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CAPACITAO DE EXTENSIONISTAS PARA A PRODUO DE BIODIESEL NO ESTADO DO PAR

CURSO SOBRE A CULTURA DO DENDEZEIRO (Elaeis guineensis Jacq)

Maro 2009

Curso sobre a Cultura do Dendezeiro - 2009

1. INTRODUO Para a maioria dos brasileiros o leo extrado dos frutos do dendezeiro (Elaeis guineensis Jacq.), chamado comercialmente de leo de palma, apenas um componente da culinria baiana, usado no preparo de acaraj, vatap, moqueca etc. Ele muito mais que isto, pode ser transformado em vrios produtos, e se constitui na riqueza de algumas naes, como a Malsia e a Indonsia. H dcadas os especialistas na cultura a elegem como uma das principais alternativas para o desenvolvimento sustentvel da Amaznia, contudo sua expanso est muito aqum do seu potencial. Com a elevao do preo do petrleo e a crescente preocupao mundial com a poluio ambiental, a busca de fontes renovveis de energia tornou-se uma meta global. Diante desse panorama, o Governo Brasileiro instituiu o Programa Nacional de Produo e Uso do Biodiesel, sendo a cultura do dendezeiro indicada como ncora desse Programa na regio norte do pas. Contudo, deve-se destacar que o potencial de expanso da cultura independe do sucesso desse Programa, pois, aps atingir a auto-suficincia h um mercado internacional com grande demanda pelo leo de palma, com isso, o produto tem muito a contribuir na gerao de divisas para o pas. O cultivo do dendezeiro, espcie de origem africana, a principal atividade agroindustrial em regies tropicais midas, semelhantes Amaznia, em pases como a Malsia, Indonsia, parte amaznica do Equador, Colmbia e em alguns pases africanos, onde desempenha relevante papel na economia, destacando-se pela alta rentabilidade, gerao de emprego, fixao do homem ao campo e reduzidos impactos ao ambiente, representando uma fonte de leo vegetal to importante quanto a soja (Henderson & Osborne, 2000; Wahid et al., 2004). O dendezeiro apresenta excelente adaptao s condies edafoclimticas predominantes na Amaznia, que dispe da maior rea para expanso da cultura no mundo. Atualmente a Indonsia e a Malsia so responsveis por mais de 80% da produo mundial que se situa ao redor de 38 milhes de toneladas de leo de palma (palm oil, 2007) e 4 milhes de toneladas de leo de palmiste (palm kernel oil). A produo de leo de palma j supera a produo de leo de soja. No Brasil o dendezeiro ocorre de forma subespontnea na Bahia ocupando uma rea aproximada de 20.000 hectares. Esses dendezais so originrios de sementes de plantas descendentes das sementes introduzidas com/pelos os escravos no sculo XVI. No Estado do Par, maior produtor nacional, a estimativa de 63 mil hectares j foram plantados com dendezeiros desde a dcada de 1970. No continente americano, na regio que vai desde o sul do Mxico ao leste do Estado do Amazonas, ocorre a espcie denominada caiau (Elaeis oleifera HBK, Corts), denominada de dendezeiro americano, o qual pode ser cruzado com o dendezeiro africano e produzir hbridos frteis. Os plantios comerciais de dendezeiros so estabelecidos com variedades do tipo Tenera (hbridos intraespecficos), porm, no continente americano, incluindo o Brasil, em decorrncia de uma anomalia de causa ainda desconhecida e sem controle que afeta o dendezeiro (o Amarelecimento Fatal), j existem plantios comerciais usando o hbrido interespecfico proveniente do cruzamento do dendezeiro com o caiau, por ser este resistente a essa anomalia, contudo, com produtividade de leo entre 20 a 30% inferior s variedades do tipo Tenera. O dendezeiro a oleaginosa de maior produtividade, alcanando de 4 a 6 t de leo/ha/ano. Entretanto, na sia, existem relatos de produtividade de 8 a 10 t de2

Curso sobre a Cultura do Dendezeiro - 2009leo/ha/ano. Os plantios no estado do Par que adotam as tecnologias preconizadas pela pesquisa, alcanam at 6 t de leo/ha/ano. O leo de palma tem ampla utilizao, boa qualidade e baixo custo de produo. A produtividade comercial inicia no terceiro ano aps o plantio e aumenta gradativamente at o stimo ano, quando atinge o mximo e se mantm at o 18o ano, quando ento comea a declinar, de tal forma que a explorao comercial encerra-se entre o 25 e o 30 ano de idade. A produo contnua ao longo do ano, absorvendo e fixando, de forma intensiva e permanente, expressivo contingente de mo-de-obra. A planta se caracteriza pela ampla capacidade de armazenamento de carbono, o que representa um grande benefcio ecolgico que, com o desenvolvimento e a regulamentao do mercado de carbono, deve ser beneficiada com crditos pela fixao de carbono. , portanto, uma alternativa de explorao agrcola sustentvel no Trpico mido em contraposio agricultura itinerante e explorao predatria de madeira, atividades que tm sido responsveis pelo aumento do desmatamento e degradao das terras na Amaznia. No Programa Nacional do de Produo e Uso do Biodiesel, o leo de palma foi considerado a principal matria prima para produo de biocombustvel na regio Norte, para tanto, ser concedida iseno de impostos (Programa de Integrao Nacional - PIS e Contribuio para Financiamento da Seguridade Social - COFINS) e estabelecidas linhas de crdito especiais (Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social - BNDES e Ministrio do Desenvolvimento Agrrio - MDA) para o cultivo. Alm disso, aes interministeriais visam associar ao Programa a gerao de emprego e a fixao do homem no campo, usando o dendezeiro como atividade ncora em programas de assentamento na regio Norte. 2. HISTRICO E IMPORTNCIA DA CULTURA 2.1. NO MUNDO O dendezeiro consta dos relatos dos primeiros navegadores, como parte integrante da paisagem e da cultura popular da frica, desde o sculo XV. O leo de palma tem sido utilizado pelo homem desde a poca dos faras egpcios. A espcie tem origem na frica e foi introduzida no continente americano junto com os escravos, tendo chegado ao Brasil no sculo XVI, na Bahia. Pequenas quantidades de leo de palma foram comercializadas na Inglaterra em 1588 e 1590, contudo, os primeiros registros de importao mostram que em 1790 o Reino Unido tinha importado menos do que 130 t de leo de palma, em 1810, a importao da frica atingiu 1.000 t. A partir da revoluo industrial na Europa surgiram novos tipos de demanda, as quais incluam leos vegetais para alimentao e lubrificao de mquinas, foi ento estabelecido o mercado legtimo do leo de palma. Durante a dcada de 1830 entre 11.000 e 14.000 t de leo de palma foram exportados por ano do Oeste da frica e, nas dcadas de 1840 e 1850, de 25.000 a 30.000 t/ano. Dai em diante, at a Primeira Guerra Mundial, houve um aumento progressivo, e as exportaes das colnias Britnicas atingiram 87.000 t/ano em 1911 (Hartley, 1988). As primeiras plantaes industriais de dendezeiros datam do incio do sculo passado. A frica contava, em 1939, com apenas 14.000 hectares de plantaes comerciais, enquanto que, desde 1935, os pases do sudeste asitico (Malsia e Indonsia) j eram os primeiros exportadores mundiais de leo de palma. No Brasil, as primeiras plantaes industriais de dendezeiro so do incio da dcada de 1960, na Bahia, e logo aps, no Par, Amaznia. A expanso mundial da cultura do dendezeiro foi apoiada por importante esforo de pesquisa agronmica, com um grande progresso sobre o aumento da produtividade. O3

Curso sobre a Cultura do Dendezeiro - 2009aumento da produtividade do dendezeiro foi de 315% entre 1951 e 1991, tomando por base as produes obtidas nas primeiras plantaes, feitas com variedades do tipo Dura. Esse aumento de produo decorre da melhor eficincia no uso de fertilizantes e do espetacular progresso no potencial gentico das sementes utilizadas. Entre as oleaginosas cultivadas, o dendezeiro a planta que apresenta a maior produtividade de leo por rea cultivada (Tabela 1), produzindo, em mdia, 10 vezes mais leo do que a soja, por exemplo. Em condies ecolgicas altamente favorveis, alcana de 8 a 10 t de leo/ha/ano. Os principais produtores mundiais de leo de palma so Indonsia e Malsia (Tabela 2). Tabela 1. Produtividade de leo de algumas oleaginosas por hectare anualmente. Espcies Amendoim Coco Colza Dend mesocarpo Dend amndoa Dend mesocarpo condies experimentais Malsia Girassol Oliveira Soja Tipo de leo leo de amendoim leo de coco leo de colza leo de palma leo de palmiste leo de palma leo de girassol leo de oliva leo de soja Produtividade (t/ha/ano) 0,6 1,0 2,0 3,0 0,8 1,1 4,0 6,0 0,2 0,5 8,0 10,0 0,6 1,0 1,5 2,5 0,4 0,6

Tabela 2. Produo mundial de leo de palma (mil toneladas mtricas). Pases 2005/6 2006/7 Indonsia 15.400 15.900 Malsia 15.485 15.350 Tailndia 755 850 Colmbia 690 770 Nigria 800 810 Papua-Nova Guin 380 380 Equador 310 340 Costa do Marfim 360 320 Costa Rica 285 285 Rep. Dem. Congo 175 175 Outros 1.171 1.197 Total 35.811 36.377Fonte: Agrianual (2008).

2007/8* 17.100 16.600 950 830 820 380 340 320 285 175 1.197 38.997

2.2. NO BRASIL A partir de sementes dos dendezais subespontneos da Bahia o dendezeiro foi introduzido no Estado do Par, na dcada de 1940, por meio da Seco de Fomento Agrcola no Estado do Par do Ministrio da Agricultura e do Instituto Agronmico do Norte (IAN) (Homma & Furlan Junior, 2001) e, posteriormente, em 1951, foram introduzidas, pelo IAN, hoje Embrapa Amaznia Oriental, linhagens da frica para avaliao nas condies de cultivo da Amaznia (Pandolfo, 1981). No perodo de 196263, por meio de um convnio entre o Instituto de leo do Brasil e o Institut de Recherches pour les Huiles et Olagineux (IRHO), da Frana, foram implantados dois campos4

Curso sobre a Cultura do Dendezeiro - 2009genealgicos de dendezeiro, um no Par e outro na Bahia, visando a produo de sementes selecionadas, assim como ensaios de avaliao de vrios hbridos comerciais nas condies desses locais (Vigas & Mller, 2000). A explorao industrial do dendezeiro no pas iniciou-se na Bahia, na dcada de 1960, visando atender a demanda de leo para uso no resfriamento de lminas de ao do parque siderrgico nacional e, posteriormente, expandiu-se para o Estado do Par (Homma & Furlan Junior, 2001). O cultivo em escala comercial iniciou-se em 1967, no Estado do Par, com a implantao de 3.000 hectares a partir de um acordo de cooperao entre a Superintendncia do Plano de Valorizao Econmica da Amaznia (SPVEA) e o IRHO da Frana, instituio com conceituado conhecimento em dendeicultura e disposio de material gentico melhorado (Santos et al., 1998). Todos os projetos com a cultura do dendezeiro tinham participao ativa de rgos governamentais at meados da dcada de 1970, quando a iniciativa privada entrou na explorao econmica do dendezeiro e incorporou maior dinmica atividade (Santos et al., 1998). No inicio da dcada de 1980 existiam no pas 11.000 hectares de dendezais plantados, atualmente so mais de 60.000 hectares, mais de 90 % no Estado do Par. A produo nacional de leo de palma em 2007 ultrapassou 160.000 toneladas, o que no chega a representar 0,5% da produo mundial. A empresa Agropalma, criada em 1982 no Estado do Par, possui uma rea plantada de 39.543 hectares de dendezais sendo atualmente o principal produtor nacional (Tabela 3).

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Curso sobre a Cultura do Dendezeiro - 2009Tabela 3. rea (plantaes produtivas e jovens ainda no produtivas) e produo nacional de leos de palma e palmiste. rea e Produo Nacional de leos de Palma e Palmiste Estado/Plantao Par Agropalma* Denpasa Codenpa Dentau Palmasa Marborges Mejer/Yossan Bahia Oldesa Opalma Mutupiranga Jaguaripe Roldes** Amazonas rea (hectares) Produo leo Palma (toneladas) Produo leo Palmiste (toneladas) 2004 2005 2006 2007*** 11.932 13.624 13.283 13.050 9.357 11.100 10.400 10.400 n.d. n.d. n.d. n.d. 260 240 330 250 650 700 650 700 715 684 803 600 950 900 1.100 1.100 n.d. n.d. n.d. n.d. 793 793 n.d. n.d. n.d. n.d. 900 900 n.d. n.d. n.d. n.d. 1.096 1.096 n.d. n.d. n.d. n.d. 1.000 1.000 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 14.050

2004 2005 2006 2007*** 2004 2005 2006 2007*** 51.891 55.066 57.597 59.543 131.737 152.412 156.062 152.200 35.332 36.843 38.691 39.543 104.510 125.892 125.000 121.000 742 742 742 1.500 n.d. n.d. n.d. n.d. 700 1.500 1.500 2.700 3.970 3.700 4.155 3.000 3.500 4.100 4.100 3.500 7.100 7.500 7.150 7.500 4.100 4.191 4.500 4.200 6.827 6.520 7.557 6.000 3.317 3.490 3.864 3.800 9.280 9.000 11.600 11.200 4.200 4.200 4.200 4.300 n.d. n.d. 600 3.500 5.800 4.000 1.800 n.d. n.d. n.d. 5.800 4.000 1.800 n.d. n.d. n.d. 5.800 4.000 1.800 n.d. n.d. n.d. 1.400 1.000 400 n.d. n.d. n.d. 15.715 7.515 2.400 5.800 n.d. n.d. 17.200 9.000 2.400 5.800 n.d. n.d. 4.200 4.200 n.d. n.d. n.d. n.d. 8.000 4.000 n.d. n.d. n.d. 4.000

2.910 2.910 2.910 2.910 400 400 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. Caiau 2.500 2.500 2.500 2.500 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. Embrapa (rea Pesquisa) 410 410 410 410 400 400 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. Total Brasil 60.601 63.776 66.307 63.853 147.852 170.012 160.262 160.200 12.725 14.524 14.379 * Incluso reas de acentamento e produtores independentes n.d. = no disponvel ** Os roldes so plantas de extrao rudimentar de dendezais subespontneos *** = Previso Fonte: Agrianual 2008

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Curso sobre a Cultura do Dendezeiro - 20092.3. UTILIZAO DO LEO DE PALMA Os produtos primrios dos frutos do dendezeiro so dois tipos de leo e uma torta. Da polpa do fruto (mesocarpo) extrado o leo de palma, conhecido comercialmente no mercado internacional como leo de palma (palm oil), e o leo da amndoa (endosperma), de onde se extrai o leo de palmiste (palm kernel oil). A relao entre as quantidades desses tipos de leo de aproximadamente nove de leo de palma para uma de leo de palmiste. A torta resulta do processo de extrao do leo da amndoa e contm de 17 a 19% de protena. O valor protico da torta baixo se comparado aos obtidos a partir de outras sementes oleaginosas, contudo, suas caractersticas bromatolgicas so aceitveis, em particular, para o uso em dietas de ruminantes, devido s altas propores de fibra, rica em arginina e cido glutmico. A torta de palmiste tem a seguinte composio qumica: carboidratos 48%, leo de palmiste 3%, protenas 19%, gua 11% e cinzas 4% (Hartley, 1977). O leo de palma de amplo uso na indstria de alimentos, farmacutica, qumica e tambm em siderurgia, alm de ter grande potencial na produo de energia renovvel. O balano entre os cidos graxos saturados e no saturados do leo de palma associado ao seu alto contedo de vitamina E, o torna um leo estvel. Os leos insaturados so compostos principalmente pelo cido oleco monoinsaturado (40%) e os leos saturados consistem de 44% de cido palmtico e, aproximadamente, 5% de cido esterico. Essa composio confere ao leo de palma uma consistncia semi-slida, o que lhe d maior flexibilidade para produzir uma grande variedade de produtos alimentcios. Seu uso na fabricao de cido graxo slido econmico e saudvel, pois alm de no exigir gastos com hidrogenao no ocorre formao de cidos graxos trans, nocivos sade. O alto contedo de antioxidantes naturais e sua excelente estabilidade a altas temperaturas fazem do leo de palma um meio adequado para frituras, conferindo aos produtos que passam por esse processo, aumento da vida de prateleira (maior prazo de validade), alm de ressaltar o sabor dos alimentos. Por isso ele tem sido muito utilizado na produo industrial de frituras. Alguns exemplos de produtos comestveis obtidos a partir do leo de palma so: leo de fritura, margarinas, confeitos, sorvetes, cremes, emulsificantes, maioneses, chocolate, biscoitos, salgadinhos industriais, leite em p, concentrados para animais, entre outros. O uso no alimentar tem duas classes, uma caracterizada pelo uso direto do leo e outra que depende de meios oleoqumicos. Entre os produtos obtidos pela utilizao direta esto: sabonetes para uso pessoal e uso industrial, combustvel para motores, diesel, velas, cosmticos, tintas e processos siderrgicos, entre outros. Com relao aos cidos graxos trans, formados durante a hidrogenao, a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), publicou uma resoluo que obriga, a partir de agosto de 2006, a incluso de informaes sobre o percentual de gordura trans no rtulo dos gneros alimentcios comercializados no pas. Esta determinao est fazendo com que as empresas, no intuito de oferecer produtos mais saudveis a seus consumidores, invistam na reformulao de seus produtos, buscando reduzir ou torn-los isentos de gordura trans. Esses tipos de gorduras so encontrados em milhares de produtos, incluindo biscoitos, salgadinhos, batatas fritas, empanados de frango, margarinas, entre outros, e so consideradas mais nocivas do que as gorduras saturadas, pois elas no somente elevam o nvel de lipoprotenas e mau colesterol como tambm aumentam o percentual de triglicrides e diminuem o nvel de bom colesterol. Uma das alternativas para evitar as gorduras trans substituir o uso de gorduras hidrogenadas por gorduras naturalmente slidas, como as produzidas a partir do leo de palma.7

Curso sobre a Cultura do Dendezeiro - 2009Pela sua superioridade tcnico-econmica, o leo de palma uma excelente matria prima para a fabricao de vrios produtos no-comestveis, incluindo sabes, detergentes e outros surfactantes, atualmente seu uso comum na fabricao de detergentes biodegradveis que no poluem o ambiente. Tambm uma excelente matria prima para produo de leos qumicos, incluindo cidos graxos, lcoois graxos, glicerol e outros derivados. Os derivados do leo de palma so amplamente utilizados na fabricao de cosmticos, produtos farmacuticos, artigos de usos domsticos e industriais. Contudo, aproximadamente 80% do leo de palma que se produz destinado elaborao de produtos comestveis e apenas 20% a produtos no-comestveis. Por um processo fsico, tanto o leo de palma (dend) como o de palmiste, podem ser separados em duas partes: uma lquida, a olena, e outra slida, a estearina. Na Tabela 4 apresentada a composio dos leos de palma e de palmiste, e na Tabela 5 os produtos derivados dessas partes. Tabela 4. Composio de cidos graxos dos leos de palma e de palmiste. cido graxo Lurico Mirstico Palmtico Palmitolico Esterico Olico Linolico Linolnico Araqutico C12:0 C14:0 C16:0 C16:1 C18:0 C18:1 C18:2 C18:3 C20:1 leo de palma