descrição av da liberdade
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8/19/2019 Descrição Av Da Liberdade
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Nuno Alexandre deFigueiredo Maneta
Curso de Antropologia
História Urbana Aluno nº 65455
Docente: Magda Pinheiro
História UrbanaPercurso na Avenida da Liberdade Introdução
Esta é uma breve discrição do percurso desde o Marquês de Pombalem Lisboa até ao Largo dos Restauradores. Escolhi esta Avenidaimponente de Lisboa por achar ser representativa de uma Lisboamultifacetada, onde o comércio das marcas de Luxo se estabeleceunos últimos anos, onde em tempos os Imóveis mais ou menosmonumentais imperaram até aos anos 90. Hoje alguns dos edifícios
mais observáveis e proeminentes são os de grandes corporações masnem sempre são os mais cativantes e agradáveis ao olhar. Farei aquiuma descrição geral meio superficial pois para descrever tudo o quenesta avenida se vê, comportaria bem mais do que 4 páginas.
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Rotunda do Marquês de Pombal
Dei início ao meu trajeto, exatamente na rotunda uma espécie de ilha
formada por pedra calcária e canteiros relvados delimitados por sebeshá altura do joelho. Os veículos em seu redor fluem como um riocadenciado por semáforos que ora consentem ora travam o fluxo.
Parado, sobre a caravela desenhada em calçada portuguesa, olho paraa Avenida e penso que este trajeto por mim escolhido tem muito para
ver, aliás tem tanto para ver que teria de fazer um percurso de idapelo passeio a Este e outro de volta pelo passeio Oeste. Mas em vez
disso saltitarei ora para os números ímpares ora para os númerospares na medida que se justifique.
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Irei unicamente descer a Avenida e descrever o que penso serrelevante.
A Avª da Liberdade da Rotunda aos Restauradores tem 5 faixas de
trânsito centrais 3 que sobem e desembocam na Rotunda e 2 quedescem. Tem ainda 2 faixas de trânsito laterais uma junto aosedifícios a nascente outra junto aos edifícios a poente.
Existem 2 grandes calçadas ajardinadas ornamentadas ora comestátuas ora com mobiliário urbanos. Ambas as calçadas estendem-se avenida abaixo duma forma quase simétrica separando as faixascentrais de trânsito das laterais.
Quando se olha avenida abaixo sente-se a intensidade da luz, alargura da avenida e a escassas sombras dão-nos a sensação dedescampado poluído, essa poluição sente-se de duas maneiras pelosouvidos e pelos pulmões. Este não é um boullevar onde se passeiamos descapotáveis é sim uma artéria em que o sinal verde para os carrossignifica máxima aceleração e consequente roncar de motores eexpelir de gases.
É pelo lado esquerdo, nos números pares da avenida, que sinto vontade de começar a caminhada, atraído pelo edifício do InstitutoCamões lado a lado com o Diário de Notícias, desenhado pelo
Arquitecto Pardal Monteiro edifício vencedor do prémio Valmor do Ano de 1940.
Após passarmos o Edifício do Diário de Noticias somosacompanhados por inúmeras árvores que tornam a caminhada maisostentosa a avenida compõem-se. Do Outro lado o quarteirão
contíguo dos números ímpares é um quarteirão pouco atraente,edifícios corporativos e hotéis dominam o horizonte.
Continuando a descida logo após o Diário de noticias começam aslojas das grandes marcas como a Trussardi e Marina Rinaldi, o tipode lojas que vieram estabelecer-se nesta Avenida um pouco à imagemde outras grandes metrópoles onde as grandes marcas de modatendem a estabelecer-se todas na mesma rua à tal como na Rua
Serrano em Madrid ou nos Champs-Élysées em Paris.
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Ainda antes de atravessar Rua Alexandre Herculano podemoscontemplar a estátua de Almeida Garret que olha na direção dosRestauradores. A olhar para ele, cruzando a rua AlexandreHerculanos temos a estátua do também escritor Joaquim PedroOliveira Martins. Já do lado dos números ímpares temos outra duplade estátuas a mirar os restauradores a estátua do escritor AlexandreHerculano que enfrenta no olhar uma outra estátua do seu colegaescritor António Feliciano de Castilho. Todos eles escritores duranteo Secº XIX.
Na medida em que desço a avenida os meus olhos cansam-se deprocurar edifícios, calçadas e estatuária. Sento-me num tradicional
banco de jardim perto do busto de Rosa Araújo e num bancoadjacente, um homem deitado e embrulhado num saco camaimundo. Indago-me sobre a sua condição. Parece tornar-se invisívela quem passa, ninguém fica com o olhar cravado nele, apesar de serbem visível, ele está mesmo ali. A Avenida tem sempre uma dezenade sem abrigo a dormir nos seus bancos de jardim. Os carros quepassam nas faixas centrais criam um género de barreira/cortina queos faz sentir mais protegidos dos transeuntes, os bancos com as suas
4 pernas dão a ideia de dormirem numa cama, menos húmida do queum chão e o território é terreno de ninguém, nenhum porteiro ouproprietário de loja o vai expulsar por estar a dormir no seu vão deporta. Além disso é muito mais seguro dormir na Avenida daLiberdade do que no Parque Eduardo VII, a constante presença detranseuntes protegem o sem-abrigo daqueles que se divertem aagredi-los.
Mais abaixo deparamo-nos com o edifício do cinema São Jorge,chama a nossa atenção pela sua cor branca e ausente de janelas, alémdo cartaz a anunciar o filme em cena, a sua arquitetura funcional dá-nos a perceber que é uma sala de cinema ou um teatro. Do ladooposto da Avenida o Teatro Tivoli que sendo um edifício de pisotérreo só nos permite ver o edifício do Wall de entrada pois o teatropropriamente dito situa-se num plano mais recôndito por detrás dafachada principal.
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A partir daqui até aos restauradores sentimos um maior fluxo depessoas, turistas, trabalhadores do sector terciário que por aliabundam, reformados que por ali vagueiam e parqueadores deautomóveis que não sendo profissionais é dessa forma que vãoganhando a vida com através da sua presença coerciva no momentoem que alguém por ali estaciona o seu veículo.
Sensivelmente a meio da Avenida encontramos em frente à rua dosalitre junto ao edifício da Embaixada espanhola a estátua emhomenagem aos soldados portugueses mortos durante a 1ª GrandeGuerra. Aqui a avenida faz um género de clareira, ausente de arvorese com um pequeno espaço de estacionamento permite que em dias
de festa seja aqui neste largo onde se montam palanques e bancadaspara o público assistir a desfiles governamentais ou festas popularescomo as Marchas de Lisboa que por aqui passam na noite de Santo
António.
O Edifício numero 170 chama-me à atenção pelo seu estiloarquitetónico é, nada mais, nada menos do que, a sede do PartidoComunista Português. De varandas corridas que terminam em
redondel, o conjunto dá-nos a impressão de uma torre de casteloestilizada com o seu revestimento, do que parece ser mármore rosa,ficamos com uma imagem de requinte vanguardista. Daqui até aosRestauradores a atmosfera é mais de baixa lisboeta com a afluênciadas ruas que descem das colinas do Bairro Alto e da colina de Santana.
A Avenida parece descaracterizada em termos arquitetónicos muitas“caixas de vidro” vieram substituir edifícios anteriores outrosconstrutores optaram por deixar as fachadas originais e construir
todo um novo miolo, como é o caso dos números: 151, 190, 138 ou onúmero 180 onde foi construído todo o Fórum Tivoli de galeriascomerciais por detrás da fachada original.
Não penso que a beleza esteja na uniformidade, mas também me édifícil encontra-la na disparidade dos edifícios desta Avenida. Orecorte dos edifícios da Avenida da Liberdade faz lembrar umaestante de livros díspares mal arrumados. Não estão arrumados por
tema nem por altura e alguns destes livros nem parecem pertenceraqui. No entanto foi pelas perolas arquitetónicas e históricos ainda
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