departamento de taquigrafia, revisÃo e redaÇÃo · está no art. 38 do regimento interno, não...

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO SESSÃO: 033.4.54.O DATA: 27/02/14 TURNO: Matutino TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Extraordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 9h TÉRMINO: 12h13min DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador Obs.:

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 033.4.54.O

DATA: 27/02/14

TURNO: Matutino

TIPO DA SESSÃO: Deliberativa

Extraordinária - CD

LOCAL: Plenário Principal - CD

INÍCIO: 9h

TÉRMINO: 12h13min DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador

Obs.:

Ata da 33ª Sessão da Câmara dos Deputados, Delibera tiva Extraordinária,

Matutina, da 4ª Sessão Legislativa Ordinária, da 54 ª Legislatura, em 27 de

fevereiro de 2014.

Presidência dos Srs.:

Gonzaga Patriota, 1º Suplente de Secretário.

Luiz Couto, Amauri Teixeira, Fábio Trad,

Inocêncio Oliveira, nos termos do § 2º do artigo

18 do Regimento Interno.

ÀS 9 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.:

Henrique Eduardo Alves

Andre Vargas

Fábio Faria

Marcio Bittar

Simão Sessim

Maurício Quintella Lessa

Biffi

Gonzaga Patriota

Wolney Queiroz

Vitor Penido

Takayama

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 033.4.54.O Tipo: Delibe rativa Extraordinária - CD Data: 27/02/2014 Montagem: 4176

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I[CD1][CD2] - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - A lista de presença registra na Casa o

comparecimento de 70 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos

trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

II - LEITURA DA ATA

O SR. AMAURI TEIXEIRA , servindo como 2° Secretário, procede à leitura da

ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.

III - EXPEDIENTE

(Não há expediente a ser lido)

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[CD3] O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Passa-se às

IV - BREVES COMUNICAÇÕES

Nestes 30 minutos iniciais, passamos para o tempo concedido aos

Parlamentares que queiram dar como lido seus pronunciamentos.

O primeiro orador inscrito é o Deputado Amauri Teixeira, que permuta com o

Deputado Edinho Bez, que vai viajar. V.Exa. disporá do tempo regimental.[CD4]

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[CD5]O SR. EDINHO BEZ (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, meus caros colegas, na qualidade de Deputado Federal por Santa

Catarina aqui na Câmara dos Deputados, falo nesta oportunidade sobre um caso de

imprudência no trânsito ocorrida, há 30 dias, em Florianópolis, em que estava

envolvido um juiz aposentado, que se recusou a fazer o teste do bafômetro — mau

exemplo.

Sabemos que os magistrados têm algumas prerrogativas, tais como: não ser

preso senão por ordem do Tribunal ou órgão especial competente para o

julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará

imediata comunicação e apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal a

que esteja vinculado.

Não sou contra, acho que tem que realmente haver esse reconhecimento, o

que não pode é haver abuso.

[CD6]A avenida mais movimentada de Florianópolis, a Beira-Mar Norte, é

rotineiramente cheia de acidentes de trânsito, tanto na marginal como na principal.

Segundo a Guarda Municipal, desde que os radares foram instalados, em

junho deste ano, os acidentes têm diminuído, mas nos dias de chuva os acidentes

aumentam.

O caso que envolve esse magistrado aposentado, que não teve seu nome

divulgado nas reportagens, provocou constrangimento e um engavetamento de três

veículos, e o magistrado estava com sinais visíveis de embriaguez, chegando a

discutir com uma das vítimas, segundo informações das testemunhas, conforme

veiculado.

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Na ocasião, a Polícia Militar foi acionada, mas ele se recusou a fazer o teste

do bafômetro.

Eu entendo que o magistrado tenha que ter algumas prerrogativas pela

função que exerce, nós também temos algumas, mas o que não dá para aceitar são

abusos. Pelo amor de Deus, está na hora de o Poder Judiciário começar a dar

exemplo.

O tratamento aplicado ao juiz aposentado — que tem imunidade de só ser

preso em flagrante em casos de crimes inafiançáveis — foi completamente diferente

ao aplicado a um cidadão comum desde o endurecimento da Lei Seca, que autoriza

a prisão em flagrante se verificados sinais de embriaguez. Ao juiz coube apenas

multa e a suspensão da CNH, pois só poderia ser levado se cometesse um crime

inafiançável.

Espero que o Poder Judiciário dê exemplo sugerindo a nós, Parlamentares,

um projeto de lei, se for o caso, para mudarmos a legislação, que teria muito mais

força aqui nesta Casa para mudarmos.

Será que precisamos de mais Joaquim Barbosa em cada esfera do Poder

Judiciário?

Vale a pena refletirmos sobre este assunto.

Era o que tinha a dizer.[CD7]

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - O segundo orador inscrito é este

Parlamentar, que permuta com a Deputada Jô Moraes, que vai viajar e precisa falar

neste momento. Tem S.Exa. a palavra.

A SRA. JÔ MORAES (PCdoB-MG. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente,

agradeço a V.Exa. pela permuta.

Em um período e em um País como o nosso, em que acordamos só com

notícias ruins apresentadas pela grande mídia, eu queria que fosse registrada nesta

Casa a notícia positiva que a PETROBRAS divulgou acerca do recorde que ela

bateu com a produção de 407 mil barris/dia na província do pré-sal nas Bacias de

Campos e Santos. Isso[CD8], porque, Sr. Presidente, a empresa PETROBRAS se

incorpora à história de luta pela independência e pelo desenvolvimento do nosso

País.

Surgiu uma denúncia, ainda não comprovada, de que haveria troca de

propinas de funcionários com uma empresa holandesa. O Governo holandês já

instaurou a fiscalização, o PCdoB propôs aqui que nós convocássemos a Presidente

Graça Foster, da PETROBRAS, para que ela nos desse imediatas informações

acerca de como está a instauração do inquérito e a apuração que a PETROBRAS

também já está realizando no seu interior.

Isso porque nós consideramos que a proposta de Comissão Externa, como

está no art. 38 do Regimento Interno, não tem apenas o papel de fiscalizar, e não

lhe compete fiscalizar; a ela compete, pelo Regimento Interno, fazer uma visita

quando convidada e comparecer representando a Câmara.

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Por isso, quero concluir dizendo que tenho a certeza de que essa apuração

será feita pelo Governo brasileiro, pelo Ministério Público e pela própria

PETROBRAS.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Obrigado, Deputada Jô Moraes, a quem

desejo uma boa viagem e um bom carnaval.[CD9]

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[CD10]O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Rubens Bueno. S.Exa., também, tem necessidade de viajar para cuidar do

Bloco do Povo, lá do Paraná.

V.Exa. disporá de até 3 minutos, Deputado Rubens Bueno.

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Luiz Couto, Sras. e Srs. Deputados, tenho acompanhado com

apreensão a evolução dos acontecimentos na Ucrânia, país do leste europeu,

geograficamente distante de nós, mas ao qual estamos ligamos por laços de

amizade, de cooperação e, por que não dizer, de família, uma vez que o Brasil é

hoje a pátria de cerca de 500 mil descendentes de ucranianos que para cá vieram

em busca de uma vida melhor. E o Paraná é a maior colônia de ucranianos do

Brasil.

As imagens de um cenário de guerra, com baixas de ambos os lados e uma

divisão tão profunda quanto difícil de superar entre os povos do leste e do oeste, só

servem para reforçar a certeza de que ao Brasil — principal parceiro político e

comercial da Ucrânia na América Latina — cabe papel preponderante nos esforços

de construção e consolidação da democracia naquele país.

Não é uma tarefa fácil. A julgar pela forma omissa como o Governo brasileiro

vem tratando de questão semelhante na Venezuela, não temos muitos indícios de

que o Brasil se esforçará para fazê-lo.

A este Parlamento, no ano passado, se dispôs a receber o Deputado

Oleksander Turchinov, ex-Presidente do Parlamento da Ucrânia e atual Presidente

da República, com a finalidade de estabelecer canais de cooperação

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interparlamentar, cabe apoiar irrestritamente que se faça a vontade do povo daquele

país.

É preciso que o Brasil, companheiro da Rússia no BRICS, demande do

governo daquele país uma posição isenta no desenrolar dos acontecimentos na

Ucrânia, que, pelo bem dos seus 45 milhões de habitantes, deve tornar-se

verdadeiramente independente, sem precisar submeter-se a exigências que só

tornarão ainda mais distante o dia em que o povo ucraniano poderá clamar-se

genuinamente livre para escolher o seu próprio destino, quer ele esteja na União

Europeia, quer esteja na Rússia.

[CD11]Fraternidade e solidariedade são acima de tudo respeito aos valores e às

escolhas daqueles a quem apoiamos. Por isso, venho a esta tribuna pronunciar meu

apoio à soberania do povo ucraniano e repudiar toda e qualquer intervenção que

possa vir a desrespeitar seu direito de escolher seu próprio destino.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Muito obrigado, Deputado Rubens

Bueno.[CD12]

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[CD13]O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Agora retornamos ao tempo de 1

minuto.

Concedo a palavra ao Deputado Jesus Rodrigues, do PT do Piauí. V.Exa.

disporá de até 1 minuto.

O SR. JESUS RODRIGUES (PT-PI. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr.

Presidente.

Eu queria informar aos Deputados e à sociedade em geral que solicitei da

minha assessoria jurídica do meu gabinete, que pudéssemos analisar a realização

de um concurso para a Câmara Federal. Está lançado edital para duas funções,

entre elas a de agente de segurança, com salário inicial em torno de 12 mil reais.

Estou pedindo à assessoria jurídica do meu gabinete que possamos pedir à

Mesa que suspenda a realização desse concurso para agente de segurança. E o

faço considerando a desproporcionalidade do salário de um agente de segurança da

Câmara dos Deputados em relação aos agentes de segurança de outras instituições

ou do povo em geral. Não é compatível que um agente de segurança da Câmara

possa ganhar mais que um professor universitário, um agrônomo, um médico ou

qualquer agente de segurança das outras forças, das Forças Armadas, do Exército,

da Polícia Militar, da Polícia Civil.

Então[CD14], acho um descompasso e uma desproporção que esta Casa

realize um concurso para essa função com tão alto salário. Por isso, solicitei da

assessoria jurídica do meu gabinete que apresentemos requerimento à Mesa da

Câmara para suspender, até ampla discussão nesta Casa, a realização desse

concurso.

Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

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O Sr. Luiz Couto, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Gonzaga Patriota, 1º Suplente de

Secretário.[CD15]

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[CD16]O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Eminente Deputado Luiz

Couto, do PT da Paraíba, V.Exa. disporá do tempo regimental, 1 minuto.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.

Deputados, eu queria agradecer ao jornalista Vladimir Chaves pela matéria intitulada

Frei Anastácio e Luiz Couto, lideranças que ainda resistem a “delícia do poder”.

“O Deputado Estadual Frei Anastácio está entre os

poucos militantes do Partido dos Trabalhadores da

Paraíba que não cedeu as ‘delicias do poder’, mantendo a

tradição de luta que outrora dava visibilidade e

credibilidade ao partido, com sua incansável militância em

defesa do homem do campo.

Militantes como Cozete Barbosa, Chico Lopes,

Kleber Freire e tantos outros que atuavam na linha de

frente, liderando e dando voz aos servidores públicos,

estudantes, trabalhadores do campo e da cidade, é uma

raridade no PT da Paraíba, das lideranças que ainda se

mantêm em defesa dos princípios que originaram o PT,

destaque para o Deputado Federal Luiz Couto, na sua

incansável luta em defesa dos direitos humanos e o

Deputado Estadual Frei Anastácio, na defesa do homem

do campo.”

Então, Sr. Presidente, eu gostaria de registrar essa matéria mostrando que

efetivamente aqueles que trabalham corretamente sabem do reconhecimento

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daqueles que trabalham também na comunicação e que acompanham a vida, a luta

e o compromisso desses Parlamentares.

[CD17]O Frei Anastácio é uma referência do PT da Paraíba na luta em defesa

da reforma agrária, em defesa da vida, em defesa da dignidade do ser humano. Ele

merece, com certeza, ser reconduzido à assembleia, porque faz um trabalho digno.

Até aquele que tem posição diferente da dele diz que Anastácio é o melhor

Deputado paraibano, porque, na realidade, não fica pedindo a “A” ou a “B”, tem a

sua posição firme, combatendo um bom combate, guardando a sua dignidade.

Então, quero agradecer ao jornalista Vladimir Chaves por essa matéria

publicada, que tem como título: Frei Anastácio e Luís Couto, lideranças que ainda

resistem a “delícia do poder”.

Muito obrigado, Sr. Presidente.[CD18]

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[CD19]O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Com a palavra o eminente

Senador do Ceará Raimundo Gomes de Matos — assim eu o chamo há muito

tempo; vai terminar sendo Senador.

O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Sem revisão do orador.)

- Srs. Parlamentares, telespectadores e telespectadoras da TV Câmara, há poucos

dias, a Presidente Dilma afirmou no Piauí que era fácil conviver com a seca. Ela

afirmou que depois iria recuperar tudo.

Eu creio que o Ceará está muito diferente do Piauí. Recebemos vários e-mails

solicitando à CONAB a liberação do milho, uma coisa básica, para pelo menos

convivermos com a questão da estiagem.

Essa afirmativa populista da Presidente Dilma, ao dizer que é fácil conviver

com a seca, que é fácil viver no Semiárido não é realidade. Vá ao Ceará: há carros-

pipa entregando água contaminada, o rebanho morrendo. Há 3 meses a CONAB

ficou de enviar milho, e não foi. Na remessa passada, foi o Governador Cid que

alugou um navio para levar o milho. É essa burocracia.

[CD20]Então, esse nosso pronunciamento é no sentido de que haja

efetivamente ações concretas no combate à estiagem. O rebanho está dizimado.

Não há forragem. Há sempre esse discurso: “Agora, não. Existem 5 mil pessoas

trabalhando na transposição.” Vamos ver se em novembro ou dezembro isso

continua. Na eleição passada, o ex-Presidente Lula colocou 3 mil pessoas na

transposição, e depois tirou.

Isso não pode ficar acontecendo com o Nordeste. A bancada do Nordeste

precisa se posicionar mais firmemente neste Parlamento.

Era esse nosso pronunciamento.[CD21]

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[CD22]O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Com a palavra o eminente

Deputado, Presidente, Amauri Teixeira — daqui a pouco ele senta aqui na minha

cadeira —, do PT da Bahia, de Jacobina.

O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI - Ele já é Presidente lá da Comissão.

O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Parlamentares, ontem, nós assumimos a Presidência da Comissão de

Seguridade Social e Família desta Casa. Já tivemos reunião com o Ministro

Garibaldi Alves ontem mesmo. Estou pedindo agenda com o Ministro da Saúde, com

a Ministra do Desenvolvimento Social, para dialogarmos sobre a pauta da Comissão.

Já estou marcando reunião com os Parlamentares, com as Lideranças envolvidas na

área, para que possamos, no ano de eleição e de Copa, ter o funcionamento da

Comissão regularizado e produtivo.

[CD23]Ontem, na conversa com o Ministro Garibaldi Filho, que é sempre

atencioso, sensível aos nossos pedidos, definimos uma estratégia para dialogar

sobre a pauta relativa à Previdência. Aproveitamos para cobrar do Ministro a

abertura da gerência do INSS em Jacobina, que já foi criada, e o Ministro ficou de

buscar uma solução em curto prazo. Também pedimos a abertura da agência da

Previdência em Piritiba, e ele nos assegurou que, no máximo, em junho, será aberta.

Essa agência foi construída com uma emenda nossa de 500 mil reais. Vai ser aberta

a agência de Piritiba. Solicitamos, ainda, ao Ministro, empenho para a contratação

dos concursados excedentes do INSS, para garantir a abertura da agência de

Piritiba, a gerência de Jacobina e as demais. O Ministro disse que vai se empenhar

para chamar os concursados excedentes do INSS.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Com a palavra a Deputada Carmen

Zanotto, do PPS de Santa Catarina. V.Exa. dispõe do tempo regimental.

A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, solicito seja dado como lido e divulgado nos veículos de comunicação da

Casa o pronunciamento que faço.

Nós estamos nas festividades de carnaval, que vão se iniciar na próxima

semana, neste final de semana mais intensamente, mas País afora já estamos

brincando o carnaval. Este é o momento em que a precisamos fazer uma reflexão

muito profunda, especialmente em relação à exploração sexual de crianças e

adolescentes no período do carnaval.

[CD24] É comum ainda a leitura de que as pessoas que vêm de outros países vêm

para fazer algo mais do que brincar o carnaval. E aí nossas crianças e adolescentes

ficam vulneráveis. Então, quero fazer um apelo aqui a todos os que estão brincando

o carnaval, organizando o carnaval, para que tenham um olhar atento a qualquer

situação de vulnerabilidade das nossas crianças e adolescentes País afora.

Também quero registrar que neste momento nós, de Santa Catarina — eu, o

Deputado Onofre, o Deputado Esperidião Amin, o Deputado Edinho Bez, enfim, toda

a bancada —, estamos muito felizes porque o Governador Raimundo Colombo está

no meu Município de Lages, inaugurando o prédio da engenharia ambiental, com

novas tecnologias, que é da nossa Universidade do Estado de Santa Catarina. Esta

universidade, pelos seus cursos de Agronomia e Veterinária, é reconhecida

nacionalmente. Então, hoje ele está em Lages, numa série de inaugurações, mas

especialmente nessa do nosso prédio da engenharia ambiental, no Centro de

Ciências Agroveterinárias de Lages.

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Muito obrigada, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - O pronunciamento de V.Exa. será

encaminhado nos termos regimentais, e V.Exa. está convidada para o Galo da

Madrugada, lá em Recife.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os tamborins e os foliões estão

tomando conta das ruas e ruelas de todo o Brasil. É o carnaval, que mais uma vez

traz suas músicas, cores e movimentações.

Turistas de todo o mundo chegam para ver de perto as escolas de samba, os

maracatus, os blocos de carnaval que por todo o território ocupam todos os espaços.

É a hora do acirramento da luta de entidades ligadas à proteção e ao

enfrentamento à violência, ao abuso e à exploração sexual praticada contra nossas

crianças e adolescentes.

A campanha contra a exploração sexual de crianças e adolescentes foi aberta

no dia 26, com desfile de blocos de “carnaval” que tem o objetivo de sensibilizar a

população sobre a importância da denúncia dos crimes e da proteção dessa parcela

da nossa população.

Entidades do Governo Federal e dos governos estaduais e municipais foram

conclamadas a atuar intensamente durante os festejos de Momo. Campanhas do

Disque 100 estão sendo veiculadas em todos os Estados alertando a sociedade

para a importância da denúncia de abusos e crimes de exploração sexual.

As Comissões Parlamentares de Inquérito da Exploração Sexual de Crianças

e Adolescentes e do Trabalho Infantil estão atuando, com suas representantes nos

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Estados, no objetivo do fortalecimento dos trabalhos desenvolvidos pelos CREAS e

conselhos tutelares.

A CPI do Trabalho Infantil realizou audiências públicas nas cidades de

Salvador, Recife e Rio de Janeiro, Estados onde a indústria do carnaval é maior,

para discutir o uso de mão de obra de crianças e adolescentes durante o carnaval.

Dentre os temas discutidos, estão o trabalho infantil nas escolas de samba, a

presença de crianças em barracas de comércio de rua e a exploração sexual.

As cidades escolhidas pela Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência

da República para a edição da quinta campanha de enfrentamento da exploração

sexual de crianças e adolescentes foram Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo

Grande, Corumbá, Florianópolis, Fortaleza, Manaus, Porto Velho, Recife, Salvador,

São Paulo e Vitória. A escolha das cidades foi baseada no número de denúncias do

Disque 100, na abrangência metropolitana, na tradição carnavalesca e na atração

turística durante o período.

Conforme veiculado pela imprensa, foram mais de 1 milhão as peças

publicitárias da campanha. O material inclui peças educativas, outdoors, bonés,

adesivos, bandanas, fitas de pulso e até tatuagens temporárias.

Também foi veiculado que a Polícia Federal distribuirá folhetos em inglês e

espanhol para os turistas estrangeiros.

A campanha que eu aqui parabenizo mais uma vez tem como slogan

“Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes É Crime. Denuncie. Procure o

Conselho Tutelar de sua Cidade ou Disque 100”.

Ao tempo em que parabenizo, não posso deixar de aqui colocar

preocupações que trago já de algum tempo, como a necessidade de que os Estados

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possam dar condições especiais de atendimento a crianças filhas de vendedores de

rua, como creches e locais de acomodação, pois muitas das crianças levadas para

as áreas carnavalescas os pais não têm onde deixar, então levam com eles, e elas

acabam ficando horas soltas na rua.

Era o que tinha a dizer.[CD25]

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[CD26]O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Eminente Deputado, que mais

fala nesta Casa, Onofre Santo Agostini. Os catarinenses estão sempre perto um do

outro.

O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, hoje nós, — os Deputados Carmen, Esperidião e eu — queremos

parabenizar Xanxerê, Município que comemora seu aniversário. Foi emancipado em

27 de fevereiro de 1954.

Capital estadual do milho, Xanxerê é um dos Municípios do Estado que está

em pleno desenvolvimento. Localizado em ponto estratégico da região do oeste de

Santa Catarina, Xanxerê possui hoje uma população de mais ou menos 45 mil

habitantes. Destaca-se pela hospitalidade e dedicação de seu povo. Foi

emancipado, como eu disse, em 27 de fevereiro de 1954. Seu nome vem da língua

indígena caingangue e significa campina da cascavel.

O Município possui uma economia diversificada, que tem como base a

produção de cereais como soja, trigo, feijão e principalmente o milho, que é o

campeão.

Na[CD27] pecuária agroindustrial, há destaque também para a produção de

aves, suínos, gados de leite, etc. Outros setores expressivos no Município são o da

metal-mecânica, indústria, comércio, transformação de plásticos.

No turismo, Xanxerê conta com o Museu do Milho, com um acervo rico em

peças, objetos e fotos, destacando antigos métodos de cultivo. Os visitantes

encontrarão também belezas naturais como a Cascata S. Manella, de propriedade

particular; Casa da Cultura Maria Rosa, Praça Tiradentes e áreas de lazer como

pesque-pague.

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Por isso, queremos daqui cumprimentar nosso Prefeito Ademir Gasparini e

toda a população de Xanxerê pelo belo trabalho que faz no desenvolvimento do

Estado de Santa Catarina.

Parabéns, Xanxerê.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido nos termos

regimentais.[CD28]

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao Deputado

Valtenir Pereira.

O SR. VALTENIR PEREIRA (Bloco/PROS-MT. Sem visão do orador.) - Sr.

Presidente, gostaria de dar como lidos dois discursos, um referente à necessidade

de proceder a reparações na BR-163/364, principalmente na cidade de Juscimeira,

minha terra natal. Os caminhões estão desviando da BR e entrando na cidade,

provocando um caos.

Também gostaria de fazer um registro, Sr. Presidente, sobre o cadastro de

reserva dos policiais rodoviários federais, que prestaram concurso público e

passaram. Teremos a Copa do Mundo e precisamos preparar a segurança do

evento. Portanto, é extremamente importante que o planejamento possa agilizar o

chamamento dos concursados que estão nessa reserva de vaga.

Quero deixar esses dois discursos como lidos e pedir que seja feita ampla

divulgação deles nos meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

Agradeço a oportunidade.

[CD29] O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido. Deputado

Valtenir Pereira, agradeço a V.Exa. e desejo também, com a permissão do orador

que está na tribuna, dizer a V.Exa. que ontem estivemos com a Diretora-Geral da

Polícia Rodoviária Federal, Maria Alice, tratando desse assunto. Fomos com o

Foletto, lá do Espírito Santo, e ela está exatamente pedindo a este Parlamento que

reforce o pedido junto ao Ministério do Planejamento, porque a Polícia Rodoviária

Federal, que tem mais de 13 mil policiais no quadro, está com menos de 9 mil. Este

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ano, irão se aposentar 2 mil policiais rodoviários federais. O pronunciamento de

V.Exa. terá todo o nosso apoio.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Estado de Mato Grosso, como

todos sabem, é um fenômeno no agronegócio. A atividade agropecuária é a

locomotiva do desenvolvimento deste País. A balança comercial brasileira deve

muito a Mato Grosso.

A sociedade e, em especial o Governo Federal, deveria agradecer ao meu

Estado por ajudar no equilíbrio econômico do País, sobretudo nos períodos de maior

turbulência.

Esse agradecimento deveria vir através de infraestrutura. Afinal, de nada

adianta bater recordes de produção, se não houver uma logística competente para o

escoamento da safra.

O Estado de Mato Grosso necessita de armazéns, de estradas, de pontes, de

ferrovias, de hidrovias, enfim, necessita de um sistema modal eficiente, que permita

baratear os custos de produção.

Se esses custos baratearem, o Brasil ganha competitividade no mercado

global de commodities. Os preços dos produtos agrícolas, por sua vez, deixarão de

subir, contribuindo para manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo

Governo.

É bom para todo mundo. Certo? Errado! Como prêmio para esse “bom”

comportamento, apesar de reconhecer os esforços da Presidenta Dilma, Mato

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Grosso é penalizado com uma estrutura logística arcaica, ultrapassada e insuficiente

para dar conta do escoamento de sua estupenda produção agropecuária.

Tudo conspira contra! As obras demoram a sair do papel, e as situações de

precariedade perpetuam anos após anos. No caso específico da manutenção das

estradas mato-grossenses, a situação chegou ao limite.

Para se ter uma ideia, um trecho de apenas 28 quilômetros, no entorno da

grande Cuiabá, na Rodovia dos Imigrantes, por onde passam 10 mil caminhões por

dia, levando a produção do Norte e Oeste de Mato Grosso para os portos do sul do

País, pasmem, leva 3 horas para ser percorrido. Vou repetir: 3 horas para percorrer

28 quilômetros! E olha que o trecho é asfaltado...

Recentemente essa rodovia foi federalizada, e espera-se agora que o DNIT

proceda de imediato à sua recuperação. Posteriormente, passado o período das

chuvas, o Governo Federal terá que reconstruir a estrada, duplicando-a para que

possa suportar a intensidade do tráfego. Parece que há previsão nesse sentido.

Vamos aguardar.

Caso contrário, se ficar fazendo apenas ações pontuais de tapa-buracos,

teremos um eterno problema para ser administrado, com reflexos nefastos no

chamado Custo Brasil.

Mas o que me motivou a vir até esta tribuna foi a calamidade pública que se

instalou na BR-364, na altura da cidade de Juscimeira. Os buracos simplesmente

tomaram conta da rodovia. Os caminhoneiros, os mesmos 10 mil que passam por

Cuiabá, num completo desespero, passaram a utilizar a rua marginal, paralela à

rodovia, e que serve ao fluxo de veículos da cidade.

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O poder público local, diante da situação, até mesmo para preservar a via

urbana que não foi projetada para o tráfego pesado, e, ainda, para não colocar a

população sob risco de acidentes, fechou a rua para passagem dos caminhões.

Sabem o que ocorreu? Filas quilométricas nos dois sentidos da rodovia. Um

completo caos: motoristas estressados; população com medo de acidentes e

caminhões quebrados. Apenas meia pista está funcionando. Somente estando lá

para saber do que relatamos aqui. Tudo o que aqui dissermos será pouco para

descrever a gravidade da situação.

Urge, portanto, uma solução para o problema. O DNIT precisa urgentemente

recuperar esse trecho da estrada. Não dá para esperar as obras de duplicação.

A população de Jaciara, Juscimeira, Santa Elvira e São Pedro da Cipa exige a

recuperação da estrada. O povo de Mato Grosso também exige.

Afinal, o País deve isso ao meu Estado.

Muito obrigado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, recentemente me reuni com membros

da Comissão Nacional do Cadastro de Reserva do Concurso do ano 2013 da Polícia

Rodoviária Federal.

Vi nos olhos daqueles jovens imensa vontade de lutar pelos seus direitos e,

sobretudo, de servir ao País, na qualidade de policiais rodoviários federais.

Para entender o problema, cumpre assinalar que o Ministério da Justiça

realizou em 2013 concurso público para preenchimento de vagas no cargo de

Policial Rodoviário Federal, devidamente autorizado pela Portaria MPOG nº 100, de

09 de abril de 2013.

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A realização do certame, nas próprias palavras do Ministro José Eduardo

Cardozo, “foi medida indispensável para recomposição dos quadros de policiais

sobremaneira defasados ao longo dos últimos anos”, pois, disse o mesmo Ministro,

“subsiste uma necessidade premente de recomposição de quadros da PRF em

todas as regiões do País, em especial nas regiões de fronteiras”, como é o caso do

meu querido Estado de Mato Grosso.

Informações dão conta de que, nos próximos 12 meses, cerca de 1.358

policiais rodoviários federais vão se aposentar. Portanto, a nomeação dos

excedentes do concurso de 2013, cerca de 800 candidatos, significa mera reposição

parcial de vacâncias, lembrando que hoje a PRF apresenta um déficit da ordem de

30% em seu quadro de pessoal. Novos concursos terão que ser brevemente feitos

para cobrir e estancar esse déficit.

Nunca é demais lembrar que nomear policiais não é “despesa”, mas sim

investimento, com reflexos positivos na melhoria da segurança pública.

O fortalecimento da PRF permitirá ao Ministério da Justiça dar sequência, por

exemplo, à Política de Proteção das Fronteiras do Governo Federal, de modo a

combater com mais vigor o narcotráfico e o contrabando. Também possibilitará a

concretização do Projeto RODOVIDA, que tem por objetivo a redução da violência e

da letalidade nas rodovias federais.

Não se pode descurar, ainda, que o Brasil vai sediar dois megaeventos: a

Copa do Mundo e as Olímpiadas. O aumento do efetivo policial é condição sine qua

non para a implementação do Plano Nacional de Segurança em Grandes Eventos e

do fortalecimento da segurança viária e da educação para o trânsito.

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Caso o Governo Federal, de modo urgente, não proceda à nomeação dos

excedentes do concurso público de 2013, o Brasil não terá efetivo suficiente para

atender às demandas do País, em especial àquelas ligadas aos grandes eventos

que aqui sediaremos.

E aí, sabe qual será a solução? A pior possível, pois o Ministério da Justiça, a

exemplo do que já vem infelizmente fazendo, se verá obrigado a continuar fechando

unidades operacionais em todas as regiões do País. Lamentável!

Outro ponto que merece destaque é a qualidade técnica dos candidatos tidos

como “excedentes” do último concurso. Basta dizer que, entre a nota do último

classificado dentro do número de vagas e do último aprovado que aqui se quer

chamar, a variação é de apenas 4,3%. Praticamente empatados.

No que concerne à legalidade da convocação, nenhuma dúvida subsiste, eis

que a Advocacia-Geral da União, através da Consultoria Jurídica junto ao Ministério

da Justiça, opinou pela inexistência de óbice jurídico para prosseguimento do feito;

todavia, alertou para o prazo de encaminhamento formal da proposta ao Ministério

do Planejamento, Orçamento e Gestão. Esse prazo, conforme consta da IN/MP nº

03/2010, vence no dia 31 de maio do corrente ano. O tempo, portanto, urge!

Enfim, sirvo-me desta tribuna para solicitar ao Governo Federal que, em

regime de urgência urgentíssima, autorize a convocação dos habilitados no cadastro

de reserva do Concurso de 2013.

O não chamamento tempestivo dos candidatos poderá comprometer a

capacidade operacional da Polícia Rodoviária Federal e, por consequência, fragilizar

ainda mais a segurança das nossas fronteiras, sem contar o aumento que

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provavelmente haverá no número de acidentes viários nas estradas federais do

País.

O comprometimento dessa capacidade operacional por certo também causará

a deterioração da qualidade dos serviços de segurança pública durante os eventos

globais da Copa e das Olímpiadas, colocando em risco a vida das pessoas e

comprometendo indelevelmente a imagem do Brasil perante o mundo.

Nomeação já!

Muito obrigado.[CD30]

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao Deputado

Cesar Colnago, do PSDB do Espírito Santo.

O SR. CESAR COLNAGO (PSDB-ES. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero dar como lido um discurso em que retrato que o Governo é

pródigo em anunciar, com pompa e circunstância, as obras do PAC 1, PAC 2 e

agora também as do PAC 3, mas elas não saem do papel. O PAC 3 é mais um

campeão de ineficiência. Eu gostaria de dar meu discurso como lido e que ele fosse

divulgado no programa A Voz do Brasil.

Eu também gostaria, neste momento, de me solidarizar com um colega

médico, ex-Secretário de Saúde, que foi neste domingo atropelado e teve lesões

expostas. Fraturou a tíbia, o úmero e a coluna cervical, numa motocicleta, mesmo

completamente equipado e preparado.

Vendo o mapa de violência, os acidentes com motociclistas cresceram 932%

no nosso País. Saímos de mil e poucas mortes para 18 mil mortes e precisamos

tomar algumas providências, inclusive quanto aos equipamentos que dão segurança

ao motociclista e que, neste País, não são exigidos das indústrias.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nunca antes na história, tivemos um

Governo tão pródigo em anunciar, com pompa e circunstância, obras que jamais se

tornam realidade. A estratégia está desgastada pelo uso intensivo que dela faz o PT.

Mas eles insistem. Parafraseando um velho bordão da TV, vem aí mais um campeão

de ineficiência: o PAC 3.

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A notícia saiu na edição do jornal O Globo deste domingo. De tão

inverossímil, parece até escárnio. Mas lá está escrito que a Presidente-candidata

prepara para abril o lançamento de uma terceira etapa do Programa de Aceleração

do Crescimento. Mas como, se a maior parte do que vem sendo prometido pelos

governos petistas desde 2007 até hoje não saiu do papel?

A gestão do PT administra uma ficção. Onde estão as obras estruturantes que

há 7 anos são anunciadas pela propaganda oficial, como o passaporte definitivo do

País para uma nova era de prosperidade? Alguém viu, alguém encontrou? Aqui não

é necessário gastar muita saliva e tinta: é só olhar em torno e constatar que as

principais obras prometidas não aconteceram.

Transposição das águas do Rio São Francisco? Até hoje nenhuma gota

beneficiou os brasileiros que convivem com a terrível seca do Semiárido nordestino.

A obra deveria ter ficado pronta em 2010, mas até agora nem metade foi feita. O

custo já praticamente dobrou, pulando de R$4,5 bilhões para R$8,2 bilhões. Nem no

atual mandato a transposição — que já tem muitos trechos em ruínas — será

concluída.

Ferrovia Norte-Sul? Prometida para 2010, tem apenas 700 quilômetros dos

4,1 mil quilômetros previstos concluídos. Dois anos atrás, Dilma prometeu entregar

todo o trecho entre Açailândia (MA) e Estrela d’Oeste (SP) até 2014. Nada disso vai

acontecer: a nova previsão de término é setembro de 2016 — e olhe lá! Assim como

a transposição, trechos da Norte-Sul nem foram inaugurados e já se transformaram

em ruína, mato e erosão. Não transportam nada.

Refinaria Abreu e Lima? O compromisso era inaugurá-la em 2010, mas a

previsão atual é terminá-la, quiçá, em fins deste ano. Será? O custo da refinaria

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pernambucana partiu de R$4 bilhões iniciais e já chegou a R$35,8 bilhões —

incluindo um beiço da estatal venezuelana PDVSA, que seria responsável por 40%

do projeto, mas pulou fora devido à debacle da economia chavista. Com tudo isso, a

Abreu e Lima se transformará na mais cara refinaria já feita até hoje em todo o

mundo.

Os exemplos pontuais são eloquentes, mas o balanço agregado ajuda a dar

contornos definitivos ao fiasco. Em 2013, o PAC teve o melhor desempenho da era

Dilma: dos R$53 bilhões previstos no Orçamento Geral da União para o ano, R$16,6

bilhões foram efetivamente investidos até 31 de dezembro último. Ou seja, a melhor

marca não passa de 31,2% da dotação prevista para o ano, de acordo com o SIAFI.

Alguns dos Ministérios que concentram as maiores verbas tiveram execução

ainda mais vexatória. A poderosa Pasta dos Transportes investiu R$4,6 bilhões dos

R$14,8 bilhões reservados, acompanhando a média geral do programa no ano. No

entanto, descontada a inflação, no ano passado o Ministério investiu menos do que

o gasto em 2012 e bem menos até que o valor nominal aplicado em 2011.

A contabilidade oficial exibe números diferentes, bem mais vistosos. O

Governo afirma que já fez 67% do que prometeu no PAC 2. Entretanto, a maior

parte do valor (exato um terço do total) vem de financiamentos concedidos para

beneficiários do Minha Casa, Minha Vida. É dinheiro que foi emprestado e terá que

ser pago pelos mutuários, mas o Governo petista computa como investimento. O

setor privado responde por outros 20% do total. Assim fica fácil...

Além destas espertezas, a estratégia petista em torno do PAC envolve outras

mandracarias. Obras anunciadas nas etapas anteriores que não ficam prontas são

reempacotadas, ganham nova roupagem e um prazo elástico para acabar. É a

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mágica da reciclagem das promessas. O PAC lançado em 2007, por exemplo, sumiu

do mapa sem apresentar um balanço final de suas “realizações”. Ninguém soube,

ninguém viu. Na estratégia petista, o que vale é o espetáculo. Qualquer verdadeiro

compromisso com o interesse da população é conto da carochinha.[CD31]

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[CD32] O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Meu Líder Ronaldo Caiado, tem

V.Exa. a palavra.

O SR. RONALDO CAIADO - Bom dia, Sr. Presidente. Peço o tempo da

Liderança do Democratas, por favor.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. terá o tempo regimental.

O SR. RONALDO CAIADO (DEM-GO. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, acabamos de receber informação sobre

o crescimento do PIB em 2013. A projeção do Governo era de 4,5%. O resultado

final, apresentado agora, foi 2,3%.

O que é importante em relação a isso, Sr. Presidente? O ponto de

sustentação, o que fez com que o Brasil não entrasse numa crise maior, foi

exatamente o setor da agropecuária. O setor da agropecuária cresceu 7%; serviços,

2%; a indústria ficou estagnada em 1,5%. Isso mostra exatamente a capacidade

desse setor produtivo primário em, com todas as dificuldades que enfrenta, ainda ser

o único segmento econômico deste País capaz de sustentar todos os desmandos e

erros da política econômica do atual Governo.

É importante que possamos frisar, neste momento, que os investimentos por

parte do Governo, em 2012, foram exatamente 18,4%; este ano, 18,2%. Isso[CD33]

significa o quê? Nós não tivemos nenhum avanço de investimentos nem melhorias

na infraestrutura em nosso País.

Se o setor da agropecuária é o único que ainda alavanca o crescimento do

Brasil, nós estamos vendo o quanto ele está se ressentindo da falta de rodovias,

portos, hidrovias que a cada vez mais torna o transporte, o deslocamento dos

nossos produtos mais caros em relação aos produtos de outros países.

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Por isso, é importante que possamos dizer claramente a todo o País que hoje

os investidores estão fugindo de investimentos neste País por falta de uma

segurança jurídica, por falta de regras claras, em que hoje o cidadão fica

dependente do humor e da vontade da Presidenta da República, que edita medidas

provisórias que desestabilizam totalmente as regras e a certeza do investidor a

longo prazo.

Esse quadro de insegurança, junto com a incapacidade do Ministro da

Fazenda em poder definir uma política econômica com um balizamento claro, faz

com que o Brasil hoje perca a importância diante dos demais países que compõem o

BRICS.

Essa é a grande realidade e o diagnóstico do que nós estamos passando

neste momento.

[CD34] Sr. Presidente, é fundamental que possamos trazer essa discussão à tona. É

inadmissível que o Governo, por reagir às privatizações que deram certo no

passado, queira implantar um modelo de privatização agora, sendo que ela é 100%

feita à base de empréstimos do BNDES e também dos fundos que nós sabemos são

manipulados 100% pelo Governo.

Essa é a política da Presidenta Dilma. Com isso, nós estamos vendo uma

coisa que ficou bem clara: este regime esgotou; este modelo chegou, sem dúvida

alguma, ao seu ponto final; e nós precisamos, neste processo eleitoral, rediscutir um

novo modelo. Sobre tudo aquilo que a Presidenta afirmou que iria implantar, como a

diminuição da taxa de juros, estamos vendo hoje exatamente o quê?

COPOM eleva para 10.75% a taxa de juros, o mesmo patamar de quando

Dilma assumiu o Governo; ou seja, esse é o resultado real. O Governo cada dia

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mais se fragiliza diante de uma política que não teve alicerces para poder sustentar

o crescimento econômico do País.

Prevaleceu a demagogia, o populismo, a “venezualização” do processo

macroeconômico do nosso País.

Muito obrigado, Sr. Presidente, pelo tempo que me foi concedido.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido nos termos

regimentais.[CD35]

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Com a palavra o eminente

Deputado Mauro Benevides.

O SR. MAURO BENEVIDES (PMDB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhores telespectadores da TV Câmara e da

TV Assembleia, no Estado do Ceará, a Assembleia Legislativa do Ceará, em sua

sessão matutina, que começou há poucos instantes, deverá apreciar a indicação da

ex-Senadora Patrícia Saboya para vaga no Tribunal de Contas do Estado, em face

da aposentadoria do Conselheiro Pedro Timbó, que, ali, atuou proficientemente,

resguardando o interesse público.

Ressalte-se que subscreveram apoio à ilustre candidata praticamente todos

os seus eminentes pares, que nela viram sempre uma líder autêntica de nossa

Unidade Federada.

No Parlamento Nacional, a que chegou para ocupar vaga que, no passado, foi

preenchida pelo seu preclaro avô, Senador Plínio Pompeu de Saboya Magalhães,

ela se destacou por iniciativas de larga ressonância, a julgar pela proteção à criança

e ao adolescente, dirigindo Comissão Especial para apurar distorções então

constatadas no cenário do nosso País.

A projeção que alcançou deveu-se, sem dúvida, à sua obstinação de

patronear causas nobres, fazendo-o com exemplar devotamento, o que lhe valeu

reconhecimento de importantes segmentos da opinião pública nacional.

Em algumas oportunidades, na tribuna da Câmara destaquei a sua porfia

incessante à frente da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Exploração Sexual,

iniciativa que lhe garantiu amplos espaços nos órgãos de divulgação, em apoio a

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uma ampla campanha que sensibilizou o Congresso e entidades civis de nossa

Nação.

Alçando-se, como se espera, ao TCE, ela terá, certamente, como meta

inarredável a exação do dispêndio efetuado pelo poder público, preservando a sua

imagem de correção, voltada para o inconspurcável interesse da coletividade.

Confio em que, chancelada a indicação, ela se guindará à função de

preeminência na vida pública do Ceará, ampliando currículo brilhante, que a torna

uma cidadã de méritos incontáveis.

Com o presente registro, auguro à nova magistrada de Contas um proficiente

desempenho naquela Corte, para a qual fui indicado, em décadas passadas,

declinando da honrosa missão, por definir-se pela presença no cenário político, hoje

já no cumprimento do 11º mandato, em todos os graus de hierarquia legislativa.

Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.[CD36]

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[CD37]O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Em razão do tempo das

Breves Comunicações, e por haver ainda seis oradores, peço aos Deputados

Valadares Filho e Luiz Carlos Hauly que falem rapidamente, para darmos

continuidade aos Deputados inscritos.

Com a palavra o Deputado Valadares Filho.

O SR. VALADARES FILHO (PSB-SE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na tarde de ontem, tive oportunidade de me

despedir da Comissão de Turismo e de Desporto, que, a partir deste ano, foi

desmembrada para a Comissão de Turismo e Comissão do Esporte.

Fiz um relato de todo o trabalho que fizemos durante o ano passado. Foram

mais de 70 eventos promovidos pela Comissão. Nós tivemos a oportunidade,

através do nosso trabalho com o Deputado Romário e com todos os que fazem parte

da Comissão, de realizar visitas técnicas a todas as cidades-sede. Realizarmos

audiências públicas para debater o fortalecimento do turismo e a geração de

emprego para que o turismo e o desporto estejam em seu devido lugar, através dos

grandes eventos que teremos pela frente. O povo brasileiro tem um grande legado.

Parabenizo o Presidente Renato e o Presidente Damião. Que eles possam ter

sucesso e sorte em suas gestões.[CD38]

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Com a palavra o eminente

Deputado Luiz Carlos Hauly.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o Paraná pede à Presidenta Dilma e ao

Ministro Mantega que liberem os seus empréstimos.

O Paraná apresentou, no ano passado, um superávit primário de R$2 bilhões,

293 milhões, de uma receita de R$ 32,9 bilhões e uma despesa de R$30,6

bilhões.[CD39] O Paraná cumpre com as suas obrigações. Seu cadastro, suas contas

estão limpinhos, a despesa de pessoal está dentro da Lei de Responsabilidade

Fiscal. O Paraná é um Estado que contribui com o País, paga mais impostos do que

recebe. O Paraná é doador de energia ao País, porque não tem nenhum centavo da

energia elétrica. O Paraná tem suas empresas estatais em grande funcionamento. O

Paraná pede, clama por que liberem o empréstimo.

Tirem a mão pesada do Paraná, Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann!

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido.[CD40]

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42

[CD41] O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Com a palavra o Deputado Fábio

Trad.

O SR. FÁBIO TRAD (PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, duas proposições que necessariamente deverão ser

enfrentadas por esta Casa, até porque a pressão só faz aumentar, são as Propostas

de Emenda à Constituição nºs 555/2006 e 300/2008. Ambas, é verdade, implicam

impactos fiscais, mas é certo que as duas são absolutamente legítimas e têm amplo

esteio jurídico-constitucional, sem olvidar-se da oportunidade e conveniência social

que as embalam.

A PEC 555 tem caráter revisional. Este Parlamento precisa corrigir um erro

que a Emenda Constitucional nº 41 protagoniza. Afinal de contas, hoje, os

aposentados e os pensionistas brasileiros são vítimas de tunga oficial, pois não há

juridicamente a figura da contribuição sem a perspectiva da restituição, a não ser

que se admita e se confesse o confisco.

[CD42] A PEC 300 é a expressão mais lídima de uma imperiosa necessidade. As

Polícias brasileiras, a Civil e a Militar, e os Corpos de Bombeiros não podem

continuar sendo objeto da crescente degradação do serviço público. O piso que

reclamam é justo e compatível com a magnitude da função que exercem. Se não

enfrentarmos essas duas demandas nesta legislatura, perderemos a oportunidade

de afinar a sintonia entre a ordem jurídica e as prioridades do povo brasileiro.

Sr. Presidente, eu solicito que o meu pronunciamento seja divulgado em A

Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - O pronunciamento de V.Exa.,

Deputado Fábio Trad, será divulgado por todos os órgãos de comunicação da

Casa.[CD43]

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[CD44] O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Pela Liderança da Minoria, o nosso

grande Líder Sandro Alex.

O SR. SANDRO ALEX (PPS-PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, muito obrigado.

Senhores e senhoras, um bom-dia ao Brasil que nos acompanha!

É com grande preocupação que venho a esta tribuna falar sobre uma questão

que diz respeito a todos nós brasileiros. Falo do peso dos impostos em nosso País.

Nossa carga tributária alcança níveis históricos que faz com que os cidadãos

estejam, cada vez mais, à mercê do peso insuportável dos tributos.

Aqueles que nos ouvem e nos assistem em todo o Brasil têm o direito de

saber as razões de o Brasil ter uma carga tributária tão alta. Nós precisamos saber:

a que serve ou a quem serve essa quantidade enorme de recursos? O que podemos

fazer para reverter essa situação? Por que nossos produtos são tão caros? Por que

pagamos tantos impostos?

Nós sentimos diariamente o peso da alta carga tributária praticada em nosso

País. Para termos ideia do tamanho da fome do Leão, no ano passado, a

arrecadação com tributos chegou a quase R$ 2 trilhões. Mais um recorde que

deverá ser deixado para traz quando tivermos os dados da arrecadação deste ano.

É recorde após recorde, ano após ano.

[CD45] Para termos noção do tamanho do problema, o trabalhador brasileiro precisou

de 150 dias, ou quase 5 meses do ano, somente para pagar impostos, taxas e

contribuições aos cofres públicos, conforme demonstra o estudo do Instituto

Brasileiro de Planejamento Tributário — IBPT, entidade que há mais de 20 anos se

dedica ao estudo de temas tributários, que o tempo de quase 5 meses é necessário.

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E, apesar de contribuir cada vez mais com essa arrecadação tributária do

País, os brasileiros continuam não vendo a adequada aplicação desses recursos em

serviços públicos de qualidade, principalmente nos setores de educação, saúde,

segurança e outros fundamentais para que a sociedade se desenvolva econômica e

socialmente.

Em abril do ano passado, inclusive, o Instituto Brasileiro de Planejamento

Tributário publicou outro estudo em que relaciona os 30 países com a maior carga

tributária e o retorno desses recursos à população em termos de qualidade de vida.

Infelizmente, o estudo chega à triste conclusão de que o Brasil, com uma carga

tributária na ordem de 36% do PIB, é o país que proporciona o pior retorno dos

valores arrecadados em prol do bem-estar do povo.

Entre os países do BRIC, por exemplo, o Brasil é o país que tem a maior

carga tributária. Na Rússia, a carga é de 23% do PIB, na China é de 20% e na Índia,

país cuja estrutura tributária é a mais parecida com a brasileira, o total da

arrecadação corresponde a 12,1% do PIB.

Mas para onde vai esse dinheiro? Qual a destinação desses recursos?

Basicamente existem dois grandes grupos nos quais os recursos são gastos. O mais

importante deles é a previdência e a assistência social. Temos[CD46] uma despesa

com previdência de 12% do PIB, quase o dobro do que seria esperado pela nossa

estrutura etária. Só para pagar os servidores públicos ativos, aposentados e

pensionistas serão necessários mais de R$ 160 bilhões neste ano.

O segundo grande ralo pelo qual escoam os recursos públicos são os juros da

dívida pública. Quase 15% do total arrecadado, ou 5,7% do PIB, vai para o

pagamento dos juros e encargos da dívida. Ou seja, a cada ano, cerca de R$ 250

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bilhões são destinados ao pagamento da dívida pública brasileira. Isso significa que

gastamos, anualmente, mais de 14 vezes o que é gasto com o Programa Bolsa

Família, apenas para cumprir o compromisso com os juros e encargos da dívida

pública.

E qual a consequência disso para a formação dos preços dos produtos e

serviços em nosso País? A consequência é que estamos covivendo com preços

absurdos em quase todas as atividades econômicas. Eu, que sou da área de

ciência, tecnologia e inovação, cito alguns exemplos da área de tecnologia. Na linha

Apple, o iPhone mais caro do mundo. O iPod, por exemplo, é produzido na China e

vendido aqui, nos Estados Unidos e na Europa, enfim, em todo lugar. Em tese,

deveria custar quase igual em todos esses mercados, já que ele é importado do

mesmo local. Mas não. A versão básica custa R$ 800 nos Estados Unidos, não

passa de R$ 1.000 na Europa e, no Brasil, ele custa por volta de R$ 1.800. Item de

inovação: um novo produto Sony. Um Playstation custa no Brasil R$ 4 mil e é

vendido nos Estados Unidos por 400 dólares.

Poderíamos falar sobre a linha Android, Samsung, tablets, enfim, carros e até

mesmo remédios. Poderíamos passar aqui horas e horas listando as diferenças de

preços praticados entre produtos e serviços semelhantes que são cobrados aqui e

no exterior. Os brasileiros sabem do que estou falando e reconhecem nos preços a

alta carga tributária aliada às distorções na definição dos tributos, complementando-

se para formar a face mais cruel da questão tributária brasileira. Os tributos no Brasil

pesam muito mais sobre os pobres do que sobre os ricos. Ou seja, o Estado, através

de sua estrutura arrecadatória, tira dinheiro dos mais pobres e os transfere para os

mais ricos.

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, prezados cidadãos que nos ouvem e

nos veem, esta situação não pode continuar. Esta estrutura tributária é algo que

mina os valores democráticos, que atenta contra o bom senso e que ofusca os

suados avanços que temos feito em prol de nosso povo.

[CD47] Gostaria, antes de finalizar, de pedir a todos que não deixem de cobrar de

seus representantes nos seus Estados e nesta Casa, enfim, em todos os níveis, o

compromisso com a simplificação da nossa estrutura e a diminuição da carga

tributária. Esta é uma luta de todos nós que desejamos que o nosso País alcance o

desenvolvimento econômico e social que o nosso povo merece. Essa não é uma

tarefa simples e que se consiga sem a contribuição de todos. É necessário o

engajamento de todos, para que isso se torne uma prática. Por isso, nós lutamos por

essa reforma tributária, por uma simplificação, porque a cada dia os brasileiros se

deparam com preços totalmente desproporcionais comparados aos de outros

países, e nós temos que dar um basta nisso.

Muito obrigado a todos. Desejo-lhes um bom-dia!

Durante o discurso do Sr. Sandro Alex, o Sr.

Gonzaga Patriota, 1º Suplente de Secretário, deixa a

cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Amauri

Teixeira, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento

Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Deputado Zé

Geraldo, que permutou com o Deputado Chico Lopes. V.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero

parabenizar os Municípios de Tailândia, Uruará, Santana do Araguaia e Breu

Branco, que terão agências da Caixa Econômica Federal, bem como Ananindeua,

Benevides, Abaetetuba e Belém, que terão novas agências. Quero pedir a V.Exa.

que determine aos veículos de comunicação desta Casa a ampla divulgação deste

pronunciamento, inclusive no programa A Voz do Brasil.

Estou me empenhando para que nós possamos abrir mais prédios da Caixa

Econômica Federal no Estado do Pará, que tem Municípios grandes e distantes, e a

Caixa Econômica e o Banco do Brasil precisam se estruturar mais no Pará.

O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Autorizo a divulgação, inclusive no

programa A Voz do Brasil.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários e todos

aqueles que nos acompanham pelos veículos de comunicação da Casa, quero aqui

parabenizar os moradores das cidades de Breu Branco, Santana do Araguaia,

Tailândia e Uruará, que brevemente contarão com uma agência da Caixa

Econômica Federal em seus Municípios. Isso significará um avanço para os

habitantes destas cidades, tanto aqueles que recebem benefícios diretos do

Governo Federal — sejam eles advindos de aposentadorias ou de programas

sociais —, quanto para o empresariado local, que poderá contar com uma empresa

100% pública, que vem despontando cada dia mais na promoção da cidadania e do

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desenvolvimento sustentável do País como instituição financeira, agente de políticas

públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro.

Da mesma forma, as cidades de Abaetetuba, Benevides, Ananindeua e

Belém terão também novas agências da Caixa, que somarão às já existentes,

ampliando ainda mais o bem-estar das pessoas e incrementando o comércio e os

negócios locais.

Recentemente destaquei a inauguração da Agência-Barco Ilha do Marajó, no

dia 16 de janeiro. A Agência-Barco Ilha do Marajó já está fornecendo atendimento

bancário às populações ribeirinhas que vivem em 10 Municípios da Ilha, ampliando a

oferta de produtos e serviços do banco, promovendo o desenvolvimento

socioeconômico da região e a inclusão bancária dos moradores.

A Agência-Barco Ilha do Marajó contribui para a interiorização do atendimento

e ampliação da presença da Caixa na Região Norte. O objetivo é suprir as carências

de atendimento bancário impostas pelas dificuldades naturais da região e reduzir os

riscos e os custos envolvidos no deslocamento das populações até os centros

urbanos.

A Agência-Barco atenderá à população de mais de 348 mil habitantes dos

Municípios que compõem a Ilha: Soure, Salvaterra, Ponta de Pedras, Muaná, São

Sebastião da Boa Vista, Curralinho, Bagre, Breves, Melgaço e Portel. A unidade

disponibilizará todos os produtos do portfólio da Caixa, com exceção daqueles que

envolvem numerário. O horário de funcionamento é o mesmo de uma unidade

comum, em terra, cumprindo as regras estabelecidas pelo BC.

Além disso, importantes parcerias foram firmadas. A agência-barco também

viabiliza o suporte a ações de promoção à saúde, educação, de proteção ambiental

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e de cidadania. Na Agência-Barco Ilha do Marajó, a Caixa fechou parceria com o

Tribunal de Justiça do Estado do Pará para o funcionamento de um Juizado Especial

Itinerante Ribeirinho. Outro parceiro da Caixa é a Secretaria de Políticas para as

Mulheres, que atua na promoção de programas de enfrentamento à violência contra

as mulheres.

A Unidade-Barco realiza os serviços e comercializa todos os produtos

disponíveis no portfólio Caixa, com exceção daqueles que envolvem numerário, com

destaque para abertura de conta: operação 001/003/013/022 e 023;

cadastramento/desbloqueio de senhas do cartão do cidadão/bolsa família/conta;

solicitação/desbloqueio de cartão — cidadão e conta; entrega e desbloqueio de

cartão — cidadão e conta; cadastramento/regularização do PIS; cartão de crédito PF

(propostas); inscrição/regularização CPF; liberação/pagamento de FGTS;

certificação conectividade social; cadastro de microempresa individual (MEI);

pagamento de seguro-desemprego/defeso (crédito em conta), pagamento benefício

Bolsa Família; crédito consignado; CONSTRUCARD; crédito rotativo — PF; cheque

empresa Caixa; empréstimo PJ (microempresa e MEI), cartão PJ; credenciamento

de estabelecimento; seguro residencial, previdência; seguro vida PF/PJ;

capitalização; cadastramento de senha; pagamento de abono/quotas PIS e INSS;

crédito direto Caixa — CDC; microcrédito produtivo orientado — PF e PJ; e prova de

vida.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Deputado

Gonzaga Patriota, por permuta com o Deputado João Paulo Lima, por 1 minuto.

O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, enquanto a centenária Catedral de Petrolina

está se preparando para uma grande reforma, registramos que a Catedral de

Juazeiro reabriu agora o Santuário, depois de 4 anos de reforma — a Catedral de

Dom José Rodrigues.

E o nosso outro pronunciamento, Sr. Presidente, relata que Cabrobó realiza a

1ª Conferência Municipal de Proteção e Defesa Civil. Essa conferência começa hoje,

dia 27, no Alvorada Clube. Ela é muito importante, até porque é uma parceria com a

Universidade de Petrolina, a UNIVASF.

Queremos aproveitar a oportunidade para cumprimentar todo o povo de

Cabrobó, que tem feito um trabalho extraordinário no desenvolvimento daquele

Município, colocando-nos, mais uma vez, à disposição desse povo de Cabrobó.

E, como amanhã vamos estar aqui ainda no plantão da sexta-feira, que é a

abertura do carnaval, queremos aproveitar para desejar a todos um ótimo carnaval.

Sempre começamos por Petrolina, vamos a Trindade, onde há um grande carnaval;

Salgueiro, com a Bicharada do Mestre Jaime; Belém do São Francisco. E foi lá,

Fernando Ferro, que nasceram aqueles grandes mamulengos de Olinda. Eles

nasceram em Belém do São Francisco.

E vamos a Bezerros, vamos a Sertânia, a minha terra, no bloco As Virgens,

brincar esse carnaval, porque ninguém é de ferro, mas vou ficar aqui até amanhã, no

plantão.

Bom carnaval, muita cana, muito cuidado!

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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Catedral de Juazeiro será reaberta e

elevada a Santuário.

Após 4 anos de reforma, a Catedral de Juazeiro, no Sertão baiano, voltará a

ser aberta ao povo logo após o carnaval da cidade. As informações são do Bispo

Diocesano, Dom José Geraldo da Cruz.

Outra novidade é a inauguração oficial do templo, com a conclusão da

reforma externa, com data marcada para o dia 21 de junho, quando o prédio

religioso será elevado ao título de Santuário.

A reforma foi feita para valorizar o templo. Foram adquiridos uma grade de

proteção, novas portas, bancos, pintura, capela do Santíssimo, sala para confissões,

polimento do piso e uma nova iluminação interna e externa.

“Atualmente, está sendo colocada a barra de pedra na parede exterior e está

sendo completada a extensão da grade. A iluminação externa está em fase de

acabamento”, disse o Bispo. A inauguração será no dia da Dedicação da Catedral,

que é solenidade na Diocese.

Nesse dia serão acesas todas as luzes da iluminação interna e externa e será

lido o decreto de criação do Santuário Nossa Senhora das Grotas.

Parabéns ao povo de Juazeiro pela reabertura de sua Catedral!

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Cabrobó realiza 1ª Conferência

Municipal de Proteção e Defesa Civil.

Mapear detalhadamente áreas de risco e estabelecer estratégias de

monitoramento. Eis os objetos da 1ª Conferência Municipal de Proteção e Defesa

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Civil que será realizada em Cabrobó, no Sertão de Pernambuco. O evento está

programado para começar hoje, dia 27 de fevereiro, no Alvorada Clube, a partir das

8 horas.

A iniciativa segue uma orientação do Governo Federal, que em 2012 lançou o

Plano Nacional de Gestão de Riscos e Desastres. À época, foi divulgada uma lista

com os 821 Municípios prioritários em ações de proteção e defesa civil. Em

Pernambuco foram selecionadas 53 cidades, entre elas, Cabrobó.

São esperados no encontro, de acordo com a organização, representantes da

Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Exército Brasileiro,

Polícia Militar (PM) e Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (CODECIPE).

Para o Presidente da Comissão Municipal de Defesa Civil (COMDEC), Paulo

Teógens, Sr. Presidente, a iniciativa visa fortalecer a participação e o controle social

nas políticas públicas do setor. “Nosso Município é muito organizado, e há 13 anos

temos uma comissão que está preparada para ajudar em eventuais casos de

emergência”, ressalta Paulo.

Parabéns a Cabrobó pela iniciativa![CD48]

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[CD49] O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Tem a palavra o Deputado Fernando

Ferro, do PT de Pernambuco.

O SR. FERNANDO FERRO (PT-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

eu trago aqui uma manifestação da Câmara Municipal de Itaquitinga, Pernambuco,

cidade localizada no Agreste pernambucano, em relação a uma dívida do

Governador Eduardo Campos com o povo de Pernambuco. O Governador Eduardo

Campos prometeu que iria construir um presídio para transferir os detentos da

penitenciária de Itamaracá.

Itamaracá é uma belíssima ilha, um local aprazível, muito bonito, de valor

turístico, cultural e histórico. A província de Itamaracá foi uma das primeiras áreas

ocupadas pelos portugueses na Região Nordeste. Essa ilha hoje é tomada por um

presídio, o que desvaloriza os seus terrenos. Não é agradável a vivência próxima de

uma área conflagrada como aquela, com muitas rebeliões, inclusive.

Nós estamos aqui a cobrar a responsabilidade do Sr. Governador, que firmou

uma PPP — parceria público-privada com um grupo privado. A construção desse

presídio em Itaquitinga está paralisada há 4 anos. Foi gasto dinheiro com a obra, e

está abandonada. E a população de Itamaracá espera até hoje a transferência dos

detentos daquele presídio e a consequente liberação da ilha para uso mais

adequado nas áreas de turismo, lazer e cultura.

Aqui fica, portanto, o nosso apelo, inclusive para que o Governador receba

uma representação da Câmara Municipal de Itaquitinga, que pretende levar a S.Exa.

suas preocupações em face do abandono da obra. É um exemplo de má gestão e

de péssima articulação com grupos privados para realização das tais PPPs, que não

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funcionaram e trazem enormes prejuízos para o povo de Pernambuco e da cidade

de Itaquitinga.

Sr. Presidente, gostaria que o meu pronunciamento fosse divulgado no

programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Fábio Trad) - Será divulgado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna denunciar o

enorme descaso e a grave situação que está acontecendo em Pernambuco, em

relação à paralisação das obras de construção do novo presídio estadual na cidade

de Itaquitinga, na zona da mata norte do nosso Estado, a cerca de 70 quilômetros do

Recife. Esse fato lamentável repercute negativamente nas áreas de segurança

pública e turismo em Pernambuco e, principalmente, vem acarretando grandes

problemas e graves prejuízos à população e aos comerciantes da região.

Tal problema decorre das obras de construção do Centro Integrado de

Ressocialização de Itaquitinga, cujo contrato de financiamento foi lançado com

grande estardalhaço em novembro de 2009, pelo Governador Eduardo Campos, que

à época destacava que essa seria um das grandes obras de seu Governo, por meio

de uma Parceria Público-Privada.

Pelo contrato inicial, a obra estava orçada em 287 milhões de reais. A

empresa ganhadora da respectiva licitação, o Consorcio Reintegra Brasil, foi

encabeçado pela empresa Advance Engenharia, que além de construir o presídio,

também passaria a administrá-lo por 33 anos.

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A capacidade desse presídio seria de 3.200 vagas, as quais estariam

destinadas principalmente aos atuais presos das penitenciarias existentes no

Município de Itamaracá, importante cidade turística do litoral norte de Pernambuco.

O discurso oficial do Governador de Pernambuco era de que, com esse novo

presídio, se poderia tanto desativar o conjunto penitenciário atualmente localizado

na cidade de Itamaracá, possibilitando expandir o turismo nessa importante ilha do

litoral norte do Estado, quanto, em contrapartida, promover ações efetivas para o

desenvolvimento da cidade de Itaquitinga, como a implantação inclusive de uma

escola técnica e de melhorias nas áreas da saúde e da educação nessa região.

Ocorre que, passados cerca de 5 anos, o Centro Integrado de

Ressocialização de Itaquitinga não recebeu ainda um preso sequer. E o que é pior,

apesar de ter sido anunciada pelo Governo Eduardo Campos, do PSB, como “a

maior e mais completa PPP prisional do Brasil”, as obras desse presídio já estão

totalmente paralisadas há mais de 1 ano, sendo que já deveriam ter sido concluídas

desde maio de 2011.

O problema é ainda maior, pois essa obra, apesar de ser definida como sendo

uma PPP, é quase totalmente financiada pelo Banco do Nordeste, o BNB, que, por

conta de um aditivo, já disponibilizou cerca de 320 milhões de reais do Governo

Federal para a execução dessa obra, tendo o próprio Governo de Pernambuco como

interveniente.

Além disso, a principal empresa responsável pela construção do presídio e

líder do consórcio, a empresa Advance, com sede em Salvador, encontra-se desde

maio de 2013 em estado de insolvência, já tendo inclusive dispensado os 1.500

trabalhadores que atuavam na obra.

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E o mais grave é que o consórcio deixou de cumprir com seus compromissos

financeiros perante mais de 60 empresas e fornecedores da região, resultando num

prejuízo de mais de 50 milhões de reais para os comerciantes e empresários da

região, além de ter gerado graves problemas trabalhistas e sociais a toda a

população da mata norte de Pernambuco.

Mesmo diante desta situação caótica, foi divulgado há poucos meses atrás,

tanto pela própria Advance Engenharia como pelo Governo do Estado, que outra

empresa, também da Bahia, conhecida como DAG Construtora, iria assumir

diretamente as responsabilidades do consórcio, reiniciando as obras e se

comprometendo com a retomada dos pagamentos às empresas e fornecedores

prejudicados.

O mais estranho disso tudo é que essa transferência de responsabilidades iria

ocorrer sem que houvesse qualquer nova licitação e sem que o Governo de Estado

de Pernambuco tivesse esclarecido objetivamente como, diante dos contratos e

compromissos já assumidos anteriormente, se dariam as condições dessa transação

empresarial e quais as medidas que a equipe do Governador Eduardo Campos

estaria tomando para solucionar esse grande problema.

O que é ainda mais grave é que recentemente, já em 2014, devido aos

prejuízos que foram constatados posteriormente também no próprio

empreendimento, a empresa DAG Construções anunciou que havia efetivado o

distrato com a Advance Engenharia e que, portanto, não iria mais assumir a

retomada das obras de construção do Presídio de Itaquitinga.

Essa empresa chegou, inclusive, a divulgar que a partir de março

abandonaria definitivamente o pátio de construção do presídio e dispensaria até

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mesmo os seguranças contratados para a proteção da área e equipamentos

existentes. Isso representa que as obras permanecerão totalmente paralisadas por

quase 2 anos e com risco de degradação.

Infelizmente, até o momento, na prática, essa obra só vem resultando em

angústias e frustrações às populações dos Municípios de Itaquitinga e Itamaracá,

que há anos aguardam que o Governador de Pernambuco cumpra o prometido,

assim como só vem desencadeando graves prejuízos e grande desespero para

dezenas de comerciantes locais, os quais precisam ser urgentemente sanados.

Portanto, de imediato, o Governo do Estado de Pernambuco está devendo

urgentemente explicações sobre esse grave problema a toda a população do Estado

de Pernambuco, assim como a devida apresentação de soluções rápidas para a

retomada dos pagamentos aos comerciantes e fornecedores prejudicados por estas

empresas.

Esperamos ainda que, diante dessa realidade, as autoridades federais e

estaduais, inclusive os Tribunais de Contas e os Ministérios Públicos competentes,

tomem as medidas cabíveis o mais rápido possível, pois essa situação não pode ser

mais postergada, pelo bem do Erário e de toda a população de Pernambuco.

Solicito ainda à Presidência desta Casa Legislativa a divulgação deste

pronunciamento em A Voz do Brasil.

Durante o discurso do Sr. Fernando Ferro, o Sr.

Amauri Teixeira, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Fábio Trad, nos termos do § 2º do art.

18 do Regimento Interno.[CD50]

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[CD51] O SR. PRESIDENTE (Fábio Trad) - Concedo a palavra ao Deputado Chico

Lopes, do PCdoB do Ceará.

O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

gostaria que V.Exa. autorizasse a publicação da minha preocupação no programa A

Voz do Brasil.

O Ceará tem uma das praias mais bonitas deste País. Não quer dizer que os

outros Estados não tenham bonitas praias. O Instituto Chico Mendes foi criado nesta

Casa exatamente para defender a ecologia no Brasil. Jericoacoara é uma das praias

mais conhecidas, não só no Brasil como também no exterior, pela sua beleza natural

e pela dificuldade de se chegar até lá, porque não se chega com qualquer carro.

Tem que baixar a quantidade de ar do pneu do carro para poder chegar lá.

Mas, infelizmente, o Instituto Chico Mendes — e acho que o Chico Mendes, lá

no outro plano, deve estar horrorizado — está sendo encarregado de fazer a

privatização das nossas praias, principalmente a de Jericoacoara.

Sr. Presidente, nós não somos contra o desenvolvimento. Nós queremos

empregos, mas não com sacrifício da natureza. E outra, o capital estrangeiro nas

praias do Ceará é um fato, principalmente o capital português.

Portanto, quero fazer um apelo ao novo Presidente da Comissão de Meio

Ambiente para averiguar isso.

Muito obrigado, Sr. Presidente.[CD52]

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[CD53] O SR. PRESIDENTE (Fábio Trad) - Com a palavra o Deputado Amauri

Teixeira, do PT da Bahia.

O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nós vivemos no mundo um momento de

desaceleração da economia. Nós não estamos vivendo, no mundo inteiro,

crescimento econômico. Nós estamos vivendo em economias desaceleradas, com

recessão e desemprego acentuados em vários países do mundo. No Brasil, não. O

Brasil tem um alto índice de empregabilidade.

Nós ouvimos aqui o discurso de um Líder da Oposição que disse: “O Brasil

está estagnado”. Ora, o PIB do último ano, meus senhores, cresceu 2,3% —

cresceu! Se cresceu, não está estagnado. E cresceu bem, porque o resultado do

PIB do último ano foi 0,9% maior do que o de 2012. Cresceu mais do que em 2012!

E cresceu em todos os setores da economia! Não há nenhum setor da economia

que não tenha crescido. A indústria cresceu; o setor de serviços cresceu; a

agropecuária cresceu. Então, cresceram todos os setores, todas as áreas

econômicas. O Brasil está no caminho certo.

Nós estamos vivendo dificuldades no mercado internacional. Nós vivemos um

momento excepcional da economia internacional, mas a Presidente Dilma e o

Ministro Guido Mantega continuam conduzido bem a economia brasileira. Estão

mantendo a inflação controlada, a empregabilidade em alta e fazendo crescer a

economia.

[CD54] Sr. Presidente, eu também quero registrar a minha satisfação de ter

encontrado nesta semana por duas vezes com um grande dirigente público, Elmo

Vaz, que está dirigindo a CODEVASF. Nós nos encontramos em Juazeiro, numa

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solenidade em que estavam presentes o Governador Jaques Wagner e o Ministro

César Borges.

Na ocasião, tratamos com o Ministro César Borges da ordem de serviço para

iniciar imediatamente a obra da BR-324, trecho Capim Grosso-Umburanas.

Nós tratamos com o Elmo da ordem de serviço, que inclusive foi assinada,

para a revitalização da Barragem Olhos D’Água, no Distrito de Caatinga do Moura.

Lá, nós nos sentamos com o Elmo e tratamos da revitalização da cultura da fruta e

da banana em Caatinga do Moura, através de um projeto chamado Corredor da

Fruta. Vamos revitalizar a barragem e vamos revitalizar as culturas.

Tratamos também com o Elmo da implantação imediata do escritório da

CODEVASF em Jacobina, o que está sendo acelerado.

E tratamos, ainda, da distribuição de cisternas. Ele nos deu a notícia de que

está distribuindo cisternas, e nós indicamos vários Municípios: Brotas de Macaúbas,

Central, Feira da Mata, Ibipeba, Ibitiara, Irecê, João Dourado, Jussara, Malhada,

Novo Horizonte, Piatã, Presidente Dutra, São Gabriel, Xique-Xique, Catolândia,

Cotegipe, Formosa do Rio Preto, Casa Nova, Jacobina, Juazeiro, Miguel Calmon,

Mirangaba, Ourolândia, Várzea Nova, Boquira, Caetité, Ibotirama, Morro do Chapéu

e Umburanas. Nós[CD55] indicamos a distribuição de cisternas em todos esses

Municípios e estamos sendo atendidos.

Eu solicito a divulgação deste pronunciamentos no programa A Voz do Brasil,

Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Fábio Trad) - Está autorizada a divulgação em A Voz

do Brasil do pronunciamento de V.Exa.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ocupo esta tribuna para elogiar o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Presidente da Companhia de

Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba — CODEVASF, Elmo

Vaz.

Esta semana tivemos a satisfação de encontrá-lo duas vezes. Na segunda-

feira passada estivemos em Juazeiro, anunciando uma série de ações da

CODEVASF na Bahia, entre elas a assinatura da ordem de serviço para a

revitalização da Barragem Olhos D’Água, no Distrito de Caatinga do Moura. E hoje

tivemos uma audiência com Elmo para tratar da implantação do Mercado do

Produtor de Jacobina, que tem recursos da CODEVASF e de emenda orçamentária

de nossa autoria. Essa emenda será executada pela Secretaria de Desenvolvimento

Urbano, que já está na fase final de elaboração do projeto executivo.

Tratamos também da implantação do escritório da CODEVASF em Jacobina,

uma reivindicação nossa, e também está próximo de ser instalado.

Sr. Presidente, quero aqui enaltecer o trabalho feito pelo Presidente Elmo,

principalmente pelo olhar sensível à população do Semiárido nordestino, sobretudo,

o povo baiano, levando os produtos da CODEVASF para minorar os problemas da

região, como, por exemplo, a distribuição de cisternas. Inclusive, nós indicamos

vários Municípios para serem contemplados, entre eles: Brotas de Macaúbas,

Central, Feira da Mata, Ibipeba, Ibitiara, Irecê, João Dourado, Jussara, Malhada,

Novo Horizonte, Piatã, Presidente Dutra, São Gabriel, Xique-Xique, Catolândia,

Cotegipe, Formosa do Rio Preto, Casa Nova, Jacobina, Juazeiro, Miguel Calmon,

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Mirangaba, Ourolândia, Várzea Nova, Boquira, Caetité, Ibotirama, Morro do Chapéu,

Umburanas.

Muito obrigado.[CD56]

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O SR. PRESIDENTE (Fábio Trad) - Com a palavra o Deputado Jesus

Rodrigues. V.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. JESUS RODRIGUES (PT-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Obrigado, Sr. Presidente. Eu queria aqui fazer um rápido pronunciamento a respeito

da situação da PETROBRAS. A Oposição tem vindo aqui, reiteradamente, criticar a

política do Governo a respeito de como vem gerindo a nossa estatal que é a

PETROBRAS.

Eu queria aqui fazer um comparativo entre o que se faz numa gestão que

governou este País, a gestão demo-tucana, quando se privatizaram as empresas

estatais e não se queria a privatização da PETROBRAS, da Caixa Econômica, do

Banco do Brasil — isso porque compreendem que o zelo pelas empresas deve ser

executado pela iniciativa privada, e não pelo Governo — e o que se faz no Governo

atual.

Eu sou do setor bancário, convivi muitos anos com o setor estatal e o setor

privado, sem nenhum problema. Mas[CD57] a questão da PETROBRAS que hoje

quero ressaltar é que ela vem recentemente tendo uma recuperação, em função da

recuperação de preços. Mas o zelo dos tucanos e democratas pela questão do lucro

das empresas é tão grande, que não leva em consideração que o setor estatal deve

existir justamente para poupar as pessoas de taxas de juros ou de preços

escorchantes. É um direito do Governo usar da estatal como política de preço de

combustível ou como política de controle da inflação.

O Banco do Brasil foi chamado, há algum tempo, a baixar seus juros para que

a população não precisasse pagar juros tão altos e pudesse estabelecer uma

disputa, uma concorrência entre o setor público e o setor privado, com o objetivo de

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baixar preço. É um direito do Estado também fazer uma política de redução de juros,

através do seu setor estatal. Mas o zelo demo-tucano pelo lucro das empresas é tão

grande, que eles não conseguem ver pelo lado do consumidor, que teve, durante

todo esse período, uma inflação menor, um preço de combustível mais acessível. É

o zelo pela empresa, é o zelo pelo lucro, em detrimento do cidadão.

Por isso estou chamando a atenção do nosso ouvinte da TV Câmara, para o

fato de que o Governo do PT e de seus aliados prefere que o grosso da população

tenha o preço de combustível e os juros mais baixos possíveis, e não o lucro alto

das empresas e do setor financeiro, embora o setor financeiro esteja lucrando, mas

sem a presença do Governo...

(O microfone é desligado.)

O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Nós vamos manter os 3 minutos,

porque hoje é dia de vários Parlamentares viajarem.

Eu vou considerar V.Exa. em transição.

O SR. JESUS RODRIGUES - Só para concluir, Sr. Presidente, há uma

diferença entre o modo de trabalhar do atual Governo, que prefere defender o povo

com preço de combustível mais justo e juro mais baixo, e o do outro Governo, que

preferia dar o lucro para as empresas.

Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado pela tolerância.

Durante o discurso do Sr. Jesus Rodrigues, o Sr.

Fábio Trad, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pelo Sr. Amauri Teixeira, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno.[CD58]

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[CD59] O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Está combinado. Vão ser 3 minutos

para cada um, sem prorrogação. Deputados Luiz Couto, Jô Moraes e Ronaldo

Caiado.

Deputado Luiz Couto, V.Exa. vai falar em breves comunicações.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na realidade nós temos amigos na Paraíba,

amigos no PT. Eu queria registrar aqui um documento do nosso grande líder e

fundador do PT, Elias Candido do Nascimento. É um homem comprometido com as

causas dos trabalhadores, com a justiça e a verdade.

Ele fez um texto, intitulado Democracia no PT Paraibano, que passo a ler:

“Como se não bastassem toda a problemática

causada com o lançamento da candidatura do PT, Nadja

Palitot ao Governo do Estado, onde os princípios

democráticos foram esquecidos, o movimento sindical

apresentou o nome de Marcos Henriques, presidente do

Sindicato dos Bancários da Paraíba e Diretor da CUT-PB,

para disputar o mesmo cargo, como alternativa ao nome

apresentado. No dia 23 de janeiro Marcos nega sua

desistência de candidatar-se ao Governo do Estado, mas

no dia seguinte confirma sua desistência após conversa

com o presidente nacional do PT justificando ser

necessário manter a unidade no PT.

[CD60]Perguntamos como manter a unidade

partidária se o processo de escolha de Nadja Palitot foi

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totalmente autoritário e tampouco a executiva do partido

se reuniu para tomar tal decisão e os filados muito

menos? Será que a candidata é de fato petista e quais

critérios foram utilizados com vistas a garantir essa

unidade partidária? Como construir unidade com a

candidata se manifestando que Luiz Couto tem que ser

punido pelo partido? Qual o projeto político o PT tem para

apresentar a população paraibana, e que nos apresente

como alternativa à unidade?

Precisamos dar um basta ao coronelismo em

partidos políticos e principalmente no PT onde sua história

e trajetória de luta e participação popular dos filiados e

militantes foi praxe. Precisamos urgentemente de

plenárias onde poderemos construir de fato a tão

propagada unidade partidária e candidaturas com a

participação popular e um projeto político que sensibilize a

população paraibana e a militância petista.”

Sr. Presidente, eu não preciso responder às provocações da pré-candidata

porque temos amigos que pensam como nós e que vêm aqui dizer o que pensam.

(O microfone é desligado.)

O SR. LUIZ COUTO - Na realidade, é isso. Precisamos cuidar para que o PT

possa recuperar as suas bandeiras históricas, a sua forma de relação com os

movimentos e as lutas sociais.

Muito obrigado, Sr. Presidente.[CD61]

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[CD62] O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Deputado

Cesar Colnago, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSDB.

O SR. CESAR COLNAGO (PSDB-ES. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, antes de ontem, dei uma entrevista à TV Câmara sobre um projeto

meu que altera o art. 1º da Lei Complementar 105, no que diz respeito à importância

de a população brasileira saber das operações com o dinheiro público do FAT, do

PIS, da COFINS e daquilo que é captado por títulos que o Governo emite. Isso vai

montar o caixa do BNDES, que faz, então, seus empréstimos. Capta a um custo e

empresta a outro.

Veio em boa hora esse programa. Esse projeto está tramitando na Comissão

de Finanças e Tributação, porque nós temos, neste momento, no Senado, parecer à

medida provisória do BNDES, de autoria do Senador Ricardo Ferraço, que acolhe 17

emendas.

[CD63] E ele cita aquilo que eu venho falando há tempos. No seu relatório, ele diz:

“Contudo, vários têm sido vários os questionamentos sobre a política de

transferência de recursos do Tesouro Nacional para o BNDES”.

Ao telespectador: quando se fala de Tesouro Nacional, é recurso público, é

recurso do povo brasileiro, do Orçamento.

Ele citou os seguintes pontos polêmicos atualmente, ao relatar essa medida

provisória:

“As principais críticas relacionam-se aos seguintes

pontos:

(i) O volume elevado e a pouca transparência dos

subsídios implícitos (...);

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(ii) O efeito sobre a perda da eficácia da política

monetária (...);

(iii) As distorções que introduz no mercado de

capitais de longo prazo no Brasil, o que dificulta o seu

desenvolvimento;

(iv) O impacto incerto da política de empréstimos

do BNDES sobre a atividade econômica (...);

(v) Seu impacto distributivo, haja vista” — aqui vem

o mais grave — “que transfere recursos subsidiados a

grandes empresas” — a megaempresas —, “as quais, em

tese, poderiam captar no mercado privado doméstico ou

internacional e também se proteger das oscilações

econômicas.”

Parabéns porque acatou várias emendas de outros Senadores e Deputados

Federais.

Eu queria ir além e dizer que no BNDES, além da escolha dos campeões,

além da questão do subsídio, falta transparência, porque — e isso está no editorial

de hoje do jornal Folha de S.Paulo — só 9% dos recursos subsidiados do Governo

Federal, da União, têm transparência e passam por esta Casa.

E se vê que, entre esses privilegiados, entre esses ditos campeões — o

Presidente Luciano Coutinho esteve aqui conversando com Senadores e Deputados

Federais —, vários deles, com certeza, resultaram em um tiro n’água, porque o

empréstimo para vários deles deu completamente errado.

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[CD64] Vou citar o exemplo da LBR, do setor de lácteos, que recebeu 700 milhões de

reais. Ela fechou 11 das suas 31 empresas. Outro exemplo é o grupo do Sr. Eike

Batista, que recebeu 11 bilhões e 400 milhões de reais em recursos do Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, recursos do povo brasileiro. Há

ainda as operações da Oi, da Marfrig, da JBS e a junção do Carrefour com o Pão de

Açúcar, que só não aconteceu por denúncia da mídia, por pressão da sociedade.

Por isso, a Folha de S.Paulo, no editorial Orçamento paralelo, expõe, na

manhã de hoje, que: “Assegurar aos cidadãos o direito de conhecer e influenciar os

destinos dos impostos que pagam é uma saudável maneira de reforçar a

legitimidade das políticas públicas implementadas pelo governo”.

Não dá para admitir emprestar-se o dinheiro do povo, dos trabalhadores, não

se ter transparência e ficar protegido atrás de sigilo bancário, num órgão público que

tem um programa de incentivo, de investimento de recursos públicos que nem

passam por esta Casa.

Continua o editorial:

“No Brasil, contudo, isso nem sempre ocorre. O

Orçamento da União, além de não constituir descrição fiel

dos gastos que serão efetuados, ainda deixa de

contemplar dispêndios dos mais relevantes.

Os inúmeros incentivos que o Executivo concede

ao setor privado na forma de renúncias tributárias e

subsídios financeiros e creditícios não constam da

programação de despesas do poder central.”

E[CD65] esta Casa não pode ficar ajoelhada e abrir mão de suas prerrogativas.

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“Compromete-se, assim, a transparência da

alocação de recursos públicos, dificultando a análise do

custo-benefício de cada iniciativa.

As renúncias ocorrem quando se decide diminuir os

impostos de um determinado segmento, como no caso do

IPI para os automóveis. Já os subsídios financeiros

decorrem de empréstimos a juros menores que os do

mercado, cuja diferença é bancada pelo governo” — e

isso diz respeito à diferença entre captar com um custo, a

TJLP, e emprestar com outro, a SELIC. “Em ambos os

casos, o objetivo é estimular a atividade econômica.

O estudo ‘Benefícios Fiscais Concedidos (e

Mensurados) pelo Governo Federal’, de Érica Diniz e José

Roberto Afonso, consolida esses gastos nos últimos

anos.”

Srs. Deputados, olhem as cifras:

“São cifras astronômicas. Segundo os autores, o

montante em 2014 chega a R$ 323 bilhões, dos quais

apenas 9% transita diretamente pelo Orçamento.

Tal valor só é inferior às despesas com a

Previdência Social (R$ 401,5 bilhões); supera, por

exemplo, em 67% os dispêndios dos ministérios da Saúde

e da Educação.”

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Caro brasileiro, isso significa que, se juntarmos o orçamento da educação

com o orçamento da saúde, dessa soma 67% equivalem ao total de subsídios que

este Governo está dando e que nem por esta Casa passam.

“Verdade que, nos últimos anos, houve avanços

para explicitar os incentivos, em parte por exigência do

Tribunal de Contas da União. Permanece, porém, a

questão de fundo: 91%” — vou explicar: de cada 100

reais, estamos falando de 91 reais — “dos recursos

passam ao largo da peça orçamentária” — ou seja,

passam longe desta Casa — “e são concedidos pelo

Executivo sem que haja avaliação sistemática a respeito

da eficácia de cada decisão.

[CD66] No caso dos subsídios dos financiamentos do

BNDES, o país gastará R$ 14,8 bilhões em 2014.”

Só este ano, 14,8 bilhões de reais de recursos do brasileiro — por mais pobre

que seja, porque paga imposto no consumo, paga impostos nesta Nação — serão

transferidos para esses megaempresários.

“Para quem e com qual objetivo?

Algumas informações se tornarão conhecidas caso

a Folha consiga acesso a relatórios internos sobre

grandes empréstimos feitos pelo banco — o jornal, que já

obteve vitórias nas várias instâncias judiciais, aguarda

decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal. (...)”

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Assim como pedi informações e não as obtive na forma que queria, o jornal

também teve dificuldades. O BNDES me deu várias informações, mas outras ficaram

protegidas pela questão do sigilo bancário. Também o Ministério Público Federal foi

para a Justiça Federal pedir informações ao banco. Esse banco é um banco público.

Tem que se sujeitar à Lei de Acesso à Informação, tem que se sujeitar à

transparência.

O Congresso Nacional não pode se submeter a isso e abrir mão de suas

prerrogativas de discutir um orçamento realista, de analisar receitas e despesas, de

colocar dentro desse continente esse conteúdo, para que possamos, aí, sim,

entender para quem vão os recursos do povo brasileiro.

A gente sabe, por estudos feitos por vários especialistas, que muitos desses

recursos não chegam aos mais pobres, não chegam aos miseráveis, mas chegam,

sim, para beneficiar privilegiados, os amigos do rei, com empréstimos, como já falei

nesta Casa, de pai para filho, muitas vezes dando com os burros n’água, dando

prejuízo ao banco, porque, com certeza, muitas dessas empresas que se

transformariam em grandes empresas multinacionais estão com problemas, dando

prejuízo a esse banco.

O BNDES tem uma história belíssima, desde 1952, e não pode se submeter a

interesses de grandes empresários, deixando muitas vezes as áreas mais

estratégicas do País a ver navios.

Muito obrigado.[CD67]

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O[CD68] SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Fernando Ferro, para uma Comunicação de Liderança, pelo PT.

O SR. FERNANDO FERRO (PT-PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, nós estamos assistindo a um processo de tentativa de

desestabilização do governo da Venezuela, um plano que vem desde 2002, com a

primeira tentativa de golpe contra o Presidente Hugo Chávez e que teve apoio da

Embaixada americana, num claro intento de intervir em outros países,

principalmente considerando que a Venezuela possui hoje as maiores reservas de

petróleo do mundo hoje, provavelmente maiores do que as dos países árabes.

Essa operação consta de uma sofisticada intervenção, que passa por

manipulação de grupos opositores, manipulação de mídia e um processo de

financiamento de grupos políticos de oposição, para promover uma estratégia de

combate ao governo da Venezuela.

O foco dessa estratégia é fortalecer as chamadas instituições democráticas

de oposição ao governo; infiltrar-se na base política do chavismo; dividir o chavismo

e os aliados do Presidente Maduro; proteger negócios dos Estados Unidos; e isolar

internacionalmente o governo venezuelano.

Essa[CD69] operação, que recentemente foi retomada, com diversos episódios

de enfrentamento de rua, trouxe um fato curioso e que está sendo desmascarado: a

imprensa internacional — e ontem tivemos acesso, inclusive, a uma parte desse

material — divulgou arruaças na Venezuela que, curiosamente, Deputado Amauri,

Deputado Jesus, eram acontecimentos ocorridos na Síria, na Líbia e até nas

mobilizações de junho, no Brasil. Fotografias daquelas mobilizações foram utilizadas

como demonstração de enfrentamentos de rua na Venezuela, em processos

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promovidos por emissoras de TV como a CNN e outras que fazem parte desse

processo de divulgação. Há fotos de escaramuças acontecidas na Ucrânia, no Chile

e que foram apresentadas como processos ocorridos dentro da Venezuela.

Então, vejam, é uma situação inaceitável! É uma tentativa de se desestabilizar

um regime democrático. Pode-se dizer tudo da Venezuela, menos que não há

eleição lá. A população tem-se manifestado. Lá existe o referendo revogatório, a

possibilidade de, 2 anos depois de eleito o Presidente, a população revogar o seu

mandato.

Recentemente, fomos tomados pela trágica notícia do assassinato de uma

misse da Venezuela. Srs. Deputados, quem assassinou essa misse? Foi dito que

teriam sido partidários do Presidente Maduro. Mas foi descoberto, e está preso, um

conjunto de delinquentes pagos para fazer arruaça e que tiveram o infortúnio de

acertar essa jovem, de atingi-la mortalmente, numa tentativa de criar um clima de

conflagração, de comoção nacional, para desmoralizar a ação do governo da

Venezuela.

É preciso que nós todos tenhamos a responsabilidade de compreender o que

está em curso. [CD70]O Brasil hoje possui grandes reservas de petróleo com o pré-sal.

E toda a fúria na América Latina se vira contra a Venezuela. Por quê, Deputado

Amauri? Porque a Venezuela era um quintal dos Estados Unidos, era uma colônia

americana, até a chegada do Presidente Chávez, que passou a tratar seus recursos

naturais e o petróleo, principalmente, como um bem a serviço dos seus

compatriotas. Colocou a PDVSA para trabalhar e gerar recursos prioritariamente

para os interesses venezuelanos. Daí a revolta, a raiva, a ira do império americano,

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na época comandado pelo Sr. Bush, para desestabilizar e atacar o governo da

Venezuela. É, portanto, motivo de preocupação.

O continente latino-americano vive experiências democráticas. É inegável que

é reconhecido internacionalmente que os países da América do Sul superaram as

décadas de ditaduras e hoje implantam um processo de consolidação de regimes

democráticos. Aí a fúria, porque esses regimes democráticos estão mobilizando os

países e o fazem com autonomia, autodeterminação e priorização de sua economia

para o interesse dos compatriotas. É o caso de Brasil, Venezuela, Argentina,

Uruguai, Peru, Bolívia, Equador, países que estão tomando para si os interesses de

seus recursos naturais, para geri-los para o bem da população, numa política de

convivência e de cooperação para construir instrumentos como o MERCOSUL, a

UNASUL, que são efetivamente espaços de consolidação de regimes democráticos

neste continente.

[CD71] Mas o império não aceita que esses países cresçam livres, com

autodeterminação e com regimes próprios a serviço de suas nações. Há,

deliberadamente, uma intenção de retomar a pressão política e o domínio desses

países. Por isso, nós temos que reagir.

O ataque que se faz hoje contra a Venezuela, amanhã, será contra a

Argentina, contra o Equador e, posteriormente, contra o Brasil. Ninguém se iluda:

nós temos imensas reservas de petróleo que estão na mira da cobiça do

conglomerado e da geopolítica de controle da energia no mundo. Então, nós não

podemos desconsiderar que há essa ação, essa intenção golpista, que se reveste

de uma vontade de atacar os interesses daquela nação.

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Nós estamos aqui manifestando, em nome da bancada do Partido dos

Trabalhadores, nossa solidariedade ao governo democrático da Venezuela, governo

eleito pelo povo venezuelano. Quem pode tirar o Presidente da Venezuela é o seu

povo, através do voto. Isso tem que ser respeitado.

No entanto, nós estamos assistindo, lamentavelmente, a uma tentativa de

desestabilização, de implantação de um regime de terror, de baderna nas ruas, para

poder justificar intervenções outras que modifiquem a intenção e a vontade

democrática e soberana do povo daquela nação.

Sr. Presidente, este momento para nós é preocupante. É necessário nos

manifestarmos e nos solidarizarmos com a consolidação da democracia na

Venezuela. Nós já assistimos a mais de 18 eleições praticadas, desde 2002,

naquele país, todas elas com observadores internacionais, que registram a lisura

dos pleitos que ali são realizados. Não[CD72] existe nenhuma objeção, nenhuma

crítica aos processos que fazem com que aquele país caminhe com a democracia.

E, é claro, os estilos de cada país, as lideranças de cada país são próprias da sua

construção.

O Presidente Chávez é uma liderança que surgiu do meio militar, dos militares

venezuelanos que se rebelaram contra a tirania e contra a entrega dos interesses

daquele país. As Forças Armadas da Venezuela têm um profundo sentimento de

democracia e de amor ao seu país. Hoje são soldados a serviço do povo, e não a

serviço de interesses econômicos empresariais de outras nações, que têm a

histórica tentação de querer dominar os países para acudir os seus interesses de

mercado, os interesses das suas empresas, para poder manter a hegemonia

política, à custa da intervenção econômica e militar, como é o caso.

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O que nós vemos agora, o que aconteceu na Líbia, o que tentaram fazer na

Síria, o que fizeram no Iraque são claras manifestações de que não se trata da

busca da democracia nesses países. Está aí a Líbia numa conflagração e numa

guerra civil. Está aí o Iraque, pegando fogo, com agressões, com bombas

explodindo a cada semana, um país que foi levado a essa situação por uma

intervenção cujo objetivo central era exatamente se apropriar das reservas de

petróleo daquela nação. É esse o interesse, também, que existe em relação à

Venezuela. E nós não podemos admitir que essa situação se concretize no nosso

continente.

A América Latina experimenta momentos de democracia como nunca viveu

na sua história, com a consolidação de governos democráticos, experiências de

construção de cidadania, de aprofundamento e de fortalecimento das instituições

democráticas, com a sociedade civil se manifestando, o Poder Judiciário

funcionando, os Poderes Legislativo e Executivo agindo e, principalmente, com a

participação da população, mesmo nas suas manifestações claras, demonstrando a

necessidade de ampliar a participação popular na gestão da vida pública desses

países.

[CD73] Portanto, aqui manifestamos a nossa integral solidariedade ao governo da

Venezuela, porque ele foi soberanamente eleito e está dentro dos marcos da

democracia do nosso continente.

Nós, em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores, aqui expressamos

o nosso compromisso, a nossa solidariedade e a nossa ação militante em defesa

daquele país, daquela nação, daquele bravo povo que está construindo o seu

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 033.4.54.O Tipo: Delibe rativa Extraordinária - CD Data: 27/02/2014 Montagem: 4176

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caminho, está consolidando a democracia e ajudando na unificação da América

Latina.

Presidente Amauri Teixeira, foi motivo de muita satisfação para nós

recebermos o Embaixador da Venezuela e com ele debater, discutir e reconhecer a

importância do presença do Governo do Brasil junto ao governo da Venezuela, para

conhecermos de fato o que está acontecendo naquele País.

O serviço de inteligência da Venezuela identificou infiltrações promovidas por

grupos externos importados. Recentemente foi preso na Venezuela um elemento

que vinha da Ucrânia, especialista em explosivos. Esse elemento chegou à

Venezuela, curiosamente, no auge dessa agitação praticada e promovida em

algumas partes do país.

É evidente que se noticia o que ocorre ali como se a Venezuela estivesse

numa convulsão. Não é verdade. Há montagem de fotografias e de instrumentos de

mídia para caracterizar aquela situação no país e transformá-la em situação de

pânico e de rebelião. Não é esse o cenário.

Por isso que nós aqui estamos a nos manifestar solidariamente ao governo da

Venezuela, em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

[CD74] Para concluir, Sr. Presidente, eu ouvi, há pouco, uma manifestação de um

Deputado da Oposição sobre tributos no Brasil. Eu gostaria que nós fizéssemos um

debate sério, responsável, sobre a nossa carga tributária. Quem paga imposto neste

País são os trabalhadores, a classe média, aqueles que vivem de salário. O sistema

financeiro no Brasil paga imposto em montante irrisório, e a maioria dos empresários

não paga imposto.

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Nós temos aqui declarações, manifestações de alguns que conseguem

sonegar, conseguem elisão fiscal e outros mecanismos, e a sua carga tributária é

baixa. E lamento, inclusive, que existam setores do movimento sindical participando

de articulações nesse tema, criando um impostômetro. Isso é de um cinismo

monumental! Imposto é pago pelos assalariados no País.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, existe uma crítica contra o imposto,

mas nós temos de discutir, primeiro, a justiça tributária, como deve ser distribuída a

carga tributária; segundo, a gestão adequada, correta, competente desses recursos.

Curiosamente, onde estão as menores cargas tributárias do mundo, Deputado

Amauri Teixeira? Os países africanos têm a menor carga tributária, de 12% a 15%. E

vejam a situação de miséria, de dificuldade, de pobreza desses países. Enquanto

isso, os países mais ricos têm carga tributária maior.

É evidente que, quando se vai fazer a gestão de uma sociedade como a

nossa, tem que haver partilha e participação. E os que ganham mais,

obrigatoriamente, têm que contribuir mais, para se fazer justiça social, justiça fiscal e

justiça tributária, a fim de que a sociedade se desenvolva de forma mais uniforme,

mais equânime, mais justa.

[CD75] O debate sobre reforma tributária no Brasil é um debate enviesado. Quem

aqui reclama de imposto alto, na maioria das vezes, são exatamente os que não

pagam, os que sonegam. Porque o assalariado, o trabalhador que tem o imposto

descontado na folha salarial, esse, sim, contribui com a sua parte.

A verdade é que a grande estrutura do sistema financeiro e do grande

empresariado do País não paga essa carga tributária que eles dizem que pagam. É

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uma mentira, um cinismo e uma hipocrisia sem precedentes, que, inclusive, utilizam

para os mais pobres do País.

Para esses, sim, nós achamos que temos uma carga tributária alta, para o

assalariado e para a classe média. Nós temos que reduzir, sim, o tributo para essa

faixa, mas temos que aumentá-lo para as grandes fortunas. Temos que instituir

instrumentos de justiça tributária, para que aquele que ganha muito pague mais

imposto. E aqui temos que combater esse discurso cínico de se criar um

impostômetro.

Lamento que haja centrais sindicais, como a Força Sindical, que participem

dessa farsa. Em vez de fazer um debate certo sobre a justiça tributária, sobre a

equidade na cobrança de tributos, fazem coro com os ricos deste País que querem

reduzir a carga tributária, como se todos pagassem 35% de tributos neste País. Isso

não é verdade! Isso é uma farsa, é uma mentira que tem que ser combatida!

Nós precisamos, sim, de uma reforma tributária, na qual quem trabalha, quem

ganha a vida com o suor do seu rosto tenha reduzidos os seus tributos. Mas quem

sonega, os agiotas deste País e aqueles que ganham mais devem pagar, porque é

assim que se faz justiça e é assim que se constrói um País mais justo, mais

equilibrado e que pode, efetivamente, avançar nas conquistas sociais, a fim de que

se desenvolva e construa de fato uma democracia com justiça social e com justiça

tributária e fiscal, para que mereça o nome de nação e mereça o nome de

democracia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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Durante o discurso do Sr. Fernando Ferro, o Sr.

Amauri Teixeira, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Inocêncio Oliveira, nos termos do § 2º

do art. 18 do Regimento Interno.[CD76]

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[CD77] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra o Sr. Deputado

Amauri Teixeira.

O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero me somar a todos os pronunciamentos, explicitamente ao do

Deputado Fernando Ferro, em apoio ao Governo da Venezuela.[CD78]

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma Comunicação de

Liderança, pelo PDT, concedo a palavra ao ilustre Líder Paes Landim.

S.Exa. dispõe de até 4 minutos na tribuna.

O SR. PAES LANDIM (PTB-PI. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

DISCURSO DO SR. DEPUTADO PAES LANDIM QUE, ENTREGUE AO ORADOR

PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.

(Discurso a ser publicado na Sessão nº 105, de 24/04/14.)

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[CD79] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Ságuas Moraes. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, quero dizer que, por fim, ontem, constituímos as Comissões

na Casa.

Eu voltei para a Comissão de Educação, da qual eu já havia participado em

2011, como titular, e como suplente da Comissão de Seguridade Social e Família.

Este ano é muito importante para a educação brasileira, e principalmente para

esta Casa, Sr. Presidente, porque nós temos o PNE — o Plano Nacional de

Educação, que foi debatido no Congresso, na CONAE de 2010, está nesta Casa

desde 2011, recebeu aproximadamente 2.900 emendas, foi para o Senado e

retornou a esta Casa no final do ano passado, praticamente na última semana do

ano legislativo.

Agora a Comissão Especial já está trabalhando nas audiências públicas para

poder colocar em apreciação o Plano Nacional de Educação, que, sem dúvida

nenhuma, vai criar condições para que possamos avançar ainda mais na qualidade

da educação.

Fui Secretário de Estado de Educação por duas vezes, em Mato Grosso, 3

anos no Governo Blairo Maggi e 2 anos agora no Governo Silval Barbosa.

Nós[CD80] percebemos que, com o apoio do Ministério da Educação, desde o

período do Ministro Haddad, do Presidente Lula, da Presidenta Dilma agora, tivemos

avanços importantes. Houve uma ampliação significativa do financiamento. Saímos

de 19 bilhões para 107 bilhões em investimentos na educação para 2014. Porém,

ainda carecemos de algumas ações. Precisamos da escola em tempo integral.

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Precisamos ampliar ainda mais a atenção na educação infantil, que prevê, no Plano

Nacional de Educação, até 2016, que 100% das crianças entre 5 e 6 anos estejam

em creches e 50% das crianças de zero a 3 anos, em tempo integral, até 2020.

Precisamos também de mais investimentos nas universidades públicas deste País.

Sr. Presidente, temos que priorizar o que deverá ser o projeto mais importante

aprovado nesta Casa: o Plano Nacional de Educação. Precisamos aprová-lo antes

do período eleitoral. Eu confio que isso irá acontecer.[CD81]

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[CD82] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Deputado

Fábio Trad, do PMDB de Mato Grosso do Sul. S.Exa. tem a palavra por 3 minutos.

O SR. FÁBIO TRAD (PMDB-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a descrença popular nos políticos é fruto de

múltiplos fatores. Há, em verdade, uma crise da própria representatividade nas

democracias. Importa, porém, lembrar que nenhum político se faz por decreto, visto

que a delegação popular coexiste em ato de vontade: o voto. Se existem maus

políticos, a lógica impõe concluir que devem existir desavisados eleitores.

[CD83] É verdade que o sistema normativo que rege o processo eleitoral precisa ser

modificado. Afinal, são muitas as distorções que favorecem os que têm mais

recursos financeiros em detrimento dos que têm ideias e propostas. Entretanto, não

podemos esperar a reforma política para começar a operar a verdadeira e mais

urgente mudança que o Brasil precisa fazer para aprimorar o nível da representação

política: faço alusão, Sr. Presidente, à mudança das consciências, de conceitos, de

concepções e de percepção crítica do eleitorado brasileiro.

Essa transformação não é repentina, súbita ou instantânea, mas fruto de um

processo progressivo que parte da educação como ferramenta indispensável para o

exercício responsável da cidadania ativa. Ela, a cidadania ativa, é aquela que

distingue política dos políticos, reservando sua carga crítica aos maus

representantes, jamais confundindo a prática com os praticantes, pois não há

sociedade organizada sem política, mas é possível política sem políticos que viciam

comportamentos e corrompem costumes.

É nesta linha que proponho uma nova abordagem. É preciso acentuar com

grande ênfase o grau de responsabilidade cívica dos responsáveis diretos pela

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escolha dos políticos. Vã será qualquer tentativa de aperfeiçoar a democracia

representativa brasileira a partir dos políticos. A verdadeira transformação se dará

mesmo a partir dos eleitores. Quanto mais críticos, informados, participativos e

vigilantes, menor será o desgaste da própria democracia com os ataques que

injustamente recebe. Sentir-se responsável pelo seu voto como se fosse a própria e

fundamental decisão sobre os destinos da coletividade, com a consciência de que

ser cidadão é também ser responsável pelos outros, em ato que desafia o altruísmo

de uma cidadania madura e politizada, é a maior característica do perfil intelectual e

moral de um eleitor capaz de fazer e construir um país à altura das virtudes da

democracia.

Sr. Presidente, solicito que o meu pronunciamento seja divulgado no

programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.[CD84]

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[CD85] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Paulo Feijó, do Bloco PR/RJ.

Parabenizo V.Exa. pela eleição à Presidência da Comissão de Agricultura,

Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

O SR. PAULO FEIJÓ (Bloco/PR-RJ. Sem revisão do orador.) - Muito

obrigado, Presidente Inocêncio Oliveira.

O meu pronunciamento é sobre essa eleição que aconteceu ontem. Eu quero

aqui fazer agradecimentos. Agradeço ao Líder Anthony Garotinho, que acreditou em

nosso trabalho para presidir essa Comissão, ao Líder Bernardo Santana de

Vasconcellos, a V.Exa., que sempre me ofereceu todo o incentivo, aos Deputados

do Partido da República, aos Deputados da Frente Parlamentar da Agricultura e aos

Deputados que compõem a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e

Desenvolvimento Rural.

[CD86] Presidente, o Partido da República fez jus à indicação de uma Comissão. A

nossa responsabilidade é muito grande, mas sabemos que iremos nos dedicar e

daremos conta dessa enorme responsabilidade.

Nessa Comissão, uma das mais importantes da Câmara dos Deputados,

vamos mediar muitos conflitos, mas, acima de tudo, vão prevalecer os interesses do

povo brasileiro, os interesses para que tenhamos uma agricultura forte, valorizando

aqueles que produzem.

Mediaremos ali os conflitos do segmento ruralista com os ambientalistas, o

movimento da reforma agrária, a questão dos sem-terra, mas iremos contar com a

boa vontade dessa Comissão. Que ela tenha ali Deputados com história muito

marcante e de muitos conhecimentos voltados para a agricultura brasileira.

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Priorizaremos as matérias que serão discutidas de forma consensual por toda a

Comissão em função, prioritariamente, dos interesses do nosso País.

Nós faremos uma agenda muito positiva para este início de ano legislativo,

até porque iremos presidir essa Comissão em um ano atípico. A partir de junho,

teremos a Copa do Mundo e, depois, as eleições. Então, a partir do carnaval, nós

temos que consolidar, materializar uma agenda com os projetos que realmente

venham a contribuir para que a agricultura brasileira apresente números melhores.

[CD87] A expectativa deste ano é boa em relação à produção de grãos, mas nós

temos que nos colocar a favor daqueles produtores que produzem, principalmente

os pequenos produtores do nosso País, os quais, com muita dedicação, com muito

sofrimento, contribuem efetivamente para que a agricultura, para que o agronegócio,

continue sendo um dos principais pilares da economia do nosso Brasil.

Nós vamos, juntos, com todos os segmentos afins, priorizar essas matérias e

as levaremos à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e

Desenvolvimento Rural para que ela possa oferecer essa contribuição, agilizando

todo esse tipo de discussão e procurando sempre uma boa relação com o Governo

Federal para que os resultados sejam ainda melhores.

Esses os nossos agradecimentos, Presidente.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores aqui presentes,

crianças, jovens, senhoras senhores e pessoas com deficiência que me ouvem,

veem e leem pela Rádio e TV Câmara, Internet, redes sociais, inclusive pela Língua

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Brasileira de Sinais — LIBRAS e, em particular, os ilustres cidadãos do meu Estado,

Rio de Janeiro, a quem tenho o orgulho de aqui representar, quero usar da tribuna

desta insigne Casa de Leis para agradecer aos companheiros de meu Partido da

República, aos demais Parlamentares e Líderes partidários pela escolha de meu

nome para a Presidência da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e

Desenvolvimento Rural da Câmara Federal.

Estou em meu quarto mandato como Deputado Federal, representando o

Estado do Rio de Janeiro, que em sua história apresenta ligações fortes com a

economia rural, um dos principais motores do desenvolvimento dos Municípios do

interior fluminense ao longo de décadas.

Entendo e sei da importância do campo para a vida do cidadão comum, de

nosso Estado do Rio e de todos os demais Estados da Federação.

Sabemos dos empregos gerados, da indução do desenvolvimento social a

partir da fixação do homem em seu meio rural, do crescimento econômico com a

produção agrícola e de todos os desmembramentos possíveis dessa atividade digna

e edificante.

Tenho também a noção do desafio que representa agora assumir a

Presidência da Comissão de Agricultura da Câmara Federal, pela expressão das

matérias que tramitam nesta Casa de Leis a respeito do tema e, igualmente, pela

dimensão das medidas que ainda se fazem necessárias, notadamente pelo Governo

Federal, para que a atividade rural no Brasil supere os gargalos, os limites que

sufocam seu melhor desempenho.

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Iremos contar com o diálogo aberto com todos os nossos colegas Deputados

e Deputadas, para que possamos exercer, da forma mais aberta possível, a

Presidência da Comissão da Agricultura.

É ao mesmo tempo necessário ainda expandir os mecanismos de diálogo

com a representação da sociedade civil organizada e com o terceiro setor, para que

possamos ouvir propostas e sugestões, promover debates e obter os elementos

mais amplos possíveis para alcançarmos a melhor compreensão dos fatos e dos

temas em pauta.

Este é um momento em que o Brasil deve se preparar para a expansão da

atividade rural. No início da semana, na segunda-feira, a Presidente Dilma Rousseff

afirmou que a produção brasileira de grãos será recorde em 2014 e deve atingir

mais de 193 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de

Abastecimento (CONAB).

Esperamos que essas projeções se confirmem, por sabermos que isso

representa mais postos formais de trabalho, mais divisas para o País, mais famílias

mantidas pelo trabalho a partir do campo, mais pessoas alimentadas e uma

economia mais funcional e próspera.

Queremos que esta Câmara Federal possa propor medidas e soluções para

ampliar esses resultados. A Presidente Dilma afirmou que foram oferecidos R$136

bilhões para os médios e grandes produtores rurais para a safra 2013/2014 e mais

R$21 bilhões para a agricultura familiar.

Segundo a Presidente, dos R$ 136 bilhões para o agronegócio, mais de R$

91 bilhões de crédito já foram contratados pelos produtores, o que representa,

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colegas Parlamentares, uma evolução de 50% em relação ao que foi contratado no

mesmo período de 2012.

Queremos que seja possível ir além e dentro dos limites de atuação dessa

Comissão legislativa. Iremos procurar o caminho da união, tendo como meta a

melhoria da qualidade de vida da população, como um todo.

Ao término deste pronunciamento, agradeço a todos que apoiaram meu nome

e me coloco à disposição para fazermos da Comissão de Agricultura um celeiro de

ideias e de ações em defesa da economia rural.

Muito obrigado.[CD88]

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[CD89] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção,

concedo a palavra ao ilustre Deputado João Pizzolatti, do Bloco PP/PROS de Santa

Catarina.

O SR. JOÃO PIZZOLATTI (Bloco/PP-SC. Sem revisão do orador.) -

Obrigado, Sr. Presidente. É uma honra poder me manifestar com V.Exa. na

Presidência.

Sou de Santa Catarina e fui convidado, pelo nosso Vereador Kelvis Borges,

de Capinzal, do meio-oeste do nosso Estado, para visitar o Hospital do Câncer de

Barretos, no Estado de São Paulo. Ele insistiu tanto que eu acabei visitando o

hospital.

Sr. Presidente, conheci o Hospital do Câncer, humanizado, que tem 120 mil

metros quadrados de área, que atende 3 mil pessoas, comandado pelo Sr. Henrique

Prata, que tem as melhores instalações do mundo, que tem os melhores

profissionais no mundo, com as melhores tecnologias, com as instalações

diferenciadas, com 100% de utilização do SUS.

Eu fiquei extremamente encantado. Disse ao Diretor Henrique Prata que ele

não tem...

(O microfone é desligado.)

O SR. JOÃO PIZZOLATTI - ...o direito de manter esse hospital só para

Barretos. Cada Unidade da Federação brasileira precisa ter uma unidade dessas,

principalmente no que se refere à prevenção, Sr. Presidente, e à humanização na

relação paciente com o hospital e os funcionários, médicos e profissionais.

Então, nós estamos levando uma carreta para fazer a prevenção. Eles têm

uma carreta que atende a duzentas pessoas por dia, estamos levando duas

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unidades de prevenção e tratamento para pequeno câncer, como o de mama,

próstata, pele, para que possamos transferir essa tecnologia de humanização para

Santa Catarina.

(O Sr. Presidente faz soarem as campainhas.)

O SR. JOÃO PIZZOLATTI - Quem já sofreu de câncer ou teve alguém da

família com câncer sabe o que é um sofrimento, pelo envolvimento com essas

pessoas, pela dor do paciente e a dor da família que o ama.

Então, eu faço questão de fazer esse registro...

(O microfone é desligado. O Sr. Presidente faz soarem as campainhas.)

O SR. JOÃO PIZZOLATTI - Só para terminar, Sr. Presidente.

...pela importância desse hospital e pela importância da cultura da gestão do

Hospital do Câncer de Barretos.

Aqui eu quero deixar um grande abraço a todos os que efetivamente auxiliam,

colaboram, são parceiros dessa unidade tão importante para a saúde brasileira.

Obrigado, Sr. Presidente.[CD90]

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[CD91] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Assis do Couto, do PT do Paraná, a quem parabenizo pela eleição para a

Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

O SR. ASSIS DO COUTO (PT-PR. Sem revisão do orador.) - Obrigado,

Presidente Inocêncio.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores, todos os que nos

acompanham pelos meios de comunicação desta Casa, neste dia eu quero

aproveitar para, em primeiro lugar, agradecer a minha bancada, a bancada do

Partido dos Trabalhadores, a confiança de me indicar para a Presidência da

Comissão de Direitos Humanos. Agradeço em especial ao nosso Líder, o Deputado

Vicentinho, que está iniciando sua liderança na bancada e ontem esteve conosco no

momento da eleição disputada dentro da Comissão de Direitos Humanos, na qual

nos elegemos Presidente.

Eu[CD92] queria falar sobre a importância dessa Comissão, não só para o

Partido dos Trabalhadores, que fez todo o esforço para que presidíssemos a

Comissão, mas também para a sociedade brasileira.

Direitos humanos se tornou um tema fundamental nos debates neste País,

um país que cresce, um país que gera empregos, um país que distribui renda,

nesses últimos 12 anos, como nunca fez na sua história. No entanto, é um país de

dimensões continentais, um país de uma diversidade sociocultural extraordinária e

que convive com contradições de sul a norte.

Por isso, Deputado Fernando Ferro, nós, com muito orgulho, com muita garra

e com muita determinação — e também quero aqui agradecer ao Deputado Nilmário

Miranda, que é o nosso 1º Vice-Presidente —, vamos conduzir o debate sobre

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direitos humanos, olhando para essa diversidade, para essa pluralidade e, em

especial, fazendo a Comissão retornar ao seu devido papel, a sua devida missão,

que é a defesa das pessoas mais desprotegidas deste País, das minorias, no campo

e nas cidades. Nós queremos construir, dentro da Comissão, esse caminho de

retorno para uma ação a serviço, à disposição das pessoas que sofrem violência aos

seus direitos neste País.

Queremos também construir ali um espaço que possa ensejar um momento

de paz, porque nós vemos que, muitas vezes, as disputas políticas nos levam a um

caminho que enseja a violência. [CD93]E nós — eu em especial, que era da Comissão

de Agricultura —, nessa Comissão, além de todos os temas que queremos tratar lá,

como estamos no Ano Internacional da Agricultura Familiar e tivemos recentemente

a aprovação de emenda à Constituição Federal sobre o direito humano à

alimentação, à segurança alimentar e nutricional, queremos fazer esse debate com

os povos indígenas, os quilombolas, os agricultores familiares, os assentados da

reforma agrária.

Queremos também levar à Comissão, além desse grande debate, outros

temas, como os direitos da mulheres, da pessoa com deficiência, das organizações

LGBT, enfim, de todos aqueles que têm, nessa Comissão, um espaço de defesa dos

seus direitos, da sua cidadania.

Nós queremos trabalhar conjuntamente, com diálogo, com debates, para que

a Comissão de Direitos Humanos volte a cumprir a sua função, volte a atender à sua

missão.

Muito obrigado, Sr. Presidente.[CD94]

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[CD95] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Chico Alencar, pelo PSOL do Rio de Janeiro. S.Exa. dispõe de 3 minutos

na tribuna.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, encaminho discurso sobre Vinícius Romão de Souza, um jovem carioca,

comerciário. É um brasileiro, negro.

Ontem ele saiu de 16 dias encarcerado, da maneira mais torpe e injusta, que

revela bem como o nosso sistema judicial, policial e prisional é falho, é deficiente.

Quero também deixar registrado nos Anais da Casa um belíssimo texto que o

professor e historiador Luiz Antônio Simas ofereceu, inclusive num pequeno guia

dos blocos do Carnaval autêntico de rua, onde ele analisa essa festa popular de

maneira muito aguda, muito interessante, muito rica.

Esse momento de libertação, de alívio de certos sofrimentos, de alegria, que é

um componente da vida, mas que também não vai nos tirar os compromissos

permanentes para depois da quarta-feira de Cinzas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e todo(a)s o(a)s que assistem a esta

sessão ou nela trabalham, tenho a satisfação de registrar, nos Anais da Casa, texto

do Prof. Luiz Antônio Simas, folião, compositor, historiador e escritor, sobre o

Carnaval de rua do Rio de Janeiro. Ele foi elaborado como apresentação do Guia

dos blocos carnavalescos, publicado anualmente pelo PSOL.

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“Carnaval de rua: tempo de subversão da cidadania

roubada.

A experiência carnavalesca é uma pequena morte.

Durante os dias de Momo, a máscara prevalece e todas

as inversões sociais são urgentes e necessárias.

Esquecimento, eis a essência da folia. O legítimo folião

não programa o Carnaval com rigidez cartesiana ou como

se a vida devesse funcionar feito um sistema tático do

futebol de resultados. Ele sabe apenas que vai para a rua

imolar-se nos blocos e cordões e morrer até a quarta-feira

de cinzas, quando ressuscitará como burocrata, marido,

mulher, amante, namorada, operário, empregada

doméstica, pai, mãe, professor ou escriturário.

O espaço para o esquecimento necessário é a rua.

E é na rua que este folião – amante da festa e das

libações – anda tendo que driblar, feito um Garrincha à

sorrelfa, as multidões coreografadas, os materiais de

propaganda de empresas que acham que o Carnaval é

apenas um evento, as celebridades duvidosas que usam

a festa como forma de promoção e os compradores de

abadás que serão usados em futuras sessões de

musculação. Vez por outra, há que se encarar, ainda,

algum agente da ordem disposto a exigir autorização por

escrito para que um sujeito sozinho possa cantar uma

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marchinha e bater panela na esquina. Mas o folião, como

a madeira que cupim não rói do pernambucano Capiba,

dá nó em pingo d´água e sobrevive para soltar a voz.

É para este folião — comandante de alguma

armada de piratas, faraós, colombinas, beduínos, índios e

árabes — que este guia dos blocos é feito há quinze

anos. Com ele temos uma dimensão da importância da

festa como um verdadeiro rito civilizatório carioca;

bordada, de preferência, pelos sons das marchinhas,

marchas-rancho e sambas que construíram a

peculiaridade da cidade e a sofisticação da música da

nossa gente. Como se não bastasse, há ainda dicas

sobre livros, CDs, livrarias e bares onde o Rio de Janeiro

é tratado em sua dimensão cultural mais profunda: como

um espaço constante de reinvenção do mundo.

É necessário lembrar que o Carnaval, para os

cariocas, sempre teve a dimensão de ser um tempo de

subversão da cidadania roubada. Inventamos na rua a

cidade negada nos gabinetes poderosos. Entrudos,

corsos, batalhas de confetes e flores, blocos de arenga,

rodas de pernada, ranchos, cordões, grandes sociedades,

bailes de mascarados, escolas de samba, onças do

Catumbi e caciques de Ramos, simpatias e suvacos

balzaquianos, bate-bolas suburbanos e centenárias bolas

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pretas, dão pistas para se entender como as tensões

sociais – disfarçadas ou exacerbadas em festas – bordam

as histórias desse terreiro de São Sebastião / Oxossi e

podem ser reviradas em alegria; a prova dos nove do

povo daqui.

Não encarem, todavia, estas dicas como um

manual de conduta que pretende dizer como cada um

deve se comportar no Carnaval. Ele presta, sobretudo, um

serviço à população do Rio, com a compreensão política

de que a cidade deve ser pertencimento de sua gente. E

uma cidade, não custa lembrar, só é boa para um turista

se for, antes de tudo e prioritariamente, boa para o seu

habitante cotidiano. Os envolvidos na elaboração deste

guia sabem perfeitamente disso e militam por esta causa.

O que temos aqui não deixa de ser, também, uma

louvação ao folião do ‘bloco do eu sozinho’: aquele que se

comoverá com uma marcha-rancho velha de marre-de-si;

cantará, depois de alguns chopes, a Jardineira; e descerá

o malho nos sambas-enredo acelerados, evocando um

lalalaiá do Silas de Oliveira. Depois de se esbaldar com

essas dicas, ele procurará, fora da programação oficial e

fora dessas páginas, com a leve desesperança dos

pierrôs tristes, algum pequeno bloco de esquina — com

fanfarras improvisadas, ciganas desvalidas, colombinas

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assanhadas, piratas tortos e ébrios faraós — onde possa

experimentar a beleza maior da pequena morte de três

dias; aquela que torna suportável o intervalo entre um

Carnaval e outro.

Evoé!”

Agradeço a atenção.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e todo(a)s o(a)s que assistem a esta

sessão ou nela trabalham, Vinícius Romão de Souza é um jovem carioca,

comerciário. Já trabalhou em teatro, fez algumas pontas em programas televisivos. É

um brasileiro, negro.

Ontem ele saiu de 16 dias encarcerado, da maneira mais torpe e injusta, que

revela bem como o nosso sistema judicial, policial e prisional é falho, é deficiente.

Quero registrar aqui as palavras desse brasileiro comum, que revela uma grandeza

humana infelizmente não muito comum entre nós.

Vinícius foi injustamente preso, confundido com um assaltante – e o fato de

ser negro é evidente que contribuiu para isso, neste País onde há ainda muito

racismo velado ou escancarado. Diz ele: “Na delegacia, nem fui ouvido. Fui logo

levado para uma cela e só pude ligar para o meu pai um dia após a prisão”. Já é

uma gravíssima ilegalidade da nossa cultura e prática autoritária.

Na cadeia pública Patrícia Acioli (aliás, o nome é homenageando uma grande

juíza morta pela polícia corrupta, a quem combatia, muitas vezes cometendo essa

polícia assassinatos sob a capa de auto de resistência, matéria, aliás, que ainda não

conseguimos votar aqui), Vinícius dividiu a cela com outras 14 pessoas. Ele disse

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que dormiu esses dias todos no chão, em cima de um papelão, pois havia apenas

três beliches para todos.

E Vinícius, com a sua sabedoria, diz: “Na cadeia, a gente, com o cabelo

cortado, usa um uniforme com a palavra 'ressocialização'. Não vejo como as

pessoas podem sair de lá melhores do que entraram. Não havia nada para fazer.

Improvisamos até jogos de dominó e dama com papel, para que pudéssemos nos

distrair”. E ele diz também, continuando nessa verdadeira lição para todos nós: “O

que aprendo de tudo isso é aproveitar cada minuto da vida, cada coisa simples,

como abrir a geladeira e beber um copo d’água”.

O sofrimento, nesse sentido, nos ajuda a ser melhores. A injustiça que ele

sofreu, que merece inclusive uma indenização do Estado responsável por essa

prisão absolutamente injusta, não deve ser esquecida.

Vinícius encerra dizendo que há outros Vinícius nas prisões brasileiras, e ali

as pessoas precisam receber um tratamento digno. Infelizmente, casos como esse

não são isolados: as violações aos direitos humanos dos quase 600 mil presos pelo

Brasil são sistemáticas. Basta lembrar as atrocidades ocorridas na penitenciária de

Pedrinhas, no Maranhão, que vieram a público no início deste ano.

O Brasil tem, hoje, seis vezes mais presidiários do que em 1990, e essa

política de encarceramento em massa, dirigida em especial contra nossa juventude

pobre e negra, não tem solucionado o problema da violência crônica no nosso País.

É preciso construir alternativas. O inchaço arbitrário dos presídios só tem gerado

barbáries cada vez mais frequentes e absurdas.

Agradeço a atenção.[CD96]

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[CD97] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Gostaria de parabenizar o

jornalista Tarcísio Holanda que foi eleito Presidente da Associação Brasileira de

Imprensa, onde era o seu 1º Vice-Presidente desde 2010.

Então, ao jornalista Tarcísio Holanda, que convive conosco todos os dias, os

mais efusivos cumprimentos e os votos de uma profícua administração. [CD98]

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[CD99] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Amauri Teixeira, do PT da Bahia. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.

Em seguida, falará o Deputado Dudimar Paxiuba.

O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ouvimos hoje neste plenário alguns

membros da Oposição falarem do PIB brasileiro. Falaram meio timidamente, porque

sabem que estão falando bobagem. O PIB brasileiro é o de terceiro maior

crescimento do mundo, Deputado Berzoini, Deputado Fernando Ferro. Nosso

crescimento foi apenas inferior ao da China e ao da Coreia do Norte. Crescemos

mais do que os Estados Unidos, crescemos mais do que o Reino Unido,...

O SR. RICARDO BERZOINI - Coreia do Sul.

O SR. AMAURI TEIXEIRA - ...crescemos mais do que o Japão. Ou seja,

diante de um quadro de recessão internacional, diante de um quadro de estagnação

internacional, o Brasil conseguiu crescer 1,9% a mais do que no ano anterior,

conseguiu crescer acima de 2%. E não cresceu apenas em um setor, não; o

comércio cresceu, os serviços cresceram, a indústria cresceu e a agropecuária

cresceu. Isso é crescimento sustentável, significa economia saudável. Não tem

nenhum setor que não tenha crescido. É claro que alguns setores têm o crescimento

maior, em função do dinamismo, da conjuntura internacional, mas o Brasil cresceu,

teve o terceiro maior crescimento de PIB do mundo. O[CD100] Brasil é um dos países

que tem o menor desemprego do mundo.

Estavam falando aqui de taxa de juros. É claro que a taxa de juros não está

como queremos, mas a Presidenta Dilma foi a que mais enfrentou essa questão,

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botou nossa taxa de juros em patamares menores do que, historicamente falando,

qualquer outro Governo.

Então, estamos bem na economia. A Presidenta tem administrado esse setor

muito bem.

Sr. Presidente, solicito que determine a publicação do meu pronunciamento

no programa A Voz do Brasil, destacando que o Brasil tem o terceiro crescimento do

PIB em todo o mundo.

Muito obrigado.[CD101]

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O SR. MIRO TEIXEIRA - Sr. Presidente, gostaria de aproveitar a

oportunidade, já que V.Exa. falou no Tarcísio Holanda.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - V.Exa. tem a palavra, Deputado

Miro Teixeira.

O SR. MIRO TEIXEIRA (Bloco/PROS-RJ. Sem revisão do orador.) - É o

mesmo assunto. Eu fui conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa — ABI nos

períodos do Maurício Azêdo, o saudoso Maurício Azêdo. E V.Exa. fez muito bem ao

prestar essa homenagem ao Tarcísio Holanda, porque ele é um jornalista militante,

repórter militante; acompanha os trabalhos legislativos há décadas, é testemunha

dos fatos e da história ou, como se dizia à época do Repórter Esso, da Rádio

Nacional, testemunha ocular da história! Tarcísio Holanda é essa pessoa, tanto ele

quanto o seu irmão.

É uma família que marcou presença, o Haroldo Holanda e o Tarcísio. Os dois

marcaram presença no jornalismo e sucedem o Maurício Azêdo, que recuperou a

ABI, recuperou as finanças, impediu o leilão do prédio e acabou descuidando da

saúde, tamanha era a sua dedicação.

[CD102] Então, eu homenageio também a memória do Maurício Azêdo nesta

oportunidade. Quem conhece a história do jornalismo sabe que Maurício era um

ícone. O irmão dele, Raul Azêdo, era um ícone. E hoje há aqui no Correio

Braziliense um filho de Raul Azêdo, Luiz Carlos Azêdo, que é outro brilhante

jornalista.

Então, eu acho que no jornalismo — é claro que deixam saudades essas

mortes, esses desaparecimentos — há uma reposição que garante a qualidade da

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informação. E existem estes, como Tarcísio Holanda, que estão aí atuantes e ainda

estarão durante muitas décadas.

Eu cumprimento o jornalista Tarcísio Holanda e desejo a ele uma boa gestão.

Muito obrigado, Sr. Presidente.[CD103]

O[CD104] SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Eu também quero me somar a V.Exa. e ao Deputado Miro Teixeira e

parabenizar Tarcísio Holanda, pois tenho aprendido muito com ele, especialmente

no Brasil em Debate, nesta Casa. Queremos parabenizá-lo e desejar-lhe sucesso

em sua gestão. Temos certeza de que ele vai continuar o trabalho frente à

Associação Brasileira de Imprensa — ABI, recuperando ainda mais o prestígio dessa

instituição.[CD105]

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[CD106] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Deputado

Mauro Benevides.

O SR. MAURO BENEVIDES (PMDB-CE. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a imprensa cearense divulga, hoje,

versão segundo a qual o início da Refinaria Premium II, em sua fase de efetiva

construção, poderia experimentar adiamento, dentro do plano de trabalho dado a

conhecer por setores da PETROBRAS, o que principia a suscitar imensa

preocupação por parte da classe política e de todos os segmentos conscientizados

do nosso Estado.

[CD107] Como sabido, aguardava-se, para o mês de abril, a largada de construção da

Premium II, sonho acalentado por sucessivas gerações de cearenses, sequiosos

pela implantação de um empreendimento de larga monta, objeto de aspiração,

acalentada, há algumas décadas, por lideranças políticas e empresariais de nossa

unidade federada.

Já mencionei, em algumas oportunidades, que ainda em 1975, quando Chefe

de nossa Nação o General Ernesto Geisel, os três Senadores Virgílio Távora, Wilson

Gonçalves e eu próprio fizemos entrega de circunstanciado memorial ao então

Primeiro Magistrado do País, dele ouvindo ampla exposição sobre o tema e a sua

significação para os rumos econômicos e sociais de qualquer unidade federada.

Decorridas, assim, quase 4 décadas, Presidente Inocêncio Oliveira, daquela

primeira investida, esperávamos ver a concretização de tal anseio, a qual sofre,

agora, pela notícia veiculada, perspectiva de ser protelada, o que gera clima de

natural insatisfação por parte dos nossos coestaduanos.

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Acreditando interpretar os sentimentos de nossa bancada e dos estamentos

conscientizados da opinião pública alencarina, entendi de trazer o tema ao

conhecimento deste Plenário, na expectativa de que a Presidente Graça Foster

manterá a agenda sobre essa temática, tantas vezes veiculada, sem o que se

frustrará esperança acalentada há 4 décadas.

Qualquer procrastinação que possa vir a registrar-se significará uma

subestimação à nossa ânsia de progresso e desenvolvimento, para a qual

contribuiria a sonhada Refinaria Premium II, assegurada, inclusive, pela própria

titular do Executivo, Dilma Rousseff, em seguidas declarações à mídia nacional e

regional.

Apelo à Presidente Graça Foster para que não concretize aquilo que os

técnicos estão pretendendo: adiar mais uma vez a sonhada, a aspirada Refinaria

Premium II.

Muito obrigado, Sr. Presidente.[CD108]

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[CD109] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Dudimar Paxiuba, do Bloco PP/PROS do Pará.

S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.

O SR. DUDIMAR PAXIUBA (Bloco/PROS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, assomo esta tribuna para registrar um fato que

ocorreu, na semana passada, no Estado do Pará, mais propriamente no Município

de Itaituba, que entristeceu a todos nós. Refiro[CD110]-me ao bárbaro assassinato de

uma advogada e procuradora do Município de Itaituba, Dra. Leda Marta, que foi

assassinada a facadas juntamente com sua filha e uma funcionária.

Além de externar nossas condolências às famílias enlutadas, gostaria nesta

oportunidade de cobrar do Governo do Estado o empenho máximo, através das

Polícias Civil e Militar, para que o mais rapidamente possível possamos ver atrás

das grades o autor ou autores desse crime que chocou toda a comunidade dos

advogados de Itaituba, do Estado do Pará, e toda a sociedade itaitubense.

Infelizmente Itaituba ocupa, mais uma vez, as manchetes da mídia nacional,

numa notícia nada enobrecedora. Isso só vem a comprovar que nós ainda temos

que avançar muito com relação à segurança pública no Estado do Pará e,

principalmente, no Município de Itaituba.

Portanto, mais uma vez cobramos das autoridades competentes o máximo

empenho e as diligências necessárias para que a população, a sociedade do Pará e,

principalmente, do Município de Itaituba possam ver esse criminoso atrás das

grades, para que esse crime não fique impune, infelizmente como muitos que já

ocorreram na nossa região e principalmente no nosso Município.

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[CD111] A OAB estará atenta para acompanhar as investigações e ver a justiça ser

feita neste presente caso.

Peço, portanto, Sr. Presidente, que este meu pronunciamento seja divulgado

no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.[CD112]

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[CD113] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Jesus Rodrigues, pelo PT do Piauí. Em seguida, o Deputado Reguffe,

pelo PDT do Distrito Federal.

O SR. JESUS RODRIGUES (PT-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, subo mais uma vez à tribuna para tratar desse relatório da

autoridade monetária dos Estados Unidos sobre os países em risco. Nesse

documento eles fazem referência à situação de risco da economia brasileira,

colocando-nos atrás apenas da Turquia.

Quero dizer que, na verdade, não tenho como dar grande credibilidade a um

documento dessa natureza, feito pelos Estados Unidos, até porque, em 2008, esse

país deixou estourar uma bolha imobiliária que colocou em risco todo o sistema

financeiro internacional, por conta de falta de controle e de regulação do Estado para

as atividades financeiras, permitindo a criação de correntes, de débitos por pessoas

que não tinham respaldo financeiro nem patrimônio para contraírem dívidas e que

assim o fizeram graças à facilidade que os Estados Unidos lhes deram ou à

desregulamentação do setor financeiro daquele país.

Como[CD114] é que um país, que permitiu a cadeia de empréstimos que

estourou na bolha, no final de 2008, pode vir dizer ao mundo que o Brasil está em

situação difícil? Os americanos perderam a condição técnica e moral de falar nesse

assunto. E agora nós estamos vendo a sua presença na Venezuela, tentando

desestabilizar um governo, o que também demonstra um excesso de participação e

de atividades daquele País no resto do mundo.

Nós sabemos que os americanos têm, fora da regra, da ética, grampeado a

nossa Presidenta Dilma Rousseff, a Primeira-Ministra Angela Merkel, da Alemanha.

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Como é que um País que usa dessas artimanhas, desses artifícios, pode vir ao

mundo anunciar situação de risco do Brasil? Em risco estão os Estados Unidos da

América.

Por isso, eu quero dizer que o seu relatório, para mim e também para o povo

do Brasil, não deve representar nada, porque eles não têm moral para tratar das

questões financeiras do nosso País, quando, no seu próprio país, dentro da sua

própria casa, deixaram estourar uma bolha, por falta de regulamentação, por falta de

presença. Então, não podem vir ao Brasil querer insinuar coisas que não são de sua

competência.[CD115]

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[CD116] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção,

concedo a palavra ao ilustre Deputado Fernando Ferro, por 1 minuto.

O SR. FERNANDO FERRO (PT-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente Inocêncio Oliveira, trago aqui um documento da representação dos

agricultores do Projeto Senador Nilo Coelho, em Petrolina, trazido pelo Vereador

Geraldo Ferreira, o Geraldo da Acerola, sobre preocupação no que diz respeito aos

Projetos Bebedouro, Nilo Coelho e Maria Tereza, relativa a recursos que foram

contraídos para a aquisição de equipamentos de irrigação.

[CD117] Eles se mostraram inadequados porque a diversificação daquela produção

agrária os levou a praticar outros cultivos. Nesse processo, os equipamentos que ali

foram financiados ficaram inócuos. Por conta disso, os trabalhadores ficaram com

essa dívida.

Estamos negociando junto à CODEVASF no sentido de que seja reparado o

direito desses irrigantes ao acesso aos fundos, para atividade daquela região.

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O[CD118] SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Reguffe, do PDT do Distrito Federal. S.Exa. dispõe de 3 minutos na

tribuna. Em seguida, falará o Deputado Ricardo Berzoini.

O SR. REGUFFE (PDT-DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e

Srs. Parlamentares, eu já vim a esta tribuna diversas vezes fazer críticas a ações do

Governo Federal, como por exemplo a não retirada dos impostos dos remédios.

Inclusive comparei a retirada de impostos de automóveis, para baixar o preço,

com a não retirada de impostos dos remédios para que a população compre remédio

por um preço mais acessível.

Hoje venho a esta tribuna para elogiar e dar força à Presidenta da República

nesse embate que está havendo entre alguns partidos com representação nesta

Casa. Parece que buscam cargos e espaços no Governo, nem sempre colocando

pessoas com qualificação técnica devida.

[CD119] A Presidenta tem que ter a liberdade de escolher aqueles que considerar os

que melhor podem servir à sociedade brasileira, independente de filiação partidária,

seja de que partido for, seja até quem não tem filiação partidária. É muito triste ter

um governante e esse governante não poder escolher os melhores para servirem ao

País. Coloca-se sempre uma faca no pescoço do governante, dizendo: “Você tem

que nomear A, tem que nomear B. Se não nomear, nós vamos prejudicar isso...”

Isso não é correto.

Eu não sei de todos os bastidores a respeito disso, mas sim o que leio nos

jornais e ouço aqui na Casa. Porém acho que a política, por mais que alguns

considerem ingênua essa visão, tem de visar mais às ideias do que simplesmente

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uma disputa por espaços. Tem que discutir políticas públicas grandes, tem que

discutir política com P maiúsculo.

Quero aqui prestar a minha solidariedade à Presidenta e pedir-lhe que não

transija. Ideias, a gente debate ao extremo, mas princípios, a gente não pode

transigir. Temos que ser firmes, até para o bem do contribuinte deste País que quer

ver o Estado brasileiro prestando serviços públicos de melhor qualidade do que os

que ele tem recebido hoje.

Então, quero prestar aqui a minha solidariedade à Presidenta e dizer: não

transija, porque o que a sociedade brasileira quer é um serviço público com pessoas

qualificadas que sirvam ao contribuinte e não ao partido A ou ao partido B.

Muito obrigado.[CD120]

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[CD121] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Ricardo Berzoini, do PT de São Paulo. S.Exa. dispõe de 3 minutos na

tribuna.

O SR. RICARDO BERZOINI (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Inocêncio Oliveira, companheiros Parlamentares, esta semana, o

Senador Aécio Neves promoveu no Senado Federal a comemoração dos 20 anos do

Plano Real e convidou o Presidente Fernando Henrique Cardoso, Presidente de

1995 à 2002, para participar. Isso ensejou uma memória da minha parte, porque

exatamente assumi a Presidência do Sindicato dos Bancários de São Paulo em

março de 1994, 20 anos atrás.

Na minha posse estiveram presentes, entre outros, o então Deputado José

Dirceu, pré-candidato ao Governo de São Paulo naquela época, o então Senador

Mário Covas, também pré-candidato ao Governo de São Paulo, o companheiro Luiz

Inácio Lula da Silva, pré-candidato à Presidência da República, e o Ministro do

Trabalho Walter Barelli. Naquele momento, nós aproveitamos a posse para fazer um

pequeno debate sobre o Plano Real.

Isso me trouxe à memória que, naquele período de 1994, quando assumi a

Presidência do sindicato, de 1998, quando fui candidato a Deputado Federal pela

primeira vez, tivemos um quadro tenebroso para a classe trabalhadora, que se

perpetuou de 1999 até 2002. Um quadro em que, a despeito da estabilização

relativa de preços, que ocorreu naquele período, nós tivemos um brutal arrocho

salarial, demissões de milhões de trabalhadores pelas privatizações e pela política

monetária do Governo, e a redução dos direitos sociais dos trabalhadores.

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Na[CD122] maior parte das negociações sindicais, os trabalhadores lutavam

para tentar segurar o que já tinham, mas não podiam lutar por aumento real nem

expansão dos seus direitos sociais.

O que acontece é que, lamentavelmente, faz-se um debate extremamente

superficial sobre o impacto que teve o Plano Real na economia brasileira em termos

sociais, de perda de empregos, de perda de renda e, principalmente, da mudança da

situação patrimonial do Estado brasileiro. Com o endividamento interno, a

dolarização da dívida interna, o crescimento da dívida externa e a fragilização da

economia brasileira, chegamos ao final de 2002 com uma situação em que o dólar

estava próximo a 4 reais e a inflação já beirava 16%, 17% ao ano.

Portanto, a estabilização de preços em bases não sustentáveis leva

justamente a essa situação, à precarização da vida nacional, à redução da

capacidade do Estado e, principalmente, à fragilidade da vida dos trabalhadores.

Felizmente, a partir de 2003, uma nova política se inaugurou e, com ela,

combatemos o endividamento interno, desdolarizamos a dívida interna, reduzimos a

dívida externa ao ponto de que, do ponto de vista técnico, não há mais dívida

externa. A quantidade de reservas que temos é suficiente para honrar todos os

compromissos brasileiros no exterior, públicos e privados.

Portanto, Sr. Presidente, há que se discutir, sim, 20 anos depois, o que

aconteceu com o Brasil do Plano Real e o que aconteceu, principalmente, com a

classe trabalhadora. E eu, como sindicalista daquela época, posso testemunhar que

o Plano Real representou para a classe trabalhadora brasileira perda de emprego,

de renda e de esperança.

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E a eleição do Presidente Lula significou o resgate da esperança para

trabalhadores e para o conjunto da população brasileira.

Muito obrigado, Sr. Presidente.[CD123]

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[CD124] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Roberto Freire, Presidente do PPS.

O SR. ROBERTO FREIRE (PPS-SP. Sem revisão do orador.) - O dia de hoje

é sempre um dia em que se pode ter um mínimo de debate. Esta Casa perdeu um

pouco a característica de ser das polêmicas, dos embates, por uma série de

circunstâncias. O fato é que perdemos essa capacidade.

E o Deputado Ricardo Berzoini ofereceu essa oportunidade ao relembrar os

20 anos do Plano Real, que foi comemorado recentemente no Senado. Ele estava

sendo empossado no Sindicato dos Bancários. Eu era Líder do Governo Itamar na

Casa, quando do lançamento do Plano Real.

Existem os petistas que ainda continuam não querendo dar o braço a torcer.

Até Lula, que é a metamorfose ambulante, reconheceu o que significou o Plano Real

para a economia brasileira, para o País, inclusive dando-lhe a dignidade de ter uma

moeda.

Mas existem os petistas que continuam querendo reescrever a história a seu

bel-prazer. Não vão conseguir mais. Esses 20 anos, que foram comemorados no

Senado, representam aquilo que a memória histórica do Brasil vai marcar. Não são

os pequenos arroubos dos lula-petistas, porque esses não vão reescrever a história

da economia brasileira, porque não foram eles que descobriram o Brasil.[CD125]

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[CD126] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Izalci, do PSDB do Distrito Federal.

O SR. IZALCI (PSDB-DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e

Srs. Parlamentares, vim agora de uma audiência pública no Senado, na qual

tratamos das questões das Forças Armadas — principalmente dos militares

aposentados e pensionistas, que não receberam até hoje os 28,86%, apesar de

decisão do Supremo — e também de uma série de dificuldades por que passam os

militares no Brasil.

Infelizmente, por falta de planejamento, ou talvez até mesmo por falta de

competência, de gestão, no Brasil valoriza-se muito o poder da mobilização. Os

nossos militares não podem fazer greve e, com isso, são deixados à margem, em

termos de reajuste e valorização. Aí se cria toda essa dificuldade que vem

acontecendo no Brasil, em especial aqui em Brasília, onde há os nossos militares, a

Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros.

O Exército Brasileiro, as Forças Armadas, de modo geral, estão passando por

seríssimos problemas. Por isso, nós vamos fazer aqui, dia 11 de março, às 10 horas,

uma Comissão Geral, para tratar das questões das Forças Armadas brasileiras,

principalmente, as relacionadas aos seus projetos estratégicos. Nós precisamos,

acima de tudo, valorizar um pouco mais os nossos militares, que já há algum tempo

não recebem a valorização que merecem.

Primeiramente, temos o pré-sal para cuidar e temos as fronteiras que são

imensas. Precisamos desenvolver e apoiar os projetos estratégicos, não só do

Exército, mas também da Marinha e da Aeronáutica.

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[CD127] Chamo a atenção desta Casa: os militares, por não poderem se mobilizar,

não poderem fazer greve, há algum tempo, estão sendo prejudicados,

principalmente com relação à reestruturação, à carreira e à própria questão salarial.

Eu não poderia também, Sr. Presidente, deixar de lamentar aqui a falta de

votação nesta Casa nestes últimos dias. Nós temos a PEC 290, da qual sou Relator,

que vai mudar este País em termos de ciência, tecnologia e inovação.

Estamos adiando, já há algumas semanas, essa votação. A última, agora, foi

em função do requerimento de uma Comissão Especial para tratar da questão da

PETROBRAS.

Ora, se não há nada acontecendo na PETROBRAS, se não tem o que

esconder, qual é o problema? Vamos aprovar a Comissão! Nós aprovamos

Comissão aqui para tudo, por que não se aprova? Aí, em função desse

requerimento, não se vota mais nada.

Na quinta-feira não vamos votar nada, ontem não votamos nada, em função

de um simples requerimento de transparência. Nós precisamos de transparência

neste País![CD128]

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Weverton Rocha. S.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. WEVERTON ROCHA (PDT-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, telespectadores da TV Câmara, gostaria de registrar que na última

quinta e sexta-feira, dias 20 e 21 de fevereiro, esteve presente na cidade de São

Luís, Capital do Maranhão, comitiva liderada pelo Ministro do Trabalho e Emprego,

Manoel Dias, recebido com um jantar oferecido pelo Prefeito Edivaldo Holanda

Júnior, para cumprir extensa agenda na cidade.

[CD129] Na ocasião, teve a oportunidade de participar do Fórum de Aprendizagem, no

auditório da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão — FIEMA, onde

centenas de jovens que já fazem parte do Programa Aprendiz, da Lei de

Aprendizagem, puderam ouvir o Ministro e todas as autoridades presentes.

Eu gostaria, Sr. Presidente, de fazer esta referência importante ao Programa

Aprendiz, que atende jovens de 15 a 24 anos que têm a oportunidade, durante 2

anos, de ter acesso ao seu primeiro emprego, a sua primeira oportunidade: não é

estágio, é emprego, com carteira assinada, com inclusão.

Nós precisamos, colegas Parlamentares, mais do que nunca divulgar a Lei de

Aprendizagem, para que estes jovens do Brasil possam ter acesso ao emprego.

Este é o verdadeiro caminho do desenvolvimento no nosso País: acesso ao

emprego e à educação.

No último sábado, Sr. Presidente, tive a oportunidade de participar também de

agenda muito importante do Prefeito Edivaldo Holanda Júnior, com o jovem

Secretário Adjunto de Urbanismo, Diogo Diniz Lima, que tem um futuro brilhante

pela frente e que tem feito um grande trabalho para a nossa população.

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O jovem Diogo, por determinação do Prefeito Edivaldo Holanda Júnior,

retomou um grande programa de regularização fundiária que já atendeu quase mil

famílias em São Luís do Maranhão. Só na última sexta-feira, na Vila Mauro Fecury,

300 famílias receberam o documento, a garantia da posse de sua casa. Esse

documento dá dignidade e autoestima a esses moradores.

O Prefeito Edivaldo Holanda Júnior anunciou que, além desses mil títulos de

regularização fundiária que já entregou em seu primeiro ano de gestão, tem mais

dois mil, também de regularização, até o final deste ano.

Parabéns, Prefeito! Parabéns, Secretário! Continuem trabalhando, porque

São Luís precisa.

Um grande abraço.[CD130]

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Roberto de Lucena, do PV de São Paulo.

O SR. ROBERTO DE LUCENA (PV-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, uma pauta de interesse da sociedade foi

sepultada no Senado Federal no último dia 19 de fevereiro. A Comissão de

Constituição e Justiça do Senado encerrou a discussão sobre a redução da

maioridade penal nesta Casa Legislativa por ora.

Mais de 90% da população brasileira é favorável à redução da maioridade

penal de 18 para 16 anos. A questão é que, cada vez mais, um número maior de

crimes contra a vida é praticado por menores de 18 anos, e esses homens menores

de 18 anos estão amparados pela capa, pelo manto da inimputabilidade.

[CD131] Ainda não se encontrou, Sr. Presidente, ilustre Deputado Lincoln Portela,

grande liderança mineira nesta Casa, a fórmula para a redução da maioridade penal.

A não ser que se mexa na Constituição Federal, isso não é possível. E, se esse é o

caso, que seja pelo menos discutida, Sr. Presidente Inocêncio Oliveira, a questão. E,

se não for o caso de se alcançar o que se pretende, que pelo menos seja

aumentada a pena dos crimes cometidos por esses “ditos menores”.

O Brasil tem outros problemas vários, inclusive na área de segurança pública

— problemas de toda sorte. Eu não quero aqui parecer monotemático, mas não é

possível que um homem, menor de 18 anos de idade, mate, sequestre, estupre, saia

por aí ateando fogo às pessoas e seja considerado relativamente incapaz.

É claro e óbvio que a discussão não pode e nem deve se prender ao

encarceramento de menores de 18 anos. Políticas públicas que protejam esses

jovens do aliciamento do estado paralelo do crime devem ser implementadas,

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ofertando a eles oportunidades de educação, cultura, emprego e perspectivas de

avanço social.

Essa discussão, Sr. Presidente, é muito séria, grave, complexa, não pode ser

feita com ódio, com destempero, de maneira irresponsável e inconsequente. Mas

precisa ser feita e um caminho precisa ser encontrado para protegermos nossos

jovens, corrigirmos distorções e promovermos a justiça.

Muito obrigado.

Que Deus abençoe o Brasil![CD132]

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[CD133] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o Deputado

Weverton Rocha.

O SR. WEVERTON ROCHA (PDT-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, há evidente falta de quórum no painel da Casa. V.Exa. vai cancelar a

Ordem do Dia?

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Vou cancelá-la daqui a

pouco.[CD134]

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[CD135] O SR. PRESIDENTE(Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Lincoln Portela, do PR de Minas Gerais.

O SR. LINCOLN PORTELA (Bloco/PR-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, além de milhares de vidas ceifadas e dos

dolorosos traumas familiares que desencadeia, a violência, há décadas disseminada

no País, tem custos econômicos gigantescos. Esse não é o aspecto mais

importante, pois nada supera a dor da perda trágica de um ser humano, mas precisa

também ser conhecido e divulgado, para estimular a indispensável reação da

sociedade e do poder público.

Conforme o Mapa da Violência 2013, entre os anos de 1980 e 2010, quase

800 mil pessoas foram mortas por arma de fogo no Brasil. Dessas, mais de 450 mil

eram jovens entre 15 e 29 anos. E isso não é apenas o tráfico.

Estudos diversos, incorporando as mortes provocadas com o uso de outras

armas, e chegando até o ano de 2011, apontam o total de um milhão de homicídios

desde 1980.

Em geral, os números indicam que mais recentemente a violência está sendo

contida e, em alguns casos, até reduzida nas grandes cidades, mas alcança o

interior e se espalha por localidades menores, de modo que o total se mantém.

Assim, de 2000 a 2010, foram registradas anualmente no País em torno de 35 mil a

40 mil mortes por armas de fogo, forma esta usada em sua maioria, fora

espancamentos, estrangulamentos e pessoas desaparecidas.

São[CD136] números chocantes que, a par dos impactos sobre pessoas,

famílias e comunidades, implicam acentuadas perdas econômicas para o conjunto

da sociedade. Há custos diretos, como os de hospitais, médicos, transporte de

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pacientes, remédios, consultas, policiamento, prisões, processos judiciais,

segurança privada, e custos indiretos, como perda de produtividade, redução da

qualidade de vida, seguros, entre outros.

Especialistas apontam que os custos indiretos costumam superar os diretos.

Somados os dois, em 2008, o Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento divulgou um relatório apontando que a violência armada custava

anualmente ao Brasil nada mais nada menos do que 15 bilhões de dólares, mais de

37 bilhões de reais, considerando o câmbio atual.

O mesmo levantamento, feito em outros dois países, evidenciava, pela

comparação, o quanto já era preocupante a situação brasileira: na Jamaica, o custo

da violência atingia anualmente 415 milhões de dólares, e, na Tailândia, 473 milhões

de dólares.

Um ano antes, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada — IPEA divulgara

um estudo, coordenado pelo economista Daniel Cerqueira, com dados referentes a

2004, indicando que o custo da violência era de 92 bilhões, representando 5,09% do

Produto Interno Bruto, ou seja, 519 reais por ano para cada brasileiro.

Recentemente, o mesmo especialista divulgou novo trabalho, atualizando os

dados e concluindo que a violência custa ao País pelo menos 6,08% do PIB a cada

ano.

Em artigo publicado na revista do Conselho Regional de Medicina de São

Paulo, em 2005, o pesquisador Luís Mir, autor de um livro sobre o assunto, afirmava

que as vítimas de trauma, representando 20% do total de pacientes internados,

consumiam até 40% dos recursos da rede pública de saúde e, em alguns Estados,

até 80%. Segundo ele, “o impacto do custo do atendimento médico das vítimas da

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violência em todo o País criou uma demanda de prontos-socorros, serviços de

urgência e emergência, hospitais, unidades de saúde e institutos de medicina legal”.

Como[CD137] se vê, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, apesar de

eventuais diferenças nos dados e estimativas, que decorrem principalmente dos

critérios e períodos de referência utilizados, os estudiosos concordam que a

violência representa um enorme custo para o Brasil. Também por isso é preciso

enfrentá-la corajosamente, com políticas públicas bem delineadas e ampla

mobilização da sociedade.

O Brasil continua violento, e é preciso mudar, é preciso deixar a leniência e

avançarmos. É importante que cada Parlamentar participe, se pronuncie, não se

conforme, e que haja uma revolta, uma indignação por parte desta Casa, para que

problemas maiores do que esses não tenhamos nos próximos 5 anos, causando ao

Brasil uma convulsão nacional de difícil recuperação. É preciso mudar isso

rapidamente

Muito obrigado.[CD138]

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[CD139] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Maurício Quintella Lessa, anteriormente chamado.

O SR. MAURÍCIO QUINTELLA LESSA (Bloco/PR-AL. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente Inocêncio Oliveira, agradeço a concessão da palavra.

Sras. e Srs. Deputados, eu raramente uso a tribuna para fazer condolências

nem registrar falecimentos, para evitar que outras interpretações sejam feitas.

[CD140]Mas desta vez é uma verdadeira exceção.

Foi assassinada, ontem, brutalmente, em Maceió e, ontem à noite mesmo

sepultada, uma pessoa muito querida na nossa cidade, o empresário Guilherme

Brandão, um empreendedor, um cara da melhor qualidade, querido em toda a

cidade de Maceió, um visionário, um homem do entretenimento da nossa cidade,

proprietário da casa de shows Maikai. Quem é de Maceió, ou quem, pelo menos, já

tenha passado pela cidade, se não foi, ouviu falar no Maikai, que é o ponto de

encontro da juventude sadia, daqueles que vão buscar a alegria e o divertimento na

cidade de Maceió.

Guilherme saiu de casa para trabalhar, às 7 horas, e, às 8 horas, quando

estava entrando no seu estabelecimento, foi surpreendido por dois bandidos que

assaltaram o seu estabelecimento e, não bastasse levar o dinheiro, atiraram na

cabeça do Guilherme matando-o instantaneamente.

Maceió foi tomada por uma comoção, como eu nunca vi, Sr. Presidente, como

eu nunca vi. O Guilherme, que deixou dois filhos, um legado para toda a nossa

cidade, era uma pessoa admirada por todos. Eu não conheço uma pessoa em

Maceió que diga que não gostava do Guilherme Brandão.

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Guilherme deixou o seu legado, mas com ele morreu também um pouco da

nossa cidade, do nosso Estado, que vive, Sr. Presidente Inocêncio, dias muito

sombrios. Alagoas[CD141] está vivendo hoje uma carnificina. Nesse último final de

semana foram assassinadas mais de 20 pessoas em Maceió. Foram mais de 300

pessoas, já em 2014, no Estado de Alagoas, e mais de mil em 2013.

Maceió está no topo das cidades mais violentas do mundo: a quinta ou sexta

cidade mais violenta do mundo. Uma cidade conhecida como Paraíso das Águas,

onde eu nasci, cresci, indo para a praia ou indo para o lazer e deixando a porta do

carro aberta ou o vidro aberto, porque a gente não tinha esse tipo de crime. A

violência urbana nunca fez parte do cotidiano de nossa cidade.

Infelizmente, nos últimos anos, perdeu-se o controle da violência. Sabemos

que não é uma questão só de Maceió, de Alagoas, é do Brasil inteiro. Mas lá a

questão está muito mais grave, muito mais séria.

É preciso realmente que todos nós, enquanto sociedade civil organizada,

autoridades, políticos, Judiciário, Legislativo, empresários, todos nós repensemos

um pouquinho nossas vidas e como é que vamos enfrentar esse momento.

É um caso de estudo. Porque a pobreza, a falta de educação, de saúde, isso

está afeito a vários lugares do mundo, mas isso não é desculpa para se ter um

índice de violência como estamos tendo hoje em Maceió.

É preciso que se repense, com certeza, para Alagoas, para Maceió, o modelo

de segurança pública que queremos.

(O microfone é desligado.)

O SR. MAURÍCIO QUINTELLA LESSA - Mas é preciso também que essa

cultura do crime seja, de uma vez por todas, afastada das nossas cidades.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 033.4.54.O Tipo: Delibe rativa Extraordinária - CD Data: 27/02/2014 Montagem: 4176

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Aqui fica o meu registro de profundo pesar pela morte do Guilherme. Não

adianta aqui fazer discurso político e apontar A ou B como responsável, porque

responsáveis somos todos nós pela sociedade perversa que construímos.

Fica[CD142] aqui a lição. É preciso que o Brasil enfrente rapidamente essa

escalada do crime.

O Estado de Alagoas tem uma parceria com o Governo Federal, Deputado

Inocêncio Oliveira, no programa Brasil Mais Seguro, programa do Governo Federal

que está lá implantado há 1 ano. Pelos nossos índices, nós viramos o laboratório de

combate ao crime organizado no Brasil.

Infelizmente, depois de 1 ano de Brasil Mais Seguro e de todos os esforços

do Governo, nós não conseguimos diminuir esses índices de violência. Então, é

preciso repensar a segurança pública no Brasil.

Muito obrigado.[CD143]

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 033.4.54.O Tipo: Delibe rativa Extraordinária - CD Data: 27/02/2014 Montagem: 4176

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[CD144] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Há apenas 179 Deputados na

Casa, registrados no painel eletrônico. Fica cancelada a Ordem do Dia.[CD145]

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[CD146] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Emanuel Fernandes. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.

O SR. EMANUEL FERNANDES (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Muito

obrigado, Sr. Presidente.

O IBGE acaba de divulgar o resultado das contas nacionais de 2013. O

crescimento do PIB, em 2013, foi de 2,3%. A taxa de investimentos foi de 18,4%.

Um crescimento de 2,3% é um crescimento muito baixo para padrões do Brasil.

No Governo Dilma, nós tivemos crescimento de 2,7%, no primeiro ano; no

segundo ano, 0,6%, que depois adaptaram para 0,9%; e agora, em 2013, 2,3%. É

uma média pequena, uma média baixa. Essa média é explicável, em parte, porque

se está pagando um pouco da conta do período de Governo do Presidente Lula.

O[CD147] Presidente Lula esticou o crédito para combater a crise de 2009,

esticou um monte de dinheiro que não tinha, colocou um monte de projetos nas

costas da Presidente, e o resultado concreto está aí.

Não venham me falar que 2,3% é um PIB alto perto da crise. O Peru cresceu

5%. Do Chile e da Colômbia ainda não temos os dados, mas ambos cresceram

acima de 4%. Isso sem falar da China. Quer dizer, é um crescimento pequeno.

Alguma coisa está errada, sendo 3 anos de crescimento pequeno. Mas o que é mais

grave é que a tendência é permanecer desse jeito. A formação bruta de capital fixo,

a tal taxa de investimento no Brasil deu uma melhorada de leve, de 18,2% passou

para 18,4%, só que foi fruto muito mais de investimento estrangeiro direto. A taxa de

poupança nacional caiu quase 1% no ano passado.

O que isso tem a ver com o crescimento? Isso aponta um novo crescimento.

O mercado já aponta que neste ano de 2014 nosso crescimento deve ser de 1,7%.

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Já há quem fale que, em função desse crescimento baixo e também da

desvalorização cambial, o Brasil vai cair para a 9ª posição na economia mundial.

Alguma coisa está errada. É preciso valorizar a taxa de investimentos. O Governo

precisa fazer o dever de casa. Estão se acumulando muitas dívidas que o próximo

Presidente terá que pagar. Portanto, nós, no futuro, teremos que pagar. E o Governo

está levando em banho-maria unicamente por perspectiva eleitoral.

(O microfone é desligado.)

O SR. EMANUEL FERNANDES - Peço mais 30 segundos, Sr. Presidente.

[CD148] Espero que o Governo faça o dever de casa. Dilma deve isso ao Brasil. Existe

uma conta a ser paga. Já tungaram o FGTS em quase 20% do seu valor; estão

tungando os 10% para fazer o Minha Casa, Minha Vida, e o Governo não faz os

ajustes que deveria fazer.

Nós estamos em véspera de eleição, e o Governo está empurrando com a

barriga. O próximo Presidente irá ter sérias dificuldades com a economia

brasileira.[CD149]

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Vicentinho, do PT de São Paulo, Líder do partido, pelo prazo de 3

minutos.

O SR. VICENTINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr.

Presidente.

Gostaria de informar que sou autor do projeto de lei que põe o Fundo de

Garantia num patamar de acordo com o INPC, acrescido de 3% ao ano, para

proteger esse valor, esse patrimônio dos trabalhadores.

Em segundo lugar, eu acho tão triste ver algumas pessoas falando. Tem

gente que parece que deseja que o Brasil não cresça, que fica feliz com isso. Não

estou nem me referindo ao nobre Deputado que acabou de se manifestar.

De fato, gostaríamos que o PIB do Brasil crescesse muito mais. Um PIB de

um pouco mais de 2% está aquém do que nós queremos. Essa é uma grande

verdade. Mas o País cresceu mais do que todos os países ricos, com exceção da

China.

Mas, independentemente de o PIB crescer muito ou pouco, qual é a grande

diferença, a diferença básica nessa questão do crescimento do PIB? É que, no

passado, podia crescer 8%, 10%, 6%, mas crescia para os ricos, não para os

pobres.

[CD150] Por isso, o pobre não sente essa sensação, porque o pobre, quase 2 milhões,

mesmo com o PIB baixo, ganhou escola pública de qualidade, ganhou o PROUNI;

porque o índice de emprego é o maior da história do Brasil; porque mais de 95% dos

trabalhadores tiveram reajuste acima da inflação.

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Então, é verdade, nós queremos um crescimento maior do PIB. Mas de que

adianta crescer o PIB se não tem distribuição de renda, como ocorria no passado?

Agora nós temos distribuição de renda. Vamos deixar de pessimismo, Deputado,

vamos torcer para que o Brasil cresça e cresça bem, independentemente de eleição.

Veja, quando Lula entrou na Presidência da República, os juros da taxa

SELIC estavam em 26%. Hoje estão altos? Estão. Mas são 10%.

Então, é preciso sempre fazer as boas comparações e torcer por um Brasil

que está estabilizado economicamente, vigilante no controle da inflação, distribuindo

renda, o que é fundamental. A distribuição de renda no Brasil garantiu um mercado

que fez aguentar a economia, mesmo com crise nos Estados Unidos ou na Europa.

Por isso, reafirmo: nós queremos um crescimento maior do PIB, agora, mais

importante do que o PIB é que o crescimento venha para o povo e não para o povo

rico e para os cálculos aleatórios dos economistas de elite.

Muito obrigado, Sr. Presidente.[CD151]

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Ronaldo Fonseca, do Bloco Parlamentar PP/PROS do Distrito Federal.

V.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.

O SR. RONALDO FONSECA (Bloco/PROS-DF. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu venho a esta tribuna fazer uma reflexão

sobre a segurança pública do Distrito Federal. Todos sabem que eu apoio o

Governo Agnelo Queiroz, e eu preciso trazer uma reflexão sobre o relacionamento

do GDF com a segurança pública do Distrito Federal.

O Brasil todo sabe da crise, do problema que nós estamos vivendo no Distrito

Federal, do impasse criado entre GDF, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar.

Como é que nós vamos sair desse imbróglio?

Vejam bem, quem está sofrendo? A população. Nós estamos vivendo uma

insegurança permanente. Agora, eu quero me posicionar aqui, Sr. Presidente, como

um político que faz política com resultado, não politicagem. Eu estou vendo alguns

aproveitando a onda e jogando gasolina no fogo. Eu não estou aqui para isso, estou

aqui para tentar apaziguar os ânimos, porque nós já temos mais de dez policiais

presos — prisão administrativa. Eu acho que isso não contribui, não ajuda. Então,

nós temos resistência dos dois lados.

Agora, Sr. Presidente, veja: injustiça perpetuada gera indignação. A tropa, no

Distrito Federal, os praças, os bombeiros militares estão realmente vivendo uma

injustiça perpetuada. Você pergunta: como assim injustiça? Eu vou declinar alguns

exemplos.

[CD152]Por que um oficial da Polícia Militar — pelo menos, dados que tenho —

recebe auxílio de 4.200 reais para fardamento e um praça recebe 1.300. Por que

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 033.4.54.O Tipo: Delibe rativa Extraordinária - CD Data: 27/02/2014 Montagem: 4176

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essa diferença? O que tem esse fardamento de tão diferente? Por que não é o

mesmo valor? Igual à alimentação, que é igual para todos. Por que, então, não tem

essa isonomia? Auxílio-natalidade: o neném que nasce, de um oficial, tem um valor

lá em cima; o neném que nasce, de um praça, tem um valor irrisório.

Então, existe injustiça, embora eu tenha que reconhecer que o GDF tenha

chegado ao seu limite. Agora mesmo, o Governador baixou decreto dando aumento

em alguns auxílios para ajudar os praças e também os oficiais. Mas algum tiro no pé

está sendo dado. É incrível!

Como é que pode uma assembleia, Sr. Presidente, com mais de 10 mil

praças, recusar uma proposta, e, depois, uma assembleia feita pelos oficiais, talvez

3 mil, aceitar a proposta do Governo, que é, então, publicada? Nós não podemos

fazer assim. Nós temos que apaziguar, nós temos que buscar os dois lados para

conversar. Aliás, já são três: GDF, praças e oficiais.

A população do Distrito Federal, Sr. Presidente, senhoras e senhores do

Distrito Federal que estão me ouvindo, merece realmente uma política com

altruísmo. Não politicagem, aproveitar a onda. Eu me proponho a ajudar a conciliar,

a que tenhamos uma reestruturação na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros

Militar, que venha para a Presidenta Dilma, que ela mande para o Congresso, para

que nós possamos alcançar uma solução. Reestruturação já! Isonomia já! [CD153]Não

podemos continuar mais assim.

Precisamos falar a verdade. Está na hora de olhar no olho e falar a verdade,

GDF, praças, oficiais. Eu fico preocupado com as famílias dos policiais presos. Nós

vivemos numa democracia, a prisão que seja administrativa, tem que ser no

extremo. Não podem ficar prendendo policial que está reivindicando seus direitos.

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Por outro lado, temos que olhar até onde pode ir o GDF, qual é o limite que tem. Não

adianta querer ir além do limite, que não vai conseguir. Há um limite que precisa ser

respeitado.

Portanto, Sr. Presidente, reestruturação já para a Polícia Militar e para o

Corpo de Bombeiros. Que venham para cá. Não vamos tapear ninguém, vamos falar

a verdade. Essa reestruturação precisa ser feita de forma equilibrada, ouvindo os

praças, os oficiais, e que a mandem para a Presidenta Dilma. Essa é a minha

defesa. Vamos falar a verdade. Precisamos mandar para a Casa Civil, para a

Presidenta Dilma, que ela mande para o Congresso e aqui vamos votar a

reestruturação, como já foi feito em alguns Estados, por exemplo, no Tocantins.

Muito obrigado, Sr. Presidente.[CD154]

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma Comunicação de

Liderança, concedo a palavra ao ilustre Deputado Wellington Fagundes, do PR de

Mato Grosso. V.Exa. dispõe de 6 minutos na tribuna.

O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco/PR-MT. Como Líder. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero primeiramente entregar à

Mesa requerimento que faço pedindo prioridade para as obras de duplicação do

trecho de Rondonópolis, do Posto Gil ao Terminal Ferroviário da ALL, Ferrovia

Vicente Vuolo ou FERRONORTE, visto que, com o incremento da produção, esse

está se tornando um dos trechos mais perigosos de Mato Grosso.

O nosso requerimento também pede prioridade para as obras do Contorno de

Cuiabá, ou seja, a Rodovia dos Imigrantes, a BR-070, que também está em situação

dramática. Em um trecho de 28 quilômetros, chega-se a demorar de 4 a 6 horas

para fazer sua travessia. E muitas carretas já estão desviando, passando pelo centro

de Várzea Grande, incomodando, levando transtornos, acidentes. É uma situação

realmente muito calamitosa.

Há aquilo que é bom para Mato Grosso, como o incremento da produção.

Hoje somos o maior produtor do Brasil de grãos e um dos Estados de maior

produtividade. Mas, infelizmente, a infraestrutura necessária está demorando muito.

Ainda, com relação ao trecho de toda a duplicação, da divisa de Mato Grosso

do Sul até a cidade de Sinop — inclusive temos aqui a presença do Deputado Nilson

Leitão —, conseguimos incluir também a Travessia Urbana de Sinop, estendendo-se

até o encontro com a MT. Esse[CD155] trecho de 28,1 quilômetros, em Cuiabá,

incluído na concessão — isso é muito importante — precisa ainda das licenças

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ambientais, para que a empresa possa iniciar as obras tão logo assine o contrato,

previsto para o dia 06.

O trecho de Cuiabá a Várzea Grande até Rosário Oeste foi licitado há 2 ou 3

meses pelo DNIT, mas fracassou. Ou seja, nenhuma empresa conseguiu chegar ao

preço mínimo estabelecido pelo órgão. Já avisávamos isso ao DNIT, dado o custo

médio por quilômetro. Era o valor menor de todo o trecho da duplicação. A

duplicação desse trecho é uma das mais complicadas.

Por isso, estamos apresentando requerimento para que seja incluso também,

na obrigação da concessionária, a construção da duplicação do trecho de Cuiabá a

Várzea Grande até Rosário. Isso evitaria um novo certame de licitações, que, quem

sabe, novamente, poderia fracassar.

É este o nosso requerimento. Esperamos que a Mesa o aprove e que seja

encaminhado o mais rapidamente possível ao Ministro dos Transportes, bem como

ao Presidente da ANTT, Jorge Bastos, que foi reconduzido agora. Quero aproveitar

para parabeniza-lo. Ele tem feito um trabalho brilhante à frente da Agência, tanto

que essa concessão da divisa de Mato Grosso do Sul até Sinop foi vitoriosa, como

todas as outras. Essa, em especial, teve o maior deságio de todas as concessões,

ou seja, 54%. Isso cria mais perspectivas para todos nós de Mato Grosso no sentido

de que essa obra saia rapidamente, evitando tantos acidentes. O[CD156] trecho de

Rondonópolis a Posto Gil é o que tem mais acidentes frontais, segundo a Polícia

Federal, e acidente frontal normalmente representa perda de vidas.

Por isso, faço um apelo ao Ministério dos Transportes e ao DNIT para que

deem atenção especial neste momento em que a Operação Arranca Safra —

inclusive a Presidenta Dilma esteve em Lucas do Rio Verde fazendo seu lançamento

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— está a todo vapor. Mas infelizmente a infraestrutura da estrada deixa a desejar, e

todos nós lá é que sofremos as consequências.

Além disso, quero dizer que o Tribunal de Contas da União liberou o Governo

Federal para licitar o primeiro trecho de ferrovia do programa de concessão, essa

ferrovia denominada Ferrovia da Soja, que liga o Município de Campinorte, em

Goiás, a Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso.

A região é importante porque, além do status de principal produtora de grãos,

terá também, por consequência dessas concessões, seu encontro com a Ferrovia

Norte-Sul, ou seja, a possibilidade de fazer com que Lucas do Rio Verde tenha a

opção de escoar sua produção pelo Porto de Itaqui, no Maranhão, evitando a

sobrecarga tão grande nas nossas estradas.

Faço ainda apelo para que o trecho da ferrovia que está parado hoje em

Rondonópolis possa seguir a Cuiabá, indo até Santarém, outra alternativa. A gente

poderia também ligar porto a porto: Porto de Santos a Santarém; a estrada de Lucas

do Rio Verde até Itaqui, fazendo a verdadeira ligação intermodal.

[CD157] Quero destacar, Sr. Presidente, que toda essa região terá capacidade de

incrementar muito sua produção. Só na região do Araguaia, temos mais de 2

milhões de hectares prontos para produzir, sem nenhum problema ambiental, sem

ter que derrubar nenhuma árvore. Só essa região representa produzir tudo que hoje

produz Mato Grosso, sendo o maior produtor de grãos.

Mato Grosso é o campeão na produção e na produtividade de algodão,

respondendo por 54% da produção. Somos os maiores produtores de carne bovina

e grandes produtores de carne suína, de aves. Enfim, a vocação do Estado é o

agronegócio. Nós temos terras férteis. São 900 mil quilômetros quadrados com

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menos de 3,5 milhões de habitantes. Então, é um Estado de oportunidade para o

Brasil, um Estado de oportunidade para todos que lá chegam.

Eu que sou nascido em Mato Grosso tenho esperança de ver o Estado

continuar produzindo. Todos que foram para lá foram com sonhos de realizar, de

crescer, de desenvolver. Agora o Governo precisa dar uma resposta mais urgente,

principalmente a essa questão da infraestrutura.

Entretanto, quero registrar aqui que o Ministro César Borges, do nosso

partido, tem feito todos os esforços. Mas, infelizmente, os recursos não chegam a

tempo e a hora. Trinta dias é o momento certo para que as obras na Amazônia,

principalmente em Mato Grosso, possam voltar a ter ritmo. Então, não podem as

licitações e as situações de licenciamento ambiental emperrarem tanto a nossa

situação.

[CD158] Quero inclusive fazer um apelo ao Tribunal de Contas para que tenha mais

cuidado ao mandar um técnico para averiguar, porque suspender uma obra,

principalmente a partir de março, pode representar quase 1 ano de obra parada no

Estado.

Por isso, em nome do meu partido, em nome de toda a bancada de Mato

Grosso e do Governador Silval Barbosa, que tem hoje essa preocupação, faço este

apelo exatamente para que o Governo tenha atenção, a fim de que seja reduzido o

número de acidentes e perdas de vida no nosso Estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Tribunal de Contas da União por fim

liberou o Governo Federal a licitar o primeiro trecho de ferrovias do programa de

concessões. A Ferrovia da Soja, como é chamada, liga o Município de Campinorte,

no Goiás, a Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso. A região é importante porque

detém o status de principal produtora de grãos, e terá por consequência dessas

concessões seu encontro à Ferrovia Norte-Sul.

Minha satisfação não vem só de articular o trecho ferroviário para escoamento

da produção de soja na região, mas também por ser um dos Deputados atuantes na

expansão da malha para outras regiões do Estado.

É o caso de Rondonópolis, onde, em dezembro de 2013, participei de visita

após a inauguração do Terminal Ferroviário Vicente Vuolo. O complexo começou a

operar com capacidade de carregar até 120 vagões graneleiros a cada 3 horas e

meia. Além disso, descarrega até 1.500 caminhões por dia, ou seja, 66 mil toneladas

de grãos.

Como citei em outra ocasião, assim que tudo estiver nos conformes com

essas concessões, poderemos ter o privilégio de escolher por onde exportar a nossa

produção.

Dou como exemplo a situação rodoviária do mercado de soja em Mato

Grosso do Sul: com a obrigatoriedade do agendamento de caminhões e as intensas

filas, os produtores mudam a rota para escoar a safra. É quando estes ficam de

mãos atadas por não terem esse privilégio de escolher.

Já no caso da malha ferroviária de Mato Grosso, quando desenvolvida,

poderemos escoar a produção optando pelo Porto de Itaqui, no Maranhão, pelo

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Porto de Santarém, no Pará, ou pelo Porto de Santos, em São Paulo. Isso melhora a

logística e, por consequência, a competitividade.

Sempre utilizei desta tribuna para falar dos altos custos de produção, efeitos

da deficitária infraestrutura de escoamento das safras. Mesmo com agricultores

competentes, com material e tecnologia, a nossa produção continua concorrendo

com a do exterior. Por isso, ressalto a necessidade de diálogo constante entre

Executivo e Legislativo também para colocar em prática os planos de conceder

outros dez trechos de ferrovias que ainda não têm projeto definitivo.

Por fim, peço à Casa que olhe também pelo trecho que ligaria Mato Grosso

ao Pará. A linha sai do Município de Água Boa, com destino a Barcarena, no

nordeste paraense. Pode ser ainda que a ferrovia vá até Marabá, sudeste do Pará. A

ligação teria como base a construção de dois ramais, um até o Porto de Vila do

Conde, em Barcarena, e outro até o Porto de Espadarte, em Curucá, Pará, que está

já em processo de implantação. Tudo pela competitividade, pelo fortalecimento e

pelo reconhecimento dos nossos produtores rurais, transportadores e

armazenadores.

Era o que eu tinha a dizer.

Obrigado.[CD159]

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[CD160] O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Nilson Leitão, do PSDB de Mato Grosso. S.Exa. dispõe de 3 minutos na

tribuna.

O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna para fazer justamente um paralelo em

relação ao que está acontecendo com os investimentos no nosso País,

principalmente no Estado de Mato Grosso.

Eu acredito e escuto sempre, atentamente, as falas da Liderança do Governo,

da Liderança do próprio Partido dos Trabalhadores.

Vamos recordar que, há pouco tempo, há 20 anos, o Plano Real deu um novo

momento para o Brasil. O Plano Real se transformou no maior programa de

transferência de renda que este País já teve. Ou seja, antes do Plano Real, naquele

período, a dona de casa tinha 50 reais para ir ao mercado e, quando chegava, à

tarde, ao mercado, aqueles 50 reais valiam 25, 30 reais. O Plano Real consolidou e

estabilizou a moeda e deu oportunidade para o brasileiro poder planejar sua vida.

Com[CD161] isso, o brasileiro começou a consumir aquilo que não podia antes,

como os eletrodomésticos, que eram luxo antigamente, distante da mão do

trabalhador assalariado. Este pôde comprar o micro-ondas, a geladeira, a

motocicleta, o carro. Pôde ter uma vida melhor e financiar sua casa, porque seu

dinheiro tinha valor.

O assalariado, que iniciava o mês ganhando salário mínimo, terminava o mês

com a metade do salário corroído pela inflação. O Plano Real mudou a vida dos

brasileiros. Esse impacto foi tão violento e grande que acabou dando o primeiro

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apagão. Esse apagão, Presidente Inocêncio, foi devido ao aumento do número de

eletrodomésticos, que aumentou o consumo de energia.

O Brasil estabilizado foi entregue, em 2002 e 2003, para o Partido dos

Trabalhadores. Um país que tinha um futuro para se organizar com uma moeda

forte, acima de tudo poderia olhar para frente de forma planejada, organizada.

O Partido dos Trabalhadores perdeu uma grande oportunidade para o Brasil e

para os brasileiros. Durante 10 anos preferiu criar programas que só têm porta de

entrada como o Bolsa Família, mas que não capacitou e qualificou essas pessoas

que estavam à margem da sociedade. Achou que se pagasse uma cesta básica ou

desse um salário estaria melhorando a vida da sociedade. Esse seria um bom

começo, mas precisava complementar, Presidente Inocêncio. Precisava qualificar e

capacitar, mas isso o Partido dos Trabalhadores não fez.

[CD162] Vejo, hoje, o Líder do PT dizendo que o Brasil tem o menor índice de

desemprego. Mas se tem o menor índice de desemprego, por que aumenta tanto a

quantidade de bolsa família? O programa Bolsa Família é para o desempregado. Se

tivesse realmente menor índice de desemprego, estaria reduzindo a quantidade de

bolsa família e não aumentando cada vez mais.

O Governo faz uma maquiagem nesses números e engana os brasileiros. O

Brasil precisa crescer para todos. O brasileiro quer oportunidade, não quer esmola,

quer dignidade, quer ter a própria profissão, quer ganhar o dinheiro com seu suor e

não apenas com favor de governo, para que o governo seja beneficiado na urna com

o favor que fez.

Brasileiros e brasileiras, programa de governo é dinheiro público. Dinheiro

público é de todos, não é do partido A ou B. Por isso, com certeza absoluta, nesse

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novo momento que o Brasil precisa ter e esse momento perdido por que o Brasil

passou, devemos lembrar que, no Estado de Mato Grosso, nos investimentos que

estão sendo feitos pelo Governo Federal, em praticamente todos, 99%, o dinheiro é

financiado.

A arrecadação bate recorde, todo mês, todo ano, e não se sabe o que se faz

com esse recurso, não se sabe para aonde vai esse dinheiro. Não tem uma só

rodovia construída com recursos a fundo perdido, quando ela está na mão da

concessão. A nossa BR-163 será uma concessão e será melhorada com dinheiro

privado, com dinheiro arrecadado de pedágio. É um dinheiro novo no bolso dos

brasileiros, e não dinheiro que estará no caixa do Governo.

Por isso, peço ao Brasil para que preste mais atenção a esse momento e o

Governo enxergue o que está acontecendo, porque nós podemos mais, o Brasil

pode muito mais do que ter um governo que investe em Cuba, e não no próprio

Brasil.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO À MESA PARA PUBLICAÇÃO

A SRA. IRACEMA PORTELLA (Bloco/PP-PI. Pronunciamento encaminhado

pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o combate às drogas e, em

especial, ao crack tem sido uma das prioridades do meu mandato. Ao lado de vários

Parlamentares também engajados nessa causa, venho procurando participar, com

intensidade, das mais importantes discussões e ações direcionadas ao

enfrentamento de um dos nossos maiores problemas sociais e de saúde pública.

É certo que, nos últimos anos, já conseguimos avanços significativos nessa

luta. Recentemente, tivemos mais uma boa notícia, um alento para as famílias que

convivem, no seu dia a dia, com o drama da dependência química.

A Prefeitura de São Paulo colocou em prática uma política pública que tem

produzido bons resultados até agora. Trata-se do Programa De Braços Abertos, que

oferece ajuda aos dependentes químicos da região que ficou conhecida como

Cracolândia.

Segundo o Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o programa conseguiu

reduzir o consumo médio de crack entre os cadastrados em até 70% no primeiro

mês de sua vigência. De acordo com Haddad, o número médio de pedras de crack

consumidas por cada usuário passou de 10 a 15 para cerca de 5 ao dia, o que dá

uma média de 50% a 70% de diminuição no consumo.

O Programa De Braços Abertos conta atualmente com 386 beneficiários. Eles

estão fazendo cursos de capacitação e atuando em frentes de trabalho da

Prefeitura, onde ganham cerca de R$15,00 por dia.

A Secretária de Assistência Social, Luciana Temer, explicou à imprensa que

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89% dos participantes do projeto têm conseguido manter a frequência regular nas

frentes de trabalho e nos cursos de capacitação.

“Nós estamos monitorando, caso a caso, todos os cadastrados no programa.

Há pessoas que estão há 30 dias sem usar drogas e outros que tiveram pequenas

recaídas. Mas, na média, conseguimos reduzir no mínimo 50% da dependência, e é

uma grande vitória para a retomada da vida dessas pessoas”, disse à imprensa o

Prefeito Fernando Haddad ao fazer o balanço dos primeiros 30 dias da iniciativa.

“Às vezes, quando você fala em sucesso em um empreendimento, o sucesso

é 100%. Então, se tiver ali três pessoas ou dez consumindo, vai se enxergar a

operação como não bem-sucedida. Eu sou mais humilde diante do objeto. É um

objeto difícil, complexo de resolver. Se nós avançamos 70%, acho que tem espaço

para avançar mais”, declarou Haddad.

De acordo com o balanço da Prefeitura, nos 30 dias de operação do

Programa De Braços Abertos foram feitas mais de 3 mil abordagens pelos agentes

de saúde e 355 atendimentos médicos para o tratamento dos usuários de droga da

região. Ao todo, 149 pessoas iniciaram tratamento de saúde com médicos

especialistas para se livrarem da droga.

Apesar dos avanços, as recaídas são inevitáveis. Por isso, a Prefeitura de

São Paulo ampliará nos próximos dias o atendimento aos usuários e a oferta de

lazer e atividades na região, que terminavam por volta das 17 horas. Agora

funcionarão até 22 horas.

"Ao oferecer mais atividades, nosso objetivo é fazer com que a noite não

contamine o esforço que é feito durante o dia para ajudar essas pessoas”, explicou o

Prefeito Fernando Haddad.

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A ampliação do Programa De Braços Abertos também inclui a criação de 80

novas vagas para dependentes químicos na iniciativa da Prefeitura chamada de

Fábrica Verde, que possibilitará aos usuários a capacitação na criação de plantas e

cultivo de áreas verdes.

O Fábrica Verde funcionará fora da região central da cidade. “A intenção é

que eles rompam o vínculo com aquele território, não fiquem aprisionados naquele

quadrilátero onde são expostos às drogas. É uma maneira de facilitar a

emancipação dessas pessoas da sua condição atual”, anunciou Fernando Haddad.

Nos 30 dias de operação na Cracolândia, mais de 4 mil pedras de crack foram

apreendidas e 25 traficantes presos, com o trabalho conjunto da Polícia Militar, da

Polícia Civil e da Guarda Civil Metropolitana. "Quanto mais os agentes de saúde

aprofundam o trabalho, mais fácil fica para identificar quem está ali apenas como

vítima da droga e quem está ali explorando aquela situação e vendendo droga",

afirmou o Prefeito.

O Programa De Braços Abertos é, com certeza, uma importante iniciativa na

área do enfrentamento às drogas. Embora seja um projeto restrito à região da

Cracolândia e ainda recente, é possível perceber que suas ações coordenadas

indicam um caminho interessante para a recuperação dos dependentes químicos.

Para ser bem-sucedida, uma política pública nessa área deve

necessariamente lançar mão de várias ações em diversos campos. Não adianta

apenas tirar as pessoas das ruas se o Estado não for capaz de oferecer

perspectivas para que elas construam um novo projeto de vida.

Portanto, o enfrentamento às drogas precisa contar com ações na prevenção,

na recuperação dos usuários, no apoio às famílias, na reinserção social e no

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combate ao tráfico para diminuir cada vez mais a oferta. Só assim seremos capazes

de avançar nessa batalha.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigada.

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V[CD163][CD164] - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Nada mais havendo a tratar, vou

encerrar a sessão.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Encerro a sessão, lembrando que

foi convocada Sessão Não Deliberativa de Debates para hoje, quinta-feira, dia 27 de

fevereiro, às 14 horas.

Boa tarde ao povo brasileiro.

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(Encerra-se a sessão às 12 horas e 13 minutos.)