desempenho agronômico e estrutura do dossel em pastagens ... · quem quer fazer alguma coisa,...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA Desempenho agronômico e estrutura do dossel em pastagens de capim Marandu sob estratégias de manejo e aporte nitrogenado Keithon Damásio Monteiro Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia. Área de concentração: Zootecnia. Sinop, Mato Grosso Agosto de 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

Desempenho agronômico e estrutura do dossel em pastagens de

capim Marandu sob estratégias de manejo e aporte nitrogenado

Keithon Damásio Monteiro

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação

em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso,

Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências

para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia.

Área de concentração: Zootecnia.

Sinop, Mato Grosso

Agosto de 2013

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KEITHON DAMÁSIO MONTEIRO

Desempenho agronômico e estrutura do dossel em pastagens de

capim Marandu sob estratégias de manejo e aporte nitrogenado

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação

em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso,

Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências

para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia.

Área de concentração: Zootecnia.

Orientador: Prof. Dr. Bruno Carneiro e Pedreira.

Sinop, Mato Grosso

Agosto de 2013

iii

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v

DEDICATÓRIA

À minha família e a meu avô Aylton Monteiro (in memorian)

vi

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por iluminar meu caminho e me guiar com saúde

em mais uma etapa da minha vida.

A meus pais, Aurélio Dias Monteiro e Silene Damásio Rodrigues, pelo amor, pelo

apoio e incentivos que contribuíram para a minha formação.

À toda minha família por estar sempre me incentivando e apoiando para seguir em

frente. Também gostaria de agradecer sinceramente ao meu orientador Bruno Carneiro e

Pedreira, pela oportunidade de trabalhar com forragicultura e pastagem, dando enfoque à

produção animal, e principalmente pela paciência, pelos ensinamentos e confiança em mim,

depositada.

Gostaria de agradecer à equipe mentora do projeto, Bruno Carneiro e Pedreira,

Dalton Henrique Pereira e Anderson Ferreira, pois sem eles este experimento não teria

acontecido.

À Universidade Federal do Mato Grosso/Campus – Sinop, pela oportunidade de

realização do curso de mestrado.

À Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) pela oportunidade de

realizar o experimento nesta empresa, aos funcionários de campo e à equipe do laboratório

pela colaboração.

Ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades

Federais (REUNI), pela concessão da bolsa de mestrado.

Agradeço ao Leandro Ferreira Domiciano, que durante seu estágio na Embrapa, foi

quem muito me ajudou com as atividades realizadas, tanto no campo quanto no laboratório. À

mestranda Meeg Vicente Andrade que participou de boa parte desse processo, e a toda equipe

de estagiários cedida pelo professor Dalton Henrique Pereira e pelo professor Douglas dos

vii

Santos Pina, incluindo Patrícia Luizão Barbosa, Denise Caragnato Parisotto, Rafael Soares,

Heloísa Caroline Pedroso, Paula Santana, Thayse Romualdo, Dheyme Cristina Bolson, Raul

Augusto Scheid e Josiana Cavalli.

À Ana Carolina Dalmaso, ao Leonardo Antônio Botini e Andréia Cristina Tavares de

Mello que também deram sua contribuição em alguma parte desse processo.

Ao zootecnista Breno de Moura Gimenez, que se fez presente em alguns momentos

para contribuir com as atividades.

Aos colegas acadêmicos do curso de mestrado em zootecnia da UFMT-Sinop, pelas

amizades adquiridas. Não esquecendo da equipe de professores e pesquisadores que

contribuíram para minha formação profissional.

Ao prof. da ESALQ/USP Dr. Sila Carneiro da Silva e a pesquisadora da Embrapa

Agrossilvipastoril Drª. Roberta Aparecida Carnevalli pelo empréstimo do analisador de dossel

portátil modelo LAI 2000.

À Lorena Cristello Benezath, pelo apoio e compreensão nos momentos difíceis.

Enfim, a todos que de alguma forma participaram deste processo.

MEUS SINCEROS AGRADECIMENTOS

viii

EPÍGRAFE

“Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem sacrificar feriados e domingos

pelo menos uma centena de vezes. O sucesso é construído à noite! Durante o dia você faz o

que todos fazem. Mas, para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser

especial. Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados. Não se compare à

maioria, pois, infelizmente ela não é modelo de sucesso. Se você quiser atingir uma meta

especial, terá que estudar no horário em que os outros estão tomando choop com batatas fritas.

Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão. Terá de trabalhar

enquanto os outros tomam sol à beira da piscina. A realização de um sonho depende de

dedicação, há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é

ilusão, e a ilusão não tira ninguém de onde está, em verdade a ilusão é combustível dos

perdedores pois... Quem quer fazer alguma coisa, encontra um meio. Quem não quer fazer

nada, encontra uma desculpa.”

Roberto Shinyashiki

ix

BIOGRAFIA

KEITHON DAMÁSIO MONTEIRO, filho de Aurélio Dias Monteiro e Silene Damásio

Rodrigues, nasceu no dia 13 de junho de 1987, na cidade de Vitória - ES, Brasil.

Alfabetizado na escola Luvitiane, na cidade de Guararinga - BA, cursou o ensino

fundamental e boa parte do ensino médio no colégio Anísio Teixeira, em Eunápolis - BA,

concluindo o ensino médio no colégio Santa Cruz, na cidade de Araguaína - TO.

Em agosto de 2006 ingressou no curso de Zootecnia da Universidade Federal do

Espírito Santo (UFES), em Alegre - ES, concluindo em julho de 2011.

Em março de 2012 iniciou o curso de mestrado em Zootecnia no programa de pós

graduação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus universitário de Sinop

– MT, concentrando seus estudos na linha de pesquisa de Produção Animal, na área de

forragicultura e pastagens, defendendo a dissertação em 26 de agosto de 2013.

x

RESUMO

MONTEIRO, Keithon Damásio. Dissertação de Mestrado (Zootecnia), Universidade Federal

do Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, agosto de 2013, 33 folhas. Avaliação

agronômica de capim Marandu sob estratégias de manejo e aporte nitrogenado.

Orientador: Prof. Dr. Bruno Carneiro e Pedreira. Coorientadores: Prof. Dr. Dalton Henrique

Pereira e Prof. Dr. Anderson Ferreira.

A intensificação do manejo para alcançar maiores produtividades, reduzindo a necessidade de

abertura de novas áreas, geralmente, tem sido feita através do aumento do uso de fertilizante

nitrogenado, ajustes nas taxas de lotação animal e melhorias no manejo da pastagem. O

objetivo com este estudo foi realizar a avaliação agronômica de pastagens de capim Marandu

[Brachiaria brizantha cv. Marandu] sob estratégias de manejo e de aporte nitrogenado. O

experimento foi conduzido na Embrapa Agrossilvipastoril em Sinop - MT, região de transição

Cerrado/Amazônia. O período experimental foi conduzido de outubro de 2012 a dezembro de

2012. O experimento seguiu um delineamento de blocos completos casualizados, em arranjo

fatorial 2 x 4, com três repetições. Os fatores foram duas estratégias de corte: 25 cm de altura

do dossel (equivalente a 95% de interceptação luminosa) e 28 dias; e quatro estratégias de

adubação nitrogenada: sem fertilização, 40 kg.ha-1

de N, somente inoculante e 40 kg.ha-1

de N

+ inoculante. As unidades experimentais foram constituídas por 24 parcelas, cada uma

medindo 5 x 6 m. Em cada corte, a massa de forragem foi quantificada, cortando-se a

forragem do interior de duas molduras de 0,5 m2 cada (0,5 1,0 m) à altura do resíduo (7 cm).

O acúmulo de forragem foi determinado pelo método de avaliação direta de corte em

molduras de 0,5 m2.Um ciclo foi acompanhado semanalmente para caracterizar a composição

morfológica ao longo da rebrotação. Nessas ocasiões, a forragem contida no interior de duas

molduras foi cortada, separando-se a forragem do resíduo daquela acima da altura do resíduo.

Os dados foram analisados utilizando o método de modelos mistos com estrutura paramétrica

especial na matriz de covariância, através do procedimento MIXED do SAS. Dessa forma, a

estratégia de corte por altura favorece a produção de forragem de maneira eficiente e evita o

acúmulo excessivo de colmo e material morto.

Palavras-chave: Acúmulo de forragem, Azospirillum brasilense, Índice de área foliar,

Fixação biológica de nitrogênio (FBN).

xi

ABSTRACT

MONTEIRO, Keithon Damásio. Master Thesis (Animal Science), Federal University of Mato

Grosso, Campus Universitário d Sinop, August 2013, 33 sheets. Agronomic evaluation of

marandu palisadegrass under management strategies and nitrogen inputs. Adviser: Prof.

Dr. Bruno Carneiro e Pedreira. Co-advisers: Prof. Dr. Dalton Henrique Pereira e Prof. Dr.

Anderson Ferreira.

The management intensification to achieve higher yields, reducing the need for opening new

areas has generally been done through the increased use of nitrogen fertilizer adjustments in

stocking rates and improved pasture management. The aim of this study was the evaluation of

agronomic pastures palisadegrass [Brachiaria brizantha Marandu] under management

strategies and nitrogen inputs. The experiment was carried out in an experimental field

Embrapa Agrosilvopastoral in Sinop - MT, Savana/Amazon transition region. The trial was

conducted from October 2012 to December 2012. The experimental design was randomized

blocks, with 30 m² plots, in a 2 x 4 factorial arrangement, with two grazing management: 25

cm canopy height and 28 days of rest period, and four nitrogen inputs: no nitrogen

fertilization, 40 kg ha-1

of N, only inoculant (Azospirillum brasilense) and 40 kg ha-1

N +

inoculant, with three replicates. The experiment followed a randomized complete block

design in a factorial 2 x 4 with three replications. The factors were two strategies of cut: 25

cm canopy height (equivalent to 95% light interception) and 28 days, and four nitrogen

fertilization strategies: no fertilization, 40 kg ha-1

of N, only 40 and inoculant kg ha-1

N +

inoculant. The experimental units consisted of 24 plots, each measuring 5 x 6 m. In each cut,

herbage mass was quantified by cutting the forage inside two frames each 0.5 m2 (0.5 x 1.0

m) to the height of the residue (7 cm). The herbage accumulation was determined by the

method of direct assessment cutting frames 0.5 m2.Um cycle was monitored weekly to

characterize the morphological composition along the regrowth. At these times, the material

contained within two frames was cut, separating the residue of that material above the height

of the waste. The data were analyzed using mixed models with special structure parametric

covariance matrix through the MIXED procedure of SAS. Thus, the strategy of cutting height

favors the production of forage efficiently and prevents the excessive accumulation of stem

and dead material.

Keywords: Azospirillum brasilense, Biological nitrogen fixation (BNF), Forage

accumulation, Leaf area index.

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Acúmulo dos componentes morfológicos ao longo do período de rebrotação

em pastos de capim Marandu submetidos a estratégias de manejo e aporte nitrogenados

durante os meses de novembro e dezembro de 2012. Valores considerados acima da

altura de resíduo de 7 cm...................................................................................................

33

Figura 2. Acúmulo dos componentes: colmo e material morto ao longo do período de

rebrotação em pastos de capim Marandu submetido estratégias de manejo do pastejo e

aportes nitrogenados..........................................................................................................

34

xiii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Precipitação acumulada no mês (Precip), temperatura e umidade relativa

do ar (UR) média, máxima e mínima, do período experimental..................................

23

Tabela 2. Análise química do solo da área experimental na profundidade de 0 a 20 cm....

24

Tabela 3. Altura média no pré-corte do capim Marandu em função do manejo e do

aporte nitrogenado: 0 (sem fertilização nitrogenada); i (inoculante); 40 (40 kg.ha-1

de N); 40+i (40 kg.ha-1

de N + inoculante)................................................................

27

Tabela 4. Média da composição morfológica (CM) na massa de forragem pré-corte

em capim Marandu para as estratégias de corte de 25 cm e 28 dias, média de 3

cortes............................................................................................................... .........

29

Tabela 5. Proporção da composição morfológica na massa de forragem pré-corte de

capim Marandu em função dos aportes nitrogenados 0 (sem fertilização nitrogenada

ou inoculante); i (inoculante); 40 (40 kg.ha-1

de N); 40+i (40 kg.ha-1

de N +

inoculante), média de 3 cortes...................................................................................

30

Tabela 6. Efeito de manejo sobre o IAF destrutivo na massa de forragem de capim

Marandu (média de três ciclos de rebrotação)............................................................

31

xiv

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO GERAL..................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 2

2.1. O capim Marandu............................................................................................. 2

2.2. Arquitetura e estrutura do dossel e composição morfológica em

comunidades de plantas forrageiras........................................................................

3

2.3. Manejo do pastejo............................................................................................. 4

2.3.1. Respostas de plantas a regimes de desfolhação............................................. 6

2.3.2. Dinâmica de acúmulo de forragem................................................................ 7

2.4. Fertilizantes nitrogenados e fixação biológica de N atmosférico..................... 10

3. Referências........................................................................................................... 14

CAPÍTULO - Desempenho agronômico e estrutura do dossel em pastagens de

capim Marandu sob estratégias de manejo e aporte nitrogenado............................

20

Resumo.................................................................................................................... 20

Abstract................................................................................................................... 21

Introdução............................................................................................................... 22

Material e métodos................................................................................................. 23

Resultados e discussão........................................................................................... 26

Conclusões.............................................................................................................. 35

Referências.............................................................................................................. 35

1

1 INTRODUÇÃO GERAL

O Brasil apresenta potencial de produção no setor pecuário que é responsável pelo

suprimento expressivo da demanda interna e parte da demanda externa de produtos cárneos.

No entanto, para que a oferta de carne brasileira supra a crescente demanda, é necessário que

a produtividade do país aumente atendendo as exigências dos consumidores.

As dificuldades de expansão do sistema produtivo com o aumento da área e sua utilização

de forma extensiva têm sido cada vez mais dificultadas com a intervenção da fiscalização

ambiental e proibição do desmatamento. Portanto, o aumento da produção deve seguir cada

vez mais rumo ao investimento em tecnologia e tecnificação do sistema produtivo, de forma

que sejam alcançadas maiores produtividades.

Uma das formas de intensificar a produção é melhorar a divisão das pastagens em

piquetes, juntamente com adubações de manutenção e realização de um bom manejo do

pastejo, com ajustes da taxa de lotação, visando ofertar uma forragem de melhor qualidade e

aumentar a eficiência de colheita pelos animais.

O uso indiscriminado de adubo em pastagens, na tentativa de aumentar a produtividade,

pode causar perdas por degradação das pastagens devido à má utilização. O incremento com a

adubação é um fator que deve estar associado com o ajuste da taxa de lotação para que não

hajam áreas superpastejadas, causando a morte dos prefilhos basais e consequente

aparecimento de invasoras, caracterizando a degradação.

A adubação nitrogenada proporciona um maior desenvolvimento da planta pelo

alongamento mais acelerado das folhas e aumento do perfilhamento. O nitrogênio é um

elemento fundamental, pois é componente de vários compostos orgânicos fundamentais à vida

vegetal. Este elemento portanto, pode ser de origem sintética (derivado do petróleo) ou

biológica, através de fixação biológica de N2 atmosférico (FBN) por bactérias promotoras de

crescimento de plantas (BPCP).

A avaliação agronômica e a estrutura do dossel em plantas forrageiras são de extrema

importância para garantir o entendimento do processo de acúmulo de forragem, buscando

utilizar melhor o sistema de produção. Dessa forma, objetivou-se com este trabalho analisar o

desempenho agronômico e a estrutura do dossel de capim Marandu sob diferentes estratégias

de manejo e de aporte nitrogenado, especialmente com a utilização de inoculante microbiano

em pastagens.

O capítulo 1 foi formatado seguindo as normas da Pesquisa Agropecuária Tropical.

2

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O capim Marandu

Atualmente, o rebanho bovino brasileiro aproxima-se de 212 milhões de cabeças

(Ibge, 2011) e este tem como principal fonte de alimentação a forragem oriunda de 197

milhões de hectares de pastagens permanentes (Ibge, 2011). Em decorrência desta realidade, o

Brasil tem um dos menores custos de produção de carne do mundo (Ferraz & Felício, 2010;

Dias-Filho, 2011).

A expansão da pecuária ocorrida desde a década de 1970 resultou no aumento das

áreas de pastagens cultivadas, principalmente nas regiões de Cerrado e Amazônia (Faria et al.,

1996). Esse aumento deveu-se, em parte, ao aumento do cultivo de gramíneas, principalmente

as do gênero Brachiaria. Consequentemente, na década de 1990, as Brachiarias já ocupavam

cerca de 85% da área cultivada com pastagens no Cerrado brasileiro (Macedo, 2001) e 90%

no trópico úmido (Teixeira Neto et al., 2000).

O cultivar Marandu, o mais plantado no estado de Mato Grosso, apresenta hábito de

crescimento prostrado, com formação de touceiras, apresentando-se, portanto muito robusto e

com bom perfilhamento, alta produtividade, boas respostas à aplicação de fertilizantes,

tolerância à seca, capacidade de se desenvolver em condições de sombreamento e produz uma

forragem de bom valor nutritivo (Nunes et al., 1984), quando manejado adequadamente.

Barbosa (2006) destaca, ainda, sua excepcional adaptabilidade e capacidade de

produção de sementes, estabelecendo-se rapidamente, consequentemente, favorece a

cobertura do solo o que eleva o potencial de competição com plantas invasoras.

Valério (2006) ressalta que insetos pragas, principalmente os fitófagos favorecem a

degradação das pastagens, dentre estes se destacam as cigarrinhas, principalmente as dos

gêneros Mahanarva e Deois, que estão amplamente distribuídas pelo Brasil e podem ser um

problema para o capim Marandu.

Como características negativas podem ser mencionadas a sua intolerância a solos

com drenagem deficiente (Dias-Filho, 2011) e a necessidade de moderada fertilidade e

calagem para seu pleno desenvolvimento.

3

2.2 Arquitetura, estrutura do dossel e composição morfológica em

comunidades de plantas forrageiras.

Evolutivamente, as plantas forrageiras adaptaram-se ao herbivorismo sofrido por

ação dos animais, para isso adotam diferentes estratégias como a compensação entre

tamanho/densidade populacional de perfilhos ou as alterações nas taxas de aparecimento e

alongamento de folhas (Resende Júnior, 2011), ou seja, desenvolveram mecanismos de

resistência e adaptação ao pastejo de forma a assegurar sua sobrevivência e perpetuação (Da

Silva & Nascimento Júnior, 2007).

Diferenças mínimas de altura podem ter grandes efeitos na competição por luz, pois

seria suficiente para que uma folha sobreponha a outra, sombreando-a (Loomis & Williams,

1969). Dessa forma, a arquitetura do dossel vegetativo é determinada em função dos padrões

de interceptação luminosa pelas plantas. Assim, a altura é a característica mais importante, a

qual determina sua habilidade competitiva pela luz (Pedreira et al., 2007). O aumento da

biomassa em uma área cultivada é dependente do desenvolvimento de sua área foliar

(Pedreira et al., 2001), e a arquitetura do dossel interfere tanto na distribuição da luz dentro da

população de plantas como na circulação de ar, afetando os processos de trocas gasosas e

evapotranspiração (Loomis & Williams, 1969)

Pedreira et al. (2001) afirmam que a arquitetura do dossel numa pastagem pode ser

expressa, em parte, pelo seu índice de área foliar (IAF), o qual é definido como sendo a

relação entre a área foliar e a área de solo que essas folhas ocupam (Watson, 1947), e que

possibilita um melhor entendimento das relações entre a interceptação luminosa e o acúmulo

de matéria seca em estande de plantas. A distribuição do IAF pelo perfil do dossel em

estandes com diferentes arquiteturas pode explicar, parcialmente, eventuais diferenças

observadas em produção, embora seja comprovada a existência de interações entre a

morfologia e o regime de desfolhação (Rhodes, 1971).

Deste modo, em curtos intervalos de desfolhação, plantas com maior proporção de

IAF na parte inferior do dossel apresentam maior IAF residual, ou seja, maior área de folhas,

o que assegura uma rápida rebrotação inicial após desfolhação, através de uma maior

interceptação luminosa. De modo análogo, se o período de rebrotação é longo, as plantas de

crescimento mais alto e ereto, com maiores proporções do IAF nas regiões intermediária e

superior do dossel, têm tempo suficiente para acumular um grande IAF, ou seja, ocorre um

aumento na interceptação luminosa e na eficiência de uso da radiação fotossinteticamente

4

ativa, o que ocasiona uma aceleração na taxa de crescimento em condições ambientais

favoráveis (Brown & Blaser, 1968). Entretanto, existe uma relação inversa entre o aumento de

IAF e a penetração de luz até o nível do solo durante o crescimento da planta (Pedreira et al.,

2001).

Assim, foi postulado que a máxima taxa de crescimento da cultura (TCC, acúmulo de

MS por unidade de área por unidade de tempo) é alcançada quando o IAF é tal que o dossel

consegue interceptar praticamente toda a energia luminosa incidente (IAFótimo) (Rhodes,

1973). Além disso, gramíneas com hábito de crescimento ereto possuem um baixo coeficiente

de extinção de luz (k) e um IAF médio mais elevado que gramíneas prostradas (Sheehy &

Cooper, 1973).

O acúmulo de massa de forragem atinge um platô após certo período de rebrotação

na fase final de uma curva sigmoidal de crescimento (Bircham & Hodgson, 1983 citados por

Da Silva & Corsi, 2003). Deste modo, Hodgson (1990) explica que uma nova curva de

crescimento foi ajustada para estandes de plantas forrageiras em que existiam três fases

distintas: na primeira, as taxas de acúmulo aumentam de forma exponencial com o tempo. A

segunda fase é linear e no seu decorrer a sua inclinação é máxima, portanto a taxa de acúmulo

também. Numa terceira fase a taxa de acúmulo é decrescente e, eventualmente, chega a zero.

A segunda fase, onde o acúmulo é linear, é associada com o período em que a fotossíntese

excede a respiração, portanto situação de máximo balanço positivo de carbono no dossel

definindo o IAFótimo, em que as folhas basais estão sombreadas na exata extensão para que

estejam no ponto de compensação luminosa, com balanço de carbono igual a zero.

2.3 Manejo do pastejo

O conhecimento de características morfológicas e estruturais do dossel, passa a ser

ferramenta chave na determinação de práticas manejo. Essas características culminam na

determinação do índice de área foliar (IAF) (Chapman & Lemaire, 1993).

Rodrigues & Rodrigues (1987) destacam a importância da preservação do meristema

apical para uma rápida reposição de folhas nas pastagens, otimizando o manejo. Da mesma

forma, admite a importância dos carboidratos não estruturais como fonte de energia

prontamente disponível, que seria utilizada pelas plantas logo após a desfolhação para manter

5

suas atividades vitais. Também considera a importância da manutenção do índice de área

foliar residual, e aparato fotossintético, afetando sensivelmente as taxas de rebrotação.

Apesar desses conceitos serem corretos e importantes para explicar a resposta da

planta após a desfolhação, não são suficientes para orientar a determinação do melhor manejo.

Deste modo, o entendimento da essência do manejo do pastejo e sua ecologia, assim como

dos aspectos relativos à morfologia e fisiologia das plantas forrageiras, adaptação

edafoclimáticas, limites de resistência à desfolhação e flexibilidade de uso, resposta a

corretivos e fertilizantes são primordiais para que ocorra um bom desempenho animal, sendo

este, objetivo de todo o processo (Da Silva & Corsi, 2003). Estes autores lembram, ainda, que

plantas e animais têm interesses comuns e requerimentos conflitantes, que podem resultar no

colapso do sistema, caso medidas de manejo não sejam tomadas. Portanto, sendo o

ecossistema pastagem, dinâmico e complexo, com mecanismos e processos atuando de forma

compensatória, de modo homeostático, dificultam a obtenção de resultados líquidos positivos

provenientes de ações isoladas em qualquer compartimento do sistema (Sbrissia & Da Silva,

2001).

De maneira geral, o conceito de IAF crítico, condição na qual o dossel intercepta

95% da luz incidente, originalmente descrito e aplicado com sucesso para plantas de clima

temperado, é válido e pode ser aplicado também para gramíneas tropicais (Da Silva &

Nascimento Júnior, 2007). Apesar de interceptação luminosa não ser um parâmetro de caráter

prático como determinante da entrada dos animais para o pastejo, a condição de 95% de IL

está altamente correlacionada com a altura do dossel durante a rebrotação. Sugerindo que essa

característica poderia ser utilizada como parâmetro-guia no manejo (Da Silva & Nascimento

Júnior, 2007), e que pastos de capim Marandu deveriam ser pastejados quando atingissem 25

cm de altura e os animais retirados com um resíduo de 15 cm, numa condição de lotação

intermitente (Zeferino, 2007).

Difante et al. (2011) avaliando acúmulo de forragem e as características

morfológicas e estruturais do capim Marandu submetidos a combinações de alturas e

intervalos de corte, relataram que a maior eficiência de utilização é quando o capim é

manejado com resíduo de 15 cm, quando comparado a um resíduo de 30 cm, aliado a cortes

mais frequentes. Dessa forma, os cortes realizados quando os perfilhos atingem três ou quatro

folhas surgidas combinados com um resíduo de 15 cm, proporcionam maior participação de

folhas em realação a cortes com surgimento de cinco folhas. Os autores explicam que a maior

6

participação de folhas no manejo de maior intensidade e frequência é devido principalmente à

maior densidade populacional de perfilhos.

2.3.1 RESPOSTAS DE PLANTAS A REGIMES DE DESFOLHAÇÃO

Respostas de plantas à desfolhação dependem principalmente do tipo de animal,

densidade de lotação, métodos de pastejo empregados e corte mecânico, sendo que cada

evento de desfolhação representa para a planta um distúrbio em seu crescimento e uma

interferência na sua habilidade competitiva dentro da população (Sbrissia & Da Silva, 2001).

No entanto, as plantas forrageiras, pela sua plasticidade, desenvolveram mecanismos

de médio a longo prazo como o preterimento ou escape, sendo estes, adaptações morfológicas

que reduzem a probabilidade e/ou severidade de desfolhações (Da Silva & Nascimento Júnior,

2007). De modo análogo, desenvolveram mecanismos de curto prazo, como a tolerância à

desfolhação por pastejo, já este, inclui mudanças fisiológicas às restrições e suprimento de

carboidratos resultante da remoção de tecidos fotossintetizantes e da necessidade de rápida

recuperação da área foliar durante o período de rebrotação (Da Silva & Nascimento Júnior,

2007).

Como resultado, a fotossíntese que ocorre após a desfolhação não é necessariamente

proporcional a área foliar ou biomassa removida, já que concomitantemente, ocorre uma

modificação no microclima do relvado associado a contribuições desiguais de folhas de

diferentes idades e, em alguns casos, fotossíntese compensatória (Sbrissia & Da Silva, 2001).

No entanto, desfolhações lenientes podem promover apenas leves reduções na taxa de

assimilação de carbono e podem ser benéficas quando há remoção de folhas de plantas

vizinhas (Da Silva & Nascimento Júnior, 2007).

À medida que a desfolhação se torna mais severa, a proporção de tecido

remanescente é reduzida, podendo tornar-se muito baixa para assegurar um suprimento

mínimo de carbono para a planta, pois as folhas que estavam sombreadas são pouco capazes

de readaptar seu aparato fotossintético a altas intensidades luminosas (Sbrissia & Da Silva,

2001). Dessa forma, pode ocorrer um déficit no balanço de carbono até a formação de uma

área foliar suficiente e com grande capacidade fotossintética, ou seja, a principal adaptação

fisiológica de plantas forrageiras após a desfolhação é alocação preferencial de C para os

7

meristemas com finalidade de maximizar a expansão de nova área foliar, mais eficientes na

utilização da luz (Da Silva & Sbrissia, 2001).

2.3.2 DINÂMICA DE ACÚMULO DE FORRAGEM

Em uma comunidade de plantas forrageiras de uma mesma espécie, a unidade

vegetativa básica é o perfilho (Hodgson, 1990). Este corresponde a uma sucessão de fitômeros

em diferentes fases de desenvolvimento, assim apresentam folhas em expansão, expandidas e

em senescência, as quais seguem um padrão dinâmico de reposição caracterizado pela

sincronia entre o aparecimento, alongamento e senescência/morte de folhas (Hodgson, 1990).

Isso implica em renovação constante de sua área foliar durante seu período de vida, e

estabelece a possibilidade de manipulação dos padrões de desfolhação de perfilhos individuais

por meio de estratégias de manejo visando o aumento da eficiência de utilização ou colheita

da forragem produzida (Da Silva et al., 2008).

O perfilho também possui um período de vida que, uma vez encerrado, necessita ser

substituído para que a densidade populacional de perfilhos da gramínea de interesse seja

mantida e assegure a persistência, longevidade e produtividade da pastagem (Da Silva et al.,

2008). Deste modo, os eventos fenológicos que ocorrem em cada um desses perfilhos

assumem um caráter mais abrangente quando observados na população total de plantas, em

que qualquer alteração no ambiente pode promover variações na estrutura e características do

dossel, que podem, por sua vez, resultar em alterações nos padrões de resposta de acúmulo

(Pinto et al., 2001).

A dinâmica de acúmulo de forragem foi descrita por Hodgson (1990) para espécies

de clima temperado que apresenta uma fase inicial de crescimento lento, seguida de acúmulo

acelerado e, finalmente, uma fase na qual as taxas de acúmulo tendem a zero e o dossel se

aproxima da máxima produção líquida, que é mantida a partir de então e pode ser reduzida em

casos de intervalos muito longos entre desfolhações sucessivas (Pedreira et al., 2007). No

caso de algumas espécies forrageiras tropicais não se pode deixar de inserir nos componentes

do crescimento o alongamento de colmos, que frequentemente ocorre ainda na fase vegetativa

e interfere significativamente na estrutura do dossel e nos equilíbrios dos processos de

competição por luz (Sbrissia & Da Silva, 2001; Carnevalli et al., 2006) afetando o acúmulo de

forragem (Pedreira et al., 2007).

8

Carnevalli et al. (2006) trabalhando em pastos de Panicum maximum cv. Mombaça

sob lotação intermitente, utilizando-se de duas alturas de resíduo (intensidade) e duas

condições de pré-pastejo, 95 e 100 % de IL (frequências), relataram um padrão dinâmico de

acúmulo de forragem, regido basicamente por disponibilidade de luz e tamanho do aparato

fotossintético. Os mesmos relatam que durante o período de rebrotação, o acúmulo foi

caracterizado basicamente pelo incremento em folhas (semelhante a plantas de clima

temperado) até que o dossel atingisse 95% de IL. A partir deste, ocorreu uma diminuição no

acúmulo de folhas e um aumento acentuado no acúmulo de colmos e material senescente. Nas

alturas de resíduo de 50 cm, com área foliar residual maior, apesar da maior velocidade de

rebrotação e da maior massa de forragem em pré-pastejo dos tratamentos com pastejos

iniciados a 100% de IL, (maior período de descanso), a produtividade foi menor que nos

tratamentos de resíduo de 30 cm, devido à maior quantidade de forragem colhida em função

do corte mais baixo, e dentre esses, a maior produtividade foi para aqueles, em que o pastejo

era iniciado a 95% de IL, devido às menores perdas por senescência, em função da maior

frequência dos pastejos.

Carnevalli et al. (2006) sugere que a estratégia de colheita da forragem deve ser

baseada em parâmetros que exerçam influência sobre a estrutura do dossel (IL e IAF) para

que possam ser manipulados conforme a necessidade do sistema de produção de forma

objetiva, correlacionando quantidade e qualidade de forragem. No entanto, mesmo a

interceptação luminosa não sendo um parâmetro de caráter prático como determinante da

entrada dos animais para o pastejo, esta apresentou elevada associação com altura do dossel,

sugerindo-a para ser utilizada como parâmetro no manejo. Dessa forma, o capim Mombaça

deveria ser pastejado quando atingisse 90 cm de altura (IL de 95%) e os animais retirados

com um resíduo de 30 cm, numa condição de lotação intermitente.

Pedreira et al. (2007) avaliaram o desempenho agronômico do Brachiaria brizantha

cv. Xaraés em resposta a três estratégias de pastejo rotativo, sendo uma baseada no

calendário, com tempo fixo (pastejo a cada 28 dias) e duas em função da IL pelo dossel sendo

o pastejo iniciado a 95% ou 100% de IL e suas correlações com as épocas do ano. Assim,

estes encontraram padrões distintos de resposta em função da época do ano e, ou, condições

de crescimento que resultou em valores de altura de dossel e massa de forragem diferentes

para os mesmos 28 dias de descanso, atingindo 30 cm e 2140 kg MS.ha-1

na primavera e 35

cm e 2870 kg MS.ha-1

no verão, respectivamente, contrastando com as estratégias de 95%

com 30 cm e 2160 kg MS.ha-1

na primavera e 30 cm e 2300 kg MS.ha-1

no verão,

9

respectivamente, e 100% de IL , que alcançou 40 cm e 5230 kg MS.ha-1

na primavera e 45 cm

e 4360 kg MS.ha-1

no verão, respectivamente, deste modo, apresentaram valores

relativamente estáveis para essas variáveis.

Os autores relatam estes valores justificando que o período de setembro a dezembro

(primavera), caracterizado por temperaturas médias mais baixas, menor precipitação pluvial e

menor disponibilidade de radiação luminosa, assim, o período de descanso de 28 dias

apresentou um padrão de resposta mais próximo daquele correspondente à estratégia de 95%

de IL. Nessas condições, a velocidade de crescimento das plantas é menor e o dossel necessita

de um maior número de dias para atingir 95% de IL e, ou, 30 cm de altura e iniciar processo

intenso de competição por luz, situação em que o acúmulo de colmos e a senescência são

intensificados. Por outro lado, durante o período de janeiro a fevereiro (verão), com o

aumento generalizado da disponibilidade de fatores de crescimento e, consequentemente, uma

maior velocidade de rebrotação (taxas de crescimento e acúmulo de forragem), o período de

descanso de 28 dias representou, em termos fisiológicos para a planta, um período mais

longo, uma vez que um menor número de dias foi necessário para atingir 95% de IL e, ou, 30

cm de altura, resultando em um padrão de acúmulo de forragem mais próximo daquele de

pastos submetidos à estratégia de 100% IL (Pedreira et al., 2009).

Esse fato demonstra a inconsistência de respostas e a limitação de se adotar e,

especialmente generalizar, um período de descanso fixo e pré-definido, uma vez que

dependendo da época do ano e das condições vigentes de crescimento este pode ser

demasiadamente curto, o que levaria a perda de produção em termos de quantidade, ou

demasiadamente longo, o que levaria a perdas de quantidade e qualidade, podendo, inclusive,

resultar em degradação das pastagens (Da Silva & Nascimento Júnior, 2006), por manejo

inadequado.

Portanto, estratégia de pastejo baseada em 95% de IL no pré-pastejo favorece a

produção de forragem de maneira eficiente e evita o acúmulo excessivo de colmos e de

material morto. Em contrapartida, o prolongamento do período de descanso ou do intervalo de

pastejo além da condição em que o dossel intercepta 95% da luz incidente (100% IL ou 28

dias durante o verão), resulta num aumento da massa de forragem, porém, esse aumento é

resultado, basicamente, do acúmulo de colmos e de material morto, uma vez que o acúmulo

de folhas se estabiliza ou diminui e ocorre aumento expressivo nos processos de alongamento

de colmos e senescência (Pedreira et al., 2009).

10

Como visto, a biomassa de folhas é fortemente influenciada por fatores ambientais e

de manejo (Nabinger & Pontes, 2001). E dentre os fatores ambientais controláveis, a

fertilidade do solo é, juntamente com a disponibilidade hídrica, o de maior importância na

eficiência de produção da planta forrageira, sendo que, o nitrogênio é o elemento de maior

relevância para os processos fisiológicos (Martha Júnior & Vilela, 2007), por ser componente

de vários compostos orgânicos fundamentais à vida vegetal (Taiz & Zeiger, 2004)

2.4 Fertilizantes nitrogenados e fixação biológica de N2 atmosférico

Segundo dados estatísticos da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda,

2013), o mercado de fertilizantes brasileiro atingiu o patamar de 29,5 milhões de toneladas em

2012, estando entre os quatro maiores consumidores mundiais de nutrientes para a formulação

de fertilizantes, dentre os quais estão os nitrogenados. Os mais utilizados são o nitrato de

amônio, o sulfato de amônio e a ureia amídica, tendo esta uma vantagem de não envolver

reações ácidas em sua síntese, portanto, não necessitando de materiais e equipamentos

especiais, tornando-se o fertilizante sólido de menor custo por unidade de nitrogênio

(Cantarella, 2007).

Deste modo, a síntese dos principais adubos nitrogenados produzidos no mundo é

originário do N2 atmosférico e do hidrogênio, o qual é obtido de combustíveis fósseis,

principalmente pelo gás natural e óleo combustível, acarretando em um dispêndio energético

muito grande, girando em torno de 1,2 a 1,8% de todo o consumo global de energia fóssil

(Cantarella, 2007).

Entretanto, o crescente aumento da população mundial, do mesmo modo que cresce a

demanda por alimento (cereal e proteína animal), com pequenos aumentos em área produzida,

leva os produtores à intensificação dos sistemas de produção, e um dos principais meios de se

fazer isto é através da fertilização. Dentre estes, destaca-se o N, por estar presente na

composição das mais importantes biomoléculas, tais como ATP, NADH, NADPH, clorofila,

proteínas e inúmeras enzimas, afetando, portanto o crescimento da planta (Bredemeier &

Mundstock, 2000).

Sendo assim, frente à necessidade de se aumentar a produtividade vegetal e animal,

mediante a intensificação da produção através, principalmente da fertilização nitrogenada

sintetizada por derivados do petróleo, tem-se gerado intensa discussão em função da emissão

11

de gases do efeito estufa (GEE) e das mudanças do clima. Além disso, com o alto preço do

barril de petróleo, problemas de logística devido às longas distâncias, gerando despesas com o

transporte muito elevadas, torna-se cada vez mais difícil a utilização destes produtos, pois

oneram muito os custos de produção.

Martha Júnior et al. (2007) relatam que a maior eficiência de uso da adubação

nitrogenada é verificado pela eficiência de conversão do N-fertilizante em forragem e pela

eficiência de pastejo.

Em função disso, a busca por microrganismos fixadores de N2 atmosférico ganha

cada vez mais importância na agricultura brasileira, pois com a não utilização de N oriundo de

fertilizante químico na cultura da soja, por exemplo, o país deixa de gastar mais de 2 bilhões

de reais ao ano (Hungria, 2011).

No entanto, em gramíneas, poucos estudos foram realizados até o momento, havendo

ocorrência de espécies de bactérias em cana-de-açúcar, milho, trigo, arroz e sorgo, os quais

diferentemente dos utilizados na cultura da soja, são usados de maneira complementar, ou

seja, utiliza-se de bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCP), e fertilizantes

simultaneamente, reduzindo o uso deste insumo sintético, sem diminuir a produção (Hungria,

2011).

Bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCP) correspondem a um grupo

de microrganismos benéficos às plantas devido à capacidade de colonizar a superfície das

raízes, rizosfera, filosfera e tecidos internos das plantas, podendo estimular o crescimento de

diversas maneiras, sendo as mais relevantes: capacidade de fixação biológica de nitrogênio;

aumento na atividade da redutase do nitrato quando crescem endofiticamente nas plantas;

produção de hormônios como auxinas, citocininas, giberilinas e etileno, além de uma

variedade de outras moléculas (Cassán et al., 2008); solubilização de fosfato e por atuarem

como agente de controle biológico de patógenos (Hungria, 2011).

Hungria (2011) explica que embora o nitrogênio gasoso (N2) constitua 78% dos

gases atmosféricos, nenhum animal ou planta consegue utilizá-lo como nutriente, devido à sua

tripla ligação, uma das mais fortes de que se tem conhecimento na natureza. Contudo, os

gases atmosféricos também se difundem para o espaço poroso do solo e o N2 consegue ser

aproveitado por alguns microrganismos, principalmente bactérias que ali habitam, graças à

ação de enzima chamada nitrogenase, que é capaz de romper a tripla ligação do N2 e reduzi-lo

a amônia, a mesma forma obtida no processo industrial, e este utilizado pela planta.

12

Moreira & Siqueira (2006) explicam que a nitrogenase é um complexo enzimático

composto por duas unidades básicas denominadas ferro-proteína e ferro molibdênio, em que a

primeira é responsável por coletar força redutora e energia formando um sbstrato que será

coletado pela unidade de ferro-molibidênio e reduzindo-o a NH3.

Dentre as BPCP, associadas a não leguminosas, destacam-se aquelas pertencentes

aos gêneros Azospirillum, Herbaspirillum e Gluconacetobacter (Reis Junior et al., 2004). Do

gênero Azospirillum, foram identificadas cinco espécies em rizosfera sendo: A. lipoferum, A.

brasilense, A. amazonense, A. halopraeferens e A. irakense (Steenhoudt & Vanderleyden,

2000).

Estas são bactérias associativas que utilizam o mesmo complexo da nitrogenase para

realizar a conversão do N2 da atmosfera em amônia. Contudo, ao contrário das bactérias

simbióticas, bactérias associativas excretam somente uma parte do nitrogênio fixado

diretamente para a planta associada; posteriormente, a mineralização das bactérias pode

contribuir com aportes adicionais de nitrogênio para as plantas (Hungria, 2011).

Sendo assim, é importante salientar que o processo de fixação biológica por essas

bactérias consegue suprir apenas parcialmente as necessidades de N das plantas, havendo a

necessidade de se suprir o déficit de N através da fertilização.

No entanto, estima-se que a FBN contribui com o incremento de 10 a 42 % do N

total em gramíneas forrageiras, provido principalmente por bactérias do gênero Azospirillum e

Herbaspirillum (Silva et al., 2010), amplamente encontradas associadas a estas gramíneas.

Reis Junior et al. (2004) verificando a influência da espécie de Brachiaria, manejo da

pastagem e sazonalidade sobre as populações de A. amazonense associadas às raízes destas

plantas e produção de fitormônios tipo AIA (ácido 3-indol acético), constatou que estas

variaram de 103 a 10

7 células g

-1 de raízes e estão sujeitas às variações de sazonalidade, tipos

de ecossistemas e ao tipo de gramínea, pois maiores números de A. amazonense foram

encontrados em B. humidícola, em relação à B. decumbens e B. brizantha em pastagens

localizadas na região da Mata Atlantica. Dessa forma, o A. amazonense foi capaz de produzir

o fitormônio AIA sob qualquer condição.

Além de Brachiaria, duas variedades de híbridos de milho foram estudados por Reis

Junior et al. (2008), na tentativa de esclarecer a interação entre estes e BPCP. Para isto

utilizaram um arranjo fatorial com dois híbridos de milho, plantas inoculadas com A.

amazonense e não inoculadas e três regimes de N, sendo: 126 mg semana-1

de N (75 % NH4+

:

25 % NO3-); 126 mg semana

-1 de N (25 % NH4

+ : 75 % NO3

-), e 12,6 mg semana

-1 de N (50

13

% NH4+ : 50 % NO3

-). Constataram que plantas que receberam a maior dose de N,

independentemente do predomínio da forma nítrica ou amoniacal, apresentaram maior

acúmulo de N e P. Com o predomínio da forma amoniacal, observaram que houve um

incremento na produção de matéria seca e na atividade da glutamina sintetase, bem como

decréscimo na concentração de açúcares solúveis totais e plantas inoculadas com A.

amazonense promoveu maior produção de matéria seca e acúmulo de N nas raízes.

Hungria at al. (2010) selecionaram estirpes de Azospirillum para o milho e para o

trigo. Foram selecionadas nove cepas que foram avaliados após a inoculação das sementes. O

A. brasilense estirpes Ab-V4, Ab-V5, Ab-V6 e Ab-V7 aumentaram o rendimento de grãos de

milho na ordem de 662-823 kg ha-1

, ou 24-30% em relação ao não inoculado. Com trigo, o A.

brasilense estirpes Ab-V1, Ab-V5, Ab-V6 e Ab-V8 foram as mais eficazes, aumentando a

produção em 312-423 kg ha-1

, ou 13-18%. Em um segundo experimento uma combinação de

A. brasilense estirpes Ab-V5 e Ab-V6 aumentou a produção de milho e trigo em 27 e 31%,

respectivamente. Os efeitos da inoculação foram atribuídos ao aumento da absorção de vários

macro e micronutrientes e não ao nitrogênio especificamente da fixação biológica. Este estudo

resultou na identificação das primeiras estirpes de Azospirillum brasilense e Azospirllum

lipoferum autorizadas para a produção comercial de inoculantes no Brasil.

Bergamaschi et al. (2007) avaliaram a ocorrência de bactérias diazotróficas

associadas ao sorgo, na tentativa de selecionar cultivares eficientes na associação com

bactérias diazotróficas e identificar os isolados mais eficientes em fixar nitrogênio

atmosférico (N2) e produzir ácido indol-acético (AIA). Utilizaram-se 14 cultivares de sorgo

forrageiro em vasos, com dois níveis de N: 0 e 130kg ha-1

de N. A seleção de cultivares foi

baseada na associação com bactérias diazotróficas e na eficiência de absorção de nitrogênio

das cultivares. A ocorrência das espécies Herbaspirillum seropedicae, Azospirillum

brasilense e Burkholderia tropica foi constatada em todas as cultivares avaliados, sendo que a

distribuição das bactérias isoladas foi influenciada pelo genótipo da planta.

Bactérias fixadoras de nitrogênio podem contribuir para o crescimento vegetal pela

produção de auxinas. Desta forma a produção de hormônios de crescimento por estirpes de

bactérias fixadoras de nitrogênio foram quantificadas e avaliou-se o efeito da inoculação

destas estirpes em plântulas de milho e trigo. Os efeitos da inoculação foram também

comparados com concentrações crescentes do ácido 3-indolacético, KNO3 e triptofano. A

produção de indóis aumentou até a dose de 200 µM de triptofano. A elevada produção de

14

indóis reduziu o comprimento das raízes e colmos na presença de triptofano, especialmente

quando submetidas à inoculação de Azospirillum (Radwan et al., 2004).

Nesse contexto, o nitrogênio é um elemento essencial para manutenção dos tecidos e

das funções vitais da planta, portanto o estudo da utilização de bactérias promotoras de

crescimento de plantas por meio da fixação biológica de nitrogênio torna-se relevante por

apresentar características que podem contribuir com o setor produtivo, gerando ganhos na

pecuária que seriam gerados apenas com investimentos mais elevados em adubação advinda

de fertilizantes oriundos do petróleo.

A busca por melhorias nos sistemas de produção, com estudos sobre a estrutura e o

desempenho agronômico de pastagens, visando a eficiência de utilização, se mostra como

primeira alternativa para qualquer intervenção, antes que qualquer outra atitude seja tomada,

mostrando a necessidade de ser entendido dentro do contexto de ecossistema de pastagens,

compreendendo seus componentes morfofisiológicos e suas relações, para identificar as

estratégias que favoreçam melhor aproveitamento da forragem produzida e diminuição dos

ciclos de produção pecuária.

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(Mestrado em Ciência Animal e Pastagens) – Escola Superior de Agricultura "Luiz de

Queiroz", Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2007.

20

Desempenho agronômico e estrutura do dossel em pastagens de capim Marandu sob

estratégias de manejo e aporte nitrogenado1

Keithon Damásio Monteiro2, Leandro Ferreira Domiciano

3, Meeg Vicente Andrade

4,

Anderson Ferreira5, Dalton Henrique Pereira

5, Bruno Carneiro e Pedreira

6

RESUMO

A intensificação do manejo para alcançar maiores produtividades, geralmente tem sido feita

através do aumento do uso de fertilizante nitrogenado, ajustes nas taxas de lotação animal e

melhorias no manejo da pastagem. O objetivou-se com este estudo realizar a avaliação

agronômica de pastagens de capim Marandu [Brachiaria brizantha cv. Marandu] sob

diferentes estratégias de manejo e de aporte nitrogenado. O experimento foi conduzido

segundo o delineamento de blocos completos casualizados, em arranjo fatorial 2 x 4, com três

repetições. Os fatores foram duas estratégias de corte: 25 cm de altura do dossel e 28 dias; e

quatro estratégias de adubação nitrogenada: sem fertilização, 80 kg.ha-1

de N, somente

inoculante e 80 kg.ha-1

de N + inoculante. As unidades experimentais foram constituídas por

24 parcelas, cada uma medindo 5 x 6 m. O acúmulo de forragem foi determinado pelo método

de avaliação direta de corte em molduras de 0,5 m2. Dois ciclos foi acompanhados

semanalmente para caracterizar a composição morfológica ao longo da rebrotação. O IAF foi

maior para a estratégia de 25 cm (2,98) que para a de 28 dias (2,71). A combinação 80 kg.ha-1

de N + inoculante proporcionou um aumento na proporção de folhas com manejo de 25 cm.

Dessa forma, a estratégia de corte por altura favorece a produção de forragem de maneira

eficiente e evita o acúmulo excessivo de colmo e material morto. Da mesma forma, aumenta

21

as possibilidade de ganho em eficiência do sistema. O uso de inoculante aumenta a proporção

de folha do dossel.

Palavras-chave: Acúmulo de forragem, Azospirillum brasilense, Índice de área foliar,

Fixação biológica de nitrogênio (FBN).

ABSTRACT

The management intensification to achieve higher yields, has generally been done through the

increased use of nitrogen fertilizer, adjustments in stocking rates and improved pasture

management. The aim of this study was to agronomic evaluation of pastures palisadegrass

[Brachiaria brizantha. Marandu] under management strategies and nitrogen inputs. The

experiment was a randomized complete block randomized in a factorial 2 x 4 with three

replications. Factors were two cutting strategies: 25 cm canopy height and 28 days, and four

nitrogen fertilizer strategies: no fertilization, 80 kg ha-1

of N, only inoculant and 80 kg ha-1

N

+ inoculant. The experimental units consisted of 24 plots, each measuring 5 x 6 m. The

herbage accumulation was determined by the method of direct assessment cutting frames of

0.5 m2. Two cycles were monitored weekly to characterize the morphological composition

along the regrowth. The combination of 80 kg ha-1

of N + inoculant resulted an increase in the

proportion of handling sheets os 25 cm.. Thus, the strategy of cutting height favors the

production of forage efficiently and prevents the excessive accumulation of stem and dead

material. Likewise, increases the possibility of gain of the system. The use of inoculant

increases the proportion of leaf canopy.

Keywords: Azospirillum brasilense, Biological nitrogen fixation (BNF), Forage

accumulation, Leaf area index.

22

INTRODUÇÃO

O Brasil apresenta características favoráveis a exploração de forragens, favorecendo

a exploração pecuária quase exclusivamente em pastagem. Isso implica diretamente na

redução dos custos de produção, tornando a pecuária altamente competitiva no mercado

global.

No entanto, para que isso seja possível é necessário ter conhecimento de alguns

fundamentos da ecologia de pastagem, de forma que o manejo exploratório não resulte num

colapso do ecossistema pastagem, ou seja, deve-se manter a sustentabilidade. Dessa forma, o

entendimento do funcionamento desse sistema e, portanto, das reações de causa e efeito que

regem suas respostas, passa pelo conhecimento de seus componentes e de seu grau de

organização (Da Silva & Corsi 2003), manifestados através de recursos físicos, vegetais e

animais, organizados em uma estrutura interativa e hierárquica.

Na base dessa pirâmide organizacional estão os recursos físicos, como exemplo, o

tipo e fertilidade do solo, relevo, topografia, condições edafoclimáticas, entre outros. Os

recursos vegetais do sistema são as espécies ou conjunto de espécies forrageiras a serem

exploradas. Deste modo, têm-se uma infinidade de possibilidades de arranjos entre os

componentes, e, somente após uma combinação estável entre estes, é possível considerar os

recursos animais, sendo estes os fatores bióticos de maior relevância na modificação do

sistema (Sbrissia & Da Silva 2001). O manejo do pastejo é ferramenta necessária para manter

esta estrutura produtiva, definindo o grau de interação entre os componentes do sistema.

O nitrogênio por sua vez é um elemento fundamental, pois este é componente de

vários compostos orgânicos fundamentais à vida vegetal, provocando um incremento na

eficiência da produtividade. Este pode ser de origem sintética ou biológico, através de fixação

biológica de N2 atmosférico (FBN) por bactérias promotoras de crescimento de plantas.

Kaneko et al. (2010) ressalta que a adubação nitrogenada apresenta índices positivos de

lucratividade quando associado ao bom manejo do solo e da planta.

23

Nesse sentido, objetivou-se com este trabalho analisar o desempenho agronômico e a

estrutura do dossel de capim Marandu sob estratégias de manejo e de aporte nitrogenado,

especialmente com a utilização de inoculante microbiano em pastagens.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em área experimental pertencente a Embrapa

Agrossilvipastoril, localizada no município de Sinop - MT, região de transição

Cerrado/Amazônia, com 364 m de altitude, 11°51’ latitude sul, 55°37’ longitude oeste, com

características médias anuais de temperatura do ar de 25 ºC e umidade relativa do ar de 75%,

com precipitação anual de 2.200 mm (Inmet 2013).

Os dados climáticos referentes ao período experimental (Tabela 1) foram obtidos da

estação meteorológica da Universidade Federal de Mato Grosso campus de Sinop, distante

cerca de 15 km da área experimental.

Tabela 1. Precipitação acumulada no mês (Precip), temperatura e umidade relativa do ar

(UR) mínima, média e máxima, do período experimental

Mês Precip

(mm)

Temperatura (°C) UR (%)

Mín Média Máx Mín Média Máx

Outubro 173,8 21,5 27,1 34,3 41,9 72,8 96,0

Novembro 275,9 21,8 25,2 31,1 58,7 85,9 98,3

Dezembro 237,2 21,3 25,3 31,7 56,3 84,9 99,2

(UFMT campus Sinop, 2013)

O experimento foi implantado em local de solo classificado como Latossolo

Vermelho Amarelo (Embrapa 2006) com 465 g.dm-3

de argila em relevo plano, sob uma área

de Brachiaria brizantha cv. Marandu com dois anos de plantio, plantada com espaçamento

entre linhas de aproximadamente 25 cm, manejadas apenas com cortes para fenação e

24

ensilagem.. Em setembro de 2012 foi realizada a análise química do solo (Tabela 2) e não foi

feita nenhuma correção.

Tabela 2. Análise química do solo da área experimental na profundidade de 0 a 20 cm

MO = Matéria Orgânica; S = Soma de Bases; T = CTC a pH 7,0; V = Saturação por Bases; K

e P extraídos pelo método de Mehlich I.

O experimento foi conduzido segundo o delineamento em blocos casualizados, com

arranjo fatorial 2 x 4, com três repetições, com período experimental variando de 03 de

outubro 2012 a 20 de maio de 2013.. Os fatores foram duas estratégias de corte: 25 cm de

altura do dossel [equivalente a 95% de IL (Zeferino 2007)] e a cada 28 dias; e quatro

estratégias de aporte nitrogenado: sem fertilização nitrogenada, 80 kg.ha-1

de N, somente

inoculante e 80 kg.ha-1

de N + inoculante, totalizando 24 parcelas, cada uma medindo 5 x 6

m.

O inoculante contendo Azospirillum brasilense, estirpes Ab-V5 e Ab-V6, foi

utilizado na dose de 500 mL.ha-1

, aplicado via pulverização foliar, uma vez que o capim

Marandu já estava estabelecido, em calda de 150 L.ha-1

ao final da tarde, após o corte de

uniformização realizado em 3 de outubro. Uma segunda aplicação foi realizada após o quinto

ciclo de produção das gramíneas, o que ocorreu entre os dias 21 de fevereiro e 13 de março de

2013. Desta forma, a pulverização nas parcelas conduzidas por altura, esta aplicação foi

realizada à medida que cada parcela era cortada, de acordo com a altura meta.

pH MO P K Ca Mg Al H+Al S T V

CaCl2 g.dm-3

mg.dm-3

------------------ cmolc.dm-3

------------------ %

4,54 28,54 3,14 0,04 1,15 0,44 0,35 3,80 1,63 5,43 30,02

25

A adubação nitrogenada foi fracionada em duas aplicações, da mesma forma que o

inoculante, sempre após os cortes de uniformização. Desta forma, 40 kg.ha-1

de N, em cada

adubação, foram distribuídos na forma de uréia. Nesses momentos, 270 gramas de uréia

foram dissolvidos em 30 L de água e distribuídos uniformemente em toda a parcela por meio

de regadores, buscando garantir a eficiência de aplicação do nitrogênio.

A adubação potássica foi realizada em todas as parcelas, em duas doses de 40 kg.ha-1

de K2O, na forma de cloreto de potássio, em que totalizou em aplicação de 80 kg.ha-1

de K2O.

Já a adubação fosfatada ocorreu sob condição de pós-corte em dose única na ocasião

da implantação do experimento. Foi realizada uma aplicação em cobertura sobre todas as

parcelas, sendo 80 kg.ha-1

de P2O5, na forma de Super Simples.

Durante o período experimental, medidas de altura foram acompanhadas com o

auxílio de régua e transparência. Em cada avaliação 10 pontos representativos da condição

média do dossel foram medidos, em cada unidade experimental.

No momento do corte duas molduras (0,5 x 1,0 m) foram utilizadas, realizando-se o

corte de cada amostra à altura do resíduo (7 cm). Estas amostras foram pesadas, ainda no

campo, com o auxílio de uma balança manual para obtenção da matéria natural (MN) e,

posteriormente, levadas para o laboratório onde foi feita a separação morfológica.

As amostras foram sempre coletadas, mantendo-se a altura de resíduo de 7 cm,

caracterizando dessa forma o acúmulo de forragem. No laboratório as amostras foram

homogeneizadas e separadas em duas, uma íntegra que foi colocada diretamente na estufa, e a

outra separada manualmente em seus componentes morfológicos: folha (lâminas foliares),

colmo (colmos e pseudocolmos) e material morto. As folhas foram utilizadas para medição da

área foliar e determinação do IAF e posteriormente, levadas à estufa para determinação do

teor de matéria seca (MS). O IAF foi determinado a partir da correção da área foliar da

amostra total em relação à área da moldura utilizada na coleta do material.

26

Para descrever a dinâmica do acúmulo de forragem foram acompanhados dois ciclos

de rebrotação. O primeiro foi durante o mês de dezembro de 2012 e o segundo ocorreu

durante o sexto ciclo de rebrotação, após a adubação das parcelas. Nesses ciclos foram feitas

amostragens para caracterização da composição morfológica e quantificação dos acúmulos de

forragem (MF) durante as rebrotações, quando as alturas de 15, 20 e 25 cm foram atingidas,

cortando-se os estratos de 7-15; 15-20; 20-25 cm na estratégia de manejo com cortes a 25 cm.

Para a estratégia em tempo fixo de 28 dias os cortes foram realizados a cada sete dias,

mantendo o mesmo padrão de altura dos estratos (7-15; 15-20; 20-25; e 25-30 cm),

independente da altura do dossel.

A amostra colhida, da mesma forma que relatado anteriormente, em cada retângulo

foi levada ao laboratório para separação manual nos componentes morfológicos. A

determinação do IAF das lâminas foliares foi realizada com o auxílio de um integrador de

área foliar, modelo LI-3100 (Li-Cor, Lincoln, Nebraska, EUA), e posteriormente levadas à

estufa de circulação forçada a 55 °C (por um período de 72 horas) até atingir peso constante.

Os dados foram analisados utilizando o método de modelos mistos com estrutura

paramétrica especial na matriz de covariância, através do procedimento MIXED do software

estatístico SAS (Littel et al. 2006). Para escolher a matriz de covariância foi usado o critério

de informação de Akaike. As médias dos tratamentos foram estimadas através do LSMEANS

e a comparação entre elas foi realizada por meio da probabilidade da diferença (PDIFF) a um

nível de significância de 10%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o período experimental houveram alguns inconvenientes que

menosprezaram a qualidade deste trabalho. O experimento foi alocado em uma área próxima

27

a outro experimento maior, com integração lavoura pecuária e floresta, em que foram

conduzidas lavouras de soja e posteriormente, de milho. Durante a condução do experimento

houveram derivas a partir do mês de janeiro de 2013, prejudicando completamente o

crescimento das forrageiras. Mesmo as parcelas adubadas, tiveram crescimento prejudicado

com as contantes derivas que ocorreram. Por esta razão, os resultados discutidos neste

capítulo referem-se apenas às coletas realizadas no período de 3 de outubro a 28 de dezembro,

que possibilitou o acompanhamento em três ciclos de rebrotação.

Como altura é variável-resposta para o manejo de 28 dias e variável-tratamento para

o manejo com 25 cm, não é possível fazer uma análise de variância com esse conjunto de

dados, apenas uma análise descritiva (Tabela 3). Assim, os tratamentos com manejo regido

por altura, tiveram suas metas atingidas, e apresentavam, em média, 26 cm de altura pré-corte

e desvio padrão 1,0 cm. Por outro lado, quando manejado com 28 dias de descanso, a média

de altura foi de 29,1 cm com desvio padrão de 6,8 cm. Enquanto as alturas mínimas e

máximas não ultrapassaram 23,5 e 28,1 no manejo com 25 cm, no manejo com base em

tempo fixo, as alturas variavam de 20,9 a 42,4. Esse fato demonstra a inconsistência dessa

estratégia em relação às alterações na estrutura do dossel, a qual interfere em todo o processo

de crescimento de plantas forrageiras.

Tabela 3. Altura média no pré-corte do capim Marandu em função do manejo e do aporte

nitrogenado: 0 (sem fertilização nitrogenada); i (inoculante); 40 (40 kg.ha-1

de

N); 40+i (40 kg.ha-1

de N + inoculante)

Manejo\Aporte 0 i 40 40+i Desvio Padrão

----------------------------- cm ------------------------------

25 cm 26,2 26,0 25,8 26,1 1,0

28 dias 29,9 27,3 28,8 30,0 6,8

28

Pedreira et al. (2007) relatam que o manejo baseado em dias fixos e predeterminados

de descanso restringe as possibilidades de ganho em eficiência do sistema de pastejo.

A massa de forragem pré-corte não diferiu (p > 0,10) para estratégia, aporte ou

interação entre estes. Em média apresentaram 3510 kg.ha-1

de MS por corte (erro padrão: 85

kg.ha-1

), o que é um alto valor de produção.

No entanto, a baixa de expressividade do aporte nitrogenado oriundo da FBN por

inoculante bacteriano, possivelmente é resultado do período experimental relativamente curto,

uma vez que BPCP necessitam de um tempo para colonizar os tecidos da planta e iniciar o

processo associativo.

Deste modo, acreditava-se que, no processo associativo entre plantas e Azospirillum,

os benefícios obtidos pelas plantas eram essencialmente derivados da FBN (Reis Junior et al.

2008); no entanto, outros estudos demonstraram que os efeitos positivos proporcionados por

estes microrganismos podem ser derivados de alterações morfológicas e fisiológicas nas

raízes das plantas inoculadas, acarretando um incremento na absorção de água e nutrientes

(Steenhoudt & Vanderleyden 2000), necessitando-se de condições climáticas favoráveis,

mineralização do N da matéria orgânica, o que provavelmente não tenha sido perceptível em

três ciclo de avaliação.

Com relação à massa de forragem pré-corte dos componentes morfológicos – folha e

colmo -, não houve efeito (p > 0,10) de manejo, aportes e interação manejo x aportes nos três

cortes avaliados (Tabela 4). No entanto, a composição de material morto e a massa total foram

maiores para a estratégia de 28 dias, pois o maior período de rebrotação, quando comparado

com a estratégia de 25 cm, promoveu maior tendência em aumentar a altura do dossel para

compensar a sobreposição das folhas mais velhas.

29

Tabela 4. Média da composição morfológica (CM) na massa de forragem pré-corte em

capim Marandu para as estratégias de corte de 25 cm e 28 dias, média de 3 cortes

CM Estimativa (kg MS.ha

-1)

25 cm 28 dias

Folha 2314,9 a 2329,4 a

Colmo 918,8 a 877,8 a

Morto 173,1 b 210,9 a

Total 3405,8 b 3622,6 a

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha não diferem entre si pelo teste t

(P>0,10) para manejo, aportes nitrogenados e interação entre manejo x aporte.

Trindade et al. (2007) avaliando o efeito de estratégias de pastejo rotativo sobre a

composição morfológica da forragem consumida por bovinos de corte em pastos de

Brachiaria brizantha cv. Marandu verificaram que pastejos iniciados com 100% de IL ou

realizados até a altura pós pastejo de 10 cm resultaram em menor proporção de lâminas

foliares e maior de colmos e de material morto. Quando comparados ao tratamento com 95 %

de IL e pós pastejo de 15 cm, que apresentaram as maiores proporções de lâminas foliares e

menores de colmos e de material, indicando que, durante o rebaixamento do dossel, pastejos

mais freqüentes e mais lenientes proporcionam aos animais uma elevada proporção de

lâminas foliares na dieta, podendo aumentar o valor nutritivo da forragem consumida.

Estes resultados corroboram aos encontrados por Pedreira et al. (2009), onde estratégias de

desfolhação aos 95% IL e a cada 28 dias promoveram alterações da composição morfológica

na massa de forragem.

No entanto, a proporção dos componentes morfológicos folha e colmo na massa de

forragem dos três ciclos estudados foram afetadas pela estratégia de manejo, aporte

nitrogenado e interação entre estes (p < 0,001), conforme Tabela 5.

30

Tabela 5. Proporção da composição morfológica na massa de forragem pré-corte de

capim Marandu em função dos aportes nitrogenados 0 (sem fertilização

nitrogenada ou inoculante); i (inoculante); 40 (40 kg.ha-1

de N); 40+i (40 kg.ha-1

de N + inoculante), média de 3 cortes

Manejo\Aporte 0 i 40 40+i

------------------------------------ % folha ----------------------------------------

25 cm 71,5 Ab

71,7 Ab 70,2 Ab 85,7 Aa

28 dias 66,3 Ba 66,7 Ba 65,0 Ba 64,7 Ba

------------------------------------% colmo----------------------------------------

25 cm 25,7 Ba 24,5 Ba 25,1 Ba 15,4 Bb

28 dias 29,7 Aa 29,3 Aa 29,9 Aa 29,2 Aa

-------------------------------------% morto---------------------------------------

25 cm 2,9 B 3,2 B 3,6 B 2,5 B

28 dias 3,3 A 4,2 A 4,1 A 5,3 A

Médias seguidas da mesma letra maiúscula na coluna e da mesma letra minúscula nas linhas

não diferem entre si (p > 0,10) pelo teste t.

O manejo com base na altura de 25 cm propiciou maior porcentagem de folha que a

estratégia de manejo de 28 dias. Isso provavelmente é consequência da manutenção de uma

estrutura sempre semelhante, quando se utiliza de altura como estratégia de manejo,

reduzindo o alongamento de colmos, em função da menor competição por luz (Pedreira et al.

2007).

O aporte nitrogenado de 40 kg.ha-1

de N + inoculante manejado a 25 cm de altura foi

que apresentou a melhor combinação e proporcionou 85,7% de folhas e, por consequência, o

menor valor de colmo (15,4%) e material morto (2,5%). Demonstrando que altos aporte de N

precisam ser acompanhados de manejo adequado para que se consiga ofertar forragem com

boa composição morfológica – alta proporção de folha e baixa de colmo e material morto. No

entanto, os demais aportes de nitrogênio não diferiram em relação à proporção de folhas e

colmos, talvez pelas menores velocidades de crescimento.

31

Os valores de material morto foram influenciados apenas pelo manejo (p < 0,10). Em

média, o manejo com 25 cm de altura a proporção de morto foi de 3,1% e no manejo com

base em calendário foi de 4,2%. Estes valores são justificados pelas maiores alturas

registradas na estratégia de pastejo baseado no calendário, pois tendem a aumentar o

alongamento de colmo com aumento do nível de sombreamento, e por consequência, o

aumento da senescência de tecidos.

O índice de área foliar destrutivo, ou seja, aquele oriundo das lâminas foliares da

massa de forragem colhida dos três ciclos de rebrotação foi afetado pela estratégia de manejo

(p = 0,0136), em que parcelas cortadas com 25 cm de altura atingiram, em média, maiores

valores do que os que foram submetidos ao manejo por dias fixos (Tabela 6).

Tabela 6. Efeito de manejo sobre o IAF destrutivo na massa de forragem de capim

Marandu (média de três ciclos de rebrotação)

Manejo Estimativa Erro Padrão

25 cm 2,98 A 0,07

28 dias 2,71 B 0,07

Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si (P>0,10) pelo teste t.

Os resultados estão em consonância aos reportados por Pedreira et al. (2007),

indicando uma tendência na alteração da estrutura do dossel ao longo dos ciclos de

rebrotação, caracterizada pela diminuição da altura e aumento do IAF. Menores períodos de

descanso ou mesmo mantendo-se uma estrutura de colheita semelhante tende a uma

compensação no tamanho-densidade de perfilho (Sbrissia & Da Silva 2008), aumentando-se o

IAF por meio do aumento em densidade de perfilhos. Um padrão análogo de resposta foi

descrito por Carnevalli et al. (2006) para capim Mombaça e por Barbosa et al. (2007) para

capim Tanzânia.

32

Brown & Blaser (1968) discutiram a aplicação do conceito de IAF para maximizar a

produção de matéria seca, e argumentaram que outros fatores que afetam a produtividade

através do IAF precisam ser considerados. A eficiência das folhas em aumentar o IAF é de

importância primária, enquanto que altas taxas de crescimento podem ser alcançadas num IAF

que causa uma interceptação quase total da luz incidente.

Durante o período experimental, um ciclo de rebrotação foi acompanhado para

caracterizar as respostas do capim Marandu sob estratégias de manejo e aportes de N. A

produção de forragem foi, em média, de 3340 kg.ha-1

de MS caracterizado por 67,4% de

folhas, 23,9% de colmo e 8,4% de material morto para todas as combinações estudadas nesse

experimento. Assim, o IAF da estratégia de manejo a 25 cm de altura apresentou maior valor

(4,08; p = 0,0193), ao passo que a pastagem manejada em ciclos de rebrotação de 28 dias,

obteve menor média (3,63).

Hodgson (1990) descreve a curva de acúmulo de forragem como tendo três fases,

apresenta uma fase inicial de crescimento lenta, seguida de acúmulo acelerado e, finalmente,

uma fase na qual as taxas de acúmulo tendem a zero e o dossel se aproxima da máxima

produção líquida, que é mantida a partir de então e pode ser reduzida em casos de intervalos

muito longos entre desfolhações sucessivas.

As curvas de acúmulo não demonstram respostas distintas entre as estratégias de

manejo de 25 cm de altura e ciclos a cada 28 dias (Figura 1). No entanto, todos seguiram o

postulado por Hodgson (1990), em que o acúmulo de folhas é crescente para todas as

estratégias até a altura de 25 cm. Nesse momento, ambas as estratégias tenderam a estabilizar

o acúmulo de folhas e a partir de 20 cm aumentaram as quantidades de colmo e material

morto.

33

Figura 1. Acúmulo dos componentes morfológicos ao longo do período de rebrotação em

pastos de capim Marandu submetidos a estratégias de manejo e aporte nitrogenados

durante os meses de novembro e dezembro de 2012. Valores considerados acima da

altura de resíduo de 7 cm.

Altura da pastagem (cm)

Mas

sa d

e fo

rrag

em (

kg M

S . h

a-1)

● Folha ■ Colmo ▲ Material morto

34

No caso de algumas espécies forrageiras tropicais, especialmente aquelas de

crescimento ereto, não se pode deixar de inserir nos componentes do crescimento o

alongamento de colmos, que frequentemente acontece ainda na fase vegetativa e interfere

significativamente na estrutura do dossel e nos equilíbrios dos processos de competição por

luz (Da Silva & Sbrissia 2001) afetando o acúmulo de forragem.

À medida que ocorreu incremento em interceptação de luz pelo dossel, dado pelo

aumento do IAF (Figura 2), que ao atingir um IAF próximo de 3 os acúmulos de colmo e de

material morto aumentaram de maneira mais significativa.

R² = 0,5938

R² = 0,7444

R² = 0,7773

R² = 0,4256

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

0 1 2 3 4 5 6

Pro

du

ção (

kg/h

a M

S)

IAF Destrutivo

..... Colmo (28 dias)---- Colmo (25 cm)___ Morto (28 dias)_.._ Morto (25 cm)

Figura 2. Acúmulo dos componentes: colmo e material morto ao longo do período de

rebrotação em pastos de capim Marandu submetido estratégias de manejo do pastejo

e aportes nitrogenados.

Para a estratégia de manejo baseada em altura, ocorre menor produção de colmo em

relação ao manejo de dias fixos, pois o primeiro manejo tende a manter um dossel mais

uniforme e, portanto, com menores alongamentos de colmo.

Segundo Hodgson (1990), o aumento na taxa de senescência ao longo da rebrotação

leva à redução na taxa de acúmulo líquido até o ponto em que a produção de novos tecidos é

35

totalmente compensada pela senescência. Com o aumento do IAF, e consequentemente o

aumento da interceptação de luz, ocorre à sobreposição de folhas jovens às velhas,

favorecendo o aumento do processo de senescência.

CONCLUSÕES

A estratégia de pastejo rotativo baseada em 25 cm favorece a produção de forragem

de maneira eficiente e evita o acúmulo excessivo de colmos e de material morto.

O manejo baseado em dias fixos e pré-determinados de descanso, apesar de facilitar

o planejamento do pastejo rotativo, restringe as possibilidades de ganhos em eficiência do

sistema, pois não gera um padrão uniforme de respostas fisiológicas de plantas e estruturais

do dossel.

A utilização de inoculante proporciona maior porcentagem de folhas quando

combinado com a adubação química. No entanto, outros trabalhos devem ser realizados para

verificar se há maiores efeitos a longo prazo.

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