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Lenise Gonçalves Barbosa Desemprego E População Qualificada Coimbra, 2013

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Lenise Gonçalves Barbosa

Desemprego E População Qualificada

Coimbra, 2013

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Título: Desemprego E População Qualificada

Autora: Lenise Gonçalves Barbosa

Número de estudante da Universidade de Coimbra: 2013130159

Coimbra, 2013

Imagem de capa: Diário Liberdade MM, Flickr (foto tirada em 14 de outubro de 2012;

disponível em http://www.flickr.com/photos/88629689@N06/8085569253/sizes/l/in/photolist-djuE3r-djuBd4-djuARn-

djuFgV-djuB6m-djuEsG-djuAwM-8rHKkn-8rLRrq-8rLQk9-8rLRno-8rHKAv-8rHL8v-8rHKtp-8rLRx7-8rLReJ-8rLQsG-8rHJRt-

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bk9Wvo-by4QCH-bk9WYd-by4Q4z-by4QkM/).

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de “Fontes de Informação

Sociológica (Oficina de Projecto I)” sob orientação do Prof.º Dr.º Paulo Jorge Marques

Peixoto e Prof.ª Dr.ª Paula Abreu (ano letivo 2013-2014).

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ÍNDICE

1. Introdução ....................................................................................................... 1

2. Desenvolvimento ............................................................................................ 3

3. Descrição detalhada da pesquisa .................................................................... 6

4. Avaliação de sítio da Internet ......................................................................... 7

5. Ficha de leitura ............................................................................................... 9

5.1 Resumo .................................................................................................. 10

5.2 Estrutura ................................................................................................ 11

5.3 Opinião sobre a obra .............................................................................. 16

6. Conclusão ....................................................................................................... 17

7. Referências bibliográficas .............................................................................. 18

8. Anexos ............................................................................................................ 19

8.1 Anexo A: sítio da internet avaliado ....................................................... 19

8.2 Anexo B: texto de suporte da ficha de leitura ....................................... 20

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1. INTRODUÇÃO

No atual contexto econômico europeu e, mais especificamente, no caso

português, torna-se evidente a importância de pesquisas sobre o desemprego. A crise

econômica de 2008 desencadeou problemas sociais, e tais questões merecem atenção do

meio acadêmico e político.

O desemprego ocorre quando um trabalhador não consegue encontrar um

emprego embora esteja à procura do mesmo. O desemprego pode ser sazonal (que

ocorre devido a sazonalidades em alguns setores econômicos, como na agricultura);

friccional ou natural (este é a taxa natural de desemprego que ocorre em situações de

pleno emprego, ou seja, o desemprego que ocorre temporariamente, apenas por

introdução de novos trabalhadores que estão procurando o primeiro emprego ou pelo

tempo de mudança de um emprego para outro); estrutural (devido, como o próprio

nome diz, a mudanças estruturais, como por exemplo, na tecnologia) e o desemprego

mais preocupante e que assola o contexto de algumas economias atuais, o desemprego

conjuntural, que ocorre devido a crises econômicas, retração da produção, recessões

econômicas.

O desemprego cíclico ou conjuntural é decorrente de um problema econômico

que gera problemas sociais, financeiros e psicológicos. Desta forma, é muito

significativo que este trabalho da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

realizado no âmbito da disciplina de “Fontes de Informação Sociológica (Oficina de

Projecto I)” esteja inserido no tema desemprego e população qualificada, já que a taxa

de desemprego na Europa e em Portugal está alta, como podemos verificar na figura 1.

Nesta figura podemos verificar que apesar da taxa de desemprego de Portugal

estar diminuindo, ela é bem alta. Ainda observando a figura 1, vemos que em patamares

elevados também está a taxa de desemprego ao longo 2013 para a Europa, Espanha,

Grécia, entre outros. No caso mais específico de Portugal temos a figura 2, nela

podemos verificar que o desemprego aumentou cerca de 26% em Portugal de 2008 para

2009, lembrando que 2008 foi o ano da crise econômica mundial que teve início nos

Estados Unidos da América.

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As consequências do desemprego para a população qualificada, não só para a população em geral, e observando também o caso da população portuguesa será o foco deste trabalho.

Figura 1: “Taxa de desemprego na Europa”

Fonte: Eurostata Figura 2: “Desemprego registrado (N.º) por sexo e grupo etário; anual”

Fonte: INE (Instituto Nacional de Estatística)

10

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20

22

24

26

28

30

Taxa de de

semprego

Taxa de desemprego na Europa

Euro area (changingcomposition)EU (27 countries)

EU (15 countries)

Portugal

Greece

Spain

Croatia

Cyprus

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2. DESENVOLVIMENTO

Como já mencionado, o tema escolhido para o desenvolvimento deste trabalho

foi desemprego e população qualificada. Na atual situação econômica em que a Europa

e, mais especificamente, Portugal se encontra é de suma importância o estudo deste

tema. Sendo assim, quando tratamos do assunto desemprego, mais importante do que

apenas o conceituar em suas várias formas (como desemprego sazonal, estrutural,

cíclico) é essencial relacioná-lo com a conjuntura da população qualificada nesta

situação. Desta forma, foi feita uma busca dos mais recentes textos que abordam o tema,

o que encontramos foram indicações que apontam para a ocorrência de migração de

profissionais de Portugal devido ao desemprego atual, bem como uma diminuição da

imigração para Portugal.

O trabalho de Santos et al. (2012) encontrou resultados corroborando para tal

afirmativa. Eles observaram os dados do INE (Instituto Nacional de Estatística) e SEF

(Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) e fizeram uma revisão bibliográfica sobre o fluxo

migratório de Portugal para alguns anos e concluíram que houve uma diminuição da

imigração para Portugal dada a conjuntura econômica atual do país, a diminuição

ocorreu, sobretudo por parte dos africanos de língua nativa portuguesa. Desta forma,

Santos et al. afirmam que “hoje em dia a crise mundial que se vive está a levar à

ocorrência de uma nova vaga de emigração de portugueses para novos destinos,

nomeadamente para Angola, Brasil, Suíça, Holanda e Bélgica. Por outro lado a crise

específica que se faz sentir em Portugal tem ao mesmo tempo um impacto significativo

na diminuição da imigração.” (2012: 5).

Outras pesquisas também trabalham nesta linha de argumentação e veem

obtendo resultados semelhantes ao do trabalho exposto anteriormente. Outro ponto

importante que está sendo abordado nas recentes pesquisas é a migração da população

qualificada saindo de Portugal. Vemos nestes trabalhos que, devido ao desemprego,

estão ocorrendo migrações de profissionais portugueses altamente qualificados para

países vizinhos ou até em outro continente, observando as pessoas mais qualificadas

migrar para suas antigas colônias, sendo que “torna-se mais visível que a saída de

Portugal se explique pela necessidade de procurar de emprego (e não só de melhores

oportunidades de auto realização) e assegurar condições de sobrevivência individual e

familiar.” (Araújo & Ferreira, 2013: 60)

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Este escoamento de profissionais com curso superior, cursos técnicos,

especializações, mestrados e/ou doutorados ganhou o nome de “fuga de cérebros” e foi

estudado por alguns pesquisadores, entre eles Araújo & Ferreira (2013) que analisaram

o papel e o posicionamento da mídia portuguesa e a internacional no uso deste termo

evidenciando que o modo de abordagem da mídia influencia a construção da

autoimagem da população do país que sofre com a “fuga” das suas melhores mentes.

Outro texto atual que está inserido no tema deste trabalho é o de Ramos (2013).

Esta pesquisa, após a observação de outros textos e pesquisas sobre o tema, descreveu

que está aumentando o número de migrações de mão-de-obra qualificada no contexto

dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento

Econômico), e este fato deve ser analisado para que os governos tanto dos países de

origem quanto dos países de destino respondam de maneira que consigam lidar com os

desafios criados por essa globalização e mistura de culturas.

Diferente do texto de Araújo & Ferreira (2013), Ramos (2013) não observa o

papel das mídias, mas analisa a relação entre desemprego e a situação da população

qualificada neste contexto de uma perspectiva mais ampla, abordando, por exemplo, que

“à crescente mobilidade das pessoas acresce a mobilidade de informação, de

conhecimento e de comunicação que as tecnologias proporcionam” (2013: 77),

relatando posteriormente em seu texto que esta intensa “mobilidade de informação, de

conhecimento e de comunicação” aumenta a necessidade de políticas públicas por parte

dos países de destino para reconhecer e prezar pelas pessoas migrantes, para que não

ocorra descriminação em seus diversos níveis, por exemplo, descriminação decorrente

do sexo, onde mulheres recebem salários menores e são rebaixadas socialmente, entre

outras formas/pretextos de marginalização.

Dessa forma, o estudo de como o desemprego deixa a população em uma

situação econômica e social de instabilidade é fundamental, pois em muitos casos a

única solução é a migração. É de suma importância considerar não só a população

qualificada, como também a desqualificada. A importância está no fato de que tais

estudos ajudam a evidenciar assuntos relevantes que tangem tanto os países de origem

deste povo migrante (que deve tentar reter seus profissionais) quanto os países de

destino (que tem que fazer políticas para que tais profissionais não sofram preconceitos

em seus salários, discriminação em sua vida pessoal, ou seja, que tente minimizar os

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problemas econômicos e sociais que estas pessoas possam vir a ter por serem

estrangeiros).

Neste contexto de ausência de emprego observamos que como alternativa à falta

de oportunidade alguns trabalhadores se tornam empreendedores. “O

empreendedorismo possa surgir como resposta motivada dos desempregados, em

função das múltiplas combinações entre fatores individuais e contextos sociais.”

(Almeida & Albuquerque, 2013: 25). Entretanto, este trabalho é uma das poucas

pesquisas recentes que fogem ao ângulo trabalhado nos demais estudos aqui

observados, dando uma perspectiva diferente ao desemprego.

No âmbito do questionamento e análise do desemprego em Portugal sob a óptica

da observação dos dados temos a tese de mestrado de Rajado (2012) que procurou

analisar o desenvolvimento da taxa de desemprego neste país. Com base na análise dos

dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional, ele observou que a “taxa de

desemprego vem a aumentar ininterruptamente desde o ano 2001, só com uma ligeira

diminuição no ano 2008, seguido de novo aumento mais acelerado da taxa de

desemprego até 2010” (2012: 13), e enfatizou a necessidade de um olhar mais atento

para este assunto, já que este é um problema sério para a sociedade atual.

Sabe-se que quando é generalizado em um país que sua força de trabalho em

idade ativa e que procura emprego não o encontra é um assunto que requer imensa

atenção dos governantes. Em situações de crise econômica, o desemprego se torna mais

que um problema do âmbito econômico, mas passa a ser uma questão política com

grandes implicações sociais, sendo assim, vemos a falta de trabalhos científicos que,

além de analisar os dados ao longo do tempo e evidenciar que o desemprego é uma

vicissitude que requer atenção dos políticos, levantem propostas de políticas públicas e

realizem a análise das aplicações e observações de tais políticas em outros países e

locais tanto no contexto atual como no passado recente que resultaram em uma melhora

da situação preocupante que é o desemprego.

Além disso, no que tange à relação entre o desemprego e a população

qualificada fica evidente que os trabalhos mais recentes, salvo alguns, problematizam a

questão observando que a solução para a população não qualificada e também das

pessoas mais estudadas e diplomadas é emigrar em busca de melhores condições

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econômicas. E, no que tange ao país foco deste trabalho, Portugal, vemos que a

população portuguesa não é uma exceção à solução do desemprego, ou seja, as

pesquisas acadêmicas atuais relatam o aumento da emigração e diminuição da

imigração para o país luso.

Desta forma e após o levantamento dos trabalhos mais hodiernos, concluímos

que há inúmeros fatores a serem observados, analisados e problematizados quando

focamos na atual situação da população qualificada no desemprego gerado pela crise

econômica que a Europa vive. Entretanto, a preocupação está além de reter profissionais

ou atrair profissionais, o enfoque é como minimizar a perda social da população, para

que elas não tenham que se deslocar e sofrer grandes impactos econômicos ou os

menores possíveis, bem como a população que imigra não seja vítima de preconceito e

que isto gere outro tema social que requer, da mesma forma, imensa atenção.

3. DESCRIÇÃO DETALHADA DA PESQUISA

Inicialmente, foram propostos três temas para a realização do trabalho da

disciplina “Fontes de Informação Sociológica”, a saber, os temas foram: desemprego e

população qualificada, a crise do Estado democrático e cultura(s), cidadania e

desenvolvimento. O tema aqui escolhido foi o primeiro devido à importância deste tema

como já mencionado no decorrer deste trabalho, bem como a área econômica ser de

meu interesse, já que curso Economia Empresarial e Controladoria na Faculdade de

Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto.

Após a escolha do tema, foram lidos os textos indicados pelos docentes desta

disciplina, nomeadamente os trabalhos “Trabalho e desemprego: centralidade e

heurísticas” de Almeida e Albuquerque (2013), “Globalização e multiculturalismo” de

Ramos (2013) e “A ‘fuga de cérebros’: um discurso multidimensional” de Araújo e

Ferreira (2013), sendo o primeiro consultado na biblioteca da Faculdade de Economia

da Universidade de Coimbra e os demais encontrados online após procura pelo motor de

busca do Google Acadêmico.

No que tange ao motor de busca do Google Acadêmico também pesquisei por

outros trabalhos que também fossem recentes no âmbito do tema, para tal, delimitei a

pesquisa a trabalhos feitos a partir de 2012, para que, assim, a pesquisa relata-se o

contexto atual de maneira relevante. Sendo assim, pesquisei apenas arquivos

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acadêmicos, para que este trabalho fosse rigoroso e de caráter íntegro. Além disso,

pesquisei dados no site da Europa.eu e no site do Instituto Nacional de Estatística para

que os dados fossem confiáveis e torna-se este trabalho mais completo.

Vale ressaltar mais dois pontos importantes, a escolha do site a ser avaliado e a

construção das referências bibliográficas. A opção por fazer a avaliação do site do INE

foi feita pois realizei pesquisas nele antes de encontrar o gráfico que gostaria (e que foi

introduzido na parte inicial deste trabalho), bem como a sua utilização feita em sala de

aula que me familiarizou com o site. Sobre a construção das referências bibliográficas,

elas foram feitas a mão à medida que eram citados os textos ao longo desta pesquisa,

com base nos ensinamentos das aulas de “Fontes de Informação Sociológica”, o sistema

adotado foi o de Harvard.

4. AVALIAÇÃO DE SÍTIO DA INTERNET

A página escolhida para ser avaliada foi a do Instituto Nacional de Estatística

(INE)1. A escolha deste site foi feito, como já mencionado aqui, pelo fato do site do INE

ter sido utilizado nas aulas da disciplina de “Fontes de Informação Sociológica” bem

como neste trabalho; além da credibilidade deste instituto.

O Instituto Nacional de Estatística é um site português que produz e fornecer

dados e informações estatísticas sobre variados temas sobre o seu território, como

assuntos do âmbito do ambiente, cultura e lazer, mercado de trabalho, saúde, turismo,

entre outros. Ou seja, o site aborda inúmeros tópicos de forma aprofundada, o que o

torna um sítio de conteúdo, assim como é um site fiável, com inúmeros estudos sobre 27

temas diferentes, além de deter uma biblioteca digital.

O INE tem afixado no canto inferior esquerdo da sua página inicial o Símbolo de

Acessibilidade à Web; o uso de tal símbolo reflete uma ação de melhorar a

acessibilidade do site para cidadãos portadores de necessidade especiais tentando se

adequar à Resolução do Conselho de Ministros Nº 155/2007. O site tem a opção de

aumentar e diminuir o tamanho da fonte para facilitar a leitura ao apertar os comandos

[View]-[Text size] do computador, além de podermos navegar pelo sítio sem a

                                                            1 O link que dá acesso à página é http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_main .

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utilização do mouse, já que podemos usar o comando [tab] para alternar entre os links

dentro do site. Estes avanços em relação a outros sites da internet são importantes para

permitir o acesso e facilitá-lo a mais usuários. Além das vantagens mencionadas, é

interessante mencionar que as imagens presentes no site do INE têm legendas, como no

caso de gráficos que se pararmos o mouse sobre uma barra de dados em um gráfico

aparecerá os valores e outros detalhes daquela parte da imagem.

Ainda sobre as imagens, sejam elas gráficos, mapas, tabelas, é relevante notar

que pode ser feito o download das mesmas, o que é um fator de destaque para um site

de dados estatísticos que é fonte para inúmeros pesquisadores, não somente

portugueses, que buscam não só os dados brutos mas já tabulados e organizados para se

informarem e utilizarem-nos em seus trabalhos. Podemos dizer que neste ponto o site do

INE está mais avançado que o site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística), que não tem o download de maneira fácil, simples e objetiva de algumas de

suas imagens, cartogramas, gráficos, já que para obtermos algumas representações

gráficas devemos fazer download em formato pdf da imagem e não em formato

específico (.jpeg, .gif, .png, entre outros), diferente do que ocorre no site aqui analisado.

Sobre o mesmo tópico mas em uma abordagem diferente, temos que os gráficos,

mapas, tabelas que podem ser gerados são de qualidade e fiáveis, entretanto, para alguns

dados estatísticos e temas presentes no site não são disponibilizadas várias opções,

eventualmente tendo dados apenas nacionais e não regionais, e para outros dados

existindo apenas a opção para anos mais recentes. Enfim, este é um ponto negativo em

relação ao site.

Outro ponto desfavorável em relação ao site é sobre a acessibilidade, apesar do

que aqui já relatado sobre a acessibilidade do sítio do INE, não há a opção de ouvir o

texto escrito, nem a opção de descrição oral das figuras, o que dificulta o acesso de

usuários com algum tipo de deficiência visual.

No que tange aos usuários, vemos que o público que acende ao site não é uma

população de massa, no sentido que é necessário saber o que se quer procurar no site e

como efetuar tal procura e gerar os resultados com os dados que ali se encontram. Ou

seja, a priori, podemos dizer que o acesso é feito por pessoas de áreas específicas e que

possuem uma linguagem compatível com a do site (menos informal e mais específica),

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dizendo que o acesso é realizado em maior parcela por pesquisadores das áreas das

ciências sociais e humanas, como economistas, sociólogos, antropologistas, e é claro,

por estudantes destas áreas.

Já sobre a disposição do site no quesito organização e imagem, podemos

concluir que é um sítio da internet sem muitos atrativos gráficos que chamem a atenção

e que sejam interativos, mas isto se deve ao público para que o site é direcionado, ou

seja, quem visita o site sabe quais informações procura e não se faz necessário grandes

atrativos e adereços.

Caso haja dúvidas na utilização do site existe uma aba na página inicial sobre

“Ajuda”, trazendo as perguntas mais frequentes na utilização do sítio e um guia de

navegação. Para facilitar o aceso aos conteúdos presentes no INE há outra aba chamada

“Mapa do Portal”, e nela há uma secção de “Apoio ao Utilizador” que tem espaço para

sugestões, reclamações, pedidos, entre outras opções visando facilitar o uso do site.

Ainda no que tange à facilidade de utilização, no canto superior direto há um

espaço para se realizar pesquisa com a inserção de palavras-chave. Há ainda a opção de

se realizar uma pesquisa avançada, podendo escolher datas específicas, temas, áreas.

Vale ressaltar que o site pode ser visto em português ou em língua inglesa, o que

aumenta muito o público que pode acender ao conteúdo ali presente.

Concluímos, assim, que o site do Instituto Nacional de Estatística traz conteúdos

relevantes, sem viés, com boa acessibilidade apesar de algumas ressalvas, e que é uma

significativa fonte de dados para pesquisas realizadas sobre Portugal.

5. FICHA DE LEITURA

Título da obra: “A ‘Fuga de Cérebros’: um discurso multidimensional”

Autores: Emília Araújo e Filipe Ferreira

Editora: CECS- Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Universidade do

Minho

Local: Braga, Portugal

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Local onde se encontra:

http://www.lasics.uminho.pt/ojs/index.php/cecs_ebooks/article/download/1578/1494

Data da publicação: Janeiro de 2013

Páginas: 58-82

Data de leitura: Outubro de 2013

Assunto: mobilidade e fuga de cérebros

Palavras-chave: “fuga de cérebros", mobilidade, profissionais qualificados, emigração,

media

Sobre os autores: Emília Rodrigues Araújo é professora auxiliar no Departamento de

Sociologia da Universidade do Minho, é doutora pela mesma universidade desde 2005.

Suas linhas de investigação acadêmica desde 2010 são ‘linguagem e interação social’ e

‘cultura, ciência e identidade’. E, Filipe André Von Nordeck Sousa Ferreira é mestrando

de Sociologia – Desenvolvimento e Políticas Sociais pela Universidade do Minho.

Sendo assim, este trabalho que é resultado desta parceria entre estes dois pesquisadores

é uma pesquisa acadêmica de relevância, visto que a autora Emília Araújo já trabalha

com essa linha de pesquisa.

5.1 RESUMO

Os autores partem do pressuposto que a mídia não é apenas informativa,

expositiva, mas que é formadora de opinião, que esta influencia a visão da população

sobre determinado tema e até mesmo tem um papel de formação de como o povo cria

sua identidade. Sendo assim, este trabalho analisa os discursos mediáticos sobre a

circulação de profissionais qualificados para outros países na atualidade e como os

mesmos abordam este tema que está em pauta dentro do atual contexto econômico e

social português.

Para a realização de tal análise, os autores coletaram reportagens na impresa

escrita, em reportagens visuais, bem como em notícias online, tanto no âmbito

português como no internacional entre 2010 e 2012. Depois do cruzamento dos

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resultados, eles concluíram que há uma grande discrepância na abordagem da expressão

“fuga de cérebros” por parte dessas mídias.

5.2 ESTRUTURA

Introdução/ Apresentação do tema

O discurso mediático influencia a “imagem” que a população de um país se

conceitua, já que a mídia é formadora de opinião. Historicamente o termo “’fuga de

cérebros’ manteve-se semanticamente associada a fluxos de países subdesenvolvidos

para países mais desenvolvidos” (Araújo & Ferreira, 2013, pp. 59), sendo assim a

utilização desta expressão pela mídia faz com que a população crie sobre si uma

imagem ruim, de inferioridade.

A princípio, os “cérebros” eram profissionais de destaque em sua formação e em

seu desempenho, mas a partir de 2008 esse termo foi ampliado, abrangendo também

profissionais que tenham apenas com ensino superior sem a necessidade de terem tão

alto desempenho como na definição do conceito anteriormente.

A discussão sobre este tema e a manipulação por parte desses meios de

comunicação bem como por parte dos políticos do uso da expressão “fuga de cérebros”

começou a ganhar espaço de destaque nos anos 2008-2009, com o começo da recessão

de diversas economias ao redor do mundo. A manipulação é moldada de acordo com o

locutor, o interlocutor, como também o contexto econômico, social, o viés da mídia,

entre outros fatores.

Desenvolvimento

Historicamente, a saída de pessoas era visto pelos pesquisadores como “fuga”

(anos 60 e 70), mas com o tempo passou a ser ganho e ‘perda’. Passa-se a valorizar este

“intercâmbio”, há incentivos dos governos (mais abertura para entrada); incentivos das

empresas (valorização de curriculum que tenham vivência internacional); e das unidades

(programas de ensino superior e pós-graduação com possibilidade de mobilidade).

Assim, se afastando cada vez mais do termo “fuga de cérebro”.

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Neste ponto do texto, os autores afirmam que constataram que existe a visão de

que como o mundo está mais globalizado e sujeito a mudanças, profissionais

qualificados movem-se, deslocam-se e não fogem, já que são os que podem escolher

onde querem estar (primeiramente por serem qualificados, em segundo lugar, por eles

terem o domínio da tecnologia de informação e de comunicação, o que lhes facilita essa

mobilidade e co-presença em seu país de origem).

Já nos anos 2000, os países preocupados com a volta de seus profissionais e

desejosos que os mesmos não deixem definitivamente seu país de origem (apenas o

façam temporariamente) aplicam programas de mobilidade que implicam e limitam a

volta dos profissionais.

Já no contexto atual, a circulação de pessoas está diferente, diz Emília Araújo e

Filipe Ferreira neste texto. Segundo este trabalho, com base em outros textos

acadêmicos, o fluxo agora é diferente; como por exemplo, na Itália há saída de

profissionais rumo aos Estados Unidos da América, Reino Unido e Alemanha. Vale

ressaltar, conforme o que foi no trabalho analisado por nós nesta ficha de leitura, que o

continente africano é o que mais sofre com a chamada “fuga de cérebros”. Sendo que os

países menos desenvolvidos saem perdendo com a saída das suas melhores mentes.

Esse tema não é só uma questão de problematização para as academias, mas é a

evidência de um sério problema social, demográfico, econômico no país que vê a saída

de melhores profissionais. Sendo que tal mudança implica problemas sociais, como

mudança de valores, modo de vida, exercício da cidadania. Logo, há uma discussão

envolvendo o fato de que o país não consegue reter seus profissionais.

No que tange a questão de construção da autoimagem, os autores deixam claro

no trecho que segue que a mídia tem um papel influenciador na construção da visão que

o povo tem de si mesmo e que quando essa construção se liga a um discurso onde se

afirma que a mão-de-obra exportada no século XXI é qualificada, contribui para uma

visão mais elevada desta população: “Tal como acontece com a emigração não

qualificada, esta migração, orientada por profissionais altamente qualificados, contribui

para a construção de outra imagem do país, ao mesmo tempo em que permitiria aos

portugueses outra visão de si próprios no exterior, em geral, mais valorizada e mais

prestigiada, do que aquela veiculada pela imagem do trabalhador migrante não

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qualificado.” (Araújo & Ferreira, 2013: 66). Afirmam assim o lado bom da mobilidade,

contribuindo para melhorar a economia e recuperar o ‘orgulho nacional’.

Há uma dualidade no discurso, sendo que ora essa mobilidade de profissionais é

considerada boa, sendo exaltado o esforço pessoal, vezes o oposto, criticando que o país

de origem não tem como reter tais profissionais. Entretanto, ainda há uma prevalência

da visão dos portugueses sobre si próprios de que tal mudança física não é algo de que

se orgulham. A visão de que Portugal não dá suporte necessário para que os

profissionais fiquem no seu país, sendo levados assim, a deixar o país a procura de

trabalho e acabarem por ocupar cargos baixos nos países de destino.

Por causa disso, a partir dos anos 90, há mais investimento e empenho por parte

das políticas e da mídia em focar e evidenciar os portugueses bem sucedidos no

exterior. Politicamente, academicamente e na mídia estão presentes ainda as duas visões

opostas. A de valorização da mobilidade/ negação do termo “fuga de cérebro” e a que

acredita e defende o caráter ruim/ inferior da expressão “fuga de cérebros”.

Metodologia

Os autores pesquisaram notícias de diferentes fontes de informação publicadas

entre 2010 e 2012. Para tal, utilizaram o motor de busca “google”, onde procuraram

pelas expressões “fuga de cérebros em Portugal” e “brain drain Portugal”, utilizaram as

10 primeiras notícias que foram geradas por cada uma das buscas, depois excluíram as

notícias feitas antes de 2010. Desta forma, formaram sua base de dados contendo

notícias escritas, reportagens visuais e/ ou textos informativos/ de opinião online, tanto

da mídia internacional quanto da nacional.

Resultados e análise

Como não há muitos trabalhos que se preocupem em observar e analisar a

mobilidade de profissionais qualificados e como a mídia retrata isso, esse trabalho que

está sendo base para a criação desta ficha de leitura se faz importante.

Desta maneira a análise das mídias é de suma importância. Neste contexto, os

autores observaram que há diferenças no discurso abordado pela mídia e jornais de

grande tiragem que focam histórias pessoais, e da mídia social (blogs, fóruns, entre

outros) que discutem o fato de Portugal não conseguir reter os indivíduos mais

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qualificados. No decorrer do texto são apresentados exemplos reais que corrobora este

argumento.

Uma importante diferença entre a abordagem das mídias mainstream e a mídia

social está em “quem fala ou a quem é dada a palavra reproduzida.” (Araújo & Ferreira,

2013: 68).

A mídia mainstream refere-se a conteúdos ligados a eventos, foca em histórias

pessoais (de pessoas bem sucedidas); mesmo quando tem um caráter pessimista sobre o

tema, não utiliza o termo “fuga de cérebros”; exalta o esforço e a aventura individual

dos imigrantes; quando criticam a mobilidade de profissionais portugueses a fazem

focando no fato de Portugal não conseguir reter tais indivíduos; neste tipo de discurso é

evidente qual é o posicionamento assumido pelos locutores; além de que esses discursos

são homogêneos.

Já nas mídias sociais e no espaço cibernauta, os discursos são mais heterogêneos

que os mainstream e são mais complexos devido ao grande número de locutores; entre

os locutores deste tipo de mídia estão profissionais ligados ao estudo do fenômeno que

se discute e de profissionais portugueses de mobilidade. Sendo assim, nas mídias sociais

e virtuais, os discursos refletem bem a visão do seu público-alvo.

Na sequência do artigo de Emília Araújo e Filipe Ferreira o foco da discussão do

cruzamento das reportagens analisadas passa a ser na expressão “fuga de cérebros”, já

considerando os pressupostos da origem do termo e todo o peso intrínseco na sua

utilização, que já foi explicitada anteriormente no trabalho destes autores e nesta ficha

de leitura.

Quando se observou as mídias internacionais, os autores constataram que há

inúmeras reportagens que retratam a “fuga de cérebros” em Portugal. Destas, uma parte

relata histórias pessoais de portugueses e o contexto econômico e social que vive tal

país. Outra parte é composta por exposições das condições específicas da vida na atual

sociedade portuguesa. Mas em todas as mídias internacionais analisadas no trabalho “A

‘fuga de cérebros’: um discurso multidimensional” fica claro que a saída dos

profissionais qualificados de Portugal é ligada à austeridade, desemprego e migração

portugueses, e ligando o fluxo desta emigração com o direcionamento para os países em

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desenvolvimento que no passado foram colonizados por Portugal; ressaltam também a

preocupação sobre o regresso, se este ocorrer, desta população.

Nos resultados desta pesquisa de Emília Araújo e Filipe Ferreira, encontraram

também alguns relatos de que a população dos países destino dos portugueses

atualmente os veem como potencial concorrência/ ameaça, como por exemplo, o Jornal

Financial Times do dia 18 de março de 2012 que fez referência a isso no caso de

Moçambique.

Já no que tange à análise feita na mídia portuguesa, este trabalho concluiu que a

abordagem nacional contrasta com a internacional. Na mídia portuguesa há uma visão

de que é bom existir a mobilidade de qualificados e há a recusa em se utilizar a

expressão “fuga de cérebros”; pouco são os casos do seu uso, e as reportagens que o

fazem têm viés político. Os autores citam no decorrer deste tópico exemplos que

fundamentaram esta conclusão, onde há uma evidente negação do termo “fuga de

cérebros” e uma esperança em relação à saída dos melhores profissionais de Portugal.

Evidenciando o fato já citado que são poucos os resultados encontrados por esta

pesquisa na mídia portuguesa que utilizam “fuga de cérebros” em seu desenvolvimento

ao invés de “evasão” como sinônimo desta mobilidade e que se dizem preocupados com

este tema e com o fato desses profissionais qualificados não mais voltarem ao seu país

de origem.

Conclusão

Os autores concluem que a mídia tem influência nas opiniões dos indivíduos,

sendo assim é importante a análise de como ela expõem suas visões. Tal mídia, pode se

posicionar a favor e defender a circulação de pessoas, ou contra, criticando o governo

por não impedir a “fuga de cérebros”.

Nesta altura do trabalho, Emília Araújo e Filipe Ferreira relembram a parte

histórica das migrações portuguesas. Ou seja, o fato de que no decorrer do século XX a

emigração foi de mão-de-obra desqualificada em direção ao Brasil, Venezuela e

América do Norte, em um primeiro momento, e depois em direção a outros países da

Europa. Já com os avanços da tecnologia e a globalização da economia, para os

profissionais mais qualificados ficou acessível o controle do tempo e espaço,

facilitando, assim, o seu deslocamento espacial. Atualmente, a mão-de-obra que sai de

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Portugal é altamente estuda, como engenheiros, executivos, indivíduos com doutorados;

e é valido citar que muitas vezes a mudança de país se deve a mudanças propiciadas

pelas multinacionais em que estes profissionais trabalham.

Neste contexto, e como já discutido ao longo do trabalho “A ‘Fuga de Cérebros’:

um discurso multidimensional” que estamos analisando, surge a expressão “fuga de

cérebros” e o fato de sua utilização pelas mídias nacionais e internacionais refletir o seu

ponto de vista, logo, tais mídias se posicionam a respeito do tema, aceitando-o ou

negam-no.

5.3 OPINIÃO SOBRE A OBRA

Pontos fortes e pontos fracos

O texto que deu base para a realização desta ficha de leitura é bem atual, já que

está inserido em uma parte do tema do atual contexto econômico vivido por muitos

países ao redor do mundo, e também social, já que a situação econômica gera migrações

e discussões e políticas sobre elas. Atual também porque a maioria dos textos sobre

migração de mão-de-obra relata o fato desta, no século XXI, ser qualificada.

Outro ponto positivo do artigo é que a escolha dos trabalhos que basearam a

pesquisa bibliográfica é atual, sendo os textos em sua maioria atuais e com autores

renomados nesta linha de investigação, como o autor João Peixoto.

Entretanto, no decorrer o trabalho se torna repetitivo e não evidencia de forma

clara e passo-a-passo como ocorre a construção da “imagem” que o país tem de si com

base das notícias midiáticas, o que ocorre mais é a exposição explicita das notícias.

Além disso, sobre a metodologia empregue no trabalho, melhor seria se tivesse sido

utilizado outro critério para a seleção das notícias. Como por exemplo, selecionar a

priori os jornais visuais, impressos e virtuais mundiais e portugueses mais renomados/

conceituados, bem como os mais vistos/ mais populares, bem como tais tipos de mídia

dos países onde há os maiores fluxos de migração portugueses atualmente. Para que

desta forma, pudéssemos ver a opinião das mídias mais influentes na formação da

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opinião das massas, bem como a visão que os países de destino têm sobre os

portugueses migrantes e sobre o contexto econômico e social de Portugal.

6. CONCLUSÃO

Após a realização deste trabalho, podemos concluir, após a observação de dados

e leituras de textos da literatura acadêmica sobre o tema desemprego e população

qualificada, que o este assunto é um problema que requer atenção dos políticos, tanto

para que a solução desta população estudada não seja a emigração em busca de

melhores condições financeiras, mas também em como diminuir o máximo possível a

perda social decorrente do desemprego.

Desta forma, cumprimos o foco inicialmente proposto que era analisar a situação

da população com ensino superior, especializações, mestrados, doutorados, em caso de

ausência de emprego, com ênfase na observação da literatura que se trata do caso mais

pontual português. Entretanto, podemos notar que a uma rica fonte bibliográfica que

tratam sobre o desemprego, mas quando delimitamos o tema para a relação com a

população qualificada e posteriormente a uma análise sobre a situação portuguesa, a

literatura existente se reduz substancialmente.

Vale aqui ressaltar também as dificuldades ocorridas durante a execução deste

trabalho. O primeiro desafio foi saber quais textos seriam relevantes para a realização

desta pesquisa, a solução para tal desafio foi a escolha de trabalhos recentes para que

pudéssemos ter a análise da atual situação sobre o tema que era o foco temporal

objetivado desde o início.

Outra dificuldade foi na elaboração das referências bibliográficas, bem como

citações, as dúvidas surgidas no decorrer no trabalho foram sanadas com o material

disponibilizado pela disciplina “Fontes de Informação Sociológica” bem como no

conteúdo lecionado em sala de aula.

Apesar de possíveis e passíveis erros ocorridos neste trabalho, o enriquecimento

e aprendizado na realização do mesmo é um ganho acadêmico imenso. Além de o

conhecimento sobre o tema aqui tratado, foi grande o aprendizado sobre como são feitos

trabalhos científicos, bem como a possibilidade de aplicar na prática os conteúdos vistos

nesta disciplina, como também em outras.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida, J. G.; Alburquerque, C. P. (2013) “Trabalho e desemprego: centralidade e

heurísticas”, in idem (orgs.), De desempregados a empreendedores. Percursos e

experiências. Viseu: PsicoSoma, 19-48.

Araújo, Emília e Ferreira, Filipe (2013), “A “Fuga de cérebros”: um discurso

multidimensional”, in Emília Araújo, Margarida Fontes e Sofia Bento (orgs.), Para um

debate sobre Mobilidade e Fuga de Cérebros. Braga: CECS - Centro de Estudos de

Comunicação e Sociedade- Universidade do Minho, 58-82.

England, Andrew (2012). Portuguese seek future in Mozambique, Financial Times, 18

de março. Recuperado em 18 de outubro de 2013 de

http://www.ft.com/cms/s/0/84622634-6b66-11e1-ac25-

00144feab49a.html#axzz2j0iEgGyq.

Rajado, Paulo José do Vale Pereira Santos (2012), “O desemprego em Portugal: uma

análise ao nível dos concelhos entre 2001/2009”. Tese de mestrado em economia.

Coimbra: Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Ramos, Maria da Conceição Pereira (2013), "Globalização e multiculturalismo". Revista

Eletrônica Inter-Legere, 13, 75-101.

Santos, José Rebelo; Mendes, Maria Filomena; Rego, Conceição (2012), "A imigração

Africana em Portugal nos últimos vinte anos: oportunidades e ameaças no mercado de

trabalho."  in VII Congresso português de sociologia da Faculdade de Psicologia e

Ciências da Educação da Universidade do Porto, pp. 1-10.

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ANEXO A

Página da internet avaliada

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ANEXO B

Texto de suporte da ficha de leitura

Araújo, Emília e Ferreira, Filipe (2013), “A “Fuga de cérebros”: um discurso

multidimensional”, in Emília Araújo, Margarida Fontes e Sofia Bento (orgs.), Para um

debate sobre Mobilidade e Fuga de Cérebros. Braga: CECS - Centro de Estudos de

Comunicação e Sociedade- Universidade do Minho, 58-82.