denise colin julho de 2017 · compartilhadas dos entes federados, e de sua relação com a...
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XI CONFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL:Garantia de Direitos no Fortalecimento do SUAS
Denise ColinJulho de 2017
FUNÇÕES DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
PROTEÇÃO SOCIAL NÃO CONTRIBUTIVA
• acesso a bens materiais, culturais, políticos, econômicos, sociais e simbólicos, através da oferta de ações, serviços, programas, projetos e benefícios
• ofertas contínuas, uniformes e reivindicáveis, com um conjunto de aportes: equipamentos públicos, recursos humanos, financiamento regular, rede integrada de serviços e sistemas de informação e monitoramento
▶ DEFESA DE DIREITOS
• garantia de exercício dos direitos conquistados
luta por novos direitos
▶ VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL
• monitoramento das condições de vulnerabilidade e risco
• monitoramento dos resultados e impactos das ações desenvolvidas
PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL
Presença de distintos projetos de sociedade em disputa Pautados por óticas e objetivos antagônicos:
• matriz liberal/tradicional - minimização do Estado e dos direitos
• matriz democrática/emancipatória - maximização do acesso a bens, serviços e riquezas socialmente produzidas
Prevê alocação imperativa de valores sociais, transformados em direitos reclamáveis
Suporta atendimento concomitante aos interesses do capital e às demandas da classe trabalhadora
Envolve confronto de ideias e propostas, conflitos de interesses, pressões e contrapressões entre os diversos atores e segmentos que comparecem na arena de decisão e de formulação de políticas públicas
SITUAÇÕES ATENDIDAS PELA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Se constroem em determinado contexto social, histórico, econômico, cultural
Tem raízes históricas
São multideterminadas e complexas: falta de acesso às políticas públicas, direitos e condições dignas de
sobrevivência e cidadania;
condições relacionais (familiar e comunitária);
ciclos intergeracionais de reprodução (pobreza, violência);
história e organização dos territórios mais vulneráveis;
discriminações de etnia, raça, gênero, religião, opção sexual e pertencimento a grupos populacionais específicos
PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DO SUAS
Ação democrática, republicana e participativa que norteou a
implementação: ASSISTÊNCIA SOCIAL É POLÍTICA DE ESTADO E
DIREITO DE QUEM DELA NECESSITAR
Sistema unificado em todo Brasil, público, descentralizado e participativo;
Conferências Bianuais, com efetiva participação da sociedade, em especial dos usuários,
trabalhadores, representantes de entidades prestadoras de serviços e da gestão para
deliberação das diretrizes da política pública e controle social da execução;
discussão sistemática com as instâncias de deliberação (conselhos e conferências),
pactuação (CIT, CIBs), negociação (Mesas), mobilização (Fonseas, Congemas, Fóruns das
entidades, dos trabalhadores, dos usuários, Rede de Universidades);
reuniões ampliadas e encontros descentralizados do CNAS,CEAS, CMAS;
encontros estaduais, regionais e nacional do Congemas e do Fonseas;
reuniões dos Fóruns das entidades, dos trabalhadores, dos usuários;
coleta de propostas e sugestões advindas das consultas públicas e reuniões.
AVANÇOS NA GESTÃO DO SUAS- MARCO REGULATÓRIO -
Edição de marco regulatório, conferindo legalidade às estruturas e ações: PNAS/04; Lei nº 10.836/04 – cria o Bolsa Família; NOB-SUAS/05 e 2012; NOB-RH-SUAS/06; Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência de Renda/09; Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais/09; Lei nº 12.101/09 – CEBAS; Lei nº 12.435/11 – instituiu o SUAS na LOAS; Decretos Presidenciais; Portarias Ministeriais; Resoluções dos Conselhos e das Comissões Intergestores
Delimitação das atribuições próprias da área, caracterizando a especificidade da intervenção pública no trato das situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social
• Definição das responsabilidades exclusivas, comuns e compartilhadas dos entes federados, e de sua relação com a sociedade civil
AVANÇOS NA GESTÃO DO SUAS- MARCO REGULATÓRIO -
Profissionalização das ofertas, identificando as categorias profissionais de nível superior, médio e fundamental enquanto trabalhadores do SUAS
Garantia da prestação continuada de serviços e benefícios socioassistenciais no âmbito da PSB e da PSE (média e alta complexidade)
Cofinanciamento por meio de recursos públicos na modalidade de repasse regular e automático fundo a fundo
Instituição de instâncias e mecanismos de participação e controle social (conferências, conselhos, comissões intergestores, fóruns de trabalhadores, usuários e entidades, conselhos locais)
Tipificação Nacional
Proteção Social Básica:1. Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF);2. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;3. Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas.
Média Complexidade:1. Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI);2. Serviço Especializado em Abordagem Social;3. Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de LA e PSC 4. Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias;5. Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua.
Alta Complexidade:1.Serviços de Acolhimento: Institucional; República; Família Acolhedora.2. Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.
SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS
MODELO de FINANCIAMENTO do SUAS – a partir da NOB SUAS 2005
MODELO de FINANCIAMENTO do SUAS – a partir da NOB SUAS 2005
Benefícios Assistenciais Serviços
Programas e Apoio à Gestão
Diretamente aos
destinatários
Transferência Fundo a Fundo,
regular e automática,
com repasse continuado
Transferência Fundo a Fundo,
regular e automática
Projetos
Transferência Voluntária
(Convênios - SICONV)
AVANÇOS NA GESTÃO DO SUAS- CAMPO DA GESTÃO -
• Redução das condições de vulnerabilidade e risco da população atendida (índices de pobreza, trabalho infantil)
• Ampliação de pisos de referência correlacionados aos respectivos serviços socioassistenciais, acompanhados da autonomia dos gastos
• Instituição de cofinanciamento para aprimoramento da gestão (IGD/SUAS, IGD-BF)
• Elaboração de orientações técnicas para a execução dos serviços
• Construção da Política de Educação Permanente e implementação de programa de capacitação continuada - CAPACITASUAS
• Adoção de instrumentos informacionais e de registro (Censo SUAS, CADSUAS, CadÚnico, Relatório Mensal de Atendimento, Plano e Relatório de Gestão, Prontuário, etc)
• Implantação da vigilância socioassistencial com realização de diagnóstico, estudos, planejamento, monitoramento e avaliação
• Adoção de rede intersetorial para assegurar a proteção social e a garantia de direitos, em estreita interface com as políticas sociais (saúde, educação, trabalho, habitação, etc), de defesa de direitos e com o sistema de justiça
Redução da extrema pobreza em todas as faixas etárias - especialmente entre crianças e adolescentes
Fonte: DISOC/IPEA. Elaborado a partir da PNAD/IBGE de 2011.
Fonte: IBGE/PNAD. Elaboração: SAGI/MDS
Pobreza crônica multidimensional por faixas etárias
Brasil, 2002 – 2014 (%)
COFINANCIAMENTO FEDERAL para o SUAS
2003 – R$ 11,1 bilhões
2015 – R$ 73,2 bilhões
9,8% do orçamento da Seguridade Social - alcançou a meta do I Plano Decenal
AVANÇOS NA GESTÃO DO SUAS- CAMPO DAS PRESTAÇÕES -
Padronização das nomenclaturas dos serviços e das ações dando homogeneidade e equidade nas ofertas
Profissionalização da intervenção, com a implementação das equipes de referência e a definição dos trabalhadores do SUAS
Instituição das ofertas na rede pública estatal e nas entidades socioassistenciais e do cofinanciamento público continuado com larga ampliação de recursos para os serviços socioassistenciais da PSB e PSE, do BPC e do Programa Bolsa Família
Implantação e referenciamento do atendimento à equipamentos públicos (CRAS, CREAS, Centro POP, Centro- Dia, Unidades de Acolhimento, Residências Inclusivas)
Expansão da cobertura, do cofinanciamento e do reordenamento de serviços, programas e benefícios socioassistenciais (PAIF, PAEFI, SCFV, MSE meio aberto, Abordagem Social, Acolhimento, PETI, BPC, PBF)
Mudança de paradigma de atenções históricas à população de rua, pessoas com deficiência e idosos
Rede de Assistência Social 7.446 Centros de Referência da Assistência Social – CRAS, em
todos os municípios do Brasil
2.216 Centros de Referência Especializados de Assistência Social – CREAS, em todos os municípios acima de 20.000 hab
153 Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua - Centro POP, nos municípios acima de 50.000 hab e municípios de Região Metropolitana
1.205 equipes volantes
100 lanchas para equipes volantes (Norte e Centro-Oeste)
18,5 mil entidades e organizações de assistência social, inscritas nos Conselhos de Assistência Social e no Cadastro Nacional de Entidades de Assistência Social - CNEAS
Fonte: MDS.
Rede de Assistência Social
19.525 vagas em Serviços de Acolhimento para Pessoas em Situação de Rua
130.000 vagas em Serviços de Acolhimento (crianças/adolescentes, mulheres, idosos, adultos e famílias) em 89% dos municípios com mais de 50.000 hab
1,9 milhões de famílias (média nacional) anualmente acompanhadas, assistidas e apoiadas pelas equipes de referência dos serviços socioassistenciais (PAIF E PAEFI)
13,9 milhões de famílias beneficiárias do PBF (56,6% de aumento)
4,2 milhões de beneficiários do Benefício de Prestação Continuada – BPC para pessoas idosas e pessoas com deficiência (81% de aumento)
Aumento de 20% para 70% a inclusão e permanência na escola das crianças, adolescentes e jovens com deficiência beneficiários do BPC (Programa BPC Escola)
EIXOS DA CONFERÊNCIA
EIXO 1 - A proteção social não-contributiva e o princípio da equidade como paradigma para a gestão dos direitos socioassistenciais
EIXO 2: Gestão democrática e controle social: o lugar da sociedade civil no SUAS
EIXO 3: Acesso às seguranças socioassistenciais e a articulação entre serviços, benefícios e transferência de renda como garantias de direitos socioassistenciais
EIXO 4: A legislação como instrumento para uma gestão de compromissos e corresponsabilidades dos entes federativos para a garantia dos direitos socioassistenciais
PLANO DECENAL 2016-2026Planejamento estratégico para a área a curto, médio e longo prazo
• I Plano (2005-2015) correspondeu à estruturação e implementação do SUAS
• II Plano (2016-2026) visa tornar as provisões acessíveis, com qualidade e condizentes com as necessidades sociais dos diferentes públicos e territórios
• Tema: “Universalizar o SUAS, respeitada a diversidade da realidade brasileira, com garantia de unidade em seu processo de gestão, para consolidar a proteção socioassistencial na seguridade social”:
• considerar as especificidades do público atendido (povos e comunidades tradicionais, idosos, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, mulheres, LGBT, jovens, negros, diferentes arranjos familiares, etc) e do território (metrópoles, fronteiras, rural, comunidades tradicionais, etc);
• aperfeiçoar a gestão: das ofertas; orçamentária e financeira; do trabalho; da vigilância socioassistencial;
• promover a segurança de renda por meio dos benefícios eventuais, BPC e do PBF, ampliando a cobertura e o poder de compra dos beneficiários;
• fortalecer as instâncias de deliberação, pactuação, negociação e mobilização;
• articular as prestações com os níveis de proteção básica e especial, das demais políticas setoriais e de defesa de direitos, e do sistema de justiça
METAS para PSB e PSE• CRAS/PAIF em 100% dos municípios e cobertura de territórios vulneráveis;
• SCFV em 100% dos municípios;
• Equipes volantes em territórios de desproteção social;
• Regulação e cofinanciamento do serviço de atendimento no domicílio;
• Manutenção da concepção e da lógica de funcionamento do PBF e do BPC, com ampliação da cobertura e do poder aquisitivo dos beneficiários, integrado com o atendimento das políticas públicas;
• Vinculação dos benefícios (BPC) com o salário mínimo e realização das correções monetárias;
• Abordagem social em territórios de violação de direitos;
• Serviços regionais implantados conforme modalidades pactuadas na CIT (PAEFI, MSE em meio aberto, acolhimento);
• Estruturação de Centros-dia para idosos e pessoas com deficiência;
• Implementação do PETI nos municípios com incidência de trabalho infantil.
METAS para GESTÃO do SUAS
• consolidação do CadÚnico;
• institucionalização do vínculo SUAS;
• fortalecimento das Conferências e dos Conselhos;
• ampliação do programa de educação permanente e da Rede de Universidades – RENAP;
• aprimoramento do apoio técnico aos entes federados;
• instituição de protocolos e fluxos com os órgãos do Sistema de Justiça;
• definição de parâmetros de cofinanciamento dos entes federados, considerando o custo dos serviços.
RISCOS DO CENÁRIO ATUAL• Alterações legislativas e retrocessos dos preceitos constitucionais
de participação, controle social, e primazia da responsabilidade estatal
• Desconsideração das funções do Estado brasileiro:
• Projeto de Lei Complementar - PLP nº 257/16 - estabeleceu Plano de Auxílio da União aos Estados e DF, com medidas de estímulo ao reequilíbrio fiscal e alterou a Lei de Responsabilidade Fiscal
• Proposta de Emenda Constitucional - PEC nº 241/16 e PEC nº 55/16 - restringiu gastos da União e órgãos federais com autonomia administrativa e financeira do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social, com vigência por 20 anos
• Reforma Trabalhista: retirou direitos da classe trabalhadora e flexibilizou as relações de trabalho
• Reforma Previdenciária: altera os critérios para acesso aos benefícios previdenciários para os trabalhadores da iniciativa privada e do poder público (idade, tempo contribuição, valor benefício, tipo benefício)
EFEITOS DA PEC nº 241/16 e PEC nº 55/16 artigo de Bresser Pereira
O objetivo das Emendas não é o ajuste fiscal, que é necessário, mas a redução do tamanho do Estado, que nada tem de necessária
Ao contrário do que afirmam os economistas liberais, a carga tributária brasileira não tem crescido e não há uma crise fiscal estrutural: apenas uma crise fiscal conjuntural e mundial
Desde 2006 a carga tributária gira em torno de 33% do PIB. Seu grande crescimento ocorreu no período de 1996 (26,1%) a 2002 (32,2%)
Paradoxo:
retirada de direitos (sociais e políticos) x predomínio dos interesses da elite e das entidades de classe patronais
necessidade de realimentação da economia capitalista e da reativação do mercado para produção e consumo x financeirização da economia, concentração de renda e redução da empregabilidade
RISCOS DO CENÁRIO ATUAL PARA O SUAS
• Redução e atraso das transferências financeiras obrigatórias e voluntárias, o que acirra as desigualdades sociais e regionais, e ameaça a consolidação das políticas públicas
• Ausência de efetivação do financiamento compartilhado entre os entes federados, de acordo com o custo dos serviços prestados
• Instituição e cofinanciamento de Programas paralelos à lógica do SUAS (ex: Criança Feliz) com forte pressão política para adesão
• Corte dos beneficiários do PBF e BPC por meio da alteração dos critérios de acesso e permanência
• Estabelecimento de parcerias com entidades da sociedade civil fora do vínculo SUAS e do controle social pelo CMAS
• Substituição da primazia da responsabilidade do Estado pela da sociedade civil
• Descontinuidade do processo de consolidação do SUAS enquanto Sistema de Proteção Social Não Contributivo
IMPACTOS NO SUASnota n. 27/2016 - IPEA
O Novo Regime Fiscal e suas Implicações à Política de Assistência Social no Brasil (Andrea B. de Paiva, Ana Cleusa S. Mesquita, Luciana Jaccoud e Luana Passos)
▶Projeções negativas de recursos: ao PBF e BPC, aos serviços da PSB e PSE e aos Programas de Segurança Alimentar (aquisição de alimentos, cisternas e inclusão produtiva)
▶Percentual do PIB:
▶ 2015 = 1,26%
▶ 2036 = 0,7%
▶Perdas no cofinanciamento: redução de mais de 50% dos recursos necessários para manter a oferta de serviços nos padrões atuais
▶ Até 2036 = R$ 868 bilhões
▶Divergência das análises:
▶ projeções do estudo do Ipea levam em consideração um crescimento econômico acima de 3% entre 2019 e 2028 e acima de 2% entre 2029 e 2036; inflação média de 3,5% ao ano entre 2020 e 2036
▶ Economistas do governo e do setor privado afirmam a necessidade de maior controle dos gastos do governo para que a economia volte a crescer. O diagnóstico é que o descontrole fiscal rompeu a confiança de investidores ao indicar que o país ruma para a insolvência (pagamento da dívida externa e interna).
IMPACTOS NO SUAS
Redução das atuais estruturas existentes para oferta dos serviços
10.000 equipamentos públicos (CRAS, CREAS, CENTRO POP)
18.000 Entidades de Assistência Social
Diminuição dos atendimentos prestados:
2 milhões famílias/pessoas/ano – serviços socioassistenciais
13,9 milhões famílias PBF
4,2 milhões pessoas com deficiência ou idosos – BPC
Restrição do investimento financeiro:
Ano 1: R$ 85,9 para R$ 79 bilhões no FNAS (- 8%)
Aumento da desigualdade social e das taxas de pobreza
DESAFIOS DO SUAS FRENTE AO CENÁRIO ATUAL
• Necessidade de aprimoramento do diagnóstico e do planejamento, considerando as expressões da desigualdade e as múltiplas realidades territoriais (locais e regionais) para reordenamento das ofertas (serviços/benefícios)
• Respeito às deliberações do CNAS e pactuações da CIT, com ampla discussão com sociedade e segmentos (usuários, trabalhadores, entidades, gestores), em face das medidas recentemente adotadas de implantação e/ou alteração de serviços, programas e benefícios de forma unilateral ou sob intensa pressão
• Prevalência da atuação da rede prestadora de serviços socioassistenciais (órgãos governamentais e entidades de assistência social com vínculo SUAS), e aplicação do marco regulatório da sociedade civil, em detrimento do processo de refilantropização e de terceirização das ofertas
• Universalização da cobertura dos serviços socioassistenciais, acompanhada da atuação em rede e da articulação intersetorial e interinstitucional
DESAFIOS DO SUAS FRENTE AO CENÁRIO ATUAL
• Qualificação das ofertas, por meio da aplicação de metodologias inovadoras que respeitem os diferentes arranjos familiares, e as diversidades e peculiaridades dos públicos a serem atendidos
• Ampliação das equipes e preservação das condições éticas e técnicas de atuação dos trabalhadores do SUAS
• Adoção da Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais em oposição à concepção da assistência social como subsidiária das ações de outras políticas setoriais, culminando na focalização de uma “política pobre para pobres”
• Atendimento das famílias em situação de vulnerabilidade e violação de direitos de acordo com as provisões e aquisições dos serviços socioassistenciais tipificados, em contraposição às propostas higienistas e fiscalizatórias
DESAFIOS DO SUAS FRENTE AO CENÁRIO ATUAL
• Aperfeiçoamento da concessão e do monitoramento do BPC, mantendo as garantias constitucionais como a vinculação ao Salário Mínimo e idade mínima, diante do Decreto nº 8.805, de 07/07/16 - promove alterações no processo de concessão e revisão do BPC
• Manutenção da concepção das condicionalidades do PBF no SUAS - garantia de acesso aos serviços, programas e projetos socioassitenciais
• Permanência da atribuição do atendimento das creches e pré-escolas na área de educação conforme LDB
• Assimilação de estrutura organizacional que contemple as atribuições da política de assistência social (PSB, PSE, Vigilância, Vínculo SUAS, benefícios e transferência de renda)
• Gestão do CADÚnico pelos municípios com cofinanciamento federal e assessoramento estadual como forma de monitoramento das vulnerabilidade e não de fiscalização e exclusão das famílias
• Aperfeiçoamento do CapacitaSUAS, com fortalecimento da Rede de Instituições de Ensino Superior e Escolas de Governo, e ampliação dos cursos e do número de capacitandos
DESAFIOS DO SUAS FRENTE AO CENÁRIO ATUAL
• Necessária abertura para adoção de novas institucionalidades, que correspondam às diversas dimensões e escalas territoriais, na perspectiva de superar as desigualdades e de potencializar o acesso e a redistribuição da riqueza socialmente produzida
• Fortalecimento da cooperação interfederativa na produção, provisão e financiamento das políticas e serviços públicos, de modo a atender às demandas e especificidades das diferentes localidades e públicos
• Efetiva participação e possibilidade de pronunciamento dos sujeitos políticos históricos e do conjunto de representantes da sociedade civil que exigem a preservação e a ampliação dos direitos sociais e, consequentemente, das política públicas alinhadas nas dimensões econômicas, sociais, culturais e ambientalmente sustentáveis
• Retomada dos princípios que sustentam o SUAS na lógica do Sistema de Proteção Social Não Contributivo no Brasil
SUGESTÕES para DELIBERAÇÕES DA CONFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Constituição de Frentes de Defesa da Seguridade Social Estadual e Municipal com ampla participação da sociedade (academia, entidades, sindicatos, movimentos sociais, trabalhadores, usuários, etc)
Implantação de Observatórios e similares para acompanhamento das políticas públicas e das reuniões do CNAS, CEAS, CMAS, CIT, CIB
Pressão popular para cumprimento das previsões da CF/88 como forma de recompor os recursos públicos x reformas:
realização de auditoria da dívida pública
taxação das grandes fortunas
cobrança das dívidas com o INSS
revisão das concessões tributárias
destinação de percentual orçamentário para as políticas de educação e saúde
supressão da DRU
manutenção do BPC
SUGESTÕES para DELIBERAÇÕES DA CONFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Análise da aplicação dos Eixos da Conferência de 2017:
Eixo 1: A proteção social não-contributiva e o princípio da equidade como paradigma para a gestão dos direitos socioassistenciais
primazia da responsabilidade do Estado no atendimento das situações de vulnerabilidade e risco por violação de direitos
garantia de atenção a quem necessitar
gratuidade e padrão de qualidade equânime no atendimento
cobertura em todo território nacional
respeito às especificidades locais e regionais
cofinanciamento municipal, estadual e federal
SUGESTÕES para DELIBERAÇÕES DA CONFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Análise da aplicação dos Eixos da Conferência de 2017:
Eixo 2: Gestão democrática e controle social: o lugar da sociedade civil no SUAS
como são as reuniões do Conselho
paridade na composição
atendimento das deliberações do conselho e das conferências
acesso às informações
existência de outros espaços de participação (conselhos locais; pré-conferências, etc)
incentivo e viabilidade de participação dos usuários
SUGESTÕES para DELIBERAÇÕES DA CONFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Análise da aplicação dos Eixos da Conferência de 2017:
Eixo 3: Acesso às seguranças socioassistenciais e a articulação entre serviços, benefícios e transferência de renda como garantias de direitos socioassistenciais
análise dos serviços prestados conforme normas estabelecidas: equipamentos públicos e das entidades, qualidade do atendimento, equipe de trabalhadores de referência, atividades desenvolvidas
comparativo de cumprimento das Metas do Plano Decenal 2016-2016
acompanhamento dos beneficiários do BPC e do PBF
implementação dos serviços regionais da PSE
SUGESTÕES para DELIBERAÇÕES DA CONFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Análise da aplicação dos Eixos da Conferência de 2017:
Eixo 4: A legislação como instrumento para uma gestão de compromissos e corresponsabilidades dos entes federativos para a garantia dos direitos socioassistenciais
cumprimento das pactuações realizadas na CIT e na CIB
regulamentação do SUAS no município: conselho, fundo, estrutura do órgão gestor, equipamentos públicos, benefícios e serviços
previsão e execução de orçamento próprio no FMAS conforme deliberação do CMAS e necessidade dos serviços
regulamentação pelo CMAS e nível de acesso aos benefícios eventuais