descarte e reciclagem de lÂmpadas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ VILMAR ROCHA TEIXEIRA FILHO DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS CURITIBA 2012

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Page 1: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

VILMAR ROCHA TEIXEIRA FILHO

DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

CURITIBA

2012

Page 2: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS
Page 3: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

VILMAR ROCHA TEIXEIRA FILHO

DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

Trabalho de conclusão do curso, requisito para a

formação básica do autor, de Engenharia

Elétrica, Setor de Tecnologia, Universidade

Federal do Paraná.

Orientador: Prof.º Drº. Ewaldo Luiz de Mattos

Mehl

CURITIBA

2012

Page 4: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

FILHO, Vilmar Rocha Teixeira. Descarte e reciclagem de lâmpadas. 60 p. Trabalho

de Conclusão de Curso (Engenharia Elétrica) – Setor de Tecnologia, Universidade

Federal do Paraná, Curitiba, 2012.

RESUMO

O foco deste trabalho de conclusão de curso é apontar qual é a melhor opção de

lâmpadas (incandescentes ou fluorescentes) do ponto de vista ambiental, mas não

se esquecendo de analisar os critérios normalmente utilizados, como eficiência

luminosa, vida útil, preço etc. Sabendo, previamente, que a lâmpada fluorescente

contém mercúrio (elemento químico tóxico que pode levar a morte) em sua

composição e que o seu descarte não pode ser feito em lixo comum, o trabalho

também irá apresentar as formas corretas de descarte e os procedimentos

adequados para a realização do processo de reciclagem das lâmpadas bem como

seus resultados. Como resultado do estudo apresenta-se que por mais que sejam

oferecidos serviços específicos para a reciclagem das lâmpadas, estes ainda são

restritos e pouco divulgados e aponta-se que seja criada uma unidade recicladora

para auxiliar as já existentes e que aumente a divulgação desses serviços e também

do problema ambiental.

Page 5: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

FILHO, Vilmar Rocha Teixeira. Discarding and recycling lamps. 60 p. Graduantion

Project (Electrical Engineering) – Technology Sector, Federal University of Paraná,

Curitiba, 2012.

ABSTRACT

The purpose of this graduation project is to indicate wich is the better option between

incadescent and fluorescent lamps by the environment aspect, but not forgetting

about another common criterions, like luminous efficiency, life cycle, price, etc.

Knowing that the fluorescent lamp has mercury (toxic chemical element wich can kill)

in its composition and that it can't be thrown out as common garbage, this article will

show the correct forms to discard it and the appropriate procedures to recycle these

lamps, as much as the results of it. As a result of this study, it's shown that even with

specific services being offered to do the recycle of the lamps, they are still too limited

and little known, and points the creation of a recycling unit to assist the existing and

to increase dissemination of these services and also the environmental problem.

Page 6: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – LÂMPADA INCANDESCENTE E SUA COMPOSIÇÃO BÁSICA ........ 13

FIGURA 2 – LÂMPADA FLUORESCENTE TUBULAR E SUA COMPOSIÇÃO

BÁSICA .................................................................................................................... 15

FIGURA 3 – LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS ................................. 15

FIGURA 4 – CICLO DE INTOXICAÇÃO DO MERCÚRIO ....................................... 18

FIGURA 5 – GREEN METER ................................................................................... 23

FIGURA 6 – CAMINHÃO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA

REALIZANDO A COLETA DE LÂMPADAS FLUORESCENTES ............................. 25

FIGURA 7 – MÁQUINA TRITURADORA MRT SYSTEM ......................................... 29

FIGURA 8 – PROCESSADORA DE LÂMPADAS HID MRT SYSTEM .................... 30

FIGURA 9 – DESTILADORA BATELADA MRT SYSTEM ....................................... 30

FIGURA 10 – MÁQUINAS AGRUPADAS MRT SYSTEM ........................................ 31

FIGURA 11 – MÁQUINA BULB EATER DA EMPRESA AIR CYCLE ...................... 32

FIGURA 12 – LÂMPADA UTILIZADA EM ENFEITES ARTESANAIS ...................... 34

FIGURA 13 – LÂMPADA UTILIZADA EM VASOS DECORATIVOS ....................... 34

FIGURA 14 – LÂMPADA UTILIZADA COMO TERRÁRIO ....................................... 35

FIGURA 15 – LÂMPADA UTILIZADA COMO TERRÁRIO ....................................... 35

FIGURA 16 – LÂMPADAS UTILIZADAS COMO ENFEITES NATALINOS ............. 36

FIGURA 17 – LÂMPADAS FLUORESCENTES EM UMA LUMINÁRIA ................... 36

FIGURA 18 – LÂMPADAS FLUORESCENTES EM UMA LUMINÁRIA ................... 37

FIGURA 19 – LÂMPADAS INCANDESCENTES EM UMA LUMINÁRIA ................. 37

FIGURA 20 – ARTESANATO NO LARGO DA ORDEM, EM CURITIBA ................. 38

FIGURA 21 – DESCARTE IRREGULAR DE LÂMPADAS POLUENTES NO

CENTRO DE CURITIBA ........................................................................................... 47

FIGURA 22 – DESCARTE IRREGULAR DE LÂMPADAS POLUENTES NO

CENTRO DE CURITIBA ........................................................................................... 47

Page 7: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

FIGURA 23 – DESCARTE IRREGULAR DE LÂMPADAS POLUENTES NO

CENTRO DE CURITIBA ........................................................................................... 48

FIGURA 24 – DESCARTE IRREGULAR DO CENTRO COMERCIAL CÂNDIDO DE

ABREU ..................................................................................................................... 48

FIGURA 25 – DESCARTE IRREGULAR DO CENTRO COMERCIAL CÂNDIDO DE

ABREU ..................................................................................................................... 49

FIGURA 26 – DESCARTE IRREGULAR DO CENTRO COMERCIAL CÂNDIDO DE

ABREU ..................................................................................................................... 49

FIGURA 27 – DESCARTE IRREGULAR EM HIPERMERCADO NO BAIRRO

REBOUÇAS, EM CURITIBA .................................................................................... 50

FIGURA 28 – DESCARTE IRREGULAR EM HIPERMERCADO NO BAIRRO

REBOUÇAS, EM CURITIBA .................................................................................... 51

FIGURA 29 – DESCARTE IRREGULAR EM HIPERMERCADO NO BAIRRO

REBOUÇAS, EM CURITIBA .................................................................................... 51

FIGURA 30 – DESCARTE IRREGULAR EM HIPERMERCADO NO BAIRRO

REBOUÇAS, EM CURITIBA .................................................................................... 52

FIGURA 31 – EMBALAGEM DE LÂMPADA TUBULAR SEM CITAÇÃO DE

DESCARTE ADEQUADO ........................................................................................ 55

Page 8: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – VALORES PATOLÓGICOS DO MERCÚRIO EM EXAMES DE URINA ....... 17

QUADRO 2 – VALORES PATOLÓGICOS DO MERCÚRIO EM EXAMES DE

SANGUE .................................................................................................................. 17

QUADRO 3 – TIPOS DE LÂMPADAS E SUAS QUANTIDADES DE MERCÚRIO .. 20

QUADRO 4 – COMPARAÇÃO DE NÚMEROS DE LÂMPADAS RECICLADAS POR

PAÍSES ..................................................................................................................... 22

QUADRO 5 – QUANTIDADE DE MATERIAL ORIUNDA DA RECICLAGEM DE 1.000

LÂMPADAS FLUORESCENTES TUBULARES ....................................................... 33

QUADRO 6 – VALOR APROXIMADO DE COMERCIALIZAÇÃO DOS MATERIAIS

RECICLADOS .......................................................................................................... 33

QUADRO 7 – QUADRO RESUMO DAS INFORMAÇÕES COLETADAS JUNTO ÀS

EMPRESAS DE RECICLAGEM DE LÂMPADAS .................................................... 40

QUADRO 8 – QUADRO RESUMO DAS COMPARAÇÕES ENTRE OS TIPOS DE

LÂMPADAS ABORDADOS NESTE TRABALHO ................................................................. 53

Page 9: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – POSSE MÉDIA E USO DE LÂMPADAS NOS DOMICÍLIOS

BRASILEIROS .......................................................................................................... 21

Page 10: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

LISTA DE SIGLAS

ABilumi - Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

AEIMM - Associação dos Expostos e Intoxicados por Mercúrio Metálico

CID - Classificação internacional de doenças

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

NBR - Norma Brasileira

PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

PVC - Policloreto de vinila

UR - Unidade recicladora

Page 11: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12

2 DEFINIÇÕES ......................................................................................................... 13

2.1 LÂMPADAS INCANDESCENTES ...................................................................... 13

2.2 LÂMPADAS FLUORESCENTES ....................................................................... 14

2.3 MERCÚRIO ........................................................................................................ 16

2.3.1 DESASTRE DE MINAMATA ........................................................................... 18

2.3.2 CASOS NO BRASIL ........................................................................................ 19

3 LÂMPADAS COM MERCÚRIO ............................................................................ 20

4 NORMAS E LEIS REFERENTES AO DESCARTE DE LÂMPADAS .................. 24

4.1 CURITIBA – LEIS E PROGRAMAS DE RECICLAGEM .................................... 24

5 LOGÍSTICA REVERSA ......................................................................................... 27

6 RECICLAGEM – MÉTODOS E RESULTADOS ................................................... 28

6.1 USINAS DE RECICLAGEM ............................................................................... 28

6.2 MÁQUINAS MRT SYSTEM ................................................................................ 29

6.3 MÁQUINAS AIR CYCLE – “BULB EATER” ........................................................ 31

6.4 RESULTADOS DA RECICLAGEM .................................................................... 33

6.5 ARTESANATO – OUTRA FORMA DE RECICLAGEM ...................................... 33

7 METODOLOGIA ................................................................................................... 39

7.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 39

7.2 INFORMAÇÕES COLETADAS ......................................................................... 39

7.2.1 MEGA RECICLAGEM ..................................................................................... 40

7.2.2 APLIQUIM BRASIL RECICLE ......................................................................... 41

7.2.3 ESSENCIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS ........................................................... 41

7.2.4 TRAMPPO GESTÃO SUSTENTÁVEL EM LÂMPADAS ................................. 42

Page 12: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

7.2.5 RECITEC ......................................................................................................... 43

7.2.6 AMBIENSYS – BULBOX ................................................................................. 43

7.2.7 NATURALIS BRASIL ....................................................................................... 44

7.2.8 CETRIC ........................................................................................................... 44

7.2.9 GRUPO SÍLEX ................................................................................................ 44

7.2.10 BRANDON INTERNATIONAL ....................................................................... 45

7.3 PESQUISA EXPERIMENTAL ............................................................................ 45

7.3.1 GRANDES REDES ......................................................................................... 45

7.3.2 PEQUENOS COMÉRCIOS ............................................................................. 46

7.4 OBSERVAÇÃO DE OCORRÊNCIAS LOCAIS .................................................. 46

8 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 53

9 SOLUÇÃO PROSPOSTA ..................................................................................... 55

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 57

Page 13: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

12

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo apresentar,

comparar e analisar tipos de lâmpadas, avaliando-as pelos seus aspectos de

produção, eficiência energética e tipo de descarte, com a finalidade de identificar a

melhor opção de consumo.

O descarte indevido de certos tipos de lâmpadas é um problema

contemporâneo. Lâmpadas incandescentes e fluorescentes são normalmente

comparadas perante suas características básicas (normalmente eficiência elétrica) e

dificilmente são avaliadas pelos seus resíduos.

A lâmpada fluorescente pode ser considerada um lixo eletrônico poluente,

pois contém mercúrio em sua composição. Essas são normalmente descartadas

como lixo comum, principalmente por usuários domésticos, sem nenhum tratamento

especial.

Este trabalho diferencia-se por tratar desse assunto de forma enfática na

reciclagem e tratamento especial dos materiais poluentes, bem como evitar que o

meio ambiente seja prejudicado.

Esta pesquisa é destinada aos profissionais das áreas envolvidas, bem

como a população em geral, visto que todos são usuários de lâmpadas.

Page 14: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

13

2 DEFINIÇÕES

Lâmpada é dispositivo utilizado na iluminação. É através dela que a luz

elétrica é fornecida. Atualmente, existem vários tipos de lâmpadas disponíveis,

diferentes por vários aspectos: intensidade luminosa, cores de reprodução, eficiência

energética, composição física, método para emitir a luz, finalidades específicas,

preços, entre outros.

Apesar da grande variação de tipos de lâmpadas existem dois que são

considerados principais: as incandescentes e as fluorescentes.

2.1 LÂMPADAS INCANDESCENTES

Thomas Edison, em meados de 1879, foi o inventor desse tipo de lâmpada,

utilizando basicamente o mesmo princípio atual. Lâmpadas incandescentes são as

mais comuns e atendem cerca de 80% da iluminação residencial do Brasil (CERRI,

2011). Apresenta composição bastante simples, sendo basicamente composta de

base, bulbo e filamento, conforme Figura 1.

Figura 1 – Lâmpada incandescente e sua composição básica. Fonte: Incandescente, 2010.

Page 15: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

14

Seu funcionamento se dá através da passagem da corrente elétrica pelo

filamento (normalmente de tungstênio). Esse filamento aquece, podendo chegar à

temperatura de 3.000 ºC e irradia a luz. Esse processo acaba produzindo muito calor

(somente de 5% a 10% da energia é transformada em luz) o que acaba resultando

num processo pouco eficaz e caro. (CORRÊA, 2009).

A eficiência energética manifesta-se pela relação entre o fluxo luminoso que

a fonte irradia e a potência absorvida. Tem como unidade o [lm/W] e sua eficiência

energética é a menor possível, variando entre 10 e 20 lm/W. Sua vida útil também é

baixíssima, com média de 2.000 horas úteis, chegando a 3.000 horas úteis em

casos especiais. (Idem).

Atualmente existem projetos de leis visando à retirada das lâmpadas

incandescentes do mercado brasileiro alegando que sua eficiência energética é

baixa para o alto consumo de energia elétrica. Sugere-se a troca das lâmpadas

incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas, visando não somente a

economia como também o consumo consciente. (CERRI, 2011).

Do ponto de vista ambiental, quanto mais energia elétrica é consumida mais

prejudicial é o produto. Mas, ao mesmo tempo em que se utiliza mais energia

elétrica, a lâmpada incandescente não contém gases/metais poluentes, o que a

torna lixo reciclável comum, podendo ser descartada em lixos comuns.

A lâmpada incandescente é de fácil composição e livre de patentes, assim

apresenta baixo custo e fica acessível a todos, fato que justifica seu alto índice de

utilização. Lâmpadas halógenas/dicróicas também são consideradas

incandescentes.

2.2 LÂMPADAS FLUORESCENTES

Criada por Nikola Tesla, a lâmpada fluorescente surgiu em 1938, e desde

então compete diretamente com a lâmpada incandescente no mercado. Esse tipo de

lâmpada é composta por um tubo de vidro revestido por materiais fluorescentes

(fósforo) e preenchido com gases inertes e gotículas de mercúrio. Quando a corrente

elétrica chega às extremidades desse tubo, começa o processo de ionização dos

gases. (HARRIS, 20??).

Page 16: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

15

Este procedimento químico gera radiação ultravioleta que em contato com o

fósforo gera fluorescência, ou seja, luz visível.

Para que essa lâmpada funcione, a existência de um reator e de um “staster”

(dispositivo de partida) é indispensável, afinal é através desses dispositivos que a

parte elétrica do processo ocorre, normalmente as luminárias adequadas para esse

tipo de lâmpada possuem os dispositivos, possibilitando a troca da lâmpada. Além

disso, a lâmpada também necessita de pinos conectores para que ela seja

encaixada na luminária. A composição básica da lâmpada tubular é mostrada na

figura 2. (LÂMPADAS FLUORESCENTES, 20??)

Figura 2 – Lâmpada fluorescente tubular e sua composição básica. Fonte: Harris, 20??.

Existe também a lâmpada fluorescente compacta, conforme a figura 3, que

funciona basicamente da mesma forma que a tubular, porém em dimensões

bastante reduzidas. Seu reator e starter são integrados a lâmpada. A maioria possuí

o mesmo padrão de bocal da lâmpada incandescente, favorecendo sua utilização.

Figura 3 – Lâmpadas fluorescentes compactas. Fonte: Projeto, 2010.

Page 17: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

16

A eficiência energética da lâmpada fluorescente é de 65 lm/W, e sua vida útil

é de 7.500 horas. Valores bem elevados se comparados a lâmpada incandescente.

(CORRÊA, 2009).

Mesmo com preço superior ao da lâmpada incandescente, suas

características técnicas principais (eficiência energética e vida útil) são superiores, o

que resultam em economia de energia elétrica. Porém, o fator preço ainda interfere

diretamente a aceitação imediata delas.

Se analisadas do ponto de vista técnico, a lâmpada fluorescente é a melhor

alternativa a ser utilizada, mas do ponto de vista ambiental essa lâmpada se torna

um problema social.

Por conter metais pesados em sua composição elas não podem ser

descartadas em lixo comum, tendo que ser enviadas para centros de reciclagem

para que, assim, tenham o descarte adequado. (DESCONTAMINAÇÃO, 2011).

Todo o material contido em uma lâmpada fluorescente tubular pode ser

reaproveitado depois de um tratamento para a retirada do mercúrio. Uma lâmpada

normal de 200 g tem em sua composição 170 g de vidro, 25 g de alumínio e outros

terminais metálicos e 5 g de pó fosfórico e gotículas de mercúrio. (SCHRODER,

2011).

Lâmpadas a vapor de mercúrio, vapor metálico e vapor de sódio também

são consideradas lâmpadas fluorescentes.

2.3 MERCÚRIO

O mercúrio é um elemento químico classificado como metal. Em temperatura

ambiente tem consistência líquida, possuindo massa atômica de 200,5 u, número

atômico 80 e símbolo Hg. (SANTIAGO, 2010)

Por ser um ótimo condutor de eletricidade é normalmente usado em

lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias. Também é utilizado em termômetros e

barômetros, assim como na medicina e na agronomia.

Considerado um metal tóxico, qualquer contato e/ou exposição deve ser

evitado. Sua principal forma de contaminação é via aérea, por inalação natural

(apesar de ser líquido à temperatura ambiente, libera um gás monoatômico). O

Page 18: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

17

contato com a pele e a ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas também

causam sérios problemas ao ser humano. (MERCÚRIO, 20??)

Doenças ligadas ao pulmão são as mais comuns entre as causadas pela

contaminação com mercúrio. Dores no estômago, febre, diarréia também são

ocasionadas. A alta exposição pode levar a doenças agudas, atingindo o sistema

nervoso central, podendo ainda causar câncer, podendo levar o indivíduo à morte.

(Idem).

Recebe o nome de mercurialismo metálico a doença, registrada com o

código CID T56.1, ocasionada pela exposição aos vapores metálicos presentes em

locais de trabalho, referente a garimpos ou trabalhadores de fábricas de lâmpadas,

mercúrios e outros objetos que tem mercúrio em sua composição. (AEIMM, 2010).

Uma pequena quantidade de mercúrio é suficiente para contaminar o ser

humano. A contaminação é diretamente proporcional aos valores encontramos no

corpo, seja por exame de urina ou de sangue. Os quadros abaixo mostram os

valores patológicos do mercúrio nos dois tipos de exames.

Quadro 1 – Valores patológicos do mercúrio em exames de urina. Fonte: Mercúrio, 20??.

Quadro 2 – Valores patológicos do mercúrio em exames de sangue. Fonte: Mercúrio, 20??.

Page 19: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

18

A figura 4 apresenta o ciclo de intoxicação do mercúrio.

Figura 4 – Ciclo de intoxicação do mercúrio. Fonte: Sanches, 2008.

2.3.1 DESASTRE DE MINAMATA

Um grande acidente, envolvendo mercúrio, aconteceu na década de 50, na

cidade de Minamata, cidade de pescadores, localizada no sul do Japão quando uma

empresa da Corporação Chisso, fabricante de PVC utilizava o rio para despejar o

mercúrio utilizado no processo de produção. (BASTOS, 20??).

A baía de Minamata ficou completamente contaminada e pela omissão da

empresa, as atividades pesqueiras em nada foram modificadas fazendo com que a

população continuasse se alimentando do mais tradicional alimento da região, os

peixes. (ALLCHIN, 20??).

Como os peixes eram ingeridos a contaminação se dava de forma direta e

acentuada, porém os sintomas demoram a agir no corpo do homem. Os primeiros

sintomas foram notados em animais, que se alimentavam das sobras dos peixes.

(SANTANA, 2009).

Moradores da região e pessoas quem ingeriram os peixes contaminados

apresentaram sintomas gravíssimos, como disfunções do sistema nervoso central e

deformações físicas principalmente em crianças que nasceram de mães

contaminadas. (Idem)

Page 20: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

19

Vários estudos foram feitos com moradores da região e foi constatado que

todos os sintomas apresentados são conseqüências da ingestão do mercúrio.

Aponta-se que quase 3.000 pessoas foram contaminadas pela doença de Minamata,

nome dado em razão do local do acidente. (ALLCHIN, 20??).

A Corporação Chisso foi condenada e paga indenizações a vítimas até os

dias atuais.

2.3.2 CASOS NO BRASIL

No Brasil também há casos registrados de contaminação por mercúrio,

principalmente trabalhadores do garimpo pelo extremo contato com o mineral

exigido na profissão. (OSAVA, 2007). São famosos os casos ocorridos no norte do

país, na famosa jazida de Serra Pelada, onde ocorre a contaminação de três formas:

a) intoxicação respiratória através da inalação do mercúrio aquecido, b) intoxicação

via cutânea por manuseio direto do mineral e c) intoxicação do meio ambiente pela

sobra de material jogada abertamente no rio. (MERCÚRIO, 20??). Também há

registros de trabalhadores de fábricas de lâmpadas fluorescentes. (AEIMM, 2010).

Para dar apoio a pessoas contaminadas por mercúrio existe a Associação

dos Expostos e Intoxicados por Mercúrio Metálico – AEIMM. Esta surgiu em 1990,

devido ao surgimento de vários casos da doença, com o objetivo de amparar os

trabalhadores que muitas vezes nem sabem os riscos pelos quais estão expostos e,

infelizmente, aos já contaminados pelo mercurialismo. (AEIMM, 2010).

No website da associação é possível encontrar várias informações úteis para

os trabalhadores em situação de risco, bem como os serviços médicos de referência

no Brasil e as reivindicações da categoria.

Page 21: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

20

3 LÂMPADAS COM MERCÚRIO

O mercúrio é um elemento-chave para a composição de muitas lâmpadas,

afinal é através dele que a eficiência luminosa e a vida útil podem ser aumentadas.

Essa alteração provoca uma economia de energia elétrica de 70% a 80%, além de

gerar menos resíduos no aspecto geral. (CORRÊA, 2009).

No quadro abaixo, divulgado em forma de tabela pela Associação Brasileira

de Importadores de Produtos de Iluminação (ABilumi), constam os tipos de

lâmpadas que contém mercúrio e sua quantidade respectivamente.

Quadro 3 – Tipos de lâmpadas e suas quantidades de mercúrio. Fonte: ABilumi, 2008.

Segundo dados do CENSO 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e

Pesquisa (IBGE, 2011), Curitiba possuí 576.211 domicílios ocupados, se cada um

possuir apenas uma lâmpada fluorescente compacta temos 2,300 kg de mercúrio na

iluminação residencial.

Fazendo essa mesma conta para o Estado do Paraná, que apresenta

3.754.016 domicílios em seus 399 municípios, temos como resultado 15,016 kg de

mercúrio; avançando pela região Sul, com 10.424.295 domicílios, temos 41,632 kg

de mercúrio; por fim, no Brasil, tendo 67.557.424 domicílios, temos 270,230 kg de

mercúrio.

O gráfico abaixo foi divulgado pelo Programa Nacional de Conservação de

Energia Elétrica - PROCEL e pela ELETROBRÁS – Centras Elétricas Brasileiras

S.A. dentro da Pesquisa de Posse de Equipamentos e Hábitos de Uso – Ano base

2005 - Classe Residencial – Relatório Brasil, em 2007.

Page 22: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

21

Gráfico 1 – Posse média e uso de lâmpadas nos domicílios brasileiros. Fonte: PROCEL, 2007.

No gráfico acima podemos ver que o número médio de lâmpadas

fluorescentes é igual ao de incandescestes, ou seja, uma média de 8 lâmpadas por

domicílio, sendo que 4 dessas são fluorescentes. Refazendo os cálculos com os

dados do PROCEL e os números do IBGE, teremos então que, nos 67.557.424

municípios brasileiros têm-se 1.080,92 kg de mercúrio na iluminação residencial.

Já sabendo que são necessários 0,10 g de mercúrio para intoxicar uma

pessoa adulta, essa quantidade seria suficiente pra intoxicar mais de 10 milhões

pessoas, equivalente a população inteira do Paraná. (IBGE, 2011).

Conforme informações divulgadas pela Secretaria de Obras Públicas, órgão

da Prefeitura Municipal de Curitiba, setor de Iluminação Pública, em Curitiba temos

em média 140.000 lâmpadas utilizadas na iluminação pública (ruas, praças e

parques). São predominantes lâmpadas fluorescentes a vapor metálico e a vapor de

sódio, ou seja, 4,480 kg (aproximados) de mercúrio utilizado na iluminação pública.

Segundo dados estimados do mercado em 2007, foram comercializadas 70

milhões de lâmpadas fluorescentes tubulares e 90 milhões de lâmpadas

fluorescentes compactas. (ABILUMI, 2008).

Em quantidade de mercúrio, considerando a média, temos 1.050,000 kg e

360,000 kg respectivamente. Ou seja, temos um aumento total de 1.410,000 kg de

mercúrio ao ano no mercado brasileiro, só em lâmpadas fluorescentes compactas e

tubulares.

O número de mercúrio de uma lâmpada não representa perigo eminente,

mas se olharmos o número total de mercúrio a quantidade é alarmante. Segundo

Page 23: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

22

dados divulgados, apenas 2% das lâmpadas fluorescentes são devidamente

destinadas à reciclagem, (BULBOX, 2010).

Isso nos mostra que apenas 28,200 kg de mercúrio sofrem o processo

adequado de descarte e que 1.381,800 kg são indevidamente lançados no meio

ambiente. As lâmpadas quebradas liberam mercúrio que acaba sendo absorvido

pelo solo, podendo chegar aos lençóis freáticos contaminando a água juntamente

com o solo, como já foi mostrado na figura 4.

O quadro 4, divulgado pela MRT System em 2007, compara os números de

lâmpadas recicladas de alguns países.

Quadro 4 – Comparação de números de lâmpadas recicladas por países. Fonte: MRT System, 2007.

O Grupo Greenpeace, líder em interesses relacionados ao meio ambiente,

desenvolveu um indicador para mostrar o quanto as empresas produtoras de

eletrônicos estão desenvolvendo seus produtos de modo a causar menos impacto

ao meio ambiente e também como elas estão evoluindo nesse aspecto. Emissão de

químicos, desperdício tecnológico e eficiência energética foram os critérios adotados

para a realização do estudo. (GREENPEACE, 2009).

O Green Meter, como é chamado, é mostrado na figura 5.

Page 24: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

23

Figura 5 – Green Meter. Fonte: Greenpeace, 2009.

Nesse indicador, quanto mais próximo de 10 a empresa estiver, ou seja,

mais verde, quer dizer que os produtos dessa marca são menos danosos a natureza

e quanto mais alto a posição, significa a evolução da companhia em parâmetros

ambientais. A maioria das empresas de lâmpadas está classificada entre 5 e 6,

mostrando que há o risco ao meio ambiente. (GREENPEACE, 2009).

Page 25: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

24

4 NORMAS E LEIS REFERENTES AO DESCARTE DE LÂMPADAS

O lixo eletrônico é um dos principais problemas atuais. A lâmpada com

mercúrio, incluída nessa categoria, é classificada como resíduo perigoso de fontes

não específicas (resíduo classe I), que tem o código F044, na NBR 10004:2004

(Resíduos Sólidos) da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, que é

responsável pela classificação dos resíduos conforme seus riscos potenciais ao

meio ambiente e a saúde do ser humano. (ABNT, 2004).

Esta norma regulamenta a adequação ao produto pós-uso para que tenha o

destino correto, passando por processos de reciclagem a fim de, além de

reaproveitar os materiais de sua composição, evitar o descarte poluente ao meio

ambiente do mercúrio contido nas lâmpadas. (Idem.)

Não existe uma lei nacional que aborde o assunto.

4.1 CURITIBA – LEIS E PROGRAMAS DE RECICLAGEM

Cada estado brasileiro é responsável pela criação das próprias leis sobre

reciclagem de lâmpadas, podendo passar essa responsabilidade aos municípios.

Em Curitiba a Lei Municipal n° 13.509/2010 dispõe sobre o tratamento e

destinação final diferenciados de resíduos especiais. Esta Lei que específica e dá

outras providências correlatas, foi assinada em 08 de junho de 2010.

Nesta Lei fica determinado que fabricantes, importadores, distribuidores e

usuários finais são responsáveis pela destinação adequada dos resíduos. Ficando

sujeito a multa que pode variar de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 10.000,000 (dez mil

reais). (Idem).

Por essa lei, os comerciantes curitibanos que vendem lâmpadas

fluorescentes são obrigados a receber os produtos após a utilização, devolvendo

aos fabricantes ou encaminhando para o destino correto. Esse processo é chamado

de logística reversa. (Idem).

Page 26: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

25

Além dessa lei, os coletores de lixo (normal e reciclável) são instruídos para

não fazerem a coleta de lâmpadas fluorescentes, quando identificadas.

Normalmente as lâmpadas fluorescentes tubulares são de fácil identificação, mas

isso não acontece com as fluorescentes compactas e demais lâmpadas poluentes.

As informações foram repassadas em telefonemas a Prefeitura Municipal de

Curitiba.

A fim de resolver o problema do descarte do consumidor final, a prefeitura

disponibiliza o serviço de coleta comunitária de lixos especiais. Segundo a

prefeitura, o serviço é destinado ao recolhimento de lixo tóxico domiciliar, como

pilhas, baterias, óleos de origem animal e vegetal, remédios vencidos, tintas e

embalagens, além das lâmpadas fluorescentes sendo limitada a quantidade de 10

unidades por pessoa. (CALENDÁRIO, 2012).

Para esse serviço é disponibilizado um caminhão itinerante, que percorre os

terminais de transporte coletivo da capital paranaense, passando ao menos uma vez

por mês em cada local. O horário de atendimento é das 07:30 às 15:00 horas. O

calendário completo do ano em vigor pode ser acessado pelo site da prefeitura ou

através do telefone 156. (Idem).

Figura 6 – Caminhão da Prefeitura Municipal de Curitiba realizando a coleta de lâmpadas fluorescentes. Fonte: Rogério Machado, 2011.

Page 27: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

26

As lâmpadas fluorescentes recolhidas pela prefeitura são encaminhadas a

empresa Essencis Soluções Ambientais.

A região metropolitana não dispõe de nenhum projeto específico para a

reciclagem de lâmpadas, porém todas utilizam a logística reversa.

Page 28: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

27

5 LOGÍSTICA REVERSA

O processo de logística reversa se baseia na idéia de que os fabricantes

devem ser responsabilizados por seus produtos, dando adequados fins quando

necessário. Esse procedimento é obrigatório e é através dele que a maioria das

lâmpadas fluorescentes recebe, ou deveria receber tratamento especial.

(LOGÍSTICA, 2011).

A logística reversa é interdisciplinar, envolvendo procedimentos de

armazenamento, transporte, manuseio e estoque, que resulta no retorno dos

produtos aos fabricantes e que faz com que seus materiais sejam destinados a

outros fins, normalmente a reciclagem. (Idem).

O consumidor final, após fazer uso da lâmpada, deve então devolvê-la no

próprio local onde a comprou. O estabelecimento, por sua vez, deve recolher o

material, embalar corretamente e armazenar até atingir uma quantidade estipulada

pela distribuidora. Esta é responsável pelo transporte das lâmpadas até suas sedes

ou até as empresas que as reciclam, que por fim, destinam os materiais

separadamente, depois de descontaminados, aos seus novos fins. (Sanches, 2008).

No processo de embalagem, é recomendada a utilização da embalagem

original das lâmpadas. Se não for possível, deve-se usar papelão (só em últimos

casos plástico-bolha). Devem ser colocados em ambientes secos e ventilados, como

caixas de madeira, contêineres de metal, tambores etc... Caso haja lâmpadas

quebradas, elas devem ser separadas e colocadas em ambientes herméticos.

(Idem).

Para o transporte desse material, além de profissionais treinados para

trabalhar com substâncias tóxicas, é exigido que o caminhão seja apropriado para

esse fim. Deve conter um sistema de filtros para a capitação do mercúrio

proveniente que possa aparecer devido à quebra de alguma lâmpada. (Idem).

Para facilitar o processo, já na empresa de reciclagem, as lâmpadas devem

ser devidamente desembaladas, separadas por tipo e tamanho e estocadas. A razão

de manter um estoque de lâmpadas é para atender de forma satisfatória os pedidos

de materiais reciclados. (Idem).

Page 29: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

28

6 RECICLAGEM – MÉTODOS E RESULTADOS

Atualmente existem várias alternativas no mercado para que a reciclagem

seja efetuada, todas com seus prós e contras, que resultam no êxito do processo.

Algumas das empresas consultadas só oferecem um método de reciclagem

enquanto outras apresentam várias opções, que a escolha fica a critério do cliente.

As opções mais ofertadas serão descritas abaixo.

6.1 USINAS DE RECICLAGEM

Este processo de reciclagem tem início no recebimento, na retirada da

embalagem e na estocagem das lâmpadas. Quando levadas para a reciclagem em

si, as lâmpadas são explodidas em equipamentos enclausurados e sob pressão

negativa (para que não haja vazamento). O mercúrio na forma de gás já se libera e é

filtrado por cartão ativado.

Após isso se separa os terminais (componentes de alumínio, soquetes

plásticos, estruturas metálicas/eletrônicas). Esses elementos já estão prontos para a

reutilização. Então o vidro é separado do pó fosfórico, e também já está livre de

contaminação.

O pó fosfórico é levado ao processo de desmercurização térmica e

destilação. O mercúrio é retido por filtros de carvão ativado restando apenas o pó de

fósforo descontaminado. O mercúrio por fim, é tratado por um sistema de controle de

emissão de gases, onde é recuperado e pode-se então ser reutilizado.

O método descrito acima é o utilizado pela empresa Apliquim Brasil Recicle,

mas é a forma tradicional que funciona uma usina de reciclagem padrão em

referência a lâmpadas.

É um processo bastante comum e exige uma infra-estrutura bastante

grande. Precisa de funcionários específicos em cada uma das etapas e também

necessita de espaço físico grande para abrigar todas as etapas da reciclagem.

Page 30: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

29

6.2 MÁQUINAS MRT SYSTEM

A MRT System, com sede em Karlskrona no sul da Suécia, está no mercado

desde 1979 e é especializada na fabricação de máquinas específicas para a

descontaminação de lâmpadas e equipamentos que contenham mercúrio. (MRT

SYSTEM, 20??).

A empresa oferece maquinário completo, porém as peças são vendidas

separadamente, para a montagem de uma unidade recicladora. A estação completa

contém máquinas específicas para triturar, separar, filtrar as lâmpadas e também

para processar e destilar o mercúrio. (BRANDON, 2011).

O procedimento em si é muito parecido ao de uma usina de reciclagem

tradicional, porém a vantagem é que todo o processo está concentrado em uma só

máquina (as várias máquinas juntas e devidamente encaixadas resultam num único

aparelho capaz de realizar todo o processo sozinho). (Idem.)

Não exige muitos funcionários para a realização do processo e também

ocupa uma área menor do que a usina de reciclagem tradicional (apenas 200 m²).

As máquinas suportam todos os tipos de lâmpadas fluorescentes que contenham

mercúrio e também as incandescentes. (Idem.)

As figuras abaixo mostram algumas das máquinas da MRT System.

Figura 7 – Máquina trituradora MRT System. Fonte: Brandon International, 2011.

Page 31: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

30

Figura 8 – Processadora de lâmpadas HID MRT System. Fonte: Brandon International, 2011.

Figura 9 – Destiladora batelada MRT System. Fonte: Brandon International, 2011.

Page 32: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

31

Figura 10 – Máquinas agrupadas MRT System. Fonte: Brandon International, 2011.

6.3 MÁQUINAS AIR CYCLE – “BULB EATER”

A empresa Air Cycle Corporation está no mercado desde 1978, na região de

Chicago nos Estados Unidos da América, com serviços inovadores voltados a área

de sustentabilidade. (AIR CYCLE, 2011). A máquina “Bulb Eater”, no Brasil chamada

de Papa Lâmpadas, é uma invenção da empresa e uma solução eficaz no descarte

de lâmpadas fluorescentes.

A máquina tem um mecanismo bem simples, funcionando basicamente com

um motor e um aspirador de pó, acoplados a um tambor. A lâmpada fluorescente

tubular é introduzida na boca da máquina e triturada ao passar pelas correntes

movidas pelo motor elétrico, gerando resíduos sólidos e gasosos. O vidro, os

elementos metálicos e o fósforo triturado caem no fundo do tambor, onde encontram

um aspirador de pó que realiza a separação do pó fosfórico em meio os resíduos

sólidos. Já os gasosos são filtrados, logo após a trituração, por três estágios de

filtros de carvão ativado contidos no interior do tambor. (BULBOX, 2007).

Os filtros têm capacidade máxima de funcionamento, exigindo então que a

troca seja feita de forma periódica. A capacidade é dada em quantidades de

lâmpadas. (Idem).

Page 33: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

32

As vantagens do equipamento são enormes, afinal ela é relativamente

pequena, não exige grande espaço para manuseio, reduz os riscos da contaminação

do operário durante a reciclagem, tem ótimos preços e pode ser transportada

facilmente, facilitando que o processo seja móvel e possa atender diretamente no

local do descarte sem ter gastos com o transporte das lâmpadas. (SCHRODER,

2011).

A enorme desvantagem da máquina é que o mercúrio, o fósforo e o vidro

triturado não saem descontaminados, exigindo então que o tambor seja enviado a

uma usina para que receba o tratamento adequado e possa ser vendido sem riscos.

Outro fato importante é que a idéia básica dessa máquina é triturar lâmpadas

fluorescentes tubulares, porém existem versões mais novas em que é trocada a

peça de entrada da lâmpada, ajustando para o recebimento de alguns outros tipos

de lâmpadas fluorescentes. Não realizam trituração das incandescentes. (Idem).

A figura abaixo apresenta a máquina da Air Cycle Corporation.

Figura 11 – Máquina Bulb Eater da empresa Air Cycle Corporation. Fonte: Schroder, 2011.

Page 34: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

33

6.4 RESULTADOS DA RECICLAGEM

O processo de reciclagem faz com se obtenha, em quantidades

significativas, matérias próprios para a reutilização. A quantidade de material

retornado, para cada 1.000 lâmpadas fluorescentes tubulares é mostrada no

quadro 5.

Quadro 5 – Quantidade de material oriunda da reciclagem de 1.000 lâmpadas fluorescentes tubulares. Fonte: Sanches, 2008.

O valor aproximado de venda desses materiais é mostrado no quadro 6.

Quadro 6 – Valor aproximado de comercialização dos materiais reciclados. Fonte: Sanches, 2008.

6.5 ARTESANATO – OUTRA FORMA DE RECICLAGEM

Outra forma de reciclagem que merece ser citada é o artesanato, pois

muitos trabalhos artesanais podem ser encontrados utilizando a lâmpadas pós-uso

como matéria prima.

O artesanato é muito amplo e utilizado em diversas áreas, enfeites, vasos,

luminárias e até para cultivação de plantas. São utilizadas lâmpadas incandescentes

e fluorescentes para os artesanatos, porém o uso de lâmpadas fluorescentes não é

recomendado visto que caso aconteça um acidente (como derrubar o acessório no

chão) pode haver uma quantidade de mercúrio suficiente para intoxicação humana.

Page 35: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

34

As fotos abaixo mostram as lâmpadas utilizadas no artesanato.

Figura 12 – Lâmpada utilizada em enfeites artesanais. Fonte: Arte Naval, 2010.

Figura 13 – Lâmpada utilizada no artesanato como vaso decorativo. Fonte: Antunes, 2010.

Page 36: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

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Figura 14 – Lâmpada utilizada como terrário. Fonte: Etsy, 2010.

Figura 15 – Lâmpada utilizada como terrário. Fonte: Etsy, 2010.

Page 37: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

36

Figura 16 – Lâmpada utilizada como enfeites natalinos. Fonte: doarartesanatos, 2008.

Figura 17 – Lâmpadas fluorescentes utilizadas em uma luminária. Fonte: Canadensis, 2006.

Page 38: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

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Figura 18 – Lâmpadas fluorescentes utilizadas em uma luminária. Fonte: Canadensis, 2006.

Figura 19 – Lâmpadas utilizadas em uma luminária. Fonte: Barba, 2010.

Page 39: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

38

Figura 20 – Artesanato com lâmpadas no Largo da Ordem, Curitiba. Fonte: O autor, 2011.

Page 40: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

39

7 METODOLOGIA

7.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Uma pesquisa bibliográfica foi realizada, utilizando fontes virtuais (catálogos

e informações de fabricantes/distribuidores de lâmpadas), para obtenção dos dados

técnicos das lâmpadas. Para ter mais detalhes dos métodos utilizados nos

processos adequados para o descarte das lâmpadas, foram consultadas várias

empresas especializadas. Outra fonte bastante utilizada para a pesquisa

bibliográfica foi o material disponibilizado pelo professor orientador, além de aulas e

palestras anteriormente ministradas pelo mesmo.

7.2 INFORMAÇÕES COLETADAS

O contato foi através de telefonemas, onde poucas empresas puderam dar

detalhes via telefone, exigindo então um contato via e-mail. O contato foi realizado

em seqüência e resultou em informações de grande valor a este trabalho.

As informações coletadas através das pesquisas junto às empresas são

apresentadas resumidamente no quadro abaixo e detalhadas logo a seguir.

Page 41: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

40

Quadro 7 – Quadro resumo das informações coletadas junto às empresas de reciclagem de lâmpadas. Fonte: O autor, 2011.

7.2.1 Mega Reciclagem

Empresa no mercado desde 1997, com sede em Curitiba/PR, tem tecnologia própria

para a reciclagem e descontaminação das lâmpadas. Oferecem serviços para

lâmpadas incandescentes, lâmpadas fluorescentes tubulares, compactas, a vapor de

sódio, a vapor de mercúrio, mistas e também para equipamentos de medição com

princípio ativo de mercúrio (MEGA, 2009).

Não foram encontrados registros de como é o procedimento adotado pela

empresa. Em contato telefônico, a atendente se negou a passar qualquer tipo de

informação, além de avisar que a empresa não faz serviços para consumidores

finais. Também não permite visitas técnicas.

Page 42: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

41

7.2.2 Apliquim Brasil Recicle

Empresa com sede em Porto Alegre/RS possuí duas filiais (Indaial/SC e

Paulínia/SP) e está no mercado desde 2009. É resultante da fusão da Apliquim

(1985) e da Brasil Recicle (1999), que foram compradas pelo Grupo Datasys

(APLIQUIM, 2010).

A Apliquim Brasil Recicle, que utiliza o método convencional da usina de

reciclagem, atende todos os tipos de lâmpadas fluorescentes. Também oferece

serviços para lâmpadas incandescentes, onde só separa os materiais e encaminha

para centros de reciclagem. (Idem).

Os valores variam conforme a quantidade de lâmpada encaminhada para a

empresa, porém não são divulgados. Existem postos de coleta para que os

consumidores finais levem suas lâmpadas para o destinado fim. (Idem).

Os resíduos são encaminhados para outras empresas. O vidro é

comercializado para indústrias de cerâmica, o alumínio para empresas que

reutilizam o material, o mercúrio é destinado para empresas de termômetros e

barômetros e o pó fosfórico esta sendo estudado para ser utilizado em concretos

para construção civil. (Idem).

7.2.3 Essencis Soluções Ambientais

Localizada em Curitiba/PR, a empresa é fruto da parceria entre os grupos

Solví e Cavo, desde 2001. Tem parceria com a prefeitura de Curitiba, realizando o

serviço de destinação correta dos resíduos das lâmpadas recolhidas pelos

programas municipais. (ESSENCIS, 2011).

As lâmpadas passam por um processo de descontaminação, realizado por

uma empresa terceirizada, para remoção do mercúrio e seus resíduos são

aproveitamos internamente ou destinados a aterros. (Idem).

A Essencis não realiza atendimento a pessoa física.

Page 43: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

42

7.2.4 Tramppo Gestão Sustentável em Lâmpadas

A Tramppo possuí sede na cidade de Cotia/SP. Está no mercado desde

2003. A empresa realiza a reciclagem através do método tradicional, possuindo

também outras opções para o tratamento das lâmpadas, dando a opção ao

contratante da escolha do serviço. (TRAMPPO, 20??)

Além do método tradicional, também pode ser realizado a moagem simples

da lâmpadas, onde ela é moída em local especifico, porém o processo é bastante

simples e não descontamina os demais elementos da lâmpada. Não é um processo

100% despoluente. Também realizam a moagem com tratamento químico, onde a

lâmpada triturada e misturada com água, resultando numa fácil separação do vidro e

do metal, mas dificultando a separação do mercúrio e do fósforo, por isso não é um

processo recomendado pela empresa. (Idem).

Também oferece a “Tecnologia Tramppo”:

processo exclusivo desenvolvido pela própria empresa. Começa pela retirada dos terminais de alumínio da lâmpada, para em seguida fazer a limpeza do vidro e retirada do pó fosfórico contendo o mercúrio, através de um sistema de hélices paralelas que criam uma sucção em série, garantindo que todo o pó seja retirado sem deixar resíduos. O pó fosfórico removido é encaminhado para um reator, iniciando-se o processo de separação do mercúrio. (TRAMPPO, 20??)

O valor médio de reciclagem por lâmpada tubular é de R$ 0,90. A empresa

atende consumidores finais, porém o custo para este tramite é diferenciado, ficando

em torno de R$ 1,50 por lâmpada encaminhada a empresa por pessoa física.

(Idem).

Os resíduos obtidos são encaminhados para diversas empresas. O vidro e o

fósforo são destinados para a indústria de cerâmica e os terminais de alumínio são

enviados para cooperativas de fundição. Já o mercúrio é utilizado para fim de

pesquisas. (Idem).

Page 44: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

43

7.4.5 Recitec

Desde 2007, a Recitec presta o serviço de reciclagem de lâmpadas, no

estado de Minas Gerais. (RECITEC, 20??).

Possuí um método exclusivo, semelhante ao método convencional, porém

não reutiliza o mercúrio absorvido. Este fica estocado e os técnicos estão

estudando a melhor forma de reutilização. O vidro e o fósforo, após

descontaminação, são encaminhados para a fabricação de novas lâmpadas e o

metal é destinado a empresas siderúrgicas. (Idem).

O preço da reciclagem é variável conforme a quantidade de lâmpadas

enviadas, porém gira em torno de R$ 1,00 por unidade. (Idem).

A empresa tem projetos internos para criar postos de coleta para atender os

consumidores finais. Como não está em execução, não existe um valor determinado

para este serviço, porém tem previsão de custo aproximado de R$ 2,00 por

lâmpadas, a ser pago pelo próprio consumidor. (Idem).

7.2.6 Ambiensys – Bulbox

A Ambiensys foi fundada em 1997 e desde então conta com uma equipe

multidisciplinar com profissionais e técnicos para o desenvolvimento de serviços

voltados ao meio ambiente, buscando sempre a eliminação ou minimização de

impactos ambientais. A sede é localizada em Curitiba, no Paraná. (AMBIENSYS,

20??).

O sistema Bulbox, parceiro do Grupo Ambiensys para o problema das

lâmpadas fluorescentes, utiliza sistema semelhando ao “Bulb Eater”. (BULBOX,

2007).

A empresa só atende pessoa jurídica e faz a coleta no local. O custo médio

para reciclagem de uma lâmpada tubular é de R$ 0,60 e os resíduos são

encaminhados para empresas de reciclagem ou aterros industriais. (Idem).

Page 45: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

44

7.2.7 Naturalis Brasil

A Naturalis Brasil é uma empresa localizada em Itupeva, estado de São

Paulo, que realiza a reciclagem de lâmpadas através da máquina “Papa-Lâmpadas”.

Diferencia-se por prestar serviço chamado de “Papa-Lâmpadas in Company”, já que

utilizada esse método que favorece o deslocamento do equipamento até o local do

descarte. (NATURALIS, 20??).

A empresa foi contatada via telefone e e-mail, porém não retornou as

informações desejadas.

7.2.8 Cetric

A Central de Tratamento e Disposição de Resíduos Industriais e Comerciais

– Cetric é uma empresa destinada a gestão de resíduos industriais e comerciais,

localizada em Chapecó, em Santa Catarina. (CETRIC, 20??).

A Cetric ficou responsável pelo tratamento das lâmpadas no mesmo sistema

da Naturalis Brasil, após esta deixar de atender a região sul. (Idem).

A empresa realiza recolhimento local e não atende pessoa física. Os valores

não foram informados. (Idem).

7.2.9 Grupo Sílex

O Grupo Sílex possuí sede em Gravataí/RS e uma filial em Morro da

Fumaça/SC. É especializada em reciclagem de produtos com resíduos perigosos em

geral. Reciclar lâmpadas é um dos inúmeros serviços que o grupo oferece. (GRUPO,

20??).

Os produtos oriundos da reciclagem podem ser comprados diretamente com

o grupo. Utiliza o sistema de maquinário (MRT System) para a reciclagem. O custo é

Page 46: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

45

variável dependendo da quantidade de lâmpadas. Acima de 800 lâmpadas o valor

fica em torno de R$ 0,80 por unidade. (Idem).

7.2.10 Brandon International

Empresa localiza no Mato Grosso do Sul, representante da MRT System e

do “Bulb Eater” (ou Papa Lâmpadas) no Brasil e na América Latina é a distribuidora

desses materiais e de outros destinados a descontaminação de resíduos e

recuperação de Mercúrio. (BRANDON, 2011).

Oferece maquinário para reciclagem de lâmpadas e de produtos que

contenham mercúrio e também de separação de CRT, usado em telas de televisores

e computadores. (Idem).

7.3 PESQUISA EXPERIMENTAL

Uma pesquisa experimental foi realizada em estabelecimentos comerciais de

Curitiba. A proposta era realizar a devolução de lâmpadas fluorescentes pós-uso

para verificar os procedimentos adotados e juntamente coletar informações sobre o

conhecimento dos comerciantes sobre as leis em atividade.

As pesquisas foram realizadas em pequenos e grandes comércios

localizados nos bairros Centro, Jardim das Américas, Portão e Santa Quitéria.

7.3.1 Grandes redes

As tentativas de devolução em grandes redes foram todas realizadas com

sucesso. Os comércios testados foram os comerciantes de lâmpadas (redes de

mercados, lojas de materiais de construção e grandes lojas de departamentos).

Page 47: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

46

Em todos os estabelecimentos não houve nenhuma dificuldade para a

realização da pesquisa. Funcionários, bem instruídos, se mostraram conhecedores

das leis. O recolhimento é feito, porém é utilizada a política de logística reversa.

Vale ressaltar que o estabelecimento só é obrigado a receber a lâmpada

pós- uso desde que comercialize a marca. Houve casos de recusa de uma lâmpada

não comercializada por um dos locais pesquisados.

7.3.2 Pequenos comércios

Quanto os pequenos comerciários, (panificadoras, mercearias, mercados de

bairro etc...) que vendem lâmpadas fluorescentes, houve dificuldade na devolução.

Não foi concretizada nenhuma devolução nesses locais. Alguns indicavam o projeto

da prefeitura, mas a maioria não tinha nem conhecimento sobre o assunto.

Apenas uma proprietária se interessou no problema e disse que vai buscar

informações com os distribuidores para adotar o procedimento de recolhimento das

lâmpadas pós-uso no seu estabelecimento.

7.4 OBSERVAÇÃO DE OCORRÊNCIAS LOCAIS

As ocorrências do descarte irregular das lâmpadas poluentes podem ser

facilmente encontradas. Curitiba, a capital ecológica, não foge das situações

rotineiras do abuso ecológico. As figuras 21, 22 e 23 relatam ocorrências no centro

de Curitiba.

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47

Figura 21 – Descarte irregular de lâmpadas poluentes no centro de Curitiba. Fonte: O autor, 2011.

Figura 22 – Descarte irregular de lâmpadas poluentes no centro de Curitiba. Fonte: O autor, 2011.

Page 49: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

48

Figura 23 – Descarte irregular de lâmpadas poluentes no centro de Curitiba. Fonte: O autor, 2011.

As figuras 24, 25 e 26 são do lixo de um conjunto comercial, localizado na

Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico (bairro da das sedes da prefeitura

municipal e do governo estadual), em Curitiba.

Figura 24 – Descarte irregular do Centro Comercial Cândido de Abreu. Fonte: O autor, 2011.

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49

Figura 25 – Descarte irregular do Centro Comercial Cândido de Abreu. Fonte: O autor, 2011.

Figura 26 – Descarte irregular do Centro Comercial Cândido de Abreu. Fonte: O autor, 2011.

Page 51: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

50

Devido ao recorrente acontecimento, a direção do centro comercial foi

procurada e relataram desconhecer tanto a informação de que as lâmpadas são

prejudiciais ao meio ambiente quanto à lei municipal. Afirmaram que tomariam as

providências cabíveis.

Outra ocorrência encontrada foi no estacionamento de um hipermercado na

Avenida Silva Jardim, bairro Rebouças. Existe um estoque ao ar livre e lâmpadas

fluorescentes inteiras bem como várias lâmpadas quebradas, como se pode ver nas

figuras 27 a 30.

Figura 27 – Descarte irregular em hipermercado no bairro Rebouças, em Curitiba. Fonte: O autor, 2011.

Page 52: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

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Figura 28 – Descarte irregular em hipermercado no bairro Rebouças, em Curitiba. Fonte: O autor, 2011.

Figura 29 – Descarte irregular em hipermercado no bairro Rebouças, em Curitiba. Fonte: O autor, 2011.

Page 53: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

52

Figura 30 – Descarte irregular em hipermercado no bairro Rebouças, em Curitiba. Fonte: O autor, 2011.

Questionados sobre o ocorrido, o estabelecimento informou que as

lâmpadas estão provisoriamente no estacionamento e que serão enviadas a correta

destinação final.

Page 54: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

53

8 CONCLUSÃO

A falta de conhecimento da população é indiscutível. Em depoimentos

colhidos desde maio deste ano, a maioria das pessoas não sabia que a lâmpada

fluorescente é poluente. Houve relatos de várias formas de descarte irregular, como

insistência em colocar as lâmpadas mesmo após o coletor não ter recolhido a

primeira vez e até de moer a lâmpada para que ela não possa ser identificada e

levada pelo lixo comum.

Após as pesquisas realizadas neste trabalho, é possível concluir que a

melhor lâmpada a ser utilizada pela população é realmente a lâmpada fluorescente

(salvo em situações específicas), visto que ela tem as melhores características

técnicas, mesmo tendo o problema do descarte. Do ponto de vista ambiental, em

análise geral, a lâmpada fluorescente também é melhor já que gasta menos energia

e tem uma solução de recuperação completa dos materiais utilizados em sua

composição.

O quadro abaixo compara os dois tipos de lâmpadas analisados.

Quadro 8 – Quadro resumo da comparação entre os tipos de lâmpadas abordados neste trabalho. Fonte: O autor, 2011.

Atualmente já existem várias empresas dispostas a combater o problema do

descarte das lâmpadas com mercúrio a fim de solucionar essa desvantagem da

lâmpada fluorescente em relação à incandescente.

Utilizar lâmpadas fluorescentes é um bem ao meio ambiente, desde que seja

feito com consciência que o seu descarte é diferenciado e que deve ser feito da

maneira correta, muitas vezes exigindo esforços do consumidor final, seja pessoa

física ou jurídica.

Page 55: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

54

Vale, por fim, comentar que com o avanço tecnológico constante as

lâmpadas também evoluem em muitos aspectos. Atualmente o avanço da lâmpada

de LED’s é notável e talvez seja a solução de muitos dos problemas do “universo da

iluminação”.

Page 56: DESCARTE E RECICLAGEM DE LÂMPADAS

55

9 SOLUÇÃO PROPOSTA

Diante do problema apresentado, algumas sugestões para melhorar a atual

situação serão propostas a seguir:

Sugestão 1) Maiores informações sobre o assunto: devido à falta de

informação da população, muitos não sabem dos problemas que podem ser

causados pelo mau descarte das lâmpadas fluorescentes. Nem mesmo as

embalagens das lâmpadas contêm informações sobre o descarte correto pós-uso,

como se pode ver na figura 31.

Figura 31 – Embalagem de lâmpada tubular sem citação de descarte adequado. Fonte: O autor, 2011.

Grandes programas de divulgação voltados para a consciência ambiental

devem ser realizados por parte dos fabricantes de lâmpadas bem como os órgãos

públicos competentes. Sugere-se ainda que seja timbrado na própria lâmpada (junto

às informações técnicas) o aviso sobre o descarte correto do produto.

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Sugestão 2) Montagem de uma Unidade Recicladora (UR): a fim de auxiliar

o serviço de reciclagem já existente, propõe-se a criação de uma nova unidade

recicladora utilizando o sistema de máquinas agrupadas da MRT System.

Para a montagem de uma UR completa, composta de máquina compacta de

separação, trituração e filtração com pré-tratamento de compactas, máquina

processadora de lâmpadas HID (vapor de sódio e de mercúrio), máquina destiladora

de mercúrio (batelada) e máquina elevadora e entornadora de tambor com lâmpadas

trituradas, com capacidade para 300 kg ou aproximadamente 2.000 lâmpadas por

hora, necessita-se de um investimento inicial no valor de R$ 4.000.000.

(SCHRODER, 2011).

Neste valor esta incluso o preço real do maquinário completo, valores de

frete e importação (já que o equipamento é sueco) e também treinamento inicial para

os funcionários. Com dois funcionários trabalhando em um turno simples de 8

horas/dia, durante os cinco dias da semana, a capacidade de trituração anual da

máquina é de 3.840.000 lâmpadas. (Idem).

A empresa, em criação, presta serviços para consumidores físicos e

jurídicos, com preço único de R$ 1,00 por lâmpada recebida. Para auxiliar no lucro,

os materiais obtidos da reciclagem são revendidos para que sejam reaproveitados.

Realizando os cálculos com os valores já apresentados nesse trabalho, obtém-se

que é possível acrescentar, aproximadamente, de 30% a 35% no valor cobrado para

cálculos de lucros e retornos.

Ou seja, desde modo temos que em apenas um ano, se trabalhada com

carga máxima, a empresa teria um retorno de R$ 5.120.000. Dinheiro suficiente para

recuperar o investimento inicial. Com as despesas decorrentes da produção,

incluindo salário de funcionários, divulgação, energia elétrica etc, estima-se que

sejam necessários 3 anos de funcionamento da empresa para que todo o

investimento retorne fazendo com que a empresa consiga se manter sozinha

financeiramente, causando então lucro líquido a empresa.

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