desempenho reprodutivo de ovelhas morada...

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0 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS FELIPE BRENER BEZERRA DE OLIVEIRA DESEMPENHO REPRODUTIVO DE OVELHAS MORADA NOVA: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR COM GLICERINA NO PERÍODO DA PRÉ-COBRIÇÃO E IMPACTO DA CONDIÇÃO CORPORAL NO PÓS-PARTO FORTALEZA CE 2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

FELIPE BRENER BEZERRA DE OLIVEIRA

DESEMPENHO REPRODUTIVO DE OVELHAS MORADA NOVA:

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR COM GLICERINA

NO PERÍODO DA PRÉ-COBRIÇÃO E IMPACTO DA CONDIÇÃO

CORPORAL NO PÓS-PARTO

FORTALEZA – CE

2015

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FELIPE BRENER BEZERRA DE OLIVEIRA

DESEMPENHO REPRODUTIVO DE OVELHAS MORADA NOVA:

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR COM GLICERINA

NO PERÍODO DA PRÉ-COBRIÇÃO E IMPACTO DA CONDIÇÃO

CORPORAL NO PÓS-PARTO

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciências Veterinárias

da Faculdade de Veterinária da

Universidade Estadual do Ceará, como

requisito parcial para a obtenção do grau

de Mestre em Ciências Veterinárias.

Área de Concentração: Reprodução e

Sanidade Animal. Linha de Pesquisa:

Reprodução e Sanidade de Pequenos

Ruminantes.

Orientador: Prof. Dr. Davide Rondina

FORTALEZA – CE

2015

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FELIPE BRENER BEZERRA DE OLIVEIRA

DESEMPENHO REPRODUTIVO DE OVELHAS MORADA NOVA:

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR COM GLICERINA

NO PERÍODO DA PRÉ-COBRIÇÃO E IMPACTO DA CONDIÇÃO

CORPORAL NO PÓS-PARTO

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Aos meus pais, Sandra e Eraldo, a

minha avó Maria das Graças, e a toda

minha família pelo imenso apoio

durante toda minha jornada.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me conceder o dom da vida, e estar

sempre ao meu lado me iluminando e me guiando.

Ao Projeto de Cooperação Acadêmica Interinstitucional (PROCAD-

CASADINHO) em conjunto das instituições UFRA, UECE e UNESP/Jabuticabal

aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq). E a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (FUNCAP) pelo apoio financeiro através da bolsa de estudos, essencial

para o êxito deste trabalho.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV), seus

professores, em especial ao Prof. Dr. Darcio Ítalo e ao Prof. Dr. Ayrton pelo valioso e

fundamental apoio sempre que solicitado, e funcionários sempre dispostos a ajudar.

À minha família, base de todo o meu ser. A minha mãe, Sandra Sueli, pelo

amor incondicional que tem me dado, que apesar de todos os pesares dessa vida não

poupou esforços pra me fazer chegar até aqui. Ao meu pai, Eraldo Oliveira, por todos os

ensinamentos e educação que me foram concedidos. A minha irmã, Jéssica Brenda, pelo

enorme carinho e afeto que você tem pelo “mano”.

A minha namorada, Caroline Pessoa, por seu companheirismo e

cumplicidade. Obrigado por acreditar em mim e nos nossos sonhos. Sou infinitamente

grato pela paciência, carinho e dedicação que tem por mim e, principalmente, pelo apoio

e incentivo que me ofertou nos momentos difíceis.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Davide Rondina, por todo o apoio durante

minha jornada experimental e pela sua enorme capacidade de gerenciar o recurso

humano, tendo paciência no meu processo de aprendizado.

Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Luiz Fernando de Souza Rodrigues, que me

acompanha passo a passo desde a graduação e foi um dos grandes responsáveis por me

encaminhar para a pós-graduação. O meu obrigado, pois entre nós, acima da nossa

relação profissional, existe uma amizade muito grande.

Ao Laboratório de Nutrição e Produção de Ruminantes (LANUPRUMI),

aos seus antigos e atuais integrantes. Aos pós-graduandos e pós-graduados Aline Maia,

César Carneiro, Juliana Paula, Liliane Moreira, Cláudio Henrique e Cleidson Gomes, a

convivência com vocês me proporcionou um grande aprendizado.

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À equipe da Fazenda de Experimentação Agropecuária Dr. Esaú Accioly de

Vasconcelos, pela ajuda e apoio para a execução da parte a campo deste trabalho.

Agradeço em especial ao Israel, Antônio e Francisco.

À todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização

de mais um projeto da minha vida.

Obrigado a todos!

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RESUMO

Objetivo do presente trabalho foi avaliar a resposta reprodutiva de ovelhas Morada

Nova criadas no Nordeste do Brasil sob diferentes estímulos nutricionais. Para isso

foram realizados dois experimentos separadamente. O primeiro ocorreu durante o

segundo semestre de 2013, utilizando 19 ovelhas Morada Nova, divididas em dois

grupos de acordo com o escore da condição corporal ECC ao parto: grupo ECC baixo (<

2.5) (n = 11) e ECC alto (> 2.5) (n=8). A partir do parto até o desmame dos cordeiros

(45 dias), as mães foram pesadas semanalmente e verificado o ECC, espessura da

gordura subcutânea lombar, profundidade do lombo, perfil hematológico, composição e

produção leiteira e a cada três dias mensurado o diâmetro uterino. Os cordeiros foram

pesados semanalmente até o desmame e sete dias após o desmame. A menor

disponibilidade de reservas muscular e adiposa no grupo ECC baixo refletiu

negativamente na produção de leite e consequentemente no desempenho dos cordeiros

na fase de aleitamento. Todavia os resultados indicaram como o processo de involução

uterina, os parâmetros reprodutivos como prolificidade, taxa de partos múltiplos, o

número de células brancas, a qualidade do leite, o peso vivo dos cordeiros ao nascer e as

taxas de mortalidade não foram afetados pela condição corporal. Em conclusão o

conjunto de dados obtidos pelo presente estudo permitiu descrever a capacidade de

resposta as condições de grave estresse nutricional da raça Morada Nova, evidenciando

os seus tratos de rusticidade e adaptação. O segundo experimento foi realizado durante o

primeiro semestre de 2014, as fêmeas receberam uma poção de 200 ml de solução salina

(grupo controle, n = 9) ou 200 ml (grupo glicerina, n = 9) de glicerol, administrada em

forma de drench de glicerina bruto em solução de soro fisiológico (9: 1), 1 h depois

alimentação. O glicerol foi fornecido por 6 dias a partir do 7º dia antes da primeira

monta. A onda folicular e o estro foram sincronizados mediante três injeções, com

intervalos de sete dias cada de D-Cloprostenol 100µg. Após 24 e 48 horas da 3ª e última

aplicação de PGF2α, as ovelhas foram cobertas com carneiro da raça Morada Nova com

fertilidade previamente comprovada. Avaliação do padrão de crescimento dos folículos

ovarianos foi monitorada diariamente por ultrassonografia durante o período de

suplementação com glicerina. O diagnóstico de prenhez foi realizado nos dias 30 e 45

após acasalamento, por ultrassonografia utilizando o mesmo transdutor. Diariamente,

durante a administração de glicerina e 24 horas depois da ultima dose de PGF2α,

amostras de sangue foram coletadas para ensaio de progesterona. Durante todo o

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período de suplementação com glicerina, amostras de sangue foram recolhidas

diariamente respectivamente 1h antes e 4h, 8h e 12 h após a suplementação para análise

de glicose. De forma esperada houve um incremento significativo (P < 0.01) da

glicemia as 4 e 12 horas após a suplementação com glicerina. A maior disponibilidade

de energia em proximidade da ovulação mostrou ter sucesso nos animais da raça

Morada Nova induzindo um incremento significativo de folículos de grandes dimensões

(> 3 mm). O mesmo grupo tratado com glicerina evidenciou um aumento de mais que

40% da prolificidade ao parto (1.17 ± 0.17 vs. 1.67 ± 0.33; P = 0.21). Podemos concluir

que a utilização por curtos períodos da glicerina bruta como suplementação energética

antes da monta na raça Morada Nova teve sucesso. A utilização deste protocolo também

em animais com condição corporal satisfatória parece promissor em ovinos em vista do

ganho em termos de resposta reprodutiva.

Palavras chaves: cordeiro, estado nutricional, folículos, glicerol, involução uterina,

ovelha, primeira onda, taxa de gestação.

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ABSTRACT

Objective of this study was to evaluate the reproductive response of Morada Nova sheep

created in northeastern Brazil under different nutritional stimuli. For this two

experiments were conducted separately. The first experiment occurred during the

second half of 2013, using nineteen Morada Nova sheep were assigned to two groups

according to body condition score (BCS) at lambing: low BCS (< 2.5) (n = 11) and high

BCS (> 2.5) (n=8). From birth until lamb weaning (45 days), sheep were weighed

weekly and checked the BCS, loin subcutaneous fat thickness, loin depth, hematological

profile, milk composition and production, and every three days, we measured the

uterine diameter. Lambs were weighed weekly until weaning and seven days after

weaning. The lower availability of muscle and fat reserves in the low BCS group

negatively affected milk production and consequently performance of suckling lambs.

However, the results indicated that the uterine involution process, the reproductive

parameters including prolificacy, rate of multiple births, number of white blood cells,

milk quality, body weight of lambs at birth and mortality rates were not affected by the

body condition. The results allowed to describe the responsiveness to severe nutritional

stress of Morada Nova sheep, showing their traits of rusticity and adaptation. The

second experiment was conducted during the first half of 2014, animals received a

drench of 200 mL saline solution (Control group, n = 9), or 200 mL (Glycerin group, n

= 9) glycerol, administrated as a drench of crude glycerin in saline solution (9:1), 1 h

after feeding. Glycerol was furnished for 6 days beginning 7 days from 1st mate. The

follicular wave and estrus was synchronized by three injections with seven day intervals

each of D-cloprostenol 100μg. After 24 and 48 hours the 3rd and final application of

PGF2a, the sheep were covered with ram of Morada Nova race with previously proven

fertility. Evaluation of growth pattern of the ovarian follicles was monitored by

ultrasonography daily during the period of glycerin supplementation. Diagnosis of

pregnancy by ultrasonography was performed on the 30th and 45th days of pregnancy

using the same transducer. Daily, during glycerin administration and 24 hour after,

blood samples were taken to progesterone assay. In the glycerin period, daily blood

samples were collected respectively 1h before and 4h, 8h e 12h after to glucose analysis.

As expected there was a significant increase (P <0.01) of blood glucose at 4 and 12

hours after supplementation with glycerin. The greater availability of energy in

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proximity of ovulation showed succeed in animals of Morada Nova inducing a

significant increase of large follicles (> 3 mm). The same group treated with glycerin

showed an increase of more than 40% of prolificacy childbirth (1:17 ± 0:17 ± 0:33 vs.

1.67; P = 00:21). We can conclude that the use for short periods of crude glycerin as

energy supplementation before mating in Morada Nova race succeeded. Using this

protocol also satisfactory in animal body condition in sheep appears promising in view

of reproductive gain in response.

Key words: Lamb, nutritional status, follicle, glycerol, uterine involution, ewes, first

wave, pregnancy rate.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Representação esquemática da duração dos tratamentos nutricionais em

diferentes experimentos. O comprimento da barra representa a totalidade do tratamento,

que foi sub-dividido com base nos achados de Stewart & Oldham (1986). Preto indica o

período durante o qual a suplementação nutricional de curto prazo tem um efeito

positivo, enquanto cinza indica um efeito neutro/negativo da suplementação. Fonte:

Viñoles (2003). ............................................................................................................... 29

Figura 2 Esquema ilustrativo do modelo de “primeira onda” proposto por Viñoles et al.

(2009). Na 1ª PGF2α apenas as fêmeas que estiverem na fase lútea do ciclo estral irão

responder aplicação hormonal, após o intervalo de 7 dias todo o rebanho experimental

se encontrará na fase lútea então a 2ª aplicação de PGF2α tem o intuito de promover a

ovulação e em seguida dar inicio a uma nova onda folicular, que por sua vez deve

coincidir com o suplemento nutricional estudado (barra verde). A 3ª e ultima aplicação

promove a ovulação da onda folicular que foi foco do estudo. ...................................... 30

Figura 3 O exame ultrassonográfico transretal do trato reprodutivo na figura (A),

consiste em encontrar a posição craniana da bexiga em seguida inicia-se a varredura

movendo o transdutor no sentido horário e anti-horário (KÄHN, 1994); na figura (B) a

imagem ultrassonográfica das estruturas ovarianas, tal como corpo lúteo (CL) folículos

(F2, F5), além disso, a bexiga urinária (UB), já a figura (C) mostra os ovários mostrados

na figura (B) dissecados para avaliação da acurácia da técnica. (A,B) Adaptado de

Viñoles et al., (2004). ..................................................................................................... 30

Figura 4 Diâmetro máximo do útero (do corno anteriormente gravídico, cm) em

diferentes estágios de pós-parto, das imagens de ultrassom em ovelhas Farafra

(HAYDER e ALI, 2008). ............................................................................................... 32

LISTA DE ILUSTRAÇÕES CAPITULO 1

Figure 1 Loin depth (A) and Subcutaneous fat loin thickness (B) of Morada Nova ewes

with opposite (Low vs. High) body condition score during postpartum period. ............ 45

Figure 2 Uterine diameter (A) and uterine diameter reduction rate (B) during post-

partum of Morada Nova ewes with opposite (Low vs. High) body condition score. ..... 47

LISTA DE ILUSTRAÇÕES CAPITULO 2

Figura 1 Tratamento hormonal para o estro e sincronização da onda folicular,

Drenching de glicerol e acasalamento.................................................................... 61

Figura 2 Nível de glicose medida em ovelhas antes e após a administração de glicerina

bruta. Os valores são dados em médias ± DP. * P <0,05, ** P <0,01 diferenças de -1

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horas em cada período. A, B P <0,01 diferenças entre o grupo. Efeito estatisticamente

significativo de Grupo, tratamentos período e interação são dadas na figura............... 65

Figura 3 Número de folículos> 3 milímetros (A), diâmetro do folículo na primeira onda

(B), medido seis dias a partir do acasalamento, durante a administração de glicerina

bruta. Os níveis de progesterona (C), foram determinadas 7 dias a partir do

acasalamento, durante a suplementação energética e 24 horas depois. Os valores são

dados em médias ± DP. * P <0,05, ** P <0,01 diferenças de -6th dias em cada período.

A, B P <0,01 diferenças entre o grupo. Efeito estatisticamente significativo de Grupo,

tratamentos período e interação são dadas na figura. ................................................... 66

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composição química dos resíduos (% em base MS) produzidos a partir de

diferentes oleaginosas durante a extração do biodiesel. Fonte: adaptado de Abdalla et al.

(2008). ............................................................................................................................ 23

LISTA DE TABELAS CAPITULO 1

Table 1 Reproductive and productive parameters of Morada Nova ewes and lambs with

opposite (Low vs. High) body condition score during postpartum period. .................... 46

Table 2 Hematological parameters of Morada Nova ewes with opposite (Low vs. High)

body condition score during postpartum period. ............................................................ 49

Table 3 Evaluation of the milk production and composition of Morada Nova ewes with

opposite (Low s. High) body condition score during postpartum period. ...................... 50

LISTA DE TABELAS CAPITULO 2

Tabela 1 Os parâmetros reprodutivos e produtivos de ovelhas e cordeiros Morada

Nova.....................................................................................................................67

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

%- Percentual

< - Menor

> - Maior

≥ - Maior ou igual

± - Mais ou menos

® - Registro

µL - Microliter (Microlitro)

ANOVA - Analysis of variance (Análise de variância)

ARCO – Associação Brasileira de Criadores de Ovinos

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CP - Crude Protein (Proteína Bruta)

BEN – Balanço Energético Negativo

BCS - Body Condition Score (Escore de condição corporal)

ECC – Escore de Condição Corporal

EM – Energia Metabolizavel

FUNCAP - Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico

g – Grama

GH – Homônimo do Crescimento

h – Horas

HGB - hemoglobin count

HCT – hematocrit

IGF-1 - Fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1

Kg- Kilograma

LD - loin depth

Máx - Máximo

Mcal – Megacaloria

MCV - mean corpuscular volume

MCH - mean corpuscular hemoglobina

MCHC - mean corpuscular hemoglobin concentration

MHz – Megahertz

Min – Minimo

min. – Minutos

mg/dL - Milligrams per decilitre (Miligrama por decilitro)

m³ - Metros cúbicos

MS – Matéria Seca

mm – Milimetros

mL – Mililitro

n – Número

º - Grau

º C - Graus Celsius

PGF2α- Prostaglandin F2α (Prostaglandina F2α)

pH - Potential of hydrogen (Potencial de hidrogênio)

PLT - total platelet count

RNAm - Messenger ribonucleic acid (Ácido ribonucléico mensageiro)

RBC - red blood cell count

RDW - distribution of red cells

SFLT - thickness of the loin subcutaneous fat

SNP – Single Nucleotide Polymorphism (Polimorfismo de Base Única)

TDN - Total Digestible Nutrient (Nutriente Digestivel Total)

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UECE – Universidade Estadual do Ceará

WBC - white blood cell count

vs. – versos

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 16

2.REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 19

2.1IMPORTÂNCIA DA RAÇA MORADA NOVA PARA OVINOCULTURA BRASILEIRA

....................................................................................................................................................19

2.2.UTILIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS DA INDÚSTRIA DO BIODIESEL NA

ALIMENTAÇÃO ANIMAL....................................................................................................... 22

2.2.1.Glicerina bruta na alimentação de ruminantes ............................................................. 24

2.2.1.1.Digestão e metabolismo da glicerina em ruminantes ................................................. 25

2.3.NUTRIÇÃO x REPRODUÇÃO ........................................................................................... 26

2.3.1.Efeito da nutrição sobre a fase de acasalamento (dinâmica folicular e taxa de

ovulação)................................. ................................................................................................... 27

2.3.2.Interação nutrição e Pós-parto ........................................................................................ 31

2.3.2.1.Anestro pós-parto e involução uterina ........................................................................ 31

2.3.2.2.Lactação e Balanço Energético Negativo (BEN) ........................................................ 33

2.3.2.3.Sobrevivência e desempenho das crias ........................................................................ 34

3.JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 35

4.HIPÓTESE CIENTÍFICA .................................................................................................... 36

5.OBJETIVOS ........................................................................................................................... 37

5.1.Objetivo Geral ..................................................................................................................... 37

5.2.Específicos ............................................................................................................................ 37

6. CAPITULO 1 ..................................................................................................................... 38

Impacto da condição corporal sobre o pós-parto em ovelhas Morada Nova ................... 38

7. CAPITULO 2 ..................................................................................................................... 56

Suplementação curta com glicerina bruta antes da cobrição em ovelhas Morada Nova:

efeito sobre as respostas ovariana e reprodutiva............................................................... 56

8. PERSPECTIVA ................................................................................................................. 68

9. REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 69

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1. INTRODUÇÃO

A criação de ovinos no Brasil é uma atividade que veio ganhando destaque

nas últimas décadas, principalmente na região Nordeste do país. No entanto, maior parte

desta região é de clima semiárido, caracterizada pela precipitação chuvosa irregular e

vegetação do bioma Caatinga com baixo valor nutricional. Estas características impõem

severa restrição alimentar a pecuária, consequentemente reduzindo o desempenho

produtivo e reprodutivo.

Dentre as alternativas para lidar com as condições adversas está à escolha de

raças que sejam adaptadas a região (LÔBO, 2003). A raça Morada Nova uma é uma das

principais raças nativas de ovinos deslanados do Nordeste brasileiro (FACÓ et al.,

2008). Os animais desta raça apresentam boa adaptação ao clima semiárido, tornando-se

importantes componentes produtivos.

Contudo, os manejos nutricionais e sanitários também precisam estar

alinhados às necessidades dos animais para que haja sucesso do sistema de criação. A

suplementação alimentar pode ser empregada para minimizar o déficit nutricional

causada pela flutuação da disponibilidade de forragem (LEITE, 2002; GUIM e

SANTOS, 2008), afim de manter níveis satisfatórios de produção na pecuária local. No

entanto, concentrados energéticos a base de cereais possuem elevados custos de

produção (RAMALHO et al., 2006).

Uma das opções, que vem sendo estudadas há alguns anos, é a utilização de

subprodutos da agroindústria na alimentação de ruminantes (GIORDANI JUNIOR et

al., 2015). Dentre os quais, se destaca a utilização da glicerina bruta, por ser um dos

principais coprodutos da fabricação do biodiesel (RODRIGUES e RONDINA, et al.

2013).

O Brasil encontra-se entre os maiores produtores e consumidores de

biodiesel do mundo. A legislação brasileira obriga a adição 7% de biodiesel na mistura

de óleo diesel derivado do petróleo (Lei nº 11.097) (ANP,2014). Com isso, a produção

efetiva de biodiesel do país em 2014 ultrapassou 3 milhões m³. Devido a isso, nesse

mesmo ano, foram gerados mais de 290,2 mil m³ de glicerina como subproduto na

produção total de biodiesel (ANP, 2015). Este salto na produção de biocombustível

causou acumulo excedente deste subproduto, a glicerina, que corresponde a cerca de

10% a 12% do produto final da produção do biodiesel (KNOTHE et al., 2006;

THOMPSON e HE, 2006).

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A utilização da glicerina bruta na alimentação animal se deve a presença do

glicerol em sua composição, que por sua vez possui valor energético elevado. A

quantidade de glicerol é bastante variável em função do processamento e matéria prima

utilizada, segundo Donkin (2008) em torno de 80-88% da glicerina bruta é composta de

glicerol.

Em ruminantes, uma parte do glicerol pode ser fermentada transformando-

se em ácidos graxos de cadeia curta, principalmente propionato, que é metabolizado a

oxaloacetato, por meio do ciclo de Krebs, no fígado, e pode ser utilizado para formar

glicose pela via gliconeogênica (MACH et al, 2009). Outra parcela do glicerol pode ser

absorvido diretamente pelo epitélio ruminal, sem sofrer fermentação, metabolizado no

fígado pela ação da enzima glicerol quinase e convertido em glicose (REMOND et al.,

1993).

A maioria dos trabalhos relacionados ao uso da glicerina se concentra na

área da bovinocultura leiteira, que tem utilizado a glicerina como um artifício

preventivo de distúrbios metabólicos que estão associados ao período de transição,

sendo recomendada para esta fase cerca de 5 a 8% de glicerina com base na matéria

seca da dieta (DONKIN, 2008). Em outros ruminantes como os ovinos, os estudos que

avaliam a utilização de glicerina na alimentação estão voltados principalmente para seus

níveis de inclusão na dieta e seus efeitos sobre as características produtivas (LAGE et

al., 2010; GOMES et al., 2011; BARROS, 2006; LAGE et al., 2014).

A relação entre a nutrição e reprodução também merece destaque especial,

pois todos os eventos que medeiam à reprodução sofrem influência direta ou indireta da

nutrição (ROBINSON et al., 2006). Ao longo dos anos vários estudos têm discutido os

efeitos da manipulação do plano nutricional sobre melhorias nas taxas de fertilidade.

Atualmente já se sabe que existem períodos sensíveis no qual a suplementação

alimentar favorece o aumento na taxa de ovulação (VIÑOLES et al., 2010).

Outra fase importante que devemos considerar, quando se busca melhoria

no desempenho reprodutivo, é a duração do anestro pós-parto (ASCARI et al., 2013),

uma vez que o retorno da fertilidade pós-parto depende de dois principais eventos: a

involução do útero e o início da ciclicidade ovariana. A nutrição novamente

desempenha um papel importante nesses mecanismos, às perdas em peso e condição

corporal no pós-parto limitam a foliculogênese e consequentemente a retomada da

atividade cíclica ovariana (MBAYAHAGA et al.,1998; SCARAMUZZI et al., 2006).

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Apesar do relativo conhecimento sobre o uso da glicerina na alimentação de

ruminantes, são escassas as pesquisas com utilização deste subproduto na

suplementação de ovinos, sobretudo quando relacionados à suas respostas reprodutivas.

Além disso, pouco se compreende sobre a relação entre condição corporal de ovelhas

Morada Nova no pós-parto e desempenho produtivo e reprodutivo.

Portanto, o objetivo do estudo foi avaliar o impacto da utilização de

glicerina bruta, como suplemento energético alternativo, em ovelhas Morada Nova antes

do acasalamento. Bem como, verificar o efeito do estado nutricional ao parto sobre a

resposta reprodutiva, produtiva e o desempenho das crias.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. IMPORTÂNCIA DA RAÇA MORADA NOVA PARA OVINOCULTURA

BRASILEIRA

A ovinocultura está presente em praticamente todos os continentes. Sua

ampla difusão se deve principalmente a capacidade de adaptação da espécie ovina a

diferentes ambientes (VIANA, 2008). A criação de ovinos está destinada tanto à

exploração econômica como à subsistência das famílias de zonas rurais.

Os maiores rebanhos estão distribuídos pelos países pertencentes à Ásia,

África e Oceania. A China se destaca com o maior rebanho destes animais, seguida por

Austrália, Índia, Irã, Sudão e Nova Zelândia (FAO, 2014). Países como Austrália e

Nova Zelândia são reconhecidos pela sua alta produtividade, possuem sistemas de

criação modernos e visam à produção de carne e lã. Já os países da Ásia e África

apresentam sistemas de produção extensivos, com menor nível de produtividade, visto

que o principal objetivo da atividade está relacionado com o consumo interno (VIANA,

2008).

De acordo com dados de 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística o Brasil possui um rebanho de 16.789.492 de ovinos distribuídas ao longo de

toda extensão territorial do país, porém mais concentrada nas regiões sul e nordeste. O

contingente destes animais na região Nordeste representa 55,5% do efetivo nacional

(IBGE, 2013). No ranking entre as unidades da federação, o estado do Rio Grande do

Sul ainda é o estado com o maior rebanho do Brasil, seguido por Bahia, Ceará,

Pernambuco e Piauí respectivamente. Segundo a Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE,

o estado do Ceará registrou em 2012 um rebanho de 2.071.096 cabeças (IBGE, 2013).

A criação ovina na região Sul e Sudeste é baseada em ovinos de raças

lanadas como Merino Australiano e Ideal, e raças mistas como Corridale, onde se obtém

o produto lã e carne (SILVEIRA, 2001). Nas regiões Norte e Nordeste os ovinos

caracterizam-se por serem de raças deslanadas, adaptadas ao clima tropical quente,

apresentam alta rusticidade e produzem carne e peles (VIANA, 2008).

Na região Nordeste, devido o clima semiárido, houve a ascensão das raças

deslanadas, como Morada Nova, Somalis Brasileira e Santa Inês (SANTOS et al.,

2009). A raça Morada Nova uma é uma das principais raças nativas de ovinos

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deslanados do Nordeste brasileiro (FACÓ et al., 2008). Os animais desta raça

apresentam boa adaptação ao clima semiárido.

De acordo com Domingues (1941), em uma das primeiras descrições sobre

o surgimento da raça Morada Nova, caracterizou estes animais com altura média de 65-

78 cm, de peso médio de 30 Kg e coloração predominantemente vermelha lisa, podendo

ocorrer ainda a branca e a pintada, sendo as fêmeas mochas e os machos com ou sem

chifres. A respeito das raças que deram origem a Morada Nova não existe ainda um

consenso na literatura, para Domingues (1954), a raça descenderia diretamente de

cordeiros Bordaleiros oriundos de Portugal, trazidos para o Brasil na época da

colonização, e desde então, passaram pelo processo de seleção natural e perderam a lã

ao passar dos anos. Mason (1979), acredita que esses animais possam ter origem no

tronco africano de ovinos. Já para Figueredo et al. (1980), ocorriam as duas

possibilidades, ou seja, que a raça Morada Nova originou-se do cruzamento de animais

de origem europeia e africana.

Com o advento das técnicas de biologia molecular, novos estudos vêm

tomando impulso com objetivo de determinar com maior precisão a origem das raças

naturalizadas. Como exemplo disso, Paiva et al. (2005), estudando um grupo expressivo

de 248 animais das raças Santa Inês, Criola Lanada, Rabo Largo, Morada Nova,

Somalis Brasileira e Bergamácia, classificaram todos os animais analisados como de

origem europeia e, em função da provável origem africana das raças Somalis Brasileira

e Morada Nova, sugeriram que as raças africanas poderiam apresentar uma história

evolutiva semelhante à das raças europeias, compartilhando o mesmo haplótipo

mitocondrial.

No entanto, Paiva et al. (2006) encontraram resultados que contrapunham

esta ideia, estudando a frequência de um Polimorfismo de Base Única (SNP) localizado

em uma região especifica do cromossomo Y, observaram nas raças nativas uma

prevalência de um alelo que não está em grande frequência nas raças europeias. Para

Facó et al. (2008), tal resultados reforçam a necessidade de mais estudos com maior

número de marcadores moleculares, bem como uma amostragem mais ampla.

Atualmente a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO),

reconhece duas variedades de ovinos da raça Morada Nova: a vermelha (variando de

intensidade na coloração castanho escuro a clara) e a branca. Segundo a ARCO (2006),

os aspectos gerais de padrão racial definidos para raça são animais deslanados, mochos,

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quando adultos atingem pesos médios de 40 a 60 kg para os machos, e de 30 a 50 kg

para as fêmeas.

No que diz respeito às características reprodutivas, raças deslanadas

geralmente são poliéstricas anuais (VILLARROEL, 1991), isto é, apresentam estro,

ovulação e parição durante o ano todo. Também possui menor idade a puberdade,

característica essa que indica precocidade sexual. A raça Morada Nova, em especial,

apresenta estação reprodutiva longa (SOUZA et al., 2006). Silva et al. (1988),

encontraram nas condições do Nordeste brasileiro, ovinos da raça Morada Nova mais

precoces, apresentando o primeiro estro cerca de 13% mais cedo, em comparação a raça

Santa Inês.

Além disso, diversos trabalhos relatam elevadas taxas de prolificidade da

raça Morada Nova quando comparada a trabalhos feitos com ovinos Santa Inês

(FERNANDES, 1992; MAGALHÃES et al.,1994; COSTA et al., 1990). Tais

parâmetros são muito importantes para os sistemas de produção de carne ovina, pois

indicam maior produção anual de cordeiros.

Apesar da raça Morada Nova apresentar um baixo peso adulto

(FIGUEIREDO, 1986; SOUZA et al., 2003; ARCO, 2006). Isto pode representar uma

vantagem competitiva da raça principalmente para sistemas de produção extensivos sob

as condições semiáridas do Nordeste brasileiro. Haja vista, que fêmeas com baixo peso

adulto possuem menor exigência nutricional de mantença, deste modo reduz-se os

custos com alimentação das matrizes (FACÓ et al., 2008).

Apesar de a ovinocultura brasileira encontrar-se em plena expansão, ainda

tem muito a evoluir. A regularidade na oferta do produto, e redução no abate informal

são alguns dos pontos fracos da atividade (SORIO, 2009). A ovinocultura carece

também de informações que envolvam desde questões relacionadas às técnicas de

produção dos animais a estudo de mercados consumidores (YOKOYA et al., 2009).

A alimentação é apontada como a principal causa dos baixos índices

produtivos e reprodutivos, sofridos pelos ovinos criados no Nordeste (RODRIGUES,

2010), pois a sazonalidade na oferta de forragens os torna bastante vulneráveis a

deficiência alimentar, uma vez que, o sistema de criação predominante nesta região é o

extensivo, onde esses animais são criados quase exclusivamente na caatinga. Esta,

apesar de apresentar grande diversidade botânica, não atende as necessidades

nutricionais destes rebanhos e, principalmente, não produz a quantidade de biomassa

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necessária a uma adequada capacidade de suporte, que se agrava drasticamente nos

períodos secos (RODRIGUES, 2010).

Desta forma, esta instabilidade nos padrões nutricionais reflete em uma

debilidade na cadeia produtiva de ovinos, tanto no segmento produtivo quanto no

segmento transformador e distribuidor, resultando em produtos de baixa qualidade,

oferta instável e preços pouco competitivos (GUIMARÃES FILHO et al., 2000).

Neste contexto a raça Morada Nova torna-se um importante componente do

sistema produtivo, sendo necessária maior quantidade de estudos a despeito desta raça,

com foco em estratégias nutricionais adequadas para os diferentes períodos do ano e

fases reprodutivas.

2.2. UTILIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS DA INDÚSTRIA DO BIODIESEL NA

ALIMENTAÇÃO ANIMAL

A preocupação atual pela redução da poluição e a crise energética têm

estimulado o mercado mundial de biocombustíveis. O biodiesel é um combustível

biodegradável derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais.

Este biocombustível é produzido no Brasil a partir de diferentes espécies oleaginosas,

como a mamona, o dendê, a canola, o girassol, o amendoim, a soja e o algodão, além de

matérias-primas de origem animal como o sebo bovino e gordura suína (ABDALLA et

al., 2008).

Desde 2008, todo litro de diesel vendido em postos no Brasil tem mistura

obrigatória do combustível verde. A adição começou em 2005 com 2% e chegou a 5%

em 2010. Atualmente a legislação brasileira obriga a adição 7% de biodiesel na mistura

de óleo diesel derivado do petróleo (Lei nº 11.097). Colocando o Brasil entre os

maiores produtores e consumidores de biodiesel do mundo.

Em 2014, a produção efetiva do Brasil foi de 3,42 milhões m³. O óleo de

soja continuou sendo a principal matéria-prima para a produção de biodiesel, sendo

consumidos cerca de 2,2 milhões m³, no ranking de produção das usinas, seguido pela

gordura animal, pelo óleo de algodão e por outros materiais. Devido a isso, nesse

mesmo ano, foram gerados mais de 290,2 mil m³ de glicerina como subproduto na

produção total de biodiesel (ANP, 2015). Este salto na produção de biocombustível

causou acumulo excedente deste subproduto, a glicerina, que corresponde a cerca de

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10% a 12% do produto final da produção do biodiesel (KNOTHE et al., 2006;

THOMPSON e HE, 2006).

Apesar do grande potencial econômico do biodiesel, durante sua extração

são gerados diversos resíduos que se não aproveitados de forma correta pode

inviabilizar toda a cadeia produtiva. Os resíduos do biodiesel, assim como todo resíduo

agroindustrial, após serem gerados, necessitam de destino adequado, pois não podem

ser acumulados indefinidamente no local em que foi produzido (GOMES, 2013).

O principal processo de fabricação do biodiesel no Brasil é a

transesterificação, na qual a glicerina é separada da gordura ou óleo vegetal. O processo

gera dois produtos: ésteres (o nome químico do biodiesel) e glicerina (produto

valorizado no mercado de sabões); além de coprodutos (torta, farelo e outros).

Recentemente muitos estudos tem avaliado a utilização de subprodutos da

agroindústria na alimentação animal (GIORDANI JUNIOR et al., 2014). Os principais

resíduos gerados durante a produção do biodiesel com potencial de utilização na

alimentação de ruminantes são: a glicerina, farelo de soja, farelo e/ou torta de girassol,

farelo e/ou torta de babaçu, farelo e/ou de dendê, algodão e mamona. A composição

química destes resíduos está descritas na tabela 1.

Tabela 1 Composição química dos resíduos (% em base MS) produzidos a partir de diferentes oleaginosas

durante a extração do biodiesel. Fonte: adaptado de Abdalla et al. (2008).

Espécie

Proteína Bruta Extrato etéreo Fibra Bruta

Min Máx Min Máx Min Máx

Soja 42 47 3 4 7 8

Caroço de algodão 42 47 3 3 10 11

Amendoim 41 45 8 9 14 15

Mamona 39 43 4 4 18 20

Gergelim 36 40 12 13 5 5

Nabo forrageiro 34 38 22 24 19 21

Canola 32 36 22 24 7 8

Pinhão-manso 25 60 4 12 40 45

Girassol 20 22 20 22 21 23

Babaçu 18 20 7 8 26 29

Denê/Palma 14 15 6 7 38 43

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2.2.1. Glicerina bruta na alimentação de ruminantes

O termo glicerol é aplicado somente ao composto químico puro, enquanto o

termo glicerina refere-se ao produto na sua forma comercial, ou seja, com ≥99% de

glicerol em sua composição (APPLEBY, 2006). Já o termo glicerina bruta é usado

quando os teores de glicerol presente na glicerina estão abaixo de 90%, podendo ser

classificado em baixa (70%) e média pureza (80 a 90%) (CUNHA et al., 2014). A

quantidade de glicerol é bastante variável em função do processamento e matéria prima

utilizada, segundo Donkin (2008) em torno de 80-88% da glicerina bruta é composta de

glicerol.

O uso de glicerina na alimentação animal tem sido alvo de estudos há algum

tempo (BERNAL et al, 1978; WAGNER, 1994, SIMON et al, 1996). Alguns trabalhos

foram desenvolvidos em monogástricos a fim de avaliar os efeitos da glicerina, oriunda

de diferentes fontes, sobre o desempenho, características de carcaça e qualidade de

carne de aves e suínos. Também existem pesquisas envolvendo frangos de corte

(CERRATE et al, 2006; MENTEN et al, 2008), galinhas poedeiras (LAMMERS et al,

2008b), além de leitões na fase de creche (LAMMERS et al, 2007; GROESBECK et al,

2008) e suínos em crescimento e terminação (BERENCHTEIN, 2008).

Em se tratando do uso de glicerina para ruminantes, muitos dos estudos são

voltados para bovinos, e concentram-se na área da bovinocultura leiteira, que tem

utilizado a glicerina como um artifício preventivo de distúrbios metabólicos que estão

associados ao período de transição (DONKIN, 2008).

A utilização do glicerol do 14º dia pré-parto até 21º dia de lactação em

bovinos, não causou alterações nos níveis plasmáticos de glicose, insulina, b-

hidroxibutirato, ácidos graxos não esterificados e perfis ruminais durante o pré-parto.

Durante os primeiros 21 dias de lactação o peso corporal, condição corporal, ácidos

graxos não esterificados no plasma, e nível de lipídios hepáticos foram semelhantes

entre os tratamentos. Além disso, o período de lactação não foi alterado pelo uso do

glicerol (DEFRAIN, et al., 2004).

Em outro estudo com bovinos ofertou-se dietas contendo 0, 5, 10 ou 15% de

glicerol em porcentagem da matéria seca. O glicerol foi bem tolerado pelas vacas e não

houve diferenças na ingestão de matéria seca ou na produção de leite durante o período

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experimental de 8 semanas. Efeitos negativos na ingestão foram observados apenas na

primeira semana do estudo e nas demais semanas não foram observados.

O uso do glicerol não apresentou efeitos sobre o peso da carcaça, as

deposições de tecido adiposo, o marmoreio ou conteúdo de lipídios do músculo

Longissimus de bovinos. Além disso, observou-se um aumento na expressão de RNAm

da leptina em animais que receberam o propilenoglicol (KIM et al., 2005). A avaliação

hematológica de animais alimentados com glicerina bruta na dieta, não alterou as

concentrações sanguíneas de hemácias, hematócrito, basófilos, eosinófilos, neutrófilos,

bastonetes e linfócitos (SILVA et al., 2012).

Ainda em bovinos o fornecimento de glicerol (5,4% MS) não teve quaisquer

efeitos sobre a produção de leite e ingestão de alimentos (DEFRAIN et al., 2004). No

entanto o fornecimento de 500 mL de glicerol (3,1% MS), de 3 semanas antes do parto

até a 70º dia no leite causando um aumento no rendimento do leite e conteúdo de

proteína no leite (BODARSKI et al., 2005).

Em outros ruminantes, como os ovinos, os estudos que avaliam a utilização

de glicerina na alimentação estão voltados principalmente para seus níveis de inclusão

na dieta e seus efeitos sobre as características produtivas (LAGE et al., 2010; GOMES

et al., 2011; BARROS, 2006; LAGE et al., 2014).

A utilização da glicerina bruta na alimentação animal se deve a presença do

glicerol em sua composição, que por sua vez possui valor energético elevado

(MENTEN et al., 2008) e alta digestibilidade (CERRATE et al., 2006). Do ponto de

vista nutricional, a glicerina tem surgido como uma fonte alimentar energética

alternativa e promissora na alimentação animal, podendo substituir em parte, os

concentrados energéticos da dieta, principalmente o milho (CUNHA et al., 2014). Já no

ponto de vista ambiental, há uma necessidade de dar finalidade para este subproduto,

uma vez que a crescente produção de biodiesel tem gerado um excesso de glicerina no

mercado (GOMES, 2013).

2.2.1.1. Digestão e metabolismo da glicerina em ruminantes

Em ruminantes, uma parte do glicerol pode ser fermentada transformando-

se em ácidos graxos de cadeia curta, principalmente propionato, que por sua vez é

metabolizado a oxaloacetato, por meio do ciclo de Krebs, no fígado, e pode ser utilizado

para formar glicose pela via gliconeogênica (MACH et al, 2009). Outra parcela do

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glicerol pode ser absorvido diretamente pelo epitélio ruminal, sem sofrer fermentação,

metabolizado no fígado pela ação da enzima glicerol quinase e convertido em glicose

(REMOND et al., 1993).

Em estudos in vitro com níveis de inclusão de 15 a 25% de glicerol foi

demostrado que a maior parte do glicerol adicionado desapareceu dentro de 6 horas

(BERGNER et al., 1995). Já nas experiências in vivo com animais recebendo uma dose

de 200g de glicerol estima-se o desaparecimento de cerca de 85% desta quantidade no

intervalo de 2 horas no rúmen (KIJORA et al., 1998).

O teor de energia metabolizável da glicerina bruta pode ser calculado,

segundo Mach, et al. (2009), estimando que a energia metabolizável (EM) do glicerol

seja de 4,03 Mcal de EM/kg da MS. Schröder e Südekum (1999) estimaram valores de

energia liquida de 1,98 a 2,26 Mcal/kg podendo decrescer estes valores devido maior

quantidade de amido, e DeFrain (2004) relatou 1,91Mcal/kg durante a alimentação com

glicerol no início da lactação. Parte das incertezas nos valores de energia do glicerol se

da devido às interações desconhecidas com outros componentes da ração (DONKIN,

2008).

2.3. NUTRIÇÃO x REPRODUÇÃO

A reprodução é um fenômeno bastante complexo, de maneira geral tem

como objetivo principal de garantir a perpetuação da espécie, através da multiplicação

de indivíduos de uma dada população. Todos os eventos fisiológicos que envolvem a

reprodução sofrem influência direta ou indireta da nutrição (ROBINSON et al., 2006).

Comprovadamente a nutrição representa um fator crítico para a sobrevivência não só

dos ruminantes, como para todas as outras espécies animais (RONDINA & GALEATI,

2010). Em ruminantes, é evidente a relação entre nutrição e reprodução (ARREGUM et

al., 1997). A nutrição pode interagir com a genética, ambiente ou manejo e influenciar

de forma direta a duração do anestro pós-parto. A reprodução é uma das primeiras e

principais funções afetadas em situações de estresse nutricional, que consiste em um

desbalanço entre a disponibilidade de nutrientes e seu requerimento, tanto pelos animais

em reprodução como por aqueles que irão ainda iniciar sua vida reprodutiva (GOMES

& LOPES, 2011).

A função folicular é conhecida como sendo dependente, não somente dos

sinais gonadotróficos, mas também dos perfis de hormônios metabólicos e fatores de

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crescimento, todos os quais podem influenciar a esteroidogênese folicular ovariana e a

diferenciação celular e, com isto, a capacidade ovulatória (SPICER e FRANCISCO,

1997; VIÑOLES et al., 2010). Modificações na dieta causam uma rápida e imediata

alteração em vários agentes metabólicos, incluindo glicose, insulina e IGF-1

(O‟CALLAGHAN et al., 2000; CASTAÑEDA-GUTIÉRREZ et al., 2007; VIÑOLES et

al., 2010).

Existe relato na literatura da influência do estado nutricional materno na

viabilidade embrionária em bovinos, no estágio de pré-implantação dependem

principalmente da oxidação de nutrientes, especificamente de piruvato para o

suprimento energético (THOMPSON et al., 1996).

De posse deste conhecimento podemos dar maior atenção nas fases

consideradas mais críticas da reprodução, de maneira a elaborar planos nutricionais que

atendam as exigências das fêmeas para cada fase da reprodução. A fim de otimizar o

desempenho reprodutivo dos rebanhos. Dentre as fases que carecem de maior atenção

destacam-se o período de acasalamento e o pós-parto.

2.3.1. Efeito da nutrição sobre a fase de acasalamento (dinâmica folicular e taxa

de ovulação)

Um dos fatores determinantes para o sucesso reprodutivo é a prolificidade

dos rebanhos ovinos (VIÑOLES, 2003). A prolificidade por sua vez, é fruto da taxa de

ovulação, que pode ser melhorada através da nutrição (SCARAMUZZI, 1988). Porém,

o mecanismo pelo qual a nutrição promove aumento na taxa de ovulação ainda não é

totalmente conhecido, uma melhor compreensão da dinâmica folicular durante o ciclo

estral pode ajudar a elucidar tais mecanismos.

Inicialmente os efeitos da nutrição sobre a taxa de ovulação foram

atribuídos ao conceito de “flushing”, que consiste em um período de 3 semanas de alto

nível alimentar, acarretando no aumento da massa corporal e no tamanho da ninhada

(CLARK, 1934). Knight et al. (1975), relataram um aumento da taxa de ovulação

devido a suplementação alimentar com tremoço (cereal utilizado na alimentação animal

pode ser comparado ao milho), não ficou claro exatamente qual dos componentes da

dieta com energia, proteína ou algum outro componente especifico, foi responsável por

tal aumento do número de crias. No entanto, das tentativas para determinar a

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importância relativa de proteína e energia, contidas na dieta, para a reprodução

indicaram que a energia é o mais importante (TELENI et al. 1989a;b).

Ao longo dos anos várias definições sobre o efeito da nutrição sobre a taxa

de ovulação têm sido discutidas. Dentre os quais, incluem o chamado "efeito de

estático", o "efeito dinâmico" e o "efeito imediato". O termo "efeito estático" refere-se a

maior taxa de ovulação observada em ovelhas mais pesadas em comparação com as

leves. Enquanto que o "efeito dinâmico" refere-se a aumentos na taxa de ovulação

devido a aumentos de peso vivo e condição corporal, ocasionados por uma

suplementação de algumas semanas antes do acasalamento (Smith & Stewart, 1990), ou

seja, em virtude da utilização de um flushing alimentar. Além disso, existe o fenômeno

denominado “efeito imediato”, que consiste em aumentos na taxa de ovulação quando

suplementos nutricionais, principalmente os energéticos, são fornecidos em curto

período de tempo, 4 a 6 dias, sem aumentos detectáveis na massa corporal (KNIGHT et

al, 1975; LINDSAY, 1976; OLDHAM & LINDSAY, 1984; STEWART e OLDHAM,

1986; DOWNING et al., 1995).

Já se sabe atualmente que a taxa de ovulação pode ser afetada ainda no

ambiente pré-natal, isso porque, a nutrição materna em ovinos pode influenciar o

número de folículos e tamanho da ninhada subsequente, durante a vida fetal

(ROBINSON et al., 2002). As transformações pós-púbere em um determinado folículo

primordial em ovelhas demora cerca de 6 meses (CAHILL, 1981). E o plano de nutrição

do animal durante este período de 6 meses influencia o número de folículos que atingem

a fase final de crescimento (OLDHAM et al., 1990). Ou seja, a interação entre nutrição

e reprodução ocorre de maneira continua ao longo de toda a vida reprodutiva do animal.

Apesar de vários estudos confirmarem a eficácia da suplementação

alimentar de curto prazo sobre o aumento da taxa de ovulação, ainda existem

controvérsias a respeito do período considerado mais sensível o qual a suplementação

favorece esse estimulo. Os resultados divergem entre o dia 8 ao dia 4 conforme a figura

1, antes da ovulação, intervalo este que provavelmente corresponde ao surgimento de

uma onda ovulatória (GHERARDI & LINDSAY, 1982; OLDHAM & LINDSAY,

1984; STEWART e OLDHAM, 1986; TELENI et al, 1989b; NOTTLE et al, 1990;

PARR et al., 1992).

Os processos fisiológicos que regulam o efeito da nutrição sobre a taxa de

ovulação também ainda não estão totalmente esclarecidos. Provavelmente envolvem

interações entre hormônios reprodutivos e metabólicos (MUÑOZ-GUTIERREZ et al.,

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2002, 2005, SCARAMUZZI et al., 2006). As mudanças nos níveis de hormônios

metabólicos circulantes são sinais importantes do estado metabólico do animal

(LINDSAY et al., 1993). Hormônios metabólicos, tais como insulina, hormônio do

crescimento, IGF-I e a leptina tem um papel importante no controle do desenvolvimento

folicular e é provável que sejam mediadores dos efeitos da ingestão alimentar sobre a

taxa de ovulação (MUÑOZ-GUTIERREZ et al., 2002).

Para Viñoles et al. (2005), a variável mais descontrolada na maior parte das

experiências, é a relação entre o momento de suplementação e o estágio de crescimento

do folículo. Uma vez que existe um período crítico durante o ciclo estral, quando a

suplementação de curto prazo aumenta a taxa de ovulação, o estro de ovelhas deve ser

sincronizado (GHERARDI & LINDSAY, 1982). Portanto, o efeito da nutrição sobre

taxa de ovulação e seus mecanismos reguladores pode ser melhor elucidado, se uma

única onda folicular, for induzida de forma sincronizada em todas as ovelhas durante o

período experimental. Tratamentos nutricionais poderão então ser impostos durante a

fase de crescimento dos folículos, momento esse em que os efeitos benéficos da glicose

e hormônios metabólicos podem ter um impacto. Uma opção é fazer uso do modelo de

“primeira onda” do ciclo ovulatório, que consiste na administração exógena de

hormônio luteolítico a fim de promover a ovulação conforme a figura 2,

Figura 1 Representação esquemática da duração dos tratamentos nutricionais em diferentes experimentos. O

comprimento da barra representa a totalidade do tratamento, que foi sub-dividido com base nos achados de

Stewart & Oldham (1986). Preto indica o período durante o qual a suplementação nutricional de curto prazo tem

um efeito positivo, enquanto cinza indica um efeito neutro/negativo da suplementação. Fonte: Viñoles (2003).

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simultaneamente emerge a onda folicular em torno do tempo de ovulação, por isso, o

seu padrão de crescimento é muito previsível e similar entre ovelhas (VIÑOLES et al.

1999, VIÑOLES 2000).

A técnica de ultrassonografia transretal tem sido usada como uma excelente

ferramenta para estudar a fisiologia do ovário, tal como dominância de folículos,

mensuração e mapeamento de folículos e corpo lúteo, com precisão comprovada na

avaliação de folículos ≥ 2 mm (Viñoles et al., 2004). A figura 3 exemplifica o

procedimento na prática e avaliação da acurácia através de altopissia. O uso do modelo

experimental de “primeira onda” aliado à técnica de ultrassonografia transretal poderá

melhorar o esclarecimento da influencia da nutrição sobre a reprodução.

Figura 2 Esquema ilustrativo do modelo de “primeira onda” proposto por Viñoles et al. (2009). Na 1ª

PGF2α apenas as fêmeas que estiverem na fase lútea do ciclo estral irão responder aplicação hormonal,

após o intervalo de 7 dias todo o rebanho experimental se encontrará na fase lútea então a 2ª aplicação de

PGF2α tem o intuito de promover a ovulação e em seguida dar inicio a uma nova onda folicular, que por

sua vez deve coincidir com o suplemento nutricional estudado (barra verde). A 3ª e ultima aplicação

promove a ovulação da onda folicular que foi foco do estudo.

Figura 3 O exame ultrassonográfico transretal do trato reprodutivo na figura (A), consiste em encontrar a

posição craniana da bexiga em seguida inicia-se a varredura movendo o transdutor no sentido horário e anti-

horário (KÄHN, 1994); na figura (B) a imagem ultrassonográfica das estruturas ovarianas, tal como corpo

lúteo (CL) folículos (F2, F5), além disso, a bexiga urinária (UB), já a figura (C) mostra os ovários mostrados

na figura (B) dissecados para avaliação da acurácia da técnica. (A,B) Adaptado de Viñoles et al., (2004).

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31

2.3.2. Interação nutrição e Pós-parto

No período pós-parto ocorre uma série de adaptações anatômicas e

fisiológicas no útero (ABABNEH e DEGEFA, 2005; GREYLING e NIEKERK, 1991)

e no ovário (MBAYAHAGA et al., 1998), como consequência das alterações

metabólicas e endócrinas ocorridas durante a gestação. Do ponto de vista reprodutivo, é

importante saber que nesse período ocorre o anestro pós-parto e a involução uterina

(MONTIEL e AHUJA, 2005). No entanto também ocorrem outras mudanças na

fisiologia do organismo animal tal como o inicio ou recomeço da lactação, e alterações

de caráter metabólico conhecido como balanço energético negativo (BEN), que por sua

vez irão influenciar o desempenho e sobrevivência das crias.

2.3.2.1. Anestro pós-parto e involução uterina

A duração do anestro pós-parto varia de acordo com a espécie, que no caso

de ovelhas pode se apresentar de maneira mais precoce, quando comparado com cabras

(MBAYAHAGA et al., 1998). De acordo com Maia e Costa (1998), a duração do

anestro pós-parto é um dos fatores de maior importância econômica na produção

animal. Um intervalo pós-parto curto possibilita a ocorrência de uma nova concepção

precocemente, reduzindo assim a duração do intervalo de partos e, consequentemente,

melhorando a eficiência reprodutiva e a produtividade do sistema.

Imediatamente após o parto, durante o anestro pós-parto, inicia-se o

processo de involução uterina. Durante esse processo, caracterizado por mudanças

regressivas nos órgãos reprodutivos, o útero retorna ao tamanho e à posição de um útero

de um animal não prenhe (KIRAKOFE, 1980). Vários fatores como: parto, nutrição,

manejo, raça e estação influenciam o tempo de involução uterina (GRAY et al., 2003).

O processo de involução uterina já foi avaliado em diversas espécies,

incluindo vacas (OKANO e TOMIZUCA, 1987; EL-DIN et al., 1995), ovelhas

(ZDUNCZYK, 2004; HAYDER e ALI, 2008; NASCIUTI et al., 2011; OMRAN et al.,

2012) e cabras (GREYLING e NIEKERK, 1991; ABABNEH e DEGEFA, 2005;

TAKAYAMA et al., 2010). O tempo requerido para a completa involução uterina em

ovelhas varia de 17 (HAUSER e BOSTEDT, 2002) a 35 dias (ZDUNCZYK et al.,

2004).

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Hauser e Bostedt (2002) avaliando o diâmetro do lúmen uterino e

carúnculas, durante os primeiros 30 dias pós parto em ovelhas German Lend,

concluíram que a involução é finalizada aproximadamente no dia 17 após o parto, sendo

mais tardia em animais que sofreram intervenção obstétrica, cesariana e retenção de

membranas fetais. Nasciutti et al. (2012) estudando ovinos da raça Santa Inês afim de

avaliarem características clínicas da involução uterina nesta raça, não conseguiram

determinar a completa involução até os 28 dias pós-parto. Slawomir et al. (2004)

trabalhando com ovelhas da raça Polish Long wool constataram que o processo de

involução uterina se completa em até 35 dias de pós-parto, sendo esse processo mais

curto nas ovelhas primíparas que nas pluríparas. Resultado semelhante aos estudos

realizados por Zdunczyk et al. (2004) e Hayder e Ali, (2008), monitorando ovelhas da

mesma raça e da raça Farafa, respectivamente.

Nos estudos pós-parto a técnica de ultrassonografia tem sido comprovada

como método adequado para o acompanhamento da involução uterina (GODFREY et

al., 1998;. HAUSER e BOSTEDT, 2002). A estreita relação entre achados utilizando

ultrassom (figura 4) e medições involução macroscópicas post mortem indicou que

ultrassonografia pode ser utilizada com segurança para monitorar a involução uterina

sob condições de campo e pode ser uma adequada alternativa, devido ser pouco invasiva

e evitar o abate dos animais (ABABNEH & DEGEFA, 2005).

Figura 4 Diâmetro máximo do útero (do corno anteriormente gravídico, cm) em diferentes estágios de pós-

parto, das imagens de ultrassom em ovelhas Farafra (HAYDER e ALI, 2008).

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2.3.2.2. Lactação e Balanço Energético Negativo (BEN)

Uma fase importante, que também ocorre no período pós-parto, é lactação.

Essa condição fisiológica tem um efeito direto com a duração do anestro pós-parto,

como foi observado por Gordon (1999). Além disso, a nutrição da fêmea que se

encontra em lactação pode ter efeito também sobre a produção e a qualidade do leite

produzido.

A produção e síntese do leite se iniciam com o completo desenvolvimento

mamário durante a gestação e a lactação (TOPPER e FREEMAN, 1980), e é controlada

pelos hormônios lactogênicos, a prolactina e o hormônio do crescimento (GH) (FLINT

e KNIGHT, 1997). Os fatores que afetam a produção de leite incluem o genótipo do

animal, o nível da nutrição durante a gestação, o número de crias em amamentação, o

número de ordenhas realizadas, além do nível e do padrão de ingestão das fêmeas em

lactação (TREACHER e CAJA, 2002).

O tipo de alimentação, volumoso ou concentrado, e a composição da dieta

influenciam a produção de leite e seus componentes (percentual de gordura, proteína e

lactose) em caprinos e ovinos (MORAND-FEHR et al., 2007). Serment et al. (2011),

por sua vez, avaliaram o efeito da quantidade de concentrado na dieta sobre a

composição química do leite, encontrando efeito apenas sobre a quantidade de gordura.

Após o parto, normalmente ocorre um déficit no balanço energético, que

persiste durante o início da lactação. Esse déficit caracteriza-se por uma diminuição na

ingestão de matéria-seca (HAYIRLI et al., 2002), e a defasagem entre o pico de

ingestão e a produção de leite (GRUMMER, 1995), além da perda de escore da

condição corporal e do peso corporal (COPPOCK, 1985). Esta situação é denominada

como balanço energético (BEN) que consiste na diferença entre a energia consumida e a

energia utilizada para atender aos requerimentos nutricionais nos diferentes estágios

fisiológicos dos animais (HEUER, 2000). Ou seja, a energia proveniente do consumo

alimentar é insuficiente para manter a produção de leite e as necessidades fisiológicas

da parturiente (JORRITSMA et al., 2004).

Durante as primeiras semanas do pós-parto a fêmea responde ao

estabelecimento do balanço energético negativo, mobilizando tecido adiposo e

muscular, afim de suprir a demanda energética para a produção de leite (LAGO et al.,

2001). Portanto, a avaliação do escore de condição corporal (ECC) é uma das

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ferramentas que, apesar de indireta, fornece indicadores confiáveis do nível de reserva

de energia pela estimativa dos depósitos de lipídios corporais.

2.3.2.3. Sobrevivência e desempenho das crias

O desenvolvimento das crias em pequenos ruminantes sofre grande

influência da quantidade e qualidade do leite materno, como foi observado por Delgado-

Pertiñez et al. (2009) trabalhando com aleitamento natural ou artificial de crias em

cabras, perceberam diferenças na qualidade do leite quanto aos teores de gordura,

proteína e extrato desengordurado. Entretanto, não houve influência sobre o peso vivo e

o desenvolvimento das crias até o 28º dia pós-parto, mostrando que a diferença na

qualidade do leite não teve efeito sobre o desenvolvimento da cria.

Em um experimento realizado na região semi-arida no estado do Piauí,

Rocha et al. (2014) observaram que ovelhas Morada Nova não apresentaram diferença

significativa para produção de leite durante a fase materno dependente, quando

suplementadas com níveis de 0,5 e 1,5% de concentrado em relação ao peso vivo.

Em diferentes níveis de suplementação, não houve influencia (P<0,05) das

taxas de sobrevivência ao desmame, a produção de leite também não influenciou na

sobrevivência dos cordeiros ao desmame e na eficiência da raça Morada Nova (ROCHA

et al., 2014). No entanto, mais estudos se fazem necessários a fim de melhor elucidar a

relação entre alimentação de ovelhas Morada Nova com a produção de leite e

subsequente desempenho dos cordeiros.

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3. JUSTIFICATIVA

Apesar da importância da raça Morada Nova para ovinocultura nacional, há

uma escassez de estudos com esta raça, a literatura existente, é na grande maioria, de

trabalhos feitos na década de 80 e 90. Além disso, Na região Nordeste do Brasil, existe

uma grande necessidade de se buscar e conhecer alimentos alternativos que sejam

abundantes e acessíveis ao produtor, principalmente durante os períodos secos, quando

a qualidade e a quantidade de forragens na caatinga são baixas.

O uso de alimentos economicamente viáveis e de fácil aquisição poderá

amenizar os efeitos causadores de comprometimento no desempenho reprodutivo e

produtivo desses animais. O desempenho reprodutivo sofre ainda, efeitos nutricionais

indiretos por meio do impacto dos nutrientes sobre as concentrações de hormônios e

metabólitos circulantes. No entanto, é importante conhecer momentos críticos, que

carecem de maior aporte nutricional, ou seja, saber o momento em que a suplementação

nutricional e o escore de condição corporal mais impactam nos parâmetros reprodutivos.

Contudo, ainda não existem estudos que avaliem diferentes estratégias nutricionais nas

fases de acasalamento e pós-parto de ovelhas da raça Morada Nova.

Portanto, um estudo sobre os impactos de diferentes estratégias de nutrição

em fases reprodutivas distintas adquire maior relevância. Além disso, a glicerina bruta

que foi usada como suplemento alimentar antes da cobrição, é um importante resíduo da

cadeia produtiva do Biodiesel no Nordeste e a possibilidade de aumento na produção

nacional faz crescer a necessidade de agregar-lhe valor ao produto e mais conhecimento

do efeito na alimentação animal.

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4. HIPÓTESE CIENTÍFICA

A glicerina bruta, como fonte energética suplementar de curto prazo, apresenta

impacto positivo sobre a eficiência reprodutiva de fêmeas Morada Nova.

O escore de condição corporal materno ao parto influencia diretamente os

parâmetros reprodutivos e produtivos no pós-parto em ovelhas Morada Nova.

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5. OBJETIVOS

5.1. Objetivo Geral

Estudar a resposta reprodutiva de ovelhas Morada Nova criadas no Nordeste do

Brasil sob diferentes estímulos nutricionais.

5.2. Específicos

Avaliar o impacto da suplementação com glicerina bruta por curto prazo antes

da monta sobre os principais parâmetros reprodutivos na monta;

Estudar o impacto da condição nutricional sobre os parâmetros reprodutivos e

produtivos no pós-parto.

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6. CAPITULO 1

Impacto da condição corporal sobre o pós-parto em ovelhas

Morada Nova

Impact of body condition on postpartum features in Morada

Nova sheep

Periódico: Semina Ciências Agrárias (Submetido em 15 de maio de 2015).

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RESUMO

Objetivo do trabalho foi verificar o impacto do estado nutricional de ovelhas Morada

Nova ao parto sobre o seu desempenho reprodutivo e produtivo e sobre a sobrevivência

de cordeiros em sistema de desmame precoce. Foram utilizadas 19 ovelhas Morada

Nova, divididas em dois grupos de acordo com o escore da condição corporal ECC ao

parto: grupo ECC baixo (< 2.5) (n = 11) e ECC alto (> 2.5) (n=8). A partir do parto até

o desmame dos cordeiros (45 dias), as mães foram pesadas semanalmente e verificado o

ECC, espessura da gordura subcutânea lombar, profundidade do lombo, perfil

hematológico, composição e produção leiteira e a cada três dias mensurado o diâmetro

uterino. Os cordeiros foram pesados semanalmente até o desmame e sete dias após o

desmame. A menor disponibilidade de reservas muscular e adiposa no grupo ECC baixo

refletiu negativamente na produção de leite e consequentemente no desempenho dos

cordeiros na fase de aleitamento. Todavia os resultados indicaram que o processo de

involução uterina, os parâmetros reprodutivos como prolificidade, taxa de partos

múltiplos, o número de células brancas, a qualidade do leite, o peso vivo dos cordeiros

ao nascer e as taxas de mortalidade não foram afetados pela condição corporal. Em

conclusão o conjunto de dados obtidos pelo presente estudo permitiu descrever a

capacidade de resposta as condições de grave estresse nutricional da raça Morada Nova,

evidenciando os seus tratos de rusticidade e adaptação.

Palavras-chave: estado nutricional, ovelha, características leiteiras, cordeiro, involução

uterina.

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Impact of body condition on postpartum features in Morada Nova sheep

Felipe Brener Bezerra de Oliveira1, César Carneiro Linhares Fernandes1, Aline Maia

Silva1, Cleidson Manoel Gomes Silva1, Luiz Fernando de Souza Rodrigues2, Rondina

Davide.1*

1 Faculdade de Veterinária – Universidade estadual do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.

2 Faculdade de Veterinária – Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, Pará,

Brasil.

*Author’s address (for correspondence): Davide Rondina

Faculdade de Veterinária - Universidade Estadual do Ceará

Av. Dr Silas Munguba, 1700 – Campus do Itaperi, CEP: 60714-903, Fortaleza-CE,

Brasil.

Tel: +55-85-31019858 Fax: +55-85-31019858.

E-mail: [email protected]

ABSTRACT

This study evaluated the impact of nutritional status of Morada Nova sheep at lambing

on the reproductive and productive performance and the survival of lambs in early

weaning system. To this end, nineteen Morada Nova sheep were assigned to two groups

according to body condition score (BCS) at lambing: low BCS (< 2.5) (n = 11) and high

BCS (> 2.5) (n=8). From birth until lamb weaning (45 days), sheep were weighed

weekly and checked the BCS, loin subcutaneous fat thickness, loin depth, hematological

profile, milk composition and production, and every three days, we measured the

uterine diameter. Lambs were weighed weekly until weaning and seven days after

weaning. The lower availability of muscle and fat reserves in the low BCS group

negatively affected milk production and consequently performance of suckling lambs.

However, the results indicated that the uterine involution process, the reproductive

parameters including prolificacy, rate of multiple births, number of white blood cells,

milk quality, body weight of lambs at birth and mortality rates were not affected by the

body condition. The results allowed to describe the responsiveness to severe nutritional

stress of Morada Nova sheep, showing their traits of rusticity and adaptation.

Key words: nutritional status, ewes, dairy characteristics, lamb, uterine involution

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INTRODUCTION

The production and the market of sheep meat has gained emphasis in recent

decades, assuming an important role in the economy of northeastern Brazil, where it is

located more than 50% of the sheep flock in the country (LÔBO et al., 2011). Among

the breeds raised in that region, stand out the hair sheep including, among other breeds,

Morada Nova and Santa Inês animals (GOTTARDI et al., 2014).

These animals are well adapted to semi-arid climate conditions, becoming

important productive components that ensure the livelihood of people in rural areas

(CATUNDA, 2011). In this way, the Morada Nova breed remains popular among small

farmers in northeastern Brazil (LÔBO et al., 2011). Ewes of this breed show good

reproductive characteristics, such as high prolificacy and good maternal ability (FACÓ

et al., 2008).

With the intensification of sheep production systems, there is a need to

improve reproductive efficiency of ewes, thus allowing the production of an increased

number of lambs. The choice of breed combined with an adequate nutritional and health

management is essential for improving growth and reproductive performance in

Brazilian sheep farming.

In sheep flocks, the same way as other ruminants, the nutritional status of

ewes is directly related to their milk production and is the main source of variation in

the performance of lambs during the first weeks of lactation. Accordingly, it is

important that the ewe during pregnancy and lactation has an adequate nutritional level,

as this factor is closely related to survival rate and the nutritional history of the offspring

(FERNANDES et al., 2001).

In sheep, low nutritional condition at birth produces negative effects on the

reproductive efficiency and the productivity of the flock negatively affecting the

duration of the breeding interval and consequently reducing the number of kilograms of

lamb weaned per ewe per year (TORREÃO et al, 2008). The postpartum fertility

depends on two major events, the uterus involution and the start of ovarian cyclicity.

However, there is little information about the reproductive and productive

behavior of Morada Nova, and especially information is lacking on the relationship the

maternal body condition with survival and development of litter of this sheep breed.

This information can contribute to a better understanding of the adaptation cues of this

breed, as well as help in the optimization of food and health management in rearing

systems.

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Therefore, the present research investigated the impact of nutritional status

at lambing on reproductive and productive response in Morada Nova sheep and the

performance of lambs in early weaning.

MATERIAL AND METHODS

The experiment was conducted at the Agricultural Experimental Farm Dr.

Esaú Accioly de Vasconcelos, in the municipality of Guaiúba, Ceará State, belonging to

the State University of Ceará (UECE), located at 4º2 23”S and 38º38‟14”W, from

September to December. This area, characterized by a constant photoperiod regimen,

has a warm, tropical, sub-humid climate with a mean annual rainfall and temperature of

904.5mm and 26-28º C, respectively, with two distinct seasons: rainy from February to

May and dry from June to January.

Nineteen Morada Nova ewes, adult, pluriparous, were classified into two

groups according to body condition score (BCS) at lambing (RUSSEL et al., 1969),

assigning scores on a 1-5 scale: group with low BCS <2.5 (n = 11) and group with high

BCS> 2.5 (n = 8).

The diet for all the animals consisted of chopped elephant grass (Pennisetum

purpureum) plus commercial isoenergetic and isoproteic feed (10.6% CP and 20.1%

TDN), supplied in quantities to satisfy the nutritional requirements of sheep in early

lactation (NRC, 2007). The diet was provided twice a day in the early morning and late

afternoon, allowing leftovers of 10%. The forage: concentrate ratio was 60:40. Animals

were kept in a single collective pen with dimensions that meet animal welfare and

received mineral salt and water ad libitum. The lambs remained with their mothers in

creep feeding weaning system until the 45th

day after lambing.

Uterine involution

For the monitoring of the uterine involution, we used the methodology of

Hayder and Ali (2008), consisting of transrectal ultrasound twice weekly starting three

days after calving. For the measurement, we considered the largest diameter of gravid

uterine horn. This evaluation was performed until complete involution of the uterine

horn when there was no reduction in diameter between two consecutive measures.

It was used a real-time ultrasound equipment in the B-mode (Shenzhen

Mindray Bio-Medical Electronics Co., LTD, China, DP-2200Vet) with linear transducer

in the frequency of 7.5 MHz. Ultrasonographic examinations were performed with

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females kept in station, the rectum was emptied and the transducer inserted into the

rectum with carboxymethylcellulose gel. The transducer was moved in order to find the

best image of the uterus and from that point, triplicate images of the uterine horn were

recorded. Each of the three images were analyzed and measured using ImageJ software

(Image J, National Institutes of Health, Millersville, USA), previously calibrated.

Hematological evaluation

Blood collections were performed weekly from birth until weaning, by

venipuncture of the jugular vein using tubes containing EDTA (BD Vacutainer®, São

Paulo, Brazil). Samples were immediately evaluated in automated hematological

analyzer (Mindray BC VET in 2800, Shenzhen, China), for sheep, obtaining the

following parameters: white blood cell count (WBC), red blood cell count (RBC),

hemoglobin count (HGB) , hematocrit (HCT), mean corpuscular volume (MCV), mean

corpuscular hemoglobin (MCH), mean corpuscular hemoglobin concentration (MCHC),

distribution of red cells (RDW) total platelet count (PLT).

Production and chemical composition of milk

Production and composition of milk were evaluated once a week, from the

third day postpartum until weaning (45 days postpartum). Milk production was

estimated using the weigh-suckle-weigh technique according to (CELI et al., 2008).

Briefly, the day prior to the measurement, all lambs were isolated from their mothers at

20.00h and returned at 08.00h the next day, each lamb was weighed before and after

being left to suckle. The feeding periods were 30 min. The weight difference between

before and after suckling was recorded as the milk production per ewe and the total

production estimated according to the methodology proposed by Alencar et al., (1996).

To evaluate the composition, milk samples of 10 mL were obtained from each ewe

before suckling. Milk collection was performed by manual milking, samples were

stored in individual plastic containers and properly identified, according to the rules of

hygiene and welfare. Then, the samples were conducted directly to the automated

analysis equipment Lactoscan SL® (Milkotronic LTD, Bulgaria), for determining the

following milk components: lipid, protein, lactose, non-fat solids, salts and pH.

Weight, body condition score, loin depth and loin subcutaneous fat

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Evaluations of weight, body condition score, loin subcutaneous fat thickness

and loin depth were carried out in the interval from birth until weaning every 5 days.

Lamb weighings were performed up to one week after weaning (52 days). It was also

evaluated the thickness of the loin subcutaneous fat (SFLT) and loin depth (LD) through

B-mode ultrasound (Shenzhen Mindray Bio-Medical Electronics Co., LTD, China,

model DP-2200Vet) with linear transducer of 5 MHz. To this end, the female was kept

in station and the transducer arranged linearly in the region between the 3rd and 4th

lumbar vertebrae (TEIXEIRA et al., 2006). Triplicate images of each structure were

recorded. Each of the three images were analyzed and measured using ImageJ software

(Image J, National Institutes of Health, Millersville, USA), previously calibrated.

Statistical analysis

For body weight, body condition, lamb birth weight and lamb weight at

weaning/ewe, data were analyzed using PROC GLM and the factors used in the model

for analysis of variance (ANOVA) included group (Low, High), type of parturition

(simple or multiple) and interaction. For the lamb weight during weaning, post-

weaning, daily weight gain, hematological parameters and milk traits, model include

group, type of parturition, interval of assessment considered (time) and interactions

group vs. type of parturition and group vs. time. For the parameters whose descriptive

data were obtained using ultrasound (loin subcutaneous fat thickness, loin depth and

uterine diameter), results were analyzed using the GLM procedures for repeated

measures analysis of variance (ANOVA). The factors used in the model included group,

type of parturition, interval of assessment considered (time) and interactions group vs.

type of parturition and group vs. time. Images of the structures recorded (1, 2, 3)

represented the repeated measure. Comparisons between means were determined by

Student‟s t-test. For litter size, twinning rate, mortality variable and lamb weaned/ewe,

effect of group and type of parturition were analyzed by the Kruskal-Wallis ANOVA

test. Comparison between numbers was performed using the chi-squared test.

RESULTS AND DISCUSSION

Sheep of the group BCS High, due to the greater nutritional status,

presented a higher body weight at birth (Table 1), a greater thickness of the loin

subcutaneous fat (4.1 ± 0.2 mm vs. 3.4 ± 0.2 mm; P = 0.02) (Figure 1b) and higher loin

depth (13.8 ± 1.3 mm vs. 8.3 mm ± 0.6; P = 0.0003) (Figure 1a).

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Figure 1 shows the variation in SFTL and LD values from lambing until

weaning. Only the LD showed a significant reduction (Figure 1a) during the

experimental period (effect of time). The mobilization of LD muscle mass was more

pronounced in the group with high nutritional status, especially in animals of multiple

birth (G x TP interaction). On average, at 45 days postpartum, there was a statistically

significant loin loss of 10.2% in the group high BCS (13.8 ± 1.3 mm vs. 11.0 ± 1.3 mm;

P = 0.012) compared to 3.8% in the group low BCS (8.3 ± 0.6 mm vs. 7.9 ± 0.6 mm; P

> 0.05). For the thickness of the subcutaneous loin fat SFLT, values at weaning of both

groups (3.3 ± 0.2 mm vs. 4.5 ± 0.5 mm; P = 0.001) remained relatively constant (P>

0.05) compared to those values at birth (Figure 1b).

The intense loss of body mass in ewes with high BCS is the main

responsible for the better performance of their lambs (SILVA et al., 2011). During the

first weeks postpartum, the female responds to the negative energy balance by means of

the mobilization of fat and muscle tissue to meet the energy demand for milk production

(LAGO et al., 2001). Animals of multiple birth usually have higher mass (Table 1a),

which may explain the significant interaction found for LD between the factor group

and type of parturition. Pinheiro et al. (2014) studied the same ultrasound measures in

Santa Inês ewes at different physiological stages and observed a significant reduction in

LD compared to data at birth and at 30 days postpartum. The same authors also reported

no reduction in subcutaneous adipose tissue, which was also confirmed by our data

(Figure 1b). This is because Morada Nova females have a lean carcass in conformation

Figure 1 Loin depth (A) and Subcutaneous fat loin thickness (B) of Morada Nova ewes with

opposite (Low vs. High) body condition score during postpartum period.

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and finishing, owing to the adaptation to rusticity conditions (FACÓ et al., 2008;

MEDEIROS et al., 2009), which probably makes the measurement in the lumbar region

of adipose tissue by ultrasound less sensitive of LD during the postpartum period.

The Morada Nova breed is not characterized by high deposition of

subcutaneous adipose tissue. In an experiment with feedlot lambs, Medeiros et al.

(2009) reported 1.8 mm thickness, lower than found for breeds specialized for beef.

These same authors observed increased fat deposition in the omentum, mesentery and

the pelvic and kidney regions. This is probably due to a genetic adaptation to

environmental factors common in other tropical sheep breeds (ERMIAS et al., 2002).

Table 1 Reproductive and productive parameters of Morada Nova ewes and lambs with opposite

(Low vs. High) body condition score during postpartum period.

The remarkable difference in nutritional status between the experimental

groups did not affect the reproductive performance at lambing (Table 1). The

prolificacy was 1.4, in accordance with the value found for the same breed by Machado

et al. (1999) in animals with body condition score of 2 and 3. The mortality at birth and

during the period from birth until weaning (Table 1) was not different between groups.

Parameters Group P – value

BCS Low BCS High Group TP Time G x

TP

G x T

No. of ewes 11 8

Parturition body weight , kg 26.1 ± 1.0 34.2 ± 2.3 0.01 0.02 - 0.31 -

Parturition BCS 2.0 ± 0.1 2.9 ± 0.1 0.01 0.98 - 0.80 -

Litter size 1.4 ± 0.2 1.4 ± 0.2 0.96 0.01 - - -

Twinning rate, % (n/n) 41.7 (5/11) 42.9 (3/8) 0.96 0.01 - - -

Mortality at birth, % (n/n) 20.0 (3/15) 9.0 (1/11) 0.84 0.32 - - -

Mortality at weaning*, %

(n/n)

33.3 (4/12) 30.0 (3/10) 0.68 0.05 - - -

Mortality post-weaning**,

% (n/n)

00.0 (0/8) 00.0 (0/7) - - - - -

Lamb body weight, kg

Birth 1.6 ± 0.1 2.0 ± 0.3 0.01 0.01 - 0.21 -

Weaning* 4.6 ± 0.3 5.6 ± 0.8 0.01 0.01 0.01 0.01 0.99

Post-weaning** 5.3 ± 0.3 6.3 ± 0.7 0.07 0.07 0.16 0.47 0.97

Daily weight gain*, g 65.4 ± 4.7 80.3 ± 7.1 0.08 0.28 0.01 0.97 0.12

Lamb weaned/ewe 1.1 ± 0.1 1.2 ± 0.2 0.68 0.07 - - -

Lamb weight at

weaning/ewe, kg

5.2 ± 0.3 6.7 ± 0.6 0.03 0.22 - 0.87 -

*ANOVA results are referred to interval between birth and weaning; **ANOVA results are referred to

interval between weaning and 7 days post-weaning.

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According to Facó et al. (2008), there are few records on mortality rate in the literature

for Morada Nova animals, but the values found herein for mortality at weaning (≥ 30%)

are lower than those verified by Mexia et al. (2004) for Santa Inês sheep, 41.9%

mortality at 30 days postpartum.

Moreover, in this study, the uterine involution was analyzed by regular

ultrasound examination of the uterus and the measurement of its diameter. In sheep, this

procedure has proven to be an efficient and adequate method, as it allows real-time

monitoring, and gather important elements to predict uterine function postpartum

(HYDER; ALI, 2008; FERNANDES et al. 2013). During the experimental period, the

reduction of the uterine lumen (Figure 2b) resulted in 0.7 ± 0.1 mm/day in the both

groups. This value were not affected by the nutritional status, indicating that the uterine

involution in Morada Nova breed is not associated with the energy status at birth. There

was also a significant interaction between group and type of parturition (Figure 2a) due

to larger uterine diameter in animals with multiple births compared with simple births

(23.5 ± 0.5 mm vs. 22.6 ± 0.5 mm; P = 0.01), a value that resulted in significant

difference for the group High BCS (24.2 ± 0.8 mm vs. 21.9 ± 0.8 mm; P = 0.01). These

results were expected as the volume occupied by the fetus increases in sheep of multiple

gestation (FERNANDES et al., 2013). Yet it was not found differences in the uterine

involution between the two types of parturition (0.7 ± 0.1 mm/day vs. 0.6 ± 0.1

mm/day; P > 0.05).

Figure 2 Uterine diameter (A) and uterine diameter reduction rate (B) during post-partum of

Morada Nova ewes with opposite (Low vs. High) body condition score.

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The time required for the complete uterine involution in sheep ranges from

17 (HAUSER; BOSTEDT, 2002) to 35 days (ZDUNCZYK et al., 2004). Hauser and

Bostedt (2002) analyzed the diameter of the uterine lumen and caruncles during the first

30 days post-partum in German Lend sheep and concluded that involution is completed

at approximately day 17 after lambing, and later in animals which have been subjected

to obstetric intervention, cesarean delivery and retention of fetal membranes. In Santa

Inês sheep, Nasciutti et al. (2012) evaluated clinical features of uterine involution

determined the complete involution up to 28 days postpartum. Zdunczyk et al. (2004)

worked with Polish Longwool ewes and verified that the uterine involution is completed

in up to 35 days postpartum, and this process is shorter in primiparous than in

pluriparous sheep. Similarly to study developed by Hayder and Ali (2008) monitoring

of Farafa breed.

In the present study, the decrease rate of uterine diameter stabilized below

0.5 mm/day between the day 27-30 postpartum (Figure 2b), because of that, from the

30th day in the group high BCS, and the 33rd day in the group low BCS (Figure 2a), the

subsequent values of the uterine lumen were statistically similar, thus we consider that

the uterus had completely involuted.

The effects of uterine infection in ewes during the postpartum period are

well known (TZORA et al., 2002), but little has been explored, during uterine

involution in healthy ewes, parameters such as white blood cell count, and other

pathophysiological indicators. In this way, it has become fundamental to know

reference values of complete blood count for healthy animals, as well as the factors

causing variations (VIANA et al., 2002). Regarding hematological parameters, body

condition did not significantly affect white blood cell count (WBC) (Table 2), as

reported by Jalilian and Moeini, (2013) in Sanjabi ewes. The blood profile is of utmost

importance in assessing the health of a mother during the postpartum period. Usually,

the white blood cell count decreases due to postpartum time and uterine involution time,

which has occurred in this experiment, being higher in animals of multiple births and

with low BCS (Table 2). Fernandes et al. (2013), in sheep native to the Brazilian

Pantanal, found that leukocyte profile from the first to the seventh day postpartum

presented most pronounced response in females with twin pregnancy.

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Table 2 Hematological parameters of Morada Nova ewes with opposite (Low vs. High) body

condition score during postpartum period.

As for the other parameters of the complete blood count, it is worth pointing

out the results related to hemoglobin (HGB), red blood cell count (RBC) and hematocrit

(HCT), all higher in the group with high BCS and multiple births. For Morada Nova

ewe during the postpartum period, Bezerra et al. (2013) reported values close to those

observed herein; on average 7.6 ± 1.3 and 9.4 ± 1.2 respectively for HGB and RBC.

According to El-Sherif and Assad (2001), in semiarid environment, erythrocytic

parameters increase significantly, reaching maximum values at lambing and decreasing

after this period as a result of the lowest values in this physiological phase,

corresponding to the time with greater metabolic demand (Bezerra et al., 2013).

The higher nutritional status of the group with high BCS was reflected in a

significantly greater amount of milk produced (Table 3), but did not alter its physical

and chemical components (Table 3). Nevertheless, except for lipid content and pH,

ewes of multiple births and high BCS showed a positive variation in the parameters of

milk production and composition (interaction group x type of parturition) (Table 3).

The higher production in the group with high BCS was related to the greater

possibility of mobilization of body reserves, and therefore greater availability of

nutrients to the mammary gland (MEDIZABAL et al, 2011). In general, there are few

studies relating production and quality of milk in hair sheep, in Brazil. However, it is

known that the relative stability in dairy production, also verified by our data in Morada

Nova sheep (no significant effect of time), is common to other breeds not selected for

milk production. Rocha et al. (2013), in the semi-arid region of the Piauí State, observed

Parameters Group P – value

BCS Low BCS High Group TP Time G x TP G x T

No. of ewes 11 8

WBC, x 10

3 /µL 9.1 ± 0.2 8.5 ± 0.3 0.41 0.04 0.01 0.01 0.93

RBC, x 106 /µL 6.8 ± 0.1 7.7 ± 0.2 0.01 0.62 0.85 0.01 0.99

HGB, g/dL 7.1 ± 0.2 7.9 ± 0.2 0.01 0.15 0.51 0.01 0.99

HCT, % 23.2 ± 0.5 26.4 ± 0.6 0.01 0.63 0.87 0.01 0.99

MCV, fL 34.2 ± 0.2 33.8 ± 0.3 0.12 0.30 0.38 0.01 0.99

MCH, pg 10.5 ± 0.1 10.2 ± 0.1 0.01 0.01 0.35 0.39 0.86

MCHC, g/dL

30.9 ± 0.1 30.6 ± 0.2 0.12 0.01 0.08 0.01 0.71

RDW, % 17.6 ± 0.5 16.1 ± 0.1 0.01 0.12 0.84 0.05 0.90

PLT, 106 /µL 920.4 ± 23.6 892.7 ± 33.6 0.55 0.70 0.13 0.40 0.63

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that Morada Nova sheep exhibit no significant differences for milk production during

the suckling phase, when supplemented with 0.5 and 1.5% concentrate in relation to

body weight. Probably, the lack of the dilution effect in the first month after calving

promoted the qualitative parameters to remain constant throughout the experiment (no

significant effect of time). The only exception was pH, which had a significant decrease

between parturition and postpartum week 4 (effect of time) in both groups. It is possible

that increased protein and lactose contents in animals of multiple births (effect of type

of parturition) have affected the pH values, as they are the two main components that

affect the milk electrolyte concentration.

Table 3 Evaluation of the milk production and composition of Morada Nova ewes with opposite

(Low s. High) body condition score during postpartum period.

The performance of lambs was tested in an early weaning condition using

the creep feeding system. At birth, the group with low body condition showed lower

lamb weight (Table 1), with a difference of more than 400 g compared to the group with

high BCS. In the latter, the average weight at birth was in accordance with the average

values of the breed reported by Fernandes et al. (2001) and Muniz et al., (2010). The

birth weight and the reduced milk production were the main responsible for the lower

performance of lambs in the group with low BCS (Table 1), weaned at 45 days with

significantly lower weight than in the group with high BCS (6.7 ± 0 6 Kg) in both types

of parturition analyzed. Because of these observations, animals with nutritional status

below the satisfactory produced a statistically lower weight of lamb weaned per ewe

(Table 1).

Parameters Group P – value

BCS Low BCS High Group TP Time G x

TP

G x T

No. of ewes 11 8

Milk yield, g 261.4 ±

14.4

353.8 ± 26.1 0.01 0.06 0.08 0.03 0.79

Milk

Composition, %

Lipids 3.5 ± 0.2 2.9 ± 0.2 0.22 0.38 0.43 0.27 0.69

Protein 3.8 ± 0.1 3.8 ± 0.1 0.43 0.01 0.85 0.01 0.92

Solids-non-fat 10.4 ± 0.1 10.5 ± 0.1 0.25 0.90 0.87 0.01 0.83

Lactose 5.6 ± 0.1 5.7 ± 0.1 0.20 0.01 0.55 0.01 0.90

Salts 0.8 ± 0.1 0.8 ± 0.1 0.13 0.03 0.69 0.01 0.96

pH 4.5 ± 0.1 4.5 ± 0.2 0.70 0.02 0.01 0.08 0.40

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There is little information available in the literature on Morada Nova sheep.

Fernandes (1992) used traditional weaning system at 90 days and achieved an average

weight of 10.6 ± 0.7 kg, relatively superior to ours. Meanwhile, for Morada Nova x

Dorper lambs at 42 days of life, Torreão et al. (2014) recorded a weight of 7.8 kg, closer

to that observed in the present experiment. The viability of the weaning system, beyond

the litter performance, also considered the mortality the performance of the first week

postweaning. These parameters are the most critical in reducing weaning interval due to

the significant increase in stress to the offspring. Data presented in Table 1 show

statistically similar values in both groups and confirm the high responsiveness that

distinguishes Morada Nova animals, regardless of nutritional status differences. Facó et

al. (2008) consider that the Morada Nova breed is excellent to mother ability, able to

maintain satisfactory levels of productivity and fertility even under the harsh conditions

of the semi-arid northeast.

CONCLUSIONS

The evaluation of postpartum features performed in this study allowed us to

verify how the Morada Nova breed behaves under severe nutritional stress. Our findings

demonstrated that uterine involution, reproductive response, number of white blood

cells and milk quality remain unchanged. Similarly to other breeds and species of

ruminants, a lower availability of muscle and fat in ewes with lower body condition

negatively affected milk production and consequently the performance of lambs.

Nevertheless, reducing the suckling period did not increase mortality in the group with

low nutritional status, showing the rusticity and adaptation of this breed to stress

conditions.

ACKNOWLEDGMENTS

The authors thank the Interinstitutional Academic Cooperation Project

PROCAD-Casadinho (Ufra - Uece - Unesp / Jabuticabal). And the technical team of Dr.

Esaú Accioly de Vasconcelos Farm for their support and help in handling the animals.

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7. CAPITULO 2

Suplementação curta com glicerina bruta antes da cobrição em ovelhas

Morada Nova: efeito sobre as respostas ovariana e reprodutiva

Short supplementation with crude glycerin before mating in Morada Nova

sheep: effect on ovarian and fertility responses

Periódico: Será submetido na revista Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e

Zootecnia (Qualis A2).

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RESUMO

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a resposta reprodutiva de ovelhas Morada

Nova suplementada antes da monta com glicerina bruta. Foram utilizadas dezoito

ovelhas Morada Nova, que receberam uma ração comum composto por uma mistura de

capim-elefante picado mais ração comercial preparado de acordo com os requisitos para

a manutenção e criação de animais. As fêmeas receberam uma poção de 200 ml de

solução salina (grupo controle, n = 9) ou 200 ml (grupo glicerina, n = 9) de glicerol,

administrada em forma de drench de glicerina bruto em solução de soro fisiológico (9:

1), 1 h depois alimentação. O glicerol foi fornecido por 6 dias a partir do 7º dia antes da

primeira monta. A onda folicular e o estro foram sincronizados mediante três injeções,

com intervalos de sete dias cada de D-Cloprostenol 100µg. Após 24 e 48 horas da 3ª e

última aplicação de PGF2α, as ovelhas foram cobertas com carneiro da raça Morada

Nova com fertilidade previamente comprovada. Avaliação do padrão de crescimento

dos folículos ovarianos foi monitorada diariamente por ultrassonografia durante o

período de suplementação com glicerina. O diagnóstico de prenhez foi realizado nos

dias 30 e 45 após acasalamento, por ultrassonografia utilizando o mesmo transdutor.

Diariamente, durante a administração de glicerina e 24 horas depois da ultima dose de

PGF2α, amostras de sangue foram coletadas para ensaio de progesterona. Durante todo

o período de suplementação com glicerina, amostras de sangue foram recolhidas

diariamente respectivamente 1h antes e 4h, 8h e 12 h após a suplementação para análise

de glicose. De forma esperada houve um incremento significativo (P < 0.01) da

glicemia as 4 e 12 horas após a suplementação com glicerina. A maior disponibilidade

de energia em proximidade da ovulação mostrou ter sucesso nos animais da raça

Morada Nova induzindo um incremento significativo de folículos de grandes dimensões

(> 3 mm). O mesmo grupo tratado com glicerina evidenciou um aumento de mais que

40% da prolificidade ao parto (1.17 ± 0.17 vs. 1.67 ± 0.33; P = 0.21). Podemos concluir

que a utilização por curtos períodos da glicerina bruta como suplementação energética

antes da monta na raça Morada Nova teve sucesso. A utilização deste protocolo também

em animais com condição corporal satisfatória parece promissor em ovinos em vista do

ganho em termos de resposta reprodutiva.

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Suplementação curta com glicerina bruta antes da cobrição em ovelhas Morada

Nova: efeito sobre as respostas ovariana e reprodutiva

Felipe Brener Bezerra de Oliveira1, Caroline Pessoa da Silva

1, César Carneiro Linhares

Fernandes1, Aline Maia Silva

1, Diana Celia Nunes Pinheiro

1, Luiz Fernando de Souza

Rodrigues2, Davide Rondina

1*

1 Faculdade de Veterinária – Universidade estadual do Ceará, Fortaleza – Brasil.

2 Faculdade de Veterinária – Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, Brasil.

*Author’s address (for correspondence): Davide Rondina

Faculdade de Veterinária - Universidade Estadual do Ceará

Av. Dr Silas Munguba, 1700 – Campus do Itaperi, CEP: 60714-903, Fortaleza-CE,

Brasil.

Tel: +55-85-31019858 Fax: +55-85-31019858.

E-mail: [email protected]

INTRODUÇÃO

A região semi-árida brasileira é caracterizada pela baixa e irregular

precipitação, e em sua maior parte composta por vegetação do bioma Caatinga. Estas

características impõem severa restrição alimentar a pecuária, principalmente no período

seco, proporcionando uma condição de subnutrição aos rebanhos e consequentemente

reduzindo o desempenho produtivo e reprodutivo. A suplementação alimentar é

tradicionalmente a via mais empregada para minimizar o déficit nutricional causada

pela flutuação da disponibilidade de forragem (LEITE, 2002; GUIM e SANTOS, 2008),

a fim de manter níveis satisfatórios de produção na pecuária local. No entanto, a

utilização de concentrados energéticos a base de cereais expõe os produtores as

variações de preço e oferta do mercado elevando frequentemente os custos de produção

(RAMALHO et al., 2006) e afeitando desta forma o potencial produtivo pecuário da

região.

Uma das alternativas, que vem sendo estudadas há alguns anos, é a

utilização de alimento alternativos como a glicerina bruta, coprodutos da fabricação do

biodiesel, como suplemento energético para ruminantes (RODRIGUES e RONDINA, et

al. 2013). O Brasil encontra-se entre os maiores produtores e consumidores de biodiesel

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do mundo, com uma produção efetiva que ultrapassou os 3 milhões m³ no 2014. Nesse

mesmo ano, foram gerados mais de 290 mil m³ de glicerina (ANP, 2015), com um

excedente que corresponde a cerca de 10% a 12% do produto final da produção do

biodiesel (KNOTHE et al., 2006; THOMPSON & HE, 2006).

A utilização da glicerina bruta na alimentação animal se deve ao valor

energético elevado do glicerol principal componente. A quantidade de glicerol é

bastante variável em função do processamento e matéria prima utilizada, segundo

Donkin (2008) em torno de 80-88% da glicerina bruta é composta de glicerol. Em

ruminantes, uma parte do glicerol pode ser fermentada no rumen transformando-se em

ácidos graxos de cadeia curta, principalmente propionato, que por sua vez é

metabolizado a oxaloacetato, por meio do ciclo de Krebs, no fígado, e pode ser utilizado

para formar glicose pela via gliconeogênica (MACH et al, 2009). Outra parcela do

glicerol pode ser absorvida diretamente pelo epitélio ruminal, sem sofrer fermentação,

metabolizado no fígado e pela ação da enzima glicerol quinase é convertido em glicose

(REMOND et al., 1993). A metabolização no rumen do glycerol é bastante rápida,

BERGNER et al., (1995) em estudos in vitro com liquido ruminal ovino relataram a

metabolização do glicerol em 6 horas. Em touros, (KIJORA et al., 1998) aplicando uma

dose de 200g de glicerol observaram no rúmen uma redução do 85% em 2 horas. Mach,

et al. (2009) em bovinos estimaram o valor energético do glicerol em 4.03 Mcal de

EM/kg da MS. Segundo Schröder e Südekum (1999) o valor de energia liquida leite do

glicerol é de 1.98 a 2.26 Mcal/kg MS, com valores decrescentes em função da presença

de amido nas dietas. DeFrain (2004) para vacas no início da lactação determinaram o

valor de 1.92 Mcal de ENL/kg MS de glicerol. Parte das incertezas nas estimativas do

valor de energia para o glicerol é devido a incapacidade de avaliar todas às interações

com os outros componentes da ração (DONKIN, 2008).

Na bovinocultura de leite uma das principais aplicações da glicerina tem

sido como precursor glicogênico na lactação sobretudo na fase de transição onde a

concentração recomendada é cerca de 5 a 8% de glicerina com base na matéria seca da

dieta (DONKIN, 2008). Nos últimos anos diversos estudos focaram a aplicação deste

produto também visando a produção da carne em bovinos (Mach et al., 2009, Parson et

al., 2009), e ovinos (Gunn et al., 2010, LAGE et al., 2010; GOMES et al., 2011;

BARROS, 2012; LAGE et al., 2014). Escassos são as contribuições sobre a aplicação da

glicerina na reprodução sobretudo em pequenos ruminantes. Recentemente em caprinos

Silva et al. (2014), incrementaram a qualidade e a expressão genica de embriões

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produzidos in vivo através a administração repetida de 200 mL de glicerina bruta após a

monta. Em ovinos Gutierrez et al. (2011) utilizando um sistema de flushing curto,

através de uma única dose de glycerol antes da monta, observaram um aumento da taxa

de ovulação. A utilização da glicerina como suplemento energético em ovinos nos

sistemas de flushing curto ou supercurto (Scaramuzzi et al., 2006, Vinoles et al., 2010),

parece de interesse nestes últimos anos, entretanto ainda faltam dados a suporte desta

aplicação que possam integrar o efeito no desenvolvimento folicular com a resposta

reprodutiva após a monta. Diante disso e tendo em vista o potencial de aplicação da

glicerina como alimento alternativo nos períodos críticos na região nordeste este estudo

teve o objetivo avaliar a resposta reprodutiva de ovelhas Morada Nova suplementada

antes da monta com glicerina bruta.

MATERIAL E METODOS

Condição experimental e animais

O experimento foi conduzido na Fazenda de Experimentação Agropecuária

Dr.Esaú Accioly de Vasconcelos, localizada no município de Guaiúba – Ceará,

pertencenteà Universidade Estadual do Ceará (UECE), situado a 4º 2‟ 23‟‟ S e 38º 38‟

14‟‟ W,durante o período de maio a outubro. A região tem um clima tropical quente,

sub-úmido,com uma precipitação média anual e temperatura de 904,5 mm e 26 -

28º C,respectivamente, com duas estações distintas: chuvosa, de fevereiro a maio e

seca, dejunho a janeiro. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética para uso

animalexperimental da Universidade Estadual do Ceará, sob o protocolo nº

3450166/2014.

Dezoito ovelhas Morada Nova, adultas, pluríparas, foram escolhidos a partir

do mesmo rebanho com idade e peso corporal média ± DP de: 50,00 ± 13,18 meses e

36,26 ± 6,74 kg. Escore de condição corporal (ECC) foi de 3,1 ± 0,4, que era

equivalente a espessura subcutânea de gordura lombar e profundidade lombar médio

medido em região lombar de 4,20 ± 0,18 mm e 16,70 ± 2,91 milímetros,

respectivamente. Todos os animais foram mantidos sob condições de alimentação e

manejo semelhantes. As ovelhas foram mantidas em um único abrigo medindo 8 × 8 m,

onde receberam sal mineral e água ad libitum. A baia foi construída na direção leste-

oeste e possuía um piso de concreto. As ovelhas foram submetidas a 14 dias de

adaptação nutricional e habitação. Durante este período, foram realizados tratamento de

parasitas internos e externos e verificação da função dos ovários por ultra-sonografia.

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Os animais receberam uma dieta comum composto por uma mistura de capim-elefante

(Pennisetum purpureum) picado e ração comercial (proteína bruta de 10,6% e 66,8% de

nutrientes digestíveis totais com base na matéria seca). A formulação da dieta foi

preparado de acordo com os requisitos para a manutenção e criação de animais (NRC,

2007) para ovinos adultos. As dietas foram fornecidas duas vezes ao dia (7:00 e 15:00

h).

Sincronização do estro, onda folicular e acasalamento

As ovelhas tiveram a onda folicular e o estro sincronizados utilizando o

modelo de primeira onda assim como descrito por Viñoles et al. (2010). Foram

administradas três injeções, com intervalos de sete dias cada (Figura 1), do análogo a

prostaglandina (PGF2 α) D-Cloprostenol 100µg (Prolise® - Tecnopec, São Paulo,

Brasil). A terceira aplicação de PGF-2α, teve o intuito de promover o estro e ovulação

simultânea em todas as ovelhas. Após 24 horas da 3ª e última aplicação de PGF2α, as

ovelhas foram separadas em duas baias de acordo com seu grupo, em seguida foi

introduzido um carneiro da raça Morada Nova com fertilidade previamente comprovada

em cada baia. Após a primeira cobrição, a ovelha era retirada da baia e o procedimento

repetido 24 horas depois para um segundo reprodutor sempre da mesma raça. Após o

diagnóstico da gestação, as fêmeas que não estavam prenhas, foram submetidas a um

novo período de acasalamento usando os mesmos machos. Ovelhas que permaneceram

negativas no segundo período de acasalamento foram descartadas do experimento.

Administração de glicerina bruta

Figura 1 Tratamento hormonal para o estro e sincronização da onda folicular, Drenching de glicerol e

acasalamento.

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A glicerina bruta utilizada neste estudo, obtida a partir de uma unidade de

biodiesel (Petrobras Biocombustível SA, Quixadá, Ceará, Brasil), continha 80,0% de

glicerol, 13,0% de água, 7,0% de sal e 0,1% de metanol. Os animais receberam um

drench de 200 ml de solução salina (grupo controlo, n = 9) ou 200 ml (grupo glicerina, n

= 9) de glicerol, administrada em forma de drench de glicerina bruta em solução de soro

fisiológico (9: 1), 1 h depois da alimentação. O glicerol, sob a forma de glicerina bruta

foi utilizado como um suplemento energético, fornecido durante 6 dias tal como

descrito para Viñoles et al. (2010), a partir de 7 dias antes da primeira cobrição (Figura

1). Cada dose oral de glicerina bruta foi equivalente a 1,03 Mcal de energia

metabolizável (Mach et ai., 2009).

Ultrassonografia

Avaliação da espessura de gordura subcutânea do lombo (SFLT) e

profundidade de lombo (LD), foram realizadas antes do acasalamento e no parto através

de ultrassom modo B (Shenzhen Mindray Bio-Medical Electronics Co., LTD, China,

modelo DP-2200Vet) com transdutor linear em uma frequência de 5 MHz. Para este

fim, a fêmea foi mantida em estação e o transdutor foi disposto linearmente na região

entre a terceira e quarta vértebras lombares (Silva et al, 2014).

Em todos os animais, o padrão de crescimento dos folículos ovarianos foi

monitorado diariamente por ultrassonografia durante o período de suplementação com

glicerina. Foi considerado como única onda folicular o conjunto de folículos que

emergiram num intervalo de 48h e possuíam diâmetro ≥ 2 mm (Viñoles et al., 2004). A

análise foi realizada por ultrassonografia em tempo real (Shenzhen Mindray Bio-médica

Eletronics Co., LTDA, China, modelo DP-2200Vet), usando um transdutor linear

transretal de 7,5 MHz. O diagnóstico de prenhez foi realizado por ultrassonografia nos

dias 30 e 45 após a cobrição, utilizando o mesmo transdutor. Para a medição de

estruturas de interesse, os exames ultrassonográficos foram registrados sob a forma de

vídeos, seguida pela captura e medição de pelo menos três imagens para cada estrutura

utilizando o programa ImageJ (Imagem J, Institutos Nacionais de Saúde, Millersville,

EUA), que tinha sido previamente calibrado.

Ensaios de progesterona e glicose

As concentrações de progesterona plasmática foram analisadas através de

colheitas diárias de sangue, durante a suplementação com glicerina e 24 horas após. O

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sangue foi obtido a partir da veia jugular com tubos heparinizados (BD Vacutainer®,

Franklin Lakes, NJ, EUA) e centrifugou-se a 3000 rpm durante 15 min. após

centrifugação, o plasma foi recuperado e armazenado até à sua análise. A concentração

de progesterona plasmática foi medida utilizando um kit comercial (IMMULITE® 2000

progesterona, a Siemens Healthcare Diagnósticos LTDA, Llanberis, Reino Unido) e um

dispositivo específico (IMMULITE® 2000, a Siemens Healthcare Diagnósticos LTDA,

Llanberis, Reino Unido). A sensibilidade do kit de ensaio foi de 0,1 ng mL-1, e os

coeficientes de variação intra e interensaio foram 9,71% e 12,21%, respectivamente.

Diariamente, 4 pequenas amostras de sangue foram coletadas,

respectivamente 1h antes da administração de glicerina, e 4h, 8h e 12h após

suplementação energética. Os níveis de glicose foram medidos imediatamente usando

um aparelho glicosímetro (G-tech Free® SD - padrão de diagnóstico), com um intervalo

de medição de 10-600 mg / dL.

Análise estatística

Para peso corporal, condição corporal e dados de peso de nascimento

cordeiro foram analisados pelo PROC GLM e os fatores utilizados no modelo de análise

de variância (ANOVA) grupo (glicerina, controle), tipo de parto (simples ou múltiplo) e

interação incluído. Para os níveis de glicose, a progesterona concentração plasmática, o

número de folículos e modelo de diâmetro do folículo incluem o grupo, o intervalo de

avaliação considerado (tempo) e grupo interações vs. tempo. Nos parâmetros que dados

descritivos foram obtidos utilizando ultrassonografia (espessura de gordura de

subcutânea lombar e profundidade de lombo), os resultados foram analisados usando os

procedimentos GLM para repetidas medidas análise de variância. Os fatores utilizados

no modelo incluído grupo, tipo de parto e as interações grupo vs. tempo. Imagens das

estruturas gravadas (1,2,3) foi a medida repetida. As comparações entre as médias

foram determinadas pelo teste t de Student. Para a taxa de gestação, tamanho da

ninhada, interação entre tamanho da ninhada do grupo e do tipo de parto foram

analisados pelo teste de Kruskal-Wallis ANOVA. Comparação entre os números foi

realizada utilizando o teste do qui-quadrado.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O presente estudo teve como principal finalidade verificar o efeito da

administração da glicerina bruta, como suplementação energética de breve duração

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antes da monta. O protocolo de flushing curto aplicado neste experimento teve como

objetivo fornecer um incremento extra de energia, em animais com estado nutricional

satisfatório (3.1 ± 0.4, no nosso estudo), e com plano alimentar adequado (NRC, 2007).

Os nossos dados confirmaram a eficiência do tratamento com glicerol através do

aumento de glicose plasmática ocorrido após a administração da glicerina. A maior

disponibilidade de energia em proximidade da ovulação mostrou ter sucesso nos

animais da raça Morada Nova induzindo um incremento significativo de folículos de

grandes dimensões (> 3 mm). O mesmo grupo tratado com glicerina evidenciou um

aumento da prolificidade ao parto assim como da taxa de partos múltiplos.

Na figura 2 foram ilustrados os valores de glicose após a administração de

glicerina. De forma esperada houve um incremento significativo (P < 0.01) da glicemia

as 4 e 12 horas após a suplementação energética. Nestes dois intervalos foram também

verificadas diferenças (P < 0.01) entre os dois grupos. Em média a concentração de

glicose foi de 66.20 ± 1.35 mg\dL vs. 56.48 ± 0.80 mg\dL (P < 0.01) respectivamente

no grupo glicerina e controle. A cinética de degradação do glicerol no rumen libera

propionato em última análise que tem o maior pico acerca de 4 horas após a

administração. A resposta glicêmica do animal é ligada especificadamente a quantidade

da dose e ao tipo de substancia usada. Entretanto existe uma forte componente

individual na resposta glicêmica que deve ser levada em consideração quando se

estabelece um protocolo de administração com precursores glicogênios. Em um dos

animais do nosso experimento após a segunda administração de glicerina houve um

aumento glicêmico considerável e, portanto, foi retirado.

Não houve efeito da administração de glicerina sobre as concentrações de

progesterona plasmáticas (Figure 3 C). Como esperado os níveis de P4 aumentaram

após a segunda administração de prostaglandina, mostrando os valores maiores no dia

da terceira dose de prostaglandina, um dia antes da monta, para diminuir 24 horas

depois, em função da ação luteolitica do tratamento com prostaglandina. Este

comportamento foi similar para todos as ovelhas com exceção de dois animais, um em

cada grupo, que não responderam ao tratamento hormonal. Os dados destes animais não

foram considerados pela análise.

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Figura 2 Nível de glicose medida em ovelhas antes e após a administração de glicerina bruta. Os

valores são dados em médias ± DP. * P <0,05, ** P <0,01 diferenças de -1 horas em cada período. A,

B P <0,01 diferenças entre o grupo. Efeito estatisticamente significativo de Grupo, tratamentos

período e interação são dadas na figura.

O protocolo de sincronização e o estudo da primeira onda, assim como

proposto por Vinoles et al, (2010), permitiu de utilizar um modelo de crescimento

folicular similar para todos os animais e grupos, aumentando desta forma a precisão na

avaliação dos efeitos nutricionais da suplementação energética.

A oferta energética durante a onda folicular se traduziu em um aumento

significativo no grupo glicerina do número de folículos > 3 mm (Figure 3 A). No grupo

suplementado foi observado durante todo o período de suplementação um incremento

progressivo do número de folículos ao contrário de que ocorreu no grupo controle. A

partir do terceiro dia de administração de glicerina (4 dias antes da monta), o número de

folículos > 3 mm foi estatisticamente superior (P < 0.05) ao início tratamento (6 dias

antes da monta). No último dia de suplementação, um dia antes da cobrição, o número

de folículos foi de 4.00 ± 0.52 vs. 1.17 ± 0.17 (P < 0.01) ao contrário do grupo controle

(2.67 ± 0.33 vs. 2.17 ± 0.48; P > 0.05). Dois dias antes da monta os dois grupos

diferiram estatisticamente (3.67 ± 0.71 vs. 1.83 ± 0.40; P < 0.01).

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Em relação as características da primeira onda (Figura 3 B), não houve

efeito de grupo sobre o tamanho folicular no primeiro e último dia de suplementação

onde foi registrado o maior diâmetro folicular do intervalo analisado (5.03 ± 0.14 mm

vs. 4.97 ± 0.07 mm; P > 0.05). A mesma analise evidenciou que o crescimento da

primeira onda foi positivo e similar nos dois grupos com uma média de crescimento

folicular respectivamente de 0.309 ± 0.046 mm\dia e 0.245 ± 0.059 mm\dia para o

grupo glicerina e controle.

A suplementação energética não alterou a taxa de gestação (Tabela 1) que

foi elevada para ambos os grupos e similar (> 85%). Em média o 93% (14/15) dos

animais resultou positivo ao diagnóstico de gestação. Por outro lado, o incremento do

número de folículos > 3 mm antes da ovulação, induzido pela disponibilidade

energética, teve como consequência, em termos de fertilidade, um aumento de mais que

40% na prolificidade ao parto (P > 0.05) nos animais tratados com glicerina (Tabela 1).

Figura 3 Número de folículos> 3 milímetros (A), diâmetro do folículo na primeira onda (B), medido seis dias a

partir do acasalamento, durante a administração de glicerina bruta. Os níveis de progesterona (C), foram

determinadas 7 dias a partir do acasalamento, durante a suplementação energética e 24 horas depois. Os

valores são dados em médias ± DP. * P <0,05, ** P <0,01 diferenças de -6th dias em cada período. A, B

P <0,01

diferenças entre o grupo. Efeito estatisticamente significativo de Grupo, tratamentos período e interação são

dadas na figura.

A

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Tabela 1 Os parâmetros reprodutivos e produtivos de ovelhas e cordeiros Morada Nova.

CONCLUSÃO

Podemos concluir que a utilização por curtos períodos da glicerina bruta

como suplementação energética antes da monta teve sucesso incrementando a

população folicular antes da ovulação. A utilização deste protocolo também em animais

com condição corporal satisfatória parece promissora em vista do ganho em termos de

fertilidade.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao Projeto de Cooperação Acadêmica

Interinstitucional (PROCAD-CASADINHO) em conjunto das instituições UFRA,

UECE e UNESP/Jabuticabal, a equipe técnica da fazenda Experimental Dr. Esaú

Accioly de Vasconcelos por seu apoio e ajuda no manejo dos animais e a indústria

Petrobras Biocombustivel S.A. Quixadá, Ceará, pelo fornecimento da glicerina bruta.

Parameters Group P – value

Control* Glycerin* Group TP G x TP

No. of ewes 8 7**

Breeding

Body weight, kg 40.16 ± 3.31 35.65 ± 3.31 0.46 0.73 0.65

BCS 3.2 ± 0.25 3.2 ± 0.17 0.87 0.78 0.49

SFLT, mm 3.78 ± 0.19 4.38 ± 0.22 0.05 0.13 0.78

LD, mm 17.32 ± 1.70 15.61 ± 0.67 0.44 0.81 0.91

Pregnancy rate, % (n/n) 87.50 (7/8) 85.71 (6/7) 0.92 - -

Parturition

Body weight, kg 38.38 ± 3.41 38.73 ± 4.10 0.91 0.89 0.74

BCS 3.1 ± 0.18 3.0 ± 0.18 0.43 0.21 0.79

SFLT, mm 4.48 ± 0.38 4.98 ± 0.26 0.17 0.15 0.96

LD, mm 13.77 ± 1.19 13.92 ± 0.82 0.83 0.91 0.53

Kidding rate, % (n/n) 85.71 (6/7) 100 (6/6) 0.35 0.50 -

Litter size 1.17 ± 0.17 1.67 ± 0.33 0.21 - -

Twinning rate, % (n/n) 14.28 (1/7) 50.00 (3/6) 0.24 - -

Lamb birth weight, kg 2.63 ± 0.33 2.28 ± 0.16 0.62 0.28 0.13

*In each group one ewe was ruled out being negatives to a pregnancy diagnosis for two

consecutive mating periods ** In this group one animal were ruled out due a hyperglycemic crisis

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68

8. PERSPECTIVA

A região nordeste do Brasil é convive constantemente com períodos secos,

quando a qualidade e a quantidade de forragens na caatinga são baixíssimas,

comprometendo seriamente a atividade pecuária. Além disso, nos últimos anos o Brasil

aparece em posição de destaque com relação à produção do biodiesel a partir de fontes

renováveis de energia. E desta forma acaba gerando excedentes de alguns subprodutos,

como é o caso da glicerina bruta.

Neste contexto, o presente estudo deixa a perspectiva de que a raça Morada

Nova é uma ótima opção para a criação em virtude de sua rusticidade. E que a utilização

de estratégias relativamente simples de acompanhamento do escore de condição

corporal pode aperfeiçoar os índices produtivos. Assim como, a glicerina bruta poderá

ser utilizada como uma fonte energética suplementar para ovinos antes da cobrição.

Acredita-se que este tipo de estudo tem sido uma valiosa ferramenta para

que se possam incluir de forma segura e eficiente os subprodutos do biodiesel na

alimentação de pequenos ruminantes, com menores custos de produção. Entretanto

algumas dúvidas permanecem sobre o impacto que a taxa glicemia gera nas doses de

glicerina utilizadas. Por esta razão necessita-se de novas experiências com doses

inferiores que tenham a capacidade de obter os mesmos resultados de um ponto de vista

reprodutivo, mas com menor impacto para os animais.

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