabilidade),

enquanto outras são muito afetadas (características de baixa herdabilidade),

(NYQUIST, 1991).

Basicamente os fatores que influenciam na floração e maturação são: altas

temperaturas e índice hídrico. Rodrigo e Herrero (2002) verificaram que o aumento na

temperatura durante o crescimento das gemas reprodutivas antecipou a floração.

O ciclo de maturação dos frutos do pessegueiro pode também variar

consideravelmente, dependendo das características genéticas de cada cultivar.

Existem cultivares com ciclos da florada à maturação, desde 60 até acima de 200

dias. Para pessegueiros com diferentes ciclos de maturação, a duração dos estádios I

(primeiros 35 dias após a floração, caracterizado pelo rápido crescimento do pericarpo,

promovido por uma intensa divisão e multiplicação celular) e II (36º ao 49º dia da

floração, ocorre a parada do crescimento do pericarpo e o endocarpo inicia a sua

lignificação) podem diferir em cinco a dez dias apenas, porém grande variação pode ser

verificada no estádio III (intenso e contínuo crescimento do pericarpo, que perdura até a

maturação do fruto), durante o crescimento final da polpa (BARBOSA et. al., 1990).

Objetivou-se, no presente trabalho, estimar a herdabilidade do caráter ciclo no

pessegueiro, no sentido amplo e restrito, com base em 14 progênies.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado nos anos de 2005 e 2006, nas dependências da

Embrapa Clima Temperado – Pelotas/RS.

Foram observadas populações de “seedlings” oriundos de hibridações realizadas

nos anos de 2000, 2001 e 2002 descritas na metodologia geral. As observações para

este caráter foram realizadas em 62 indivíduos pertencentes a cinco populações do ano

de 2000, sendo duas oriundas de segunda geração de cruzamento e as demais, de

primeira geração, 56 indivíduos pertencentes a quatro populações do ano de 2001,

apenas uma oriunda da primeira geração de cruzamento, e 78 pertencentes a cinco

populações do ano de 2002, sendo todas oriundas de segunda geração de cruzamento.

Portanto, foram observados 186 “seedlings”. Além desses, foram avaliados

também os genitores de cada uma dessas progênies, dos quais se dispunha de três

clones de cada um, obtidos por enxertia.

Para a obtenção do ciclo de cada indivíduo das populações e genitores foram

observadas, duas a três vezes por semana as datas de plena floração e maturação.

Considerou-se plena floração quando 50% das flores estavam abertas e início de

maturação quando foi realizada a primeira colheita. O ciclo foi medido através do

intervalo de dias entre a plena floração e data da primeira colheita.

A variância observada, quanto ao ciclo, entre três clones de um mesmo genitor

deve-se ao efeito ambiental, e a média das variâncias dos genitores foi utilizada para

fins de cálculo, como sendo a variância ambiental média. A variância observada entre

plantas pertencentes a uma população foi resultante do efeito genético mais ambiental,

ou seja, variância total. A variância genética é obtida subtraindo-se da variância total de

cada população a variância ambiental. O cálculo da herdabilidade no sentindo amplo

(H), foi obtido dividindo-se a variância genética de cada população pela variância total.

A estimativa da herdabilidade no sentido restrito, foi obtida pelo método da

regressão linear genitor – progênie (FALCONER, 1989).

Foram construídas distribuições de freqüência e os respectivos histogramas dos

dados (ciclo) referentes ao número de dias entre a plena floração e maturação.

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15

Foi calculada a correlação entre os dados de ciclo de indivíduos observados em

2005 e 2006, para se ter uma idéia da repetibilidade do caráter.

Considerou-se ciclo curto até 100 dias, médio de 101 à 140 e longo mais de 140

dias.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O valor estimado da herdabilidade no sentido amplo para ciclo foi muito alta tanto

em 2005 (h2=0,92), como em 2006 (h2=0,90). A herdabilidade é uma medida do grau

em que o desempenho da progênie pode ser predita, a partir de genitores (Hansche et

al., 1972). Assim, esta estimativa evidencia uma excelente resposta à seleção nesta

população. Os valores obtidos neste trabalho são similares aos obtidos por Souza &

Byrne, (1998) onde h2 foi 0,91.

No primeiro ano (2005) das avaliações não foi possível coletar os dados de ciclo

de alguns pais, em vista de haver sido um ano atípico onde as condições climáticas

foram muito diferentes do normal com muita chuva e calor, fazendo com que algumas

plantas não produzissem frutos.

O número de indivíduos avaliados em cada progênie foi inferior ao inicialmente

planejado. Irregularidade no rendimento da produção é um dos principais problemas na

produção de frutos (TROMP, 1986 apud HERRERO; RODRIGO, 2001). Ano após ano,

variações observadas na colheita têm sido relacionadas com as condições do clima na

primavera. O vento e as baixas temperaturas afetam a atividade das abelhas

interferindo na polinização (DENNIS, 1979 apud HERRERO; RODRIGO, 2002), a

geada pode diminuir o número de gemas, flores e frutos (RODRIGO, 2000). Com isso

explica-se porque apesar do alto número de indivíduos nas populações, apenas em

alguns foi possível avaliar o ciclo.

As figuras 1 a 27 mostram a distribuição dos dados das 14 progênies, em relação

aos pais, nos anos 2005 e 2006. Pelos histogramas pode-se ter uma idéia da

distribuição dos dados. Verificou-se que as progênies dos cruzamentos: ‘Atenas’ x

‘Maciel’; ‘Leonense’ x ‘Jubileu’; (Cons. 536 x ‘Riograndense’)Pl; ‘Bolinha’ x ‘Cerrito’

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16

oriundas de pais de ciclo médio a longo, produziram indivíduos predominantemente de

ciclos semelhantes, isto é médio a longo(Fig. 3, 4, 26).

Figuras 3 a 10 – Distribuição de freqüência para o caráter ciclo nas diferentes progênies de pessegueiro estudadas. P1 = Progenitor feminino, P2 = Progenitor masculino, M1 = Média da progênie, M2 = Média dos pais. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007.

C-00-92 (Atenas x Maciel)

0

1

2

3

4

5

6

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P2M1 = 137

2005

3 C-00-92 (Atenas x Maciel)

0

1

2

3

4

5

6

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P2M1 = 137

2005

3 C-00-92(Atenas x Maciel)

012345678

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

os

ind

ivíd

uo

s

P1

P2M1 = 140M2 = 136

4

2006

C-00-92(Atenas x Maciel)

012345678

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

os

ind

ivíd

uo

s

P1

P2M1 = 140M2 = 136

4

2006

C-00-93(Atenas x Riograndense)

0

1

2

3

4

5

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

5

2005

M1 = 124C-00-93(Atenas x Riograndense)

0

1

2

3

4

5

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

5

2005

M1 = 124 C-00-93(Atenas x Riograndense)

0

12

34

56

7

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P1 P2

2006

M1 = 121M2 = 127

6 C-00-93(Atenas x Riograndense)

0

12

34

56

7

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P1 P2

2006

M1 = 121M2 = 127

6

C-00-94(Cons 693 x Maciel)

0

1

2

3

4

5

6

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

7M1 = 104M2 = 97

P2

P1

C-00-94(Cons 693 x Maciel)

0

1

2

3

4

5

6

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

7M1 = 104M2 = 97

P2

P1

C-00-94(Cons. 693 x Maciel)

0

2

4

6

8

10

12

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P1

P2

8

2006

M1 = 108M2 = 123

C-00-94(Cons. 693 x Maciel)

0

2

4

6

8

10

12

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P1

P2

8

2006

M1 = 108M2 = 123

C-00-161(Leonense x Jubileu(Pl))

0

1

2

3

4

5

6

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

9 M1 = 132M2 = 129

P1P2

C-00-161(Leonense x Jubileu(Pl))

0

1

2

3

4

5

6

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

9 M1 = 132M2 = 129

P1P2

C-00-161(Leonense x Jubileu(Pl))

0

1

2

3

4

5

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Frq

üên

cia

do

s in

div

ídu

os

2006

10 M1 = 129M2 = 141P1P2

C-00-161(Leonense x Jubileu(Pl))

0

1

2

3

4

5

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Frq

üên

cia

do

s in

div

ídu

os

2006

10 M1 = 129M2 = 141P1P2

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17

Figuras 11 a 18 – Distribuição de freqüência para o caráter ciclo nas diferentes progênies de pessegueiro estudadas. P1 = Progenitor feminino, P2 = Progenitor masculino, M1 = Média da progênie, M2 = Média dos pais. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007.

C-00-165=(Cons. 688 x Riograndense)Pl

0

1

2

3

4

5

6

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

11 C-00-165=(Cons. 688 x Riograndense)Pl

0

1

2

3

4

5

6

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

11 C-00-165(Cons. 688 x Riograndense)Pl

0

2

4

6

8

10

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

12 M1 = 130 M2 = 135

P2

P1C-00-165(Cons. 688 x Riograndense)Pl

0

2

4

6

8

10

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

12 M1 = 130 M2 = 135

P2

P1

C-01-90(Cons. 844 x Riograndense)

0

2

4

6

8

10

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

13P1

M1 = 137C-01-90(Cons. 844 x Riograndense)

0

2

4

6

8

10

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

13P1

M1 = 137 C-01-90(Cons. 844 x Riograndense)

0

2

4

6

8

10

12

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)F

req

üên

cia

de

in

div

ídu

os

2006

14 M1 = 115M2 = 115

P1

P2C-01-90(Cons. 844 x Riograndense)

0

2

4

6

8

10

12

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)F

req

üên

cia

de

in

div

ídu

os

2006

14 M1 = 115M2 = 115

P1

P2

C-01-133(Atenas x Riograndense)Pl

0

2

4

6

8

10

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

15 M1 = 100C-01-133(Atenas x Riograndense)Pl

0

2

4

6

8

10

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

15 M1 = 100 C-01-133(Atenas x Riograndense)Pl

0

1

2

3

4

5

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

di

víd

uo

s

2006

16

P1P2

M1 = 115M2 = 127

C-01-133(Atenas x Riograndense)Pl

0

1

2

3

4

5

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

di

víd

uo

s

2006

16

P1P2

M1 = 115M2 = 127

C-01-135(Eldorado x Bolinha)Pl

0

2

4

6

8

10

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

17

P1 P2

M1 = 129M2 = 186

C-01-135(Eldorado x Bolinha)Pl

0

2

4

6

8

10

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

17

P1 P2

M1 = 129M2 = 186

C-01-135(Eldorado x Bolinha)Pl

0

0.51

1.52

2.53

3.5

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

18 M1 = 121M2 = 154

P1P2

C-01-135(Eldorado x Bolinha)Pl

0

0.51

1.52

2.53

3.5

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

18 M1 = 121M2 = 154

P1P2

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTASguaiaca.ufpel.edu.br/bitstream/123456789/2113/1/...“A vida não é um corredor reto e tranqüilo que nós percorremos livres e sem empecilhos, mas

18

Figuras 21 a 28 – Distribuição de freqüência para o caráter ciclo nas diferentes progênies de pessegueiro estudadas. P1 = Progenitor feminino, P2 = Progenitor masculino, M1 = Média da progênie, M2 = Média dos pais. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007.

C-0-141(Leonense x Jubileu)Pl

0

24

68

1012

14

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

19 M1 = 136M2 = 129

P1 P2

C-0-141(Leonense x Jubileu)Pl

0

24

68

1012

14

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

19 M1 = 136M2 = 129

P1 P2

C-01-141(Leonense x Jubileu)Pl

0246

8101214

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

20 M1 = 148M2 = 140

P1 P2

C-01-141(Leonense x Jubileu)Pl

0246

8101214

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

20 M1 = 148M2 = 140

P1 P2

C-02-189(Br-3 x Necta Iapar)Pl

0

2

4

6

8

10

12

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

21 M1 = 107P1

C-02-189(Br-3 x Necta Iapar)Pl

0

2

4

6

8

10

12

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

21 M1 = 107P1

C-02-189(Br-3 x Necta Iapar)Pl

0

5

10

15

20

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)F

req

üên

cia

de

ind

ivíd

uo

s

22

2006

M1 = 114

P1

C-02-189(Br-3 x Necta Iapar)Pl

0

5

10

15

20

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)F

req

üên

cia

de

ind

ivíd

uo

s

22

2006

M1 = 114C-02-189(Br-3 x Necta Iapar)Pl

0

5

10

15

20

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)F

req

üên

cia

de

ind

ivíd

uo

s

22

2006

M1 = 114

P1

C-02-203(Br-3 x Cons. 845)Pl

0

1

2

3

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

23 M1 = 117M2 = 111

P1 P2

C-02-203(Br-3 x Cons. 845)Pl

0

1

2

3

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

23 M1 = 117M2 = 111

P1 P2

C-02-203(Br-3 x Cons. 845)Pl

0

1

2

3

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

q6u

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

24 M1 = 126M2 = 152

P1

P2

C-02-203(Br-3 x Cons. 845)Pl

0

1

2

3

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

q6u

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

24 M1 = 126M2 = 152

P1

P2

C-02-211(Cons. 536 x Riograndense)Pl

0

1

2

3

4

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

M1 = 133

2005

25P1

C-02-211(Cons. 536 x Riograndense)Pl

0

1

2

3

4

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

M1 = 133

2005

25P1

C-02-211(Cons. 536 x Riograndense)Pl

0

2

4

6

8

10

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

26 M1 = 140M2 = 133

P2

P1C-02-211(Cons. 536 x Riograndense)Pl

0

2

4

6

8

10

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

26 M1 = 140M2 = 133

P2

P1

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTASguaiaca.ufpel.edu.br/bitstream/123456789/2113/1/...“A vida não é um corredor reto e tranqüilo que nós percorremos livres e sem empecilhos, mas

19

Figuras 27 - 29 – Distribuição de freqüência para o caráter ciclo nas diferentes progênies de pessegueiro estudadas. P1 = Progenitor feminino, P2 = Progenitor masculino, M1 = Média da progênie, M2 = Média dos pais. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007.

Seguindo a mesma tendência, nos cruzamentos: ‘Atenas’ x ‘Riograndense’;

Cons. 844 x ‘Riograndense’; (‘Atenas’ x ‘Riograndense’)Pl; ‘Br-3’ x ‘Necta Iapar’ em que

os pais são de ciclo médio, os “seedlings” da progênie também foram

predominantemente de ciclo médio (Fig. 6, 14, 22).

Houve uma maior concentração de indivíduos próximo ao genitor mais precoce,

nos cruzamentos C-00-94, C-00-165, C-00-161 este último apenas em 2006 (Fig. 7, 8,

10, 12 e 24), e próximo ao genitor de ciclo mais longo, nos cruzamentos representados

nas figuras 19 e 28.

Verificou-se em todas as progênies segregação transgressiva, isto é, indivíduos

de ciclo mais longo e/ou mais curto que qualquer dos progenitores.

Das quatorze progênies estudadas para este caráter, em pelo menos oito delas

(00-94; 00-161; 00-165; 02-189; 02-203; 02-211; 02-224 e 02-227), houve tendência de

uma maior concentração de “seedlings” na classe correspondente ao ciclo da planta

mãe. Ha situações em que a contribuição da mãe para o valor fenotípico de sua

C-02-224(Bolinha x Cerrito)Pl

0

1

2

3

4

5

6

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

27 M1 = 146P1

C-02-224(Bolinha x Cerrito)Pl

0

1

2

3

4

5

6

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2005

27 M1 = 146P1

C-02-224(Bolinha x Cerrito)Pl

0

2

4

6

8

10

12

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

28M1 = 157M2 = 159

P2

P1

C-02-224(Bolinha x Cerrito)Pl

0

2

4

6

8

10

12

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

28M1 = 157M2 = 159

P2

P1

C-02-227(Cerrito x Cons. 1029)Pl

0

24

68

1012

14

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

29 P1 M1 = 155C-02-227(Cerrito x Cons. 1029)Pl

0

24

68

1012

14

80-100 101-120 121-140 141-160 161-180

Ciclo (Nº de dias)

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

2006

29 P1 M1 = 155

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20

progênie vai além da metade de seus genes, pois as características relacionadas com o

efeito materno que a mãe apresenta têm grande influência sobre o desempenho das

plantas. De acordo com Ramalho et. al. (1989), o efeito materno na expressão desses

caracteres se manifesta por uma ou no máximo duas gerações de descendentes.

Entretanto, no caso presente seria necessário repetições do trabalho com maior

numero de progênies e indivíduos por progênie para poder examinar tal efeito. Por

outro lado, com exceção das progênies 00-92; 01-90; 02-211; 02-224 e 02-227 (Fig

4,14,26, 28 e 29) houve tendência de maior concentração de “seedlings” nos ciclos

menos longos, o que de certa forma acompanha as conclusões de HOUGH; BAILEY,

1959 apud JANICK; MOORE (1975).

De acordo com o Teste t de Student as cultivares ‘Atenas’, ‘Leonense’, Jubileu’,

‘Br-3’ e as seleções Cons. 536, Cons. 845 apresentaram-se como melhores

progenitores para transmissão do caráter ciclo, uma vez que suas médias não diferiram

ao nível de significância de 5% da média de suas progênies. Enquanto as progênies

(Cons. 693 x ‘Maciel’)Pl, (Cons. 844 x Riograndense), (Atenas x Riograndense)Pl e

(Eldorado x Bolinha) diferiram da média dos pais.

A regressão entre os genitores e as progênies a partir das quais a herdabilidade

(h2) foi calculada é representada na figura 30.

As populações analisadas mostraram que, a maior parte da variabilidade

genética é aditiva. Os desvios poderiam ser atribuídos a genes de efeito maior ou a um

possível efeito materno. A herdabilidade (h2) para este caráter foi estimada em

0,65±0,28. Assim, um procedimento simples (direto) de seleção de genitores com base

no fenótipo, e seu posterior cruzamento, poderá trazer ganhos genéticos de forma

rápida, em poucas gerações.

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21

100

110

120

130

140

150

160

100 110 120 130 140 150 160 170

Média dos Genitores

Méd

ia d

a P

rogê

nie

Figura 30 – Herdabilidade para o ciclo; cada média das

progênies foi plotada contra a média dos

genitores.

A média das progênies foi, em geral, próxima a dos genitores. Apenas em

duas delas as diferenças foram superiores a vinte dias.

A repetibilidade de um caráter expressa a proporção da variância de medidas

simples, que é causada pelas diferenças permanentes ou não, localizadas entre

indivíduos, tanto genética como de ambiente. A repetibilidade difere bastante, de

acordo com a natureza do caráter, e também de acordo com as propriedades genéticas

da população, e as condições do ambiente sob as quais os indivíduos são mantidos

(FALCONER, 1989). O caráter ciclo apresentou uma repetibilidade média (r2=0,36),

apesar deste fator ser muito influenciado pelas condições climáticas, (Fig. 28),

principalmente temperatura, luminosidade e estresse hídrico.

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22

y = 0.4489x + 73.808

R2 = 0.3644

0

50

100

150

200

0 50 100 150 200 250

2006

2005

Figuras 31 – Repetibilidade do caráter ciclo nos dois anos de avaliações. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007.

4. CONCLUSÕES

• A herdabilidade do caráter ciclo de desenvolvimento do fruto (da floração a

maturação) é alta.

• Cruzamentos com genitores escolhidos pelo fenótipo possibilitam rápido ganho

genético para o caráter ciclo.

• A herança do caráter ciclo é predominantemente aditiva.

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CAPITULO II

Herdabilidade da cor da polpa de pessegueiro

1. INTRODUÇÃO

Escritas originais na China demonstram que pêssegos de polpa branca e

amarela eram produzidos há mais de mil anos atrás (HEDRICK, 1917). Recentemente,

foi comprovado que a polpa amarela domina o mercado de cultivares no mercado

americano, porém, quase 30% dos pêssegos produzidos na Califórnia são do tipo polpa

branca (USDA, 2005 apud WILLIAMSON et. al., 2006). A cor da polpa para pêssegos e

nectarinas (Prunus persica) tem uma importante implicação na qualidade nutricional,

particularmente em termos de níveis de carotenóides (GIL et. al., 2002). A cor da polpa

é controlada por um lócus simples (Y) com polpa branca dominante sobre amarela

(CONNORS, 1920 apud JANICK; MOORE, 1975).Polpa vermelha como os pêssegos

de origem chinesa são controlados por um outro locus separado (OKIE, 1998 apud

WILLIAMSON et. al., 2006). Diferenças quantitativas em cor entre cultivares de fruto

amarela, como também a existência de outra cor da epiderme, podem refletir um

controle mais complexo da característica pelo locus Y e ou a ação de outros loci

(WILLIAMSON et. al., 2006).

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24

Muitos pêssegos de polpa amarela têm sido desenvolvidos pelo programa de

melhoramento da Embrapa Clima Temperado. Em parte esse fato deve-se à região

produtora em que se encontra, famosa por suas indústrias de pêssego em conserva.

Nos dias atuais, a busca incessante do pesquisador em oferecer alternativas ao

produtor rural fez com que desenvolvessem pêssegos de polpa amarela com maior teor

de açúcar e cor de película mais atrativa, originando pêssegos denominados de dupla

finalidade, que servem tanto para indústria quanto para o mercado “in natura”.

Sabe-se que o cruzamento entre um indivíduo homozigoto para polpa branca

(YY) e um homozigoto amarelo (yy) originará toda a progênie F1 com polpa branca

(Yy). Por outro lado, não se conhece como e por quê ocorre variação da tonalidade do

amarelo na polpa, observada em populações segregantes.

Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi observar o modo como se distribui a

cor da polpa em populações de diferentes combinações e calcular a herdabilidade

deste caráter.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado nos anos de 2005 e 2006, nas dependências da

Embrapa Clima Temperado – Pelotas/RS.

Foram utilizadas populações oriundas de progenitores com polpa amarelo-claro,

amarelo e ou alaranjada (C-00-92, C-00-93, C-00-94, C-00-161, C-00-165, C-01-90, C-

01-133, C-01-135, C-01-135, C-02-211). Cada progenitor está representado por três

plantas (clones) e de cada uma foi colhida cinco frutos. Cada fruto foi colhido em um

dos quatro quadrantes da planta e um do centro da copa, devido à exposição solar

variar conforme a localização na planta. Foram colhidas amostras de todos os seedlings

das progênies em estudo, que produziram nos citados anos (Tabela 2).

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25

Tabela 2 – Número de indivíduos avaliados em cada progênie, quanto a tonalidade da

cor de polpa, medida por colorímetro ou por comparação com os cartões da

Royal Society of Horticulture.

Progênie ♀ ♂ Cor da polpa Nº de indivíduos

♀ ♂ Colorímetro Cartão C-00-92 Atenas Maciel amarela alaranjada amarela 15 11 C-00-93 Atenas Riograndense amarela alaranjada amarelo claro 9 11 C-00-94 Cons. 693 Maciel amarela 10 11 C-00-161 Leonense Jubileu amarela alaranjada amarela alaranjada 22 20 C-00-165 Cons. 693 Riograndense amarelo claro 32 21

C-01-90 Cons. 844 Riograndense amarelo claro 21 26 C-01-133 Atenas Riograndense amarela alaranjada amarelo claro 10 10 C-01-135 Eldorado Bolinha amarelo claro amarelo claro 17 21 C-01-141 Leonense Jubileu amarela alaranjada amarela alaranjada 9 42

C-02-211 Cons. 536 Riograndense amarela alaranjada amarelo claro 2 16 C-02-224 Bolinha Cerrito amarelo claro amarela alaranjada 2 17

Para a avaliação da cor da polpa, foram realizados quatro cortes, os dois

primeiros superficialmente para a retirada da casca e realização das primeiras leituras

com o uso do colorímetro, em dois lados opostos do frutos, o que foi chamado leitura

externa. Depois foi realizado um corte mais profundo, porém não muito próximo ao

caroço para realizar a leitura interna, uma vez que a cor da polpa varia um pouco.

Foi utilizada a leitura interna para fins de cálculos, uma vez que esta não diferiu

da leitura externa.

A coloração dos pêssegos foi medida com colorímetro eletrônico (Figura 1),

marca Minolta 300, usando iluminante D65 com abertura de 8mm de diâmetro calibrado

segundo a orientação do fabricante. Este aparelho efetua a leitura da cor em escala

tridimensional L* a* b* ou CIELAB, onde os valores de L* correspondem a luminosidade

ou claridade e variam de 100 (branco) a zero (preto), as coordenadas a* e b* indicam a

saturação da cor: - a* é a direção do verde, e + a* é a direção do vermelho; -b* é a

direção do azul, e +b* é a direção do amarelo. A partir destes valores calcula-se o

correspondente ângulo hue (°h = tan-1 b*/a*) que expressa a tonalidade da cor. O

ângulo h° é definido como iniciando no eixo +a* e é expresso em graus, sendo que zero

corresponde a +a* (vermelha), 90° corresponde a +b* (amarela), 180° corresponde a -

a* (verde) e 270° corresponde a -b*(azul) (TREVISAN, 2003) (Figura 32).

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26

Devido ao colorímetro estar indisponível por um longo período de tempo,

comprometendo as avaliações, foram utilizados também os cartões de cores da Royal

Society of Horticulture (Fig. 34). Para cálculo da herdabilidade entretanto, o código do

cartão foi transformado em Ângulo Hue, conforme tabela proposta VOSS, 1992 (Anexo

A).

Figura 32 - Colorímetro eletrônico, marca Minolta 300.

Figura 33 – Diagrama de cromaticidade.

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27

Figura 34 – Cartão de cores da Royal Society of Horticulture

A média das variâncias observadas, quanto à cor, entre clones de um mesmo

genitor forneceu uma média do efeito ambiental, e a média das variâncias dos genitores

foi utilizada para fins de cálculo, como sendo a variância ambiental média. A variância

observada entre plantas pertencentes a uma população foi resultante do efeito genético

mais ambiental, ou seja, variância total. A variância genética foi obtida subtraindo-se da

variância total de cada população a variância ambiental. O cálculo da herdabilidade no

sentindo amplo (H), foi obtido dividindo-se a variância genética de cada população pela

variância total.

A herdabilidade no sentido amplo foi calculada com os dados obtidos com o

colorímetro e cartão separadamente. Não foi calculada a herdabilidade no sentido

restrito, devido à ter-se poucos dados por progênie e falta de análise de alguns pais no

colorímetro (por problemas com o aparelho).

Foram construídas distribuições de freqüência e os histogramas dos dados (cor)

referentes as análises realizadas com colorímetro e cartão. Os limites de cores amarelo

claro, amarelo e amarelo alaranjado foram atribuídos de acordo com VOSS, 1992

(Anexo A).

Foi também avaliada em todas as populações a presença ou ausência de

vermelho na epiderme e polpa dos frutos. Através do teste do qui-quadrado foi testada

a hipótese de herança monogênica.

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28

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O conhecimento do grau de herdabilidade de um caráter permite estimar o nível

de relação existente entre o desempenho de uma planta-mãe e suas progênies em

gerações subseqüentes (CARVALHO et al., 1981).

Os valores estimados de herdabilidade no sentido amplo (H), para intensidade da

cor de polpa amarela, variaram entre 0,25 (cartão) a 0,90 (colorímetro). Valores entre

0,47 e 0,93 para H têm sido descritos como altos, por um grande número de

pesquisadores (CARVALHO et. al., 1081; HANSCHE, 1990; REDDI et al., 1969).

As figuras 35 a 42 mostram a freqüência dos indivíduos das progênies bem como

dos genitores, quanto à tonalidade da cor da polpa (avaliações feitas com colorímetro),

distribuídas em três classes: amarelo-claro, amarelo e amarelo-alaranjado.

Nas figuras 36, 39, 40 e 41 não aparece a média do progenitor masculino, pelo

fato de que as cultivares Riograndense e Bolinha não produziram frutos no ano em que

foi utilizado o colorímetro.

Pode-se observar segregação transgressiva, uma vez que alguns indivíduos

eram mais claros ou mais escuros que qualquer dos pais.

Com exceção das progênies nos cruzamentos C-00-93 e C-00-161 ‘Atenas’ x

‘Riograndense’ e (‘Leonense’ x ‘Jubileu’)Pl (Fig. 36 e 38), observou-se uma maior

freqüência de indivíduos com polpa de tonalidade semelhante à planta mãe, o que

sugere um efeito materno. As figuras 43 a 52 mostram a distribuição dos seedlings e

pais, quando avaliados pelos cartões de cores. Apesar das diferenças entre o método

cartão e o colorímetro, quanto a distribuição dos indivíduos nas três classes, também

nesse caso, a maior concentração de indivíduos da progênie foi na classe da planta

mãe (P1).

Os valores obtidos com o colorímetro para Ângulo Hue variaram entre

74,64° e 89,21,° o que está próximo aos valores encontrados por Williamson (2006), o

qual, ao analisar pêssegos de polpa amarela e amarela alaranjada encontrou valores

de Ângulo Hue variando entre 73° a 86°. Enquanto os valores obtidos com o cartão e

transformados em Ângulo Hue variaram entre 53,08° e 89,93°.

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29

A utilização do cartão é um método menos preciso, pois está sujeito a diferenças

na intensidade de luz e principalmente a erros do observador. Possivelmente resulte dai

a diferença entre os valores de herdabilidade encontrados.

Figuras 35 a 38 – Distribuição de freqüência para o caráter tonalidade da cor nas diferentes progênies utilizadas do pessegueiro, analisadas com colorímetro. P1 = Progenitor feminino, P2 = Progenitor masculino, M1 = Média da progênie, M2 = Média dos pais. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007.

C-00-92 Atenas x Maciel

024

68

1012

14

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üênc

ia d

e in

diví

duos

P1P2

M1 = 80,63M2 = 79,7735 C-00-92 Atenas x Maciel

024

68

1012

14

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üênc

ia d

e in

diví

duos

P1P2

M1 = 80,63M2 = 79,7735

C-00-94 Cons. 693 x Maciel

0

1

2

3

4

5

6

7

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üên

cia

de

indi

vídu

os

P1P2

M1 = 80,75M2 = 78,72

37 C-00-94 Cons. 693 x Maciel

0

1

2

3

4

5

6

7

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üên

cia

de

indi

vídu

os

P1P2

M1 = 80,75M2 = 78,72

37 C-00-161 Leonense x Jubileu (Pl)

0

2

4

6

8

10

12

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üênc

ia d

e in

diví

duos

P1P2

M1 = 83,35M2 = 79,44

38 C-00-161 Leonense x Jubileu (Pl)

0

2

4

6

8

10

12

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üênc

ia d

e in

diví

duos

P1P2

M1 = 83,35M2 = 79,44

38

C-01-90 Cons. 844 x Riograndense

024

68

1012

14

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Frqü

ênci

a de

indi

vídu

os

P1M1 = 80,6139 C-01-90 Cons. 844 x Riograndense

024

68

1012

14

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Frqü

ênci

a de

indi

vídu

os

P1M1 = 80,6139 C-01-133 (Atenas x Riograndense)Pl

0

2

4

6

8

10

12

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üên

cia

de

indi

vídu

os

P1

M1 = 76,3240 C-01-133 (Atenas x Riograndense)Pl

0

2

4

6

8

10

12

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üên

cia

de

indi

vídu

os

P1

M1 = 76,3240

C-00-93 Atenas x Riograndense

0

1

2

3

4

5

6

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

qüê

nci

a d

e in

div

ídu

os

P1

M1 = 81,5236 C-00-93 Atenas x Riograndense

0

1

2

3

4

5

6

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

qüê

nci

a d

e in

div

ídu

os

P1

M1 = 81,5236

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTASguaiaca.ufpel.edu.br/bitstream/123456789/2113/1/...“A vida não é um corredor reto e tranqüilo que nós percorremos livres e sem empecilhos, mas

30

Figuras 39 a 42 – Distribuição de freqüência para o caráter tonalidade da cor nas diferentes progênies utilizadas do pessegueiro, analizadas com colorímetro. P1 = Progenitor feminino, P2 = Progenitor masculino. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007.

Figuras 43 a 44 – Distribuição de freqüência para o caráter tonalidade da cor nas diferentes progênies utilizadas do pessegueiro, analizadas com cartão. P1 = Progenitor feminino, P2 = Progenitor masculino. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007.

C-01-135 (Eldorado x Bolinha)Pl

0

2

4

6

8

10

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üên

cia

de

indi

vídu

os

P1M1 = 83,7541 C-01-135 (Eldorado x Bolinha)Pl

0

2

4

6

8

10

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üên

cia

de

indi

vídu

os

P1M1 = 83,7541 C-01-141 (Leonense x Jubileu)Pl

0

1

2

3

4

5

6

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üên

cia

de

indi

vídu

os

P1P2

M1 = 82,65M2 = 79,44

42 C-01-141 (Leonense x Jubileu)Pl

0

1

2

3

4

5

6

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üên

cia

de

indi

vídu

os

P1P2

M1 = 82,65M2 = 79,44

42

C-00-92 (Atenas X Maciel)

0

2

4

6

8

10

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P2

P143 C-00-92 (Atenas X Maciel)

0

2

4

6

8

10

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P2

P143 C-00-93 (Atenas x Riograndense)

0

2

4

6

8

10

12

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P1

P2

44C-00-93 (Atenas x Riograndense)

0

2

4

6

8

10

12

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P1

P2

44

C-00-94 (Cons. 693 x Maciel)

0

2

4

6

8

10

12

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P2

P145 C-00-94 (Cons. 693 x Maciel)

0

2

4

6

8

10

12

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P2

P145 C-00-161 Leonense x Jubileu(Pl)

02468

10121416

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

46 P1P2C-00-161 Leonense x Jubileu(Pl)

02468

10121416

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

46 P1P2

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31

Figuras 45 a 52 – Distribuição de freqüência para o caráter tonalidade da cor nas diferentes progênies utilizadas do pessegueiro, analizadas com cartão. P1 = Progenitor feminino, P2 = Progenitor masculino. Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, 2007.

BLAKE (1932 apud JANICK; MOORE, 1975), relatou que a cor vermelha ao

redor do caroço era dominante sobre sua ausência, mas não apresentou dados. Se

verdadeiro, este carácter deveria ter também fatores modificadores, uma vez que

diferenças na intensidade do vermelho na cavidade que abriga o endosperma são

facilmente notadas. Classes que seriam normalmente consideradas como sem

vermelho ao redor do caroço, apresentam frequentemente um leve rosado, enquanto

outras apresentam ausência completa de todas as antocianinas. Poderia haver um

C-00-165(Con.688 x Riograndense)

02468

10121416

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P147

P2

C-00-165(Con.688 x Riograndense)

02468

10121416

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P147

P2

C-01-90 (Cons. 844 x Riograndense)

0

5

10

15

20

25

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P148

P2

C-01-90 (Cons. 844 x Riograndense)

0

5

10

15

20

25

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ênci

a d

e in

div

ídu

os

P148

P2

C -01-133 (Atenas x R iog ran den se)P l

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Amare lo C laro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ên

cia

de

in

div

ídu

os P149

P2

C -01-133 (Atenas x R iog ran den se)P l

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Amare lo C laro Amarelo Alaranjado

Cor

Fre

ên

cia

de

in

div

ídu

os P149

P2

C-01-135(Leonense x Jubileu)Pl

0

2

4

68

10

12

14

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

CorF

req

üên

cia

de

ind

ivíd

uo

s

P1 P250 C-01-135(Leonense x Jubileu)Pl

0

2

4

68

10

12

14

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

CorF

req

üên

cia

de

ind

ivíd

uo

s

P1 P250

C-01-141 (Leonense x Jubileu)Pl

0

5

10

15

20

25

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üênc

ia d

e in

div

ídu

os

P1 P251 C-01-141 (Leonense x Jubileu)Pl

0

5

10

15

20

25

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üênc

ia d

e in

div

ídu

os

P1 P251 C-02-211(Cons. 536 x Riograndense)Pl

02

468

10

1214

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üênc

ia d

e in

div

ídu

os

P152

P2

C-02-211(Cons. 536 x Riograndense)Pl

02

468

10

1214

Amarelo Claro Amarelo Alaranjado

Cor

Freq

üênc

ia d

e in

div

ídu

os

P152

P2

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32

gene simples de efeito maior, modificado pela ação adicional de outro gene (JANICK;

MOORE, 1975).

Através do Teste do “Qui-quadrado”, testou-se a hipótese do citado autor

considerando-se, no caso da presença de vermelho as hipóteses dos genótipos serem

homozigotos ou heterozigotos (VV ou Vv). Os resultados obtidos encontram-se na

Tabela 3. Pode-se verificar que os mesmos não são conclusivos, pois a hipótese de

herança monogênica com dominância para presença de vermelho poderia ser aceita

para quatro progênies e rejeitada para outras quatro. Verificou-se entretanto, que em

todas as progênies F1, a hipótese poderia ser aceita. Assim a diferença em relação as

progênies F2 poderia ser pelo fato de tratar-se de indivíduos obtidos por polinização

aberta. Embora o pessegueiro seja autopolinizado, admite-se que possa haver em

torno de 5% de polinização cruzada, (HESSE 1975).

Outro fator importante é o pequeno número de indivíduos por progênie, sendo

recomendável novas observações com maior número de famílias e indivíduos.

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33

Tabela 3 – Teste de Herança monogênica dominante para a presença de vermelho na polpa em 8 progênies de pessegueiro.

Progênie Cruzamento (1) F1 Observado Esperado x2 (2) P(3)

C/

vermelho S/

vermelho C/

vermelho S/

vermelho C-00-92 Atenas x Maciel

vv vv vv 0 8 0 8 C-00-93 Atenas x Riograndense

vv VV ou Vv Vv 100% Vv 50% 4 8 6 6 3,708 0,10 < p < 0,05 vv 50%

C-00-94 Cons. 693 x Maciel vv vv vv 0 8 0 8

C-00-161 Leonense x Jubileu (Pl) vv vv vv 7 5 0 12

C-00-165 (Cons. 688 x Riograndense)Pl VV ou Vv VV ou Vv VV Vv 14 0 10 3 5,308 0,05 < p < 0,02 vv

C-01-141 (Leonense x Jubileu)Pl VV ou Vv vv VV

Vv 4 20 18 6 43,54 p << 0,001 vv C-02-224 (Bolinha x Cerrito)Pl

vv vv vv 0 12 0 12 C-02-211 (Cons. 536 x Riograndense)Pl vv VV ou Vv VV Vv 6 6 9 3 3,44 0,10 < p < 0,05 vv

(1) vv – foi considerado como genótipo dos progenitores sem vermelho na polpa.

(1) VV ou Vv - foi considerado como genótipo dos progenitores com vermelho na polpa

(2) qui-quadrado calculado, utilizando a correção de Yates. (3) probabilidade de um valor maior ou igual que o obtido.

4. CONCLUSÃO

Em estudos mais detalhados, como os de herança por exemplo, a utilização do

cartão de cores não é eficiente.

A herdabilidade no sentido amplo é alta para o caráter cor da polpa, indicando

elevado avanço genético para este caráter.

Em cruzamentos para determinada tonalidade de cor é interessante que a planta

mãe produza frutos da tonalidade buscada.

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CAPITULO III

Herdabilidade de compostos fenólicos

1. INTRODUÇÃO

O consumo de frutos na alimentação humana deixou de ser somente um prazer

para converter-se em uma necessidade, dada às boas características que as mesmas

têm para a saúde e bem-estar do homem. Os frutos são fontes de energia,

carboidratos, diversas vitaminas, minerais e compostos com propriedades bioativas,

além de que proporcionam variedade e sabor à dieta, constituindo parte importante

desta (ALVES, et. al., 2006).

Nos últimos anos tem havido crescente interesse em estudar os compostos

fenólicos em frutos e vegetais, devido a seus benefícios para a saúde. Os polifenóis

contidos nos frutos apresentam uma larga gama de compostos com atividades

antioxidantes. A composição de compostos fenólicos nos frutos varia muito entre as

cultivares de pessegueiro (GIL, et. al., 2002).

A concentração de pigmentos e o tipo dos mesmos são diretamente relacionados

com a estabilidade da cor. Esta é limitada pelo pH, luz solar, oxigênio, enzimas e

metais. Pigmentos carotenóides são completamente estáveis para seleção visando alta

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concentração de carotenóides em certos frutos como damasco, pêssego, ameixa,

melão garantindo uma boa qualidade no fruto (JANICK, 1995).

Diversas pesquisas vêm sendo realizadas nos diferentes segmentos visando à

descoberta de novas fontes nutricionais. A importância desses compostos para a saúde

humana tem levado pesquisadores a realizarem estudos, buscando determinar as

concentrações destes, nos alimentos mais consumidos e em especial nas frutos

(ALVES et. al., 2006).

Desde 1983, na Europa e E.U.A já eram conduzidas pesquisas com vitaminas.

Recentemente há um novo interesse em conhecer conteúdo nutricional de todos os

alimentos, incluindo frutos, e para o futuro, aumentar a seleção de genótipos que

produzam frutos com alto conteúdo vitamínico e de compostos antioxidantes. Na Texas

A&M University, o Programa de Melhoramento de Prunus, começou a desenvolver

cultivares de pêssego e ameixa com polpa vermelha, para o mercado “in natura”.

Pêssegos [Prunus persica (Batsch) L.] e ameixas (Prunus salicina Erhr. e híbridos)

apresentam de uma variedade de polpas coloridas, indo do verde passando por branco

- amarelo - laranja até vermelho próximo ao bordô. O pigmento que proporciona polpa

vermelha ao pêssego e ameixa pertence ao grupo dos compostos fenólicos, as

antocianinas (CEVALLOS et. al. 2001).

O melhoramento do pessegueiro tem sido um dos mais dinâmicos, com mais de

500 cultivares lançadas no mundo, no período de 1990 a 1996. Durante o

desenvolvimento dos diversos programas, as prioridades e os atributos de qualidade

sofrem variações, porque o processo é dinâmico. O melhorista deve estar atento as

mudanças nas preferências do consumidor mudanças de hábitos, as modificações

climáticas, etc. Mas, não basta apenas que ele esteja atento aos anseios da sociedade

de hoje e conheça as tendências sociais e econômicas; ele deve ter uma visão do

futuro. Raseira; NAKASU (2002), destacam como um dos objetivos dos programas de

melhoramento aumento do teor de caroteno, ácido ascórbico e de antocioxidantes.

Concluem que a atividade antioxidante em pêssegos é principalmente devida ao

conteúdo total de fenólicos. Estes têm mais alta correlação com a atividade antioxidante

do que o grupo dos antocianos ou carotenóides (VIZZOTTO et. al., 2007).

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Em vista disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a herdabilidade dos

compostos fenólicos no sentido amplo e determinar o conteúdo de fenólicos totais em

alguns genótipos. Objetivou-se também verificar se o conteúdo de fenólicos totais era

altamente correlacionado com algum caráter de fácil avaliação, a fim de que fosse

possível uma seleção indireta para este caráter.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado nos anos de 2005 e 2006, com frutos provenientes das

coleções da Embrapa Clima Temperado – Pelotas/RS.

Foram observadas algumas populações pertencentes aos “seedlings” de

hibridações realizadas nos anos de 2000 e 2001 descritas na metodologia geral. Foram

observados 20 indivíduos pertencentes a cinco populações do ano de 2000 (sendo

duas oriundas de segunda geração de cruzamento e as demais, de primeira geração),

além de 20 pertencentes a quatro populações do ano de 2001 (apenas uma oriunda da

primeira geração de cruzamento) e cinco pertencentes a quatro populações do ano de

2002 (sendo todas oriundas de segunda geração de cruzamento). Portanto, foram

avaliados um total de 45 genótipos e mais os genitores.

Foram coletados cinco frutos de três plantas de cada progenitor, clones dos pais,

dividindo a planta em quatro quadrantes e centro, devido a exposição solar variar em

torno da planta. Para cada indivíduo da progênie foram coletados tantos frutos quanto

foi possível.

Os frutos foram liquidificados e a mistura foi coletada uma amostra de ±10g por

planta. As amostras foram armazenadas em potes plásticos e levadas diretamente ao

refrigerador, ficando armazenadas cerca de três meses.

O material foi analisado no Laboratório de Farmacognosia da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul em Porto Alegre.

Foram quantificados os compostos fenólicos dos diferentes genótipos pelo

método Folin - Ciocalteau (VIZZOTTO, 2005 ), com algumas modificações.

Da amostra de polpa foram retirados 2,5g, às quais foi adicionado 15ml de

metanol e com o auxílio de ultra-turrax foi homogeneizada a amostra durante 1min 30s.

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Após cada procedimento a haste do Ultra-turrax era lavada com 5ml methanol o qual

era coletado no tubo com o objetivo de retirar toda a polpa. A mistura foi deixada

durante uma noite na geladeira. Como controle (branco) foi utilizado metanol.

Cada amostra e branco foram combinadas com 50µL de reagente de Folin-

Ciocalteau, deixando reagir 3 min. antes de adicionar 100 µL de 25N Na2CO3. O Folin-

Ciocalteau interage com os compostos fenólicos na presença da solução de carbonato

de sódio, formando um cromógeno de coloração azul no qual foi medido a absorbância

utilizado a máxima de 725nm. A mistura da reação foi mantida em temperatura

ambiente em local escuro por 2h. Medidas de absorvância (725nm) foram lidas com o

auxílio de um espectrofotômetro, utilizando para zerar o aparelho uma prova em branco

(controle).

Todas as medidas acima de 0,8 AU (unidade de absorbância) foram diluídas e

reanalisadas.

As concentrações de fenóis totais foram calculadas por uma curva padrão de

ácido clorogênico e expressas como mg de ácido de clorogênico (expresso em massa

Seca).

Tendo em vista que análises químicas são metodologias que exigem tempo e

recursos, são altamente desejáveis características que permitam fazer seleção indireta

para este caráter. Em vista disso foram testadas correlações dos compostos fenólicos

com o ciclo das plantas (metodologia descrita no cap. 1), com a época de maturação

(calculada em número de dias a partir de 31 de outubro até a colheita) e com a cor

através do colorímetro (ângulo Hue).

O cálculo para fins de herdabilidade, no sentido amplo, foi o mesmo descrito nos

capítulos antecedentes a este.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conteúdos de fenóis totais variaram de 125 a 690 mg% de ácido clorogênico/

100g de fruto fresco (σ= 125, x= 427). Os valores mais altos foram obtidos em frutos

dos “seedlings” das progênies C-02-224-17 (Bolinha x Cerrito)Pl, Cons.919 (Pl 01),

Cons. 688 (Pl 03), e Pilcha (Pl 02) (690, 680, 671 e 631 respectivamente). A gama de

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variabilidade pode ser considerada grande entre genótipos. Houve também

variabilidade entre frutos de plantas do mesmo genótipo, indicando que vigor nutricional

e fisiologia das mesmas, tenha um efeito importante no conteúdo de compostos

fenólicos(Apêndice A).

O valor estimado para herdabilidade no sentido amplo (H) foi de 0,46, média, o

que indica ser um caráter com moderada influência do meio ambiente.

As correlações realizadas entre compostos fenólicos e ciclo e compostos

fenólicos e tonalidade da cor da polpa (ângulo hue) não foram significativas ao nível de

5% de significância enquanto, a correlação entre compostos fenólicos e época de

maturação foi significativa mas muito baixa (r2=0,079) (Fig. 53). Portanto, nenhuma das

características estudadas serviria para seleção indireta em relação a fenólicos. Tourjee

et.al. (1998) trabalhando com pêssegos observou uma baixa correlação entre as

variações da cor da polpa e concentrações de β-caroteno.

O conteúdo de compostos fenólicos deste trabalho, em alguns genótipos foi

superior aos valores (342mg ácido clorogênico/100g de pêssego) encontrados por

KHOKHAR; IMEH, 2002 e encontrados por SCALZO etl. al., 2005, (210 a 377mg ácido

clorogênico/100g de pêssego). Estes mesmo autores salientam a influência do genótipo

e também das condições de cultivo (clima e técnicas), alertando para a diferença

encontrada ao analisar pêssegos em diferentes porta-enxertos. Deve ser ressaltado

que os materiais estudados, no presente caso, ou eram “seedlings” ou tinham como

porta-enxerto “seedlings” provavelmente da cv. Capdeboscq, e portanto sujeitos à

diferença entre porta-enxertos, citada pelos autores.

4. CONCLUSÃO

A herdabilidade do teor de fenóis totais foi média.

Não é possível fazer seleção indireta, para fenólicos, através da tonalidade da

cor de polpa (medida pelo ângulo Hue), do ciclo de desenvolvimento do fruto (número

de dias entre a floração e maturação) e nem pela época de maturação.

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DISCUSSÃO GERAL

As estimativas de herdabilidade para ciclo de desenvolvimento dos frutos

permitem evidenciar um progresso relativamente alto, nas próximas gerações se forem

feitos cruzamentos direcionados para este caráter na cultura do pessegueiro. Para os

demais caracteres estudados (tonalidade de cor de polpa e conteúdo de fenólicos),

espera-se um moderado progresso.

A repetibilidade no caso do caráter ciclo foi média devido a este sofrer influência

das condições climáticas.

A seleção com base no fenótipo é válida também para os caracteres ciclo e

tonalidade da cor da polpa, mas os objetivos são alcançados mais facilmente quando o

progenitor feminino tem características próximas ao desejado. Em estudos futuros seria

interessante realizar hibridações com progenitor feminino amarelo claro e progenitor

masculino amarelo escuro e o inverso também para observar se os filhos vão se

comportar como a mãe ou não.

O uso do colorímetro para avaliações de cor de polpa evita avaliações subjetivas.

No caso do uso do cartão deve-se fazer uma avaliação com um maior número de

observadores, a fim de diluir os erros.

Devido ao período que se dispunha para fazer o trabalho, foram utilizadas

progênies, do Programa da Embrapa Clima Temperado, que estavam em fase

produtiva. Em trabalhos futuros, deveriam ser planejadas hibridações em que fossem

pais claros, com alaranjados, claros com claros, claros com médios, enfim todas as

possíveis combinações, a fim de melhor entender como se distribui a freqüência de

tonalidades.

A correlação positiva com a época de maturação e compostos fenólicos é

bastante baixa e no máximo permite uma pré-seleção para facilitar o trabalho em uma

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primeira etapa quando se dispõe de milhares de seedlings., mas não permite uma

confiável seleção indireta.

Os resultados sugerem, que se façam experimentos usando diferentes níveis de

adubação e poda a fim de verificar como estas práticas influenciam o teor de compostos

fenólicos.

Seria interessante repetir as observações com um maior número de anos e de

progênies a fim de dar maior confiabilidade aos resultados.

Faz-se necessária testar o efeito de técnicas como adubação, enxertia em

diferentes porta-enxertos e poda, para verificar o possível efeito sobre o conteúdo de

compostos fenólicos nos frutos de pessegueiro nas condições climáticas do Sul do

Brasil.

Seria interessante testar em futuros trabalhos se ha correlação significativa entre

o conteúdo de fenólicos e a resistência a doenças como podridão parda e bacteriose,

mas nesse caso, deveriam ser medidos separadamente os fenólicos totais da polpa

(mesocarpo) e da epiderme.

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CONCLUSÕES GERAIS

É possível através da seleção baseada no fenótipo obter ganho genético para o

caráter ciclo, tonalidade da cor da polpa e compostos fenólicos. O ganho esperado é

maior ao ciclo.

O ciclo e predominantemente conferido por genes de efeito aditivo.

Mais facilmente pode-se chegar a tonalidade de cor de polpa desejada se a

planta mãe utilizada for igual ou próxima a tonalidade buscada.

Não é possível fazer seleção indireta para conteúdo de fenólicos com base na

tonalidade de cor de polpa, ciclo de desenvolvimento do fruto ou mesmo época de

maturação.

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ANEXO

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ANEXO A – Royal Hort Soc of London’s Colour Charts

Grupo Cartão L a b Ângulo Hue Grupo Cartão L a b Ângulo Hue

Amarelo 7 A 86,73 7,64 74,75 84,14 Amarelo Alaranjado 22 A 75,48 17,39 61,02 74,09Amarelo 11 A 86,69 3,78 59,15 86,34 Amarelo Alaranjado 23 A 77,91 22,15 81,21 74,74Amarelo 13 B 86,99 0,38 69,84 89,69 Amarelo Alaranjado 17 A 78,82 13,33 84,03 80,99Amarelo 13 A 86,02 3,94 77 87,07 Amarelo Alaranjado 21 A 79,97 17,03 80,52 78,06Amarelo 9 B 88,83 7,37 75,26 84,41 Amarelo Alaranjado 20 A 81,70 8,13 64,30 82,79Amarelo 11 B 88,69 4,68 43,75 83,89 Amarelo Alaranjado 17 B 81,97 10,75 82,17 82,55Amarelo 12 A 88,63 3,55 77,88 87,39 Amarelo Alaranjado 21 B 81,28 12,09 71,69 80,43Amarelo 13 C 88,77 2,70 60,48 87,44 Amarelo Alaranjado 23 B 81,53 15,56 68,45 77,19Amarelo 1 B 89,85 19,98 64,42 72,77 Amarelo Alaranjado 15 A 83,52 7,61 78,43 84,46Amarelo 5 A 89,10 11,30 72,48 81,14 Amarelo Alaranjado 22 B 83,83 9,51 53,07 79,84Amarelo 7 B 89,51 7,78 65,38 83,21 Amarelo Alaranjado 17 C 84,14 6,54 77,95 85,20Amarelo 9 A 89,30 7,20 82,07 84,99 Amarelo Alaranjado 21 C 84,50 8,93 64,37 82,10Amarelo 10 A 89,43 6,60 57,75 83,48 Amarelo Alaranjado 23 C 84,92 10,14 49,76 78,48Amarelo 12 B 89,73 5,13 68,37 85,7 Amarelo Alaranjado 14 B 85,73 2,82 81,72 88,02Amarelo 1 A 90,88 17,19 67,14 75,64 Amarelo Alaranjado 15 C 85,96 3,14 65,41 87,25Amarelo 3 A 90,95 12,09 67,66 79,87 Amarelo Alaranjado 15 B 85,52 4,52 71,99 86,41Amarelo 5 B 90,33 12,53 68,86 79,69 Amarelo Alaranjado 14 A 85,03 5,43 84,19 86,31Amarelo 7 C 90,99 10,13 66,48 81,33 Amarelo Alaranjado 16 A 85,15 6,70 69,58 84,50Amarelo 6 B 90,33 10,25 70,44 81,72 Amarelo Alaranjado 22 C 85,29 7,02 46,88 81,48Amarelo 8 A 90,46 9,19 67,26 82,22 Amarelo Alaranjado 20 B 86,51 4,17 50,51 85,28Amarelo 6 A 90,01 9,42 71,34 82,48 Amarelo Alaranjado 19 A 86,06 5,87 58,00 84,22Amarelo 10 B 90,11 6,85 51,66 82,45 Amarelo Alaranjado 17 D 87,92 2,03 52,46 87,78Amarelo 12 C 90,83 4,92 50,02 84,38 Amarelo Alaranjado 16 B 87,44 2,93 59,32 87,17Amarelo 2 B 91,12 15,92 62,20 75,64 Amarelo Alaranjado 21 D 87,36 5,37 48,54 83,69Amarelo 2 A 91,30 15,13 72,72 78,25 Amarelo Alaranjado 16 C 88,59 0,06 51,92 89,93Amarelo 3 B 91,99 13,71 63,21 77,76 Amarelo Alaranjado 18 A 88,07 2,56 52,82 87,23Amarelo 7 D 91,98 10,53 56,46 79,44 Amarelo Alaranjado 22 D 88,09 4,44 40,57 83,75Amarelo 6 C 91,46 10,61 61,38 80,19 Amarelo Alaranjado 15 D 89,91 1,55 48,76 88,18Amarelo 8 B 91,60 8,67 53,99 80,88 Amarelo Alaranjado 14 C 89,33 1,58 59,17 88,47Amarelo 9 C 91,45 8,78 58,76 81,50 Amarelo Alaranjado 20 C 89,02 1,53 33,63 87,40Amarelo 10 C 91,50 6,47 42,97 81,44 Amarelo Alaranjado 19 B 89,37 2,40 36,27 86,21Amarelo 11 C 91,11 4,10 31,86 82,67 Amarelo Alaranjado 23 D 89,56 3,59 30,04 83,19Amarelo 1 C 92,00 14,36 42,17 71,19 Amarelo Alaranjado 19 C 90,57 0,32 30,50 89,40Amarelo 4 A 92,59 13,75 59,82 77,06 Amarelo Alaranjado 18 B 90,81 0,27 36,53 89,58Amarelo 4 B 92,75 12,55 50,23 75,97 Amarelo Alaranjado 16 D 91,41 3,05 38,06 85,42Amarelo 5 C 92,11 11,40 53,05 77,87 Amarelo Alaranjado 14 D 91,05 1,89 42,22 87,44Amarelo 6 D 92,84 9,45 41,35 77,13 Amarelo Alaranjado 20 D 91,69 0,88 22,37 87,75Amarelo 8 C 92,67 7,48 41,27 79,73 Amarelo Alaranjado 18 D 92,83 2,49 25,74 84,47Amarelo 13 D 92,80 3,79 29,94 82,79 Amarelo Alaranjado 19 D 92,73 0,17 16,51 89,41Amarelo 12 D 92,33 3,39 31,75 83,91 Amarelo Alaranjado 18 C 92,04 0,55 25,85 88,78Amarelo 2 C 93,22 13,04 40.31 72,07Amarelo 3 C 93,29 12,78 47,59 74,97Amarelo 1 D 93,73 10,73 31,02 70,92Amarelo 4 C 93,46 9,33 36,53 75,67Amarelo 5 D 93,40 9,11 39,44 76,99Amarelo 2 D 93,40 8,92 29,10 72,96Amarelo 9 D 93,05 6,30 31,96 78,85Amarelo 8 D 93,78 4,57 22,53 78,53Amarelo 3 D 94,14 11,22 37,44 73,32Amarelo 4 D 94,37 6,00 21,23 74,22Amarelo 10 D 94,01 5,96 28,75 78,29Amarelo 11 D 94,04 3,00 17,95 80,51

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ANEXO A – Royal Hort Soc of London’s Colour Charts

Grupo Cartão L a b Ângulo HueAmarelo Claro 147 A 38,34 8,61 11,46 53,08Amarelo Claro 146 A 44,41 12,51 24,18 62,61Amarelo Claro 148 A 48,31 8,70 20,44 66,94Amarelo Claro 147 B 49,69 11,48 19,62 59,67Amarelo Claro 152 A 49,32 5,56 33,74 80,64Amarelo Claro 146 B 51,39 13,12 27,56 64,54Amarelo Claro 152 B 52,88 5,71 38,76 81,62Amarelo Claro 144 A 55,01 22,78 41,96 61,50Amarelo Claro 148 B 55,44 10,03 20,88 64,34Amarelo Claro 146 C 58,61 13,60 31,02 66,33Amarelo Claro 152 C 58,36 6,33 48,96 82,63Amarelo Claro 147 C 61,55 11,22 23,27 64,26Amarelo Claro 146 D 62,87 14,83 33,30 66,00Amarelo Claro 152 D 64,62 6,99 46,78 81,5Amarelo Claro 144 B 66,95 25,74 45,96 60,75Amarelo Claro 148 C 66,73 11,21 20,84 61,72Amarelo Claro 153 A 66,11 9,74 57,29 80,37Amarelo Claro 153 B 69,49 7,41 58,91 82,83Amarelo Claro 148 D 71,83 11,21 18,67 59,02Amarelo Claro 153 C 71,79 6,30 62,13 84,02Amarelo Claro 144 C 72,74 27,87 50,78 61,24Amarelo Claro 151 A 72,19 13,54 57,92 76,84Amarelo Claro 145 A 73,12 22,13 46,20 64,40Amarelo Claro 147 D 74,21 14,17 22,31 57,58Amarelo Claro 153 D 75,60 3,46 58,09 86,59Amarelo Claro 151 B 76,59 16,10 68,01 76,68Amarelo Claro 145 B 77,84 21,60 41,28 69,38Amarelo Claro 149 A 80,50 35,01 59,34 59,46Amarelo Claro 151 C 81,55 19,42 69,49 74,39Amarelo Claro 151 D 82,38 19,45 63,31 72,92Amarelo Claro 149 B 83,34 29,43 49,89 59,46Amarelo Claro 144 D 83,33 21,59 38,95 61Amarelo Claro 150 A 84,95 27,63 64,88 66,93Amarelo Claro 154 A 84,40 22,15 66,74 71,64Amarelo Claro 145 C 84,20 14,23 31,16 65,45Amarelo Claro 150 B 86,42 22,62 59,69 69,25Amarelo Claro 149 C 87,36 26,36 41,50 57,58Amarelo Claro 154 B 87,62 21,70 66,89 72,03Amarelo Claro 145 D 88,13 11,67 21,75 61,78Amarelo Claro 150 C 89,46 18,90 48,78 68,82Amarelo Claro 154 C 90,42 17,65 50,30 70,66Amarelo Claro 154 D 91,60 12,94 38,26 71,31Amarelo Claro 149 D 92,31 13,80 23,10 59,14Amarelo Claro 150 D 93,40 8,72 23,80 69,88

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ANEXO B – Dados de Temperatura e Precipitação ocorridos nos anos 2005 e 2006.

Ano Período Temperatura Precipitação Evaporação

Média (°C) Pluviométrica

(mm) Tanque Classe A

(mm) Maio Ocorrida 16,2 99 67,2 Normal 15,1 100,7 71,9 Junho Ocorrida 16,6 28,2 50,2 Normal 12,4 105,7 56,5

2005 Julho Ocorrida 13,3 42,2 71,0 Normal 12,3 146,0 62,0 Agosto Ocorrida 14,4 101,6 86,4 Normal 13,4 117,4 76,9 Setembro Ocorrida 14,3 241,6 112,9 Normal 14,9 123,7 100,8 Outubro Ocorrida 17,0 93,3 151,8 Normal 17,5 100,7 143,9 Novembro Ocorrida 20,8 23,7 228,8 Normal 19,6 99,5 179,6 Dezembro Ocorrida 21,1 54,6 245,4 Normal 16,1 103,2 215,6 Maio Normal 13,6 58,4 72,1 Ocorrida 15,1 100,7 71,9 Junho Normal 13,5 61,2 58,8 Ocorrida 12,4 105,7 56,5 Julho Normal 15,4 79,2 77,2 Ocorrida 12,3 146,0 62,0 Agosto Normal 13,1 109,8 81,4

2006 Ocorrida 13,4 117,4 76,9 Setembro Normal 14,1 89,0 125,2 Ocorrida 14,9 123,7 100,8 Outubro Ocorrida 18,6 53,4 152,6 Normal 17,5 100,7 143,9 Novembro Ocorrida 19,4 130,4 201,6 Normal 19,6 99,5 179,6 Dezembro Ocorrida 23,4 139,4 227,3 Normal 22,0 103,2 215,6

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APÊNDICE

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APÊNDICE A – Conteúdo de compostos fenólicos das cultivares e seleções analisadas.

CV mg Ác. Clor./100g de fruto fresco mg Ác. Clor./100g de fruto seco

Atenas (Pl 02) 518 1878Atenas (Pl 03) 443 1809Aurora 1(Pl 01) 125 619Aurora 1(Pl 02) 309 1865Br-03 (Pl 01) 529 1677Cardeal (PL 01) 263 924Cardeal (PL 02) 249 1326Cardeal (PL 03) 506 2450Cerrito (Pl 01) 524 2381Cerrito (Pl 02) 606 3219Cerrito (Pl 03) 558 2046Cons. 536 (Pl 01) 366 1524Cons. 688 (Pl 01) 461 2055Cons. 688 (Pl 03) 671 2652Cons.844 (Pl 02) 369 1842Cons.844 (Pl 03) 332 2768Cons.845 (Pl 03) 379 2930Cons. 919 (Pl 01) 680 2589Cons. 919 (Pl 02) 546 2077Eldorado (Pl 01) 598 1630Eldorado (Pl 03) 416 1623Jubileu (Pl 01) 336 1333Jubileu (Pl 03) 240 717Leonense(Pl 02) 429 1046Leonense (Pl 03) 517 1724Maciel (Pl 01) 415 1489Maciel (Pl 02) 444 2093Maciel (Pl 03) 415 1380Pilcha (Pl 02) 631 2316Pilcha (Pl 03) 282 1296Riograndense (Pl 01) 334 1722Riograndense (Pl 02) 429 2881Turmalina (Pl 01) 583 2683Turmalina (Pl 02) 596 1934

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APÊNDICE B – Conteúdo de compostos fenólicos dos seedlings analisados.

Seedlings mg Ác. Clor./100g de fruto fresco mg Ác. Clor./100g de fruto secoC-00-92 (Pl 01) 607 3461C-00-92 (Pl 09) 501 1899C-00-92 (Pl 07) 302 1067C-00-92 (Pl 11) 307 1363C-00-93 (Pl 05) 483 2994C-00-93 (Pl 06) 268 1227C-00-93 (Pl 09) 294 999C-00-93 (Pl 12) 486 1879C-00-93 (Pl 13) 346 1440C-00-94(Pl 02) 482 3292C-00-94(Pl 04) 389 1963C-00-94(Pl 05) 553 2134C-00-94(Pl 06) 342 1644C-00-94(Pl 07) 553 2398C-00-94(Pl 09) 469 1068C-00-94(Pl 15) 479 1687C-00-161 (Pl 16) 481 1599C-00-165 (Pl 01) 476 1600C-00-165 (Pl 10) 373 1443C-00-165 (Pl 16) 515 1615C-01-90 (Pl 02) 329 2141C-01-90 (Pl 03) 314 1309C-01-90 (Pl 05) 417 1355C-01-90 (Pl 08) 146 677C-01-90 (Pl 10) 316 1085C-01-90 (Pl 13) 328 2263C-01-90 (Pl 14) 524 2992C-01-90 (Pl 17) 303 1710C-01-90 (Pl 18) 431 1573C-01-90 (Pl 19) 246 1097C-01-90 (Pl 23) 385 2522C-01-90 (Pl 24) 282 1284C-01-90 (Pl 26) 551 2078C-01-90 (Pl 27) 360 1710C-01-133 (Pl 09) 254 1078C-01-133 (Pl 10) 436 1414C-01-133 (Pl 11) 383 1705C-01-133 (Pl 19) 345 1433C-01-135 (Pl 14) 635 1983C-01-141 (Pl 48) 553 1476C-02-189 (Pl 28) 518 1930C-02-203 (Pl 04) 288 1420C-02-211 (Pl 18) 467 1131C-02-224 (Pl 12) 482 2149C-02-224 (Pl 17) 690 2800