desenho parte 1
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anotações sobre desenhoTRANSCRIPT
1- O QUE É DESENHO?Fernando Chuí fala, em sua tese de Mestrado “Uma história íntima do desenho”, do desenho como sendo
• “(...) uma experiência estética, pessoal e intransferível que deve ser assim respeitada em seu caráter de experiência’. P156
• “Penso o desenho como ação reveladora de outro lugar de nossa mente; algo como nosso inconsciente gráfico. Mas não há outra forma de acessá-lo, a não ser produzindo-o. O desenho se dá por uma re-organização de imagens mentais que se revelam por linhas e tons. A memória do desenho é ativada por meio do instrumento – lápis, caneta, etc – e contemplo-a como um aprendizado do corpo: a mão e o braço que traçam a linha e o olho que constata a imagem realizada. Não há desenho sem o gesto do instrumento gravador sobre a superfície – o gesto de um corpo. O desenvolvimento do olhar habilita o gesto do traço do desenhista, e o traço – gesto material de um corpo - é o elemento que possibilita o desenho”. P163
• “É no acesso à memória do corpo – prefiro associar aqui o desenho e a sua memória particular ao corpo todo e não apenas a uma parcela do cérebro que se ocuparia de tais funções sensório-motoras - que se possibilita o desenho. Desenvolver parâmetros em desenho é aumentar o repertório dessa memória de ações, e que somente se dá pela prática constante e pode ser potencializada por um método de aprendizado (eu tratarei como método de aprendizado e não de ensino, pois trabalho no sentido de auxiliar o aluno na descoberta de seu próprio método, sem a pretensão de inventar um processo único para todas as pessoas). É dentro desse repertório e dessa maneira de aprender de um corpo que se configura o inconsciente gráfico(...)”. P164
• disponível em: http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/bia/33004013063P4/2010/
menezes_fc_me_ia.pdf
Ao analisarmos os desenhos de Leonardo da Vinci e de Masashi Kishimoto percebemos, que mesmo com uma diferença de 500 anos, as noções de esboço predominam nestes desenhos. Um do renascimento e outro contemporâneo, um em artes outro em quadrinhos, mas ambos utilizando o esboço como estratégia para dar forma a uma idéia.
Ao se dar destaque para o GESTO, num desenho, a “semelhança” com o modelo torna-se secundária.O ESBOÇO permite agarrar rapidamente uma idéia, ou vestígios da mesma, antes que ela se desfaça. Funciona como uma aproximação, por diferentes caminhos, de um problema que se quer resolver, e que, normalmente não tem uma única solução. Com o esboço é possível anotar essas diferentes possibilidades, em um único esboço ou em diferentes esboços. Nele, a dúvida é permitida, e ao mesmo tempo nos mostra importantes informações sobre a dinâmica utilizada para construir a imagem. Informações como segurança ou insegurança, pressão, velocidade podem ser intuídas a partir da análise de um esboço. “parece-me ter traçado uma linha de fumaça. Segue, rompe-se, une-se de novo ou se enrola; e se entrelaça consigo mesma, dando-me a imagem de um capricho sem finalidade, sem começo nem fim, sem outro significado que o da liberdade de meu gesto no ângulo de meu braço...” Paul Valéry, Eupalinos ou o arquiteto(São Paulo: Editora 34,1996), p.87.
Todos exemplos anteriores são desenhos de figura humana. Nota-se que a dinâmica do gesto, ao desenhar, do artista registrada no desenho, determina um caráter “vivo” à imagem, como se o movimento das mesmas fosse representado pelo desenho.
Pablo PICASSO retratos de Silvestte David 1954
DIFERENTES SOLUÇÕES PARA UM DESENHONão se contente nem com o primeiro nem com com um único resultado.
Busque diferentes abordagens com o mesmo material( mais rápido, mais intenso, …Busque usar outros materiais.
Pablo PICASSO onze estágios de uma litogravura 1945Imagens disponíveis em : http://oficinasdeindividuacao.blogspot.com/2011/02/25-o-boi-e-arte-picasso-e-o-boi.html
ANTONIO AUGUSTO BUENO desenho na areia
4-“O DESENHO ESCAPOU DA FOLHA”
O ato de desenhar também pode ocorrer com uma economia de marcas gráficas. Isto destaca a presença do corpo de quem desenha, como vestígio.
DESENHOS NO ESPAÇO – Rosalind Krauss, ao estudar as esculturas em ferro de Júlio Gonzalez fala em “desenho no espaço”
PROCESSOS ou ATITUDES NO DESENHOalém de riscar, é possível
ColarRasgar
Dobrar Desenhos Fotomontagem
DecalcarEstampar
ApagarFrotar
MaltratarRaspar/ lixar
BIBLIOGRAFIA CONSULTADADERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho. São Paulo: Scipione,
1989.EDWARDS, Betty. Desenhando com o lado direito do cérebro. São
Paulo: Ediouro,1984.NOVAES, Adauto (org.). O olhar. São Paulo: Companhia das Letras,
1988.OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus,
1987. SIMBLET, Sara. cuaderno de dibujo.
SITEShttp://picasso.csdl.tamu.edu/picasso/http://www.vggallery.com/drawings/main_az.htmhttp://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/bia/
33004013063P4/2010/menezes_fc_me_ia.pdf