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Boletim 614/14 – Ano VI – 25/09/2014
Desemprego se mantém estável em SP Por Camilla Veras Mota | De São Paulo A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo manteve-se relativamente estável em agosto, passando de 11,4% em julho para 11,3% no mês passado, de acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Em agosto do ano passado, a taxa de desemprego da região era de 10,4%. O contingente de desempregados na região metropolitana de caiu para 1,245 milhão de pessoas, 12 mil menos que no mês de julho. A população economicamente ativa diminuiu em 10 mil, para 11,018 milhões de pessoas. A indústria de transformação foi o setor que mais contratou no período. Na passagem de julho para agosto, foram adicionados 39 mil postos de trabalho, um aumento de 2,4% no estoque de trabalhadores. Com 11 mil novas contratações - alta de 0,2% no número de funcionários -, os serviços mantiveram relativa estabilidade. O comércio cortou 9 mil vagas (- 0,5%) e a construção eliminou 20 mil empregos (- 2,6%). O rendimento médio real dos trabalhadores ocupados na região metropolitana de São Paulo caiu 0,6% em julho, na comparação com o mês de junho, para R$ 1.870. A renda dos assalariados subiu 0,9%, para R$ 1.904 no período.
Destaques Dano moral
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) elevou a indenização por dano moral a um cortador de cana-de-açúcar e condenou a Nova América a pagar R$ 15 mil por ausência de instalações sanitárias adequadas na lavoura. O trabalhador rural conseguiu provar que, no local de trabalho, só havia um buraco de 50 cm e papel higiênico como banheiro improvisado em forma de barraca. O empregado afirmou que desenvolvia suas atividades a céu aberto, sem água para lavar as mãos, sem condições sanitárias e local apropriado para refeições e descanso. A Vara do Trabalho de Cornélio Procópio (PR) condenou a empresa a pagar, entre outras verbas, R$ 2,5 mil por permitir que os trabalhadores fizessem as necessidades fisiológicas em local impróprio e na presença de outras pessoas. Trabalhador e empresa recorreram. O Tribunal Regional do Trabalho do Paraná elevou a indenização para R$ 5 mil, ao confirmar que a empresa não observou as regras referentes às condições sanitárias estabelecidas pela Norma Regulamentadora 31, do Ministério do Trabalho e Emprego, ferindo assim a dignidade do trabalhador. No TST, o valor foi novamente aumentado. A 2ª Turma entendeu que o valor arbitrado pelo TRT foi desproporcional ao dano corrido, revelando-se "excessivamente módico", em desacordo com os parâmetros fixados no TST em casos semelhantes.
(Fonte: Valor Econômico dia 25-09-2014).
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Metalúrgicos da Embraer ameaçam greve
Julio Ottoboni
São José dos Campos - O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) já
planeja uma possível greve na Embraer, caso persista o impasse sobre a reposição salarial
do período.
Os empregados da companhia rejeitaram ontem (24) a proposta de reajuste salarial por
parte da empresa, na faixa de 5,35%. A categoria pede um mínimo de 10%. A assembleia
ocorrida nos portões da fábrica atrasou a entrada dos trabalhadores por uma hora.
Segundo o sindicato, a proposta da empresa não cobre sequer a inflação dos últimos 12
meses, calculada entre setembro de 2013 e agosto de 2014, registrada em 6,35% pelo
INPC. A negociação tem ocorrido na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Caso as negociações não avancem e os trabalhadores decidam pela greve, os planos da
Embraer de entregar o primeiro KC-390 para o Ministério da Defesa, programada para
outubro, poderão sofrer atraso. Além do aumento real é reivindicado a redução da jornada,
estabilidade, revisão do plano de cargos e salários e congelamento dos preços do convênio
médico. A companhia emprega 14 mil pessoas.
"A Embraer tem total condição de conceder até mais do que os trabalhadores estão
reivindicando", afirma o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros.
Procurada, por e-mail, a Embraer informou que não comenta o assunto.
(Fonte: DCI dia 25-09-2014).
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Ministério formaliza grupo de combate a trabalho es cravo
Pasta publica portaria no ‘Diário Oficial da União’ em reação à abordagem do tema
no programa de governo de Marina Silva
NIVALDO SOUZA - O ESTADO DE S. PAULO
BRASÍLIA - Em uma reação ao programa de governo da candidata do PSB a presidente,
Marina Silva, o Ministério do Trabalho formalizou nesta semana a existência de um grupo
de combate ao trabalho escravo, que já existia informalmente. Conforme portaria publicada
no Diário Oficial da União, o grupo terá como principal missão “a caracterização do trabalho
análogo ao de escravo”, por meio de uma instrução normativa definindo o que é
escravidão.
A formalização ocorreu depois que Marina abordou o tema em seu programa de governo. A
candidata registrou como promessa de campanha uma “nova redação para o artigo 149 do
Código Penal, de modo a tipificar de forma mais precisa o crime de submeter alguém à
condição análoga à de escravo” - o mesmo objetivo a ser perseguido pelo grupo do
ministério.
A criação do grupo por parte do governo ampliou as resistências dos ruralistas à presidente
e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT). “Esse grupo é uma transmissão absurda no
que é atribuição do Legislativo”, disse o deputado federal Moreira Mendes (PSD-RO),
integrante da Frente Parlamentar da Agricultura. Ele e os outros membros do grupo
entendem a definição do artigo 149 como “genérica” e pedem mudanças, como sugeriu a
candidata do PSB. O deputado é autor de projeto de lei sugerindo a suspensão dos termos
“trabalho forçado” e “jornada exaustiva”. Em nota, a frente classificou o grupo do Ministério
do Trabalho como “artilharia (do governo) contra os empregadores”. “Isso(definição do
trabalho escravo) é atribuição do Congresso. Esse governo tem mania de governar por
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portaria”, critica Mendes. Ele, porém, elogiou Marina por tocar no assunto. “Palmas para a
Marina. Ela está de parabéns”, disse Mendes.
Agenda. Para o ministro do Trabalho, Manoel Dias, a pasta está aberta ao diálogo. “O
ministério adotou a política de ouvir. Estabelecemos uma agenda e estamos discutindo,
com um calendário em todos os Estados em que todos são convidados, o que não significa
que vai mudar (a lei)”, disse ele nesta quarta-feira, 24, aoEstado .
O agronegócio ocupa o topo da lista de empregadores detentores de mão de obra escrava.
Em balanço atualizado pelo ministério, existem 587 empregadores nessa categoria,
incluindo empresas e pessoas físicas. A pecuária respondeu por cerca de 40% desses
empregadores, conforme porcentual apresentado em julho pelo MTE, com base numa lista
com 609 contratantes mapeados - a partir de agosto, o ministério retirou alguns nomes da
lista. O ranking é composto ainda pelas áreas de produção florestal (25%), agricultura
(16%) e indústria da construção (7%).
Pagamento de dívida na China vira escravidão no Bra sil Chinesa de 23 anos trabalhava em Araçatuba e foi re sgatada pela PF e MPT CHICO SIQUEIRA - O ESTADO DE S.PAULO
ARAÇATUBA - Uma jovem chinesa, de 23 anos, foi resgatada terça-feira em condições de
escravidão em Araçatuba, no interior de São Paulo. A jovem trabalhava na loja Ana
Bijuteria, no Calçadão Comercial, cujos donos, um casal de chineses, foram presos em
flagrante. Eles vão responder pelo crime de redução de pessoa a condição análoga à
escravidão, previsto no Código Penal, com pena de dois a oito anos de reclusão.
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Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), a moça - cujo nome não foi divulgado -
trabalhava durante o dia de vendedora na loja, com apenas 15 minutos para almoço e
morava em um pequeno espaço, quente e sem ventilação, improvisado no depósito de
mercadorias nos fundos da loja.
Ela dormia em um colchão de espuma de baixa densidade, entre caixas de papelão, e fazia
as refeições no chão, onde os procuradores e agentes da Polícia Federal encontraram
alimentos e talheres. De acordo com o MPT, a chinesa era proibida de sair pela cidade,
não tinha registro em carteira e tinha o salário retido pelos patrões.
O delegado Frederico Franco Rezende, da PF, disse que a jovem foi trazida ao País em
2011 para pagar uma dívida que seu pai tinha com os donos da loja. "Pelo que apuramos
até agora, ela recebia salário em torno de R$ 1 mil mensais, mas não colocava a mão no
dinheiro, que ficava com os patrões." Segundo o delegado, a polícia ainda não investiga a
possibilidade de existir um tráfico de trabalhadores da China para o Brasil.
Rezende não quis comentar a procedência dos R$ 137 mil em dinheiro apreendidos com
os donos do comércio. "As investigações estão no início, ainda é cedo para avaliarmos as
possibilidades." A situação da moça é ilegal, pois o visto de 2011 tinha validade de 90 dias,
mas ela poderá permanecer e trabalhar no País na situação de refugiada.
Indenização moral. Ontem, os donos da loja assinaram um Termo de Ajustamento de
Conduta (TAC) com o MPT e pagaram cerca de R$ 50 mil em rescisões trabalhistas e
indenização por dano moral. Apesar do pagamento, os patrões terão de cumprir outros
itens - como registrar a moça em carteira até a noite de ontem.
O advogado Marcos Roberto Azevedo, que defende os donos da loja, afirmou que a moça
não vivia em condições de escravidão. Segundo ele, a moça estava no País há mais de
três anos, mas chegou a Araçatuba há um ano e meio. Ela teria concordado em morar no
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local porque não tinha dinheiro - nem documentos - para alugar casa e nunca reclamou aos
patrões das condições de moradia. "Ela nunca esteve em situação de escravidão. Ela
mesmo, em seu depoimento, desmentiu isso. Ela tem celular, notebook e Facebook com
centenas de amigos, como poderia ser escrava?", questionou.
O advogado, porém, admitiu que as condições não eram saudáveis. "Pode até ser que
houvesse precariedade na moradia, mas não é tão diferente da China e, com certeza, não
se trata de crime de escravidão."
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(Fonte: Estado SP dia 25-09-2014).
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