descarte adequado de resÍduos para o bem-estar...

Anais do IV Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão

Tubarão, de 7 a 11 de maio de 2012

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DESCARTE ADEQUADO DE RESÍDUOS PARA O BEM-ESTAR COLETIVO

Jaira Fidélix De Souza Mariângela Marcelino Garcia

Acadêmicos: Beatriz Meurer Ribeiro Fernando Machado

Israel Vieira Pereira Juliana Oliveira da Cruz

Laís da silva Lena Ribeiro Leitão

Maísa do Nascimento da Silva Milena de Aguiar

Thábata Fernandes Cândido RESUMO: Em Tubarão apenas 3,33% dos resíduos são separados pela população para reciclagem. Com o

intuito de despertar a consciência ecológica, a Escola de Educação Básica João XXIII, em parceria com os

bolsistas do PIBID, promoverá ações de iniciativa ambiental, integrados à comunidade escolar, para o bem-

estar coletivo. A abordagem será através de palestras e oficinas ministradas por entidades especializadas,

debates com os alunos sobre documentário e filme e, como encerramento das atividades realizar-se-á a 2ª

Gincana Ecológica. Mais importante que o descarte correto dos resíduos é reduzi-los e reaproveitá-los. Deste

modo, busca-se não somente a mudança no âmbito das ideias, mas também a reeducação das atitudes.

PALAVRAS-CHAVE: Descarte, consciência ecológica, comunidade escolar.

1 Introdução

As atividades humanas são as principais causas geradoras de lixo, caracterizando-se

como um grande problema para o desenvolvimento sustentável do planeta, pois causam grandes acúmulos de detritos.

A coleta seletiva é um processo que integra as atividades de reciclagem, reutilização e redução, necessário à vida cotidiana da população. Deve-se separar adequadamente o lixo

(...), pois a reciclagem é fundamental para diminuir os impactos ambientais no planeta, economizamos recursos naturais não renováveis, energia e evitamos o depósito de materiais tóxicos e/ou de difícil decomposição no ambiente. (DIONYSIO)

A reciclagem “consiste na separação (seleção) e recuperação dos diferentes tipos de

materiais orgânicos e inorgânicos” (TRT 21a, 2008). Desta forma, “reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora” (CBS Previdência, 2000), o que demonstra sua importância para a manutenção de um sistema sustentável.

A saber, o processo de reciclagem só obtém sucesso na tentativa de resolução do problema do lixo, pois conta com um grande aliado, o processo de reutilização. O procedimento de reutilização, para Coelho (2008), tem como objetivo reaproveitar o material anteriormente utilizado em outra função, dando uma nova oportunidade para o que era lixo se tornar novamente útil.

De acordo com Dionysio (2009), além das atividades de reciclagem e reutilização, podemos destacar a redução como outra principal medida para aumentar a vida útil dos aterros sanitários. Segundo ele,



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a redução, consiste em diminuir o consumo e, conseqüentemente, diminuir a quantidade de lixo. Essa medida depende da conscientização em consumir apenas o que é realmente necessário, diminuindo além dos resíduos a extração de recursos naturais.

A coleta seletiva, para Coelho (2008) é um processo primordial para a promoção de

um ambiente saudável, visto que

diminui a exploração de recursos naturais, reduz o consumo de energia, diminui a poluição do solo, da água e do ar, prolonga a vida útil dos aterros sanitários, possibilita a reciclagem de materiais que iriam para o lixo, diminui os custos da produção, com o aproveitamento de recicláveis pelas indústrias, diminui o desperdício, diminui os gastos com a limpeza urbana, cria oportunidade de fortalecer organizações comunitárias, gera emprego e renda pela comercialização dos recicláveis.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2 de agosto de 2010, tem como objetivos

a não-geração, a redução, a reutilização, a reciclagem e o tratamento dos resíduos sólidos, assim como a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos no intuito de promover a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental. (BRASÍLIA, LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010).

Conforme disposto na Política Nacional de Resíduos Sólidos é obrigação de todo cidadão, responsável direta ou indiretamente pela geração de resíduos sólidos, a adequada separação do lixo doméstico, sendo que, o não cumprimento desta ação acarreta o pagamento de um valor pecuniário entre R$ 50,00 e R$ 500,00. (NOVOCHADLO, 2012).

Segundo Novochadlo (2012), em 2010, foram recolhidas em Tubarão entre 440 e 470 toneladas de lixo reciclável. Já em 2011, esse número reduziu para 430 toneladas. Neste mesmo contexto, “por dia, é recolhida em Tubarão uma média de 65 toneladas de lixo comum. Esta mesma quantidade é coletada por mês de material reciclável, pela empresa Retrans, contratada pela prefeitura. (NOVOCHADLO, 2012)”

Tais dados revelam que apenas uma pequena parcela da população da cidade de Tubarão realiza a coleta seletiva. Portanto, sabendo que “a aprendizagem significativa pressupõe a existência de um referencial que permita aos alunos identificar e se identificar com as questões propostas”. (Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, pg.22), avaliando os dados bem como a rotina da comunidade escolar, a Escola de Educação Básica João XXIII, observou a necessidade de trabalhar as questões ambientais, direcionando o ensino à abordagem do correto descarte do lixo domiciliar, utilizando-se da reutilização e reciclagem por meio de atividades socioeducativas, afim de que haja uma melhora no quadro de recolhimento de material reciclável.

A E.E.B. João XXIII propôs, então, o projeto DESCARTE ADEQUADO DE RESÍDUOS PARA O BEM-ESTAR COLETIVO no intuito de promover ações de iniciativa ambiental em integração com a comunidade escolar.

O projeto inclui entre suas atividades sócio-educativas a confecção de objetos úteis à comunidade a partir de recicláveis, realização de palestras sobre a coleta de lixo, visita ao aterro sanitário, abordagem de filmes que gerem discussão sobre o tema, assim como o incentivo à coleta adequada do lixo. Busca-se dessa forma, sensibilizar os alunos a praticar atitudes gerativas do bem-estar coletivo e incentivá-los a compreender a importância de cuidar do ambiente em que vivem.

O projeto discute de forma crítica a problemática do lixo, desenvolvendo por meio de suas atividades, as capacidades e habilidades dos alunos necessárias à promoção significativa



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de atitudes individuais e coletivas. Mobilizando-os para a sua realidade ambiental, caracteriza-se como um instrumento de multiplicações de ideias, fazendo do aluno, um solucionador de problemas e sujeito que exerce, de forma ativa e plena, sua cidadania na comunidade escolar.

2 Reduzir, recusar, reutilizar, reciclar e repensar

Antes mesmo de falar em reciclagem precisamos conhecer o que são os objetos

recicláveis e o processo pelo qual passam. O lixo é o resto de atividades humanas consideradas pelos geradores como inúteis. Normalmente, apresentam-se sob estado sólido ou semilíquido. Sucata é o nome que se dá a todo esse resíduo sólido que a indústria reaproveitará em forma de reciclagem.

Sabendo disso, a reciclagem é o processo de retornar a sucata em matéria prima e produto final por meio de industrialização. No entanto, o completo aproveitamento dos resíduos só é possível por meio de uma coleta seletiva adequada, que por sua vez, é um serviço especializado em coletar o material devidamente separado pela fonte geradora. Este sistema facilita a reciclagem porque o material permanece limpo e com maior potencial de reaproveitamento.

A coleta seletiva consiste em separar o lixo - resíduos sólidos - conforme sua classificação química e devidamente limpo. O resíduo úmido - que são os restos orgânicos - domiciliar pode ser separado para uma compostagem. Não podemos esquecer as pilhas e lâmpadas, que não podem ser quebradas por conterem em seu interior substâncias radioativas; e o lixo hospitalar usado também em domicílio (como agulhas, gazes, algodão contaminado e frascos de remédios) que deve ser ensacado e enviado à farmácia mais próxima onde haverá uma coleta especializada, excluindo-se assim os riscos de contaminação aos profissionais da coleta ou da Usina de reciclagem.

Essa separação é realizada por meio de latões de cores diferentes que correspondem respectivamente a cada um dos tipos de resíduos sólidos, sendo azul para o armazenamento de papel e papelão, o amarelo para metal, verde para vidro, vermelho para plástico, marrom para lixo orgânico, laranja para resíduos perigosos, preto para madeira, roxo para resíduos radioativos, branco para resíduos ambulatoriais e de serviço de saúde e o cinza para resíduos gerais não recicláveis, misturados ou contaminados, não passíveis de separação.



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Figura 1 – Separação do lixo por cores Fonte: Note número um em novidades. Disponível em: http://www.not1.com.br/wp-

content/uploads/2010/12/cores_da_coleta_seletiva.jpg A importância da reciclagem dá-se principalmente pela grande quantidade de lixo

gerado pelo ser humano. Este produz, por dia, aproximadamente 2 kg de lixo. Somando-se toda produção mundial, os números são assustadores. A cada tonelada de papel produzida, 12 árvores são abatidas. Porém, todo esse material pode ser reaproveitado, transformando-se em novos produtos ou matéria-prima, sem perder suas propriedades.

A separação de todo lixo produzido em residências evita a poluição e impede que a sucata se misture aos restos de alimentos, facilitando seu reaproveitamento pelas indústrias. A seguir uma tabela dos materiais sólidos que podem ser reciclados:

Material reciclável Material não-reciclável Papel: Jornais, folhas de caderno, formulários de computador, caixas em geral, fotocópias, provas, envelopes, papel de fax, cartazes, rascunhos, aparas de papel.

Papel: Etiqueta adesiva, papel carbono, fita crepe, papéis sanitários, papéis metalizados, papéis parafinados, papéis plastificados, papéis sujos, guardanapos, tocos de cigarro, fotografias.

Metal: Lata de óleo, leite em pó, lata de alumínio, outras sucatas de reforma.

Metal: Clipes, grampos, esponjas de aço, canos.

Vidro: Recipientes em geral, garrafas e copos. Vidro: Espelhos, vidros planos, lâmpadas, cerâmica, porcelana, tubos de TV.

Plástico: Embalagem de refrigerante, embalagem de produtos de limpeza, copinhos descartáveis, embalagem de margarina, canos e tubos, sacos plásticos em geral.

Plástico: Cabo de panela, tomadas, embalagem de biscoito, misturas de papéis, plásticos e metais.

Tabela 1: Tipos de materiais reciclados Fonte: Elaborado pelos autores De acordo com PCN’s (2001), faz-se necessário a discussão do lixo como uma

importante fonte de matéria-prima orgânica ou reciclada. Assim, a confecção de artesanato com material reciclável vem em resposta ao atual contexto da educação, promovendo um



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ensino que prima pela gestão não apenas de discussões, mas a gestão de ações de reciclagem e reutilização do lixo.

3 Atividades propostas

O projeto DESCARTE ADEQUADO DE RESÍDUOS PARA O BEM-ESTAR

COLETIVO inclui entre suas atividades socioeducativas a confecção de objetos úteis à comunidade a partir de recicláveis, realização de palestras sobre a coleta de lixo, visita ao aterro sanitário, abordagem de filmes que gerem discussão sobre o tema, assim como o incentivo à coleta adequada do lixo. Busca-se dessa forma, sensibilizar os alunos a praticar atitudes gerativas do bem-estar coletivo e incentivá-los a compreender a importância de cuidar do ambiente em que vivem. A seguir apresentam-se as atividades acima relatadas.

3.1 Confecção de objetos

A confecção de objetos por meio de materiais recicláveis tem como objetivo

desenvolver atividades que permitam uma melhoria das condições de vida da comunidade escolar, numa perspectiva que integre os problemas ambientais, reaproveitando e reduzindo o lixo.

Para confeccionar esses materiais é necessária uma coleta seletiva do lixo, isto é, uma análise do que pode ou não ser reutilizado.

A reutilização consiste no aproveitamento de produtos sem que estes sofram qualquer alteração, passando apenas por um processo de limpeza. Esta atividade também se caracteriza como uma forma de redução, pois os produtos permanecem mais tempo em uso antes de serem descartados.

Os principais resíduos que podem ser reaproveitados são os de uso diário como as caixas de leite, embalagens de garrafa PET, caixas de ovos, jornais, revistas.

Segundo Pereira (2012), uma pesquisa feita no estado do Rio de Janeiro informou que mais de 18% da composição do lixo gerado é composto por plástico e outros 12% por papel.

Segundo Mattar (2011),

os dados preliminares do Censo 2010 mostram que dar o destino correto ao lixo é um desafio a ser vencido por todas as cidades brasileiras. Em Tubarão, do total de 123.889 domicílios, a coleta realizada por um serviço de limpeza contratado pelo poder público, é feita em 114.550 casas. O que chama a atenção para estes dados é que em 9.337 não há coleta de lixo, o material é queimado, enterrado ou descartado em locais impróprios. (grifos nossos)

A fim de diminuir o rejeite inadequado do lixo, o projeto “Descarte adequado de

resíduos para o bem-estar coletivo” propõe à comunidade escolar atividades para a reutilização do lixo usado em suas residências. Algumas medidas serão tomadas para a reutilização, como separar as sacolas plásticas, sacos de papel, revistas e jornais antigos, papéis e embalagens. As principais atividades serão a confecção de portas-retratos, portas- canetas e pufes. As instruções apresentadas a seguir, são fundamentadas na Recicloteca (Centro de Informações sobre Reciclagem e Meio Ambiente).

3.1.1 Desenvolvimento das atividades 3.1.1.2 Porta-retrato



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Material necessário: Revistas e jornais velhos, tesoura, estilete, cola e pedaços de papelão. Tinta, glitter e materiais para a decoração a critério do aluno.

Como fazer: 1. Com um pedaço de papelão fazer um retângulo de 20×31 cm. Dobra o papelão ao

meio como se fosse para formar dois retângulos. Com o estilete, no interior de um desses retângulos, corte um novo retângulo, sendo agora de 10×15 cm. É neste espaço que a foto será colocada. Para um porta-retrato maior, basta dobrar a área do papelão inicial.

2. Agora teremos um retângulo recortado -1- (o de por a foto) e o retângulo que sobrou – 2 -. Colar apenas dois lados do retângulo 1 no retângulo 2, deixando um dos lados livres para encaixar a foto.

3. Pegar um novo pedaço de papelão para fazer o suporte do porta-retrato, cortar duas tiras de 7×9 cm. e marcar 3 cm. no lado mais comprido, dobrar e cortar a lateral como se fosse um triângulo, conforme a figura. Fazer isso com as duas partes.

4. Colar as partes recortadas, que lembram um triângulo, uma na outra. Depois colar as partes que lembram um retângulo na parte de trás do porta-retrato.

5. Para a decoração serão utilizados os jornais e revistas velhas. Recortar pequenas tiras, fazer rolinhos e colar na área da frente do porta-retrato. Caberá a cada aluno a escolha de pintar as tiras, podendo fazer até mesmo um mosaico.

Figura 2: Construção dos porta-retratos. Fonte: http://www.recicloteca.org.br/Default.asp?Editoria=3&SubEditoria=9, 2012.

Figura 3: Porta-retrato. Fonte: http://www.recicloteca.org.br/Default.asp?Editoria=3&SubEditoria=9, 2012.



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3.1.1.3 PORTA-LÁPIS Materiais necessários: Garrafas de plástico (tipo as de amaciante), tesoura, cola

quente, tinta guache, pincel, estilete e gancho. Como fazer: 1º As embalagens devem ser bem lavadas, para não ficar nenhum resíduo químico em

seu interior. 2º Após a limpeza, com a tesoura recortar a parte inferior de um dos lados (o da frente

ou o de trás), passar a cola quente na superfície recortada para que não haja o risco de acidentes.

3º Pintar a tampa das embalagens de diversas cores, a fim de diferenciar as cores dos lápis que irão em seu interior.

4º Na parte externa, fazer uma pequena perfuração com o estilete e fixar o gancho, para que possa ser pendurado na parede.

Figura 4: Porta-lápis. Fonte: http://www.recicloteca.org.br/Default.asp?Editoria=3&SubEditoria=9,2012. 3.1.1.4 PUFE Materiais necessários: * 32 garrafas pet * 2 rolos de fitas durex larga * 1 folha de papelão grosso * 1 lata de cola de sapateiro * 1/2 metro de espuma com 5 cm de espessura * 1 metro de tecido



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Como fazer: 1º: Procurar a marca superior da garrafa pet, ao longo de seu contorno, e cortar neste

local. Encaixar a tampa da garrafa no fundo, de cabeça para baixo. Fazer isso em todos os recipientes.

2º: Logo após, reunir pares de garrafas e passar a fita durex nas extremidades até ficar bem firme.

3º: Depois de reunir os pares, fazer o mesmo com quatro garrafas. Passar a fita durex até firmar todo o grupo.

4º: Agora, fazer o mesmo, mas reunindo os blocos de quatro garrafas em um único bloco, fazendo o formato quadrado do pufe.

5º: Cortar a espuma e o papelão do tamanho do pufe. Forrar a parte de cima com a espuma e colar o papelão. Costure o tecido nas mesmas medidas do pufe e encape.

A decoração do pufe fica a critério de cada um, podendo ser feito patchwork, colagem

ou apenas pintá-lo.

Figura 5: Pufes 1. Fonte: http://www.recicloteca.org.br/Default.asp?Editoria=3&SubEditoria=9, 2012.



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Figura 6: Pufes 2. Fonte: http://www.recicloteca.org.br/Default.asp?Editoria=3&SubEditoria=9, 2012.

3.2 SABÃO ECOLÓGICO E PAPEL RECICLADO COMO PROCESSO ARTÍSTICO E CRIATIVO

Discutir educação ambiental, ou melhor, educar-se ambientalmente é um processo

lento e muito trabalhoso. Requer mudanças de hábitos, de pensamentos, de atitudes e de relações com os que estão ao nosso redor. Esse é o maior desafio com os jovens, pois muitos chegam sem informações às oficinas, sem conhecimentos básicos de preservação à vida, de cuidados com si próprios e com o ambiente onde estão inseridos.

COMPC/FLORAM 2009 diz que o óleo de cozinha usado pode trazer muitos danos ao meio ambiente se for despejado no ralo da pia, no mar ou na rede de esgoto. Entre os principais está a formação de uma película superficial que dificulta a troca gasosa entre o ar e a água, provocando a morte das plantas e animais aquáticos, além da impermeabilização das raízes das plantas, impedindo a absorção de nutrientes.

Segundo a prefeitura de Tubarão, o óleo de cozinha recolhido nos lares tubaronenses, pela empresa Retrans, é repassado à empresa Ecooleo, de Criciúma para que este óleo possa ser aproveitado na produção de ração. Com essa iniciativa a prefeitura pretende incentivar à comunidade em geral a fazer o correto descarte deste produto.

Sabemos que o papel é produzido através da celulose de determinados tipos de árvores, e com isso vem a necessidade da degradação para a produção.

A reciclagem do papel consiste na utilização de papel e papelão usados para a produção de papéis novos. Dispensa os processos químicos utilizados na obtenção da pasta de celulose, reduzindo com isso a poluição da água e do ar. Diminui, também, o corte de árvores e o desmatamento de áreas para plantio de árvores exóticas, como pinus e eucaliptos, espécies mais utilizadas na produção de papel. Com a reciclagem, há uma grande economia de água e gasta-se a metade da energia usada para fabricar o papel a partir da madeira(COMPC/FLORAM 2009).

Segundo o MEC (2000 apud ALENCAR, 2005): “A escola corresponde ao melhor ambiente para implementar a consciência de que o futuro da

humanidade depende da relação estabelecida entre a natureza e o uso pelo homem dos recursos naturais disponíveis. Para isso, é necessário que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, habilidades e procedimentos. E esse é um grande desafio para a educação.”

Com intuito de sensibilizar toda a comunidade escolar sobre o descarte correto desses

resíduos, foi realizada uma oficina teórica e prática. Para introduzir os trabalhos, os



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integrantes do programa ECOA (Educação Comunitária Ambiental), ministraram uma palestra intitulada “Reutilização de resíduos”.

Primeiramente, o assunto foi exposto aos alunos da primeira série do Ensino Médio Integral por meio de uma palestra ministrada pela bióloga Elaine Machado que integra o Projeto ECOA, sendo esta uma iniciativa nacional do Instituto Alcoa que acontece em parceria com o CIEDS (Centro Integrado de Programas e Estudos de Desenvolvimento Sustentável).

A palestra abordou assuntos tais como a separação do lixo, o armazenamento desses resíduos, os 5 R’s (reduzir, reutilizar, reciclar, repensar e recusar).

A familiarização do assunto por parte dos alunos através desta palestra, auxilia a sensibilização dos mesmos, bem como esclarecimento de dúvidas, parte fundamental para a continuidade do projeto.

Após a palestra, promoveram-se duas oficinas: Confecção de papel reciclado e brinquedos, e Confecção de sabão ecológico a partir do óleo de cozinha usado.

Segundo a nutricionista Daysiellen Cabral, coordenadora do refeitório da Associação Paulista Sul da Escola Adventista, em São Paulo, fazer sabão em casa é como cozinhar. Com a prática, seguindo a mesma receita, o sabão vai ficando melhor. A proporção pode ser mantida para fazer mais ou menos sabão, de acordo com a quantidade de óleo usado disponível. Quanto mais o sabão curtir, melhor ele fica. É recomendado usar luvas e utensílios de madeira ou plástico para preparar a mistura, pois a soda cáustica pode causar queimaduras na pele.

Reutilização do óleo de cozinha : - 250ml de sabão em pó; - 250ml de amaciante; - 250ml de pinho sol; - 1 litro de soda líquida; - 5 litros de óleo de cozinha usado e coado.

Misturar em uma vasilha o sabão em pó, amaciante e o pinho sol. Mexer bem. Bater na batedeira por cinco minutos o óleo e acrescentar aos poucos a soda líquida. Misturar tudo e colocar em caixas de papelão ou forma cortando em barras ainda quente.

Segundo VALLE (1995), o ato de reciclar significa refazer o ciclo e permite trazer à origem, sob a forma de matéria-prima, aqueles materiais que não se degradam facilmente e que podem ser reprocessados, mantendo suas características básicas. Essa prática, não apenas reduz a quantidade de resíduos, como também recupera produtos já produzidos, economiza matéria-prima, energia e desperta nas pessoas hábitos conservacionistas, além de reduzir a degradação ambiental.

Reciclagem do papel • O papel é picado e colocado de molho por no mínimo 24 horas. • Em seguida, para cada medida de papel amolecido, colocar 2 ou 3 medidas de água

no copo do liquidificador. A gramatura do papel depende da diluição da massa. • Bater no liquidificador por cerca de 5 minutos até a completa dissolução do papel

(será formada uma pasta homogênea). • Transferir a massa para uma bandeja e acrescentar mais 2 ou 3 vezes a medida

anteriormente utilizada de água. • Agitando a massa, introduza nessa mistura uma tela de náilon fixada em uma

moldura de madeira (peneira). Com a peneira na posição vertical, introduza-a na bandeja, inclinando-a gradualmente e rapidamente até a posição horizontal, debaixo da mistura.



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Movimente a peneira para obter uma deposição uniforme da massa e levante-a na posição horizontal, deixando escorrer o excesso de água.

• Coloque a peneira com a massa em uma pilha de jornais coberta com um pano tipo filtro, ou mesmo um pano de pratos.

• Utilize um pano ou uma esponja para pressionar sobre a massa e absorver o excesso de água.

• Vire a tela e solte a massa de papel sobre o pano. Coloque em cima um feltro ou outro pano absorvente, ou mesmo jornais, e alise bem a massa obtida.

• Em seguida, passa-se com ferro ou prensa-se entre duas tábuas de madeira, ou mesmo dentro de um livro grande, colocando pesos sobre ele por 1 hora. Após esse tempo retire o pano e alise a folha de papel, colocando-a em um varal, presa por prendedores de roupa, para que ela possa secar ao ar livre, na sombra. No final do processo, prensar novamente o papel seco.

• A massa obtida também pode ser utilizada como enchimento de moldes de objetos decorativos. Ela deve ser misturada com cola e amassada até que se obtenha uma mistura homogênea. Também pode ser utilizada para fazer caixinhas decorativas para presentes. A massa, em ambos os casos, deve secar ao ar livre, na ausência de insolação direta.

Esta oficina teve como objetivo transmitir aos educandos as técnicas da reciclagem de papel e produção de sabão, favorecendo reflexões e discussões sobre temas da educação ambiental, bem como a sua utilização enquanto processo artístico e criativo na realização das atividades do cotidiano. Por fim, os alunos receberam a receita do sabão ecológico e pedaços de sabão para divulgar em suas casas a importância de aproveitar o óleo de cozinha usado.

3.3 Filme “o lixo extraordinário”

Objetivando sensibilizar os alunos quanto à importância da reciclagem para a

preservação ambiental, assim como discutir aspectos sociais relevantes à realidade dos alunos da primeira série do ensino médio integral, os estudantes e os bolsistas do PIBID assistiram ao filme “O Lixo Extraordinário”.

Tal recurso é extremamente eficaz, pois conforme Ricci (2004): Sabe-se que, com muita freqüência, no cotidiano escolar, professores utilizam filmes como recurso

didático para discutir determinados temas em suas aulas. De fato, na maioria das vezes, os resultados alcançados com a exploração desse recurso superam as expectativas em relação à produção e à discussão dos alunos. No entanto esses resultados só são positivos, quando atividade se desenvolve a partir de um bom planejamento.

Este filme aborda de forma crítica a realidade de muitos brasileiros a partir do trabalho

de Vik Muniz, artista nacional que mora nos EUA, que realiza uma exposição artística com trabalhadores do maior aterro sanitário do mundo, o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro. 2500 pessoas trabalham lá em período integral.

Segundo Magera (2003, p.34), a rotina diária do catador é exaustiva e realizada em condições precárias “muitas vezes, ultrapassa doze horas ininterruptas; um trabalho exaustivo, visto as condições a que estes indivíduos se submetem (...)”.

Muniz se surpreende com o dia-a-dia de um catador no aterro, porque apesar das péssimas condições, os trabalhadores não deixam de sorrir. O artista conheceu pessoas de várias idades com orgulho da conquista de um trabalho honesto e digno.

A partir de um enfoque especial em sete catadores de materiais recicláveis, ao longo das filmagens e fotografias, é perceptível a transformação na vida e na visão de mundo destes trabalhadores.

Tião - presidente da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho - Zumbi, Valter, Suelem, Isis, Irmã e Magda, são alguns dos “personagens” do



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documentário e também dos retratos e obras de arte expostas. O documentário revela a dignidade e o desespero que os mesmos deixam transparecer em suas faces quando sugeridos a reimaginar suas vidas fora do aterro. Este fato gerou certa preocupação por parte da equipe, uma vez que a expectativa de todos era que o filme poderia ser a ponte para uma vida mais digna e para trazer de volta a autoestima daqueles humildes trabalhadores.

O filme destacou Tião, que gosta da teoria de Maquiavel e Yalow, e foi para Londres junto com Vik no leilão dos quadros. O primeiro foi vendido por R$ 100.000,00. Este fato levou Tião a concluir que é possível viver e ser tratado de forma mais virtuosa, sendo valorizado por seu trabalho. Deste modo, agradeceu por todos que acreditaram em seu sucesso. Parte da renda das obras foi doada.

Vik Muniz tirou as fotografias usando o lixão como cenário e com a ajuda dos catadores construiu uma grande imagem com material do lixo, papéis, garrafas e tudo o que poderia ser utilizado na reciclagem. Segundo ele “De perto vê a matéria e de longe a ideia”. Os catadores que ajudaram na obra sentiam-se importantes para o mundo e a arte, apesar de sofrer humilhações da sociedade por conta do exercício de sua profissão.

Ao final, os bolsistas do PIBID promoveram um debate, levantando as questões essenciais abordadas ao longo do filme e que vinham ao encontro das necessidades da escola.

O filme retrata histórias comoventes, de pessoas que ganham a vida separando o lixo da sociedade, trabalho poucas vezes valorizado. Essa desvalorização e preconceito acontecem, pois o material de trabalho provém do que para muitos não tem valor real, assim como os

catadores de lixo, são pessoas que vivem à margem da sociedade ganhando pouco, se alimentando mal e passando horas em meio ao lixo. A história nos faz refletir sobre como podemos mudar nossas realidades.

Fica clara a possibilidade de se transformar lixo em arte. Este foi um desafio com mérito de todos, pois a contribuição de cada um, seja ela na filmagem, nos personagens, no cenário, fez deste trabalho uma grande obra, mostrando que com o trabalho em grupo, pode-se chegar longe, tão longe quanto o inimaginável.

3.4 Visita ao aterro sanitário

Idealizamos visitar um aterro sanitário. Netto (2008) descreve que o aterro controlado é uma técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, visando à minimização dos

impactos ambientais. Esse método utiliza alguns princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada de material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho.

Os aterros em Santa Catarina são poucos e atendem a uma grande quantidade de municípios. Boa parte do lixo enviada pode ser reaproveitada. Entre algumas consequências, o aterro produz chorume, agente contaminador de rios e do lençol freático.

O Aterro Sanitário que atende à cidade de Tubarão está localizado em Laguna e recebe cerca de 4.070 toneladas de lixo mensalmente. Tubarão é responsável por quase 50% dessa quantidade.

O trabalho de campo promoverá contato direto com o objeto de estudo desejado, caracterizando-se, portanto, como uma medida educacional eficiente.

“A utilização do trabalho de campo como ferramenta de aprendizagem é de fundamental importância para que o aluno possa compreender melhor as relações existentes entre a disciplina apresentada em sala de aula e a sua real aplicação na realidade. As noções próprias do processo ensino-aprendizagem fornecem recursos e instrumentos para que possam interagir com seu meio ambiente.” (NUNES, 2009)

Conhecer o aterro sanitário será uma etapa fundamental à continuidade das atividades. Conhecê-lo significa descobrir o destino dado às toneladas de lixo diariamente despejadas, assim como o processo de reciclagem. É demonstrando essa realidade que esperamos sensibilizar os alunos quanto ao bom manuseio dos resíduos e apresentar a relevância do



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aterro sanitário e do bom descarte do lixo para a criação de um ambiente mais saudável para todos.

3.5 Documentário: ilha das flores

A abordagem do documentário “Ilha das Flores” é uma atividade já realizada. O

micro-filme, lançado em 1989 e dirigido pelo cineasta Jorge Furtado, trata de questões sociais ao analisar o destino de um tomate considerado inapropriado para consumo. Sendo um filme curto, foi exibido logo após o documentário “O Lixo Extraordinário”. Assim, reaproveitamos os recursos utilizados para a execução da atividade anterior, propiciando a conciliação dos filmes para discussão.

No filme, o Sr. Suzuki é um plantador de tomates que despacha sua produção para Porto Alegre. Dona Anete, vendedora de perfumes, compra carne de porco e tomates com o lucro obtido pela venda de seus perfumes. Um dos tomates está apodrecido e é descartado, sendo recolhido e parando num dos lixões da capital gaúcha: a Ilha das Flores.

Parte do lixo orgânico é entregue a um criador de porcos. Após um tempo, um grupo de seres humanos disputa essas sobras com os animais.

Esta atividade objetivou a reflexão sobre o destino do lixo orgânico das grandes cidades e o caráter social do desenvolvimento urbano. O consumo exagerado provoca maior necessidade de produção e, consequentemente, maior quantidade de lixo. Há também a questão da coleta seletiva, que para alguns, significa a sobrevivência.

Discutir acerca do documentário “Ilha das Flores” nos faz pensar sobre a discrepância de nossa atual sociedade capitalista e consumista.

Animais e seres humanos são tratados igualmente quando a questão é o consumo de resíduos orgânicos. Assistir ao filme proporcionou uma série de reflexões importantes sobre a consequência do consumismo exacerbado. O foco do projeto está no correto descarte dos diferentes resíduos para o bem-estar coletivo. Logo, compreender a mensagem do referido filme é essencial para o sucesso das atividades e objetivos traçados.

3.6 2ª GINCANA ECOLÓGICA Para Betti e Zuliani (2002, p. 72), as atividades desportivas no contexto escolar do

Ensino Médio “devem apresentar características próprias e inovadoras, que considerem a nova fase cognitiva e afetivo social atingida pelos adolescentes.”

Com o intuito de integrar e mobilizar alunos, corpo docente e comunidade do entorno da escola, será realizada, ao final do ano letivo de 2012, a 2ª edição da Gincana Ecológica da Escola de Educação Básica João XXIII. Objetiva-se alcançar resultados ainda mais significativos que aqueles vistos na 1ª edição do evento, no qual houve uma aproximação da comunidade com a escola, bem como a sensibilização quanto à separação do lixo orgânico e reciclável, dando ênfase às latinhas de alumínio e às garrafas PET.

A gincana será divulgada aos alunos por meio de um vídeo informativo e ilustrativo, contendo imagens da edição passada, a fim de estimulá-los a participar. Este será o momento de inscrição dos alunos nas equipes e de definição dos seus respectivos nomes. Após esta etapa, serão anunciadas algumas tarefas que devem ser cumpridas com antecedência pelas equipes, como elaboração do nome, grito de guerra, cor e vestimenta de cada uma delas, entre outras atividades a definir.

A próxima etapa será a de preparação e planejamento das tarefas-surpresas, como também de arrecadação dos materiais recicláveis na qual os alunos serão instruídos a trazer à escola, para a contagem prévia dos pontos acumulados. Estes materiais são latinhas de



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alumínio, garrafas PET e outras embalagens plásticas, papéis e óleo de cozinha usado. Os materiais arrecadados serão encaminhados para empresas especializadas em reciclagem e reaproveitamento dos referidos materiais.

Com o dinheiro arrecadado pela venda dos materiais citados acima, serão providenciados prêmios para a equipe vencedora e também para as outras equipes participantes da Gincana. Ferreira (2010, p. 97) é da opinião de que “[...] se tomamos a vitória como objetivo principal da competição, é muito pouco provável que aqueles que nunca conseguem vencer uma prova de corrida, de salto ou um jogo sintam prazer em participar de atividades competitivas.” Com base nisto, optou-se por organizar um café da manhã de confraternização entre as equipes participantes que não venceram, como forma de estímulo e recompensa pelo esforço e comprometimento depositado nas tarefas referentes à gincana. A equipe vencedora será contemplada com uma viagem de lazer, com destino ainda a ser definido pela comissão organizadora.

Os bolsistas de Ciências Biológicas serão responsáveis por passar aos alunos a mensagem dos 5 R’s: Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Recusar e Repensar. A abordagem será por meio de palestras expositivas, QUIZ de perguntas e respostas, elaboração de textos que demonstrem o ponto de vista dos alunos e mesas-redondas a respeito do tema.

Na área de Letras, a responsabilidade será de elaborar, executar e avaliar as tarefas que envolvam algum tipo de linguagem, como música, teatro, ou mesmo, a escrita.

As bolsistas da área de Matemática ficarão responsáveis pelo processamento e contagem dos pontos, contabilizando cada material arrecadado e registrando na tabela geral de pontos.

Em suma, todo o processo de planejamento e execução da 2ª Gincana Ecológica da E. E. B. João XXIII envolverá a participação ativa e indispensável dos bolsistas do PIBID de todas as áreas, das supervisoras de área e também de todo o corpo docente da escola. Sem esta integração e esforço coletivo, o sucesso do evento estaria comprometido, bem como o alcance dos objetivos traçados inicialmente.

4 Considerações Finais

Segundo David Simon (1996), os seres humanos deparam com desafios à medida que

se aproxima o novo milênio. Buscamos novos caminhos para atender às exigências da modernidade à proporção que seu fluxo contínuo de informações nos solicita a atenção.

O desenvolvimento científico e econômico da humanidade proporciona, cada vez mais, uma série de confortos e facilidades. Entretanto, esse desenvolvimento causou problemas ambientais. A emissão de gases tóxicos e o acúmulo de lixo se tornaram uma constante em nossa sociedade.

É sabido que o descarte inadequado de resíduos provoca uma série de problemas: prejudica a estética das cidades; causa doenças; destrói o meio ambiente e gera gastos desnecessários ao Estado.

Não preservar o ambiente em que vivemos é não nos importarmos com nossas próprias vidas. Nós, enquanto escola e futuros educadores, e como partes de uma comunidade integrada, não podemos admitir o desperdício exagerado de nossos recursos naturais.

Visando propiciar aos alunos a importância que tem o descarte adequado do lixo, surgiu a ideia de sensibilizá-los através de ações educativas e relevantes para o meio ambiente, levando em consideração o bem-estar coletivo.

O aluno, cidadão, deve se conhecer primeiro como sujeito consumidor. As toneladas de lixo produzidas muitas vezes são pelos desejos passageiros dos seres humanos. Um dos ensinamentos do projeto é para que as pessoas saibam diferenciar o que é relevante para si e



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para o mundo moderno e descartem, por mais difícil que seja, a ideia de consumir desnecessariamente.

O projeto “Descarte Adequado de Resíduos para o Bem-estar Coletivo” encontra-se no estágio inicial. Relacionado à educação ambiental, seus resultados serão observados a longo prazo, apesar de já ser possível perceber a empolgação dos alunos e a importância desse projeto para suas famílias, visto que todos têm consciência de que precisam fazer algo pela natureza.

Ressalta-se, ainda, o valor da interdisciplinaridade, já que, durante todo o projeto, envolveremos os conteúdos de Biologia, Geografia, Matemática, Língua Portuguesa, Sociologia, Filosofia e Artes. A integração é possível e torna a aprendizagem motivadora para professores e alunos, proporcionando o conhecimento a partir de preocupações que afetam a própria comunidade. Assim sendo, é importantíssimo que atividades que despertem a consciência ecológica sejam realizadas no âmbito escolar.

No desenrolar do projeto, toda a comunidade será envolvida de forma integrada na busca pela difusão de novas práticas diárias, pequenas atitudes que, a longo prazo, propiciam o respeito ao meio ambiente e qualidade de vida. Diante desta era na qual os objetos são facilmente descartados sem avaliação de valor, a prática do correto descarte, da redução do consumo e da reciclagem geram uma economia na renda familiar, além de despertar a comunidade escolar no âmbito social quanto ao preconceito associado às profissões e pessoas que sobrevivem do lixo.

Planejar previamente é necessário para o sucesso das atividades, no entanto, ser professor é como escrever um texto, inacabado, sempre haverá algo novo a compartilhar. Assim é no desenvolvimento das atividades propostas no decorrer do projeto. É preciso construir o próprio repertório incorporando aspectos teóricos apropriados durante a graduação.

A cada novo passo, foram realizadas reuniões com a participação efetiva do corpo escolar e ao final de cada etapa, este avaliou se o planejamento foi apropriado e os objetivos previamente estabelecidos foram atingidos com êxito. Questionar a todo o momento a própria prática é uma estratégia fundamental na formação docente, pois não há atalho para o aprimoramento profissional. Com a discussão de ideias e experiências, inferiu-se que o erro possui o seu valor.

A partir as oficinas teórico-práticas, o projeto propicia a descoberta de novos talentos para as construções culturais e artísticas, o aprimoramento de potencialidades para o trabalho artesanal, o aguçar da criatividade e do raciocínio lógico na busca por novas idéias de aproveitamento dos materiais para a confecção de objetos, promove o aprendizado do valor e o rever do significado atribuído aos materiais facilmente descartados.

Com as facilidades e atrativos da internet, as pessoas desenvolvem a prática do isolamento em detrimento da prática do convívio e troca real de calor humano. Em contrapartida, o mercado atual exige dos profissionais a capacidade de trabalho em equipe. Diante deste cenário adverso, a escola busca a partir das atividades lúdicas, estimular a promoção do respeito mútuo às diferenças, capacidade de liderança, atenção às normas e regras de conduta, articular-se na hierarquia entre líderes e liderados no corpo corporativo.

Na sala de aula, o professor aprende novas metodologias e didáticas de ensino. Destaca-se neste contexto, a necessidade que o educador apresenta de conhecer as tendências que envolvem a educação e as variáveis que podem interferir direta ou indiretamente no processo ensino-aprendizagem. O projeto desenvolve a capacidade de trabalhar temas transversais integrados ao conteúdo regular. É um desafio, mas com esforço e dedicação, tornou-se possível promover a prática da pedagogia histórico-cultural dos conteúdos em detrimento da pedagogia tradicional.



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Será possível descobrir, então, que o manejo correto do lixo traz um sem número de vantagens. A reciclagem, por exemplo, reduz o volume de lixo, o que contribui para a diminuição da poluição e contaminação do meio-ambiente. Atitudes e hábitos como estes trazem resultados efetivos para melhorar a qualidade de vida.

Referências

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