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DER Centro Sul/2013

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DER Centro Sul/2013

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Restaurativa é um modelo baseado na resolução de conflitos a partir de uma lógica distinta da punitiva e retributiva (segundo a qual todo ato ofensivo ou violento deve ser retribuído com punição correspondente à intensidade da agressão).

Os valores que regem a Justiça Restaurativa são: empoderamento, participação, autonomia, respeito, busca de sentido e de pertencimento na responsabilização pelos danos causados, mas também na satisfação das necessidades emergidas a partir da situação de conflito.

Esses valores têm demonstrado a possibilidade de se alcançar o

restabelecimento do senso de justiça, dignidade e segurança – daí seu nome “restaurativa” – em termos diferentes daqueles que levaram à situação de conflito. A Justiça Restaurativa é a arte do encontro e do reencontro. Espera-se chegar, por meio do conhecimento do porquê dos atos cometidos, e das consequências desses atos, à reparação dos danos causados – tanto emocionais como materiais.

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As experiências anteriores de Justiça Restaurativa mostram que é

possível reverter o quadro de violência causado pela deterioração de valores e pelo individualismo exacerbado. Práticas bem-sucedidas na Nova Zelândia, Canadá, Austrália, África do Sul e Reino Unido, entre outros países, comprovam a viabilidade do trabalho de fortalecimento dos direitos de cidadania para todos.

No Brasil, a Justiça Restaurativa foi introduzida formalmente em 2004,

com uma importante peculiaridade em sua forma de atuação: fundou-se, desde o princípio, em uma aliança entre o Poder Judiciário e os agentes da área de Educação.

Através de sua Secretaria da Reforma do Judiciário, o Ministério da

Justiça elaborou naquele ano o projeto “Promovendo Práticas Restaurativas no Sistema de Justiça Brasileiro” e, juntamente com o PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, apoiou três projetos-piloto, sendo um deles no Estado de São Paulo, na Vara da Infância e da Juventude da Comarca de São Caetano do Sul. O Projeto Justiça e Educação: parceria para cidadania foi iniciado nessa Comarca em 2005, em parceria com o CECIP – Centro de Criação de Imagem Popular, e teve continuidade em 2006 e 2007, com a participação de novos parceiros.

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Ainda em 2006, foi iniciada a parceria entre as áreas de Justiça e

Educação em Heliópolis e Guarulhos, em um processo de formação e

implementação de Práticas Restaurativas, com o apoio de Lideranças

Educacionais, a partir da articulação entre a Secretaria da Educação,

por meio da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), da

Coordenadoria de Ensino da Grande São Paulo (COGSP) e do Poder

Judiciário.

Esses projetos envolveram 11 escolas estaduais de Ensino Médio em São

Caetano do Sul e 19 escolas públicas, também de Ensino Médio, nas

Diretorias de Ensino Guarulhos Norte e Centro-Sul. Foram capacitados

educadores, agentes do Sistema de Justiça e da

comunidade, para implementarem círculos restaurativos em seus

espaços de atuação, visando contribuir para a transformação de escolas

e comunidades, que vivenciam situações de violência, em espaços de

diálogo e resolução pacífica de conflitos.

Cada um destes projetos-piloto ganhou contornos distintos, em face das

peculiaridades de cada Juízo, bem como da localidade que estava

sendo implementado e, ainda, da circunstância de se tratar de “pilotos”,

que buscam na experimentação a construção de modelos que indiquem

práticas de Justiça Restaurativa mais adequadas para a diversidade

brasileira.

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As ações giraram em torno dos seguintes eixos:

•Aprendizagem dos Procedimentos Restaurativos por parte de

facilitadores voluntários, para que pudessem operar os Círculos

Restaurativos nas escolas, no Fórum e na comunidade;

• Implementação de mudanças institucionais e educacionais nas escolas

e nas Varas da Infância e da Juventude, possibilitando as condições

físicas e organizacionais de implementação dos Círculos, e a

disseminação da proposta junto a comunidades, agentes do Sistema

Educacional e Judiciário;

•Criação e fortalecimento da Rede de Apoio, ou seja, da articulação

entre as entidades de atendimento aos direitos das crianças e

adolescentes, para as quais são encaminhados os casos dos Círculos

Restaurativos sempre que o conflito tiver sido causado por falta de

atendimento a direitos e necessidades básicas do cidadão ou da

cidadã.

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Como resultado dessa primeira etapa do projeto piloto, foram

realizados círculos restaurativos nas escolas, fórum e comunidade.

Houve a criação da Rede de Apoio em Heliópolis. Estabeleceu-se uma articulação entre a Vara de Infância e Juventude e a

Diretorias de Ensino Centro Sul. Também como resultados do

projeto, foram elaborados materiais para a disseminação da

experiência, incluindo publicações – uma delas com fichas de procedimentos para a realização de círculos restaurativos, um

vídeo-registro e um CD-Rom.

Ainda no âmbito desses projetos, foram organizados eventos para

a divulgação dos resultados obtidos, como o Seminário Justiça e

Educação: Conquistas e desafios na parceria para a cidadania

(2005), e o Fórum Justiça e Educação: Parceria pela cidadania

(2007), que contou com a presença de 450 pessoas, entre

representantes do poder público, instituições da Rede de Apoio e

participantes do projeto.

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Este projeto foi elaborado considerando os aprendizados obtidos nas etapas anteriores de desenvolvimento da proposta, bem como os desafios apresentados na ocasião.

Entendemos que toda proposta, que tem como objetivo uma gradual mudança de paradigma, envolve diversos atores sociais e convida a todos a se co-responsabilizarem na construção e efetivação das ações.

Para tanto, este projeto foi construindo em parceria com a Diretoria de Ensino Centro Sul e a o Juiz e Promotora da 1ª Vara da Infância e Juventude da Capital.

Além disso, este projeto busca contribuir com a Resolução SE 19, de 10-2-2010 que Institui o Sistema de Proteção Escolar na rede estadual de ensino de São Paulo e que aponta os seguintes itens:

O exercício do direito público subjetivo do aluno à educação deve-se efetivar em ambiente escolar democrático, tolerante, pacífico e seguro;

É responsabilidade da Administração Pública zelar pela integridade física dos alunos e servidores nos estabelecimentos da rede estadual de ensino, assim como pela conservação e proteção do patrimônio escolar;

As escolas devem promover modelos de convivência pacífica e democrática, assim como práticas efetivas de resolução de conflitos, com respeito à diversidade e ao pluralismo de ideias.

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Contribuir para a ampliação da Cultura de Paz, consolidando as ações em curso e formar novos profissionais, cidadãs e cidadãos envolvidos com essa maneira de lidar com conflitos surgidos no cotidiano escolar, em reflexo às relações comunitárias.

Promover a divulgação e a implantação da Justiça Restaurativa na Diretoria de Ensino Centro Sul, com o intuito de buscar respostas efetivas a determinadas situações de conflito e violência no âmbito das escolas e da comunidade, por meio do empoderamento do cidadão, da implantação do diálogo como resolução pacífica de conflitos, da responsabilização, do respeito e preservação estrita do cumprimento aos direitos fundamentais de todos os sujeitos envolvidos.

Estimular que gestores, professores, professores mediadores, alunos e familiares estabeleçam outras formas de resolução de conflitos baseadas nos conceitos centrais da Justiça Restaurativa, incorporando essa prática ao Projeto Político Pedagógico de suas escolas.

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4.1. Criar um grupo gestor composto por: representantes da Diretoria de Ensino Centro-Sul; o juiz, o promotor e representantes da 1ª Vara da Infância e Juventude; e representantes da rede de apoio de garantia de direitos, entre eles conselheiros tutelares, conselheiros de direitos, membros de ONGs, profissionais das áreas de Saúde e Assistência Social. O grupo gestor será capacitado e assumirá a co-responsabilidade pelas ações do projeto. A partir dos conteúdos e técnicas de resolução de conflitos, com foco em incorporar mudanças nas estruturas institucionais, esses profissionais adequarão o formato e o andamento das atividades às necessidades específicas da região.

4.2. Sensibilizar cerca de 300 pessoas ligadas a 10 comunidades escolares – gestores, professores, equipe de apoio, alunos e familiares – para a questão dos conflitos e da violência, aproximando-os do projeto e abrindo-lhes um canal de participação para que apresentem suas demandas e tirem suas dúvidas. O objetivo é que as escolas se comprometam com as ações e que 10 pessoas de cada escola voluntariamente se inscrevam para compor o grupo a ser capacitado para a realização dos procedimentos restaurativos.

4.3. Capacitar esses 100 voluntários das 10 comunidades escolares como agentes de mudanças e facilitadores de práticas restaurativas, aptos a lidar com conflitos indisciplinares, interpessoais e institucionais de menor potencial ofensivo.

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4.4. Sensibilizar cerca de 60 agentes da rede de apoio de garantia de direitos, de órgãos como a 1ª Vara da Infância e Juventude, Conselhos Tutelares, Conselhos de Direitos, ONGs, Ronda Escolar, Polícia Militar, secretarias de Saúde e Assistência Social. O objetivo é que cerca de 30 dessas pessoas voluntariamente se inscrevam para compor o grupo a ser capacitado para a realização dos procedimentos restaurativos.

4.5.Capacitar esses 30 voluntários como agentes de mudança e facilitadores de práticas restaurativas, aptos a lidar com conflitos indisciplinares, interpessoais e institucionais de menor potencial ofensivo.

4.6. Criar um Núcleo de Produção de materiais informativos, composto por cerca de 30 jovens estudantes das escolas envolvidas. Capacitá-los para a utilização de diferentes tecnologias (fotografia, vídeo, internet, textos) como oportunidade de criar sua própria leitura e expressão sobre a vivência e as possíveis resoluções de conflitos e violência, bem como as formas de preveni-los. Os materiais criados por eles transformam-se em ferramentas de comunicação e mobilização em suas escolas e enriquecem as atividades do projeto.

4.7. Acompanhar a implementação dos procedimentos restaurativos, apoiando os processos de mudanças institucionais motivados por essas práticas.

4.8. Incentivar que os agentes de mudança formados pelo projeto desde seu início, em 2006, disseminem esses valores e práticas em diferentes espaços educativos e sociais. Estimular sua participação em fóruns, seminários, conferências e eventos que possibilitem a discussão em torno da melhoria da qualidade de vida da comunidade e da prevenção de futuros conflitos.

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Os dois primeiros meses do Projeto serão dedicados à formação da equipe do CECIP e à criação do grupo gestor. No mesmo período será feito um diagnóstico das escolas que compõem a Diretoria de Ensino Centro-Sul e o planejamento das atividades.

As atividades de sensibilização e capacitação serão realizadas por meio de oficinas e seminários de duração variada dependendo da situação.

As datas das Oficinas de sensibilização e capacitação, e dos acompanhamentos no espaço escolar, serão confirmadas de acordo com o planejamento e da disponibilidade da Diretoria de Ensino e dos demais atores envolvidos. O cronograma definitivo será construído com a participação do grupo gestor do projeto.

A seguir, encontram-se as atividades que serão desenvolvidas:

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Ciclo de Palestras – Justiça e Educação

Sensibilização = 1 ano

Tema das palestras:

Cultura de Paz

Egberto de Almeida Penido

Educação para a Paz

Monica Mumme

Diferenças: como lidar de forma pacífica

Loide Muniz Barreros

Rede: sua importância no trabalho de resolução de conflito

Cristina Meirelles e Maria Claudia Nardy Pereira

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Justiça Restaurativa

Egberto de Almeida Penido

Raiva: sentimento que faz parte de todos

Joana Blaney

Valores Restaurativos: um caminho possível

Genovaite Martinaitis e Maria Raimunda Vargas Rodrigues

Resolução de conflito: um ato de responsabilidade

Vania Cury Yazbek

Tolerância e acolhimento: um binômio em favor da Cultura de Paz

Maria do Céu Formiga de Oliveira

Cultura de Paz: qual é o lugar do Sagrado nessa construção

Carlos Bregantim

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Primeiro ano

Formação da equipe e do grupo gestor

Seleção dos profissionais e formação da equipe do CECIP responsável pelo projeto;

Produção de diagnóstico mapeando as atividades em curso e as principais demandas, junto aos parceiros locais;

Versão preliminar das atividades a serem realizadas na

capacitação, no acompanhamento e nas ações de articulação em rede;

Seleção dos participantes do grupo gestor;

Dois encontros com o grupo gestor, para apresentação da versão preliminar das atividades e definição das primeiras ações.

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Atividades do grupo gestor

1 oficina de 3 dias de duração (24 horas), para capacitação dos membros do grupo gestor: apresentação e reflexão sobre os princípios da Justiça Restaurativa e Educação para a Paz; discussão sobre as mudanças institucionais necessárias; mapeamento das instituições locais capazes de participar do projeto.

Reuniões mensais de planejamento conjunto das atividades, acompanhamento e avaliação.

Sensibilização

6 oficinas com duração de 4 horas cada. Os encontros reunirão cerca de 60 representantes de duas escolas (entre gestores, professores, equipe de apoio, alunos e familiares), e mais 10 convidados da rede de garantia de direitos. Ao término dessas oficinas, cerca de 420 pessoas terão conhecimentos sobre a proposta.

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Capacitação

Oficinas totalizando 88 horas de formação, com os 130 voluntários inscritos nos encontros de sensibilização. Eles serão capacitados como agentes de mudança e facilitadores de círculos restaurativos nas escolas, no Fórum e na comunidade. As oficinas serão realizadas em duas turmas de 65 pessoas, nos turnos da manhã e da tarde, possibilitando que os profissionais participem da formação no contra-turno.

Núcleo de Produção

Após a seleção dos 30 jovens (inscrito nas oficinas de sensibilização), três oficinas mensais de 16 horas cada (aos fins de semana) capacitarão o grupo a produzir materiais informativos multimídia. Ao fim dessas oficinas, o grupo já terá criado suas primeiras produções audiovisuais e impressas.

A gestão do projeto providenciará um espaço para que o Núcleo de Produção se reúne periodicamente – em cronograma a ser definido – para dar continuidade à elaboração de materiais e promoção de eventos nos espaços comunitários.

Todas as atividades do Núcleo foram acompanhadas pela equipe do CECIP.

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Criação do grupo gestor responsável pelas ações de Justiça Restaurativa na região;

No mínimo, 5 representantes da Diretoria de Ensino Centro Sul, 25 agentes da rede de apoio de garantia de direitos, de órgãos como a 1ª Vara da Infância e Juventude, Conselhos Tutelares, Conselhos de Direitos, ONGs, Ronda Escolar, Polícia Militar, secretarias de Saúde e Assistência Social envolvidos na formação de agentes de mudanças, a partir da metodologia de facilitação de mudanças institucionais, e, aptos a realizar círculos restaurativos em seus espaços de atuação;

100 profissionais da educação e 30 agentes da Rede de Apoio capacitados na facilitação de mudanças institucionais e em procedimentos restaurativos, atuando em círculos restaurativos nas escolas, motivando e envolvendo professores, alunos e familiares nas atividades que oferecem sustentabilidade e fortalecimento às práticas restaurativas no espaço escolar;

Atos indisciplinares resolvidos por meio dos Círculos Restaurativos, como uma outra forma de resolução de conflitos;

Novas formas de resolução de conflito incorporadas ao Projeto Político-Pedagógico e às normas disciplinares das escolas, e adotadas pelo Poder Judiciário como forma de lidar com atos de

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Os relatos feitos pelos participantes do projeto comprovam que em todas as oportunidades em que puderam colocar em prática o que foi vivenciado, isto os possibilitou rever seus conceitos e empreender diferentes formas de resolução de conflitos.

Acreditamos que a parceria entre a Justiça e a Educação pode contribuir na realização dessa meta, desfazendo a associação entre jovens e violência e capacitando atores sociais nas escolas para lidar de forma produtiva com situações de conflito envolvendo alunos, educadores e membros da comunidade.

Prova disso é o trabalho realizado em Heliópolis desde 2006. Entre os gestores e as equipes escolares que participaram do processo, constatou-se uma mudança de compreensão e postura diante de atos de indisciplina, por exemplo. Segundo a Justiça Restaurativa, a disciplina não é sinônimo de padrões de comportamentos pré-determinados. Questionando sua própria forma de lidar com a questão, esses profissionais reconheceram que suas “conversas” com os alunos muitas vezes se pareciam mais com monólogos do que diálogos. Concordaram que obediência não é a melhor estratégia para garantir a atenção dos alunos, e que a punição não convida ninguém a se responsabilizar pelo ato cometido. Um fato que antes poderia passar despercebido, como um aluno que bate em outro, passou a ser visto de outra maneira. Dar uma advertência não era mais a única opção. O mais importante era

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Um dos maiores ganhos do projeto foi que a escola não estava mais sozinha para resolver todos os problemas. Podia contar com a rede de apoio de garantia de direitos de crianças e adolescentes, estabelecendo vínculos que contribuíam na solução de situações difíceis. Os participantes começam a (re)significar relações e buscam meios de viabilizar encontros sistemáticos para fortalecer as redes locais, aproximando ainda mais a escola de outros atores que também são responsáveis pelo formação de crianças e adolescentes.

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Para que o conceito de Justiça

Restaurativa saia do nível de abstração

e seja incorporado à prática de cada

um, é necessário criar oportunidades

para que um número maior de pessoas

vivencie essa experiência e possa fazer

escolhas conscientes de como resolver

as questões, partindo de uma lógica

diferente.

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Acreditamos que a parceria entre a Justiça e a Educação pode contribuir na realização dessa meta, desfazendo a associação entre jovens e violência e capacitando atores sociais nas escolas para lidar de forma produtiva com situações de conflito envolvendo alunos, educadores e membros da comunidade.

Prova disso é o trabalho realizado em Heliópolis desde 2006. Entre os gestores e as equipes escolares que participaram do processo, constatou-se uma mudança de compreensão e postura diante de atos de indisciplina, por exemplo. Segundo a Justiça Restaurativa, a disciplina não é sinônimo de padrões de comportamentos pré-determinados. Questionando sua própria forma de lidar com a questão, esses profissionais reconheceram que suas “conversas” com os alunos muitas vezes se pareciam mais com monólogos do que diálogos. Concordaram que obediência não é a melhor estratégia para garantir a atenção dos alunos, e que a punição não convida ninguém a se responsabilizar pelo ato cometido. Um fato que antes poderia passar despercebido, como um aluno que bate em outro, passou a ser visto de outra maneira. Dar uma advertência não era mais a única opção. O mais importante era saber como os envolvidos estavam se sentindo, como cada um podia usar esta situação para refletir e realizar ações reparadoras e como o conflito poderia contribuir na formação de sujeitos autônomos, responsáveis e, principalmente, protagonistas de suas vidas.

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