desafios da gestão loco-regional para a ampliação do acesso aos preservativos masculinos e ao...
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Desafios da gestão loco-regional para a ampliação do acesso aos preservativos
masculinos e ao teste anti-HIV na Região Metropolitana da Baixada Santista
Lígia Rivero Pupo - Instituto de Saúde – SES /SP Renato Barboza - Instituto de Saúde – SES /SP
Neuber José Segri – Faculdade de Saúde Pública - USP
Porque investigar o acesso da população aos preservativos masculinos ?
• O uso do preservativo masculino - principal estratégia de prevenção da infecção pelo HIV (via sexual) –recomendação desde 1985 (CDC/EUA) e desde 1987 no Programa Brasileiro de DST/Aids.
• Distribuição gratuita de preservativos pelo governo brasileiro - expansão de 13 milhões de unidades em 1994 para 260 milhões em 2003 –um acordo entre as 3 esferas de governo (responsabilidades).
• Nº de preservativos : 2007 119,7 milhões
agosto 2008 203,2 milhões (aumento de 70%)
• Descentralização das ações de prevenção e assist. e com a política de incentivo (recursos fundo a fundo - 2002) – é fundamental investigar as condições de acesso a este insumo.
Porque investigar o acesso ao diagnóstico ao teste anti-HIV ?
• O teste anti-HIV com aconselhamento uma das primeiras estratégias (início dos anos 80) p/ prevenção, controle e monitoramento.
• (1996/1997) Introdução dos ARV e a possibilidade de se prevenir a transmissão vertical do HIV torna-se prioridade a ampliação e qualificação dos serviços para realização do diagnóstico e acompanhamento precoce dos PVHA – direito ao diagnóstico e ao tratamento.
• Sabe-se hoje que o diagnóstico tardio e o início do tratamento em estágios mais avançados da doença, estão entre as principais causas de morte por Aids no Brasil e mundo – 43% das PVHA chegam c/ sintomas.
• Estima-se que 630 mil pessoas vivam c/ HIV no Brasil - Somente 28% da população adulta (15 a 54 a) havia sido testada (PCAP, 2004).
• Estudos indicam que o diagnóstico precoce contribui p/ a prevenção secundária - o nível de relações sexuais desprotegidas é menor entre aqueles que sabem sua condição sorológica positiva.
• Para estimular a testagem e mobilizar gestores à organizar a rede de serviços (Campanha Fique Sabendo – 2003 e 2008).
Cenário da epidemia de Aids na Região Cenário da epidemia de Aids na Região Metropolitana da Baixada SantistaMetropolitana da Baixada Santista
• GVE 25 - RMBS – 4,1% da população do estado (1,6 milhão de hab) :
– Total de 9.099 casos de Aids notificados entre 1991-2007 – 6,4% do total do estado - (Boletim Epi. Aids, dez, 2007).
– GVE 25 ocupa a 3posição no n número de casos de Aids notificados no estado.
– 3 de seus municípios encontram-se entre os 15 municípios com maior numero de casos notificados do estado (Santos é o 4 c/ n casos).
– (2005): 5 de seus municípios apresentam CI /100.000 h que o do estado (15, 7) : Santos (29,7), Itanhaém (25,7), Cubatão (25,6), Mongaguá (18,8) e São Vicente (18,7).
– Santos é o 2 município c/ n de óbitos por Aids (1990 a 2006) e sua taxa de mortalidade é o dobro da média do estado p/ o ano de 2006.
– Vários de seus municípios tiveram tx mortalidade Aids que do estado (8,2%) : Santos (16,0) S Vicente (12,7) Cubatão (14,3), Peruíbe (12,5), Praia Grande (10,0).
A pesquisaA pesquisa
Objetivos:
• Verificar os principais locais de obtenção e dificuldades de acesso gratuito aos preservativos masculinos, especialmente nos serviços de atenção básica.
• Verificar a freqüência e os obstáculos para o diagnóstico anti- HIV em municípios de grande porte da RMBS.
A pesquisaA pesquisa
Metodologia: • Faz parte do “Inquérito Domiciliar sobre acesso à serviços de saúde
em municípios da Baixada Santista” - de base populacional realizado nos 5 municípios com mais de 100.000 hab – (Santos, Cubatão, São Vicente, Guarujá e Praia Grande) – abrigam 85,2% dos habitantes da RMBS.
• Aplicação de questionário estruturado aos residentes dos domicílios sorteados.
• O Bloco de DST/Aids foi aplicado a homens e mulheres maiores de 12 anos com vida sexual nos últimos 12 meses . N 3.647.
• Os resultados referentes a acesso à preservativos e à testagem anti- HIV, serão apresentados apenas para a pop. de 14 a 54 anos.
Práticas sexuais segurasPráticas sexuais seguras
• 80% dos entrevistados tiveram relação sexual no último ano (87,7% H e 73,7% M).
• 50,7 % dos entrevistados de 14 a 54 a não usou preservativo masculino nenhuma vez no último ano (54,7%M e 46,6% H).
• O uso regular de preservativo masculino foi relatado por apenas 28,2% dos entrevistado (H mais consistentes que M).
• A faixa etária mais jovem (15 a 24 a) teve a maior proporção de uso de preservativo na última relação sexual (57,1%) e a que fez uso mais consistente (45,7%).
• A freqüência do sexo mais seguro diminui com o avanço da idade e tende a crescer com o nível de escolaridade - (54,1% dos que utilizaram regularmente tem pelo menos o ensino médio).
Local de acesso aos preservativos Local de acesso aos preservativos masculinosmasculinos
Distribuição percentual do local de obtenção do preservativo masculino
(15 a 54 anos) Projeto Acesso - Baixada Santista, 2007
56,1
68,5
34,840,3
15,6
1,20
20
40
60
80
Mulheres Homens
%
Farmácia Atenção Básica Parceiro
Obstáculos para o acesso à preservativos masculinos na rede pública de saúde
17,5% encontraram dificuldades para a obtenção desse insumo na rede.
Entre os que encontraram alguma dificuldade:
• 9,4% problemas na maioria das vezes ou todas as vezes • A principal dificuldade de acesso para ambos os sexos e para todas as
faixas etárias foi a ausência ou falta de preservativo na unidade (83,3%).
• A falta de preservativos foi significativamente mais citada em S. Vicente (86,2%) do que em Cubatão (66,7%).
• Obtenção gratuita: São Vicente 49,1% Cubatão 70,1%• O problema não está na quantidade dispensada nos serviços - 87,4%
consideraram suficiente a quantidade obtida no setor público.
Realização do teste anti-HIV
PCAP 2004 – Brasil – 28,1% ESP - 39,7%
63,8
49,056,9
0
10
20
30
40
50
60
70
%
Mulheres Homens Total
Mulheres Homens Total
Percentual de entrevistados (15 a 54 anos) que fizeram teste de aids uma vez na vida, segundo sexo. Projeto Acesso –
Baixada Santista, 2007
Realização do teste anti-HIV
Distribuição percentual dos entrevistados (15 a 54 anos) que referiram já ter feito teste de aids na vida,
de acordo com sexo e faixa etária. Projeto Acesso- Baixada Santista, 2007
58,5
79,6
4633,3
55,5 52,546,4
68,7
49,1
0
20
40
60
80
100
15 a 24 25 a 39 40 a 54
%
Mulheres Homens Total
Realização do teste anti-HIV
• O acesso ao teste anti-HIV entre os entrevistados é desigual segundo o nível de escolaridade (quanto maior o nível de escolaridade, maior a proporção de indivíduos testados).
• Mais da metade dos que relataram já ter feito o teste anti-HIV na vida (51,6%), tinham pelo menos o ensino médio completo.
• 71,2% dos entrevistados analfabetos nunca realizaram o teste.
Local de acesso ao teste anti-HIV
37,6
22,718,3
24,8
12,217,814,8
10,34,6
13,9
0
10
20
30
40
50
Mulheres Homens
Atenção Básica Hospital Consultório Particular
Laboratório Particular Bancos de Sangue
Distribuição percentual do local onde realizaou o último exame de aids, segundo sexo (15 a 54 anos). Projeto Acesso – Baixada Santista, 2007
Acesso à aconselhamento pré e pós teste
45,638,2
55,4
46,3
0
10
20
30
40
50
60
Pré-teste Pós-teste
%
Mulheres Homens
Distribuição dos entrevistados (15 a 54 anos) que referiram ter recebido orientação pré ou pós-teste, segundo sexo. Projeto Acesso – Baixada
Santista, 2007
Acesso à aconselhamento pré e pós teste
38,6
2,8
10,3
46,7
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
%*
Pré Teste SIM e PósTeste SIM
Pré Teste NÃO e PósTeste SIM
Pré Teste SIM e PósTeste NÃO
Pré Teste NÃO e PósTeste NÃO
Distribuição dos Entrevistados (15 a 54 anos) que referiram ter recebido orientação ou não, no Pré e Pós Teste. Projeto Acesso - Região da Baixada
Santista - 2007
Considerações Finais
• Apesar do importante papel da rede básica no acesso aos preservativos, é necessário ampliar e organizar a distribuição desse insumo, visando um oferta mais qualificada.
• O número de indivíduos testados para o HIV nos municípios estudados é significativamente maior tanto em relação à média nacional (28,1%) como estadual (39,7%) (PCAP,2004) – mas ainda há necessidade de melhorar a cobertura de testagem.
• É preciso reduzir as desigualdades sociais (de gênero, escolaridade, sexo) que interferem diretamente no acesso da população da Baixada Santista tanto ao preservativo masculino quanto à testagem anti-HIV.
• É necessário desenvolver ações para aumentar a testagem entre mulheres acima de 40 anos e entre os homens (especialmente os mais jovens – 15 a 24 a).
• É preciso definir estratégias de divulgação dos CTA (acessar grupos vulneráveis).
• É necessário implementar ações de formação para as equipes locais no intuito de qualificar as práticas de atenção realizadas nos serviços, especialmente o aconselhamento pré e pós-teste, e a dispensação orientada de insumos de prevenção.