tabela fat - seguro desemprego

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José Serra e a criação do FAT e do Seguro-desemprego Em 1989, o então Deputado José Serra apresentou o projeto de lei, de número 2.250/89, para regulamentar o programa de seguro-desemprego e o abono salarial. Na proposição, ele propôs a instituição do FAT "para custeio do programa do seguro-desemprego e do pagamento do abono anual". O relator da matéria à época, na Comissão de Trabalho, era o deputado Osmar Leitão (PFL-RJ), que elaborou um texto substitutivo, anexando a ele a proposta de Serra e de outros dois deputados, Jorge Uequed (PMDB-RS) e Paulo Paim (PT-RS). O texto substitutivo acabou tramitando com o número 991-A/88, em referência à primeira proposta, que era a de Uequed (991/88). Leitão acabou usando no seu texto final, que deu origem à lei 7.998 de 1990, trechos idênticos à proposta de Serra de criação do FAT. No relatório de Leitão, publicado no Diário do Congresso Nacional, em 13 de dezembro de 1989, está escrito que tanto Serra como Paulo Paim propuseram a criação do FAT. "Os projetos de lei dos deputados Paulo Paim e José Serra instituem o FAT e estabelece (sic) que a aplicação dos seus recursos ficará sob a responsabilidade do BNDES. O deputado Jorge Uequed não prevê a vinculação do programa a um fundo Na tabela abaixo, os trechos em negritos mostram que o relator da matéria utilizou diversos trechos do projeto de Serra em seu substitutivo aprovado. PL 991, de 1988 ( do Sr. Jorge Uequed) Projeto de Lei 2250, de 1989 (do senhor José Serra) Substititutivo do Relator (do Sr. Osmar Leitão) Regula o Programa do Seguro Desemprego, o Abono Salarial,

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José Serra e a criação do FAT e do Seguro-desemprego

Em 1989, o então Deputado José Serra apresentou o projeto de lei, de número 2.250/89, para regulamentar o programa de seguro-desemprego e o abono salarial. Na proposição, ele propôs a instituição do FAT "para custeio do programa do seguro-desemprego e do pagamento do abono anual".

O relator da matéria à época, na Comissão de Trabalho, era o deputado Osmar Leitão (PFL-RJ), que elaborou um texto substitutivo, anexando a ele a proposta de Serra e de outros dois deputados, Jorge Uequed (PMDB-RS) e Paulo Paim (PT-RS).

O texto substitutivo acabou tramitando com o número 991-A/88, em referência à primeira proposta, que era a de Uequed (991/88). Leitão acabou usando no seu texto final, que deu origem à lei 7.998 de 1990, trechos idênticos à proposta de Serra de criação do FAT.

No relatório de Leitão, publicado no Diário do Congresso Nacional, em 13 de dezembro de 1989, está escrito que tanto Serra como Paulo Paim propuseram a criação do FAT. "Os projetos de lei dos deputados Paulo Paim e José Serra instituem o FAT e estabelece (sic) que a aplicação dos seus recursos ficará sob a responsabilidade do BNDES. O deputado Jorge Uequed não prevê a vinculação do programa a um fundo

Na tabela abaixo, os trechos em negritos mostram que o relator da matéria utilizou diversos trechos do projeto de Serra em seu substitutivo aprovado.

PL 991, de 1988( do Sr. Jorge Uequed)

Projeto de Lei 2250, de 1989 (do senhor José Serra)

Substititutivo do Relator(do Sr. Osmar Leitão)

Regula o programa de seguro- desemprego, abono anual e dá outras providências(anexe-se ao Projeto de Lei nº 991, de 1988)

Regula o Programa do Seguro Desemprego, o Abono Salarial, institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e dá outras providências.

Art. 1º O seguro-desemprego, de que tratam o inciso II do art. 7º e o inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, será pago, em conformidade com o disposto nesta lei, entre as prestações asseguradas pela Previdência Social.

O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Esta lei regula o programa de Seguro- Desemprego e o Abono Anual, de que tratam os artigos 7º, inciso II, 201, inciso IV, e 239 da Constituição.

Art.1º Esta lei regula o Programa do Seguro Desemprego e o abono de que tratam o inciso II do artigo 7º o inciso IV do artigo 201 e o artigo 239, da Constituição Federal, bem como institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Art. 2º É beneficiário do seguro-desemprego o trabalhador que, após 180 dias consecutivos de serviço na mesma empresa, se encontre desempregado há mais de 30 (trinta) dias, em virtude de dispensa, sem justa causa, ou por paralisação, total ou parcial, das atividades do empregador.

DO PROGRAMA SEGURO-DESEMPREGO

Art. 2º O programa do Seguro-Desemprego tem por finalidades:I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa; II – auxiliar os trabalhadores requerentes do Seguro-Desemprego na busca de novo emprego, provendo para esse efeito sua reciclagem profissional;

DO PROGRAMA DO SEGURO-DESEMPREGO

Art. 2º O Programa do Seguro-Desemprego tem por finalidade:

I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa;

II - auxiliar os trabalhadores requerentes ao seguro-desemprego na busca de novo emprego, podendo para esse efeito, prover a sua reciclagem profissional.

Art. 3º O benefício será pago mensalmente, pelo órgão local da Previdência Social, por um período mínimo de 6 (seis meses) e no prazo máximo de 18 (dezoito meses), observada as seguintes condições:

I – O trabalhador que tenha mantido vínculo empregatício ininterrupto de até um ano com a empresa, à data de dispensa, terá direito a tantos meses a mais de benefício, quantos forem os períodos de 02 meses, ou fração, após os primeiros 6 (seis) meses no emprego.

II – o trabalhador que manteve tempo superior a 1 (um) ano de vínculo empregatício ininterrupto com a empresa, até a época da

Art. 3º Terá direito à percepção do Seguro-Desemprego o trabalhador dispensado sem justa causa que comprove:

I – ter recebido salário de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, relativos a cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data de dispensa;

II – Ter sido empregado de pessoa física ou pessoa jurídica a ela equiparada ou ter exercido atividade legalmente reconhecida como autônoma durante

Art. 3º Terá direito à percepção do seguro-desemprego o trabalhado dispensado sem justa causa que comprove:

I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, relativos a cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data da dispensa;

II - ter sido empregado de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada ou ter exercido atividade legalmente reconhecida como autônoma, durante pelo menos 15 (quinze) meses nos últimos 24 (vinte e

dispensa, terá direito, além do previsto no inciso anterior, a mais tantos meses de seguro-desemprego, até o máximo total de 18 (dezoito) meses, quantos forem os períodos de 12 (doze) meses, oi fração, que excederam o primeiro ano do emprego.

Parágrafo Único. A recusa, pelo desempregado, de oferta de emprego apropriado, feita por órgão oficial de recrutamento e colocação de mão de obra, ou para possível readmissão na empresa que o houver dispensado, implicará o cancelamento do seguro-desemprego.

pelo menos 18 (dezoito) meses nos últimos 30 (trinta) meses;

III – não possuir renda própria de qualquer natureza;

IV – Não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, previsto no Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, excetuados o auxílio-acidentes e o auxílio suplementar previsto na Lei nº 6367, de 19 de outubro de 1976, assim como o abono de permanência em serviço previssto na lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973 e

V – Não estar em gozo do auxílio-desemprego.

quatro) meses;

III - não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, previsto no Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, excetuados o auxílilo-acidente e o auxílio suplementar previstos na Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976, assim como o abono de permanência em serviço previsto na Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973;

IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; e

V - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família.

Art. 4º O valor mensal do seguro-desemprego corresponderá:

I – para aqueles que recebiam até 3 (três) salários mínimos, ao obtido pela aplicação dos seguintes percentuais sobre seu salário: 100% (cem por cento), nos 2 (dois) primeiros meses; 80% (oitenta por cento), nos dois meses subsequentes; 60% (sessenta por cento), nos 5º e 6º meses; 40% (quarenta por cento), do 7º ao 12º mês; e, a partir do 13º mês, 100% (cem por cento) do salário mínimo nacional.

II – para aqueles que recebiam acima de 3 (três) salários mínimos, ao resultado da aplicação dos seguintes percentuais sobre seu salário: 80% (oitenta por cento), nos dois meses iniciais; 60% (sessenta por cento), nos 2 (dois) meses; 40% (quarenta por cento), nos 5º e 6º meses; 30% (trinta por cento), do 7º ao 12º mês;

Art. 4º - O benefício do Seguro-Desemprego será concedido ao trabalhador desempregado por um período máximo de 4 (quatro meses), de forma contínua ou alternada, a cada período de 12 (doze) meses, a contar da data da dispensa que deu origem à primeira habilitação no período;

Art. 4º. O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador desempregado por um período máximo de 4 (quatro) meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de 16 (dezesseis) meses, contados da data de dispensa que deu origem à primeira habilitação.

Parágrafo Único. O benefício do seguro-desemprego poderá ser retomado a cada novo período aquisitivo, satisfeitas as condições arroladas no artigo 3º desta lei, à exceção do seu inciso II.

e, a partir do 13º mês, 100% (cem por cento) do salário mínimo nacional.

§ 1º – para efeito de cálculo do valor do benefício, será considerado salário a média dos valores dos 3 (três) últimos meses, devidamente corrigidos monetariamente.

§ 2º O reajustamento dos valores do seguro-desemprego far-se-á nas mesmas condições de periodicidade e índice aplicados aos demais benefícios pagos pela Previdência Social.

§ 3º Em qualquer hipótese, o valor do benefício não poderá ser inferior ao do salário mínimo nacional.Art. 5º Excetuado o pagamento do salário família previsto no inciso XII do art. 7º da Constituição Federal é vedada a acumulação do seguro-desemprego com salário ou outros benefícios pagos pela Previdência Social, considerando-se indevida sua concessão quando o trabalhador tiver renda própria de qualquer natureza que lhe assegure a subsistência pessoal e dos dependentes.

Art. 5º O valor do benefício será calculado observando segundo três faixas salariais, observados os seguintes critérios;

I-Até 3 (três) salários mínimos, multiplica-se o salário médio dos últimos três (três) meses por 0,8.

II – De três a cinco salários mínimos, aplicar-se-á até o limite do inciso anterior a regra nele contida e, no que exceder, o fator 0,3;

III – Acima de 03 (três) salários mínimos, o benefício será igual a 03 (três) salários mínimos.

Art. 5º. O valor do benefício será fixado em Bônus do Tesouro Nacional (BTN), devendo ser calculado segundo três faixas salariais, observados os seguintes critérios;

I - até 300 (trezentos) BTN, multiplicar-se-á o salário médio dos últimos 3 (três) meses pelo fator 0,8 (oito décimos);

II - de 300 (trezentos) a 500 (quinhentos) BTN, aplicar-se-á, até o limite do inciso anterior, a regra nele contida e, no que suceder, o fator 0,5 (cinco décimos);

III - acima de 500 (quinhentos) BTN, o valor do benefício será igual a 340 (trezentos e quarenta) BTN.

Parágrafo 1º. Para fins de apuração do

benefício, será considerada a média dos salários dos últimos três meses anteriores à dispensa, devidamente convertidos em BTN pelo valor vigente nos respectivos meses trabalhados.

Parágrafo 2º. O valor do benefício não poderá ser inferior ao valor do salário mínimo.

Parágrafo 3º. No pagamento dos benefícios, considerar-se-á:

I - o valor do BTN ou do salário mínimo do mês imediatamente anterior, para benefícios colocados à disposição do beneficiário até o dia 10 (dez) do mês;

II - o valor do BTN ou do salário mínimo do próprio mês, para benefícios colocados à disposição do beneficiário após o dia 10 (dez) do mês.

Art. 6º O empregador que admitir, ainda que a título de experiência, empregado percebendo seguro-desemprego, deverá comunicar imediatamente o fato ao órgão local do Instituto Nacional de Previdência Social.

Art. 6 º O Seguro-Desemprego é direito pessoal e intransferível do trabalhador, não eestando sujeito a imposto ou contribuição de qualquer natureza

Art. 6º. O seguro-desemprego é direito pessoal e intransferível do trabalhador, podendo ser requerido a partir do sétimo dia subsequente à rescisão do contrato de trabalho.

Art. 7º O descumprimento ao disposto ao artigo anterior, submete o infrator ao pagamento à Previdência Social de correspondente a cinco vezes o maior valor de referência.

Parágrafo Único. Verificando-se a ocultação do fato, pelo empregado, como causadora das circunstâncias a que se refere este artigo, a ele caberá o pagamento à Previdência Social de multa correspondente a duas vezes o maior valor de referência, além da restituição dos valores

Art. 7º O pagamento do benefício do Seguro-Desemprego será suspenso nas seguintes situações:

I – Admissão do trabalhador em novo emprego; II – início de percepção de prestação continuada da Previdência Social, exceto o auxílio-acidentes, o auxílio-suplmentar

Art. 7º. O pagamento do benefício do seguro-desemprego será suspenso nas seguintes situações:

I - admissão do trabalhador em novo emprego;

II - início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto o auxílio- acidente, o auxílio

recebidos indevidamente. e o abono de permanência em serviço e III – Início de percepção do auxílio-desemprego.

suplementar, abono de permanência em serviço e

III - início de percepção de auxílio -desemprego.

Art. 8º. O custeio do seguro-desemprego será garantido através de dotação específica, no orçamento da seguridade social elaborado com base em recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de contribuições dos empregadores, incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro dos trabalhadores, e sobre a receita de concursos de prognósticos.

Art. 8º O benefício do Seguro-Desemprego será cancelado:I – Pela recusa, por parte do trabalhador, de outro emprego condizente com sua qualificação;

II – Por comprovação de falsidade na prestação de informações necessárias à habilitação;

III – Por morte do segurado

Art. 8º. O benefício do seguro-desemprego será cancelado:

I - pela recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro emprego condizente com sua qualificação e remuneração anterior;

II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;

III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-desemprego;

IV - por parte do segurado.Parágrafo Único. Nos casos previstos nos incisos I a III deste artigo, será suspenso por um período de 2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, o direito do trabalhador à percepção do seguro-desemprego, dobrando-se este período em caso de reincidência.

Art. 9º. A empresa cujo índice de rotatividade na força de trabalho superar o respectivo índice médio do setor, terá acrescida sua contribuição ao financiamento da seguridade social.

Parágrafo Único. O acréscimo da contribuição a que se refere o caput deste artigo

DO ABONO ANUAL

Art 9º. O abono anual, que corresponderá a um salário mínimo, será concedido ao trabalhador que:

DO ABONO SALARIAL

Art. 9º. É assegurado o recebimento de abono salarial no valor de um salário mínimo vigente na data do respectivo pagamento, aos empregados que:

será igual ao percentual do seu índice de rotatividade da força de trabalho que exceder ao índice médio do setor, estabelecidos trimestralmente pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em conjunto com instituições de pesquisas estatísticas socioeconômicas, de caráter nacional ou regional, vinculados ao Poder Público ou a entidades legalmente constituídas que representem categorias de trabalhadores e/ou de empresários.

I-Tenha percebido, de empregador que contribui para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Público (PASEP), até dois salários mínimos de remuneração mensal, em pelo menos seis meses durante o ano anterior;

Parágrafo único – aplicar-se-a aos participantes do Fundo de Participação PIS/PASEP o seguinte:

I- A contagem de tempo de

serviço prevista no inciso deste artigo considerará a data de cadastramento nesse Fundo;

II – Serão computados no abono salarial os rendimentos relativos às respectivas contas individuais.

I - tenham percebido, de empregadores que contribuam para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), até dois salários mínimos médios de remuneração mensal no período trabalhado e que tenham exercido atividade remunerado pelo menos durante 30 (trinta) dias no ano base;

II - estejam cadastrados há pelo menos 5 (cinco) anos no Fundo de Participação PIS-PASEP ou no Cadastro Nacional do Trabalhador.

Parágrafo Único. No caso de benefícios integrantes do Fundo de Participação PIS-PASEP, serão computados no valor do abono salarial os rendimentos proporcionados pelas respectivas contas individuais

Art. 10. Dentro de 60 (sessenta )dias, o Poder Executivo regulamentará esta Lei. DO CUSTEIO

Art 10. Para custeio do Programa de Seguro Desemprego e do pagamento do abono anual, fica instituído o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)

§ 1º Integram o FAT: As contribuições devidas ao PIS e ao PASEP;

II –os retornos e resultados das aplicações realizadas;

DO FUNDO DE AMPARO AO TRABALHOR

Art. 10 Fica instituído o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), vinculado ao Ministério do Trabalho, destinado ao custeio do Programa de Seguro-Desemprego, ao pagamento do abono salarial e ao financiamento de programas de desenvolvimento econômico.

Parágrafo único. O Fundo de Amparo ao Trabalhador é um fundo contábil, de natureza financeira, subordinando-se, no que couber, a

III – o produto dos encargos devidos aos contribuintes, em decorrência da inobservância de suas obrigações;

IV- o produto da arrecadação adicional pelo índice de rotatividade;

V – Outros recursos que lhe sejam destinados.

§ 2º Os recursos do FAT serão aplicados mediante critérios de remuneração que, pelo menos, lhes preservem o valor;

legislação vigente.

Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 11- Compete ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a aplicação dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT;

§1º Sobre os recursos aplicados, o BNDES remunerará o FAT com 5% a. a. (cinco por cento ao ano), calculados sobre o valor corrigido monetariamente sobre o valor corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor – IPC

§2º Na hipótese de extinção do IPC sem indicação de sucedâneo, novo indicador será estabelecido pelo Conselho Deliberativo (art. 14), de forma a preservar o valor real das aplicações.

§3º Por proposta do Conselho Deliberativo (art. 14), a taxa de juros referida no parágrafo primeiro poderá ser alterada em até 1% a a (um por cento ao ano), através

Art. 11. Constituem recursos do FAT:

I - o produto da arrecadação das contribuições devidas ao PIS e ao PASEP;

II - o produto dos encargos devidos pelos contribuintes, em decorrência da inobservância de suas obrigações;

III - a correção monetária e os juros devidos pelo agente aplicador dos recursos do Fundo, bem como pelos agentes pagadores, incidentes sobre o saldo dos repasses recebidos;

IV - o produto da arrecadação da contribuição adicional pelo índice de rotatividade, de que trata o parágrafo 4º do artigo 239 da Constituição Federal.

V - outros recursos que lhe sejam destinados.

de decreto do Poder Executivo.

§ 4º Correrá por conta do agente

aplicador o risco das aplicações financeiras realizadas com recursos do FAT

Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário. .Art. 12 Pelo menos 40% (quarenta por cento prevista no inciso I do parágrafo 1º do artigo, serão aplicados por intermédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social no financiamento de programas de desenvolvimento econômico, de acordo com suas políticas operacionais;

Art. 12. Compete ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a aplicação dos recursos do FAT, de acordo com suas políticas operacionais, através de duas contas distintas:

I - Carteira do Seguro-Desemprego e do Abono Salarial (CSA); e

II - Carteira de Desenvolvimento Econômico (CDE).

Parágrafo 1º. O BNDES remunerará o FAT com juros de 5% a.a. (cinco por cento ao ano), calculados sobre o saldo médio diário dos recursos que lhes forem repassados, corrigidos monetariamente pelo índice de Preços ao Consumidor - IPC.

Parágrafo 2º. A taxa de juros referida no parágrafo anterior poderá ser elevada para, no máximo, 6% a.a. (seis por cento ao ano).

Parágrafo 3º. Na hipótese de extinção do IPC, sem a indicação de sucedâneo, novo indexador será estipulado, de forma a preserva o

valor real das aplicações.

Parágrafo 4º. Correrá por conta do agente

aplicador o risco das operações financeiras realizadas com recursos do FAT.

Art. 13 – As contribuições, referidas no art. 239 da Constituição Federal, e que constituem, na forma da lei, recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), deverão ser transferidas a este fundo no prazo máximo de 15 (quinze) dias, a contar da data do pagamento

Parágrafo Único. As contribuições ao PIS e ao PASEP, arrecadadas até a vigência desta lei e não utilizadas para as finalidades especificadas em seu art. 10, serão imediatamente transferidas ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), corrigidas monetariamente, respeitado o disposto no caput deste artigo e no artigo 12..

Art. 13. A Carteira de Seguro-Desemprego e do Abono Salarial (CSA), destina-se ao custeio destes benefícios constituindo-se dos seguintes recursos:

I - 60% (sessenta porcento) do produto da arrecadação a que se refere o inciso I do artigo 11;

II - as receitas de que tratam os incisos II, IV e V do artigo 11;

III - a correção monetária e os juros devidos pelos agentes aplicador e pagadores, incidentes sobre os respectivos saldos;

IV - os juros devidos pelo agente aplicador, incidentes sobre o saldo corrigido da Carteira de Desenvolvimento Econômico (CDE);

V - os recursos de que trata o parágrafo único do artigo 14.

Parágrafo Único. Para fins de cobertura das despesas relativas ao Programa do Seguro Desemprego, o Abono Salarial, o BNDES liberará os recursos necessários, até o limite das disponibilidades da Carteira do Seguro-Desemprego e do Abono Salarial (CSA), de acordo com cronograma de desembolso a ser estabelecido pelos gestores do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

Art. 14º. Fica instituído o Conselho Deliberativo de Seguro- Desemprego e Abono Anual, composto de 9 (nove) membros e respectivos suplentes, assim

Art. 14. A Carteira de Desenvolvimento Econômico (CDE) destina-se ao financiamento de programas de desenvolvimento econômico, nos termos do parágrafo 1º do artigo 239 da

definidos:

I- três representantes dos trabalhadores;

II- três representantes dos trabalhadores;

III- três representantes do Ministério do Trabalho (MTb);

IV- uma representante do Ministério da Previdência e Assistência social (MPAS);

V- um representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

§ 1º O mandato de cada conselheiro é de três anos.

§ 2º Na primeira investidura, observar-se-á o seguinte: I- um terço dos representantes referidos nos itens I e II será

designado com mandato de um ano, um terço com mandato de dois anos e um terço com mandato de três anos;

II- o representante do Ministério do Trabalho será designado com mandato de três anos, o representante do Ministério da Previdência e Assistência Social com mandato de dois anos e o representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social com mandato de um ano.

§ 3º A Presidência do Conselho Deliberativo, anualmente renovada, será

Constituição Federal, constituindo-se dos seguintes recursos:

I - 40% (quarenta por cento) do produto da arrecadação a que se refere o inciso I do artigo 11;

II - a correção monetária devida pelo agente aplicador, incidente sobre o respectivo saldo.

Parágrafo Único. Em caso de insuficiência de recursos da Carteira do Seguro-Desemprego e do Abono Salarial (CSA), poderão ser remanejados à esta conta, a cada exercício, a partir do 6º (sexto), até o 5% (cinco por cento) do saldo da Carteira de Desenvolvimento Econômico (CDE), verificando ao final do exercício anterior, assegurada a correção monetária até a data do remanejamento.

rotativa entre os diversos membros.

Art. 15. Compete ao Codesda definir quaisquer matérias com o Seguro-Desemprego e o Abono Anual, especialmente:I- aprovar o Plano de Contas e suas alterações;II- aprovar e acompanhar a execução do Plano de Trabalho Anual do Programa do Seguro-Desemprego e do Abono Anual e os respectivos orçamentos;III- deliberar sobre a prestação de contas e os relatórios de execução orçamentária e financeira do FAT;

IV- determinar a elaboração de minutas de projeto de lei com vista ao aprimoramento da legislação relativa ao Seguro-Desemprego e ao Abono Anual;

V- encaminhar ao órgão responsável pela elaboração do orçamento de seguridade social a proposta de orçamento do FAT a ser enviada ao Congresso Nacional;

VI- decidir sobre sua própria organização, elaborando seu regimento interno;

VII- fixar a remuneração do agente responsável pelas aplicações dos recursos do Fundo;

VIII- fiscalizar a administração do Fundo, podendo solicitar informações sobre contratos celebrados ou em vias de celebração e quaisquer outros atos;

Art. 15. Compete aos Bancos Oficiais Federais o pagamento das despesas relativas ao Programa do Seguro Desemprego, o Abono Salarial, conforme normas a serem definidas pelos gestores do FAT.

Parágrafo Único. Sobre o saldo de recursos não desembolsados, os agentes pagadores remunerarão o Fundo de Amparo ao Trabalhador, no mínimo com correção monetária.

IX- deliberar sobre outros assuntos de interesse do FAT.

Art. 16. A secretaria Executiva do Conselho Deliberativo será exercida pelo Ministério do Trabalho, à qual caberá todas as

tarefas administrativas relativas ao Seguro-Desemprego e ao Abono Anual.

Art. 16. No que alude ao recolhimento das contribuições ao PIS e ao PASEP, observar-se-á o seguinte:

I - os contribuintes deverão recolher as contribuições aos agentes arrecadadores nos prazos e condições estabelecidas na legislação em vigor;

II - os agentes arrecadadores deverão, no prazo de dois dias úteis, repassar os recursos ao Tesouro Nacional;

III - o Tesouro Nacional deverá, no prazo máximo de quinze dias, transferir os recursos ao BNDES, garantida a correção monetária a partir do segundo dia.

Art. 17. As despesas com a implantação, administração e operação do Seguro-Desemprego e do Abono Anual, exceto as de pessoal, correrão por conta do Fundo de Apoio ao Trabalhador (FAT).

Art. 17. As contribuições ao PIS e ao PASEP serão arrecadadas pela Caixa Econômica Federal, mediante instrumento próprio, de conformidade com normas e procedimentos a serem definidos pelos gestores da FAT.

Art. 18. Os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador integrarão o orçamento da Seguridade Social na forma da legislação pertinente.

DA GESTÃO

Art. 18. Fica instituído o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (CODEFAT), composto de nove membros e respectivos suplentes, assim definidos:

I - três representantes dos trabalhadores;

II - três representantes dos empregados;III - um representante do Ministério do Trabalho;IV - um representante do Ministério da Previdência e Assistência Social;V - Um representante do BNDES.

Parágrafo 1º. O mandato de cada Conselheiro é de três anos.Parágrafo 2º. Na primeira investidura, observar-se-á o seguinte:

I - um terço dos representantes referidos nos incisos I e II será designado com mandato de um ano; um terço, com mandato de dois anos e um terço, com mandato de três anos;

II - o representante do Ministério do Trabalho, será designado com mandato de três anos; o representante do Ministério da Previdência e Assistência social, com mandato de dois anos; e o representante do BNDES, com o mandato de um ano.Parágrafo 3º. Os representantes dos trabalhadores serão indicados pelas centrais sindicais e confederações de trabalhadores e os representantes dos empregadores, pelas respectivas confederações.

Parágrafo 4º. Compete ao Ministério do Trabalho a nomeação dos membros do COFEDAT.

Parágrafo 5º. A Presidência do Conselho Deliberativo, anualmente renovada, será rotativa entre os seus membros.

Parágrafo 6º. Pela atividade exercida no

COFEDAT, seus membros não serão remunerados.

DA FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES

Art. 19. A fiscalização do cumprimento do Programa de Seguro-Desemprego e do Abono Anual compete ao Ministério do Trabalho.

Art. 19. Compete ao COFEDAT gerir o FAT e deliberar sobre as seguintes matérias:

I - aprovar o Plano de Contas e suas alterações;

II - aprovar e acompanhar a execução do Plano de Trabalho Anual do Programa do Seguro Desemprego, o Abono Salarial e os respectivos orçamentos;

III - deliberar sobre a prestação de contas e os relatórios de execução orçamentária e financeira do FAT;

IV - elaborar a proposta orçamentária do Fundo de Amparo ao Trabalhador, bem como suas alterações;

V - propor o aperfeiçoamento da legislação relativa ao Seguro-Desemprego e ao Abono Salarial e regulamentar os dispositivos desta

Lei no âmbito de sua competência;

VI - decidir sobre sua própria organização, elaborando seu regimento interno;

VII - analisar relatórios do agente aplicador quanto à forma, prazo e natureza dos investimentos realizados;

VIII - fiscalizar a administração do Fundo, podendo solicitar informações sobre contratos

celebrados ou em vias de celebração e quaisquer outros atos;

IX - definir indexadores sucedâneos no caso de extinção ou alteração daqueles referidos nesta Lei;

X - baixar instruções necessárias à devolução de parcelas do benefício do Seguro-Desemprego, indevidamente recebidas;

XI - propor alteração das alíquotas referentes as contribuições a que alude o artigo 239 da Constituição Federal, com vistas a assegurar a viabilidade econômica-financeira do FAT;

XII - fixar prazos de recolhimento das contribuições referidas no artigo 239 da Constituição Federal, bem como propor mecanismos de

fiscalização, controle e cobrança;

XIII - fixar a remuneração dos agentes arrecadadores e pagadores;

XIV - fixar prazos para processamento e envio ao trabalhador da requisição do benefício do seguro-desemprego, em função das possibilidades técnicas existentes, estabelecendo-se com o objetivo o prazo de 30 (trinta) dias;

XV - deliberar sobre o remanejamento de recursos a que se refere o parágrafo único do artigo 14;

XVI - decidir sobre a elevação da taxa de juros

a que se refere o parágrafo 2º do artigo 12;

XVII - deliberar sobre outros assuntos de interesse do FAT.

Art. 20. Os trabalhadores e empregadores prestarão as informações necessárias, bem como atenderão às exigências para a concessão do Seguro-Desemprego e o pagamento do Abono Anual , nos termos e prazos fixados pelo Ministério do Trabalho.

Art. 20. A Secretaria-Executiva do Conselho Deliberativo será exercida pelo Ministério do Trabalho, a qual caberão as tarefas técnico-administrativas relativas ao seguro-desemprego e ao abono salarial.

Art. 21. O empregador que infringir os dispositivos desta lei estará sujeito a multas de dez a mil salários de referência (SMR), segundo a natureza da infração, sua extensão e a intenção do infrator, aplicada em dobro no caso de reincidência e de oposição à fiscalização ou desacato à autoridade.

§ 1º Serão competentes para impor as penalidades as Delegacias Regionais do Trabalho nos termos do titulo VII da CLT.

§ 2º Além das penalidades

administrativas já referidas, os responsáveis por meios fraudulentos na habilitação ou na percepção do Seguro-Desemprego serão punidos civil e criminalmente nos termos da lei.

§ 3º O Ministério do Trabalho baixará as

Art. 21. As despesas com a implantação, administração e operação do Programa do Seguro Desemprego, o Abono Salarial, exceto as de pessoal, correrão por conta do FAT.

instruções necessárias para a devolução de parcelas do benefício do Seguro-Desemprego, recebidas indevidamente pelo trabalhador

Art. 22. Fica o Ministério do

Trabalho autorizado a baixar, por intermédio de portaria, as instruções necessárias ao completo cumprimento desta lei.

Art. 22. Os recursos do FAT

integrarão o orçamento da seguridade social na forma da legislação pertinente

Art. 23. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

DA FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES

Art. 23. Compete ao Ministério do Trabalho a fiscalização do cumprimento do Programa do Seguro Desemprego, o Abono Salarial.

Art. 24. Revogam-se as disposições em contrário.

Deputado José Serra

Art. 24. Os trabalhadores e empregadores prestação as informações necessárias, bem como atenderão às exigências para a concessão do seguro-desemprego e o pagamento do abono salarial, nos termos e prazos fixados pelo Ministério do Trabalho.

Art. 25. O empregador que infringir os dispositivos desta Lei estará sujeito a multas de 400 (quatrocentos) a 40.000 (quarenta mil) BTN, segundo a natureza da infração, sua extensão se a intenção do infrator, a ser aplicada em dobro,

no caso de reincidência, oposição à fiscalização ou desacato à autoridade.

Parágrafo 1º. Serão competentes para impor as penalidades as Delegacias Regionais do Trabalho nos termos do título VII da CLT.

Parágrafo 2º. Além das penalidades administrativas já referidas, os responsáveis por meios fraudulentos na habilitação, ou na percepção do seguro-desemprego serão punidos civil e criminalmente nos termos da Lei.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 26. Fica o ministério do Trabalho, de conformidade com o CODEFAT, autorizado a baixar, por intermédio de portaria, as instruções necessárias ao cumprimento desta Lei.

Art. 27. A primeira investidura do CODEFAT dar-se-á no prazo de 30 (trinta) dias da publicação desta Lei.

Art. 28. No prazo de 30 (trinta) dias, as contribuições ao PIS e ao PASEP arrecadadas a partir de 5 de outubro de 1988 e não utilizadas nas finalidades previstas no artigo 239

da Constituição Federal serão recolhidas à Carteira do Seguro-Desemprego e do Abono

Salarial (CSA) do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Parágrafo Único. As contribuições a que se refere o caput deste artigo serão apuradas com correção monetária a partir do segundo dia subsequente ao crédito no caixa do Tesouro Nacional.

Art. 29. Os recursos do PIS/PASEP repassados ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, em decorrência do parágrafo 1º, do artigo 239 da Constituição Federal, antes da vigência desta Lei, integrarão a Carteira de Desenvolvimento Econômico (CDE) do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), assegurados correção monetária pela variação do IPC e juros de 5% a.a. calculados sobre o saldo médio diário.

Art. 30. O Poder Executivo regulamentará a presente lei no prazo de 90 (noventa) dias e apresentará projeto de lei regulamentado a contribuição adicional pelo índice de rotatividade, de que trata o parágrafo 4º do artigo 239 da

Constituição Federal, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias.

Art. 31. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Deputado Osmar Leitão

Relator