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98 Oportunidades de Negócios Agronegócios Derivados da Cana-de-açúcar Descrição Atração e instalação de empreendi- mentos voltados ao aproveitamento dos derivados da cana-de-açúcar ori- ginada principalmente em Alagoas. O Estado é responsável pela terceira maior produção do País e a primeira do Nordeste, com 25 milhões de tone- ladas na safra 2002/2003. Entidades responsáveis • Célula de Desenvolvimento Econômico • Secretaria Executiva de Agricultura do Estado de Alagoas • Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar Álcool de Alagoas Sindicato dos Produtores de Cana- de-açúcar de Alagoas Tipo de investimento Privado. Poderá contar com contra- partidas do Estado e de instituições de fomento a projetos de inovações tecnológicas. Benefícios para o investidor • Proximidade em relação aos produtores Investir em novo nicho de mercado • Proximidade à infra-estrutura exportadora Benefícios para o Estado Ampliação da base industrial de Alagoas Elevação do valor agregado da atividade canavieira • Criação de oportunidades profissionais e de cidadania para população local Cronograma Implementação imediata. Empresa(s) interessada(s) Sem informação. Fatores competitivos • Investir no maior produtor de cana-de-açúcar do Nordeste • Localização estratégica para escoamento de produtos derivados • Avanço e modernização do setor agrocanavieiro Valor aproximado Conforme cada projeto.

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98 Oportunidades de Negócios

Agronegócios

Derivados da Cana-de-açúcar

DescriçãoAtração e instalação de empreendi-mentos voltados ao aproveitamento dos derivados da cana-de-açúcar ori-ginada principalmente em Alagoas. O Estado é responsável pela terceira maior produção do País e a primeira do Nordeste, com 25 milhões de tone-ladas na safra 2002/2003.

Entidades responsáveis• Célula de Desenvolvimento

Econômico• Secretaria Executiva de

Agricultura do Estado de Alagoas• Cooperativa Regional dos

Produtores de Açúcar Álcool de Alagoas

• Sindicato dos Produtores de Cana-de-açúcar de Alagoas

Tipo de investimentoPrivado. Poderá contar com contra-partidas do Estado e de instituições de fomento a projetos de inovações tecnológicas.

Benefícios para o investidor• Proximidade em relação aos

produtores• Investir em novo nicho de mercado• Proximidade à infra-estrutura

exportadora

Benefícios para o Estado• Ampliação da base industrial de

Alagoas• Elevação do valor agregado da

atividade canavieira• Criação de oportunidades

profissionais e de cidadania para população local

CronogramaImplementação imediata.

Empresa(s) interessada(s)Sem informação.

Fatores competitivos• Investir no maior produtor

de cana-de-açúcar do Nordeste

• Localização estratégica para escoamento de produtos derivados

• Avanço e modernização do setor agrocanavieiro

Valor aproximadoConforme cada projeto.

Derivados da Cana-de-açúcar 99

Agronegócios

FinanciamentoBanco do Nordeste – linhas de financiamento para projetos que variam conforme o porte da empresa, com juros anuais entre 8% e 14% e limites de 80% a 100% do investimento necessário.

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IncentivosConforme o projeto, o governo estadual concede incentivos fiscais, creditícios, locacionais e infra-estrutura, com prazo de fruição adequado (descrição a seguir).

100 Oportunidades de Negócios

Agronegócios

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Panorama geralO setor canavieiro brasileiro está

consolidado como um dos mais efi-cientes do mundo. Possui instalações com tecnologia de ponta, automati-zadas e informatizadas, tanto na agri-cultura quanto no parque industrial. Desenvolve constantemente novas variedades de cana, mais produtivas e resistentes às pragas. Segundo a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o Bra-sil conta com 302 usinas de açúcar e álcool, sendo 218 na região Centro-Sul (128 só no Estado de São Paulo) e 84 nas Regiões Norte e Nordeste. Nacionalmente, o setor emprega 3,4

milhões de pessoas, sendo um milhão em empregos diretos.

A área plantada na safra 2002/2003 foi de 5 milhões de hectares, com pre-visão de aumento de aproximadamen-te 4% para a safra 2003/2004, quando ocupará 5,2 milhões de hectares. Entre as safras de 1994/1995 e 2002/2003, houve crescimento de 33,5% na pro-dução de cana-de-açúcar, saltando de 240,9 milhões de toneladas para 321,6 milhões de toneladas.

Segundo informações da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), a produção esperada para a safra 2003/2004 é de 291,4 milhões toneladas na região Centro-Sul e de

52,3 milhões de toneladas no Norte-Nordeste, representando acréscimo de 6,9%.

O valor bruto da produção de cana, em 2002, foi de R$ 9,8 bilhões e o va-lor por tonelada produzida passou de R$ 11,45, em 1995, para R$ 31,35 em 2003, um crescimento de 173%.

As exportações em 2003 atingiram 12,9 milhões de toneladas de açúcar (acréscimo de 54,2% em relação a 1998) e 757,4 milhões de litros de álcool, produto que vem ganhando mercado a cada ano – foram exporta-dos 116,7 milhões de litros em 1998, acréscimo de 549%.

A tabela 1 mostra a participação do Norte–Nordeste e, em particular, de Alagoas, a partir da safra 1999/2000.

Assim como o petróleo, é possível extrair muitos subprodutos da cana-de-açúcar, com o diferencial de a cana ser biodegradável. É utilizada para produzir açúcar e álcool, além do uso do bagaço para a produção de energia elétrica, plásticos, biofertilizantes, bio-praguicidas, resinas, ácidos orgânicos, biogás, ração para animais, entre ou-tras utilidades.

A agroindústria canavieira em Alagoas

Com o avanço das técnicas de cul-tivo e a mudança na gestão da ativida-de, o setor se desenvolveu e estimula diversas atividades numa única cadeia.

Tabela 1

Produção de cana-de-açúcar por safra do Norte-Nordeste, Alagoas e Brasil (t)

Estados/safra 99/00 00/01 01/02 02/03

Alagoas 19.315.230 25.198.251 23.124.558 21.907.922

Norte-nordeste 43.016.724 50.522.960 48.832.459 48.412.441

Brasil 306.965.623 257.591.809 293.051.982 321.600.000

Fonte: Unica

Derivados da Cana-de-açúcar 101

Agronegócios

A cadeia produtiva sucroalcooleira é extensa e apresenta diversas oportu-nidades de negócios, seja na produ-ção de cana-de-açúcar, açúcar, álcool, melaço e outros derivados, seja nos serviços de apoio: pesquisa, assistência técnica, processamento, transporte, comercialização, crédito, exportação, serviços portuários e “dealers”.

Atualmente, o Estado conta com 23 unidades produtivas. Desse total, 18 têm destilarias anexas e cinco possuem destilarias autônomas. As usinas prin-cipais são: Cachoeira, Caeté, Camara-gibe, Coruripe, Guaxuma, Leão, Porto Rico, Roçadinho, Santa Clotilde, Santo Antônio, Seresta, Serra Grande, Sinim-bu, Sumaúma, Triunfo e Uruba.

Duas usinas estão entre as 500 maio-res empresas em vendas do País, sendo que a Caeté ocupou a 398ª posição em 2002, vendendo o equivalente a US$ 203,4 milhões, e a Copertrading ocu-pou a 437ª posição, com vendas totais de US$ 178,7 milhões.

Entre as 250 maiores empresas ex-portadoras do País, Alagoas aparece no ranking com quatro empresas, todas ligadas ao setor canavieiro, em que a liderança é da Copertrading, que ocu-pa 99ª posição do ranking e registrou em 2003 faturamento de US$ 122,17 milhões. Em seguida, vem a Caeté, que ocupa a 121ª posição e faturou US$ 96,7 milhões em 2003, a Coruripe, na 176ª colocação e faturamento de US$ 65,59 milhões, e Lagoinha Industrial S.A., no 226ª lugar e faturamento de US$ 47,12 milhões.

Alagoas possui mais de um quarto de todos os produtores de cana do Nordeste. A Asplana contabiliza que 95% dos 5,5 mil produtores de cana-de-açúcar de Alagoas são de pequeno e médio portes, produzindo cada um

deles, no máximo, 10 mil toneladas por ano.

ProduçãoAlagoas produz mais de 40% de

toda a cana-de-açúcar do Nordeste. Estima-se que a produção da safra 2003/2004 seja, no mínimo, 5% acima da safra anterior, que foi superior a 25 milhões de toneladas.

A maior parte do álcool produzido pelas usinas alagoanas é destinado às indústrias farmacêuticas, cosméticas e de bebidas, que exigem um produto refinado e livre de impurezas. Esse tipo de álcool, conhecido como neutro ou etílico não desnaturado, com volume de teor alcoólico maior ou igual a 80%, possui valor agregado superior ao álcool combustível.

Em compensação, o açúcar produ-zido em Alagoas é, em sua maioria, não refinado, chamado de bruto ou demerara. Contudo, o Sindaçúcar está reorientando a produção estadual, de modo que, a partir de 2004, todo o açúcar produzido em Alagoas seja pro-cessado, para ganhar valor agregado e concorrer de maneira mais vantajosa no mercado internacional.

ExportaçãoA balança comercial de Alagoas

fechou 2003 com saldo de US$ 312,7 milhões. Desse superávit, o açúcar aparece como o principal produto exportado, rendendo ao Estado US$ 270 milhões.

O volume de açúcar demerara exportado foi superior a 1,3 mil tone-ladas, gerando US$ 227,24 milhões, o que corresponde a 84,1% do valor das exportações de açúcar. O açúcar cristal e refinado, produzidos em menor esca-la, atingiram 230 mil toneladas.

102 Oportunidades de Negócios

Agronegócios

ProdutividadeAlagoas é, entre os cinco maiores

produtores da região, o que apresenta a maior produtividade por hectare.

Produtividade de cana-de-açúcar por hectare - 2002

Dentre os fatores que contribuem para a boa produtividade, acima da média regional, pode-se citar o avanço tecnológico do cultivo, que intercala as culturas da cana com agricultura familiar voltada ao abastecimento do mercado interno, como feijão, milho e outras. As próprias usinas estão dispo-nibilizando seus terrenos para isso.

Outro fator é o melhoramento genético das espécies de cana. Esse conhecimento faz a Universidade Fe-deral de Alagoas liderar o Programa Nacional de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar, tornando Alagoas responsável pelo desenvolvimento de mais de 50 exemplares da planta, que são distribuídos por todo território nacional.

Oportunidades com derivados da cana-de-açúcar de Alagoas Alimentos e bebidas

Com os derivados da cana são elabo-

rados os tradicionais doces e bebidas, que nos Estados de Minas Gerais e São Paulo passaram a receber tratamento diferenciado, com produtos mais ela-borados e sofisticados, desenvolvidos em pequenas e médias propriedades, que resultam em maior valor agregado para a atividade. Essa oportunidade de negócio em Alagoas deverá ser de-senvolvida visando mercado exigente, com produtos diferenciados (produ-ção, apresentação, embalagem etc.).

Atualmente, pequenos produtores, quase de forma artesanal, desenvolvem doces e bebidas (cachaça) derivadas da cana na Zona da Mata alagoana, no norte do Estado, sem explorar to-talmente sua potencialidade.

Ração e saúde animal – o bagaço da cana já é utilizado para a formação do volumoso (responsável por 70% da alimentação dos bovinos – corte e leite) por produtores rurais. Essa opção de alimentação concorre com outras mais simples e baratas (como a palma forrageira) e com outras mais elaboradas, que são ofertadas com os compostos nutritivos.

Alagoas possui um dos mais impor-tantes rebanhos leiteiros do Nordeste e a pecuária de corte desponta como de excelente genética, o que amplia as potencialidades de negócio com a oferta de ração animal.

Chapas e compensados

Em 2003, a biomassa produzida pela safra resultou em aproximadamente 8 milhões de toneladas. A oportunidade de investimento é processar o bagaço da cana-de-açúcar e transformá-lo em chapas de aglomerados para utiliza-ção em construção civil e montagem de móveis e utensílios domésticos. A experiência já foi desenvolvida em

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Derivados da Cana-de-açúcar 103

Agronegócios

Incentivos estaduaisEntre os principais incentivos ofe-recidos pelo Governo do Estado de Alagoas estão:• Diferimento do ICMS nos equipa-

mento e matéria prima utilizados no processo de produção, tanto de origem nacional quanto importado.

• Crédito fiscal presumido de 50% do ICMS.

• Diferimento do saldo devedor do ICMS.

• Por similaridade.• Crédito de operação de transporte

das mercadorias.• Demais incentivos conforme ne-

gociação direta com o governo do estado.

Para maiores detalhamentos consultar legislação vigente Lei Nº 6.404 DE 30 de setembro de 2003, que altera dispositivos da Lei nº 5.671, de 01 de fevereiro de 1995, que dispõe sobre o Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas – Prodesin e o decreto N° 1.505 de 29 de setembro de 2003, publicado no DOE de 30/09/2003 e que altera o decre-to nº 38.394, de 24 de maio de 2000.

Cuba, Colômbia, China, Argentina e Rússia, em que a principal dificuldade (incidência de fungo) foi controlada. No Brasil, as pesquisas estão em fase de desenvolvimento. A resistência físico-mecânica do produto equipara-se às das chapas de partículas de madeira.

Papel e celuloseEstá em fase de pesquisas no Brasil a

utilização do bagaço da cana-de-açúcar para a produção de papel e celulose. A safra de 2002/2003 em Alagoas resultou na produção de aproxima-damente 8 milhões de toneladas de bagaço, o que representa potencial de investimento para produção de papel e celulose.

Estrategicamente a busca de al-ternativas para o produção de papel e celulose é importante, visto que as reservas de florestas plantadas encontram-se em níveis abaixo do recomendado para abastecimento das indústrias. Além disso, quantidade considerável da celulose produzida no Brasil é exportada, ampliando a demanda pelo insumo.

104 Oportunidades de Negócios

Agronegócios

Maricultura

DescriçãoEmpreender e atrair projetos para a consolidação e expansão da ma-ricultura em Alagoas, envolvendo todos os elos da cadeia produtiva: criadores, fornecedores de insumos e equipamentos, distribuidores e co-merciantes.

Entidades Responsáveis• Célula de Desenvolvimento

Econômico • Secretaria Executiva de

Agricultura do Estado de Alagoas• Secretarias de agricultura dos

municípios envolvidos

Tipo de investimentoPrivado. Benefícios para o investidor• Alto índice de produtividade (3o

do País).• Baixo custo de produção por

razões climáticas• Infra-estrutura de apoio (rodovias

e energia elétrica) Benefícios para o Estado• Ampliação e consolidação da

cadeia aquícola no estado.

• Desenvolvimento sustentável de uma região carente

• Fixação e aproveitamento da mão de obra local.

CronogramaPotencial para implantação imediata.

Empresa(s) interessada(s)Sem informações

Fatores competitivos• Intensa presença de

recursos naturais propícios ao desenvolvimento dos cultivos

• Litoral com extensão de 230 km, com lagoas e manguezais

• Temperaturas amenas ao longo do ano (água e ar)

Valor aproximadoConforme cada projeto. Estimativas indicam que o investimento mínimo necessário, excluindo o custo da terra, é em torno de R$ 35 mil/hectare na carcinicultura e R$ 110 mil no cultivo de ostra.

Maricultura 105

Agronegócios

FinanciamentoBanco do Nordeste – linhas de financiamento para projetos na área de agropecuária que variam conforme o porte da empresa, com juros anuais de 6% a 10,75% e limites de 80% a 100% do investimento necessário.

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IncentivosConforme o projeto, o governo estadual concede incentivos fiscais, creditícios, locacionais e infra-estrutura, com prazo de fruição adequado (descrição a seguir).

106 Oportunidades de Negócios

Agronegócios

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

IntroduçãoAtividade relativamente recente no

País, a maricultura vem apresentando crescentes conquistas, tanto no merca-do interno quanto no externo.

Tem-se verificado a tendência de substituir as espécies capturadas na natureza pelas cultivadas em fazendas marinhas. Entre os motivos, estão o custo de produção, padronização do produto e constância no fornecimento dos produtos.

A maricultura, ramo específico da aqüicultura que desenvolve os cultivos de moluscos, algas, camarões, crustá-ceos e peixes, é uma atividade que tem adquirido importância em diversos países de vasto litoral como fornece-dora de proteína animal. Isso se dá em decorrência dos reduzidos custos de produção e pelo fato de propor-cionar uma rentabilidade satisfatória. Ocupam posição de destaque a China, Espanha, Nova Zelândia, Chile, Japão, Coréia, Itália e Brasil.

No Brasil, destacam-se o cultivo de camarões (carcinicultura) e de moluscos marinhos(malacocultura), principalmente a produção de ostras e mexilhões.

Conforme informações da ABCC (Associação Brasileira dos Criadores de Camarão), em 2002 o estado de Alagoas possuía 2 fazendas que soma-vam 16 hectares e 3a produtividade do País, com 6.110 kg/ha/ano.

As facilidades de acesso ao Porto de Maceió e ao Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, tornam Alagoas interessante opção de investimento.

Mercado mundial

Ao longo dos últimos anos, a produ-

ção de pescado capturados em águas salgadas e doces tem permanecido estável em torno de 93 milhões de toneladas anuais, representando 70% da produção mundial.

Entre 1995 a 2001, a expansão verifi-cada de 117 milhões para 130 milhões de toneladas na oferta internacional de pescados foi promovida pelo incre-mento de 13,5 milhões de toneladas na aqüicultura mundial, conforme esta-tísticas publicadas pela ONU/FAO. A participação da aqüicultura passou de 21%, em 1995, para 29% em 2001.

Características da mariculturaCarcinicultura

A produção do cultivo do camarão marinho tornou-se viável recentemen-te no Brasil, mais precisamente na segunda metade da década de 1990. Isto foi possível pelo sucesso da acli-matação e adaptação da espécie Lito-penaes vannamei, original da costa do Pacífico, com as condições climáticas tropicais, solo e água, principalmente encontradas no Nordeste.

Entre 1996 a 2002, observou-se a expansão da área de viveiros de 3.200 ha para 11 mil ha, concomitantemente a produção passou de 2.880 toneladas para 60 mil toneladas e a produti-vidade saiu de 900 kg/ha/ano para 5.458 kg/ha/ano. Em 2003, a área de viveiros atingiu 14 mil ha com 90 mil toneladas e produtividade de 6.728 kg/ha/ano.

Em 2003, a produção de 90 mil toneladas representou mais de 6% da oferta mundial no ramo de camarão marinho cultivado. Considerando todo o mercado, inclusive o pescado, o Brasil participa com 2% do total. Para 2005, projeta-se que a produção nacional alcance 150 mil toneladas,

Maricultura 107

Agronegócios

com incremento na área de cultivo e na produtividade.

O aumento da produção e da produtividade de crustáceos no País ocorre em uma conjuntura de mer-cado internacional favorável, com demandas crescentes da ordem de 60 mil toneladas/ano para o camarão marinho cultivado.

Em 2003, o Brasil exportou cerca de 60 mil toneladas, representando aumento de 58% em relação ao ano anterior, ou 22 mil toneladas adicio-nais.

Os Estados Unidos, a União Euro-péia – destacando-se Espanha, França e Reino Unido – e o Japão constituem-se nos maiores importadores de cama-rão do planeta.

No Brasil, o Nordeste concentra 96% da produção nacional de crus-táceos, seguido pela Região Sul, com distante 2,9%, conforme ilustra a ta-bela 1 a seguir.

Malacocultura

Em 2000, a produção brasileira da malacocultura, que envolve a produ-ção de moluscos (ostras, mexilhões e vieiras) alcançou 12.500 toneladas.

Os moluscos produzidos no País são o mexilhão Perna perna, duas es-pécies de ostras, a nativa Crassostrea rhizophorae e a do Pacífico Crassos-trea giga, e a espécie de vieira Nodi-pecten.

Especialistas, entre os quais o Bran-dini et al, afirmam que o cultivo de moluscos filtradores em águas brasi-leiras tem bom potencial, em razão do litoral dispor de baías, enseadas e regiões estuarinas-lagunares.

Ainda, como vantagem competitiva adicional, as águas adjacentes aos man-guezais produzem uma elevada carga

de material orgânico em suspensão, criando condições favoráveis para o cultivo de moluscos.

Os principais Estados produtores são: São Paulo, Rio de Janeiro,

Espírito Santo e Santa Catarina, conforme a indicado na tabela II.

Atualmente, Santa Catarina é o maior produtor nacional de ostras e mexilhões, concentrando 95% da produção, conforme tabela II, apesar de ser atividade recente em suas águas marinhas, devido à existência de con-dições oceanográficas favoráveis ao cultivo daqueles moluscos, como e existência de inúmeras áreas prote-gidas, formadas por baías, enseadas e estuários e pela qualidade da água.

Tabela 1

Produção brasileira de carcinicultura (2002)

Estado/região

Volume em t Participação no País

Total Brasil 60.128 100%

Nordeste 58.010 96,4%

Alagoas 100 0,16%

Bahia 7.904 13,14%

Ceará 16.383 27,24%

Maranhão 727 1,2%

Paraíba 3.018 5,0%

Pernambuco 6.792 11,29%

Piauí 2.818 4,68%

Rio Grande do Norte

18.500 30,76%

Sergipe 1.768 2,94%

Sul 1.790 2,97%

Paraná 140 0,23%

Santa Catarina

1.650 2,74%

Sudeste 250 0,41%

Espírito Santo

250 0,41%

Norte 78 0,12%

Pará 78 0,12%

Fonte: Ibama e Cepene - 2003

108 Oportunidades de Negócios

Agronegócios

Vantagens competitivas de AlagoasAlagoas surge como potencial localiza-

ção para sediar os investimentos ligados ao cultivo da maricultura por dispor:• Condições naturais: propícias ao

desenvolvimento da atividade, entre elas a baixa variação de am-plitude da temperatura do ar e da água e a grande presença de lago-as, estuários, lagos e manguezais, ricos em nutrientes com águas de boa qualidade, eliminando, assim, a necessidade de depuração dos filtradores para comercialização.

• Litoral: o Estado dispõe de litoral com extensão de 230 km de águas quentes e com pequenas amplitu-des nas oscilações da temperatura ao longo do ano.

Tabela 2

Produção brasileira de moluscos (2002)

Estado/região Volume em ton.

Participação no País

Total Brasil 12.813,5 100%

Nordeste 0,5 -

Sergipe 0,5 -

Sul 12.363 96,5

Paraná 104 0,81%

Santa Catarina

12.259 0,95%

Sudeste 450 3,5%

Rio de Janeiro

9 0,07%

São Paulo 127 1%

Espírito Santo 2,45%

Fonte: Ibama e Cepene - 2002

• Dimensões: as reduzidas dimensões do território alagoano facilitam o escoamento da produção, tanto para o mercado interno como para o externo, reduzindo os custos lo-gísticos existentes.

Oportunidades em Alagoas• Sementes: Dentro da malacocultura

foi identificada a oportunidade de investir na produção de sementes de mexilhão Perna perna, utilizado para suprir as necessidades dos em-preendimentos de engorda desses moluscos e, paralelamente, evita-se a dizimação dos bancos naturais.

• Criação de camarões: A exemplo da molacocultura, existe também a oportunidade de se investir na car-cinicultura com o fornecimento de ração específica de boa qualidade para espécies nativas no País.

Meio AmbienteComo ocorreu nos manguezais, ou

seja, a degradação dos locais explora-dos com carcinicultura do Equador, Filipinas, Tailândia e Indonésia com a implantação em grande escala da maricultura, o Brasil deve se adequar para evitar os estragos ambientais vivi-dos por aqueles paises.

FinanciamentoBanco do Nordeste: Programa Cresce Nordeste (Ver Tabela 3).Bônus de adimplência: pagamentos

Tabela 3

Atividade Juros (% a.a.) e porte da empresa

Prazos Limites de financiamentos (% FNE / % capital próprio)

Agronegócios Micro Pequena e Média

Grande Todos os portes Micro e pequena

Média Grande

Agropecuária 6,0 8,75 10,75 Até 12 anos, com até 4 anos de carência

100/0 90/10 80/20

Maricultura 109

Agronegócios

no vencimento resultam em bônus de adimplência sobre os juros, sendo 25% para empreendimentos localizados no Semi-árido e 15% fora do Semi-árido. A fonte de recursos é o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – FNE, que exige garantias como hipoteca, penhor, fiança ou aval e alienação fiduciária.

Incentivos estaduaisEntre os principais incentivos ofe-recidos pelo Governo do Estado de Alagoas estão:• Diferimento do ICMS nos equipa-

mento e matéria prima utilizados no processo de produção, tanto de origem nacional quanto importado.

• Crédito fiscal presumido de 50% do ICMS.

• Diferimento do saldo devedor do ICMS.

• Por similaridade.• Crédito de operação de transporte

das mercadorias.• Demais incentivos conforme ne-

gociação direta com o governo do estado.

Para maiores detalhamentos consultar legislação vigente Lei Nº 6.404 DE 30 de setembro de 2003, que altera dispositivos da Lei nº 5.671, de 01 de fevereiro de 1995, que dispõe sobre o Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas – Prodesin e o decreto N° 1.505 de 29 de setembro de 2003, publicado no DOE de 30/09/2003 e que altera o decre-to nº 38.394, de 24 de maio de 2000.