DERRAME DE PETRÓLEO NO DERRAME DE PETRÓLEO NO MARMAR

Por volta de 1918, com a substituição dos navios a carvão Por volta de 1918, com a substituição dos navios a carvão pelos a óleo, os despejos de óleo no mar se tornaram pelos a óleo, os despejos de óleo no mar se tornaram ocorrências freqüentes, particularmente nos portos. Esses ocorrências freqüentes, particularmente nos portos. Esses despejos eram uma grande fonte de preocupação, despejos eram uma grande fonte de preocupação, principalmente porque a Primeira Guerra Mundial principalmente porque a Primeira Guerra Mundial ameaçava começar e os focos de incêndios atribuídos a ameaçava começar e os focos de incêndios atribuídos a esses despejos acabavam com todos os esforços de esses despejos acabavam com todos os esforços de guerra da Europa ocidental e dos Americanos. Para guerra da Europa ocidental e dos Americanos. Para solucionar o problema foram introduzidas, em caráter solucionar o problema foram introduzidas, em caráter urgentíssimo, regulamentações que impunham aos navios urgentíssimo, regulamentações que impunham aos navios a obrigatoriedade de despejarem seus resíduos fora das a obrigatoriedade de despejarem seus resíduos fora das áreas portuárias. Medidas que renderam resultados áreas portuárias. Medidas que renderam resultados positivos, mas que na realidade, apenas transferiram o positivos, mas que na realidade, apenas transferiram o problema de lugar, pois o óleo era derramado na entrada problema de lugar, pois o óleo era derramado na entrada dos portos e acabava se espalhando pela costa, afetando dos portos e acabava se espalhando pela costa, afetando principalmente os pássaros. Essa situação só foi principalmente os pássaros. Essa situação só foi normalizada 30 anos depois, com o estabelecimento de normalizada 30 anos depois, com o estabelecimento de convenções e normas internacionais.convenções e normas internacionais.

                                         

Nas águas costeiras, o petróleo ou seus derivados Nas águas costeiras, o petróleo ou seus derivados podem ser liberados ao mar por: a) escape natural de podem ser liberados ao mar por: a) escape natural de depósitos geológicos de petróleo; b) perda acidental depósitos geológicos de petróleo; b) perda acidental de operações de perfurações costeiras; c) acidentes de operações de perfurações costeiras; c) acidentes

e operações negligentes durante o carregamento e e operações negligentes durante o carregamento e descarregamento de petróleo (são mais comuns); d) descarregamento de petróleo (são mais comuns); d) colisões e naufrágios resultando na perda de carga; colisões e naufrágios resultando na perda de carga;

e) lavagem dos tanques de petróleo com água do e) lavagem dos tanques de petróleo com água do mar, e f) o transporte atmosférico dos seus mar, e f) o transporte atmosférico dos seus

componentes mais voláteis. componentes mais voláteis.

Hoje sabemos que, em situações de emergência, como Hoje sabemos que, em situações de emergência, como um derramamento de petróleo, tecnologia e recursos um derramamento de petróleo, tecnologia e recursos financeiros não são suficientes - é necessário um grande financeiros não são suficientes - é necessário um grande número de pessoas habilitadas para agir.número de pessoas habilitadas para agir.

O impacto ambiental causado pelo derramamento de O impacto ambiental causado pelo derramamento de petróleo no mar acarreta sérios danos à fauna, flora, petróleo no mar acarreta sérios danos à fauna, flora, as comunidades locais, atividades pesqueiras, as comunidades locais, atividades pesqueiras, turísticas, entre outros.turísticas, entre outros.

Os derramamentos de petróleo podem afetar Os derramamentos de petróleo podem afetar diversos organismos. Dependendo da espécie em diversos organismos. Dependendo da espécie em particular, e da etapa de seu ciclo vital, os eventuais particular, e da etapa de seu ciclo vital, os eventuais derramamentos de petróleo podem incidir de forma derramamentos de petróleo podem incidir de forma mais ou menos grave nos mesmos.mais ou menos grave nos mesmos.

IMPACTO SOBRE A FAUNA:IMPACTO SOBRE A FAUNA:

Os efeitos dos hidrocarbonetos sobre os Os efeitos dos hidrocarbonetos sobre os organismos aquáticos podem ser classificados em organismos aquáticos podem ser classificados em dois tipos: a) Letais, quando há a morte dos dois tipos: a) Letais, quando há a morte dos organismos causada pela toxicidade ou por efeitos organismos causada pela toxicidade ou por efeitos físicos do produto, e; b) Sub-letais, quando os físicos do produto, e; b) Sub-letais, quando os efeitos biológicos crônicos afetam o efeitos biológicos crônicos afetam o comportamento, crescimento, reprodução, comportamento, crescimento, reprodução, colonização e distribuição das espécies. colonização e distribuição das espécies.

Diretamente por sufocaçãoDiretamente por sufocação

Indiretamente por perda de habitat ou fontes de Indiretamente por perda de habitat ou fontes de alimentação, impactando em áreas de refúgio, cria e alimentação, impactando em áreas de refúgio, cria e desovadesova

O óleo que cobre o corpo dos animais pode prejudicar o sistema de isolamento térmico, como é o caso das aves, cujas penas formam colchões de ar que as aquecem.

No manguezal, o sistema de raízes fica completamente impermeabilizado, o que torna as árvores afetadas incapazes de absorver oxigênio e nutrientes. Os vegetais vão perdendo as folhas e não conseguem realizar a fotossíntese. Os animais que habitam esses ecossistemas podem morrer em poucos dias sem poder respirar. Outros vão se intoxicar aos poucos ao comerem folhas e bichos contaminados.

IMPACTO SOBRE A FLORA:IMPACTO SOBRE A FLORA:

Além da toxicidade, a temperatura do óleo sob o sol pode atingir sessenta graus Celsius, matando o plâncton, animais e vegetais microscópicos que alimentam milhares de espécies, direta ou indiretamente.

IMPACTOS SÓCIO–ECONÔMICOS:IMPACTOS SÓCIO–ECONÔMICOS:

Os principais impactos sócio-econômicos causados por derramamentos de óleo no mar são: a) os derivados dos prejuízos financeiros diretos e indiretos decorrentes da paralisação de atividades pesqueira, turística e industrial que dependem da qualidade da água do mar, e b) dos riscos intrínsecos à saúde pública, como as mortes causadas por explosões e incêndios, intoxicação causada pela ingestão de alimentos contaminados, ou problemas dermatológicos e irritações nos olhos, causados pelo contato direto com o óleo.

EFEITOS A CURTO PRAZOEFEITOS A CURTO PRAZO

Redução da transmissão da luz, o que impede que Redução da transmissão da luz, o que impede que plantas marinhas e microrganismos cresçam, plantas marinhas e microrganismos cresçam, através da redução da fotossíntese (produção de através da redução da fotossíntese (produção de energia)energia)

Redução do Oxigênio dissolvidoRedução do Oxigênio dissolvido

Dano as aves marinhas, que nadam e mergulham, por afogá-las ou deixá-las com seqüelas. Eventualmente, pássaros empapados de óleo podem morrer devido a exposição à água fria ou a sua incapacidade de se alimentar.

Efeitos tóxicos no ambiente marinho. O óleo bruto é uma mistura muito complexa, feita de vários componentes. Certos óleos brutos são tóxicos para a vida marinha e aos humanos. Estes compostos incluem benzeno, tolueno, xileno, naftaleno e fenantreno. Dentro de dias após um vazamento de óleo, uma grande destruição ocorre na vida aquática. As espécies afetadas incluem uma grande gama de peixes, crustáceos, moluscos, caranguejos, microcrustáceos e muitos outros invertebrados.

EFEITOS A LONGO PRAZOEFEITOS A LONGO PRAZO

Mensageiros químicos na água do mar são Mensageiros químicos na água do mar são mediadores de muitos processos biológicos mediadores de muitos processos biológicos importantes para a sobrevivência de um organismo. importantes para a sobrevivência de um organismo. Por exemplo, muitos organismos marinhos confiam a Por exemplo, muitos organismos marinhos confiam a seus mensageiros químicos os processos que os seus mensageiros químicos os processos que os levam a encontrar alimento. Os componentes do óleo levam a encontrar alimento. Os componentes do óleo interferem em tais processos, bloqueando os interferem em tais processos, bloqueando os receptores do paladar dos organismos ou imitando os receptores do paladar dos organismos ou imitando os estímulos naturais, o que pode causar efeitos estímulos naturais, o que pode causar efeitos desastrosos. Certas frações do óleo bruto são desastrosos. Certas frações do óleo bruto são quimicamente estáveis, e passam através da cadeia quimicamente estáveis, e passam através da cadeia alimentar e conseguem até mesmo alcançar alimentar e conseguem até mesmo alcançar organismos marinhos que servem como alimento para organismos marinhos que servem como alimento para o ser humano. o ser humano.

MÉTODOS MECÂNICOS PARA LIMPEZA DE MÉTODOS MECÂNICOS PARA LIMPEZA DE DERRAMAMENTO DE ÓLEO: DERRAMAMENTO DE ÓLEO:

Escumadeiras para remover o óleo da superfície Escumadeiras para remover o óleo da superfície da água;da água;

Barreiras de contenção;Barreiras de contenção;

Dispersantes químicos, detergentes e Dispersantes químicos, detergentes e solventes;solventes;

Uma outra alternativa seria a queima de óleo, mas o Uma outra alternativa seria a queima de óleo, mas o óleo não sofre uma combustão completa e a fumaça óleo não sofre uma combustão completa e a fumaça que não sofreu combustão contém componentes que não sofreu combustão contém componentes tóxicostóxicos

MÉTODO BIOLÓGICO:MÉTODO BIOLÓGICO:

Bioremediação: É o uso de microorganismos Bioremediação: É o uso de microorganismos para degradação de contaminantes orgânicos; para degradação de contaminantes orgânicos; esses microrganismos “quebram” os compostos esses microrganismos “quebram” os compostos orgânicos visando utilizá-los como fonte de orgânicos visando utilizá-los como fonte de alimento. alimento.

Os microrganismos que degradam o petróleo têm Os microrganismos que degradam o petróleo têm uma importância considerável na depuração das uma importância considerável na depuração das águas residuais na indústria petrolífera. Tem dado águas residuais na indústria petrolífera. Tem dado certo a adição de água fluvial por ser certo a adição de água fluvial por ser transportadora geralmente de uma rica população transportadora geralmente de uma rica população de bactérias e fungos que decompõem de bactérias e fungos que decompõem hidrocarbonetos. hidrocarbonetos.

CONVENÇÕES INTERNACIONAIS:CONVENÇÕES INTERNACIONAIS:

Convenção Internacional para a Prevenção da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição do Mar por petróleo, Londres, 12 de Maio de Poluição do Mar por petróleo, Londres, 12 de Maio de 19541954

Objetivo: Reduzir a poluição do mar por petróleo Objetivo: Reduzir a poluição do mar por petróleo através de uma regulamentação a nível técnico dos através de uma regulamentação a nível técnico dos navios petroleirosnavios petroleiros

Convenção Internacional sobre Responsabilidade Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil por Danos Causados por Poluição por Óleo – CLC - Civil por Danos Causados por Poluição por Óleo – CLC - 69, Bruxelas, 29 de Novembro de 196969, Bruxelas, 29 de Novembro de 1969

Objetivo: Garantir uma compensação adequada às Objetivo: Garantir uma compensação adequada às pessoas que venham a sofrer danos causados por pessoas que venham a sofrer danos causados por poluição resultante de fuga ou descarga de óleo poluição resultante de fuga ou descarga de óleo proveniente de navios; adotar regras e procedimentos proveniente de navios; adotar regras e procedimentos internacionalmente uniformes na determinação de internacionalmente uniformes na determinação de questões de responsabilidade e garantir, em tais questões de responsabilidade e garantir, em tais ocasiões, uma compensação adequadaocasiões, uma compensação adequada

Convenção sobre Prevenção da Poluição por Convenção sobre Prevenção da Poluição por Alijamento de Resíduos e outras Matérias, México, Alijamento de Resíduos e outras Matérias, México, Londres, Moscou e Washington, 29 de Dezembro de Londres, Moscou e Washington, 29 de Dezembro de 1972 1972

Objetivo: Controlar efetivamente as fontes de Objetivo: Controlar efetivamente as fontes de contaminação do meio marinho e adotar todas as contaminação do meio marinho e adotar todas as medidas possíveis para impedir a contaminação do medidas possíveis para impedir a contaminação do mar pelo alijamneto de resíduos e outras mar pelo alijamneto de resíduos e outras substâncias que possam gerar perigo para a saúde substâncias que possam gerar perigo para a saúde humana, prejudicar recursos biológicos e a vida humana, prejudicar recursos biológicos e a vida marinha, bem como danificar as condições ou marinha, bem como danificar as condições ou interferir em outros usos legítimos do mar; interferir em outros usos legítimos do mar; encorajar acordos regionais suplementares à encorajar acordos regionais suplementares à ConvençãoConvenção

Convenção Internacional para Prevenção da poluição Convenção Internacional para Prevenção da poluição por Navios – MARPOL – 73/78, Londres, 02 de Novembro por Navios – MARPOL – 73/78, Londres, 02 de Novembro de 1973de 1973

Objetivo: Conservar o ambiente marinho através da Objetivo: Conservar o ambiente marinho através da completa eliminação da poluição internacional por óleo completa eliminação da poluição internacional por óleo e outras substâncias nocivas e da minimização de e outras substâncias nocivas e da minimização de descargas acidentais destas substânciasdescargas acidentais destas substâncias

Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, Montego Bay, 10 de Dezembro de 1982Mar, Montego Bay, 10 de Dezembro de 1982

Objetivo: Estabelecer um novo regime legal Objetivo: Estabelecer um novo regime legal abrangente para os mares e oceanos e, no que abrangente para os mares e oceanos e, no que concerne às questões ambientais, estabelecer concerne às questões ambientais, estabelecer regras práticas relativas aos padrões ambientais, regras práticas relativas aos padrões ambientais, assim como o cumprimento dos dispositivos que assim como o cumprimento dos dispositivos que regulamentam a poluição do meio ambiente regulamentam a poluição do meio ambiente marinho; promover a utilização eqüitativa e eficiente marinho; promover a utilização eqüitativa e eficiente dos recursos naturais, a conservação dos recursos dos recursos naturais, a conservação dos recursos vivos e o estudo, a proteção e a preservação do vivos e o estudo, a proteção e a preservação do meio marinhomeio marinho

Convenção Internacional sobre Responsabilidade e Convenção Internacional sobre Responsabilidade e Compensação por Danos Conexos com o Transporte Compensação por Danos Conexos com o Transporte de Substâncias Nocivas e Perigosas por Mar, Londres, de Substâncias Nocivas e Perigosas por Mar, Londres, 03 de Maio de 199603 de Maio de 1996

Objetivo: Assegurar a implementação das Objetivo: Assegurar a implementação das obrigações sobre responsabilidade e compensação obrigações sobre responsabilidade e compensação estabelecidas e tomar as medidas legais para impor estabelecidas e tomar as medidas legais para impor as sanções consideradas necessárias, visando à as sanções consideradas necessárias, visando à efetiva execução dessas obrigaçõesefetiva execução dessas obrigações

Art. 2. Quem, de qualquer forma, concorre para a Art. 2. Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la. podia agir para evitá-la.

Art. 3. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas Art. 3. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício de sua entidade. ou benefício de sua entidade.

LEI 9.605 - CRIMES AMBIENTAISLEI 9.605 - CRIMES AMBIENTAIS

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. co-autoras ou partícipes do mesmo fato.

Art. 4. Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica Art. 4. Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. meio ambiente.

Seção III - Da Poluição e outros Crimes AmbientaisSeção III - Da Poluição e outros Crimes Ambientais

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora.animais ou a destruição significativa da flora.

§ Se o crime:§ Se o crime:

V – Ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, V – Ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos.estabelecidas em leis ou regulamentos.