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Denis Borges Barbosa Academia de Propriedade Intelectual e Inovação (INPI) Programas de Políticas Pública do Instituto de Economia da UFRJ

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Denis Borges BarbosaAcademia de Propriedade Intelectual e Inovação (INPI)

Programas de Políticas Pública do Instituto de Economia da UFRJ

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Bibliografia

• PESSERL, A. ; BERNARDES, M. B. Transformação criativa na Sociedade da Informação. In: III Mostra de Iniciação Científica da Associação Nacional de Pós Graduação, 2010, Rio de Janeiro. XXII Congresso Nacional de Pós Graduandos, 2010, http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/transformacao_criativa_na_sociedade_de_informacao.pdf

• PESSERL, Alexandre. Arte ilegal? Os tribunais e a cultura do sample. P. 415. In Anais do II Congresso de direito de autor e interesse público. Fundação Boiteux: Florianópolis, 2008.Florianópolis, 2008.

• CASTRO ROSA, Jorge Roberto de, A GERAÇÃO DE PRODUTOS CULTURAIS E A DINÂMICA DAS RELAÇÕES NA INDÚSTRIA FONOGRÁFICA, Dissertação para Conclusão do Curso de Mestrado Profissional em Inovação e Propriedade Intelectual, ministrado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI, orientado por Denis Borges Barbosa.(2012)

• GEIGER, Christophe, Promovendo criatividade através das limitações de Direitos Autorais: reflexões acerca do conceito de exclusividade na lei de direitos autorais, Vanderbilt Journal of Entertainment and Technology Law [Vol. 12:3:515, pág. 515/548]. Tradução: Amanda Celli Cascaes, revisão: Karin Grau-Kuntz. Revista Eletronica do IBPI, próximo número.

• SCHWABACH, Aaron, Reclaiming Copyright From the Outside In: What the Downfall Hitler Meme Means for Transformative Works, Fair Use, and Parody (April 15, 2012). Buffalo Intellectual Property Law Journal, 2012; Thomas Jefferson School of Law Research Paper No. 2040538. Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=2040538

Campbell's

Soup (1968). Andy Warhol.

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Bibliografia

• PESSERL, A. ; BERNARDES, M. B. Transformação criativa na Sociedade da Informação. In: III Mostra de Iniciação Científica da Associação Nacional de Pós Graduação, 2010, Rio de Janeiro. XXII Congresso Nacional de Pós Graduandos, 2010, http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/transformacao_criativa_na_sociedade_de_informacao.pdf

• PESSERL, Alexandre. Arte ilegal? Os tribunais e a cultura do sample. P. 415. In Anais do II Congresso de direito de autor e interesse público. Fundação Boiteux: Florianópolis, 2008.415. In Anais do II Congresso de direito de autor e interesse público. Fundação Boiteux: Florianópolis, 2008.

• CASTRO ROSA, Jorge Roberto de, A GERAÇÃO DE PRODUTOS CULTURAIS E A DINÂMICA DAS RELAÇÕES NA INDÚSTRIA FONOGRÁFICA, Dissertação para Conclusão do Curso de Mestrado Profissional em Inovação e Propriedade Intelectual, ministrado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI, orientado por Denis Borges Barbosa.(2012)

• SCHWABACH, Aaron, Reclaiming Copyright From the Outside In: What the Downfall Hitler Meme Means for Transformative Works, Fair Use, and Parody (April 15, 2012). Buffalo Intellectual Property Law Journal, 2012; Thomas Jefferson School of Law Research Paper No. 2040538. Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=2040538

Campbell's

Soup (1968). Andy Warhol.

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Bibliografia

• CHON, Margaret, The Romantic Collective Author (2012). Vanderbilt Journal of Entertainment and Technology Law, Vol. 14 (2012); Seattle University School of Law Research Paper No. 12-28. Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=2076959.

• BARBOSA, D.B., The Demise of Geniality, WIPO Journal, 2012, 4 W.I.P.O.J, Issue 1• BARBOSA, D.B., The Demise of Geniality, WIPO Journal, 2012, 4 W.I.P.O.J, Issue 1• BARBOSA,D.B., Direito Autoral, Lumen Juris, 2013. • SANTOS, Manoel J.P., A questão da autoria e da originalidade em direito de autor,

manuscrito. • MURRAY, Michael D., What is Transformative? An Explanatory Synthesis of the Convergence

of Transformation and Predominant Purpose in Copyright Fair Use Law (June 20, 2012). Chicago-Kent Journal of Intellectual Property Law, Forthcoming; Valparaiso University Legal Studies Research Paper No. 12-09. Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=2088164

• GORMAN,Eric D., Appropriate Testing And Resolution: How To Determine Whether Appropriation Art Is Transformative “fair Use” Or Merely An Unauthorized Derivative?, ST. Mary’s Law Journal, Vol. 43:289, encontrado emhttp://www.jdsupra.com/legalnews/appropriate-testing-and-resolution-how-46567/

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Bibliografia

• CHON, Margaret, The Romantic Collective Author (2012). Vanderbilt Journal of Entertainment and Technology Law, Vol. 14 (2012); Seattle University School of Law Research Paper No. 12-28. Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=2076959.

• BARBOSA, D.B., The Demise of Geniality, WIPO Journal, 2012, 4 W.I.P.O.J, Issue 1. [Um uso• BARBOSA, D.B., The Demise of Geniality, WIPO Journal, 2012, 4 W.I.P.O.J, Issue 1. [Um usotransformativo do texto de Maggie Chon]

• BARBOSA,D.B., Direito Autoral, Lumen Juris, 2013. • SANTOS, Manoel J.P., A questão da autoria e da originalidade em direito de autor,

manuscrito. • MURRAY, Michael D., What is Transformative? An Explanatory Synthesis of the Convergence

of Transformation and Predominant Purpose in Copyright Fair Use Law (June 20, 2012). Chicago-Kent Journal of Intellectual Property Law, Forthcoming; Valparaiso University Legal Studies Research Paper No. 12-09. Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=2088164

• GORMAN,Eric D., Appropriate Testing And Resolution: How To Determine Whether Appropriation Art Is Transformative “fair Use” Or Merely An Unauthorized Derivative?, ST. Mary’s Law Journal, Vol. 43:289, encontrado emhttp://www.jdsupra.com/legalnews/appropriate-testing-and-resolution-how-46567/

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“O uso livre comporta tanto a fruição – de um leitor ou espectador – quanto a transformação criativa; neste caso, pode haver a apropriação dessa, deixando a matéria-prima transformada em completa liberdade para outras transformações e fruições”, Denis Borges Barbosa, Domínio Púbico e Patrimônio Cultural, in Luiz Gonzaga Silva Adolfo e Marcos Wachowicz, Direito da Propriedade Intelectual, Curitiba, Juruá, 2006, p. 125.

A PROPRIEDADE INTELECTUAL SE VOLTA A PROPRIEDADE INTELECTUAL SE VOLTA (CONTRA)(CONTRA) (PARA) (PARA) A CRIAÇÃO E A CRIAÇÃO E INOVAÇÃOINOVAÇÃO

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ABRÃO, Eliane Y. Direitos de autor e Direitos Conexos. São Paulo: Brasil, 2002, p.142 – “Se a finalidade do direito autoral é a de devolver à coletividade o uso e gozo da obra, não se admite seja esse uso obstado pelo Estado, se não quanto à primeira forma de publicação da obra. Sob pena de grave cerceamento à liberdade de expressão, as transformações da obra originais respeitados o devido crédito, não podem ser consideradas violações à integridade dela”. [Falando do direito moral no domínio público]

A PROPRIEDADE INTELECTUAL SE VOLTA A PROPRIEDADE INTELECTUAL SE VOLTA (CONTRA)(CONTRA) (PARA) (PARA) A CRIAÇÃO E A CRIAÇÃO E INOVAÇÃOINOVAÇÃO

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A Propriedade Intelectual se volta para a A Propriedade Intelectual se volta para a criação e inovaçãocriação e inovação

•• Tribunal Constitucional alemão, Tribunal Constitucional alemão, acórdão no caso “acórdão no caso “KlinikKlinik--VersuchVersuch” ” ((BVerfGBVerfG, 1 , 1 BvRBvR 1864/95, de 10.5.2000)1864/95, de 10.5.2000)

•• Até onde se tem conhecimento não se Até onde se tem conhecimento não se discute na jurisprudência ou na discute na jurisprudência ou na literatura que o “privilégio de pesquisa” literatura que o “privilégio de pesquisa” ((VersuchsprivilegVersuchsprivileg) previsto no ) previsto no §§ 11 11 NrNr. . 2 da Lei de Patentes (2 da Lei de Patentes (PatGPatG) é, em ) é, em conformidade com essas estipulações, conformidade com essas estipulações, 2 da Lei de Patentes (2 da Lei de Patentes (PatGPatG) é, em ) é, em conformidade com essas estipulações, conformidade com essas estipulações, uma parte necessária do conteúdo uma parte necessária do conteúdo constitucional do Direito de Patente. constitucional do Direito de Patente.

•• A pesquisa e desenvolvimento da A pesquisa e desenvolvimento da ciência e da técnica só são possíveis ciência e da técnica só são possíveis por meio de experiências que, por sua por meio de experiências que, por sua vez, são construídas a partir de novos vez, são construídas a partir de novos resultados de pesquisas. Não há o que resultados de pesquisas. Não há o que criticar frente a Constituição quando o criticar frente a Constituição quando o legislador permite que legislador permite que os interesses do os interesses do titular da patente recuem frente a esses titular da patente recuem frente a esses interessesinteresses. (...). (...)””

German constitutional court

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A Propriedade Intelectual se volta para a A Propriedade Intelectual se volta para a criação e inovaçãocriação e inovação

•• DecisãoDecisão dodo TribunalTribunalConstitucionalConstitucional alemãoalemão nono casocaso“Germania“Germania 33 -- ”” (BVerfG,(BVerfG, 11 BvRBvR825825//9898 vomvom 2929..66..20002000))

•• O interesse do titular do direito O interesse do titular do direito de autor, de não ver sua obra de autor, de não ver sua obra explorada sem a sua autorização explorada sem a sua autorização explorada sem a sua autorização explorada sem a sua autorização para fins comerciais de para fins comerciais de terceiros, é confrontado com o terceiros, é confrontado com o interesse protegidos pela interesse protegidos pela liberdade artística de outros liberdade artística de outros artistas, sem que com isso, e por artistas, sem que com isso, e por meio de um diálogo artístico e meio de um diálogo artístico e processo criativo em relação a processo criativo em relação a obras já existentesobras já existentes, possa surgir , possa surgir o risco de violações de natureza o risco de violações de natureza financeira ou de conteúdo.financeira ou de conteúdo.

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A Propriedade Intelectual se volta para a A Propriedade Intelectual se volta para a criação e inovaçãocriação e inovação

•• DecisãoDecisão dodo TribunalTribunal ConstitucionalConstitucionalalemãoalemão nono casocaso “Germania“Germania 33 -- ””(BVerfG,(BVerfG, 11 BvRBvR 825825//9898 vomvom 2929..66..20002000))

•• Quando, como no caso em questão Quando, como no caso em questão ocorre, partindoocorre, partindo--se da consideração da se da consideração da liberdade de expansão artística liberdade de expansão artística liberdade de expansão artística liberdade de expansão artística [[künstlerischenkünstlerischen EntfaltungsfreiheitEntfaltungsfreiheit], ], uma pequena intervenção nos direitos uma pequena intervenção nos direitos de autor que não comporta em si um de autor que não comporta em si um risco de desvantagem econômica risco de desvantagem econômica perceptível (por exemplo redução de perceptível (por exemplo redução de vendas) então os interesses de vendas) então os interesses de exploração do titular do direito de exploração do titular do direito de autor devem ceder frente aos autor devem ceder frente aos interesses de aproveitamento (da obra) interesses de aproveitamento (da obra) para possibilitar a discussão artística.”para possibilitar a discussão artística.”KünstlerischenKünstlerischen

EntfaltungsfreiheitEntfaltungsfreiheit

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A Propriedade Intelectual se volta para a A Propriedade Intelectual se volta para a criação e inovaçãocriação e inovação

• Decisão da Suprema Corte dos EstadosUnidos,

• The more transformative the new work,the less will be the significance of otherfactors, like commercialism, that mayfactors, like commercialism, that mayweigh against a finding of fair use. Theheart of any parodist's claim to quotefrom existing material is the use ofsome elements of a prior author'scomposition to create a new one that,at least in part, comments on thatauthor's work. But that tells courts littleabout where to draw the line. Thus, likeother uses, parody has to work its waythrough the relevant factors.

Campbell v. Acuff-Rose Music (92-1292), 510 U.S. 569 (1994).

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A Propriedade Intelectual se volta para a A Propriedade Intelectual se volta para a criação e inovaçãocriação e inovação

• The central purpose of this investigation is to see,in Justice Story's words, whether the newworkmerely "supersede[s] the objects" of theoriginal creation, Folsom v. Marsh, supra, at 348;accord, Harper & Row,supra, at 562 ("supplanting"the original), or instead adds something new, with athe original), or instead adds something new, with afurther purpose or different character, altering thefirst with new expression, meaning, or message; itasks, in other words, whether and to what extentthe new work is "transformative."

• Although such transformative use is not absolutelynecessary for a finding of fair use, Sony, supra, at455, n. 40, the goal of copyright, to promotescience and the arts, is generally furthered bythe creation of transformative works.

Campbell v. Acuff-Rose Music (92-1292), 510 U.S. 569 (1994).

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O desafio do sec. XXI O desafio do sec. XXI

Reconstruir a propriedade intelectual de forma que não se torne embarreira à criação e à inovação.

liberdade de expansão artísticaliberdade de expansão artística

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DERIVAÇÃO COMO NECESSIDADE CULTURAL

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DERIVAÇÃO COMO NECESSIDADE CULTURAL

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DERIVAÇÃO COMO NECESSIDADE CULTURAL

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Πύραμος καὶ Θίσϐη / Púramos kaì

Thísbê)• 'Pyramus et Thisbe, iuvenum pulcherrimus

alter, altera, quas Oriens habuit, praelatapuellis, contiguas tenuere domos, ubidicitur altam coctilibus muris cinxisseSemiramis urbem. notitiam primosquegradus vicinia fecit, tempore crevit amor; taedae quoque iure coissent, sed vetueretaedae quoque iure coissent, sed vetuerepatres: quod non potuere vetare, exaequo captis ardebant mentibus ambo. conscius omnis abest; nutu signisqueloquuntur, quoque magis tegitur, tectusmagis aestuat ignis. fissus erat tenui rima, quam duxerat olim, cum fieret, pariesdomui communis utrique. id vitium nulliper saecula longa notatum quid non sentitamor?

Ovidius, Metamorphoses 4,55-166 (cf.[1

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La sfortunata morte di dui infelicissimi amanti che l'uno di veleno e l'altro di dolore morirono, con varii

accidenti.

• NOVELLA IX

• Furono giá al tempo dei signori de la Scala due famiglie in Verona tra l'altre di nobiltá e ricchezze molto famose, cioè i Montecchi e i Capelletti morirono cosí di Montecchi e Capelletti come di seguaci che a quelli s'accostarono; il che di piú in piú i lor odii accrebbe. Era alora signor di Verona lor odii accrebbe. Era alora signor di Verona Bartolomeo Scala, il quale assai s'affaticò per pacificar queste due schiatte, ma non ci fu ordine giá mai, tanto era l'odio abbarbicato nei petti loro.

• Tuttavia gli ridusse a tale che se non vi pose pace, ne levò almeno le continove mischie che tra loro assai sovente con morte d'uomini si facevano; di maniera che se si scontravano, i giovani davano luogo ai piú vecchi de la contraria fazione. Matteo Bandello

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Histoire troisieme de deux

Amants, don’t l’un mourut de

venin, l’autre de tristesse

PIERRE BOAISTUAU

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Arthur Brooke

• Love hath inflaméd twain by sudden sight,And both do grant the thing that both desireThey wed in shrift by counsel of a friar.Young Romeus climbs fair Juliet's bower by

night.Three months he doth enjoy his chief delight.

By Tybalt's rage provokéd unto ire,By Tybalt's rage provokéd unto ire,He payeth death to Tybalt for his hire.A banished man he 'scapes by secret flight.

New marriage is offered to his wife.She drinks a drink that seems to reave her

breath:They bury her that sleeping yet hath life.

Her husband hears the tidings of her death.He drinks his bane. And she with Romeus'

knife,When she awakes, herself, alas! she slay'th.

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Shakespeare

• Juliet:

• O Romeo, Romeo! wherefore art thou Romeo?Deny thy father and refuse thy name;Or, if thou wilt not, be but sworn my love,And I'll no longer be a Capulet.

• Romeo:

• [Aside] Shall I hear more, or shall I speak at this?[Aside] Shall I hear more, or shall I speak at this?

• Juliet:

• 'Tis but thy name that is my enemy;Thou art thyself, though not a Montague.What's Montague? it is nor hand, nor foot,Nor arm, nor face, nor any other partBelonging to a man. O, be some other name!What's in a name? that which we call a roseBy any other name would smell as sweet;So Romeo would, were he not Romeo call'd,Retain that dear perfection which he owesWithout that title. Romeo, doff thy name,And for that name which is no part of theeTake all myself.

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Shakespeare

• Juliet:

• O Romeo, Romeo! wherefore art thou Romeo?Deny thy father and refuse thy name;Or, if thou wilt not, be but sworn my love,And I'll no longer be a Capulet.

• Romeo:

• [Aside] Shall I hear more, or shall I speak at this?[Aside] Shall I hear more, or shall I speak at this?

• Juliet:

• 'Tis but thy name that is my enemy;Thou art thyself, though not a Montague.What's Montague? it is nor hand, nor foot,Nor arm, nor face, nor any other partBelonging to a man. O, be some other name!What's in a name? that which we call a roseBy any other name would smell as sweet;So Romeo would, were he not Romeo call'd,Retain that dear perfection which he owesWithout that title. Romeo, doff thy name,And for that name which is no part of theeTake all myself.

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Shakespeare

•• The Elizabethan TimesThe Elizabethan TimesThe Elizabethan TimesThe Elizabethan Times• MasterMasterMasterMaster WilliamWilliamWilliamWilliam Shakespeare,Shakespeare,Shakespeare,Shakespeare, thethethethe fledglingfledglingfledglingfledgling

playwright,playwright,playwright,playwright, waswaswaswas arrestedarrestedarrestedarrested yesterdayyesterdayyesterdayyesterday throughthroughthroughthrough aaaawarrantwarrantwarrantwarrant issuedissuedissuedissued bybybyby requestrequestrequestrequest ofofofof thethethethe heirsheirsheirsheirs ofofofof aaaacertaincertaincertaincertain MatteoMatteoMatteoMatteo Bandello,Bandello,Bandello,Bandello, anananan ItalianItalianItalianItalian authorauthorauthorauthor....TheTheTheThe courtcourtcourtcourt alsoalsoalsoalso impoundedimpoundedimpoundedimpounded MasterMasterMasterMaster ShakespeareShakespeareShakespeareShakespearenewnewnewnew play,play,play,play, namednamednamednamed RowmellRowmellRowmellRowmell andandandand JuiliettJuiliettJuiliettJuiliett,,,,orderingorderingorderingordering thatthatthatthat suchsuchsuchsuch workworkworkwork wouldwouldwouldwould nevernevernevernever moremoremoremore bebebebepublished,published,published,published, playedplayedplayedplayed orororor eveneveneveneven knownknownknownknown ofofofof inininin thethethetheGlobeGlobeGlobeGlobe orororor inininin thethethethe globeglobeglobeglobe....

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A posteridade

The imperial PravdaO advogado Piotr Ilitch Tchaikovsky foimandado ontem para a Sibéria, depoisde ser fechada a sua Abertura Romeue Julieta por infração autoral

Law & OrderLaw & OrderLaw & OrderLaw & Order

“Maestro” Leonard Bernstein, who isdoing time in Sing Sing for piratingMatteo Badello’s estate with hisRomeo and Juliet version......

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A posteridade

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A posteridade

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Glittering with stolen goods

• “The public wants a good read, a good show, and the fact that a book or a play may be the work of many hands—as, in truth, most art and entertainment are - is of no entertainment are - is of no consequence to it.

• The harm is not to the reader but to those writers whose work does not glitter with stolen gold.”

http://www.denisbarbosa.addr.com/arquivos/200/outros_autores/on_plagiarism.doc

POSNER, Richard, A.. On Plagiarism

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A TÉCNICA DE DERIVAÇÃO

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A técnica de derivação

• “Transformação criativa” é o processo pelo qual é gerada uma nova forma de expressão, que incorpora elementos substanciais de uma obra preexistente, mas que constitui uma obra nova original. Portanto, a transformação implica uma nova criação baseada em outra.

• Com isso, distingue-se desde logo a transformação das simples modificações ou melhoramentos.

• Em tese, este conceito de transformação criativa enquadra-se na definição de obra derivada, conforme

• Em tese, este conceito de transformação criativa enquadra-se na definição de obra derivada, conforme contida no Art. 5°, VIII, “g” da Lei de Direitos Autorais:

– “[obra] derivada - a que, constituindo criação intelectual nova, resulta da transformação de obra originária”.

• Portanto, poder-se-ia de início dizer que a “obra transformativa” (“transformative work”) é uma “obra derivada

Manoel J. Pereira dos Santos

“A transformação é, pois, a criação de uma obra original, mas que parte da essência criadora de uma obra preexistente. Neste sentido, se pode dizer que a obra derivada incorpora a obra preexistente”. Oliveira Ascensão, Direito Autoral, p. 177.

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A técnica de derivação

• LDA Art. 5º.: (,,,) VIII - obra:

• f) originária - a criação primígena;

• g) derivada - a que, • g) derivada - a que, constituindo criação intelectual nova, resulta da transformação de obra originária;

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A técnica de derivação

• LDA Art. 5º.: (,,,) VIII - obra:

• f) originária - a criação primígena;

• g) derivada - a que, • g) derivada - a que, constituindo criação intelectual nova, resulta da transformação de obra originária;

Παντοκράτωρ

A noção absoluta de obra originária: ...no princípio era o caos

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A técnica de derivação

• Primígena• “o direito do inventor não é rigorosamente uma

propriedade ou é uma propriedade sui generis. O invento e antes uma combinação do que verdadeiramente criação.

• • Versa sobre elementos preexistentes, que fazem desse repositório de idéias e conhecimentos que o tempo e o progresso das fazem desse repositório de idéias e conhecimentos que o tempo e o progresso das nações têm acumulado e que não são suscetíveis de serem apropriados com o uso exclusivo por quem quer que seja, constituindo antes um patrimônio comum, de que todos se podem utilizar [1].”

• • [1] João Barbalho, Comentários à Constituição Federal Brasileira, Rio, 1902, p. 331-332, 2ª coluna, in fine e p. seguintes

João Barbalho

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A técnica de derivação

• Primígena• O modo de combinar nisto os

interesses do autor e da comunhão, do publico, as nações cultas tem feito consistir no reconhecimento e garantia do direito daquele por um certo tempo do direito daquele por um certo tempo limitado, entrando a obra findo esse prazo no domínio social, comum á todos.

• • [1] João Barbalho, Comentários à Constituição Federal Brasileira, Rio, 1902, p. 331-332, 2ª coluna, in fine e p. seguintes

João Barbalho

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A técnica de derivação

• Primígena• O modo de combinar nisto os

interesses do autor e da comunhão, do publico, as nações cultas tem feito consistir no reconhecimento e garantia do direito daquele por um certo tempo do direito daquele por um certo tempo limitado, entrando a obra findo esse prazo no domínio social, comum á todos.

• • [1] João Barbalho, Comentários à Constituição Federal Brasileira, Rio, 1902, p. 331-332, 2ª coluna, in fine e p. seguintes

João Barbalho

A noção relativa de obra primígena não é a que inaugura, mas a que sofre transformação

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A técnica de derivação

• Lydia Loren vê na questão o ponto de maior tensão de interesses no campo autoral:

• “However, because any work inevitably builds on previous works, some to a greater extent than others, providing too large a monopoly will providing too large a monopoly will actually hinder the development of new works by limiting future creators use of earlier works. Herein lies thefundamental tension in copyright law.”

• . Redefining the Market Failure Approach to Fair Use in an Era of Copyright Permission Systems. Journal of Intellectual Property Law, v. 5, n° 1, Fall, 1997.

A noção relativa de obra primígena não é a que inaugura, mas a que sofre transformação

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A novidade necessária

• ...... constituindo criação intelectual nova

• Com efeito, quando o Legislador brasileiro se refere à “criação nova”, o que se exige é que a obra posterior exige é que a obra posterior seja distinta da obra preexistente, ou seja, que ela tenha sua individualidade e que não constitua mera reprodução da anterior

– SANTOS, Manoel J. Pereira dos. A questão da autoria e da originalidade em direito de autor, manuscrito.

Art Rogers Photograph (1980) Jeff KoonsString of Puppies (1988) Wood painted sculpture

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A novidade necessária

• ...... constituindo criação intelectual nova

• Com efeito, quando o Legislador brasileiro se refere à “criação nova”, o que se exige é que a obra posterior exige é que a obra posterior seja distinta da obra preexistente, ou seja, que ela tenha sua individualidade e que não constitua mera reprodução da anterior

– SANTOS, Manoel J. Pereira dos. A questão da autoria e da originalidade em direito de autor, manuscrito.

Art Rogers Photograph (1980) Jeff KoonsString of Puppies (1988) Wood painted sculpture

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A Novidade necessária

• ...... constituindo criação intelectual nova

• Para ocorrência de qualquer contrafação, inclusive aquela que se denomina de literária, há pressupostos indispensáveis. O 1º deles é o pressupostos indispensáveis. O 1º deles é o atendimento ao princípio da anterioridade ou da chamada preexistência do escrito caracterizador da obra quanto a que se pretende a clonagem.."

• TJMG, AC 2.0000.00.392118-8/000, Quinta Câmara Civil do Tribunal de

Alçada do Estado de Minas Gerais, Des. Francisco Kupidlowski, 26/06/2003.

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O Cânone da contribuição mínima

• Mas, para que haja autonomia e proteção à individualidade, além de novidade tem de haver originalidade.

• “Transformação criativa” é o processo pelo qual é gerada uma nova forma de expressão, que incorpora elementos substanciais de uma obra preexistente, mas que constitui uma obra nova original.

• Portanto, a transformação implica uma nova criação baseada em outra. Com isso, distingue-se desde logo a transformação das simples modificações ou melhoramentos. das simples modificações ou melhoramentos.

• Em tese, este conceito de transformação criativa enquadra-se na definição de obra derivada, conforme contida no Art. 5°, VIII, “g” da Lei de Direitos Autorais: “[obra] derivada - a que, constituindo criação intelectual nova, resulta da transformação de obra originária”. Portanto, poder-se-ia de início dizer que a “obra transformativa” (“transformativework”) é uma “obra derivada”.

• SANTOS, Manoel J.P., op. Cit.

Obra derivada = Obra primígena + elemento novo + elemento original

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O Cânone da contribuição mínima

• “Já a individualidade ou personalidade tem sido critério de caracterização substituído (passando a integrar o elemento da criatividade), nos últimos tempos, pela idéia de “espaço em branco em que ocorresse uma criação”, de modo que “o que resultasse de condicionamentos técnicos não seria uma obra”. Em síntese, tem-se, como “fundamento de atribuição do Direito do Autor”:

1. “um novo elemento, 1. “um novo elemento,

2. que não constava do quadro de referências objetivas da comunidade,

3. não se apresentava como óbvio

4. nem se reduz a uma aplicação unívoca de critérios preestabelecidos,

• foi introduzido por um ato criativo” (José de Oliveira ASCENSÃO). (...)

• No caso concreto, é evidente que o objeto preponderou sobre a pessoalidade da autora, não estando corporificada “obra intelectual protegida”.

• TRF5, AC 410209 CE (2000.81.00.000828-6), Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, JFC Francisco Cavalcanti, 08 de novembro de 2007.

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O Cânone da contribuição mínima

• “"Mais, insista-se na noção comum de que a originalidade da obra encerre um requisito básico à proteção legal, pela sua característica distintiva e, por isso, afinal, criativa, um contributo criativo à afinal, criativa, um contributo criativo à sociedadsociedade (José de Oliveira Ascensão. Direito Autoral. 2ª ed. Renovar. p. 3 e 62; Carlos Alberto Autoral. 2ª ed. Renovar. p. 3 e 62; Carlos Alberto Bittar. Direito de Autor. cit. p. 23). E como tal não se há de conceber a ideia de concertos de música clássica ao ar livre e associado a um propósito integrativo do meio-ambiente. São notórios os tantos eventos com estas características, realizados no Brasil e no exterior"

• TJSP, AC 0168568-24.2010.8.26.0100, 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo,Des. Claudio Godoy,7 de agosto de 2012.

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O Cânone da contribuição mínima

• “"2. O contributo mínimo, que consiste no mínimo grau criativo necessário para que uma obra seja protegida por direito de autor , tem também status de norma constitucional, devido sua qualidade de elemento presente no cerne do balanceamento - entre o exclusivo autoral e o acesso à cultura - justificador do direito do autor. Além disso, o contributo mínimo decorre de normas fundamentalmente constitucionais, tendo em vista a fundamentalidade das normas constitucionais que tratam do direito do autor e do direito de acesso à cultura. (...) cultura. (...)

• A doutrina acima apontada foi conferida face ter sido mencionada quando da leitura da obra denominada "O Contributo Mínimo na Propriedade Intelectual: Atividade Inventiva, Originalidade, Distinguibilidade e Margem Mínima", especificamente na parte "Contributo Mínimo em Direito do Autor: o mínimo grau criativo necessário para que uma obra seja protegida; contornos e tratamento jurídico no direito internacional e no direito brasileiro", cujo excelente trabalho é da autoria de CAROLINA TINOCO RAMOS, entre outros: DENIS BORGES BARBOSA e RODRIGO SOUTO MAIOR.

• Ensina CAROLINA TINOCO RAMOS que contributo mínimo é: o mínimo grau criativo necessário para que uma obra seja protegida por direito de autor. (ob. cit. P.281). TJRS, AC 70045823044, Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado,Des. Luís Augusto Coelho Braga, 08 de novembro de 2012

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A autorização necessária

• Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer por quaisquer modalidades, tais como:

• III - a adaptação, o arranjo musical e quaisquer outras transformações;

E a liberdade E a liberdade de expansão artística de expansão artística ? ?

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O ANTROPOFAGISMO

Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago. (Oswald de Andrade)

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O antropofagismo

• Fenômeno frequente na produção intelectual, a “intertextualidade” tem sido definida como o “diálogo de textos”, ou seja, um recurso criativo caracterizado pela absorção e transformação de conteúdos preexistentes, com referência implícita ou explícita a “textos” de outros autores, ainda que de gênero diverso, porquanto ocorre tanto na literatura quanto nas artes.

• Isto porque os indivíduos interagem com o patrimônio cultural • Isto porque os indivíduos interagem com o patrimônio cultural existente, seja no processo de geração de expressões culturais coletivas, seja no processo criativo individual. A intertextualidade é, portanto, uma dinâmica natural da atividade criativa.

•• [Nota do original] Segundo NIMMER, Melville B.; NIMMER,

David. “In a broad sense, almost all works are derivative works in that in some degree they are derived from pre-existing work”.Nimmer on Copyright, v.. I, § 3.01.

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O antropofagismo

• Esta “reutilização” de material anterior pode se dar por uma das seguintes modalidades:

• (a) pela paráfrase, em que o conteúdo é replicado, mas o texto é modificado com o acréscimo de comentários ou novas idéias;

• (b) pela citação, em que um texto curto é reproduzido para fins de estudo, crítica ou polêmica, incluindo a epígrafe, que é um título ou frase curta servindo de tema para um trabalho;

• (c) pela paródia, em que a obra preexistente é imitada, incluindo o • (c) pela paródia, em que a obra preexistente é imitada, incluindo o pastiche, quando a imitação servil de outra obra é feita como recurso criativo; e

• (d) pelas adaptações, arranjos e outras transformações em que a obra originária é transposta para outro gênero ou versão ou é recriada.

• Alguns entendem que a tradução insere-se no campo da intertextualidade por exigir a recriação de texto. A este rol poder-se-ia incluir a inspiração ou reminiscência, em que elementos mais gerais, e não a forma de expressão são reaproveitados.

• [Nota do original] Vide DUVAL, Hermano. Violações dos Direitos Autorais. Rio de Janeiro: Borsoi, 1968, p. 66-77.

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O antropofagismo

• "Num processo muito conhecido pelos economistas da propriedade intelectual e pelos constitucionalistas, o criador sempre consome elementos da criação de autores precedentes, muitas vezes, mas não sempre, já em domínio público.

• Tal reaproveitamento - como transformação criativa -caracteriza longo período da história, pelo menos até a

Antropofagia. Absorção do caracteriza longo período da história, pelo menos até a

consolidação dos direitos de exclusiva. • No contexto de uma produção expressiva para o mercado

de consumo de massa, como maximização de mercado e compressão do conteúdo inovador das obras, esse reaproveitamento de material prévio toma a forma de cópia de segmentos narrativos, de desenho de personagem, de situações já testadas perante o público.

BARBOSA, Denis Borges, Prefácio, in BARBOSA, D.B. (Org.); SCHMITH, Lélio Denicoli; FEKETE, Elisabeth Kasznar; PROVEDEL, Letícia; RODRIGUES, Marissol Gómez. Reivindicando a Criação Usurpada (A Adjudicação dos Interesses relativos à Propriedade Industrial no Direito Brasileiro. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.

Absorção do inimigo sacro. Para transformá-lo em totem. A humana aventura. A terrena finalidade. (OA)

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O antropofagismo

• Mas essa figura de direito é particularmente importante para descrever ou conceituar a mudança introduzida por um originador sobre material intelectual preexistente, como ocorre no aperfeiçoamento das invenções, derivação das obras autorais ou de software, ou dos cultivares.

• Em cada um desses casos, aplica-se o princípio que a modificação constitui propriedade do modificador,

• Em cada um desses casos, aplica-se o princípio que a modificação constitui propriedade do modificador, sendo que no caso das leis autorais se exige para que tal se dê a autorização do titular da obra originária.

• Assim, é particularmente relevante na geração de bens incorpóreos relativos a criações intelectuais este reprocessamento de material alheio."

BARBOSA, Denis Borges, Prefácio, in BARBOSA, D.B. (Org.); SCHMITH, Lélio Denicoli; FEKETE, Elisabeth Kasznar; PROVEDEL, Letícia; RODRIGUES, Marissol Gómez. Reivindicando a Criação Usurpada (A Adjudicação dos Interesses relativos à Propriedade Industrial no Direito Brasileiro. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.

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O antropofagismo

• Institutas de Justiniano, II, 1, 34:

• Si quis in aliena tabula pinxerit, quidam putant tabulam picturaecedere:cedere:

• aliis videtur pictura, qualiscumque sit, tabulae cedere. sed nobis videturmelius esse, tabulam picturae cedere: ridiculum est enim picturam Apellis velParrhasii in accessionem vilissimaetabulae cedere

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O antropofagismo

• Art. 1.269 do Código de 2002, segundo o qual "aquele que, trabalhando em matéria prima, obtiver espécie nova, desta será obtiver espécie nova, desta será proprietário se a matéria era sua, ainda que só em parte, e não puder restituir à forma anterior”.

Vide CHINELLATO, Silmara Juny de Abreu, Direito de autor e direitos da

personalidade, p. 29.

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A specificatio e a regra contrária do direito autoral

• This rule was kept as applicable in modern Brazilian civil law (art. 1270), the art. 570 of the Code Napoleon, and probably in many other systems, in some cases where the transformer is in good faith. At least in Brazil, this is the general rule applicable to immaterial creations, whenever a specific IP rule is not present. It is applicable especially

• It must be noted that in some systems where a patent building upon another may be subject to cross non-voluntary licenses there is a requirement for such license: that the new technology must be contributive further than the simple non-obviousness.

• The same criterion that the new must be valuable in face of the old thus applies. Therefore, in those legal systems (Brazil is one of them), reinterpretation of technical rule is not present. It is applicable especially

when the new thing is an intellectual creation that’s builds on or appropriates

prior works.

one of them), reinterpretation of technical art is deemed to be legal and possessive individualism must yield.

• The issue here is that authorship laws tend not to follow the Roman default rule.

• However valuable is the new or derivativework, it is infringing to the old without the permission of the owner of the prior work. In this context, the good faith of the transformer does not matter much.

• Therefore, the appropriation art described by Prof. Chon is probably a misnomer in most, if not all, legal systems: the artistic may take from prior art, but he does not appropriate it.

BARBOSA, D.B., The Demise of Geniality, WIPO Journal, Dec. 2012, 4 W.I.P.O.J, Issue 1.

UMA REGRA PARA DIREITO

AUTORAL, A REGRA OPOSTA

PARA PATENTES

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O antropofagismo• “In Rogers v. Grimaldi [875 F. 2d 994 2d Cir. N.Y.

1989], the Second Circuit adopted a balancing test for trademark infringement in cases implicating artistic expression to accommodate these dual interests:

• "The Lanham Act should be construed to apply to artistic works only where the public interest in avoiding consumer confusion outweighs the public avoiding consumer confusion outweighs the public interest in free expression. . . . It insulates from restriction titles with at least minimal artistic relevance that are ambiguous or only implicitly misleading but leaves vulnerable to claims of deception titles that are explicitly misleading as to source or content, or that have no artistic relevance at all."

• MCDERMOTT, John, Permitted Use of Trademarks in the United States, 〈日本知財学会誌) v.5, n°4 2009 : 23 43, encontrado emhttp://www.ipaj.org/english_journal/pdf/5-4_Mcdermott.pdf, visitado em 3/12/2011.

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O antropofagismo• “In Rogers v. Grimaldi [875 F. 2d 994 2d Cir. N.Y.

1989], the Second Circuit adopted a balancing test for trademark infringement in cases implicating artistic expression to accommodate these dual interests:

• "The Lanham Act should be construed to apply to artistic works only where the public interest in avoiding consumer confusion outweighs the public avoiding consumer confusion outweighs the public interest in free expression. . . . It insulates from restriction titles with at least minimal artistic relevance that are ambiguous or only implicitly misleading but leaves vulnerable to claims of deception titles that are explicitly misleading as to source or content, or that have no artistic relevance at all."

• MCDERMOTT, John, Permitted Use of Trademarks in the United States, 〈日本知財学会誌) v.5, n°4 2009 : 23 43, encontrado emhttp://www.ipaj.org/english_journal/pdf/5-4_Mcdermott.pdf, visitado em 3/12/2011.

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A HIPÓTESE DA LIMITAÇÃO

Garantindo a liberdade Garantindo a liberdade de expansão artística de expansão artística

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Proteção à economia ou à livre expressão?

• "Nesse sentido, Jed Rubenfeld afirma que não se deve tomar o método do fair use como substituto da análise sobre os limites do direito autoral frente à liberdade de expressão, prevista na Primeira Emenda à Constituição norte-americana, pois o fair use seria “econocêntrico” ao direcionar os seus elementos para uma apreciação dos efeitos econômicos que o uso da obra causa ao seu autor ou titular dos direitos obra causa ao seu autor ou titular dos direitos autorais.

• Segundo o autor: “A exceção do fair use ao direito autoral é largamente econocêntrica; ela é organizada em grande parte em torno da ideia de adequação aos interesses econômicos do titular do direito autoral.” (“The freedom of Imagination: copyright´s constitutionality”, in Yale Law Journal, v.112, nº 01 (oct/2002); p. 19)."

SOUZA, Carlos Affonso Pereira de, O Abuso Do Direito Autoral, Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro como requisito parcial para a obtenção do Grau de Doutor em Direito Civil. Rio de Janeiro 2009.

Carlos Affonso Pereira de Souza

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Proteção à economia ou à livre expressão?

• “I believe the answer to the question of justification turns primarily on whether, and to what extent, the challenged use is transformative.

• The use must be productive and must employ the quoted matter in a different manner oror for a different purpose from the original.

• A quotation of copyrighted material that merely repackages or republishes the original is unlikely to pass the test; in Justice Story's words, it would merely "supersede the objects" of the original.

• If, on the other hand, the secondary use adds value to the original--if the quoted matter is used as raw material, transformed in the

• If, on the other hand, the secondary use adds value to the original--if the quoted matter is used as raw material, transformed in the creation of new information, new aesthetics, new insights and understandings-- this is the very type of activity that the fair use doctrine intends to protect for the enrichment of society.”

LEVAL, Pierre N., Toward a Fair Use Standard 103 Harv. L. Rev. 1105 (1990), encontrado em http://docs.law.gwu.edu/facweb/claw/LevalFrUStd.htm, visitado em 7/12/2011

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O critério de Campbell v. Acuff-Rose Music

• in a different manner• Even significant alteration of the

form, genre, theme, tone, or even the overall meaning of the works will not be found to be fair use if some of the creative, artistic, and expressive virtues of the original works are not replaced or overwhelmed by the expression in the second work.

• for a different purpose from the original.

• all of the approved fair uses in the appellate cases involved a change in the predominant purpose for the use of the work rather than simply a change in the character (the form, the contents) of the work. replaced or overwhelmed by the

expression in the second work. • If the creative, artistic, and expressive

virtues of the original works still are discernable in the second work and still add value to the secondary work, the use of the original work will be deemed unfair

the contents) of the work. • Even if the works were not changed

in form, function, or genre, the fair use works were transformed in predominant purpose, either through

– alteration of the contents, or – recontextualization of the copied

material, or by the – addition of significant creative

expression

• so that the predominant purpose of the new work was significantly different from the original work.

MURRAY, Michael D., What is Transformative? An Explanatory Synthesis of the Convergence of Transformation and Predominant Purpose in Copyright Fair Use Law

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O critério de Campbell v. Acuff-Rose Music

• in a different manner

• The transformative test has changed copyright law, and

it has become the defining standard for fair use.

• Copyright law seeks

– first to promote new, original expression in the arts

and literature, and

– second to allow other public interest activities such

as education, research, archiving, news reporting, and

• for a different purpose from the original.

• Non-alteration of the contents and expression of artistic and literary works still can be justified as fair use, but the function and purpose of the original works must be changed in the second works in a manner that fulfills fair use objectives that promote the progress of the arts and the

as education, research, archiving, news reporting, and

comment and criticism of existing works.

• Transformation requires the copier to fulfill these

objectives.

• The duplication of works just to show off their same

creative, artistic, or literary virtues in a new time, a

new place, a new mode or medium of communication,

or for a new audience does not fulfill the goals of

copyright.

• No new and original expression results from simple

replication of the same communication and expression

found in the original. The derivative works doctrine gives

those rights to the original author or artist, not to the

public at large.

promote the progress of the arts and the creation of new, original expression that benefits the public, namely through

– research,

– comment and

– criticism,

– educational,

– archival, or

– historical-referential uses

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O critério de Campbell v. Acuff-Rose Music

• The strongest transformative fair uses are those that modify the contents, function, and purpose in a significant and obvious manner,

1. turning the meaning of the original work on 1. turning the meaning of the original work on its head, or

2. openly criticizing the original work

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Complementar ou substituto"[C]opying that iscomplementary to thecopyrighted work (in thesense that nails arecomplements of hammers)is fair use,but copying that is asubstitute for thesubstitute for thecopyrighted work (in thesense that nails aresubstitutes for pegs orscrews), or for derivativeworks from the copyrightedwork, is not fair use."

Ty, Inc. v. Publ’ns Int’l, 292 F.3d 512,517 (7th Cir. 2002) (citing 4 MELVILLEB.NIMMER & DAVID NIMMER,NIMMER ON COPYRIGHT §13.05[B][1] (rev. ed. 2000))

Art Rogers Photograph (1980) Jeff KoonsString of Puppies (1988) Wood painted sculpture

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Reiteração ou adição de conteúdo

• “merely supersede[d] the objects of the original creation, or instead add[ed] something new, with a further with a further purpose or different character, altering the first with new expression, meaning, or message.”

• Davis v. Gap, Inc., 246 F.3d 152, 174 (2d Cir. 2001) (quoting Campbell, 510 U.S. at579)

Niagara, de Koons

Anuncio da Gucci

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Reiteração ou adição de conteúdo

• “merely supersede[d] the objects of the original creation, or instead add[ed] something new, with a further with a further purpose or different character, altering the first with new expression, meaning, or message.”

• Davis v. Gap, Inc., 246 F.3d 152, 174 (2d Cir. 2001) (quoting Campbell, 510 U.S. at579)

Niagara, de Koons

Anuncio da Gucci

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Como uma limitação ao direito

• XVIII – transformação criativa – utilização de trecho ou trechos de obra ou obras existentes para criação de obra intelectual original, que não constitua plágio ou reprodução da mesma.

• A transformação criativa, a transformação de obra intelectual existente, deve constar no rol dos conceitos da Lei como sugestão de inserção no inciso XVIII, devido a sua importância e utilização atuais. Exemplos disso são os samples, os mash-ups, as colagens e tantas outras formas de expressão artística que surgiram a partir da manipulação de artefatos culturais pré-existentes.manipulação de artefatos culturais pré-existentes.

• Com a publicação de uma obra, ela se torna parte do domínio público (no sentido amplo) e pode – em si mesma – se constituir num fator determinante em sua época e espaço social.

• A própria obra, protegida pelo direito de autor, pode tornar-se o ponto de partida para uma nova discussão artística; e tal integração social justificaria esta limitação ao direito autoral original.

• Em especial, quando o uso realizado não traga consigo a existência do perigo de desvantagens econômicas consideráveis para seu titular – e este o motivo da ressalva na parte final da redação sugerida – prevalecem os interesses do público em fazer uso (não autorizado) de obras protegidas pelo direito autoral, com o objetivo de permitir discussão artísticas num ambiente livre.

WACHOWICZ, Marcos (Coordenador) Por que mudar a lei de direito autoral? Estudos e Pareceres, Florianópolis, Editora Funjab 2011 Proposta do GEDAI, p. 33.

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Como uma limitação ao direito(será que já está no projeto?)

• ALLAN ROCHA• “Quanto ao inciso VIII o objetivo parece ser o de permitir os usos

transformativos, que a meu ver não devem ter a finalidade restrita aos apontados e nem mesmo excluir a utilização comercial destas novas obras. Me parece que o objetivo principal é favorecer a liberdade criativa, e por isso creio ser a liberdade total o padrão a ser acatado, desde que a reprodução em si não seja o objeto principal.”

•• DR. MANOEL J. PEREIRA DOS SANTOS:DR. MANOEL J. PEREIRA DOS SANTOS:• Alan, essa hipótese que você contempla, das transformações criativas,

não está no inciso VIII, mas está prevista na frente. Entendo que ela está contemplada na cláusula genérica do artigo XIX:

• “outros casos especiais de reprodução, comunicação e distribuição ao público de obras protegidas para fins educacionais, didáticos, informativos de pesquisa, ou para uso como recurso criativo quando feitos na medida justificada pro fim a ser atingido”.

• Entendo que estes casos de transformação criativa poderiam estar enquadrados no XIX e não no VIII, que tem que ter a finalidade mais apertada, justamente para poder incluir a questão das “obras pequenas”, objeto da pergunta anterior.

Marcos Wachowicz, Manoel J. Pereira dos Santos, Estudos de direito de

autor - A Revisão da Lei de Direitos Autorais, Editora Fundação José Arthur Boiteux, Florianópolis – 2010 p. 160.

VIII – a utilização, em quaisquer obras, de trechos de obras preexistentes, de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes visuais, na medida justificada para o fim a atingir, sempre que a utilização em si não seja o objetivo principal da obra nova e que não prejudique a exploração normal da obra utilizada nem cause um prejuízo injustificado aos legítimos interesses dos autores;

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Nossa proposta

• Art. 7º. - XVIII – transformação criativa –utilização de trecho ou trechos de obra, ou obras existentes, para criação de obra intelectual nova e original, desde que ocorra alteração significativa na forma de expressão, ou a obra transformada seja utilizada para finalidades significativa na forma de expressão, ou a obra transformada seja utilizada para finalidades diversas da obra primígena. Não será tido por transformação criativa a simples adaptação da obra a um novo espaço de fruição, a um novo meio ou modo de comunicação, ou a audiências diversas daquelas visada pela criação primígena.

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Nossa proposta

• Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:

• HHH – O uso de qualquer forma prevista em direito de obra resultante de transformação criativa, podendo o autor da obra primígena:criativa, podendo o autor da obra primígena:– postular em juízo uma justa participação nos

resultados econômicos já obtidos, se houver, na proporção de seu aporte na obra transformada, nos termos dos artigos 884 a 886 do Código Civil,

– sem prejuízo do direito de renegar, a qualquer tempo, atribuição da obra transformada à sua autoria e paternidade.

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Mas, paga?

• Diretiva 2001/29/CE relativa à harmonização de certos aspectos do direito de autor e dos direitos conexos na sociedade da informação:

• “em certos casos de exceção ou limitação, os • “em certos casos de exceção ou limitação, os titulares dos direitos devem receber uma compensação equitativa que os compense de modo adequado da utilização feita das suas obras ou outra matéria protegida”

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A HIPÓTESE DE LICENÇA AUTOMÁTICA

Garantindo a liberdade Garantindo a liberdade de expansão artística de expansão artística

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A HIPÓTESE DE LICENÇA AUTOMÁTICA

Garantindo a liberdade Garantindo a liberdade de expansão artística de expansão artística

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A hipótese de licença automática

• O caso suscita a hipótese de uma licença de dependência autoral, pela qual o acréscimo crítico ou estritamente criativo não pudesse ser objeto de vedação, desde que garantidos os direitos patrimoniais .

• There is no question of enjoining the transformative critical appropriation, and no question of punishment, either, for the very idea of punishment is unwarranted; and this is so though harm from the appropriation is possible, even likely, even to be presupposed.

• Suppression and damages do not • Suppression and damages do not sensibly figure in this scenario, then, and cannot sensibly be required.

• But there may still be reason in some cases to contemplate some provision for sharing with the proprietor of rights in the antecedent work an equitable portion of such profits, if any, as may be reaped from an appropriation.

• Copyright, Fair Use and Transformative Critical Appropriation, David Lange & Jennifer Lange Anderson,http://law.duke.edu/pd/papers/langeand.pdf

Esse pagamento também poderia ser assegurado em caso de limitação. Nem todas limitações têm de ser gratuitas!

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A hipótese de licença automática

• Art. 70. A licença compulsóriaserá ainda concedida quando,cumulativamente, se verificaremas seguintes hipóteses:

• I - ficar caracterizada situaçãode dependência de umapatente em relação a outra;

• § 1º Para os fins deste artigo considera-se patente dependente aquela cuja exploração depende obrigatoriamente da utilização do objeto de patente anterior. (...) patente em relação a outra;

• II - o objeto da patentedependente constituirsubstancial progresso técnicoem relação à patente anterior; e

• III - o titular não realizar acordocom o titular da patentedependente para exploração dapatente anterior.

patente anterior. (...) • § 3º O titular da

patente licenciada na forma deste artigo terá direito a licença compulsória cruzadada patente dependente.

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A hipótese de licença automática

• Transformação e Direitos de Atribuição• This kind of collaboration therefore should be perhaps

held as a pure cultural thing: a joint labor exercise where one of the creators is forced to lend its creation to the enrichment of the other would seem to be unequal and out of the boundaries of law, or equity, at least in those cases where the purveyor of the unwanted new thing does not dedicate its expression to the general public. unwanted new thing does not dedicate its expression to the general public.

• Legal systems would probably be more faithful to the Justinian or Lord Candem traditions of yielding to the value of new creations by instituting a balanced system where free expression of art and knowledge cannot be hampered by objections founded on patrimonial reasons, but the allowed new art cannot impact on the integrity moral rights of the old, probably by requiring a strong disclaimer of allowed succession.

BARBOSA, D.B., The Demise of Geniality, WIPO Journal, Dec. 2012, 4 W.I.P.O.J, Issue 1.

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Nossa proposta

• “Art. 52-B. O Poder Judiciário poderá autorizar o uso de obras protegidas por esta lei sempre que:

• I - ao exercer seus direitos patrimoniais, o herdeiro ou sucessor do autor da obra exceda manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes, prejudicando o seu acesso ou fruição pela sociedade.

• II – o criador de transformação criativa dotada de relevante contribuição à cultura, ciência ou artes não obtiver autorização do titular da obra primígenacultura, ciência ou artes não obtiver autorização do titular da obra primígenapara sua utilização.

• § 1o A autorização prevista no caput presume-se onerosa, cujo valor será arbitrado pela autoridade judicial competente.

• § 2o Os legitimados para propositura das ações previstas no art. 5o, da Lei no 7.347, de 1985, poderão pleitear a autorização prevista no caput sempre que houver lesão, ou ameaça de lesão, a direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos.

• § 3º ´Na hipótese do inciso II deste artigo, o autor da obra primígena poderá, a qualquer tempo, renegar a atribuição da obra transformada a sua autoria e paternidade”

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