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Observação aérea de derramamentos de óleo no mar Guia de boas práticas para gestão de incidentes e para profissionais de resposta a emergências Elaborado e produzido pelo Cedre em nome da IPIECA, IMO e IOGP

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Observação aérea de derramamentos de óleo no marGuia de boas práticas para gestão de incidentes e para profissionais de resposta a emergências

Elaborado e produzido pelo Cedre em nome da IPIECA, IMO e IOGP

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Organização marítima Internacional

4 Albert Embankment, Londres SE1 7SR, Reino UnidoTelefone: +44 (0)20 7735 7611 Fax: +44 (0)20 7587 3210Email: [email protected] Site: www.imo.org

A associação global da indústria de petróleo e gás para assuntos sociais e ambientais

Level 14, City Tower, 40 Basinghall Street, Londres EC2V 5DE, Reino Unido Telefone: +44 (0)20 7633 2388 Fax: +44 (0)20 7633 2389E-mail: [email protected] Site: www.ipieca.org

© IPIECA-IOGP 2015 Todos os direitos reservados.Nenhuma parte da presente publicação pode ser reproduzida, armazenada em um sistema de acesso ou transmitidaem nenhum formato por quaisquer meios, sejam eletrônicos, mecânicos, por fotocópia, gravação ou outros, sem consentimento prévio da IPIECA.

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Relatório do IGOP número 518

Data de publicação: Fevereiro de 2015

Aviso de isençãoEmbora tenham sido realizados todos os esforços para garantir a precisão das informações contidasnessa publicação, nem a IPIEA, a IOGP ou nenhum dos membros de seus quadros passados, atuaise futuros, garantem sua precisão ou irão, independentemente de sua negligência, assumir aresponsabilidade por qualquer uso previsto ou não desta publicação. Consequentemente, o usodas informações desta publicação implica na aceitação dos termos do aviso de isenção, ocorrendo o seu uso em risco do próprio usuário. As informações contidas nesta publicação nãotem como objeitvo constituir orientação profissional dos diversos colaboradores e nem a IPIECA, a IOGP e nem seus membros aceitam qualquer responsabilidade pelas consequências do usoindevido de tal documentação. O presente documento pode fornecer orientação complementaraos requisitos da legislação local. No entanto, nada no presente documento visa substituir, alterar, prevalecer sobre ou de outra forma divergir de tais requisitos. No caso de qualquer confiltoou contradição entre as informações contidas nessa publicação e a legislação local, as leis aplicáveis devem prevalecer.

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Observação aéreadederramamentos de óleo no marGuia de boas práticas para gestão de incidentes e para profissionais de resposta a emergências

Fotos de capa reproduzidas por cortesia de (esquerda e centro) Cedre e (direita) ITOPF.

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Essa publicação faz parte da série Guias de Boas Práticsa da IPIECA-IOGP, que resume as visões atuaissobre boas práticas para diversos temas de prontidão e resposta a vazamentos de óleo. A série visaajudar a alinhar atividades e práticas da indústria, informar partes interessadas e servir como ferramentade comunicação para promover conscientização e educação.

A série atualiza e substitui a bem estabelecida 'Série de relatórios de derramamento de óleo' da IPIECApublicada entre 1990 e 2008. Ela trata de temas que são amplamente aplicáveis aos setores deexploração e produção, além de atividades de navegação e transporte.

As revisões estão sendo realizadas pelo Projeto Conjunto da Indústria (JIP – do inglês Joint IndustryProject) para Resposta a Derramamento de Óleo da IOGP-IPIECA. O JIP foi criado em 2011 a fim deimplementar oportunidades de aprendizado com relação a prontidão e resposta a vazamentos de óleoapós o incidente no Golfo do México ocorrido em 2010.

A série Original de Relatórios da IPIECA será progressivamente substituída com a publicação dos diversostítulos dessa nova série Guia de Boas Práticas entre os anos de 2014 e 2015.

Observação sobre boas práticas

O termo 'boas práticas', no contexto do JIP, é uma declaração de diretrizes, práticas e procedimentosreconhecidos internacionalmente que permitem que a indústria de petróleo e gás tenha umdesempenho aceitável em relação à saúde, segurança e meio ambiente.

As boas práticas para um determinado tópico mudarão ao longo do tempo diante de avanços detecnologia, experiência prática e compreensão científica, além de mudanças nas esferas políticas e sociais.

IPIECA • IMO • IOGP • CEDRE

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Prefácio

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

Índice

Prefácio 2

Finalidade desse guia 4

A missão 5

O uso estratégico da observação aérea no 5monitoramento de derramamentos de óleo

Observação aérea, o que e por que 6

Preparar a missão 7

Perfil de voo 8

Diferentes tipos de hidrocarbonetos 10

Óleo e seus produtos derivados 10

Características físicas básicas 11

Intemperismo e comportamento 13do óleo no mar

Nos primeiros dias 13

Aparência das manchas de óleo 15

Panorama geral 15

Casos especiais 16

Formação de manchas de óleo no mar 17

Chegada do óleo na costa 18

Deriva das manchas de óleo 19

Cálculo de deriva 19

Modelagem da trajetória do óleo na superfície 20

Uso de boias de deriva 21

Informações e transmissão de dados 23

Observação de derramamento de óleo 24

Critérios de observação 24

Bonn Agreement Oil Appearance Code 25

Aparência no mar 27

Observação de um navio, promontório 29ou plataforma

Imagens de vídeo e fotográficas 30

Outros tipos de imagens 31

Uso de imagens como evidência de descargas ilícitas 33

Orientação de operações de resposta 35

Orientando uma embarcação de resposta 35

Relatório de reconhecimento 37

POLREP (relatório de poluição) 37

Mapeamento da poluição 38

Estimar a quantidade de poluente 41

Grau de cobertura 43

Outros produtos e fenômenos naturais 44

Outros produtos 44

Fenômenos naturais 45

Glossário 48

Referências e leituras adicionais 51

Sites úteis 52

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Em 2008, um grupo técnico do Comitê de Proteção do Ambiente Marinho (MEPC) da OrganizaçãoMarítima Internacional (IMO) foi encarregado de desenvolver ferramentas e orientação para auxiliarpaíses na implementação da Convenção internacional sobre preparo, resposta e cooperação sobrepoluição com óleo de 1990 (OPRC 1990). O grupo concordou que um guia revisado sobre a 'Observaçãoaérea da poluição marítima por óleo' seria produzido em conjunto pela Cedre, IMO e IPIECA-IOGP a fimde fornecer orientação sobre a identificação e a observação de óleo derramado no mar para a indústria egovernos de todo o mundo.

O guia operacional resultante foi desenvolvido a partir do Guia de observação aérea para poluição deóleo no mar do Centro de documentação, pesquisa e experimentos (Cedre) e representa um consenso de pontos de vista da indústria e do governo, avaliado por meio do processo de análise do grupo técnicoda OPRC-HNS da IMO MEPC, Cedre e o Grupo de trabalho em derramamentos de óleo da IPIECA. O guiadestina-se ao uso por aqueles envolvidos na observação aérea de poluição de óleo no mar e aqueles que trabalham em centros de resposta de poluição, além do suporte técnico para profissionais derelações públicas.

A Cedre, a IMO e a IPIECA-IOGP publicaram separadamente outros manuais e relatórios sobre diversosaspectos da prontidão e resposta a derramamentos de óleo e o leitor é incentivado a ler o manual sobreObservação aérea de poluição de óleo no mar em conjunto com essas publicações.

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Finalidade desse guia

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

A missão

O uso estratégico da observação aérea no monitoramento de derramamentos de óleo

No geral, o objetivo do monitoramento é detectar, caracterizar e preferencialmente quantificar o óleoderramado que pode estar presente em um amplo conjunto de ambientes (sobre a água, na água e nacosta). Isso é de suma importância para facilitar o comando de incidente a determinar de forma eficaz a escala e a natureza do incidente de derramamento de óleo, tomar decisões sobre onde e comoresponder, controlar diversas operações de resposta e, ao longo do tempo, confirmar se a resposta é ou não eficaz.

Isso se aplica ao conjunto de situações de resposta em uma ampla área e até mesmo ultrapassandofronteiras internacionais, concentrando-se em diferentes áreas de linha costeira e mar potencialmenteafetadas, e para controlar atividades de resposta tática localizadas.

Diversas abordagens de monitoramento e ‘ferramentas’ individuais podem ser utilizadas para fornecer as informações necessárias (do céu até o leito do mar) e a apoiar a resposta contínua. Entre elas, estão:l satélites (uso de técnicas ótica, infravermelha e radares);l plataformas aéreas, como aeronaves e helicópteros (uso de técnicas incluindo ótica, infravermelha e

radar, fotografia e vídeo e olho humano);l veículos aéreos não tripulados (uso de técnicas ótica, infravermelha e radares);l embarcações (uso de técnicas incluindo ótica, infravermelha e radar, fotografia, vídeo e olho humano);l balões rebocados;l boias, rastreadores, sistemas montados (por exemplo, em plataformas);l observadores onshore; el veículos submarinos autônomos e veículos operados remotamente (ROVs).

A observação aérea com observadores treinados é um método de monitoramento que muitas vezes éusado e considerado essencial para uma resposta eficaz. No entanto, dependendo das circunstâncias doincidente de derramamento de óleo, um conjunto outras abordagens e ferramentas de monitoramentopodem ser necessárias para suplementar ou melhorar essa técnica essencial e, dessa forma, proporcionaruma estratégia de monitoramento completa. Por exemplo, em casos nos quais a área a ser coberta émuito grande, conjuntos de aeronaves individuais podem se tornar um desafio ou simplesmenteinviáveis com os recursos disponíveis. Ferramentas como satélites podem oferecer cobertura de áreaampla de forma rápida para tratar desses casos. Além disso, o uso de dispositivos não tripulados podeoferecer uma solução em alguns locais onde possa haver restrições de voo.

Dependendo do incidente de derramamento de óleo, pode ser necessário levar em conta uma variedadede fatores diferentes. A estratégia de monitoramento abrange a gama de necessidades de dadosproveniente do incidente e fornece o que é necessário para a resposta, possivelmente utilizando umaseleção de ferramentas e técnicas de monitoramento adequadas para as circunstâncias.

Satélites, veículos aéreos não tripulados (UAVs) e outras ferramentas oferecem opções de‘sensoriamento remoto’ para apoiar uma resposta. O Sensoriamento Remoto é definido aqui comoobtenção e coleta de informações sobre um objeto ou fenômeno (ou seja, um derramamento de óleo)sem fazer contato físico real com um determinado objeto. A sensoriamento remoto pode ser usado emconjunto com outras técnicas de monitoramento, incluindo boias de rastreamento, para fornecer dadossobre um derramamento que incluem local, tamanho, direção e velocidade de movimento.

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Observação aérea, o que e por que

O que é uma missão de observação aérea?

A observação aérea é a observação e a interpretação visual de um derramamento de óleo realizada por uma aeronave por um observador humano. Um observador treinado pode reconhecer e capturarmuitos dos recursos e detalhes do óleo derramado na água ao longo das costa. O observador pode usarfoto e vídeo para registrar o local, a natureza e a aparência do óleo.

Por que realizar uma missão de observação aérea?

A observação aérea pode ser usada para duas finalidades distintas descritas abaixo.

Primeiro, ela pode ser realizada de forma rotineira, sendo capaz de detectar e coletar evidências paraprocessos em caso de descargas ilícitas por embarcações ou navios offshore. Nesse caso, os objetivos são:l avaliar a poluição (quantidade e qualidade);l localizar e descrever a poluição de forma precisa;l onde possível, identificar o responsável pela poluição;l prever a trajetória da poluição; el acionar o responsável pela poluição por meio de um relatório de observação de poluição.

Em segundo lugar, a observação aérea é usada para auxiliar e maximizar a eficácia das operações deresposta no mar. Os objetivos das missões de observação são:l localizar todas as manchas;l descrever de modo preciso as manchas;l mapear a poluição;l monitorar a poluição;l ajustar modelos de deriva;l orientar operações de resposta diariamente; el preparar as operações de resposta para os próximos dias.

A observação aérea é o único meio de se obter uma imagem realista e clara após um incidente dederramamento de óleo. Ela é o primeiro elo na corrente de decisões importantes.

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Preparar a missão

Todas as missões devem ser preparadas. O objetivo é tentar prever o que provavelmente seráencontrado, incluindo a aparência, extensão e localização das manchas.

Em todos os casos:l Prepare mapas básicos da área, nos quais a poluição possa ser mapeada e observações anotadas

durante o voo.l Indique claramente nesses mapas a orientação, litoral, coordenadas geográficas, escala, natureza da

costa (praia, litoral rochoso, pântano, área urbana industrial e portuária) e seus usos.l Compreenda os requisitos locais para o tipo específico de anotação que deve acompanhar fotografias

ou vídeos para garantir que serão admissíveis como evidências legais. Em alguns casos, modelospodem estar disponíveis, como, por exemplo, o Registro de detecção/observação de poluição padrãosegundo o Acordo de Bonn (Acordo de Bonn, 2004).

No caso de um incidente de derramamento de óleo:l Colete o máximo de informações sobre o derramamento possível; por exemplo:

l natureza do poluente: óleo cru, refinado, leve ou pesado (sua densidade, viscosidade, ponto defluidez, etc.) No caso do óleo cru ou leve refinado, esteja atento ao risco de explosão (consulte oPerfil de voo, no verso) e certifique-se que um explosímetro esteja disponível;

l tipo de incidente (afundamento, naufrágio, explosão durante operações, etc.);l tipo de derramamento (evento isolado, fluxo contínuo, na superfície, abaixo da superfície); el observação da última mancha (data, aparência, local, trajetória).

l Colete todos os dados necessários sobre as condições locais (clima desde a última observação,correntes marítimas, estado do mar, etc.).

l Na ausência de instruções específicas de um centro de coordenação, estime o local mais provável damancha calculando sua deriva provável (consulte Cálculo de deriva na página 19), seja a partir do localdo derramamento ou da última posição observada.

l Investigar a possibilidade de que outras áreas, ainda não observadas, possam estar poluídas. Isso deveser realizado levando em conta as condições predominantes locais, por exemplo, a rota daembarcação antes do incidente, um novo vazamento, outras contribuições de poluentes às manchasque tenham chegado à costa anteriormente, rompendo-se e derivando, etc. (consulte o exemplo doderramamento de Erika na caixa 1, abaixo).

l Identifique a partir dessas informações a zona a ser coberta pela missão e defina um perfil de voo paracobertura máxima (consulte Perfil de voo no verso).

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

Antes de se dividir em dois, o Erika já havia vazado por muitas horas e o óleo combustível derramadochegou à costa sem ser observado no mar Isso ocorreu devido à falta de investigação específica voltadapara localizar esse óleo derramado, uma vez que não havia sido relatado pelo comandante do navio.

Caixa 1 O derramamento de Erika, 1999

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l Previsão da aparência da mancha de acordo com as características do poluente (estimar a viscosidadeem temperatura ambiente, avaliar a tendência de formação de emulsão) ou de acordo com os dadosde observação disponíveis e prever quaisquer dificuldades de detecção (por exemplo, baixaflutuabilidade do poluente, manchas fragmentadas, etc.).

l Preparar e levar a bordo boias de deriva a serem soltas nas manchas e depois rastreadas por satélite.

Perfil de voo

l Uma vez que o óleo tende a se espalhar em bandas paralelas ao vento, a zona a ser investigada deveser coberta voando no sentido oposto ao vento usando uma técnica de busca coordenada em linhadeslizante a fim de aumentar as chances de detectar quaisquer manchas (consulte a Figura 1):l A névoa e o brilho ofuscante causados pela superfície marinha geralmente dificultam a visibilidade.

Às vezes a melhor maneira de voar dependerá da posição do sol.l A altitude de voo é determinada pelo tamanho das manchas a serem localizadas, pela visibilidade e

pelo estado do mar. É importante alcançar a varredura máxima enquanto se garante que todos osdetalhes permaneçam claramente visíveis.

l Antes de tudo, procure pelas zonas mais poluídas (camadas grossas ou manchas, zonas deacumulação). Em áreas offshore, siga camadas ou faixas estreitas (brilho, arco-íris ou metálica) nadireção do vento para detectar quaisquer possíveis camadas espessas levadas pelo vento a partir da área contaminada.

l Se uma nova área de poluição ou faixas recentes forem avistadas, siga-as para determinar a origem da poluição. Essa fonte estará normalmente localizada na direção oposta ao vento, especialmente se o ponto de derramamento for fixo, mas também contra a corrente.

Consulte também a seção sobre Formação de manchas de óleo no mar na página 17.

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Observações:

O uso de óculos de solpolarizados facilitana observação.

•Da maior distânciapossível, observaçõesfeitas usando aviõesnão especializados(por exemplo,

patrulha marítima)devem ser

confirmadas porreconhecimento dehelicóptero (quepossibilita umaobservação maisprecisa) ou por umavião instalado comequipamento desensoriamento

remoto especializado(IR, SLAR, FLIR, UV ou possivelmentemicro-ondas).

Figura 1 Busca coordenada em linha deslizante

direção do vento

deriva estimada da mancha

última posição conhecida da mancha

posição atual provável da manchaescala

(milhas náuticas)

Font

e: C

edre

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

Aviso!Se a ação da correntefor mais forte do queaquela do vento, amancha pode semover na direçãooposta ao vento.

Figura 2 Helicóptero se aproximando de um petroleiro em dificuldades

l Quando ocorre um grande derramamento de óleo cru leve ou produto refinado leve, uma nuvemde gás (tóxico ou explosivo) pode se formar. Nesse caso, a abordagem e os sobrevoos devem serplanejados cuidadosamente para evitar qualquer possível risco para a tripulação. Para missões dereconhecimento por helicóptero, diversas recomendações devem ser seguidas (consulte a Figura 2).A aproximação para a área de derramamento deve ser feita na direção oposta ao vento ou com ovento na parte traseira, em uma altitude de no mínimo 50 metros para evitar entrar na zona deperigo. A tripulação do helicóptero deve estar equipada com respiradores, um explosímetro e,opcionalmente, um toxímetro para detectar a presença de vapores tóxicos no ar. (Consulte a IPIECA2012 para obter mais informações sobre a saúde e a segurança dos profissionais de resposta aderramamentos de óleo.) Um helicóptero sobrevoando uma mancha inflamável não deve ficar emuma altitude abaixo de 20 metros ou 30 no caso de um derramamento de grande porte de produtoaltamente inflamável (um óleo leve).

velocidade do vento nula(< 1 m/s)

vento

Zona de exclusão: risco de explosão; roupas de proteção apropriadas são obrigatórias

Zona de controle: fator de segurança;roupas de proteção leve obrigatórias

Zona de exclusão: risco de explosão; roupas de proteção apropriadas são obrigatórias

Zona de controle: fator de segurança;roupas de proteção leve obrigatórias

Q

Font

e: C

edre

Quando nenhuma avaliação avançada da situação possa ser realizada imediatamente, proteja todos osresponsáveis pela resposta com roupas e máscaras protetores dentro de um raio de 200 metros.

Os valores informados aqui são exclusivamente para fornecer uma indicação. Cada caso deve seravaliado individualmente.

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Óleo e seus produtos derivados

Os hidrocarbonetos são associações complexas de compostos químicos distintos. A aparência, ascaracterísticas físicas e o comportamento dos hidrocarbonetos dependem da composição deles. Osderramamentos no mar envolvem principalmente três tipos de hidrocarbonetos de petróleo quepossuem comportamentos bastante distintos.l Produtos refinados leves não possuem cor, ou são ligeiramente coloridos, são altamente fluidos,

compostos pelas frações mais leves do óleo (por exemplo, gasolina, combustível, aguarrás, querosene,diesel, petróleo combustível doméstico).

l Produtos refinados pesados são pretos e muitas vezes viscosos, com nenhuma ou poucas fracçõesleves (por exemplo, óleo pesado (HFO), óleo combustível intermediário (IFO), combustível de bordo,descarga de esgoto).

l Os óleos crus variam em cor, indo de marrom a preto. Eles possuem características bastante distintas,dependendo de sua composição, especialmente de acordo com a proporção de frações leves oupesadas, resultando em sua semelhança a produtos refinados leves ou pesados. Depois de um certotempo no mar, os óleos crus perdem suas frações leves por meio do intemperismo (consulte a seçãosobre Intemperismo e comportamento do óleo no mar na página 13), resultando em características ecomportamento similares para produtos refinados pesados.

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Diferentes tipos de hidrocarbonetos

Observação:

As emulsõesformadas por

hidrocarbonetos depetróleo variam emcor, indo de marromescuro até laranja.

Tabela 1 As propriedades dos hidrocarbonetos de petróleo

Tipo de óleo Persistência/evaporação

Produtos refinados leves, por exemplo, gasolina,diesel, querosene

l Baixa ou nenhuma persistêncial Evaporação rápida (em algumas horas) l Dispersão natural

Hidrocarbonetos de petróleo com viscosidade < 2.000 cSt.l Óleo cru leve e médio pouco intemperizadol Óleos intermediário e leve pouco intemperizado

Hidrocarbonetos de petróleo com viscosidade > 2.000 cSt.l Óleos crus médios e leves intemperizadosl Óleo cru pesadol Óleo combustível pesado, resíduo operacional;

por exemplo, Bunker C, HFO, IFO 380.

l Baixa persistêncial Alta taxa de evaporação (cerca de 40% em

24 horas)

l Persistência médial Baixa taxa de evaporação (normalmente inferior

a 10%)

Óleo cru parafínico com ponto de fluidez superior à temperatura da água do mar

l Alta persistêncial Hidrocarbonetos altamente viscosos ou sólidos l Taxa de evaporação bastante baixa

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Características físicas básicas

Um derramamento de hidrocarboneto de petróleo no mar pode ser caracterizado por diversosparâmetros físicos, que fornecem informações sobre seu comportamento provável e intemperismo. As principais características físicas são listadas abaixo.

Densidade

A densidade dos hidrocarbonetos normalmente é inferior a 1, o que significa que flutuam na água. Noentanto, depois de derramados, e devido ao processo de intemperismo (evaporação e especialmente aemulsificação), a densidade aumenta gradualmente até valores similares aqueles da água serematingidos, o que torna a flutuabilidade menos provável na costa e em águas estuarinas. O aumento dedensidade pode aumentar a probabilidade de maior espalhamento por ondas em mares mais agitados.

Viscosidade

A viscosidade inicial dos hidrocarbonetos varia amplamente. A viscosidade depende da temperatura(consulte a Figura 3 na página 12). Quando derramado, a viscosidade dos hidrocarbonetos aumentaprogressivamente até valores muito altos (por exemplo, >105 cSt), devido ao processo de intemperismo(evaporação e emulsificação, consulte as páginas 13–14), alterando o comportamento do poluente nasuperfície do mar (consulte a página 15).

Ponto de fluidez

O ponto de fluidez de um hidrocarboneto de petróleo é a temperatura abaixo da qual ele para de fluirem condições de controle laboratorial. Isso não significa que abaixo dessa temperatura o hidrocarbonetose comportará como sólido. O ponto de fluidez é medido no laboratório em um tubo de testes estreito.Quando derramados no mar, em uma área aberta, os hidrocarbonetos podem permanecer líquidosmesmo em temperaturas abaixo de seu ponto de fluidez.

Efeitos dos compostos orgânicos voláteis (VOCs) à saúde

Em uma concentração de 900 ppm (0,09%), os VOCs podem causar irritação ao trato respiratório e olhosdepois de aproximadamente uma hora.

Limite explosivo

O limite explosivo envolve valores mínimos de hidrocarbonetos gasosos na atmosfera, variando de 2 a 11,5%.

Duas outras características são importantes: o ponto de ignição e a temperatura de autoignição (consulteo glossário). Esses fatores são especialmente importantes no caso de produtos refinados, para os quaisuma ampla avaliação de riscos de incêndio e explosão é necessária.

É possível obter mais informações sobre as características do óleo nas diretrizes da IPIECA-IOGP sobrecaracterização do óleo (IPIECA-IOGP, 2014a).

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

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Como usar essafigura: Como exemplo,a linha azul mostraque a viscosidade a 8 °C de umcombustível que mede 50 cSt a 50 °C é 800 cSt.

Figura 3 Determinação da viscosidade de um hidrocarboneto de acordo com a temperatura

viscosidade (cSt)

100.000

50.000

20.000

10.000

5.000

1.000

500

4,5

temperatura (°C)

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direção do ventoevaporação

espalhamento

óleo e águaemulsão

óleo na águaemulsão

recoalescência

dispersão

sedimentação

biodegradação

corrente

dias semanas meses anos

Nos primeiros dias

Ao longo do tempo, o óleo derramado no mar muda gradualmente de aparência e comportamento -consulte a Figura 4.

13

PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

Intemperismo e comportamento do óleo no mar

Aviso!

Substâncias químicascom uma alta

pressão de vapor,como a gasolina, sãoperigosas se inaladase podem explodir ouentrar em ignição(mesmo em umabaixa concentração

no ar).

Derramamentorecente (acontecidohá algumas horas): o poluente fresco se espalhaamplamente paraformar uma películacom camadas maisespessas dispersas.

Figura 4 O destino do óleo derramado na água

Ao longo dos primeiros dias, o óleo derramado no mar passa pelos seguintes processos:

l Espalhamento em uma película que pode serbastante fina (por exemplo, inferior a 1 mícron):dessa forma, uma pequena quantidade pode cobriruma área superficial bastante grande (1.000 litrosde espalhamento em uma película de 1 mícronpodem cobrir 1 km2). No entanto, o espalhamento é irregular.

l Evaporação das frações mais leves: óleos crus,condensados e produtos refinados começam aevaporar imediatamente após um derramamento epodem continuar a fazer isso por um longo tempose as condições meteorológicas forem favoráveis. A taxa de evaporação depende primeiro davolatilidade dos diversos componentes da mistura Fo

nte:

BSA

M, D

ouan

e fr

ança

ise

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derramada, mas também em fatores comoquantidade derramada, a temperatura da água e doar, turbulência da água, velocidade do vento e taxade espalhamento da mancha.l Até 50% do óleo cru pode evaporar nas primeiras

24 horas após um derramamento.l Quando a gasolina é derramada a 20 °C, cerca de

50% evapora dentro de 7 a 8 minutos após oocorrido. Gasolina, querosene e frações decombustível leve (compostos voláteis com umponto de ebulição de 200 °C) desaparecem quaseque completamente depois de 24 horas a 20 °C.

l Para óleo combustível doméstico (DFO), 30% a50% evapora em um dia. Para óleos combustíveispesados, como Bunker C, a perda pela evaporaçãoé estimada em um máximo de 10% de seu peso.

l Dispersão natural, cuja porcentagem dependeprincipalmente da natureza do hidrocarboneto e oestado do mar. As ondas e a turbulência dasuperfície do mar agem na mancha e induzem aformação de gotículas de óleo de tamanhosdiversos. As menores gotículas permanecem emsuspensão na coluna de água, enquanto as outrascoalescem com outras gotículas ou se espalham emuma camada fina. A reacolescência das gotículas nasuspensão é quase prevalecente quando o mar estácalmo; no entanto, neste caso a observação aérea ésimplificada. Uma proporção significativa do volumederramado pode se dispersar naturalmente (porexemplo, no incidente de derramamento de óleo de Braer, 1993).

l Emulsificação ocorre principalmente com óleos crusou produtos refinados pretos, após alguns dias, ouaté mesmo algumas horas se o mar estiver agitado. A emulsão formada varia em cor, indo de marromescuro até laranja. Esse fenômeno aumenta o volumeaparente do poluente, reduz o espalhamento(formando camadas espessas) e, eventualmente,aumenta a densidade aparente do poluente até serigual àquela da água do mar. Ele pode, dessa forma,permanecer abaixo da superfície, ou até mesmoafundar, especialmente em águas estuarinas oucosteiras devido à presença de matéria em suspensãoe menor salinidade.

Mais informações sobre intemperismo e comportamentodo óleo no mar podem ser encontradas no Documentode informações técnicas ITOPF número 2, Destino dosderramamentos de óleo no mar.

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Ao longo do tempo,os fragmentos damancha e ascamadas maisespessas ficam cadavez mais notáveiscomparados àscamadas finas(brilho, arco-íris oumetálico) de algumashoras a um dia apóso derramamento.

Com a degradação,camadas de emulsãovermelhas como umtijolo podem seformar no centro decamadas mais finas(brilho, arco-íris oumetálico) e camadasmais espessas (2 a 8 dias após oderramamento).

Subsequentemente,as camadas (brilho,arco-íris ou metálico)gradualmentedesaparecem eeventualmenteapenas camadas oufaixas de emulsãopodem permanecer(alguns dias após oderramamento),especialmente em um mar agitado.

A iridescência pode,no entanto,reaparecer maistarde, mesmodiversas semanas ou meses após oderramamento, se omar estiver muitocalmo e o solbrilhando.

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Panorama geral

Produtos refinados leves

l Espalhamento rápido ao longo de áreassuperficiais bastante amplas em uma películabastante fina e bastante homogênea.

l Evaporação substancial e dispersão naturalcausando desaparecimento em dois ou trêsdias ou mesmo em algumas horas.

l Produtos sem cor ou com pouca cor, visíveisprincipalmente com um pequeno ângulo deincidência. Manchas aparecem comocamadas mais brilhantes.

Produtos refinados pesados ou óleo cru

l Espalhamento irregular, formação rápida decamadas ou faixas espessas, que são pretasou pretas escuras amarronzadas (oupossivelmente esverdeadas) rodeadas deuma película fina, escura e uniforme.

l Ao longo do tempo (e após a perda porevaporação das frações leves do poluente), as camadas engrossam e acumulam (diversosmilímetros de espessura), ficandomarrons/marrons alaranjadas, enquanto apelícula uniforme fica mais fina eeventualmente se transforma em umaaparência brilho, arco-íris ou metálica. Dentro de alguns dias, as camadas finaseventualmente desaparecem juntas. Noentanto, em condições de calmaria e sol, a iridescência pode reaparecer.

l Películas finas e uniformes são claramentevisíveis dentro de um pequeno ângulo deincidência (camada brilhante), enquanto ascamadas espessas são melhor vistas com um grande ângulo de incidência.

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

Aparência das manchas de óleo

Mancha de produtorefinado leveespalhandorapidamente emuma película fina.

Mancha de óleo cru(acidente de Nassia,Bosphorus, Turquia,1994).

Mancha de óleo cru(Lago Great Bitter,Egito, 2006).

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Dependendo do ângulo deobservação, pode ser difícildiferenciar o brilho do óleo maisespesso. A cor das camadas efaixas mais espessas também pode variar dependendo daluminosidade, a cor do céu e aposição do observador comrelação ao sol. Fo

nte:

Ced

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Casos especiais

l Óleo tratado com dispersante: o óleo dispersado aparece como uma nuvem laranja a marrom claro (às vezes marrom escuro), logo abaixo da superfície da água.

l Produtos do óleo gelificados na temperatura da água do mar (refere-se principalmente a produtosque contêm parafinas pesadas): podem formar camadas granulosas ou espessas, possivelmenterodeadas por finas camadas brilho, arco-íris ou metálicas.

l Os hidrocarbonetos de petróleo formam pouca ou nenhuma emulsão, por exemplo um óleo cru leveou refinado: apenas as películas finas permanecem, sendo rompidas e desaparecendo gradualmente.

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A fotografia à direitamostra o óleo tratadocom dispersantes.

Acima: óleo parafínico gelificado: foto próxima, ascamadas podem ser vistas como sendo compostas de pedaços.

Direita: óleo no gelo

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Formação de manchas de óleo no mar

l Para manchas de óleo bastante frescas (de poucas horas a alguns dias), o formato e a distribuição deespessura (espesso, médio, fino) dependem principalmente do vento. O vento espalha e alonga asmanchas, eventualmente separando-as em estriados e depois as fragmentando. As camadas maisespessas ficam na parte de extremidade no sentido do vento. Quando o vento está bastante forte, as zonas de iridescência (brilho-arco-íris-metálico) tendem a desaparecer.

l Para manchas intemperizadas (vários dias ou mais), películas de brilho, arco-íris ou metálicasdesaparecem gradualmente. Apenas camadas bastante espessas e altamente emulsificadascontinuam, flutuando um pouco na superfície. No caso de tempestades fortes, até mesmo manchasamplas podem não ser visíveis, mas podem reaparecer quando as condições se tornarem mais calmas.Ondas fortes também podem fragmentar essas camadas de forma que elas gradualmente ficamespalhadas e sua observação é cada vez mais difícil. As manchas mais antigas normalmente semisturam com detritos flutuantes.

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

derramamento localizado: sem ventos até ventos muito leves derramamento contínuo: ventos leves, ventos paralelos e correntes

derramamento contínuo: ventos médios, ventos não paralelos e correntesderramamento localizado: ventos médios

derramamento localizado: ventos fortes

espesso

médio

�no

direção do vento

corrente

Figura 5 A formação de manchas de óleo no mar

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Chegada do óleo na costa

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Observação:

Pequenasquantidades de óleo

ou manchasfragmentadas quechegam à costa sãobastante difíceis deserem identificadaspor aeronaves,

especialmente emáreas rochosas.

l A poluição é depositada em zonas de acumulação, vazante e vazão das ondas na forma de umabanda razoavelmente contínua ao longo da linha de maré alta.

l A poluição é depositada em zonas de acumulação, vazante e vazão das ondas na forma de umabanda razoavelmente contínua ao longo da linha de maré alta.

l O poluente é muitas vezes misturado com quantidades diversas de resíduos e detritos, especialmentealgas marinhas.

l O poluente pode ser transportado se o vento ou as correntes mudarem de direção.

Chegada do óleoemulsificado na costa,da carga de óleocombustível pesado do acidente de Erika(Le Croisic, Loire-Atlantique, França,dezembro de 1999)

Chegada do óleo em umaárea de acúmulo natural

Chegada de combustívelemulsificado doacidente de Prestige nacosta, combinado comalgas marinha (Galicia,novembro de 2002)

Remobilização decombustível preso nas rochas

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Cálculo de deriva

Manchas de óleo derivam na água a 3-4% da velocidade do vento e a 100% da velocidade da corrente. A rota real coberta por uma mancha (ou 'curso utilizado') pode ser determinada graficamente pela adição vetorial da velocidade da corrente e 3 a 4% da velocidade do vento, estabelecida por hora.

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

Deriva das manchas de óleo

Movimento dederiva e modelos

de deriva

Há um software decomputador para o cálculo do

movimento ou derivade manchas de óleo.Ele pode ser útil parapreparar uma missão.

Na tabela acima, as setas pretas mostram os efeitos sucessivos da corrente (100%) e do vento (3%) na mancha a cada hora.As setas azuis mostram a deriva resultante após 4 horas. A seta vermelha mostra a deriva resultante.

Tabela 2 Cálculo de deriva ao longo de duas horas

Corrente Vento Deriva

Primeira hora

Segunda hora

Terceira hora

Quarta hora

1,5 nó a 340°

1,5 nó a 60°

1 nó a 110°

1 nó a 190°

12 nós x 3/100 = 0,36 nós a 300°

30 nós x 3/100 = 0,9 nós a 230°

25 nós x 3/100 = 0,75 nós a 185°

20 nós x 3/100 = 0,6 nós a 130°

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Caso um grande incidente de poluição por óleo afete uma extensa área marítima, o resultado do modelode deriva, conforme o exemplo na página anterior, é usado para projetar mapas que reúnem todos osdados de observação para o dia e as previsões de deriva para os próximos dias. As observações sãoacompanhadas por indicações das zonas de sobrevoo de diferentes aeronaves, mostrando quais áreasforam exploradas e aquelas que não foram.

A qualidade dos dados atuais e da previsão climática é essencial para a precisão desses modelos.

Modelagem da trajetória do óleo na superfície

A modelagem de trajetória de petróleo na superfície pode ser realizada usando modelos matemáticosque integram dados meteorológicos e oceanográficos. As informações do modelo baseiam-se em dadosde observação de poluição (normalmente provenientes de observação aérea), para os quais a aparência(grau de fragmentação, flutuabilidade), as dimensões, a posição e o tempo foram registrados.

O modelo deve ser ajustado em base regular usando dados de observação. Boias podem ser soltas nasmanchas para ajudar a localizá-los com relação às previsões. A confiabilidade dos dados meteorológicospermite a previsão de rotina de 3 a 4 dias com antecedência e rastreamento de deriva por até 3 dias,dependendo do modelo.

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Figura 6 Exemplo de previsão de deriva de mancha por especialistas (produção de dados brutos a partir do modelo)

Posição inicial: 23/02/2009 às 9:00 UTC

Latitude: 34° 21' 0" N

Longitude: 6° 54' 0" W

Poluente: óleo cru leve

Densidade: 820 kg/m3

Extração GEBCO, 5 minutos Resolução: 5 (minutos) Sistema geodésico: WGS 8433°30' N

33°45' N

34°00' N

34°15' N

34°30' N

34°45' N

33°30' N

33°45' N

34°00' N

34°15' N

34°30' N

34°45' N

8°00' W 7°45' W 7°30' W 7°15' W 7°00' W 6°45' W 6°30' W

8°00' W 7°15' W 7°30' W 7°15' W 7°00' W 6°15' W 6°30' W

Ilustração da produção do MOTHY (Modèle Océanique de Transport d’Hydrocarbures) na Météo-France

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Uso de boias de deriva

É importante estar ciente sobre os padrões de deriva de umamancha de petróleo e conseguir prever seus movimentos paradirecionar embarcações de resposta e para informar asautoridades de resposta onshore logo que o poluente ameaçarchegar à costa. Além da observação aérea e das imagens desatélite, boias de deriva rastreadas por satélite (muitas vezeschamadas de 'derivadoras') podem ser implementadas.

A experiência com incidentes de poluição anteriores (porexemplo, grandes derramamentos, descargas ilícitas, naufrágios)mostrou que as boias de deriva mobilizadas de aeronaves oubarcos apresentam diversas vantagens:l A boia pode ser acompanhada à distância (útil quando

condições ruins impedirem sobrevoos e operações de observação).

l Se as manchas desaparecerem de vista, elas não são perdidas.l O local de descarga de pequenas quantidades de poluição de

liberações ilícitas pode ser identificado.l É possível fornecer informações sobre o destino da possível

poluição de naufrágios.

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

O processamento de infográfico da produção de dados brutos do modelo de previsão de manchasmostrado na página anterior fornece um formato mais prático para profissionais de operação eequipes de comunicação

À esquerda: boias dederiva de superfície:balizas Argosflutuantes eindependentes que podem sermobilizadas a partirde aeronaves.Fo

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Boias deamostragem

As boias deamostragem quepodem ser soltas

diretamente de umaaeronave em umamancha foramdesenvolvidas

recentemente. Elascontêm uma peça dematerial Teflon®,

capaz de absorver oóleo para análisessubsequentes. Asboias podem ser

identificadas por umsinal de rádio e luz.

Um exemplo deexperimento paramonitorar boias desuperfície na área docaribe. Em amarelo evermelho, a trajetóriade duas boias soltasno mesmo ponto.

Boias à deriva rastreadas por satélite com drogues (espécie de paraquedas) foram desenvolvidas pelaSHOM (o Serviço oceanográfico e hidrográfico naval da França) a fim de medir a corrente sazonal,conhecida como a corrente 'Navidad', que, na opinião de alguns especialistas, puxa as manchas comoum rio. As boias à deriva mostraram que a corrente não foi desenvolvida e que a deriva das manchas foipautada principalmente pelo vento.

A Cedre forneceu boias de deriva de superfície para uso pela Marinha Francesa, SASEMAR (aOrganização de segurança e resgate marinho encarregada de resposta no mar na Espanha) e a AZTI (o centro de tecnologia especialista em pesquisa alimentar e marinha do País Basco). Essas boias dederiva foram testadas pela Cedre (uma série de testes que teve início em 1996) e sua deriva foi quaseidêntica àquela das manchas de óleo. Algumas dessas boias foram usadas em dezembro de 1999durante a resposta ao derramamento de óleo de Erika. Foi dessa forma que os movimentos de derivadas manchas na Baía de Biscay puderam ser rastreados a médio prazo. Uma das boias de deriva queforam lançadas no início de fevereiro de 2003 da costa da Bacia de Arcachon foi encontrada três mesesdepois na extremidade de Brittany.

O Instituto Português de Oceanografia, e depois o SASEMAR, em colaboração com o Cedre, tambémcolocou boias de deriva de superfície acima do acidente de Prestige mensalmente, a partir de 23 defevereiro de 2003. Nenhuma das boias entrou na Baía de Biscay nos 12 meses seguintes, destacando ofato de que o risco foi maior nas costas portuguesa e marroquina do que nas costas francesas no casodo vazamento no acidente de Prestige.

Caixa 2 O derramamento de Prestige, 2002

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Informações e transmissão de dados

Na gestão de poluição, muitos fatores devem ser levados em conta, incluindo dados de observaçãoaérea (posição da poluição, comentários sobre observações, planos de voo reais e iniciais, fotos,imagens de sensoriamento remoto, etc.) previsão de deriva e sinais enviados pelas boias de derivasoltas no mar (consulte Uso de boias de deriva na página 21). Essas informações são trocadas entre osprofissionais de operação por diversos meios (fax, telefone, e-mail, Internet). A fim de otimizar atransmissão e utilização dos dados, métodos computadorizados devem ser priorizados (por exemplo,relatórios de poluição em uma planilha, o uso de câmeras digitais ou de um sistema diferenteacoplado com um sistema de posicionamento global (GPS)).

É importante:l computadorizar o máximo de informações possível;l usar equipamentos fotográficos digitais; el priorizar a transmissão de informações em tempo real usando a Internet.

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

A experiência dos principais derramamentos de óleo mostra os benefícios de reunir especialistas dediversas organizações a fim de:

l analisar os dados de observação (observações aéreas, náuticas e por satélite);

l transmitir dados selecionados para especialistas de modelagem a fim de prever trajetórias demanchas de óleo;

l fornecer orientação para futuros sobrevoos;

l atualizar o mapa de localização diariamente e enviá-lo para profissionais de resposta; e

l propor programas de experimentos e estudos que possam ser usados para reforçar previsões.

Tal abordagem contribuiu para uma melhoria acentuada da qualidade das previsões e facilitou osprocessos de tomada de decisão das autoridades. Essa é uma inovação valiosa no campo deinformações e comunicação.

Centro de resposta de gestão de crises

Coleta de dados de

observação

Comitê de previsão emonitoramento de derivade manchas: unidade de

especialistas (aproveitamentode dados, síntese em mapasinfográ!cos de fácil leitura)

Distribuiçãode mapas e

outros dados

Autoridades nacionais e

internacionais

Comunicação externa (mídia, Internet)

Modelagem de previsão de deriva de manchas

Caixa 3 Benefícios de uma abordagem coordenada

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Critérios de observação

Os critérios de observação para derramamentos de óleo são:l o grau de cobertura (consulte a página 43) e as dimensões das manchas ou camadas, que fornecem

informações sobre a extensão geral do derramamento;l a posição e a hora da observação; el a aparência (ou seja, o formato, a cor e a formação) que fornece informações sobre o tipo de poluente

e seu nível de intemperismo.

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Observação de derramamento de óleo

A aparência pode ser:

l Filmes finos (brilho, arco-íris ou metálica) que são prateadas e/ou coloridas (no caso de produtosrefinados leves ou derramamentos muito espalhados) com uma espessura de alguns mícrons (< 50.000 l/km2).

l Manchas de espessuras variadas com cor descontínua escura (pretas ou marrons dependendo dohidrocarboneto), muitas vezes rodeadas por camadas finas (brilho, arco-íris ou metálica) dependendodo nível de intemperismo; intervalo de espessura de 50 a 200 μm (50.000 a 200.000 l/km2):

l uma película fina ou preta indica poluição recente e pouco intemperismo;l mancha marrom a vermelho com desaparecimento gradual de películas finas indica

intemperismo e formação de emulsões devido diversos dias no mar.

l Camadas espessas com bordas claras, normalmente marrom escuras a laranja e às vezes rodeadas porpelículas finas (camadas de emulsão bastante intemperizadas com uma semana ou mais no mar) e deespessura significativa, isso é, 0,2 a 3 cm ou mais, de 200.000 a 3.000.000 l/km2, ou mais no caso deóleo extremamente viscoso ou emulsões.

l Bolas de piche resultantes da fragmentação de camadas espessas em elementos menores, que sãocada vez mais difíceis de serem detectados.

l Camadas semelhantes a nuvens laranja e marrom (ou às vezes preta) podem às vezes ser vistas abaixoda superfície da água, indicando a presença de óleo dispersado por tratamento com dispersante.

Observação:

Cor real descontínua (consulte o Bonn Agreement OilAppearance Code na página a seguir) é causada pela aparênciade manchas mais espessas, de borda a borda com manchas maisfinas (metálicas). Esse é um efeito criado mais pela combinação

de duas aparências do que uma aparência específica.

A cor das manchas, camadas e faixas vai variar dependendo da luminosidade, a cor do céu e a posição do observador

com relação ao sol.

Manchas de óleo podem adotar diversos padrões decomportamento aleatórios ou ficarem estriados,

paralelas à direção do vento.

Caixa 4 Aparência do óleo derramado

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Bonn Agreement Oil Appearance Code

O Bonn Agreement Oil Appearance Code (BAOAC) é resultado de um programa científico voltado paradeterminar as quantidades de óleo derramado usando observação aérea. Estudos realizados segundo oAcordo de Boon levaram à adoção de um novo Código de aparência, aplicável desde janeiro de 2004,que substitui o antigo código de cores. O BAOAC deve ser usado em preferência a outros códigosexistentes, como o Memorando de Entendimento de Paris.

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

Tabela 3 Bonn Agreement Oil Appearance Code (aplicável desde janeiro de 2004)

Código 2

Código 3Código 1

Aparência metálica, principal código 3

Aparência Códigos 1, 2, 3 e 4)

Observação:

O Código de aparência deóleo permite que camadasfinas sejam caracterizadas

e a extensão dosderramamentos seja avaliada.

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Font

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AparênciaIntervalo de espessura

de camada (μm)Litros por km2

Código 1: Brilho (prateado/cinza) 0,04–0,30 40–300

Código 2: Arco-íris 0,30–5 300–5.000

Código 3: Metálico 5–50 5.000–50.000

Código 4: Cor verdadeira descontínua 50–200 50.000–200.000

Código 5: Cor verdadeira contínua > 200 > 200.000

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Tabela 4 Os Códigos de aparência de manchas de óleo, conforme definidos pelo Manual de vigilância aérea do

Acordo de Bonn (www.bonnagreement.org)

Código 1: Brilho (< 0,3 μm)

As películas bem finas de óleo refletem a luz branca que chega ligeiramente de forma mais eficaz do que aágua nas proximidades e, dessa forma, serão observadas como brilho cinza ou prateado. A película de óleoé muito fina para qualquer cor real ser observada. Todos os óleos vão parecer iguais se estiverem presentesem camadas extremamente finas. Películas de óleo com espessura de aproximadamente 0,04 μm sãoinvisíveis. Em condições de baixa visibilidade, mesmo películas mais espessas não podem ser vistas. Acimade uma certa altura ou ângulo de visão, a película observada pode desaparecer.

Código 2: Arco-íris (0,3 μm–5 μm)

A aparência arco-íris do óleo representa diversas cores: amarelo, rosa, roxo, verde, azul, vermelho, cobre e laranja. Isso é causado por um efeito ótico que não depende do tipo de hidrocarboneto envolvido. As cores vão variar de opaco até altamente luminoso de acordo com o ângulo de visão e a espessura dacamada. Películas de óleo com espessura próxima ao comprimento de onda de luz colorida diferentes, 0,2 μm–1,5 μm (azul 0,4 μm, vermelho 0,7 μm) demonstram o efeito arco-íris mais distinguível. Esse efeitoocorrerá até uma espessura de camada de 5 μm. Condições de baixa visibilidade podem levar à aparênciareduzida de cores. Uma camada nivelada de óleo na região arco-íris mostrará diferentes cores ao longo damancha devido à mudança no ângulo de visão.

Código 3: Metálica (5 μm–50 μm)

A aparência do óleo nessa região não pode ser descrita como uma cor geral, uma vez que dependerá dotipo de hidrocarboneto, além da espessura da película de óleo. Em casos nos quais diversas cores possamser observadas dentro de uma área de arco-íris, a cor metálica aparecerá bastante homogênea, podendo serazul, marrom, roxa ou de outra cor. A aparência 'metálica' é o fator comum e foi identificada como um efeitoespelho, de acordo com as condições de luz e do céu. Por exemplo: o azul pode ser observado no céu claro.

Código 4: Cores verdadeiras descontínuas (50 μm–200 μm)

Para películas de óleo com espessura superior a 50 μm, a cor verdadeira do óleo vai gradualmente dominara cor que é observada. Óleos marrons aparecerão na cor marrom, enquanto óleos pretos aparecerão pretos.A natureza descontínua da cor, devido a áreas mais finas dentro da mancha, é descrita como descontínua.Isso é causado pelo comportamento de dispersão sob os efeitos de vento e corrente. O termo 'descontínuo'não deve ser confundido com 'cobertura'. O termo descontínuo implica em variações de cor e não em áreasnão poluídas.

Código 5: Cores verdadeiras contínuas (> 200 μm)

A cor verdadeira do óleo específico é o efeito dominante nessa categoria. Uma cor mais homogênea podeser observada sem descontinuidade, como descrito no código 4. Essa categoria depende bastante do tipode óleo e as cores podem ser mais difusas em condições escuras.

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Aparência no mar

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

Brilho, arco-íris, metálica. Mancha nova se espalhando amplamente.

corrente

vento

corrente

vento

A medida que a mancha sofre intemperismo zonas mais espessas aparecem na direção do vento.

As primeiras camadas espessas de emulsão começam a aparecer.

Após alguns dias, as camadas finas se dispersaram e apenas camadas de emulsão permanecem.

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As camadas de emulsão se fragmentam e pequenas bolas de piche que são visíveis apenas de perto.

O vento divide as manchas em estriados. Se o vento for forte, iridescências podem desaparecer.

Emulsão disposta em faixas paralelas pelo vento. Mancha de óleo parcialmente dispersa pelo dispersantequímico.

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Observação de um navio, promontório ou plataforma

Se não estiverem disponíveis meios de observação aérea, devemos às vezes fazer a observação de umnavio, promontório ou uma plataforma de produção ou exploração. Nessas situações, à distância é difícildiscernir de forma eficaz as bordas da mancha, sua espessura e controlar a posição em relação ao sol.

Certas regras práticas de senso comum são necessárias, por exemplo:l observe do ponto mais alto do navio, plataforma ou desfiladeiro, conforme permitido pelas regras

de segurança da unidade;l use óculos de sol polarizados; el se possível, realize observações por volta do meio dia (hora solar).

É importante:l especificar a área de superfície de acúmulos;l indicar se a poluição está flutuando ou assentada (observe a atenuação da altura e a quebra das

ondas para obter uma ideia da espessura do poluente, que pode chegar a vários centímetros); el descreva as características morfológicas do tipo de costa afetada, um fator que vai determinar as

técnicas de resposta.

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

Observação:

Novos sistemas desensoriamentoremoto que usam

sensores de bordo ouradar de navegaçãode navio padrão, deum ou vários naviosoperando em umderramamento,podem ser usadospara detectar

manchas e ajudar aposicionar asembarcações de resposta.

À esquerda: chegadado óleo cru na costa.

Font

e: IT

OPF

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Imagens de vídeo e fotográficas

Juntamente com a observação visual, é útil coletar imagens de um derramamento para ajudar a identificare quantificar a mancha durante a resposta. As imagens também podem ser usadas posteriormente comoevidência para processos em casos de descargas ilícitas. Câmeras são usadas para registrar fotos ou vídeosde um derramamento e usar o intervalo de luz visível do espectro eletromagnético para criar imagens comcores verdadeiras. Câmeras podem ser usadas manualmente por um observador ou instaladas naaeronave e terem o recurso de referência geográfica em qualquer imagem registrada.

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Com a generalização de câmeras de reflexo digital, com uma resolução de sensor de mais de 10 milhõesde pixels, é possível obter imagens de alta qualidade atualmente.

Graças à tecnologia digital, certas informações valiosas podem ser facilmente obtidas, incluindo data,hora e posição de GPS da imagem.

Se a câmera não estiver equipada diretamente com o GPS, uma pequena unidade GPS pode serinstalada para marcar fotos com o local de onde a foto foi tirada. As coordenadas geográficas coletadaspodem então ser usadas para posicionar as fotos nos mapas digitais. Depois de salvar imagens em seuformato original, elas podem ser transferidas por e-mail em formatos de arquivo inferiores.

Dicas úteisl Antes da missão, defina a data e a hora na câmera digital. Caso seja necessário, sincronize a data e a

hora da câmera com o dispositivo GPS.l Durante o voo, não fique apoiado na parede interna da aeronave ou apoie a câmera na janela da

cabine (para evitar vibrações).l Coloque a câmera bem perto da janela (cerca de 1 cm de distância) e paralela à sua superfície para

evitar reflexos coloridos.l Tenha atenção à posição com relação à luz, além das cores do mar e do céu, que podem ser difíceis

de serem diferenciadas.l Se possível, tire fotos próximo ao meio dia (hora solar), evite o pôr do sol e o nascer do sol (quando a

luz pode afetar as cores).l Leve em conta o nível da maré para fotos da linha de costa.l Para melhores resultados, voe em baixas altitudes.l Depois do voo, arquive cuidadosamente as fotos registradas. Todas as fotos devem ser vinculadas a

um índice e devem ser rastreáveis.

Característicasl Câmera de reflexo digital:

l Lentes: 28 mm, 35 mm, 50 mm, 55 mm

l Acessórios:l tampa da lentel filtros (polarizado, anti-UV)l unidade GPS

l Configurações:l configuração manual ou de alta velocidadel foco definido para infinitol ISO 200 a 400, ou até mesmo 800 (ideal para condições de baixa luz ou névoa, enquanto garante

uma qualidade bem alta e boa granulação)l velocidades usadas: de 1/500° a 1/2000° (velocidade mais alta do obturador possível para evitar

um efeito de sequência)l abertura: f.8 a f.16 para uma profundidade de campo máxima.

Caixa 5 Fotografia aérea: especificações técnicas

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Outros tipos de imagens

Além de imagens de vídeo e fotografias, há outros tipos de sensores que podem ser usados para coletarimagens e dados usando comprimentos de onda fora do intervalo de luz visível. Uma vez que a luz érestrita pela hora do dia e também pode ser afetada por condições climáticas, há diversas vantagens emusar sensores em vez de câmeras. Eles podem, por exemplo:l ser usados durante o dia ou noite;l ser usados em condições de tempo nublado;l determinar outras propriedades sobre uma mancha e o ambiente em volta; el auxiliar a minimizar o número de falsos alarmes.

Os sensores podem ser categorizados em duas técnicas de detecção diferentes: ativa e passiva. Sensoresativos transmitem um sinal que é então retornado depois de entrar em contato com, e depois de serrefletido por uma determinada característica; exemplos de sensores ativos incluem 'detecção e alcancede rádio' (RADAR) e 'detecção de luz e alcance' (LIDAR). Sensores passivos não transmitem um sinal, massimplesmente usam a radiação emitida pela superfície em destaque; isso inclui o uso de luz visível emcâmeras e a detecção de radiação infravermelho térmica e luz ultravioleta. Ambos os tipos de sensorespodem ser montados em sistemas em aeronaves, embarcações e satélite.

O uso de sensores em aeronaves, embarcações e satélites para coletar informações sobre umderramamento desempenha um papel importante na vigilância geral de derramamentos de óleo aolongo da observação aérea. A indústria está atualmente trabalhando para compreender melhor o papelque ambas plataformas aéreas e satélites têm na hora de fornecer informações sobre derramamentos deóleo, incluindo como elas podem ser aplicadas de forma operacional durante uma resposta. O trabalhocontínuo busca avaliar e esclarecer as vantagens e limitações de diferentes métodos, plataformas esensores e visa fornecer uma recomendação geral sobre como eles podem ser usados (juntamente com aobservação visual) como parte do kit de ferramentas de sensoriamento remoto. Isso inclui um relatóriorecente publicado pelo Instituto Americano de Petróleo sobre Sensoriamento remoto em apoio a umderramamento de óleo: orientação de planejamento (API, 2013) e duas Diretrizes de boas práticas daIPIECA-IOGP, Uma avaliação de recursos de monitoramento de superfície para resposta a derramamentos de óleo usando sensoriamento remoto por satélite (IPIECA-IOGP, 2014b) e Uma avaliação de recursos demonitoramento de superfície para resposta a derramamentos de óleo usando sensoriamento remoto poraéreo (IPIECA-IOGP, 2014c).

Consulte a tabela 5 (verso) para obter um resumo de outros sensores.

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

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Tabela 5 Resumo de diferentes tipos de sensores que podem ser usados para coletar imagens e dados de derramamentos de óleo

continuação…

Sistema desensoriamentoremoto

Ativo/passivo

Meios dedetecção

AlcanceIntervalo de

espessura de camadadetectada

Limitações

Radar aéreo deinspeção lateral(SLAR)

Ativo Detecta adiminuição doóleo pelacapilaridade dasondas geradaspelo vento.

Durante voos dereconhecimento (de 450 a 1.200 m), o SLAR podedetectar óleo a umadistância de 15 a 20 NM emqualquer um dos lados doavião, exceto no 'pontocego' diretamente abaixodo avião, que é igual emlargura à altitude do avião.Essa lacuna pode sercoberta por um scannerinfravermelho.

Acima de 3 a 5 μm(para produzir umefeito de diminuiçãoem ondas capilares).

Penetra na camada danuvem. Se o mar estivermuito calmo (0 a 1 na escalaBeaufort), as ondas criadaspelo vento não são altas osuficiente. Por outro lado, seo mar estiver muito agitado(acima de 7 ou 8 na escalaBeaufort), a camada de óleonão vai minimizar as ondascapilares. Os resultadossempre devem serconfirmados por observaçãoaérea e/ou varredura IR/UV.

Scanner de linhainfravermelha (IR)

Passivo Detecta aradiação térmicacom umcomprimento deonda na bandade 8 a 12 μm.

A zona varrida é igual aduas vezes a altitude doavião. Compensa pelo'ponto cego' do SLAR. Naprática, a varredura deveser realizada a 450 m,permitindo uma largura de cerca de 1.000 m.

Mais de 10 μm. Asmanchas aparecempretas ou brancas natela dependendo desua espessura etemperatura.

Dificuldades deinterpretação acima de 10 μm de espessura.

Scanner de linhaultravioleta (UV)

Passivo Detecta ocomponenteultravioleta daluz do solrefletida porlíquidos oleosos.

A zona varrida é igual aduas vezes a altitude doavião. Compensa pelo'ponto cego' do SLAR. Naprática, a varredura deveser realizada a 450 m,permitindo uma largura de cerca de 1.000 m.

Abaixo de 1 μm. Não é possível distinguirentre diferentes espessuras;apenas operações diurnassão possíveis.

Radiômetro pormicro-ondas(MWR)

Passivo Similar aoscanner de linhaIR. Possui avantagem de sercapaz de medir aespessura, edessa forma ovolume, dasmanchasdetectadas.

A zona varrida é igual aduas vezes a altitude doavião. Compensa pelo'ponto cego' do SLAR. Naprática, a varredura deveser realizada a 450 m,permitindo uma largura de cerca de 1.000 m.

A partir de 100 μm. A calibração é necessáriapara determinar os volumes.Para manchas e emulsõesespessas, a área superficialda mancha pode sercalculada, mas a espessuradeve ser determinadausando outros métodos,como por embarcaçõesenvolvidas em operações de resposta.

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Uso de imagens como evidência de descargas ilícitas

Em certos países, imagens de vídeo ou fotografias servem como evidência para processos em casos dedescargas ilícitas. O ideal é que todas as informações necessárias possam ser fornecidas em três imagenscomplementares:l Uma imagem detalhada da mancha, tirada quase que verticalmente, de uma altitude de menos de

300 metros com o sol nas costas do fotógrafo.l Uma imagem geral de longo alcance do navio e da mancha, mostrando que o óleo veio do navio

em questão.l Uma imagem detalhada do navio para fins de identificação (cor do casco e escapes, nome, etc.).

Na prática, uma série de fotos deve ser tirada, mostrando o navio e seu rastro de poluição, a extensão dorastro (sem descontinuidade), o nome do navio e, por fim, as redondezas (incluindo, especialmente e sepossível, outros navios com rastros 'limpos' para comparação) para mostrar claramente que o navio emquestão é responsável pela poluição. Uma imagem mostrando onde a descarga parece ter sido originadatambém pode ser adicionada, mesmo se isso possa acabar gerando confusão. Qualquer que seja o caso,não afirme de forma definitiva que é o poluente descarregado que está visível na fotografia. É importantelembrar que navios também podem descarregar poluentes que não são líquidos (água de resfriamento).

De preferência, um filtro polarizado deve ser usado, o qual possibilita a visualização mais seletiva depelículas finas e camadas espessas em comparação com o olho humano.

Além de fotos e vídeos, outros sensores podem ser usados para permitir a detecção de óleo durante a noite.

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

Tabela 5 Resumo de diferentes tipos de sensores que podem ser usados para coletar imagens e dados de derramamentos de óleo (continuação)

Sistema desensoriamentoremoto

Ativo/passivo

Meios dedetecção

AlcanceIntervalo de

espessura de camadadetectada

Limitações

Scannerinfravermelho deavanço (FLIR)

Passivo Detecta aradiação térmicacom umcomprimento deonda na bandade 3 a 5 ou 8 a 12 μm.

Depende da altitude doavião e do campo de visãoselecionado pelo operador,além da higrometria.

Do código 2 ou 3. O FLIR não pode ser usadocomo um sensor de pesquisade poluição principal.Gravações de FLIR podemser usadas como um métodocomplementar além deoutros meios de observação.

Fluorosensor laser(LFS)

Ativo Feixe de laser 0,1 a 20 μm É necessário realizarcalibração. Umhidrocarboneto de óleo sópode ser identificado seintegrado no sistema. LFSs operacionais podemidentificar 13 óleosdiferentes.

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Diversos tipos de equipamentos podem fornecer a identificação do navio envolvido, incluindo AIS(sistemas de identificação automática), novos sistemas eletro-óticos ou câmeras IR e LLLTV (televisão debaixo nível de luz).

Na falta de fotos, o arquivo de caso transferido para as autoridades legais incluirá no mínimo oselementos a seguir: imagens SLAR, termografia infravermelho do rastro e identificação do navio.

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À direita: um navio eseu rastro; a área nasproximidades está limpa.

À direita: fotopróxima de um rastro.

Acima: as características de um navio podem começar aser diferenciadas a essa distância.

Font

e: M

arin

ha n

acio

nal

Font

e: D

ouan

e fr

ança

ise

Font

e: D

ouan

e fr

ança

ise

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Orientando uma embarcação de resposta

Uma vez que a tripulação não pode detectar com facilidade a poluição na superfície da água, ela deve ser orientada para ter eficiência no tratamento e recolhimento do poluente. O melhor método envolvefornecer descrições detalhadas (baseadas em mapa) da poluição na zona onde a embarcação ou frotadevem operar. Isso significa que não é necessário ter uma aeronave de orientação em operaçãopermanente.

A orientação básica implica no direcionamento da embarcação para as áreas mais espessas de manchasindicando a distância/ângulo azimutal, por exemplo: 'uma mancha com 20 metros de largura por 200 metros de comprimento está situada a 30° à direita a 200 metros'.

É importante observar o abaixo:l O avião (ou, preferencialmente, helicóptero) na área deve informar as embarcações sobre o local e os

formatos das manchas, indicando as áreas espessas (ou camadas) nas quais as operações de respostadevem se concentrar.

l A orientação pode ser realizada diretamente por meio de indicações transmitidas por rádio de banda marinha.

l Quando o tempo de voo na área for limitado, é preferível transmitir para a embarcação uma descriçãoexata das manchas e sua posição.

l A orientação pode ser melhorada indicando a posição de boias marcadoras ou boias de fumaça com relação à mancha.

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

Orientação de operações de resposta

Alfândega francesa que fornece orientação aérea para direcionar a embarcação de respostafrancesa, Ailette (poluição do Prestige, Galícia, 2002).

Font

e: D

ouan

e fr

ança

ise

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Os pescadores bascos da Espanha ficaram bastante envolvidos nas operações no mar para recuperar oóleo combustível do petroleiro Prestige. Seus esforços complementaram aos das embarcações deresposta de poluição, quando a poluição se tornou muito geograficamente dispersa para essasoperações serem eficientes o bastante. Os barcos de pesca, dessa forma, precisaram ser orientados para os acúmulos de combustível logo que eram identificados.

Um avião das autoridades regionais realizou voos sobre a zona, sobrevoando de forma perpendicular àcosta. Logo que o avião estava perto o bastante para aterrissar, as posições das manchas (registradasusando GPS) e estimativas de sua área superficial ou seu volume foram transmitidas para a AZTI, aFundação Tecnológica do País Basco, por celular. Um banco de dados, desenvolvido pela AZTI, foi usadopara indicar todas as embarcações envolvidas nas operações de resposta (180 barcos de pesca, de 15 a30 metros de comprimento) com sua capacidade de armazenamento, as quantidades recolhidass, ascoordenadas de suas posições e o número de pessoas a bordo (transmissão em tempo real deinformações por rádio satélite).

O operador da AZTI foi então capaz de determinar quais embarcações estavam mais próximas damancha identificada e se a embarcação tinha ou não espaço suficiente para armazenar o poluente. Eleentão as informou sobre as posições das manchas por VHF (transmissão quase em tempo real). Essesbarcos então recolheram o óleo e, depois que foi concluída, o capitão de cada barco entrou em contatocom o centro de respostas AZTI por VHF para informá-lo sobre a tonelagem recolhida. A embarcaçãoentão continuava para outra mancha ou seguia para o porto. Esse sistema foi preparado rapidamente,graças à cooperação de rotina dos pescadores do País Basco e da AZTI durante a estação de pesca.

Barco de pesca doPaís Basco envolvidoem operações deresposta à poluiçãodo Prestige.

Font

e: A

ZTI

Caixa 6 Um exemplo de orientação durante a resposta do Prestige

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POLREP (relatório de poluição)

Para transmitir de forma rápida e eficaz informações iniciais sobre poluição de óleo no mar, um formatode relatório de poluição padronizado (POLREP) pode ser usado, conforme ilustrado na caixa 7 abaixo.

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

Relatório de reconhecimento

Endereço para ação: MRCC relevante

Endereço para informações: autoridades relevantes

Título/assunto: POLREP

A: Classificação do relatório:

Duvidoso - provável - confirmado

B: Data e hora que a poluição foi observada/relatada

C: Posição e extensão da poluição

Se possível, informe o alcance e a direção da marca proeminente ou posição do GPS e a quantidadeestimada de poluição (ou seja, o tamanho da área poluída, número de toneladas derramadas ou númerode recipientes/tambores perdidos). Onde possível, forneça a posição do observador em relação à poluição.

D: Maré, velocidade do vento e direção

E: Condições meteorológicas e estado do mar

F: Características da poluição

Informe o tipo de poluição, por exemplo, óleo (cru ou outros), substâncias químicas embaladas ou agranel, esgoto. Para substâncias químicas, forneça o nome correto ou o número das Nações Unidas, se conhecido. Para todos os casos, forneça informações sobre aparência, por exemplo, líquido, sólidoflutuante, óleo líquido, borra semilíquida, alcatrão, óleo intemperizado, descoloração do mar, vaporvisível. Quaisquer marcações nos tambores, recipientes e afins também devem ser informadas.

G: Fonte e causa da poluição

Por exemplo: a partir da embarcação ou outros. No caso da embarcação, informe se isso é resultado de uma descarga deliberada ou de uma casualidade. Se for o segundo, forneça uma descrição rápida. Se possível, informe nome, tipo, tamanho, nacionalidade e porto de registro da embarcação poluente. Se a embarcação estiver prosseguindo no seu caminho, informe o curso, velocidade e destino.

H: Detalhes das embarcações na área

A serem informados se o poluente não puder ser identificado e se o derramamento for considerado deorigem recente.

I: Se fotos e/ou amostras foram tiradas para análise.

J: Medida corretiva adotada ou desejada para lidar com o derramamento.

K: Previsão do efeito provável da poluição (chegada na praia) com tempo estimado.

L: Nomes de outros estados e organizações informados.

M: Quaisquer outras informações relevantes (por exemplo, nomes de outras testemunhas, referência a outros casos de poluição que apontam para a fonte).

Caixa 7 Formato de mensagem de sinal POLREP inicial

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Mapeamento da poluição

Todas as observações feitas durante uma missão de reconhecimento devem ser registradas em um ouvários mapas. Essa operação deve ser realizada com cuidado, seja durante o voo ou depois, dependendodo que é possível para cada caso. O mapeamento deve ser padronizado para que as diversas observaçõesfeitas durante uma série de voos possam ser facilmente interpretadas. Deve-se ter atenção em especial àmarcação das áreas mais poluídas (camadas ou manchas espessas, zonas de acúmulo de poluente) paraque a extensão da poluição possa ser estimada (consulte a página 43) e as operações de respostadirecionadas.

O método proposto nessa seção é derivado do método internacionalmente adotado para observação deicebergs nas áreas polares.

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Sistema denavegação do avião vinculado acartografia forneceum relatório demissão com a rota devoo e derramamentosobservados.

No canto do mapa, deve-se registrar o seguinte:

l data e horas de voo

l zona que ocorreu o sobrevoo

l número do mapa (quando vários mapas sãoproduzidos durante o voo)

l nome do observador e da organização àqual ele faz parte

l tipo de aeronave e sensores usados

l condições meteorológicas: tempo nublado,cor do céu e do mar, e estado do mar

Em um mapa básico preparado antes damissão:

l marque os contornos de cada zona poluídaobservada com uma linha contínua

l especifique a natureza da mancha para cadazona de acordo com os critérios explicadosna página a seguir (use as abreviaçõesfornecidas)

l trace a rota do avião com uma linhapontilhada

Esse registro vai contribuir para o relatório pós-avaliação. O registro de notas durante ovoo pode ser adaptado às circunstâncias e àspráticas do observador.

Caixa 8 Identificação do mapa Caixa 9 Registro de observações

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

O nível de cobertura é indicado como umaporcentagem com referência às representaçõesesquemáticas (consulte a página 43). Se ambasas camadas espessas e camadas finas (brilho,arco-íris, metálica) estiverem presentes, sepossível, especifique suas respectivascoberturas (por exemplo, 5% ptc - 30% código 3).

As dimensões médias para camadas de emulsão(ou potencialmente para manchas de óleofresco) são expressas em metros.

As informações sobre a mancha são relatadascomo uma lista na ordem a seguir:

l tipo e organização

l cobertura

l dimensões

Exemplo de anotação: poluição na forma dearco-irís cobrindo 40% da superfície do mar,combinada com camadas que cobrem 3% dasuperfície do mar, tamanho médio dascoberturas: 10 m:

l ptc + código 2 //

l 40% código 2–3% ptc

l 10 metros

Para clareza, essas indicações devem serregistradas na borda do mapa, tendo cuidadopara mostrar, usando as setas, para qual pontono mapa elas se referem.

Se a mesma descrição cobrir diversas zonasdiferentes, os critérios descritivos devem serregistrados no canto do mapa com umaidentificação por letra e essa letra deve serindicada em cada uma das zonas em questão(consulte o exemplo na Figura 7 na página 40).

Quando uma mancha se espalhar além dohorizonte, o limite de visibilidade deve sermostrado usando uma linha pontilhada.

Caixa 10 Descrição da poluição

Caixa 12 Nível de cobertura

Caixa 11 Dimensões da mancha

Descrição Abreviação

Cor/aparência (consulte as páginas 25-26):

l Brilho Código 1

l Arco-íris Código 2

l Metálico Código 3

l Cor verdadeira descontínua Código 4

l Cor verdadeira contínua Código 5

Para códigos 4 e 5, indique a cor:

l Preto bl

l Marrom br

l Laranja or

Tipo:

l Mancha (Ø ou L > 30 m) sl

l Camada (50 cm < Ø ou L < 30 m) ptc

l Em camadas (10 cm < Ø < 50 cm) ptt

l Bola de piche (Ø não discernível) tb

Estado do poluente:

l Óleo fresco fo

l Óleo disperso disp

l Emulsão emul

Disposição:

l Aleatória •

l Faixas paralelas //

Detritos deb

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A Figura 7 fornece umexemplo de maparesumido usando as abreviaçõesdiscutidas nesta seção.

l Mostre a rota seguida usando traços e cruzes, por exemplo:

– + – + – +

l Mostre as partes da costa afetada, por exemplo:

l Informe também os pontos em que as superfícies de óleo (no caso de um vazamento de oleoduto ou naufrágio), por exemplo:

l Diversos comentários e observações podem ser indicados na borda do mapa ou em uma ficha anexa,garantindo que o local ao qual se refiram seja identificado de forma clara no mapa por uma letra noponto adequado, por exemplo:

(J = pedras poluídas no topo da praia)

distância (milhas náuticas)

Código 2 //20%

Código 2 //5%

ptc + Código 3 Código 4 bl

30%

Código 3 + fo Código 3 bl

30%

fo Código 4 bl

50%

ptc + tb Código 5 br

ou 2%

Código 2 Código 4 bl

ou 20%

distância (milhas náuticas)

Figura 7 Mapeamento de poluição—um exemplo

Caixa 13 Outras indicações

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1%, Código 5 5%, Código 3 24%, Código 2 70%, Código 1

Estimar a quantidade de poluente

Embora não seja fácil estimar a quantidade de poluente, isso é, ainda assim, necessário. Estimativas sãofeitas usando mapas e levando em conta a superfície poluída e a espessura das manchas.

Estimativa no mar

l Superfíciel A área superficial é obtida multiplicando a área superficial de cada zona por seu nível de cobertura

(camadas espessas).l A área superficial de uma mancha ou acúmulo de bolas de piche pode ser calculada diretamente

usando um sistema de GPS de bordo, SLAR ou um scanner IR/UV.

l Espessura1. Observação visual:

Para um grande derramamento de óleo, uma primeira estimativa a fim de informar a tomada dedecisão operacional (por exemplo, mobilização de recursos), e na ausência de indicações contrárias,recomenda-se usar o valor superior do intervalo fornecido no Bonn Agreement Oil AppearanceCode. (Consulte as páginas 25-26 para obter mais informações sobre o Oil Appearance Code.)

2. Cálculo com instrumentos: Recomenda-se o uso de um radiômetro de micro-ondas (MWR) ou fluorosensor laser (LFS).

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PLANEJAMENTO DE CONTINGÊNCIA PARA DERRAMAMENTOS DE ÓLEO NA ÁGUA

(*Design: J-P Castanier,Alfândega francesa; cálculo:Alun Lewis, consultor)

O manual do BonnAgreement Oil AppearanceCode (BAOAC) sugere que a estimativa de volumemínima deve ser usada parafins jurídicos (aplicação dalei) e estatísticos. Ele sugereainda que, em termosgerais, a quantidademáxima deve ser usada,juntamente com outrasinformações essenciaiscomo local, paradeterminar quaisquermedidas de respostanecessárias.No entanto, destaca-se

que cada autoridadenacional vai determinarcomo usar os dados devolume do BAOAC

Área total da superfície = 12 km x 2 km = 24 km2

Cobertura = 80%Área da superfície coberta: 24 x 80% = 19,20 km2

Código 1 (brilho): 0,04–0,3 µmCódigo 2 (arco-íris): 0,3–5,0 µmCódigo 3 (metálico): 5,0–50 µmCódigo 5 (cor verdadeira contínua): > 200 µm.

a) Estimativa mínima

Código 1 19 x 70% x 0,04 = 0,532 m3 (532 litros)

Código 2 19 x 24% x 0,3 = 1,368 m3 (1.368 litros)

Código 3 19 x 5% x 5,0 = 4,75 m3 (4.750 litros)

Código 5 19 x 1% x 200 = 38 m3 (38.000 litros)

Total: 44,65 m3 (44.650 litros)

b) Estimativa máxima

Código 1 19 x 70% x 0,3 = 3,99 m3 (3.990 litros)

Código 2 19 x 24% x 5,0 = 22,8 m3 (22.800 litros)

Código 3 19 x 5% x 50 = 47,5 m3 (47.500 litros)

Código 5 19 x 1% x 200 = 38 m3 (38.000 litros)

Total: 112,29 m3 (112.290 litros)

Figura 8 Exemplo: estimativa do volume de óleo derramado no mar* usando o Bonn Agreement Oil

Appearance Codes

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Estimativa onshore

Embora a área superficial da poluição possa ser estimada bem rapidamente (multiplicando a extensão dalinha de costa afetada pela largura da zona coberta), a espessura pode variar muito (de alguns milímetrosaté vários decímetros).

Além disso, na costa, o risco de erro e confusão é maior pela presença de outros fatores como resíduos,algas marinhas, etc. (consulte Chegada de óleo na costa, na página 18).

Para maior precisão, a avaliação da poluição costeira exige reconhecimento em terra (consulte o Guia de boas práticas IPIECA-IOGP sobre levantamentos de avaliação de linha de costa com óleo (SCAT; IPIECA-OGP, 2014d).

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Mapeamento demanchas - exemplode cálculo desuperfície segundo o sistema SLAR.

Chegada de óleocombustível pesadoemulsificado em terra após oderramamento de Prestige (Galícia,Espanha, 2002).

Observação:

As avaliações com base em observações aéreas só podem fornecer uma escala de magnitude. Incertezas sobre a verdadeiraespessura das manchas podem levar a estimativas de volume que variam no fator de dez. Ainda assim, estimativas mínimasdevem ser consideradas como uma fonte confiável de informações na hora de determinar a quantidade mínima que foi defato derramada.

No entanto, deve-se ter cuidados extras ao usar o Bonn Agreement Oil Appearance Code durante grandes incidentes queenvolvam grandes quantidades de óleo espesso e/ou óleos pesados ou quando houver emulsão. As equipes aéreas devemusar todas as informações disponíveis ou a inteligência, como medidas de espessura de óleo registradas por embarcações nasuperfície, para estimar o volume.

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* Essa é uma representação esquemática aproximada projetada apenas para servir como um auxíliovisual. Consulte também a seção sobre o Bonn Agreement ‘Appearance code’ nas páginas 25-26.

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Outros produtos

Imagens de diversas substâncias químicas e produtos alimentares derramados no mar podem serconfundidas com imagens de manchas de óleo. Assim, é útil contar com algumas imagens de referênciapara evitar erros de interpretação. Óleo vegetal e certas substâncias químicas também aparecem noequipamento de detecção remota.

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Outros produtos e fenômenos naturais

Emulsão de óleo de coco no formato de camadas brancas(incidente de Allegra, Canal Oeste, outubro de 1997).

Mancha de estireno observada por um avião da AlfândegaFrancesa (acidente de Ievoli Sun, Les Casquets, França,outubro de 2000).

Derramamento de Molasses.

Palmor I experiment (França, outubro de 1998): da esquerdapara a direita: óleo de soja; óleo combustível; óleo de coco.

Liberação de óleo vegetal.

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Fenômenos naturais

Diversos objetos flutuantes e outros fenômenos podem ser confundidos com manchas de óleo. Por exemplo, os itens a seguir já geraram confusão:l Sombras de nuvens criando zonas mais escuras na superfície da água.l Quando o mar está relativamente calmo, correntes de superfície ou convergência de água fria e

quente pode, com um pequeno ângulo de incidência, dar a aparência de uma película (brilho, arco-íris, metálica).

l Águas turvas em fozes, em baías ou simplesmente perto da costa, podem chamar a atenção devido àsua aparência bege em comparação com a água nas proximidades (água colorida sem nenhum sinalde película – brilho/arco-íris/metálica - na superfície não pode ser uma mancha de óleo).

l Algas flutuantes, ramos de fitoplâncton ou faixas de pólen podem ser parecer com manchas coloridas.l Cardumes que se parecem com manchas escuras.l Áreas calmas.

Quando observado de helicóptero, se estiver em dúvida, verifique a presença de uma mancha de óleosobrevoando baixo; se a visão for uma mancha de óleo, a turbulência criada pelo rotor fará com que elase mova para longe.

Sempre que possível, observações realizadas por avião devem ser confirmadas por reconhecimento dehelicóptero (permitindo observação mais próxima) ou por um avião com equipamento de detecçãoremota instalado (IR, SLAR, FLIR, etc.). Se ainda estiver em dúvida, amostras podem ser retiradas paraacabar com a incerteza se as condições climáticas e técnicas disponíveis permitirem. Neste caso, asamostras devem ser coletadas o mais rápido possível e exclusivamente da mancha observada. O objetivoé provar que a substância derramada no mar é de fato um hidrocarboneto. No entanto, é difícil obteramostras representativas no mar a bordo de uma aeronave.

Fotos para exemplificar fenômenos naturais (continuação do verso)

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Observação:

Em caso de dúvidas,observe a área de

uma distância menorpara confirmar oudescartar a presença

de óleo.

Sombras formadas por nuvens dão a impressão de óleo flutuante.

Esse efeito na superfície é causado pela presença de duasmassas de água com diferentes temperaturas.

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À direita: água turvaperto da costa. Lododo leito do mar ficasuspenso na águadevido aomovimento das hélices.

À direita: algasmarinhas perto da costa.

Pedaços de algasmarinhas flutuandono mar.

Acima: Turfa na superfície da água.

Abaixo: Florescência de algas.

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Acima: quatro exemplos de efeitos parecidos com manchas devido à presença de bancos de areia, algas marinhas, corais, etc.

Acima: Camadas paradas podem ser confundidas com uma película fina de óleo.

Esquerda: faixascoloridas devido aodesenvolvimento de fitoplâncton(observação de um helicópteroplanando; observe oefeito do ventoproduzido pelo rotordemonstrando quenesse caso não serefere a umamancha de óleo).

Esquerda:florescência defitoplâncton.

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AIS Sistema de identificação automática.

AIgnição Temperatura mínima na qual os vapores entram em ignição espontaneamente.espontâneatemperatura

AZTI Tecnalia Fundação oceanográfica envolvida no desenvolvimento social e econômico dediversos aspectos da indústria alimentar, além de proteção ao ambiente marinho e recursos pesqueiros.

Baliza Argos Um transmissor usado em conjunto com o sistema de coleta de dados e fixado emsatélite Argos permitindo que as informações sejam coletadas sobre qualquer objetoequipado com tal transmissor em qualquer parte do mundo.

Cedre Centro de documentação, pesquisa e experimentação sobre poluição acidental na água.

cSt Medida de viscosidade; 1 cSt (centistoke) = vazão de 1 mm2/s.

Densidade Quociente da massa volumétrica de uma substância e da massa de água para um líquido ou ar para um gás.

Dispersante Produto que contém um solvente; usado para condicionar a matéria ativa e difundi-la na água. Uma mistura de surfactantes garante a dispersão do óleo em pequenas gotículas no ambiente marinho.

Dispersão Formação de gotículas de óleo de diversos tamanhos devido à ação das ondas e daturbulência na superfície do mar. Essas gotículas ficam em suspensão na coluna deágua ou voltam para a superfície para formar outra mancha. Esse processo naturalpode ser incentivado pelo uso de dispersantes, dependendo da viscosidade dohidrocarboneto do óleo e se a situação geográfica ou batimétrica possibilita seu uso.

Emulsificação O termo emulsificação refere-se à formação de uma emulsão de óleo e água. Essaemulsão pode ser composta por uma grande parte de água (normalmente de 60%,podendo chegar até 80%). Sua cor varia de marrom a laranja e é muitas vezes citadacomo 'mousse de chocolate', fornecendo uma indicação de sua consistência.

Evaporação Transformação de um líquido em vapor através de sua superfície livre em umadeterminada temperatura. A taxa de evaporação do óleo depende principalmente da proporção de produtos voláteis e da combinação de hidrocarbonetos, além de outros fatores, como velocidade do vento, temperatura da água e do ar, arugosidade da superfície do mar e extensão do espalhamento. As frações mais levesevaporam primeiro e as frações menos voláteis formam um resíduo com umaviscosidade e densidade superior ao hidrocarboneto original.

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Glossário

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Explosímetro Dispositivo usado para medir a concentração de gás inflamável na atmosfera.

Fitoplâncton Afloração de plâncton.

FLIR Infravermelho de avanço: um sensor infravermelho usado para detecção remota demanchas de óleo. Em condições atmosféricas ideais, ele é capaz de detectar umamancha a cerca de 20 milhas náuticas da aeronave voando a 1.066 metros. Ele podedetectar manchas nível 2 (arco-íris) do Bonn Agreement Oil Appearance Code e nãopossui limite de espessura máximo. Ele também pode ser usado para ler o nome deuma embarcação à noite.

GIS Sistema de informações geográficas.

GPS Sistema de posicionamento global.

HFO Óleo combustível pesado.

IFO Óleo combustível intermediário.

Ifremer Instituto Francês de Pesquisa para Exploração Marítima.

IR Infravermelho.

LFS Fluorosensor laser.

LLLTV Televisão de luz de baixo nível.

Micro-ondas Sensor usado para detecção remota de manchas de óleo. O método de detecção radiômetro o torna um sensor para qualquer tipo de clima. Ele também é capaz de determinar (MWR) a espessura das manchas.

MOTHY Modelo de transporte de óleo oceânico da Météo France, um modelo de previsão de deriva para manchas de óleo e objetos no mar.

MRCC Centro de coordenação de resgate marítimo.

POLREP Relatório de poluição.

Ponto de fluidez Temperatura abaixo da qual um hidrocarboneto para de fluir. Se o ponto de fluidezde uma substância for acima da temperatura ambiente, ele é menos fluido. Pontosde fluidez são medidos em condições laboratoriais e não são uma representaçãoprecisa do comportamento de um determinado hidrocarboneto em um ambienteaberto.

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Remobilização A remobilização é o processo no qual o mar recupera o poluente aterrado ou quechegou à praia, ou poluente enterrado ou preso em sedimentos próximos da costa.

SAR Radar de abertura sintética.

SASEMAR Sociedad de Salvamento y Seguridad Marítima (Organização espanhola de resgate esegurança marítima). Organização espanhola responsável pela busca e resgate deserviços no mar, além de resposta à poluição para a Espanha, dentro de sua zona de responsabilidade que cobre cerca de 1.500.000 km2. Desde 2009 a SASEMAR éconhecida como Salvamento Marítimo.

Sensoriamento Coleção de técnicas usada para detectar e identificar fenômenos a partir de uma remoto certa distância, seja através de capacidades humanas ou sensores especiais. No caso

da observação aérea da poluição de óleo, o sensoriamento remoto conta com o usode sistemas de detecção, incluindo SLAR, FLIR, scanners infravermelho e ultravioletae radiômetros de micro-ondas.

SG Mer Secretariado geral da França para o mar.

SHOM Serviço oceanográfico e hidrográfico naval da França.

SLAR Radar aéreo de inspeção lateral usado para detectar manchas de óleo.

Surfactante Um agente de umidificação que pode aumentar a dispersão de um líquido (que depende da tensão superficial).

UV Ultravioleta.

Viscosidade Propriedade da resistência para fluidez uniforme sem agitar uma substância,inerente na massa de uma substância.

VOC Composto orgânico volátil — o termo engloba diversas substâncias químicas que são compostas de carbono e voláteis a temperatura ambiente.

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API (2013). Remote Sensing in Support of Oil Spill Response: Planning Guidance. American PetroleumInstitute Technical Report 1144. September 2013. Washington DC.

ASTM (2008). ASTM F1779-08, Standard Practice for Reporting Visual Observations of Oil on Water. ASTM International (American Society for Testing and Materials). www.astm.org

Bonn Agreement (2004). Aerial Surveillance Handbook. Expanded edition produced and renamed as theAerial Operations Handbook in 2008. www.bonnagreement.org/manuals

IMO (2006). MARPOL Consolidated Edition 2006: Articles, Protocols, Annexes, Unified Interpretations of theInternational Convention for the Prevention of Pollution from Ships, 1973, as modified by the Protocol of 1978relating thereto. International Maritime Organization publication, sales number IC520E, London. 531 p.www.imo.org

IPIECA-IOGP (2012). Oil spill responder health and safety. IPIECA-IOGP Good Practice Guide Series, Oil Spill Response Joint Industry Project (OSR-JIP). IOGP Report Number 480.

IPIECA-IOGP (2014a). Finding 19: Guidelines on oil characterization to inform spill response decisions. IOGP-IPIECA Oil Spill Response Joint Industry Project (OSR-JIP). Finding 19 of the IOGP Global IndustryResponse Group (GIRG) report.

IPIECA-IOGP (2014b). An Assessment of Surface Surveillance Capabilities for Oil Spill Response using SatelliteRemote Sensing. Document Reference PIL-4000-35-TR-1.2, April 2014, London.

IPIECA-IOGP (2014c). An Assessment of Surface Surveillance Capabilities for Oil Spill Response using AirborneRemote Sensing. Document Reference PIL-4000-38-TR-1.0, May 2014, London.

IPIECA-IOGP (2014d). A guide to oiled shoreline assessment (SCAT) surveys. IPIECA-IOGP Good PracticeGuide Series, Oil Spill Response Joint Industry Project (OSR-JIP). IOGP Report Number 504.

ITOPF (2011). Aerial observation of marine oil spills: Technical Information Paper 1. International TankerOwners Pollution Federation Limited, London. www.itopf.com/knowledge-resources/documents-guides/publications-en-francais

ITOPF (2011). Fate of marine oil spills: Technical Information Paper 2. International Tanker Owners PollutionFederation Limited, London. www.itopf.com/knowledge-resources/documents-guides/publications-en-francais

NOAA (2007). Dispersant Application Observer Job Aid. National Oceanic and Atmospheric Administration,Washington DC. http://response.restoration.noaa.gov/dispersants_jobaid

NOAA (2012). Open Water Oil Identification Job Aid for aerial observation. National Oceanic andAtmospheric Administration, Washington DC. http://response.restoration.noaa.gov/jobaid/aerialobs

OSRL (2011). Aerial Surveillance Field Guide: A guide to aerial surveillance for oil spill operators. Version 2,December 2011. Oil Spill Response Limited, Southampton, UK.

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Referências e leituras adicionais

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Bonn Agreement: Seções ‘Monitoramento' e 'Reuniões e documentos'. www.bonnagreement.org

Cedre (Centro de documentação, pesquisa e experimentação sobre poluição acidental na água).Descarga no mar. www.cedre.fr

CIS (Sistema de informações comunitárias). Site da União Europeia explicando a organização nacionalpara resposta para poluição marinha acidental e meios disponíveis para cada estado-membro.http://ec.europa.eu/echo/files/civil_protection/civil/marin/cis/cis_index.htm

EMSA (Agência de segurança marítima europeia). Serviço de satélite CleanSeaNet.www.emsa.europa.eu/operations/cleanseanet.html

Helsinki Commission. Por que o monitoramento é necessário.www.helcom.fi/shipping/waste/en_GB/surveilance

IMO (Organização Marítima Internacional). Ambiente marinho. www.imo.org

ITOPF (A Federação Limitada de Poluição de Donos de Petroleiros). Observação aéreawww.itopf.com

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Sites úteis

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