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XI CONFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: Garantia de Direitos no Fortalecimento do SUAS Denise Colin Julho de 2017

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XI CONFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL:Garantia de Direitos no Fortalecimento do SUAS

Denise ColinJulho de 2017

FUNÇÕES DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

PROTEÇÃO SOCIAL NÃO CONTRIBUTIVA

• acesso a bens materiais, culturais, políticos, econômicos, sociais e simbólicos, através da oferta de ações, serviços, programas, projetos e benefícios

• ofertas contínuas, uniformes e reivindicáveis, com um conjunto de aportes: equipamentos públicos, recursos humanos, financiamento regular, rede integrada de serviços e sistemas de informação e monitoramento

▶ DEFESA DE DIREITOS

• garantia de exercício dos direitos conquistados

luta por novos direitos

▶ VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL

• monitoramento das condições de vulnerabilidade e risco

• monitoramento dos resultados e impactos das ações desenvolvidas

PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL

Presença de distintos projetos de sociedade em disputa Pautados por óticas e objetivos antagônicos:

• matriz liberal/tradicional - minimização do Estado e dos direitos

• matriz democrática/emancipatória - maximização do acesso a bens, serviços e riquezas socialmente produzidas

Prevê alocação imperativa de valores sociais, transformados em direitos reclamáveis

Suporta atendimento concomitante aos interesses do capital e às demandas da classe trabalhadora

Envolve confronto de ideias e propostas, conflitos de interesses, pressões e contrapressões entre os diversos atores e segmentos que comparecem na arena de decisão e de formulação de políticas públicas

SITUAÇÕES ATENDIDAS PELA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Se constroem em determinado contexto social, histórico, econômico, cultural

Tem raízes históricas

São multideterminadas e complexas: falta de acesso às políticas públicas, direitos e condições dignas de

sobrevivência e cidadania;

condições relacionais (familiar e comunitária);

ciclos intergeracionais de reprodução (pobreza, violência);

história e organização dos territórios mais vulneráveis;

discriminações de etnia, raça, gênero, religião, opção sexual e pertencimento a grupos populacionais específicos

PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DO SUAS

Ação democrática, republicana e participativa que norteou a

implementação: ASSISTÊNCIA SOCIAL É POLÍTICA DE ESTADO E

DIREITO DE QUEM DELA NECESSITAR

Sistema unificado em todo Brasil, público, descentralizado e participativo;

Conferências Bianuais, com efetiva participação da sociedade, em especial dos usuários,

trabalhadores, representantes de entidades prestadoras de serviços e da gestão para

deliberação das diretrizes da política pública e controle social da execução;

discussão sistemática com as instâncias de deliberação (conselhos e conferências),

pactuação (CIT, CIBs), negociação (Mesas), mobilização (Fonseas, Congemas, Fóruns das

entidades, dos trabalhadores, dos usuários, Rede de Universidades);

reuniões ampliadas e encontros descentralizados do CNAS,CEAS, CMAS;

encontros estaduais, regionais e nacional do Congemas e do Fonseas;

reuniões dos Fóruns das entidades, dos trabalhadores, dos usuários;

coleta de propostas e sugestões advindas das consultas públicas e reuniões.

AVANÇOS NA GESTÃO DO SUAS- MARCO REGULATÓRIO -

Edição de marco regulatório, conferindo legalidade às estruturas e ações: PNAS/04; Lei nº 10.836/04 – cria o Bolsa Família; NOB-SUAS/05 e 2012; NOB-RH-SUAS/06; Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência de Renda/09; Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais/09; Lei nº 12.101/09 – CEBAS; Lei nº 12.435/11 – instituiu o SUAS na LOAS; Decretos Presidenciais; Portarias Ministeriais; Resoluções dos Conselhos e das Comissões Intergestores

Delimitação das atribuições próprias da área, caracterizando a especificidade da intervenção pública no trato das situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social

• Definição das responsabilidades exclusivas, comuns e compartilhadas dos entes federados, e de sua relação com a sociedade civil

AVANÇOS NA GESTÃO DO SUAS- MARCO REGULATÓRIO -

Profissionalização das ofertas, identificando as categorias profissionais de nível superior, médio e fundamental enquanto trabalhadores do SUAS

Garantia da prestação continuada de serviços e benefícios socioassistenciais no âmbito da PSB e da PSE (média e alta complexidade)

Cofinanciamento por meio de recursos públicos na modalidade de repasse regular e automático fundo a fundo

Instituição de instâncias e mecanismos de participação e controle social (conferências, conselhos, comissões intergestores, fóruns de trabalhadores, usuários e entidades, conselhos locais)

Tipificação Nacional

Proteção Social Básica:1. Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF);2. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;3. Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas.

Média Complexidade:1. Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI);2. Serviço Especializado em Abordagem Social;3. Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de LA e PSC 4. Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias;5. Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua.

Alta Complexidade:1.Serviços de Acolhimento: Institucional; República; Família Acolhedora.2. Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.

SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS

MODELO de FINANCIAMENTO do SUAS – a partir da NOB SUAS 2005

MODELO de FINANCIAMENTO do SUAS – a partir da NOB SUAS 2005

Benefícios Assistenciais Serviços

Programas e Apoio à Gestão

Diretamente aos

destinatários

Transferência Fundo a Fundo,

regular e automática,

com repasse continuado

Transferência Fundo a Fundo,

regular e automática

Projetos

Transferência Voluntária

(Convênios - SICONV)

AVANÇOS NA GESTÃO DO SUAS- CAMPO DA GESTÃO -

• Redução das condições de vulnerabilidade e risco da população atendida (índices de pobreza, trabalho infantil)

• Ampliação de pisos de referência correlacionados aos respectivos serviços socioassistenciais, acompanhados da autonomia dos gastos

• Instituição de cofinanciamento para aprimoramento da gestão (IGD/SUAS, IGD-BF)

• Elaboração de orientações técnicas para a execução dos serviços

• Construção da Política de Educação Permanente e implementação de programa de capacitação continuada - CAPACITASUAS

• Adoção de instrumentos informacionais e de registro (Censo SUAS, CADSUAS, CadÚnico, Relatório Mensal de Atendimento, Plano e Relatório de Gestão, Prontuário, etc)

• Implantação da vigilância socioassistencial com realização de diagnóstico, estudos, planejamento, monitoramento e avaliação

• Adoção de rede intersetorial para assegurar a proteção social e a garantia de direitos, em estreita interface com as políticas sociais (saúde, educação, trabalho, habitação, etc), de defesa de direitos e com o sistema de justiça

Gini e PIB per capita

Extrema Pobreza e Pobreza Brasil - 1992 a 2014

Fonte: IBGE/PNAD – Elaborado SAGI/MDS

Queda da Pobreza

Redução da extrema pobreza em todas as faixas etárias - especialmente entre crianças e adolescentes

Fonte: DISOC/IPEA. Elaborado a partir da PNAD/IBGE de 2011.

Fonte: IBGE/PNAD. Elaboração: SAGI/MDS

Pobreza crônica multidimensional por faixas etárias

Brasil, 2002 – 2014 (%)

Participação (%) dos gastos com BPC no total das despesas do MDS – 2006 a 2016 (estudo IPEA)

COFINANCIAMENTO FEDERAL para o SUAS

2003 – R$ 11,1 bilhões

2015 – R$ 73,2 bilhões

9,8% do orçamento da Seguridade Social - alcançou a meta do I Plano Decenal

AVANÇOS NA GESTÃO DO SUAS- CAMPO DAS PRESTAÇÕES -

Padronização das nomenclaturas dos serviços e das ações dando homogeneidade e equidade nas ofertas

Profissionalização da intervenção, com a implementação das equipes de referência e a definição dos trabalhadores do SUAS

Instituição das ofertas na rede pública estatal e nas entidades socioassistenciais e do cofinanciamento público continuado com larga ampliação de recursos para os serviços socioassistenciais da PSB e PSE, do BPC e do Programa Bolsa Família

Implantação e referenciamento do atendimento à equipamentos públicos (CRAS, CREAS, Centro POP, Centro- Dia, Unidades de Acolhimento, Residências Inclusivas)

Expansão da cobertura, do cofinanciamento e do reordenamento de serviços, programas e benefícios socioassistenciais (PAIF, PAEFI, SCFV, MSE meio aberto, Abordagem Social, Acolhimento, PETI, BPC, PBF)

Mudança de paradigma de atenções históricas à população de rua, pessoas com deficiência e idosos

Rede de Assistência Social 7.446 Centros de Referência da Assistência Social – CRAS, em

todos os municípios do Brasil

2.216 Centros de Referência Especializados de Assistência Social – CREAS, em todos os municípios acima de 20.000 hab

153 Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua - Centro POP, nos municípios acima de 50.000 hab e municípios de Região Metropolitana

1.205 equipes volantes

100 lanchas para equipes volantes (Norte e Centro-Oeste)

18,5 mil entidades e organizações de assistência social, inscritas nos Conselhos de Assistência Social e no Cadastro Nacional de Entidades de Assistência Social - CNEAS

Fonte: MDS.

Rede de Assistência Social

19.525 vagas em Serviços de Acolhimento para Pessoas em Situação de Rua

130.000 vagas em Serviços de Acolhimento (crianças/adolescentes, mulheres, idosos, adultos e famílias) em 89% dos municípios com mais de 50.000 hab

1,9 milhões de famílias (média nacional) anualmente acompanhadas, assistidas e apoiadas pelas equipes de referência dos serviços socioassistenciais (PAIF E PAEFI)

13,9 milhões de famílias beneficiárias do PBF (56,6% de aumento)

4,2 milhões de beneficiários do Benefício de Prestação Continuada – BPC para pessoas idosas e pessoas com deficiência (81% de aumento)

Aumento de 20% para 70% a inclusão e permanência na escola das crianças, adolescentes e jovens com deficiência beneficiários do BPC (Programa BPC Escola)

EIXOS DA CONFERÊNCIA

EIXO 1 - A proteção social não-contributiva e o princípio da equidade como paradigma para a gestão dos direitos socioassistenciais

EIXO 2: Gestão democrática e controle social: o lugar da sociedade civil no SUAS

EIXO 3: Acesso às seguranças socioassistenciais e a articulação entre serviços, benefícios e transferência de renda como garantias de direitos socioassistenciais

EIXO 4: A legislação como instrumento para uma gestão de compromissos e corresponsabilidades dos entes federativos para a garantia dos direitos socioassistenciais

PLANO DECENAL 2016-2026Planejamento estratégico para a área a curto, médio e longo prazo

• I Plano (2005-2015) correspondeu à estruturação e implementação do SUAS

• II Plano (2016-2026) visa tornar as provisões acessíveis, com qualidade e condizentes com as necessidades sociais dos diferentes públicos e territórios

• Tema: “Universalizar o SUAS, respeitada a diversidade da realidade brasileira, com garantia de unidade em seu processo de gestão, para consolidar a proteção socioassistencial na seguridade social”:

• considerar as especificidades do público atendido (povos e comunidades tradicionais, idosos, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, mulheres, LGBT, jovens, negros, diferentes arranjos familiares, etc) e do território (metrópoles, fronteiras, rural, comunidades tradicionais, etc);

• aperfeiçoar a gestão: das ofertas; orçamentária e financeira; do trabalho; da vigilância socioassistencial;

• promover a segurança de renda por meio dos benefícios eventuais, BPC e do PBF, ampliando a cobertura e o poder de compra dos beneficiários;

• fortalecer as instâncias de deliberação, pactuação, negociação e mobilização;

• articular as prestações com os níveis de proteção básica e especial, das demais políticas setoriais e de defesa de direitos, e do sistema de justiça

METAS para PSB e PSE• CRAS/PAIF em 100% dos municípios e cobertura de territórios vulneráveis;

• SCFV em 100% dos municípios;

• Equipes volantes em territórios de desproteção social;

• Regulação e cofinanciamento do serviço de atendimento no domicílio;

• Manutenção da concepção e da lógica de funcionamento do PBF e do BPC, com ampliação da cobertura e do poder aquisitivo dos beneficiários, integrado com o atendimento das políticas públicas;

• Vinculação dos benefícios (BPC) com o salário mínimo e realização das correções monetárias;

• Abordagem social em territórios de violação de direitos;

• Serviços regionais implantados conforme modalidades pactuadas na CIT (PAEFI, MSE em meio aberto, acolhimento);

• Estruturação de Centros-dia para idosos e pessoas com deficiência;

• Implementação do PETI nos municípios com incidência de trabalho infantil.

METAS para GESTÃO do SUAS

• consolidação do CadÚnico;

• institucionalização do vínculo SUAS;

• fortalecimento das Conferências e dos Conselhos;

• ampliação do programa de educação permanente e da Rede de Universidades – RENAP;

• aprimoramento do apoio técnico aos entes federados;

• instituição de protocolos e fluxos com os órgãos do Sistema de Justiça;

• definição de parâmetros de cofinanciamento dos entes federados, considerando o custo dos serviços.

RISCOS DO CENÁRIO ATUAL• Alterações legislativas e retrocessos dos preceitos constitucionais

de participação, controle social, e primazia da responsabilidade estatal

• Desconsideração das funções do Estado brasileiro:

• Projeto de Lei Complementar - PLP nº 257/16 - estabeleceu Plano de Auxílio da União aos Estados e DF, com medidas de estímulo ao reequilíbrio fiscal e alterou a Lei de Responsabilidade Fiscal

• Proposta de Emenda Constitucional - PEC nº 241/16 e PEC nº 55/16 - restringiu gastos da União e órgãos federais com autonomia administrativa e financeira do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social, com vigência por 20 anos

• Reforma Trabalhista: retirou direitos da classe trabalhadora e flexibilizou as relações de trabalho

• Reforma Previdenciária: altera os critérios para acesso aos benefícios previdenciários para os trabalhadores da iniciativa privada e do poder público (idade, tempo contribuição, valor benefício, tipo benefício)

EFEITOS DA PEC nº 241/16 e PEC nº 55/16 artigo de Bresser Pereira

O objetivo das Emendas não é o ajuste fiscal, que é necessário, mas a redução do tamanho do Estado, que nada tem de necessária

Ao contrário do que afirmam os economistas liberais, a carga tributária brasileira não tem crescido e não há uma crise fiscal estrutural: apenas uma crise fiscal conjuntural e mundial

Desde 2006 a carga tributária gira em torno de 33% do PIB. Seu grande crescimento ocorreu no período de 1996 (26,1%) a 2002 (32,2%)

Paradoxo:

retirada de direitos (sociais e políticos) x predomínio dos interesses da elite e das entidades de classe patronais

necessidade de realimentação da economia capitalista e da reativação do mercado para produção e consumo x financeirização da economia, concentração de renda e redução da empregabilidade

 

RISCOS DO CENÁRIO ATUAL PARA O SUAS

• Redução e atraso das transferências financeiras obrigatórias e voluntárias, o que acirra as desigualdades sociais e regionais, e ameaça a consolidação das políticas públicas

• Ausência de efetivação do financiamento compartilhado entre os entes federados, de acordo com o custo dos serviços prestados

• Instituição e cofinanciamento de Programas paralelos à lógica do SUAS (ex: Criança Feliz) com forte pressão política para adesão

• Corte dos beneficiários do PBF e BPC por meio da alteração dos critérios de acesso e permanência

• Estabelecimento de parcerias com entidades da sociedade civil fora do vínculo SUAS e do controle social pelo CMAS

• Substituição da primazia da responsabilidade do Estado pela da sociedade civil

• Descontinuidade do processo de consolidação do SUAS enquanto Sistema de Proteção Social Não Contributivo

IMPACTOS NO SUASnota n. 27/2016 - IPEA

O Novo Regime Fiscal e suas Implicações à Política de Assistência Social no Brasil (Andrea B. de Paiva, Ana Cleusa S. Mesquita, Luciana Jaccoud e Luana Passos)

▶Projeções negativas de recursos: ao PBF e BPC, aos serviços da PSB e PSE e aos Programas de Segurança Alimentar (aquisição de alimentos, cisternas e inclusão produtiva)

▶Percentual do PIB:

▶ 2015 = 1,26%

▶ 2036 = 0,7%

▶Perdas no cofinanciamento: redução de mais de 50% dos recursos necessários para manter a oferta de serviços nos padrões atuais

▶ Até 2036 = R$ 868 bilhões

▶Divergência das análises:

▶ projeções do estudo do Ipea levam em consideração um crescimento econômico acima de 3% entre 2019 e 2028 e acima de 2% entre 2029 e 2036; inflação média de 3,5% ao ano entre 2020 e 2036

▶ Economistas do governo e do setor privado afirmam a necessidade de maior controle dos gastos do governo para que a economia volte a crescer. O diagnóstico é que o descontrole fiscal rompeu a confiança de investidores ao indicar que o país ruma para a insolvência (pagamento da dívida externa e interna).

IMPACTOS NO SUAS

Redução das atuais estruturas existentes para oferta dos serviços

10.000 equipamentos públicos (CRAS, CREAS, CENTRO POP)

18.000 Entidades de Assistência Social

Diminuição dos atendimentos prestados:

2 milhões famílias/pessoas/ano – serviços socioassistenciais

13,9 milhões famílias PBF

4,2 milhões pessoas com deficiência ou idosos – BPC

Restrição do investimento financeiro:

Ano 1: R$ 85,9 para R$ 79 bilhões no FNAS (- 8%)

Aumento da desigualdade social e das taxas de pobreza

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DESAFIOS DO SUAS FRENTE AO CENÁRIO ATUAL

• Necessidade de aprimoramento do diagnóstico e do planejamento, considerando as expressões da desigualdade e as múltiplas realidades territoriais (locais e regionais) para reordenamento das ofertas (serviços/benefícios)

• Respeito às deliberações do CNAS e pactuações da CIT, com ampla discussão com sociedade e segmentos (usuários, trabalhadores, entidades, gestores), em face das medidas recentemente adotadas de implantação e/ou alteração de serviços, programas e benefícios de forma unilateral ou sob intensa pressão

• Prevalência da atuação da rede prestadora de serviços socioassistenciais (órgãos governamentais e entidades de assistência social com vínculo SUAS), e aplicação do marco regulatório da sociedade civil, em detrimento do processo de refilantropização e de terceirização das ofertas

• Universalização da cobertura dos serviços socioassistenciais, acompanhada da atuação em rede e da articulação intersetorial e interinstitucional

DESAFIOS DO SUAS FRENTE AO CENÁRIO ATUAL

• Qualificação das ofertas, por meio da aplicação de metodologias inovadoras que respeitem os diferentes arranjos familiares, e as diversidades e peculiaridades dos públicos a serem atendidos

• Ampliação das equipes e preservação das condições éticas e técnicas de atuação dos trabalhadores do SUAS

• Adoção da Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais em oposição à concepção da assistência social como subsidiária das ações de outras políticas setoriais, culminando na focalização de uma “política pobre para pobres”

• Atendimento das famílias em situação de vulnerabilidade e violação de direitos de acordo com as provisões e aquisições dos serviços socioassistenciais tipificados, em contraposição às propostas higienistas e fiscalizatórias

DESAFIOS DO SUAS FRENTE AO CENÁRIO ATUAL

• Aperfeiçoamento da concessão e do monitoramento do BPC, mantendo as garantias constitucionais como a vinculação ao Salário Mínimo e idade mínima, diante do Decreto nº 8.805, de 07/07/16 - promove alterações no processo de concessão e revisão do BPC

• Manutenção da concepção das condicionalidades do PBF no SUAS - garantia de acesso aos serviços, programas e projetos socioassitenciais

• Permanência da atribuição do atendimento das creches e pré-escolas na área de educação conforme LDB

• Assimilação de estrutura organizacional que contemple as atribuições da política de assistência social (PSB, PSE, Vigilância, Vínculo SUAS, benefícios e transferência de renda)

• Gestão do CADÚnico pelos municípios com cofinanciamento federal e assessoramento estadual como forma de monitoramento das vulnerabilidade e não de fiscalização e exclusão das famílias

• Aperfeiçoamento do CapacitaSUAS, com fortalecimento da Rede de Instituições de Ensino Superior e Escolas de Governo, e ampliação dos cursos e do número de capacitandos

DESAFIOS DO SUAS FRENTE AO CENÁRIO ATUAL

• Necessária abertura para adoção de novas institucionalidades, que correspondam às diversas dimensões e escalas territoriais, na perspectiva de superar as desigualdades e de potencializar o acesso e a redistribuição da riqueza socialmente produzida

• Fortalecimento da cooperação interfederativa na produção, provisão e financiamento das políticas e serviços públicos, de modo a atender às demandas e especificidades das diferentes localidades e públicos

• Efetiva participação e possibilidade de pronunciamento dos sujeitos políticos históricos e do conjunto de representantes da sociedade civil que exigem a preservação e a ampliação dos direitos sociais e, consequentemente, das política públicas alinhadas nas dimensões econômicas, sociais, culturais e ambientalmente sustentáveis

• Retomada dos princípios que sustentam o SUAS na lógica do Sistema de Proteção Social Não Contributivo no Brasil

SUGESTÕES para DELIBERAÇÕES DA CONFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Constituição de Frentes de Defesa da Seguridade Social Estadual e Municipal com ampla participação da sociedade (academia, entidades, sindicatos, movimentos sociais, trabalhadores, usuários, etc)

Implantação de Observatórios e similares para acompanhamento das políticas públicas e das reuniões do CNAS, CEAS, CMAS, CIT, CIB

Pressão popular para cumprimento das previsões da CF/88 como forma de recompor os recursos públicos x reformas:

realização de auditoria da dívida pública

taxação das grandes fortunas

cobrança das dívidas com o INSS

revisão das concessões tributárias

destinação de percentual orçamentário para as políticas de educação e saúde

supressão da DRU

manutenção do BPC

SUGESTÕES para DELIBERAÇÕES DA CONFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Análise da aplicação dos Eixos da Conferência de 2017:

Eixo 1: A proteção social não-contributiva e o princípio da equidade como paradigma para a gestão dos direitos socioassistenciais

primazia da responsabilidade do Estado no atendimento das situações de vulnerabilidade e risco por violação de direitos

garantia de atenção a quem necessitar

gratuidade e padrão de qualidade equânime no atendimento

cobertura em todo território nacional

respeito às especificidades locais e regionais

cofinanciamento municipal, estadual e federal

SUGESTÕES para DELIBERAÇÕES DA CONFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Análise da aplicação dos Eixos da Conferência de 2017:

Eixo 2: Gestão democrática e controle social: o lugar da sociedade civil no SUAS

como são as reuniões do Conselho

paridade na composição

atendimento das deliberações do conselho e das conferências

acesso às informações

existência de outros espaços de participação (conselhos locais; pré-conferências, etc)

incentivo e viabilidade de participação dos usuários

SUGESTÕES para DELIBERAÇÕES DA CONFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Análise da aplicação dos Eixos da Conferência de 2017:

Eixo 3: Acesso às seguranças socioassistenciais e a articulação entre serviços, benefícios e transferência de renda como garantias de direitos socioassistenciais

análise dos serviços prestados conforme normas estabelecidas: equipamentos públicos e das entidades, qualidade do atendimento, equipe de trabalhadores de referência, atividades desenvolvidas

comparativo de cumprimento das Metas do Plano Decenal 2016-2016

acompanhamento dos beneficiários do BPC e do PBF

implementação dos serviços regionais da PSE

SUGESTÕES para DELIBERAÇÕES DA CONFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Análise da aplicação dos Eixos da Conferência de 2017:

Eixo 4: A legislação como instrumento para uma gestão de compromissos e corresponsabilidades dos entes federativos para a garantia dos direitos socioassistenciais

cumprimento das pactuações realizadas na CIT e na CIB

regulamentação do SUAS no município: conselho, fundo, estrutura do órgão gestor, equipamentos públicos, benefícios e serviços

previsão e execução de orçamento próprio no FMAS conforme deliberação do CMAS e necessidade dos serviços

regulamentação pelo CMAS e nível de acesso aos benefícios eventuais

PENSAMENTOS

“De nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática”

(Karl Marx)

“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”

(Rosa de Luxemburgo)