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Desafios no dia-a-dia: experiências de brasileir@s no Reino Unido Ana Souza & Yara Evans 7 de setembro de 2015 ISBN: 978-1-910195-07-9

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Desafios no dia-a-dia: experiências de

brasileir@s no Reino Unido

Ana Souza & Yara Evans

7 de setembro de 2015

ISBN: 978-1-910195-07-9

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ÍNDICE

Lista de Gráficos e Mapas .......................................................................................... 3

Apresentação .............................................................................................................. 4

Sobre as Autoras......................................................................................................... 5

Relatório ..................................................................................................................... 6

Metodologia ................................................................................................................ 6

Tipo de Afiliação ......................................................................................................... 7

Afiliação segundo o gênero ......................................................................................... 7

Idade ........................................................................................................................... 7

Origem no Brasil ......................................................................................................... 8

Nacionalidade ........................................................................................................... 10

Nível Educacional ..................................................................................................... 10

Conhecimento da Língua Inglesa ............................................................................. 10

Ocupação ................................................................................................................... 11

Residência em Londres ............................................................................................ 12

Auxílio e Orientação ................................................................................................. 13

Conclusão .................................................................................................................. 16

Referências ............................................................................................................... 20

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Lista de Gráficos e Mapas

Gráfico 1: Afiliação segundo o gênero (2009 e 2014) .................................................... 7

Gráfico 2: Idade (2009 e 2014) ...................................................................................... 8

Mapa 1: Origem no Brasil (2009 e 2014) ....................................................................... 9

Gráfico 3: Origem no Brasil (2009 e 2014) ................................................................. 10

Gráfico 4: Nível de Conhecimento da Língua Inglesa (2009 e 2014) .......................... 11

Gráfico 5: Ocupação (2009 e 2014) ............................................................................. 12

Mapa 2: Residência em Londres (2009 e 2014) .......................................................... 12

Gráfico 6: Assuntos Tratados (2009 e 2014) ............................................................... 14

Gráfico 7 : Assuntos Tratados Segundo a Nacionalidade (2009 e 2014) .................... 15

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Apresentação O GEB (Grupo de Estudo sobre Brasileiros no Reino Unido) foi fundado em 2008 por um grupo de pesquisadoras1 com o objetivo de investigar e debater questões relativas à população brasileira que aqui vive. Em seus sete anos de existência, o GEB tem promovido uma série de atividades que contribuem para a visibilidade d@s imigrantes brasileir@s no Reino Unido, assim como, para um melhor entendimento sobre questões que afetam esse grupo em específico. Como exemplos dessas atividades, citamos a organização de seminários regulares, onde pesquisadores e estudantes discutem seus trabalhos acadêmicos, e do evento bienal que tem o intuito de estimular o diálogo entre a academia e representantes da comunidade brasileira no Reino Unido. O GEB também tem contribuído para o enriquecimento da literatura sobre esses imigrantes com publicações, tais como:

Evans, Yara; Tonhati, Tânia & Souza, Ana. (2013) Imigrantes Brasileiras pelo Mundo. Londres: GEB/Goldsmiths/Queen Mary/IOE, University of London.

Evans, Yara; Tonhati, Tânia; Dias, Gustavo; Brightwell, Maria Das Gracas; Sheringham, Olivia; Souza, Ana & Souza, Cleverson (2011) ‘Brazilians in London: A Report’ in Canadian Journal of Latin American and Caribbean Studies, 36(71): 235-248, DOI: 0.1080/08263663.2011.10817006

Evans, Yara; Tonhati, Tânia; Tentoni-Dias, Gustavo; Brightwell, Maria das Graças; Sheringham, Olivia; Souza, Ana & Souza, Cléverson. (2011) Por uma vida melhor: Brasileiros em Londres. Londres: GEB/Goldsmiths/ Queen Mary/Royal Holloway, University of London.

(2010) ‘Brasileiros em Londres: dossiê’ In Revista Travessia. Essas e outras publicações estão disponíveis em http://geb2008.wordpress.com. Comentários sobre esse relatório podem ser dirigidos a Yara Evans: [email protected]

1 *O GEB foi fundado por Ana Souza (Institute of Education, University of London), Denise Garcia (University of

East London) and Tamara Oliven (University College London) em 28 de abril de 2008.

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Sobre as Autoras Dra Yara Evans, Pesquisadora Visitante, Queen Mary, Universidade de Londres www.geog.qmul.ac.uk/staff/evansy.html Dra. Yara Evans é formada em História pela Unicamp e em Geografia Humana, pela London Metropolitan University. Obteve o mestrado em Geografia pela Royal Holloway, University of London, e o doutorado em Geografia pela University of Wales Aberystwyth. É pesquisadora na School of Geography, Queen Mary, University of London desde 2004. Seu principal tema de pesquisa é imigração ao Reino Unido, com especial enfoque nas experiências de imigrantes de baixa renda, e também brasileiros e latino-americanos. Integrante do GEB desde 2008, liderou pesquisa sobre brasileiros em Londres que produziu um dos primeiros perfis sócio-econômicos desse importante grupo da chamada ‘nova imigração’, cujos resultados foram reportados no relatório Por Uma Vida Melhor: Brasileiras e Brasileiros em Londres (2011). É também orientadora do mestrado à distância do Centre for Development, Environment and Policy da School of Oriental and African Studies (SOAS), University of London, e Associate Lecturer da Open University. Dra Ana Souza, Acadêmica Visitante, UCL, Institute of Education, London www.ioe.ac.uk/staff/66915.html Dra. Ana Souza lecionou inglês como língua estrangeira (EFL) no Brasil antes de fazer Mestrado em Ensino de Língua Inglesa na Thames Valley University (atual West London University), Londres. Tem experiência no ensino de inglês para falantes de outras línguas (ESOL), português para adultos (PLE) e crianças (POLH) em Londres, onde co-fundou a Abrir, Associação Brasileira de Iniciativas Educacionais no Reino (www.abrir.org.uk). Ana também co-fundou o GEB. Para sua tese de doutorado na Universidade de Southampton, estudou língua e identidade junto à comunidade brasileira no Reino Unido. Sua área de pesquisa inclui bilinguismo, o ensino de Português como Língua de Herança e a formação de professores de línguas. Seus artigos podem ser encontrados em revistas acadêmicas tais como Curriculum Planning, Current Issues in Language Planning, Portuguese Studies, International Journal of Multilingualism e Women’s International Studies Forum. No momento, é Acadêmica Visitante na UCL, Institute of Education, London.

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Relatório

Introdução

O Reino Unido é o terceiro país europeu em número de emigrantes brasileiros (MRE, 2012), porém é na capital Londrina que a maioria deles se estabelece (Evans, 2011). Assim, o aumento da quantidade e da variedade de serviços oferecidos por brasileir@s para brasileir@s em Londres tem sido percebido desde o início do significativo crescimento de emigrantes brasileir@s em meados dos anos 80. A presença do comércio de produtos alimentícios (o qual engloba restaurantes, mercearias, açougues e cafés – ver Aguiar, 2009; Brightwell, 2010), da indústria de beleza (o qual engloba lojas de produtos, manicures, massagistas, esteticistas e cabeleireiros – ver Figueiredo, 2010) e da indústria de cultura (ver Frangella, 2010) é visível em vários bairros londrinos. Também é facilmente notada a presença de organizações que visam prestar assistência a esse grupo de imigrantes. Existem várias organizações religiosas com ligações com o Brasil (ver Sheringham, 2013; Souza, 2016), assim como instituições educacionais brasileiras (ver Souza & Gomes, 2016) e as que prestam assistência em relação a questões de saúde sexual e a questões imigratórias (ver Souza, 2010). No entanto, pouco se sabe sobre o perfil d@s brasileir@s que fazem uso dos serviços prestados pelas organizações assistenciais que não tenham cunho religioso.

Desta maneira, temos como objetivo apresentar o primeiro relatório escrito no Reino Unido sobre @s brasileir@s que usam uma das organizações brasileiras em Londres que presta assistência a esse grupo de emigrantes e que não possui cunho religioso: a Casa do Brasil em Londres. A Casa do Brasil em Londres, como descrito em sua website (http://www.casadobrasil.org.uk) ‘é uma companhia limitada por garantias funcionando em forma de associação, registrada em 4/8/2009 junto ao Companies House sob número 6980167’. Na data de coleta de dados em junho de 2014, a Casa do Brasil em Londres possuía 5.000 associados, conforme informação fornecida por seu fundador e diretor, o Sr. Carlos Mellinger.

Este relatório é mais uma contribuição do Grupo de Estudos sobre Brasileiros no Reino Unido (GEB) para um melhor entendimento das experiências de imigração de brasileir@s e o qual reforça a ideia de que @s emigrantes brasileir@s em Londres ‘realizam práticas que apontam mais para um suposto processo de fixação do que de retorno’ (Martins Jr & Dias, 2013), tais como obtenção de dupla nacionalidade e formação de famílias.

Metodologia

Os dados foram obtidos de dois períodos distintos de afiliação para permitir uma abordagem comparativa. Do primeiro período, compreendendo o segundo semestre de 2009, foram examinados os dados de 298 associados. Do segundo período, relativo ao primeiro semestre de 2014, foram examinados os dados de 557 associados. Assim, no total foram obtidos dados de 855 associados. A seguir, reportamos os principais resultados.

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Tipo de Afiliação

Há dois tipos de afiliação possiveís: individual ou familiar. Os afiliados individuais compunham 58% do total de afiliados em 2009, sendo os restantes 42% afiliados como família. Já em 2014 observa-se uma diferença nessa composição, com os afiliados individuais perfazendo 52% de todos os afiliados, enquanto os afiliados como família constituíam 48% do total de afiliados.

Afiliação segundo o gênero

O gráfico 1 mostra a afiliação segundo o gênero. Conforme se vê, a proporção de mulheres que se associaram à Casa do Brasis é superior a parcela dos homens tanto em 2009 (51%) quanto em 2014 (55%).

Gráfico 1: Afiliação segundo o gênero (2009 e 2014)

Idade

Em termos da distribuição dos associados segundo a faixa etária, o Gráfico 2 mostra que a maior proporção consiste de pessoas de idade entre 30 e 39 anos em ambos os períodos. Contudo, observa-se também um diferença de quase 10 pontos percentuais entre a proporção de brasileiros que pertenciam a essa faixa em 2009 (29.5%) e em 2014 (39.5%). O segundo grupo mais numeroso em ambos os períodos é o dos associados de idade entre 20 e 29 anos, observando-se uma maior proporção destes em 2009 (26.8%) do que em 2014 (20.8%). O gráfico mostra também as parcelas de associados pertencentes às faixas etárias acima de 39 anos, com pouca variação nas mesmas entre um período e outro. Outro resultado a se ressaltar é presença de crianças (0-14), compreendendo proporções similares nos dois períodos (9.6% em 2009; 9.8% em 2014). Observa-se, porém, diferença na proporção de jovens nos dois períodos (5.8% em 2009; 3.5% em 2014). Os dados sobre crianças e jovens, evidenciam, assim, presença de famílias e de integrantes de primeira geração (brasileiros nascidos no Reino Unido).

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Gráfico 2: Idade (2009 e 2014)

Origem no Brasil

O Mapa 1 mostra a origem no Brasil dos associados segundo o estado em que nasceram. Conforme se pode verificar, grande parte d@s brasileir@s é oriunda dos estados da região Sudeste e Sul, confirmando o papel desses estados como polos de emigração no Brasil, conforme apontado por outros estudos (Evans et al 2007; Evans et al 2011).

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Mapa 1: Origem no Brasil (2009 e 2014)

O Gráfico 3 mostra, por sua vez, a parcela de cada um dos estados onde nasceram os associados nas duas principais regiões do Brasil. O gráfico mostra que São Paulo sobressai-se como o estado onde nasceu a maior parcela dos associados de toda a amostragem, tanto em 2009 (20.8%), quanto em 2014 (18.5%). Ainda na região Sudeste, verifica-se que em Minas Gerais nasceu a segunda maior parcela de associados de toda a amostragem nos dois períodos (16.4% em 2009; 11.5% em 2014). Já na região Sul, o Paraná destaca-se como o estado em que nasceu a maior parcela de associados da amostragem em ambos os períodos (15.4% em 2009; 16.5% em 2014).

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Gráfico 3: Origem no Brasil (2009 e 2014)

Nacionalidade

Muitos dos associados obtiveram uma segunda nacionalidade. No período de 2009, pouco mais de um terço dos afiliados possuíam uma nacionalidade europeia (36%), enquanto que no período de 2014, esse grupo constituia dois quintos da amostragem (41%). As duas nacionalidades mais mencionadas nos dois períodos dentre todas as nacionalidades obtidas foram a italiana (24% em 2009; 26% em 2014) e a portuguesa (8% em 2009; 10% em 2014).

Nível Educacional

Os dados mostram que os associados haviam atingido um médio ou alto nível educacional no Brasil, novamente confirmando dados obtidos em outras pesquisas (Evans et al 2007; Evans et al 2011). Assim, pouco menos da metade (47%) havia cursado o nível médio em 2009, ao passo que em 2014 pouco mais da metade (55%) havia cursado esse nível. Acima de dois quintos (43%) dos associados em 2009 haviam cursado o nível superior, enquanto que em 2014 um terço (34%) dos associados haviam cursado esse nível. Cerca de 5% dos associados em ambos os períodos cursaram a pós-graduação. Igualmente, cerca de 5% dos associados em ambos os períodos haviam cursado apenas o nível fundamental de ensino.

Conhecimento da Língua Inglesa

Os associados avaliaram seu próprio nível de conhecimento da língua inglesa, utilizando uma escala onde um extremo corresponde à categoria ‘Nenhum’, e o outro extremo corresponde à categoria ‘Excelente’. O Gráfico 4 mostra a distribuição dos dados segundo essa auto-avaliação.

6.7

2.3

20.8

16.4

2.7

15.4

5.4

4.8

18.5

11.5

5.2

16.5

0 5 10 15 20 25

ES

RJ

SP

MG

SC

PR

2014 2009

Origem no Brasil: Principais Estados (%)

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Gráfico 4: Nível de Conhecimento da Língua Inglesa (2009 e 2014)

Ocupação

Grande parte dos associados nos dois períodos revelou as atividades a que se dedicavam, conforme se verifica no Gráfico 5. Destacam-se duas categorias de atividades que apresentam proporções próximas nos dois períodos. Assim, 12% da amostragem em 2009 se dedicava à serviços de hotel, restaurante, bar e café, enquanto que em 2014 essa parcela correspondia a 10%. Igualmente, em 2009, 13% dos associados eram autônomos, proporção que em 2014 correspondia a 15%. Pode-se observar também que a parcela dos menores de idade (que portanto não exerciam atividade remunerada) exibe pouca diferença nos dois períodos, correspondendo a 8% em 2009, e a 10% em 2014.

Observam-se, porém, algumas diferenças nos dois períodos, entre associados que se dedicavam a dois grupos de atividades. Assim, nota-se uma diferença de seis pontos percentuais entre a proporção dos associados que em 2009 declarou se dedicar a serviços de limpeza, segurança e transporte (18%), e a parcela dos que assim se declararam em 2014 (12%). Ressalta-se também a diferença de setes pontos percentuais entre os associados que eram estudantes em 2009 (12%) e em 2014 (5%). Finalmente, há que ressaltar que proporções significativas da amostragem de associados nos dois períodos não declararam as atividades a que se dedicavam, correspondendo a pouco mais de um quarto (27%) em 2009, e a quase dois quintos (39%) em 2014.

0 5 10 15 20

Nenhum

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Excelente

2014

2009

Nível de Conhecimento da Língua Inglesa (%)

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Gráfico 5: Ocupação (2009 e 2014)

Residência em Londres

O Mapa 2 mostra o bairro de domicílio em Londres d@s brasileir@s que se associaram à Casa do Brasil em 2009 e em 2014.

Mapa 2: Residência em Londres (2009 e 2014)

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Vale ressaltar que nem todos os que se associaram nos dois períodos residiam em Londres, constituindo porém uma minoria. Assim, 9 entre 10 dos associados em 2009 residiam na capital britânica (91%), proporção que em 2014 correspodia a 83% dos associados.

Conforme se pode observar no Mapa 2, os associados encontram-se distribuídos em muitos dos bairros da capital londrina. Ressalta-se sobretudo que os bairros que constituem o cinturão interno de Londres abriga os maiores grupos dos associados nos dois períodos, particularmente Brent, Haringey, Lambeth, Southwark e Tower Hamlets. Nota-se também a ausência de associados que residissem em alguns dos bairros dos cinturão externo de Londres (Redbridge, Havering, Barking and Dagenham, Bexley, Hounslow e Sutton).

Em relação às diferenças observadas entre o número de associados nos dois períodos que residiam no mesmo bairro, destacam-se os maiores grupos em 2014 em Barnet, Camden, Enfield, Hackney, Hillingdon, Islington Newham, e Waltham Forest. Finalmente, nota-se a presença de associados residindo em Croydon e Bromley em 2014, o que não era ocorrera em 2009.

Auxílio e Orientação

@s brasileir@s que procuram a Casa do Brasil afiliam-se para obter auxílio ou orientação para assuntos específicos. Em 2009, pouco mais da metade dos associados procurava a entidade para tratar de apenas um tema (52%). Cerca de um quarto dos associados requeria os serviços da entidade para tratar de dois assuntos (24%), enquanto outro quarto (24%) buscava auxílio para lidar com três ou mais assuntos. Observam-se algumas diferenças com relação aos dados para os associados em 2014. A grande maioria dos que haviam se associado nesse período (83%) buscava orientação para tratar de um apenas um assunto. O restante dos associados buscava auxílio para tratar de dois assuntos (12%), ou três ou mais assuntos (5%).

O Gráfico 6 mostra os assuntos para os quais os brasileiros buscaram orientação ou auxílio ao se afiliarem à Casa do Brasil nos dois períodos. Conforme se pode verificar, destaca-se nos dois períodos a busca de auxílio para questões ligadas à imigração, correspondendo às maiores parcelas dos que se associaram à entidade nos dois períodos, sem diferença representativa entre as mesmas (35% em 2009; 38% em 2014). Questões ligadas ao trabalho e ao National Insurance Number (NINO - equivalente britânico do CPF, Cadastro de Pessoa Física, no Brasil) foram responsaveís pela associação à entidade de 12% da amostragem, tanto em 2009 quanto em 2014.

O assunto que levou à afiliação à Casa do Brasil nos dois períodos e que mostrou a maior diferença percentual em termos de sua parcela nas amostragems foi Casamento/Família. Assim, em 2009, apenas 5% de todos os associados haviam procurado a entidade para tratar desse assunto, enquanto que em 2014, os associados que buscavam orientação sobre esse assunto compreendiam 17% de toda a amostragem.

Outras categorias de assuntos que levaram brasileiros a buscarem a Casa do Brasil e cujas parcelas nas amostragens apresentaram um diferencial percentual entre os dois períodos foram a de Jurídico e a de Impostos. Assim, em 2009, 13% dos que haviam se associado buscavam orientação sobre questões de cunho jurídico, comparado a 19% dos que haviam se associado em 2104 para tratar desse assunto. Igualmente, em 2009, somente 4% dos que haviam se associado à entidade buscavam orientação

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para questões relativas a impostos, enquanto que em 2014, os que buscavam orientação sobre esse assunto correspondiam a 10% de todos os associados. Finalmente, ressalta-se também a busca para orientação relativa a assuntos de Saúde, correspondendo a 2% dos que haviam se associado em 2009, e a 7% dos que se associaram em 2014.

Gráfico 6: Assuntos Tratados (2009 e 2014)

O Gráfico 7 mostra os assuntos para os quais os brasileiros e brasileiras buscaram orientação junto à Casa do Brasil, segundo sua nacionalidade (se apenas brasileira [NB] ou se dupla [ND]). O gráfico mostra uma diferença importante entre a proporção de associados que possuíam a nacionalidade brasileira e que mencionaram o visto como a razão para se associarem à entidade nos dois períodos (71% em 2009; 51% em 2014). Esse assunto também foi importante para associados que possuíam mais de uma nacionalidade nos dois períodos, sendo mencionados pela mesma proporção de associados (48% em 2009 e em 2014).

Também verifica-se no Gráfico 7 que questões relativas ao NINO/trabalho foram mencionados por quase um terço (32%) dos que se associaram a entidade em 2009 e que possuíam a dupla nacionalidade. O contraste é importante em relação aos que se enquadravam nessa categoria em 2014, correspondendo a quase um quarto (23%) dos associados. O contraste é mais marcante ainda em relação aos associados que possuíam mais de uma nacionalidade nos dois períodos e mencionaram esse assunto como tendo sido a razão para se associarem à entidade (16% em 2009; 14% em 2014).

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Observa-se ainda que dois outros assuntos foram mencionados por proporções importantes de associados nos dois períodos. Assim, pouco mais de um quarto (27%) dos que possuíam dupla nacionalidade em 2009 mencionaram ter procurado a Casa do Brasil para tratar de temas ligados a impostos. Igualmente, mais de um quarto (29%) dos que possuíam apenas a nacionalidade brasileira buscaram a entidade para tratar de temas ligados a Casamento/Família.

Finalmente, vale ressaltar que temas ligados a questões jurídicas foram mencionados por parcelas expressivas de associados segundo a nacionalidade como sendo a razão de terem se associado à Casa do Brasil nos dois períodos. Assim, o assunto Jurídico foi mencionado por volta de um quarto dos associados com a nacionalidade brasileira (24%) e associados com dupla nacionalidade (25%). Contudo, enquanto esse assunto foi mencionado por 18% dos associados de dupla nacionalidade em 2014, cerca de 29% dos associados com nacionalidade brasileira o mencionaram como o assunto que os levou a buscarem auxílio junto à Casa do Brasil.

Gráfico 7 :Assuntos Tratados Segundo a Nacionalidade (2009 e 2014)

Conclusão

Esse relatório analisou dados relativos a 855 associad@s da Casa do Brasil em Londres e os quais pertencem a dois grupos: (a) os 298 indivíduos que se associaram no primeiro semestre de funcionamento da organização, isto é, julho a dezembro de 2009, e (b) os 557 indivíduos que se associaram no semestre em que os dados foram analisados, janeiro a junho de 2014.

0 20 40 60 80

Visto

Impostos

NINO/Trabalho

Casamento/Famí…

Saúde

Educação

Finanças

Benefícios

Polícia

Jurídico

ND2014

ND2009

NB2014

NB2009

Assuntos Tratados Segundo a Nacionalidade

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A análise comparativa desses dois grupos foi feita com o uso de dez categorias. Foram elas: (1) o tipo de afiliação, (2) afiliação segundo o gênero, (3) idade, (4) local de origem no Brasil, (5) nacionalidade, (6) nível educacional, (7) conhecimento da língua inglesa, (8) ocupação, (9) residência em Londres, e (10) auxílio e orientação.

Algumas características d@s afiliad@s da Casa do Brasil em Londres não sofreram alterações entre os dois períodos. A questão de gênero é uma delas. Tanto em 2009 quanto em 2014, a proporção de mulheres equivale a um pouco mais da metade do total de associados. Esse quadro reflete os dados do IBGE (2011a) que apresentam as mulheres como constituindo 54% d@s brasileir@s que vivem no exterior. É importante ressaltar que o reconhecimento do aumento de mulheres na imigração internacional em geral passou a ser foco de pesquisa apenas nos últimos 30 anos (Takeda, 2012). Considerando mais precisamente as emigrantes brasileiras nos últimos cinco anos, citamos estudos feitos nos EEUU (e.g. de Oliveira Assis, 2014), em Portugal (Padilha & Gomes, 2012), no Reino Unido (Souza, 2015) e em vários outros países (Evans et al, 2013).

Ao analisarmos o local de origem d@s emigrantes brasileir@s associad@s à Casa do Basil em Londres, notamos que as regiões Sudeste e Sul foram as citadas por sua maioria nos dois períodos, isto é, em 2009 e em 2014. Dessas regiões, tiveram destaque os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, como constatado em estudos realizados anteriormente na Inglaterra por Evans et al (2007; 2011). Essas regiões também foram contabilizadas no Censo 2010 como sendo as de origem para o maior número de brasileir@s que partiram rumo ao exterior como um todo (Oliveira, 2013). É interessante notar que outras regiões mencionadas nesse Censo não apareçam entre os dados da Casa do Brasil em Londres. São elas: Goiás, Rio de Janeiro e Bahia (Oliveira, 2013).

Quanto ao local de moradia, os bairros da cidade de Londres continuam a vigorar como sendo onde a grande maioria d@s imigrantes brasileir@s reside. Refletindo o quadro apresentado em estudos com latinoamerican@s (McIlwaine et al, 2011), falantes de português (Eversley et al, 2010) e escolas complementares brasileiras (Souza & Barradas, 2014) nesta capital, @s brasileir@s associad@s à Casa do Brasil em Londres concentram-se nos bairros de Brent, Lambeth e Tower Hamlets. Nota-se em 2014, porém, o início de presença de brasileir@s em dois outros bairros: Croydon e Bromley. Essa expansão para bairros mais distantes pode estar relacionada com os valores relativos à moradia em Londres, que tem subido constantemente desde 2012 (ONS, 2014).

Houve poucas mudanças também em relação à idade d@s associad@s. A concentração d@s afiliad@s à Casa do Brasil em Londres continua a ser na faixa de 30-39 anos, Ressalva-se, porém, um aumento percentual de 10 pontos na proporção de imigrantes brasileir@s nessa faixa etária em 2014. Já na segunda faixa com maior concentração, a de 20-29 anos, houve uma diminuição na proporção de afiliad@s. Esse quadro indica um possível envelhecimento dos imigrantes brasileir@s no Reino Unido, onde os afiliad@s na faixa de 50-59 anos, assim como na faixa de 30-39 anos, estão em número maior em 2014. Essa é uma tendência importante a ser acompanhada.

A questão do perfil d@s afiliad@s por faixa etária parece estar fortemente ligada ao tipo de afiliação. Nota-se um aumento de afiliad@s do tipo familiar em 2014 em relação ao tipo individual e com referência aos afiliad@s em 2009. Essa diferença sugere duas possíveis mudanças que merecem uma investigação mais detalhada. A

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primeira possibilidade é a de que a imigração brasileira esteja deixando de ser um projeto individual, como originalmente classificada (IBGE, 2011b), e tornando-se um projeto familiar. A outra possibilidade é a de que novas famílias são formadas após o processo de imigração. Essa última consideração é reforçada pelo aumento de 5% em 2009 para 17% em 2014 de afiliações que buscaram orientação sobre o assunto Casamento/Família. É bem verdade que crianças e jovens já apareciam entre os associados de 2009. Nota-se porém um pequeno aumento na porcentagem de crianças (0 a 14 anos) e uma diminuição na porcentagem de jovens (15 a 19 anos) em 2014.

A importância de se considerar a experiência de crianças e jovens com ênfase em grupos de indocumentados foi realçada por Nando & Hughes (2012) e Bloch et al (2009), respectivamente. Crianças e jovens brasileiros participaram desses estudos, os quais mostraram uma gama de dificuldades enfrentadas por esses imigrantes, inclusive acesso à saúde e à educação.

Independente de status imigratório, o aumento no número de crianças e jovens com pelo menos um dos genitores sendo brasileir@ chama atenção para a problemática do ensino de português como língua de herança (POLH). Essa questão tem recebido atenção de acadêmicos em várias partes do mundo (e.g. Revista PLATÔ2), inclusive do próprio Reino Unido (e.g. Revista SIPLE3, 2014).

Outra questão educacional apontada pelos dados da Casa do Brasil em Londres relaciona-se ao nível de escolaridade. A porcentagem de afiliad@s que apenas possuem nível fundamental de ensino e a dos que possuem graduação permaneceu igual em 2009 e em 2014, isto é, 5% cada. É interessante notar, porém, que o número de associados com nível médio aumentou para 54%, enquanto os que possuem nível superior diminuiu para 35%. Os dados quantitativos coletados não possibilitaram que fosse acessada informação sobre onde as qualificações foram obtidas – se no Brasil ou no Reino Unido, nem sobre o impacto dos diferentes niveis educacionais nas experiências de imigração.

Tampouco foi possível verificar onde e como @s afiliad@s à Casa do Brasil em Londres aprenderam inglês. Porem, @s afiliad@s fizeram uma auto-avaliação de sua competência nessa língua. Verificou-se, então, paridade entre os que consideraram ter um domínio excelente dessa língua, 8%, e os que consideraram ter nenhum conhecimento, 7%. Outros 20% declararam ter pouca competência em inglês em 2014, enquanto que em 2009, a maioria declarou ter competência mediana em inglês. Auto-avaliações são sempre questionáveis, por isso, sugerimos uma investigação mais sistemática desta questão. De qualquer maneira, há indícios de que essa é uma área em que os associados se beneficiariam de um maior apoio. Essa é uma necessidade que também foi verificada em um grupo mais diversificado de participantes (ver Evans et al, prelo).

Considerando a ocupação dos associados, houve uma diminuição na porcentagem de trabalhadores na área de limpeza, segurança e transporte, assim como na porcentagem de estudantes. Tendo conhecimento de que o Reino Unido é o segundo país com o maior número de alunos do Programa Ciências sem Fronteiras4, os dados

2 www.youblisher.com/p/781082-Plato-Volume-1-N-2-Coloquio-da-Praia-V1-1

3www.siple.org.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=69&Itemid=112

4www.cienciassemfronteiras.gov.br/web/csf/views/-/journal_content/56_INSTANCE_VF2v/214072/5086201

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d@a filiad@s à Casa do Brasil em Londres parecem estar limitados a um grupo específico de estudantes. Assim, faz-se necessário que essa categoria seja melhor explorada. Também é relevante considerar a causa de uma proporção significativa d@as afiliad@s não ter declarado sua ocupação nos dois períodos sendo investigados.

A crise econômica iniciada nos países desenvolvidos em 2008 é um dos fatores mencionados para explicar o retorno de um significativo número de emigrantes brasileir@s ao Brasil (Oliveira, 2013). No entanto, a presença de brasileir@s é notada na capital inglesa através da variedade e da quantidade de serviços oferecidos que têm como foco a ‘economia da saudade’ (Brightwell, 2012), isto é, fornecer ao emigrante acesso a produtos e serviços brasileiros. Isso talvez explique o fato de que em 2009, quase a metade d@s afiliad@s da Casa do Brasil em Londres procuravam a organização para solicitar apoio em relação a assuntos variados, enquanto que em 2014, a grande maioria procurava a organização para apenas um assunto. Em outras palavras, ao longo dos anos, outros serviços foram surgindo e é provável que organizações diferentes sejam usadas para fins específicos.

De qualquer maneira, os assuntos mais tratados pela Casa do Brasil tanto em 2009 quanto em 2014 foram imigração, trabalho e o cadastro de pessoa física na Inglaterra. Notamos, porém, um crescimento significativo na procura de ajuda a questões relacionadas com casamento/família, assuntos jurídicos e os relacionados com impostos e saúde. O aumento de procura por ajuda em relação à saude é particularmente relevante por dois motivos: o emigrante geralmente adota um comportamento de negligência em relação a sua saúde por priorizar outras atividades e/ou é excluído dos serviços de saúde por imposição pelo país que o recebe (Siqueira, 2013). Assim, esse aumento em uso dos serviços da Casa do Brasil em Londres para lidar com problemas de saúde merece ser explorado mais detalhada e aprofundadamente.

Já poucas mudanças ocorreram entre os dois períodos em relação à obtenção de dupla nacionalidade - prática comum tanto para @s afiliad@s de 2009 quanto para @s de 2014. É bem verdade que houve um aumento de cinco pontos percentuais no número de associad@s com dupla nacionalidade em 2014. Porém, as nacionalidades italiana e portuguesa continuam a ser as mais comuns e na mesma proporção, por volta dos 25% para a primeira e dos 9% para a segunda.

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Porém, ressaltamos a necessidade de estudos mais aprofundados sobre o impacto de se ter ou não dupla nacionalidade, especialmente se uma delas é europeia, nas experiências d@ emigrante brasileir@ no Reino Unido. Como indicado, uma média de 36.5% d@s afiliad@s sendo aqui relatados procuram a Casa do Brasil em Londres para trartar de assuntos ligados à imigração.

Em resumo, ao compararmos os dados coletados pela Casa do Brasil em Londres sobre o grupo de associados de seu primeiro semestre de funcionamento com o do último, foi possível perceber diferenças em relação a seis aspectos: (1) local de residência, (2) constituiçao familiar, (3) idade, (4) escolaridade, (5) nacionalidade e, (6) saúde. Os dados quantitativos coletados serão úteis para a consideração da necessidade de modificar ou não os vários serviços oferecidos pela instituição.

Além disso, esse relatório aponta para a necessidade de estudos qualitativos para um melhor entendimento sobre como as experiênicas imigratórias no Reino Unido são afetadas pelas mudanças indicadas nesse relatório.

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