den ip 31 2009 core - 288 pu cp cc 8º lch com pp liga fase...

30
1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA REGIONAL CAMPO GRANDE – RIO DE JANEIRO/RJ IP n° 31/2009 (CORE – Missão Suporte) Proc. nº 2009.205.0209315 O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, por intermédio dos promotores de Justiça infra firmados, no exercício de suas atribuições legais, vem oferecer DENÚNCIA contra: 1. MARCOS EDUARDO CRUZ DE OLIVEIRA, vulgo “FURACÃO”, brasileiro, filho de Marcos Alves de Oliveira e Bárbara Siqueira Cruz de Oliveira, nascido em 22.09.1975, portador do R. G. nº 09.240.1447 IFP/RJ, residente na Rua Ivan Serpa, nº 350, apto. 101, bloco 04, Campo Grande, nesta cidade; 2. ANDRESSA LOISE SILVA DE SOBRAL, brasileira, filha de José Donizete de Sobral e Ivanilda Luiz de Souza, nascida em 01.03.1990, portadora do R. G. nº 26.972.6451 IFP/RJ, residente na Rua Seabra Filho, nº 1217, lote 02, quadra 01 ou na Rua Caminho Foz do Jordão, nº 05, ambos em Campo Grande, nesta cidade; 3. ANDRÉA LOISE SILVA DE SOBRAL, vulgo “DÉIA”, “LOURA” ou “MORENA”, brasileira, filha de José Donizete de Sobral e Ivanilda Luiz de Souza, nascida em 16.12.1980, portadora do R. G. nº 12.157.7225 IFP/RJ, residente na Rua Maria Regina, lote 818A, km 37, Bomba do Guandu, Queimados/RJ; 4. BRUNO CRUZ DE OLIVEIRA, vulgo “BICUDO”, brasileiro, filho de Marcos Alves de Oliveira e Bárbara Siqueira Cruz de Oliveira, nascido em 03.01.1980, portador do R. G. nº 11.229.3774

Upload: trinhcong

Post on 30-Mar-2019

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

1

EXCELENTÍSSIMO  SENHOR  JUIZ  DE  DIREITO  DA  1ª  VARA  CRIMINAL  DA  REGIONAL  CAMPO GRANDE – RIO DE JANEIRO/RJ   IP n° 31/2009 (CORE – Missão Suporte) Proc. nº 2009.205.020931‐5 

 

 

 

 

 

 

 

O MINISTÉRIO  PÚBLICO DO  ESTADO DO RIO DE  JANEIRO,  por  intermédio 

dos promotores de Justiça infra firmados, no exercício de suas atribuições legais, vem oferecer  

 

DENÚNCIA contra: 

 

1. MARCOS  EDUARDO  CRUZ DE OLIVEIRA,  vulgo  “FURACÃO”,  brasileiro,  filho  de Marcos 

Alves de Oliveira e Bárbara Siqueira Cruz de Oliveira, nascido em 22.09.1975, portador do R. G. nº 

09.240.144‐7  IFP/RJ,  residente na Rua  Ivan Serpa, nº 350, apto.  101, bloco 04, Campo Grande, 

nesta cidade;  

2. ANDRESSA LOISE SILVA DE SOBRAL, brasileira, filha de José Donizete de Sobral e Ivanilda 

Luiz de Souza, nascida em 01.03.1990, portadora do R. G. nº 26.972.645‐1  IFP/RJ,  residente na 

Rua Seabra Filho, nº 1217, lote 02, quadra 01 ou na Rua Caminho Foz do Jordão, nº 05, ambos em 

Campo Grande, nesta cidade; 

3. ANDRÉA  LOISE  SILVA  DE  SOBRAL,  vulgo  “DÉIA”,  “LOURA”  ou  “MORENA”,  brasileira, 

filha de José Donizete de Sobral e Ivanilda Luiz de Souza, nascida em 16.12.1980, portadora do R. 

G. nº 12.157.722‐5  IFP/RJ, residente na Rua Maria Regina,  lote 818‐A, km 37, Bomba do Guandu, 

Queimados/RJ;  

4. BRUNO CRUZ DE OLIVEIRA, vulgo “BICUDO”, brasileiro, filho de Marcos Alves de Oliveira 

e Bárbara  Siqueira  Cruz  de Oliveira,  nascido  em  03.01.1980, portador  do R. G.  nº  11.229.377‐4 

Page 2: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

2

IFP/RJ,  residente  na  Rua  Soldado  Francisco  Savastana,  nº  350,  bloco  04,  apto.  501,  Campo 

Grande, nesta cidade ou na Rua Pinho, nº 67, apto. 201, Bombas do Guandu, Nova Iguaçu/RJ; 

5. SEBASTIÃO  CORREA  BARROS,  vulgo  “BARROS”,  brasileiro,  policial  militar,  filho  de 

Sebastião Fernandes Barros e Maria Correa Pereira, nascido em  19.01.1962, portador do R. G. 

41.128 PMERJ,  lotado no 20º BPM e residente na Rua Projetada, nº 09, quadra 03,  lote 02, casa 

01, Cosmos, nesta cidade; 

6. RÔMULO FELIPE FREIRE, vulgo “RÔMULO BOMBA”, brasileiro, filho de Raimundo Freire 

Filho e Maria Rosa de Sales Felipe Freire, nascido em 06.11.1976, portador do R. G. nº 10.365.011‐

5, residente na Rua Cedro, nº 196, apto. 201, Bomba do Guandu, Nova Iguaçu/RJ; 

7. ALEX DANTAS DA  SILVA, brasileiro,  filho  de  João  Joaquim  da  Silva  e  Selma Dantas  de 

Oliveira, nascido em 23.05.1983, portador do R. G. nº 13.262.079‐9 IFP/RJ, residente na Rua Três, 

nº 70, fundos, Cabuçu, Nova Iguaçu/RJ; 

8. ALEXANDRE  SILVA  DE  ALMEIDA,  vulgo  “XANDE”  ou  “SOLINHA”,  brasileiro,  filho  de 

Laurito  de  Almeida  Filho  e  Josefa  da  Silva,  nascido  em  06.07.1989,  portador  do  R.  G.  nº 

20.866.830‐1  IFP/RJ,  residente  na  Rua  Palmira,  nº  190,  Conjunto  Boa  Esperança,  Parque  São 

Carlos,  Queimados/RJ  ou  na  Avenida  Canal  das  Taxas,  nº  59,  apto.  302,  Recreio  dos 

Bandeirantes, nesta cidade; 

9. WELLINGTON DOS SANTOS DE CASTRO, vulgo “PAPEL”, brasileiro,  filho de Luis Carlos 

Correia  de  Castro  e Maria  de  Jesus  dos  Santos,  nascido  em  31.12.1984,  portador  do  R. G.  nº 

21.133.785‐2 IFP/RJ, residente na Rua Oito, nº 185, Cabuçu, Nova Iguaçu/RJ; 

10. BRUNO  LEONARDO DA  SILVA DE  SOUZA,  vulgo  “BRUNINHO”,  brasileiro,  filho  de  Luiz 

Carlos  Frias  de  Souza  e  Edivaci  Braz  da  Silva,  nascido  em  06.04.1982,  portador  do  R.  G.  nº 

11.891.797‐0  IFP/RJ,  residente  na  Rua  Jordão,  nº  893,  lote  09,  Taquara,  nesta  cidade  (outros 

endereços informados a fl. 367 dos autos); 

11. MARCOS PAULO DA CONCEIÇÃO MARTINS, vulgo “BILU”, brasileiro, filho de Paulo Sérgio 

Martins e Teresa Cristina da Conceição, nascido em 01.04.1986, portador do R. G. nº 20.373.540‐2 

IFP/RJ, residente na Rua Quartzo, nº 26, apto. 201, Grão Pará, Nova Iguaçu/RJ; 

12. RENATO LIMA DO ESPÍRITO SANTO, vulgo “RENATINHO”, brasileiro, filho de José Maria 

do Espírito Santo e Telma Lima, nascido em 15.08.1989, portador do R. G. nº 20.859.625‐4 IFP/RJ, 

residente na Rua Raul Boaventura, nº 61 ou na Rua Loreto, nº 145, casa 02, Conjunto Campinho, 

Campo Grande, nesta cidade; 

Page 3: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

3

13. CLEBERSON ALVES DE OLIVEIRA, vulgo “CLEBER”, brasileiro, filho de pai não declarado e 

Luzia Alves Oliveira, nascido em 03.03.1984, portador do CPF nº 106.155.837‐17, residente na Rua 

Ary Gomes, nº 35, Nova Iguaçu/RJ; 

14. JEFERSON EVANGELISTA FRANÇA GOULART DA SILVA, vulgo “RATO”, brasileiro, filho de 

João Evangelista Pereira da Silva e Mary Ane França Goulart da Silva, nascido em 04.02.1985, 

portador do CPF nº 016.202.303‐05, residente na Rua Jurana, nº 489 ou na Rua Vicente Francisco, 

nº 25, ambos em Campo Grande, nesta cidade; 

15. DIEGO SILVA DE ALMEIDA, brasileiro, filho de Laurito de Almeida Filho e Josefa da Silva, 

nascido em  18.07.1986, portador do R. G. nº 20.866.831‐9  IFP/RJ,  residente na Rua Palmira, nº 

190, Conjunto Boa Esperança, Nova Iguaçu/RJ; 

16. RICARDO COELHO DA SILVA,  vulgo “CADINHO” ou “CARA TORTA”, brasileiro,  filho de 

José Ricardo da Silva e Selma Regina Coelho da Silva, portador do R. G. nº 20.669.071‐1  IFP/RJ, 

residente na Rua Gramado, nº 783, casa 12, Campo Grande, nesta cidade; 

17. DENILSON JOSÉ DOS SANTOS, vulgo “NINÃO”, brasileiro, filho de José Paulo dos Santos 

e Maria  das  Neves  Santos,  nascido  em  28.11.1972,  portador  do  R.  G.  nº  09.620.376‐5  IFP/RJ, 

residente na Rua Luiz Gonzaga Maia, nº 77, sobrado, Vila Cruzeiro, Penha, nesta cidade; 

18. ANDRÉ  FRANCISCO  DOS  SANTOS,  vulgo  “ANDRÉ  PAULISTA”,  brasileiro,  filho  de  José 

Júlio dos  Santos  e Eunice  Francisco dos  Santos, nascido  em 04.01.1980, portador do R. G. nº 

12.466.365‐9 IFP/RJ, residente na Rua Olivina, nº 136, Vila Nova, Campo Grande, nesta cidade; 

19. DOUGLAS DE SANTANA, vulgo “JILÓ”, brasileiro, filho de Jurandir José de Santana e mãe 

não declarada, nascido em 19.08.1985, portador do R. G. nº 20.815.664‐6 IFP/RJ, residente na Rua 

Projetada,  nº  02,  nº  27, Nossa  Senhora  do Rosário  ou  na Rua  Vera  Lúcia,  lote  06,  quadra  15, 

ambos em Queimados/RJ; 

20. MÁRCIO DA SILVA TEIXEIRA,  vulgo  “TITO” ou  “2T”, brasileiro,  filho de Miguel Goulart 

Teixeira  e  Luzia  Leonardo  Teixeira,  nascido  em  10.09.1980,  portador  do  R.  G.  nº  12.703.195‐3 

IFP/RJ, residente na Rua E, nº 330, casa 03, Campo Grande, nesta cidade; 

21. JADIR JERÔNYMO JUNIOR, vulgo “JUNIOR”, “GORILÃO” ou “NEGÃO”, brasileiro, filho de 

Jadyr Jerônymo e Aidê Maria de Souza Jerônymo, nascido em 03.05.1980, portador do R. G. nº 

11.146.598‐5 IFP/RJ, residente na Rua Nova, nº 06, Santíssimo, nesta cidade; 

Page 4: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

4

22. JOSÉ  DAVID  RAMALHO,  vulgo  “SELVA”,  brasileiro,  policial  militar,  filho  de  pai  não 

declarado e Sandra Regina Ramalho, nascido em 30.01.1984, portador do R. G. nº 83.458 PMERJ, 

lotado no 2º BPM, residente na Estrada do Magarça, nº 921, Guaratiba, nesta cidade; 

23. MARCO ANTONIO DO NASCIMENTO BARBOSA, vulgo “TOUCHÉ”, brasileiro, filho de Ivan 

Candido Barbosa e Maria da Penha do Nascimento, nascido em 11.04.1970, portador do R. G. nº 

08.684.560‐9  IFP/RJ,  residente na Rua Acajutiba,  lote 09, quadra  144,  fundos, Cosmos, nesta 

cidade; 

24. VANDÉSIO ATAÍDE ARSI  BENINCÁ,  vulgo  “BRANQUINHO”,  brasileiro,  filho  de  Joaquim 

Benincá e Carmem Maria Arsi Benincá, nascido em 25.06.1982, portador do R. G. nº 20.490.020‐3 

IFP/RJ,  residente  na  Rua  Soldado  Francisco  Savastana,  nº  350,  bloco  02,  apto.  402,  Campo 

Grande, nesta cidade; 

25. RODOLFO DE SOUZA QUEIROZ, vulgo “RODOLFINHO” ou “GOLFINHO”, brasileiro,  filho 

de Paulo Cesar Queiroz e Vanja de Souza Queiroz, nascido em 30.03.1984, portador do R. G. nº 

13.169.144‐6 IFP/RJ, residente na Rua Soldado Venceslau Spanerki, nº 167, Campo Grande, nesta 

cidade; 

26. REGINALDO MARTINS  DO NASCIMENTO,  vulgo  “NALDO”,  brasileiro,  filho  de Waldecir 

Pereira do Nascimento e Ivone Martins, nascido em 02.01.1969, portador do R. G. nº 08.762.554‐7 

IFP/RJ,residente na Rua Pontões, lote 13, quadra 66, Campo Grande, nesta cidade; 

27. FÁBIO NADAES MORAES, vulgo “BINHO”, brasileiro, filho de Miguel Arcanjo de Andrade 

Moraes e Ângela Maria Nadaes Moraes, nascido em 02.04.1981, portador do R. G. nº 10.222.203‐1 

IFP/RJ, residente na Rua Antonio Campos Neto, nº 370, casa 01, Oiticica, Campo Grande, nesta 

cidade; 

28. MARCOS VINICIUS DA CRUZ CARDOSO,  vulgo  “NOVINHO”, brasileiro,  filho de Antonio 

Marcos da Cruz Cardoso e Elisabeth de Sá Cardoso, nascido em 18.02.1991, portador do R. G. nº 

23.775.152‐4  IFP/RJ,  residente  na  Estrada  Carvalho  Ramos,  nº  21,  quadra  43,  Inhoaíba,  nesta 

cidade; 

29. MÁRCIO DA  CRUZ  CARDOSO,  vulgo  “BARUEL”,  brasileiro,  filho  de Antonio Marcos  da 

Cruz Cardoso e Elisabeth de Sá Cardoso, nascido em 22.03.1986, portador do R. G. nº 21.165.631‐9 

IFP/RJ, residente na Rua Azaléias, nº 11, Campo Grande, nesta cidade; 

Page 5: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

5

30. JUAN PABLO WOLFGRAMM DOREA, brasileiro, filho de Leônidas Alcântara Dorea e Ireny 

Wolfgramm, nascido em 15.12.1984, portador do R. G. nº 21.048.623‐9 IFP/RJ, residente na Rua 13, 

apto. 402, Chaperó, Itaguaí/RJ; 

31. RICARDO DA  COSTA  SANTANA,  vulgo  “DA  CORDINHA”,  brasileiro,  filho  de Mateus  de 

Souza Medeiros Santana e Neuza da Costa Santana, nascido em 15.02.1982, portador do R. G. nº 

12.990.741‐6 IFP/RJ, residente na Rua São Sebastião, nº 105, Nova Cidade, Inhoaíba, nesta cidade; 

32. VANILDO FERREIRA DE LIMA, vulgo “CHUMBINHO”, brasileiro, filho de pai não declarado 

e Maria  Ferreira  de  Lima,  nascido  em  12.02.1961,  portador  do  R.  G.  nº  05.659.202‐5  IFP/RJ, 

residente na Rua Cinqüenta e Cinco, quadra 89, lote 11, frente, Campo Grande, nesta cidade; 

33. RONI  SALVINO  BATISTA,  brasileiro,  filho  de  José Mendes  Batista  e  Francisca  Salvino 

Batista,  nascido  em  15.07.1967,  portador  do  R.  G.  nº  08.337.208‐6  IFP/RJ,  residente  na  Rua 

Reverendo José Drummond, nº 42, casa 01, Campo Grande, nesta cidade; 

34. JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA ROSA, vulgo “JC”, brasileiro, filho de Nilton Gomes da Rosa e 

Nemesse  de Oliveira Rosa,  nascido  em  08.02.1967,  portador  do R. G.  nº  08.700.856‐1  IFP/RJ, 

residente na Travessa João de Matos, nº 39, Quintino Bocaiúva, nesta cidade;  

35. WAGNER FERREIRA DE SOUZA, vulgo “VAGUINHO”, brasileiro, filho de Odail Ferreira de 

Souza e de Rosimeire Ferreira de Souza, nascido em 16.01.1981, portador do R. G. nº 12.264.476‐8 

IFP/RJ,  residente na Rua Setenta e Três, quadra 92,  lote 09, Carobinha, Campo Grande, nesta 

cidade; 

36. CRISTIANO OLIVEIRA DE  FRANÇA, brasileiro,  filho de  Jorge  Luiz Reis de  França  e Célia 

Regina de Oliveira, nascido em 19.11.1979, portador do R. G. nº 11.629.839‐9 IFP/RJ, residente na 

Estrada da Pedra, nº 103, apto. 308, Santa Cruz, nesta cidade;  

37. BRUNO  CARDOSO MORAES  GOUVEIA,  vulgo  “BRUNINHO  DO  BARBANTE”,  brasileiro, 

filho  de  Diórdenes  Alexandre  Gouveia  e  Claudia  Cardoso  de  Moraes  Gouveia,  nascido  em 

27.03.1986, portador do R. G. nº 21.061.590‐2 IFP/RJ, residente na Rua El Shaday, lote 01‐A, casa 

17, Inhoaíba, nesta cidade; 

38. REINALDO  RAMOS  LOBO,  vulgo  “SPRINTER”,  brasileiro,  filho  de  pai  não  declarado  e 

Eugênia Ramos, nascido em 23.06.1981, portador do R. G. nº 20.195.159‐7  IFP/RJ,  residente na 

Rua D, nº 01, Manguariba, Santa Cruz, nesta cidade, atualmente preso; 

Page 6: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

6

39. BRUNO  LUIZ PEREIRA,  vulgo  “BRUNINHO DE  COSMOS”, brasileiro,  filho  de  Jorge  Luiz 

Pereira e Maria da Conceição Baptista, nascido em 24.10.1988, portador do R. G. nº 23.471.229‐7 

IFP/RJ, residente na Rua Bernardino Rodrigues Amado, nº 05, Campo Grande, nesta cidade; 

40. RICARDO HILÁRIO DE FRANÇA, vulgo “CAL”, “CAÔ” ou “CAOZINHO”, brasileiro, filho de 

Félix  Hilário  de  França  e  Maria  Marli  Gomes,  nascido  em  19.01.1987,  portador  do  R.  G.  nº 

24.824.195‐2 IFP/RJ, residente na Rua Rubis, nº 59, Inhoaíba, nesta cidade; 

41. CLAUDENILSON HILÁRIO DE FRANÇA, vulgo “MOMÔ”, brasileiro, filho de Félix Hilário de 

França e Maria Marli Gomes, nascido em  18.06.1989,  residente na Rua Rubis, nº 59,  Inhoaíba, 

nesta cidade; 

42. MÁRCIO  FERNANDO  BARBOSA,  vulgo  “OLHO  DE  GATO”,  brasileiro,  filho  de  pai  não 

declarado e Jorgete Barbosa, nascido em 19.05.1975, portador do R. G. nº 12.019.708‐2 IFP/RJ; 

43. BRUNO  BARBOSA  DA  SILVA,  vulgo  “BRUNO  PRETÃO”,  brasileiro,  filho  de  Roberto 

Barbosa da Silva e Edna Barbosa da Silva, nascido em 16.11.1986, portador do R. G. nº 13.328.626‐

0 IFP/RJ, residente na Rua Campo Grande, lote 03, casa 22 ou na Travessa Rei dos Reis, lote 03B, 

casa 30, ambos em Campo Grande, nesta cidade; 

44. IVO MATTOS DA  COSTA  JUNIOR,  vulgo  “PM  JUNIOR”,  “TOMATE”  ou  “TOMATINHO”, 

brasileiro, policial militar, filho de Ivo Mattos da Costa e Nancy Rodrigues da Costa, nascido em 

17.06.1978,  portador  do  R.  G.  nº  69.747  PMERJ,  residente  na  Rua  Linda  Flor,  nº  105,  Campo 

Grande, nesta cidade; 

45. FABRÍCIO  LOURENÇO  SANTOS  PAIVA,  vulgo  “PAIVA”,  brasileiro,  filho  de  Paulo  César 

Baptista  Paiva  e  Lana  Lourenço  Santos  Paiva,  nascido  em  28.07.1984,  portador  do  R.  G.  nº 

20.295.052‐3 IFP/RJ, residente na Rua Paverama, nº 62 ou na Rua Tamarana, lote 08, quadra 93, 

ambas em Campo Grande, nesta cidade; 

46. MISAEL  SILVA  DO  NASCIMENTO,  vulgo  “PASTOR  DA  MILÍCIA”,  brasileiro,  filho  de 

Zacarias Pereira do Nascimento e Venanci Silva do Nascimento, nascido em 30.04.1984, portador 

do R. G. nº 20.469.581‐1 IFP/RJ, residente na Rua 03, lote 20, Vilar Carioca, Inhoaíba, nesta cidade; 

47. BERNARDO TEIXEIRA CRUZ, brasileiro, filho de José Souza Cruz e Dejanira Teixeira Cruz, 

nascido em 05.08.1965, portador do R. G. nº 07.149.138‐5 IFP/RJ, residente na Rua Itagiba, nº 130, 

Cosmos, nesta cidade; 

Page 7: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

7

48. NODIR JOSÉ BARBOSA DA SILVA, vulgo “CAVEIRINHA”, brasileiro, policial militar, filho de 

José da Silva e Maria Barbosa da Silva, nascido em 03.0.1967, portador do R. G. nº 50.617 PMERJ, 

residente na Rua José Martins Pires, nº 17, Campo Grande, nesta cidade; 

49. VALDENIR MENEZES PEREIRA, vulgo “MONSTRINHO”, brasileiro, policial militar, filho de 

Francisco Pereira  Junior e Nair Menezes Pereira, nascido em  24.10.1959, portador do R. G. nº 

34.290 PMERJ, residente na Estrada do Cabuçu de Baixo 170, Rua D, nº 70, Campo Grande, nesta 

cidade, atualmente preso 

pela prática da conduta delituosa a seguir descrita: 

 I. Em período de tempo não determinado, porém compreendido entre o ano 

2007 e a presente data, em várias  localidades da zona oeste da cidade do Rio de  Janeiro  (v.g., 

Campo  Grande,  Cosmos,  Guaratiba,  Inhoaíba,  Paciência,  Santíssimo)  e mesmo  em municípios 

contíguos,  como  Nova  Iguaçu/RJ,  os  denunciados,  de  forma  livre  e  consciente,  em  perfeita 

comunhão  de  ações  e  desígnios  entre  si  e  com  outros  indivíduos  ainda  não  plenamente 

identificados,  associaram‐se, de  forma  estável  e permanente,  em quadrilha  armada,  alcunhada 

“Liga  da  Justiça”,  para  o  fim  de  cometer  ampla  variedade  de  crimes,  tais  como  homicídio 

qualificado, extorsão, corrupção ativa, concussão, posse e porte ilegais de armas de fogo de uso 

permitido e de uso  restrito, entre tantos outros, assim viabilizando a consecução de projeto de 

poder  que  engloba  a  dominação  territorial  e  econômica  de  toda  aquela  região  por meio  da 

violência e da imposição do terror.  

 

Agremiação  que  se  inscreve  no  conceito  de milícia,  por  ostentar  em  suas 

hostes grande número de agentes públicos (notadamente  integrantes das forças policiais) e por 

espraiar  para  o  seio  das  instituições  estatais  os  tentáculos  do  crime  organizado,  o  grupo 

paramilitar  formado  pelos  denunciados  e  por  seus  sequazes  passou  a,  com  cada  vez  maior 

virulência,  intentar  estabelecer  e  ulteriormente manter  a  hegemonia  da  exploração  de  toda  a 

sorte de atividades que pudessem gerar  lucro na  já aludida circunscrição territorial – dedicando‐

se, por exemplo, ao domínio do transporte alternativo de passageiros, à exploração de  jogos de 

azar por meio de máquinas “caça‐níqueis”, ao monopólio obrigatório da venda de botijões de gás 

a preços superfaturados, à cobrança coercitiva de “taxa de segurança”, à redistribuição ilícita de 

sinais  de  transmissão  de  canais  de  televisão  (vulgarmente  conhecida  como  “gatonet”)  e  à 

mantença e exploração de depósitos clandestinos de combustível (GNV).  

 

Page 8: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

8

Para  a  consecução  de  tais  objetivos,  os  ora  denunciados  e  os  demais 

quadrilheiros  não medem  as  conseqüências  de  suas  ignominiosas  condutas,  valendo‐se,  como 

meio ordinário de atuação, de ampla gama de práticas criminosas que possam ensejar o resultado 

pretendido, sempre mediante violência ou grave ameaça exercidas com o emprego de armas de 

fogo  (não  raro  de  grosso  calibre,  como  fuzis),  podendo‐se,  dentre  elas,  exemplificativamente 

elencar: a) o constrangimento de moradores e de comerciantes das localidades sob seu domínio à 

regular entrega de quantias em dinheiro à malta, sob o pretexto de “protegê‐los” de criminosos 

que os pudessem eventualmente perturbar; b) o constrangimento de pessoas que se dedicam ao 

desempenho de atividades relacionadas ao transporte alternativo de passageiros (motoristas das 

vans, cobradores, cooperativados etc.) ao pagamento de quantias em dinheiro (referidas, nesse 

mister, como “diárias”) à quadrilha, condição ao exercício de tais atividades nos territórios por ela 

controlados;  c)  a  imposição,  a  moradores  e  comerciantes  das  localidades  já  indicadas,  do 

monopólio exercido pela quadrilha na comercialização de GNV (gás natural veicular) e de botijões 

de  gás  e  na  redistribuição  (ilegal)  de  sinais  de  programação  de  emissoras  de  TV  a  cabo 

(“gatonet”); d) a prática de espancamentos, seqüestros, torturas e homicídios qualificados, não 

raro de forma ostensiva – em plena luz do dia e em locais de grande aglomeração de pessoas –, 

de todos quantos se recusem a se submeter às “regras” impostas pela horda ou ousem intentar 

levar ao conhecimento das autoridades notícia da barbárie por ela desencadeada em sua área de 

influência.  

 

II. O inquérito policial que lastreia a presente denúncia é continuação daquela 

primeva  inquisa  instaurada  para  a  investigação  da  atuação  do  grupo  criminoso  cognominado 

“Liga  da  Justiça”  (IP  nº  06/2009  –  DC/Polinter),  havendo  tido  por  escopo  a  identificação  e  a 

viabilização  da  responsabilização  penal  de mais  de  seus  incontáveis  integrantes.  Por meio  da 

reunião de informes de inteligência, da inquirição de testemunhas e, bem assim, da perscrutação, 

autorizada por esse Juízo, das comunicações telefônicas estabelecidas entre miríade de membros 

da horda,  logrou‐se desvelar mais de  sua estrutura e modo de  funcionamento, observando‐se, 

como de praxe, evidente divisão de tarefas, competindo a cada quadrilheiro a realização de parte 

necessária da execução do plano global, visando à plena realização da comum resolução delitiva.  

 

O denunciado MARCOS EDUARDO CRUZ DE OLIVEIRA, vulgo “FURACÃO”, é 

indivíduo  profundamente  imiscuído  nas  atividades  criminosas  desenvolvidas  pela  quadrilha, 

sendo  responsável  pela  negociação  de  armas  de  fogo,  pela  prática  de  extorsões  mediante 

Page 9: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

9

seqüestro, pelo gerenciamento do recolhimento das “diárias” extorquidas de motoristas de vans 

de transporte alternativo e por  infinidade de homicídios  (como executor ou mandante) em seu 

benefício, notadamente na área de Cosmos e do Barbante (cf. fls. 25/91 do volume I; fls. 145, 147, 

149 e 151 do volume II; e fls. 02/153 do anexo 15).  

 

A  denunciada  ANDRESSA  LOISE  SILVA  DE  SOBRAL,  companheira  de 

“FURACÃO”,  irmã de criação de MACIEL VALENTE DE SOUSA, vulgo “ZACARIAS”, e afilhada de 

RICARDO TEIXEIRA CRUZ,  vulgo  “BATMAN”, participa  ativamente das  atividades da quadrilha, 

notadamente na  interlocução e coordenação de vários de seus  integrantes e no transporte e na 

ocultação das armas de fogo de propriedade de seu amásio (cf. fls. 138/139 e 153/175 do anexo 15).  

 

A denunciada ANDRÉA LOISE SILVA DE SOBRAL, vulgo “DÉIA”, “LOURA” ou 

“MORENA”,  irmã  de  ANDRESSA,  exerce  função  de  confiança  na  quadrilha,  atuando  como 

motorista de integrantes de seus escalões superiores (como ‘CADINHO/CARA TORTA’ e MACIEL), 

notadamente durante o desenvolvimento das atividades criminosas levadas a cabo pela malta (cf. 

anexos 14, 14A e 14B).  

 

O  denunciado  BRUNO  CRUZ  DE  OLIVEIRA,  vulgo  “BICUDO”,  é  irmão  de 

MARCOS EDUARDO CRUZ DE OLIVEIRA, vulgo “FURACÃO”. No organograma da quadrilha, é um 

dos responsáveis pelo recolhimento das quantias angariadas mediante extorsão de motoristas de 

veículos de transporte alternativo, de comerciantes e de moradores, bem como pela guarda, em 

sua  residência,  de  parte  do  armamento  utilizado  pelo  grupo  no  desenvolvimento  de  suas 

atividades criminosas (cf. fls. 146, 148 e 153 do volume II e fls. 176/196 do anexo 15).  

 

O denunciado SEBASTIÃO CORREA BARROS, vulgo “BARROS”, sargento da 

Polícia  Militar,  comandante  do  DPO  do  km  32  (Nova  Iguaçu)  e  padrasto  de  ANDRESSA, 

companheira de “FURACÃO”, é  interlocutor habitual deste último, competindo‐lhe previamente 

fornecer  informações  acerca  da  realização  de  operações  policiais  que  possam  interferir  nas 

atividades criminosas da quadrilha. Além disso, utiliza o aparato estatal disponível em  razão da 

função  pública  por  ele  exercida  para  facilitar  o  desenvolvimento  das  atividades  criminosas  da 

malta  –  por  exemplo,  fornecendo  cobertura  aos membros  da  quadrilha  com  a  utilização  de 

viaturas da Polícia Militar ou mesmo realizando ações contra seus rivais (cf. fls. 60 e 205/223 do 

anexo 15).  

Page 10: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

10

O denunciado RÔMULO FELIPE FREIRE, vulgo “RÔMULO BOMBA”, é um dos 

responsáveis  pelo  recolhimento  das  quantias  angariadas mediante  extorsão  de motoristas  de 

veículos  de  transporte  alternativo,  além  de  se  imiscuir  em  outras  atividades  criminosas 

perpetradas pela quadrilha,  como  a  cogitação de homicídios  de  rivais  (conferir,  a propósito,  a 

ligação  telefônica  por  ele  estabelecida  com  “Furacão”,  na  qual  tramam  a morte  do  indivíduo 

alcunhado “Pajé”, efetivamente assassinado por este último pouco depois; cf. fls. 02/41 do anexo 

16).  

 

Os denunciados ALEX DANTAS DA SILVA (cf. fls. 50/52 do anexo 15 e fls. 47/51 

do anexo 16), ALEXANDRE SILVA DE ALMEIDA, vulgo “XANDE” ou “SOLINHA” (cf. fls. 52/72 do 

anexo  16), WELLINGTON DOS SANTOS DE CASTRO, vulgo “PAPEL”  (cf.  fls. 73/93 do anexo  16), 

BRUNO  LEONARDO  DA  SILVA  DE  SOUZA  (cf.  fls.  31/39  do  anexo  17),  MARCOS  PAULO  DA 

CONCEIÇÃO MARTINS, vulgo “BILU”, RENATO LIMA DO ESPÍRITO SANTO, vulgo “RENATINHO”, 

CLEBERSON ALVES DE OLIVEIRA, vulgo “CLEBER”, e JEFERSON EVANGELISTA FRANÇA GOULART 

DA  SILVA,  vulgo  “RATO”  (diversas  vezes  citados  por  “FURACÃO”  nas  ligações  telefônicas 

interceptadas – cf. fls. 25/91 do vol. I e fls. 02/153 do anexo 15; fls. 398/444 do volume III e fls. 57/62 

do  anexo  17)  participam  intensamente  de  várias  atividades  criminosas  levadas  a  cabo  pela 

quadrilha, dentre as quais se destacam a negociação de armas de  fogo, a prática de extorsões 

(inclusive mediante  seqüestro) e a captura,  tortura e execução de  inimigos da horda, não  raro 

atuando em conjunto, sob ordens de “FURACÃO”.  

 

O denunciado DIEGO SILVA DE ALMEIDA é também  integrante da quadrilha, 

competindo‐lhe  auxiliar  seu  irmão  ALEXANDRE  SILVA  DE  ALMEIDA,  vulgo  “XANDE”  ou 

“SOLINHA”,  e  seus  asseclas  mais  próximos  (vide  parágrafo  anterior)  no  desempenho  das 

atividades criminosas que lhes incumbe perpetrar, notadamente no que concerne ao transporte e 

à negociação de armas de fogo (fls. 472/473 do volume III; fls. 57/58 do anexo 15; fls. 46, 69/70 e 

85 do anexo 16).  

 

O  denunciado  RICARDO  COELHO  DA  SILVA,  vulgo  “CADINHO”  ou  “CARA 

TORTA”, ocupa  função de destaque na quadrilha,  funcionando  como  intermediador  entre  seu 

primeiro escalão e os escalões  inferiores, bem  como ostentando  a  condição de  articulador do 

efetivo cumprimento das ordens promanadas da chefia – por exemplo, organizando as cobranças 

das  “taxas  de  proteção”  e  das  “diárias”,  providenciando  segurança  aos  cobradores  no 

Page 11: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

11

desempenho  de  tal  tarefa,  centralizando  o  recebimento  de  informações  provenientes  de 

informantes espalhados pela área de atuação da milícia etc. (conferir anexos 14, 14A e 14B); 

 

O denunciado DENILSON JOSÉ DOS SANTOS, vulgo “NINÃO”, é  interlocutor 

freqüente do alto escalão da quadrilha e, em seu organograma, exerce as mais variadas funções, 

como a coordenação das equipes dedicadas às extorsões dos motoristas de vans e das retaliações 

armadas aos cobradores da milícia rival,  inclusive ordenando homicídios, a negociação de armas 

de  fogo  e  a  “clonagem” de  viaturas da Polícia para utilização pela organização  criminosa, por 

exemplo (cf. anexos 5 e 7; fls. 94/112 do anexo 16).  

 

O denunciado ANDRÉ FRANCISCO DOS SANTOS, vulgo “ANDRÉ PAULISTA”, 

negocia veículos de procedência  ilícita para o uso da milícia, além de participar da atividade de 

extorsão dos motoristas de veículos de  transporte alternativo de passageiros  (cf.  fls.  113/117 do 

anexo 16).  

 

O denunciado DOUGLAS DE SANTANA, vulgo “JILÓ”, dedica‐se com afinco ao 

exercício  da  atividade  de  extorsão  de  “diárias”  dos  motoristas  de  veículos  de  transporte 

alternativo de passageiros nas  linhas dominadas pela milícia,  recebendo ordens diretamente de 

RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO” ou “CARA TORTA” (cf. anexos 10, 14, 14A e 14B).   

 

O  denunciado MÁRCIO DA  SILVA  TEIXEIRA,  vulgo  “TITO”  ou  “2T”,  exerce 

funções relacionadas à prática de extorsão de “diárias” dos motoristas de veículos de transporte 

alternativo  de  passageiros  e,  bem  assim,  de  retaliações  (inclusive  homicídios)  contra  os 

integrantes da milícia rival (cf. fl. 134 do volume II; anexos 4, 6, 10 e 14A; e fls. 121/128 do anexo 16). 

 

O  denunciado  JADIR  JERÔNIMO  JUNIOR,  vulgo  “JUNIOR”,  “GORILÃO”  ou 

“NEGÃO”,  interlocutor contumaz e homem de confiança dos  integrantes do escalão superior da 

quadrilha,  gerencia  a  atividade  de  exploração  de máquinas  caça‐níquel,  além  de  participar  de 

extorsões e homicídios (cf. fls. 146, 148, 150 e 156 do volume II; fls. 613/637 do volume IV; anexos 5 

e 7 e fls. 129/134 do anexo 16).  

 

O denunciado JOSÉ DAVID RAMALHO, vulgo “SELVA”, policial militar, opera a 

exploração das atividades de “gatonet” e de venda monopolizada de botijões de gás, além de 

Page 12: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

12

negociar veículos e armas de  fogo para uso da milícia  (cf.  fls. 459/468 do volume  III;  fl. 509 do 

volume IV; e fls. 136/144 do anexo 16).  

 

O  denunciado  MARCO  ANTONIO  DO  NASCIMENTO  BARBOSA,  vulgo 

“TOUCHÉ”, gerencia a coleta das “diárias” extorquidas dos motoristas de veículos de transporte 

alternativo de passageiros (cf. fls. 146/151 do anexo 16).  

 

O  denunciado  VANDÉSIO  ATAÍDE  ARSI  BENINCÁ,  vulgo  “BRANQUINHO”, 

exerce  funções  relacionadas  à  prática  de  extorsão  de  “diárias”  dos motoristas  de  veículos  de 

transporte alternativo de passageiros e, bem assim, de retaliações contra os integrantes da milícia 

rival (cf. fls. 170/182 do anexo 16).  

 

O  denunciado  RODOLFO  DE  SOUZA  QUEIROZ,  vulgo  “RODOLFINHO”  ou 

“GOLFINHO”,  coordena  a  coleta  das  “diárias”  extorquidas  dos  motoristas  de  veículos  de 

transporte alternativo de passageiros (cf. fls. 152/155 e 183/190 do anexo 16).  

 

O  denunciado  REGINALDO  MARTINS  DO  NASCIMENTO,  vulgo  “NALDO”, 

exerce  funções  relacionadas  à  prática  de  extorsão  de  “diárias”  dos motoristas  de  veículos  de 

transporte alternativo de passageiros e, bem assim, de  retaliações  (inclusive homicídios) contra 

os integrantes da milícia rival (cf. fl. 592 do volume IV e fls. 02/29 do anexo 17).  

 

O  denunciado  FÁBIO  NADAES  MORAES,  vulgo  “BINHO”,  exerce  funções 

relacionadas à cobrança de  serviços de “gatonet” e de “diárias” dos motoristas de veículos de 

transporte alternativo de passageiros que operam nas  linhas dominadas pela “Liga da  Justiça” 

(cf. fls. 40/56 do anexo 17).  

 

O  denunciado MARCOS  VINICIUS  DA  CRUZ  CARDOSO,  vulgo  “NOVINHO”, 

negocia armas de fogo e munição para a quadrilha, além de se dedicar à extorsão de motoristas 

de vans e à prática de homicídios que lha beneficiem (cf. fl. 133 do volume II, anexos 14, 14A e 14 B 

e fls. 63/97 do anexo 17).  

 

O  denunciado  MÁRCIO  DA  CRUZ  CARDOSO,  vulgo  “BARUEL”,  irmão  de 

“NOVINHO”, exerce funções relacionadas à cobrança de “diárias” dos motoristas de veículos de 

Page 13: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

13

transporte alternativo de passageiros que operam nas  linhas dominadas pela “Liga da  Justiça” 

(cf. anexos 14A e 14B e fls. 83/84 do anexo 17).  

 

O  denunciado  JUAN  PABLO WOLFGRAMM  DOREA  é  um  dos  responsáveis 

pelo  recolhimento  das  quantias  angariadas  mediante  extorsão  de  motoristas  de  veículos  de 

transporte alternativo de passageiros nas linhas dominadas pela milícia (cf. fls. 98/99 e 179/185 do 

anexo 17).  

 

O  denunciado  RICARDO  DA  COSTA  SANTANA,  vulgo  “DA  CORDINHA”,  é 

interlocutor contumaz do alto escalão da quadrilha, dedicando‐se à operação nas mais diversas 

áreas,  como  a  exploração  da  distribuição monopolizada  de  gás  e  de máquinas  caça‐níquel,  a 

prática de extorsão de “diárias” de motoristas de vans e a perpetração de homicídios de rivais da 

malta (cf. fl. 132 do volume II; fls. 544/548, 577/579 e 613/637 do volume IV; e fls. 100/120 do anexo 

17).  

 

O  denunciado  VANILDO  FERREIRA  DE  LIMA,  vulgo  “CHUMBINHO”, 

presidente da associação de moradores do Jardim Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande, 

exerce  funções  relacionadas  à  extorsão de  “diárias” dos motoristas de  veículos de  transporte 

alternativo  de  passageiros  que  operam  nas  linhas  dominadas  pela  “Liga  da  Justiça”,  inclusive 

pagamento de propina a equipes policiais, bem como à perpetração de homicídios (cf. fl. 591 do 

volume IV; fls. 121/157 do anexo 17).  

 

O  denunciado  RONI  SALVINO  BATISTA,  presidente  da  associação  de 

moradores do Conjunto Votorantim, em Campo Grande, explora o serviço de “gatonet” naquela 

localidade e na da Carobinha, além de ocultar armas de fogo de propriedade da milícia e ordenar e 

executar homicídios que lha beneficiem (cf. fls. 582/612 do volume IV).  

 

O  denunciado  JOÃO  CARLOS  DE  OLIVEIRA  ROSA,  vulgo  “JC”,  explora  o 

serviço  de  “gatonet”  no  Conjunto  Votorantim  e  na  Carobinha,  juntamente  com  o  denunciado 

RONI SALVINO BATISTA, além de funcionar como elo entre as milícias da “Liga da Justiça” e de 

Bangu (cf. fls. 582/612 do volume IV).  

Page 14: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

14

 O  denunciado  WAGNER  FERREIRA  DE  SOUZA,  vulgo  “VAGUINHO”,  atua 

como segurança da milícia e instalador do serviço de “gatonet” na região do Conjunto Votorantim 

e da Carobinha (cf. fls. 582/612 do volume IV).  

 

O denunciado CRISTIANO OLIVEIRA DE FRANÇA é um dos responsáveis pela 

extorsão de “diárias” de motoristas de veículos de transporte alternativo, além de se imiscuir em 

outras atividades criminosas em prol da quadrilha, como negociação de armas de fogo e munição 

(cf. fls. 158/167 do anexo 17).  

 

O denunciado BRUNO CARDOSO MORAES GOUVEIA, vulgo “BRUNINHO DO 

BARBANTE”, é um dos  responsáveis diretos pelo  recolhimento, na  área do Barbante, do  lucro 

auferido pela exploração, pela quadrilha, de máquinas caça‐níquel, além de efetuar a manutenção 

dos  referidos  mecanismos.  As  quantias  por  ele  recolhidas  eram  ao  depois  entregues  a  um 

comparsa mais bem posicionado na hierarquia da quadrilha  (JADIR  JERÔNYMO  JUNIOR,  vulgo 

“JUNIOR”, “GORILÃO” ou “NEGÃO”), que se encarregava de repassá‐las ao escalão superior, na 

pessoa de MACIEL,  vulgo “ZACARIAS”  (cf.  fls. 640/643 do volume  IV e o APF nº  18/2009 – DH 

Oeste, em anexo).  

 

O  denunciado  REINALDO  RAMOS  LOBO,  vulgo  “SPRINTER”,  exercia  a 

traficância de substâncias entorpecentes na favela do Barbante, até ser ela  invadida e dominada 

pela “Liga da Justiça”. Nessa oportunidade, foi cooptado pela quadrilha e começou a atuar como 

executor de homicídios que lha beneficiassem, notadamente na precitada localidade do Barbante, 

onde ulteriormente passou a  liderar a célula da milícia ali  instalada, até  sua  recente prisão. Foi 

reconhecido como um dos artífices da “chacina do Barbante”, ocorrida em agosto de 2008, bem 

como  daquela  outra  que,  em  julho  de  2009,  vitimou  grande  parte  da  família  de  uma  das 

testemunhas daquele crime, Vicente de Souza Junior, também arrolada como tal na ação penal 

deflagrada a partir do IP nº 06/2009 (cf. fls. 132, 134, 145, 147, 150 e 152 do volume II e fls. 613/637 e 

644/648 do volume IV).  

 

O  denunciado  BRUNO  LUIZ  PEREIRA,  vulgo  “BRUNINHO  DE  COSMOS” 

(cunhado de TONY ANGELO SOUZA DE AGUIAR, vulgo “ERÓTICO”), operava como motorista de 

um  dos  líderes  da milícia,  RICARDO  TEIXEIRA  CRUZ,  vulgo  “BATMAN”,  além  de  se  dedicar  à 

instalação  e  à  cobrança  do  serviço  de  “gatonet”  e  à  execução  de  homicídios  de  interesse  da 

Page 15: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

15

organização  criminosa  (cf.  fls.  147/148  e  154  do  volume  II;  fls.  552/555,  613/637  e  640/648  do 

volume IV).  

 

O  denunciado  RICARDO  HILÁRIO  DE  FRANÇA,  vulgo  “CAL”,  “CAÔ”  ou 

“CAOZINHO”,  exerce  a  função de  segurança da milícia  e  também  é um dos  responsáveis pela 

perpetração de homicídios que lha interessem, havendo sido reconhecido como um dos artífices 

do assassinato da testemunha Leonardo Baring Rodrigues, ocorrido em julho de 2009 (cf. fls. 132 

do volume II e fls. 576, 578, 579, 613/648 do volume IV). 

 

Ao denunciado CLAUDENILSON HILÁRIO DE FRANÇA, vulgo “MOMÔ”, irmão 

de  “CAL/CAÔ/CAOZINHO”,  compete  o  recolhimento  das  quantias  em  dinheiro  extorquidas  de 

comerciantes  a  título  de  “taxa  de proteção”  a  ser paga  à milícia.  Foi  recentemente  preso  em 

flagrante delito portando armas de fogo de uso restrito, inclusive com numeração raspada (cf. fls. 

613/637 do volume IV e processo nº 2009.205.019935‐8).  

 

O denunciado MÁRCIO FERNANDO BARBOSA, vulgo “OLHO DE GATO”, é um 

dos responsáveis pela perpetração de homicídios em prol dos interesses da milícia, havendo sido 

reconhecido como um dos participantes da “chacina do Barbante”, ocorrida em agosto de 2008 

(cf. fls. 538/542, 578 e 638/639 do volume IV).  

 

O  denunciado BRUNO BARBOSA DA  SILVA,  vulgo  “BRUNO  PRETÃO”,  atua 

como executor de homicídios de interesse da quadrilha, havendo sido reconhecido como um dos 

participantes da chacina da família da testemunha Vicente de Souza Junior, ocorrida em junho de 

2009 (cf. fls. 577 e 613/637 do volume IV).  

 

O  denunciado  IVO  MATTOS  DA  COSTA  JUNIOR,  vulgo  “PM  JUNIOR”, 

“TOMATE” ou “TOMATINHO”, utiliza‐se de sua condição de policial militar para viabilizar/facilitar 

o sucesso de operações da quadrilha, além de articular e executar homicídios que  favoreçam a 

organização criminosa (cf. fl. 509 do volume IV).  

 

O denunciado FABRÍCIO LOURENÇO SANTOS PAIVA, vulgo “PAIVA”, exerce 

funções relacionadas à extorsão de “diárias” dos motoristas de veículos de transporte alternativo 

Page 16: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

16

de passageiros que operam nas linhas dominadas pela “Liga da Justiça” (cf. fls. 168/178 do anexo 

17). 

 

O denunciado MISAEL SILVA DO NASCIMENTO, vulgo “PASTOR DA MILÍCIA”, 

não  apenas  se  dedica  à  extorsão  de  “diárias”  dos motoristas  de  vans  que  operam  em  linhas 

dominadas pela milícia, não raro mediante a utilização de arma de fogo, como também perpetra 

homicídios em prol da malta. Foi preso em flagrante delito em julho de 2009 em razão da prática 

daquela primeira conduta, ocasião em que confessou à autoridade policial  integrar as hostes da 

“Liga da  Justiça”,  intentando  suborná‐la para que não  ficasse detido  (cf.  fls.  133  e  249/260 do 

volume II).  

 

O  denunciado  BERNARDO  TEIXEIRA  CRUZ,  irmão  de  RICARDO  TEIXEIRA 

CRUZ, vulgo “BATMAN”, é um dos responsáveis pela contabilidade da organização criminosa (cf. 

fls. 133 e 141 do volume II).  

 

O  denunciado  NODIR  JOSÉ  BARBOSA  DA  SILVA,  vulgo  “CAVEIRINHA”, 

policial militar,  atuava  como  segurança  do  capo  RICARDO  TEIXEIRA  CRUZ,  vulgo  “BATMAN”, 

além de se dedicar à perpetração de homicídios em prol da “Liga da Justiça” (cf. fls. 132, 148 e 158 

do volume II).  

 

O denunciado VALDENIR MENEZES PEREIRA, vulgo “MONSTRINHO”, policial 

militar, atua como extorsionário e matador a serviço da milícia. Foi preso em flagrante delito na 

posse criminosa de armas de fogo, inclusive de uma submetralhadora pistol uzi calibre 9 mm com 

numeração  raspada, ao  ser  surpreendido na  condução de  veículo  reportado  como utilizado na 

chacina da família da testemunha Vicente de Souza Junior, pouco tempo antes (cf. fls. 169/173 do 

volume II).  

 

Assim  agindo,  estão  os  denunciados  incursos  nas  sanções  do  artigo  288, 

parágrafo único do Código Penal, c/c o artigo 8º, caput da Lei 8.072/90.  

 

Ante o  exposto,  requer o Ministério Público, uma  vez  recebida  a presente, 

que seja determinada a citação dos denunciados para responderem, por escrito, aos termos desta 

ação penal  (art. 396 CPP) e, após, a designação da audiência de que cuida o art. 399 do codex 

Page 17: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

17

processual, esperando ver, a final,  julgada procedente a pretensão punitiva estatal verberada no 

processo, com a conseqüente condenação dos réus. 

 Requer ainda o parquet a notificação/requisição das seguintes pessoas, a fim 

de  deporem  sobre  os  fatos  aqui  narrados,  ouvindo‐se  as  excedentes  ao  número  legal  como 

testemunhas  do  Juízo,  justificando‐se  a  extrapolação  pelas  notáveis  peculiaridades  do  caso 

concreto: 

 1. Fábio Oliveira Barucke – delegado de polícia; 

2. Adriana Pereira Mendes – delegada de polícia; 

3. Ronald Hurst – delegado de polícia, fls. 631/637; 

4. Leandro Baring Rodrigues – fls. 131, 147, 178, 579, 614 e 638/641; 

5. José Carlos de Souza Machado – fls. 145, 577 e 642‐; 

6.  Vicente de Souza Junior –fl. 149 e 578; 

7. Luciano Baring Rodrigues – fl. 178; 

8. Iris Stefani Suplano da Silva – fl. 404; 

9. Enercy de Oliveira – fl. 478; 

10. Eliel Figueiredo da Silva – policial civil, fl. 252; 

11. Adriano Mello Sene – policial civil, fl. 253; 

12. Antonio Silvino Teixeira – delegado de polícia, fl. 255; 

13. Eraldo Pereira – policial civil, fls. 169/173; 

14. Gilson Barros de Souza – PM, fls. 169/173.  

 

Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2009.  

 

 

 MARCUS VINICIUS C. M. LEITE 

Promotor de Justiça Mat. 2512 

 

 

 

BRUNO DE LIMA STIBICH Promotor de Justiça 

Mat. 2369 

Page 18: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

18

IP n° 31/2009 (CORE – Missão Suporte) Proc. nº 2009.205.020931‐5 

   

PROMOÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO      

MERITÍSSIMO JUIZ 

 

1. Oferece o MP denúncia em separado, em  17  laudas digitadas,  ressaltando que 

este  ato  de  forma  alguma  importa  arquivamento  implícito,  objetivo  ou  subjetivo,  podendo  o 

parquet, a qualquer tempo, aditá‐la ou deflagrar nova ação penal, conforme reputar necessário, 

mesmo  porque  as  investigações  prosseguirão  com  o  fito  de  responsabilizar  penalmente  os 

demais integrantes da quadrilha ora perscrutada; 

 

2. Deixa o MP de deflagrar a ação penal também contra:  

 a) Marcelo  Santos  Silva,  vulgo  “Itamar”,  José  Carlos  de Mattos  Junior,  Fábio 

Marcos Lessa Caramuru, Ubirajara Ribeiro Ottero e Marcos dos Santos Magalhães, em razão de 

já haverem sido eles denunciados pela prática da conduta ora imputada aos demais quadrilheiros 

no processo nº 2009.205.024162‐4; 

 b)  Edson Moreira  Barbosa,  André Henrique  da  Silva  Souza,  Renan  dos  Santos 

Barbosa  e Daniel  Fernandes de Souza, por  já  responderem pelo mesmo  crime no processo nº 

2009.205.029518‐9; 

 c)  João Rafael dos Prazeres, por  já haver  sido denunciado  com base na  inquisa 

06/2009 (DC – Polinter), perante esse juízo;  

 d)  os  demais  indiciados  contra  quem  a  autoridade  policial  haja  eventualmente 

formulado  representação  de  prisão  preventiva,  em  razão  de,  conforme  o  caso,  não  estarem 

plenamente  identificados,  ou  reputar  o  MP  que  os  indícios  angariados  em  seu  desfavor 

demandam enrobustecimento por meio de investigações complementares; 

 

Page 19: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

19

3.  Acompanham  a  denúncia  anexa  as  mídias  contendo  as  gravações  das 

comunicações  telefônicas  interceptadas  mediante  autorização  desse  Juízo  ao  longo  da 

tramitação do inquérito policial que àquela primeira serve de supedâneo; 

 

4.  Requer o Ministério Público: 

 a) a comunicação da deflagração da presente ação penal contra os  denunciados 

ao IFP/RJ; 

 b) idem, com cópia da denúncia e da presente cota, à Vara de Execuções Penais; 

 c) o encaminhamento de cópia da denúncia e da presente cota à Corregedoria‐

Geral  Unificada  e  à  corregedoria  interna  da  Polícia  Militar,  para  ciência  e 

adoção das providências reputadas pertinentes em seu âmbito de atuação; 

 d) a vinda aos autos das FACs e das pesquisas SIDIS dos denunciados, atualizadas 

e esclarecidas; 

 e) a  requisição,  à  Polícia Militar,  de  cópias  dos  assentamentos  funcionais  dos 

denunciados que integrem ou tenham integrado suas fileiras; 

 f) a  requisição,  às  operadoras  de  telefonia  destinatárias  das  ordens  de 

interceptação  das  comunicações  telefônicas  expedidas  neste  feito,  do 

encaminhamento a este órgão ministerial, em prazo exíguo a ser fixado pelo 

juízo,  das  contas‐detalhe  relativas  às  linhas  interceptadas  no  período  de 

vigência da quebra de sigilo, em formato digital (se for o caso, utilizando‐se o 

email [email protected]), para  fins de cruzamento de dados visando à 

obtenção  de  informações  relevantes  para  o  deslinde  da  causa  penal  em 

apreço; 

 

5.   Requer, ainda, o Ministério Público, com espeque no artigo 225 do Código de 

Processo Penal, que proceda esse meritíssimo juízo, tão logo possível, à COLHEITA ANTECIPADA 

DOS DEPOIMENTOS das  testemunhas  indicadas  sob os números 4 a 7 na denúncia  (Leandro e 

Luciano  Baring  Rodrigues,  José  Carlos  de  Souza Machado  e  Vicente  de  Souza  Junior).  Isso 

porque  todos, sem exceção, encontram‐se marcados para morrer pela quadrilha de que  fazem 

Page 20: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

20

parte os denunciados,  justamente por virem reiteradamente colaborando com a Polícia e com a 

Justiça  para  seu  desmantelamento,  e,  em  razão  disso,  ora  vivem  sob  proteção  da  autoridade 

policial. Tal circunstância, no entanto, não permite afastar o mais que palpável risco de que ditas 

testemunhas  não mais  existam ou  se  encontrem  disponíveis por ocasião  da  realização  da AIJ, 

observado o trâmite normal do processo: a uma, porque nada impede que, a qualquer momento, 

abdiquem da proteção que lhes é atualmente deferida para ganharem o mundo, não podendo ser 

obrigadas a dela usufruir indefinidamente; a duas, porquanto a audácia da milícia em questão não 

encontra  limites,  decerto  não  chegando  a  surpreender  eventual  intentação  (e  possível 

consecução)  da  ocisão  das  vidas  das  testemunhas mesmo  sob  a  tutela  do  Estado  (mormente 

quando se considera a existência em suas  fileiras de  integrantes do Poder Público, com acesso 

privilegiado a dados e informações sigilosos). Não custa asseverar, a propósito, que tal prática (a 

da “queima de arquivo”) é cotidianamente levada a cabo pelo grupo criminoso de que se ocupa a 

presente  inquisa, como provam o  recente assassinato de Leonardo Baring,  irmão de Leandro e 

Luciano  e  também  testemunha dos  crimes perpetrados pela  “Liga da  Justiça”,  e  a  chacina de 

quatro  integrantes da família de Vicente de Souza Junior (o verdadeiro alvo da empreitada, que 

só por extrema sorte não dividiu o destino de seus parentes). Tudo, pois, a plenamente justificar o 

enorme receio de que, por conta do tempo necessário para citação dos denunciados, juntada de 

defesas  e  designação  de  AIJ,  as  precitadas  testemunhas  já  não mais  existam  ou  possam  ser 

encontradas  ao  tempo  da  instrução  e,  por  via  de  conseqüência,  a  legitimar  o  deferimento  da 

providência  que  ora  se  postula  (que,  aliás,  não  obsta  a  que  sejam  elas  novamente  inquiridas 

quando da realização da(s) AIJ(s), se ainda possível).  

 

6.  Pugna  o  parquet,  outrossim,  por  que  sejam  as  defesas  técnicas  instadas  a 

expressamente  informar, por ocasião da oferta das respectivas respostas à acusação (art. 396‐A 

CPP), se pretendem ou não postular a  realização da chamada “perícia de voz” para cotejo dos 

padrões vocálicos dos denunciados com as vozes captadas nas interceptações das comunicações 

telefônicas que  lastreiam a presente ação penal, providenciando‐se desde  logo, se for o caso, a 

colheita do material necessário à sua confecção, o que decerto  importará minoração do tempo 

necessário à ultimação do processo;   

 

7. De outro  tanto, postula  a  autoridade policial  (fls.  556/565)  o  deferimento  de 

medida  cautelar  de  BUSCA  E  APREENSÃO  viabilizadora  da  angariação  e  o  ulterior  exame  de 

“coisas obtidas por meios criminosos, armas, munições, instrumentos utilizados na prática de crimes 

Page 21: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

21

ou destinados a fim delituoso e objetos necessários à prova da infração” em endereços apontados 

como  sendo  os  dos  denunciados  e  de  outros  comparsas  pretensamente  envolvidos  na 

perpetração do delito ora investigado.  

 

A medida  que  ora  se  pleiteia  se mostra,  a  nosso  juízo,  imprescindível  para  a 

escorreita  instrução  da  ação  penal  ora  inaugurada  e,  eventualmente,  para  a  angariação  do 

suporte  probatório  mínimo  necessário  à  responsabilização  penal  de  outros  integrantes  da 

virulenta quadrilha em questão.  

 

O artigo 240 do Código de Processo Penal, em seu parágrafo 1º, alíneas “a”, “b”, 

“d”, “e” e “h”, confere a base legal para o deferimento e a realização da medida ora propugnada.  

 

É de se afirmar, ademais, que, como exigido doutrinariamente, a medida cautelar 

ora perseguida: a) tem previsão legal; b) destina‐se a fins legítimos (de repressão e prevenção da 

prática de  ilícitos); c) evidencia  interesse social concreto, que deve prevalecer sobre o  interesse 

individual  de  eventuais  requeridos;  d)  é  proporcional  ao  fim  almejado;  e  e)  se  ajusta,  em  sua 

concretude, à finalidade visada (neste sentido: ARANGÜERA FANEGO, Coral. Teoria General de las 

Medidas Cautelares Reales en el Proceso Penal Español. Barcelona: Bosch, 1991, p. 57 e ss.), motivo 

por que a pretensão aqui verberada, porquanto  lídima e premente, há de ser acatada por esse 

meritíssimo Juízo.  

 

Postula  o Ministério  Público,  uma  vez  deferido  o  pedido:  a)  que  as  ordens  de 

busca  e  apreensão  contemplem  os  endereços  informados  pela  autoridade  policial  na 

representação de fls. 556/565 e, bem assim, aqueles indicados na denúncia ora ofertada; e b) que 

dos respectivos mandados conste expressa autorização para o completo escrutínio, pelo  ICCE, 

de  todo  o  material  eventualmente  apreendido,  inclusive  dados  arquivados  em  mídias  e/ou 

equipamentos  de  comunicação  e/ou  informática  (aparelhos  de  telefonia  celular,  CDs, 

computadores, pendrives, HDs externos etc).  

 

8.  Requer  o  MP,  de  igual  forma,  a  decretação  da  PRISÃO  PREVENTIVA  dos 

denunciados, uma vez que restam  inelutavelmente presentes os requisitos autorizadores de sua 

segregação cautelar, à luz do que dispõe o artigo 312 do Código de Processo Penal.  

 

Page 22: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

22

O  fumus  comissi  delicti  é  evidente,  restando  certa  a  existência  do  crime  e 

presentes  indícios mais  do  que  suficientes  de  autoria,  como  se  depreende  dos  elementos  de 

prova  coligidos  durante  o  trâmite  da  inquisa,  em  especial  daqueles  indicados  na  preambular 

acusatória em relação a cada um dos denunciados.  

 

No que tange à indispensabilidade da prisão, nota‐se que a periculosidade dos 

denunciados  é  inominável  e  flagrante,  haja  vista  que  a malta  por  eles  integrada  é  fonte  da 

perpetração, com inigualáveis crueldade, frieza, insensibilidade e indiferença, de infrações penais 

as mais graves e  ignóbeis, mediante a utilização de enorme arsenal bélico e da odiosa  infiltração 

de seus agentes no seio do Poder Público, notadamente em órgãos ligados à Segurança Pública. 

Assim, os denunciados  viabilizam  e  se  locupletam de  sucessivas  e  intermináveis ofensas  à paz 

social,  à  vida  humana,  à  integridade  física,  ao  patrimônio  e  à  tranqüilidade  psíquica  de  todos 

quantos se coloquem entre eles e seus objetivos criminosos.  

 

Nesse  sentido,  acolhendo  a  tese  de  que  a  gravidade  do  crime  praticado 

manifesta periculosidade de seu realizador, se manifestam os tribunais superiores: 

 

“STF:  Esta  Corte,  por  ambas  as  suas  Turmas,  já  firmou  o 

entendimento de que a prisão preventiva pode ser decretada 

em  face  da  periculosidade  demonstrada  pela  gravidade  e 

violência do crime, ainda que primário o agente. (RT 648/347)”; 

 

“STJ: A periculosidade do réu, evidenciada pelas circunstâncias 

em que o crime foi cometido, basta, por si só, para embasar a 

custódia cautelar, no resguardo da ordem pública e mesmo por 

conveniência da instrução criminal. (JSTJ 8/154)”. 

 

Urge realçar que a periculosidade dos denunciados também é manifestada de 

maneira  insofismável  pela maneira  peculiar  e  abrangente  da  execução  do  delito  que  se  lhes 

imputa,  empreendido  em  atividade  típica  de  crime  organizado,  impondo  à  população  das 

localidades por  eles  subjugadas  verdadeiro  reinado  de  terror  em que  crimes os mais  torpes  e 

sanguinários  são  cometidos  em plena  luz  do  dia  sem que  seus perpetradores  – que nenhuma 

questão fazem de manter veladas suas identidades – angariem, por sua prática, qualquer punição. 

Page 23: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

23

Lastreiam‐se, para isso, em predicados que decerto colocam em severíssimo risco a ordem pública 

e a paz social, dentre os quais se podem exemplificativamente citar: a)  organização profissional, 

composta por grande número de membros, com funções meticulosamente planejadas e divididas; 

b) acesso e utilização de gigantescas quantidade e variedade de armas de fogo, inclusive aquelas 

de  elevadíssimo  poder  vulnerante;  c)    intentação  da  ocupação  de  “vácuo”  do  Estado 

legitimamente  constituído,  substituindo‐o  por  projeto  de  poder  próprio  (aí  se  incluindo  a 

angariação  de  lucros  exorbitantes  por meio  do monopólio  de  atividades  econômicas),  projeto 

esse  cujas  regras  são ditadas pela própria organização  criminosa; d) grandíssima  infiltração de 

seus agentes no aparelho estatal (v.g., nas Polícias Militar e Civil, no Corpo de Bombeiros Militar, 

nos  quadros  políticos  etc.),  condição  essa  amplamente  divulgada  nas  localidades  dominadas 

visando  a  incrementar  o  poder  de  intimidação  da malta;  e)  arrecadação  semanal  de  enorme 

quantidade  de  recursos  financeiros  que  abastecem  a  organização  criminosa  e  viabilizam  a 

operacionalização e perpetuação das práticas delituosas por ela  levadas a cabo; e f) o emprego 

de violência extrema na consecução de seus objetivos criminosos.  

 

No  sentido  de  que  a  perniciosidade  de  determinado  grupo  é  circunstância 

capaz de violentar sobremaneira a ordem pública e, por conseguinte, motivo mais do que apto a 

ensejar  a  decretação  da  segregação  cautelar  de  seus  artífices,  vem‐se  cotidianamente 

manifestando  o  e.  Tribunal  de  Justiça  do  Estado  do  Rio  de  Janeiro,  como  se  depreende  dos 

seguintes arestos, verbis:  

 

“Denúncia  proposta  pelo  MP  de  Itaperuna,  em  face  de  14  policiais 

militares que exerciam tarefas de policiais rodoviários, em movimentada 

rodovia, de específico em um posto situado entre a mencionada cidade e 

a  de  Bom  Jesus  do  Itabapoana;  os  quais,  em  formação  de  quadrilha, 

teriam praticado uma  série de delitos de  corrupção passiva, em  forma 

simples e qualificada; dado como  infringido o Código Penal nos artigos 

288, 317,  caput e  §  1º,  150 vezes, em  continuação  criminosa  (artigo  71). 

(......)  No mérito,  gravidade  intensa  dos  fatos  imputados  aos  aludidos 

componentes  da  corporação  castrense  deste  Estado.  Escuta  telefônica 

procedida  pelo  parquet  em  minuciosa  investigação,  autorizada 

judicialmente.  Positivação,  indiciária,  de  sucessivos  achaques  a 

motoristas,  e  ou proprietários de  carros de  passeio,  e  caminhões,  que 

Page 24: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

24

passavam pelo citado posto, entre abril/2006 e janeiro/2007, assinalando 

autêntica organização  criminosa, que de per  si  revolta a  sociedade e a 

cidadania,  agredindo  o  princípio  da  moralidade,  ínsito  ao  Estado 

Democrático de Direito. Sensação de impunidade que deve ser coarctada 

a bem da imagem da Justiça perante o homem do povo. Incidência clara 

do artigo 312 caput do CPP, no que atina à aludida ordem pública. (.....). 

Recurso  que  se  provê. Mandados  de  prisão  a  serem  aqui  expedidos.” 

(TJERJ,  2ª  Câmara  Criminal,  Rel.  Des.  Luiz  Felipe  Haddad,  RSE  n.º 

2007.051.00596, julg. em 11/03/2008); 

 

“HABEAS  CORPUS.  ALEGAÇÃO  DE  CONSTRANGIMENTO  ILEGAL 

DECORRENTE DA INÉPCIA DA DENÚNCIA, DA FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO 

DA DECISÃO QUE DECRETOU A  PREVENTIVA, QUE  ESTÁ  SENDO USADA 

COMO  ANTECIPAÇÃO  DE  PENA,  E  DO  EXCESSO  DE  PRAZO.  DELITOS 

PREVISTOS NOS ARTS.  12  E  14 DA  LEI Nº  6.368/76.  CONSTRANGIMENTO 

ILEGAL  INEXISTENTE. PEDIDO  JULGADO  IMPROCEDENTE. UNANIMIDADE. 

(....)  . A  prisão  preventiva  faz‐se  necessária  como  forma  de  garantir  a 

ordem  pública,  quando  são  sérios  os  indícios  de  que  os  pacientes 

integram grande e perigosa organização criminosa, como ficou claro nos 

fundamentos  do  decisum.  (....).  Pedido  julgado  improcedente, 

denegando‐se a ordem. Unanimidade.”  (TJERJ,  1ª Câmara Criminal, Rel. 

Des. Nildson Araújo da Cruz, HC 2007.05905056, julg. em 18/09/2007); 

 

“HABEAS  CORPUS.  FORMAÇÃO  DE  BANDO  PARA  FINS  DE  TRÁFICO. 

PRISÃO  PREVENTIVA.  GARANTIA  DA  ORDEM  PÚBLICA.  DECRETO 

FUNDAMENTADO  ORDEM  DENEGADA.  Constitui  sim  grave  ameaça  a 

ordem  pública  associarem‐se  várias  pessoas  para  a  formação  de  uma 

organização  criminosa  de  grande  porte  com  a  finalidade  específica  de 

traficarem  entorpecentes.  Desse  modo,  se  há  indícios  sérios  que 

evidenciem  a  identificação  de  algumas  dessas  pessoas  e  a  sua  efetiva 

participação  nessa  organização,  mostra‐se  razoável  decretar  a  prisão 

preventiva das mesmas em  razão do  risco que  tal associação oferece à 

Page 25: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

25

ordem  pública.”  (TJERJ,  3ª  Câmara  Criminal,  Rel.  Des.  Ricardo 

Bustamante, HC 2008.059.06435, j. em 30/09/2008); 

 

“ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS. Habeas  corpus  impetrado 

sob  alegação  de  constrangimento  ilegal.  Paciente  denunciado  e 

condenado pelo crime do artigo 14 c/c 18, IV da Lei 6368/76, juntamente 

com 19 co‐réus, às penas de quatro anos de reclusão em regime fechado. 

Acusado que foi condenado como vapor do tráfico de entorpecentes na 

comunidade  conhecida  como  Barreira  do  Vasco  que  é  controlada  pela 

facção  criminosa  Comando  Vermelho.  Alegação  de  desnecessidade  da 

prisão preventiva, por  ser o acusado primário e de bons antecedentes. 

Garantia da ordem pública e aplicação da lei penal. Paciente que integra 

organização criminosa que é um dos maiores algozes do Estado. Decreto 

de  prisão  preventiva  devidamente  fundamentado.  Condições  pessoais 

favoráveis do agente, como primariedade e bons antecedentes, não são 

garantidoras  de  eventual  direito  subjetivo  à  liberdade  provisória,  se 

outros  elementos  dos  autos  recomendam  a  custódia  preventiva. 

Denegação da ordem.” (TJERJ, 4ª Câmara Criminal, Rel. Des. Nilza Bitar, 

HC 2007.059.07100, julg. em 13/11/2007); 

 

“Habeas  Corpus  com pedido de  liminar. Art.  288 do  CP,  art.  90 da  Lei 

8.666/93  e  art.  1º,  V  da  Lei  9.613/98,  em  cúmulo  material. 

Constrangimento  ilegal decorrente da decretação de prisão preventiva 

do  paciente,  na  ausência  de  elementos  que  a  autorizam.  Grande 

complexidade delitiva em apuração,  tendo  como alvo o erário público. 

Pluralidade de agentes, na sua maioria, diretamente relacionados com a 

Administração  Pública.  Torna‐se  necessário maiores  averiguações  para 

conferir‐se a existência e alcance da organização criminosa noticiada na 

decisão  inquinada.  O  paciente  foi  detido  com  cerca  de  R$  95.000,00 

(noventa  e  cinco  mil  reais)  em  sua  residência.  Indícios  veementes  a 

indicar a possibilidade de existirem documentos, arquivos e bens, ainda 

não  coligidos,  relacionados  com  a  infração.  Decisão  vergastada 

solidamente  fundada  na  garantia  da  ordem  pública  e  da  instrução 

Page 26: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

26

criminal.  Notícia  de  réus  foragidos.  Ausente  o  constrangimento 

apontado. Ordem denegada.” (TJERJ, 8ª Câmara Criminal, Rel. Des. Suely 

Lopes Magalhães, HC 2007.059.07306, julg.em 08/11/2007); 

 

“HABEAS CORPUS  ‐ ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO  ‐ DENUNCIA  ‐  JUSTA 

CAUSA ‐ PREVENTIVA GRAVIDADE DO FATO EM CONCRETO ‐ NECESSIDADE 

DA  PRISÃO  ‐  EXCESSO DE  PRAZO  –  (.....).  Todavia,  quando  a  narrativa 

concreta do evento  indicia a periculosidade dos agentes, a prisão pode 

ser fundamentada em razão da gravidade em concreto do fato. No caso 

presente,  a  denúncia  se  escorou  em  longo  inquérito  policial  realizado 

pela  Polícia  Federal,  no  qual  diversas  escutas  telefônicas  se  realizaram 

com autorização  judicial,  ficando  indiciada a existência de uma grande 

organização  criminosa  na  cidade  de  Volta  Redonda  e  outras  vizinhas, 

tudo  a  indicar  a  presença  de  justa  causa  para  a  deflagração  da  ação 

respectiva, também sendo suficiente para demonstrar a necessidade da 

medida cautelar decretada. Eventual liberdade dos denunciados, no caso 

concreto,  tornaria desvalioso  todo o  trabalho  investigatório da polícia. 

(.....).”  (TJERJ,  1ª  Câmara  Criminal,  Rel.  Des.  Marcus  Basílio,  HC 

2008.059.03739, julg. em 17/07/2008).” 

 

É, pois, imperioso que não mais se permita que os denunciados continuem a se 

deslocar,  absolutamente  incólumes,  pelas  comunidades  subjugadas  pela malta,  portando  suas 

armas de  fogo de grosso calibre e ávidos para continuarem  infligindo o  terror à população por 

meio da perpetração dos mais  sanguinários delitos,  restando  inequivocamente demonstrada a 

imprescindibilidade da decretação de sua prisão preventiva para se acautelar o meio social e a 

própria credibilidade da Justiça, garantindo‐se, destarte, a ordem pública. 

 

De outro tanto, é  irrespondível o fato de que a decretação da prisão cautelar 

dos denunciados é medida que se impõe por conveniência da instrução criminal, eis que, se assim 

lhes  for permitido,  fatalmente  irão  ameaçar  as  testemunhas  arroladas na  inicial  acusatória ou, 

pior, atentar contra ou arrebatar suas vidas – bem  jurídico em  relação ao qual  já houveram por 

demonstrar  rematado desapreço –, o que  importará grandíssimo e  irremediável prejuízo para a 

Page 27: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

27

produção das provas em Juízo e, por via de conseqüência, para a consecução de sua  imperiosa 

responsabilização penal.   

 

Nesse  mister,  é  de  se  alertar,  como  alhures  asseverado,  que,  após  a 

deflagração da ação penal que tomou por supedâneo o IP 06/2009 (DC‐Polinter), os denunciados 

e  seus  comparsas  efetivamente  lançaram mão  da  nefanda  tática  de  obliteração  das  vidas  de 

pessoas  cujo  testemunho  pudessem  colocar  em  risco  a  ignominiosa  existência  da  horda, 

assassinando  a  testemunha  Leonardo  Baring1  e  chacinando  quatro  membros  da  família  da 

testemunha Vicente de Souza Junior (incluindo seu pai, um senhor de 90 anos, cujo cadáver foi 

depois  encontrado  em  um  cemitério  clandestino,  algemado  e  com  sinais  de  tortura).  Isso 

demonstra, à saciedade e concretamente, que tais  indivíduos não medirão conseqüências para 

salvaguardar  seus  interesses  escusos  por meio  da  evasão  à  sua  premente  responsabilização 

penal,  ainda  que  à  custa  de  muito  sangue,  do  tripúdio  e  do  escárnio  às  Instituições 

legitimamente estabelecidas.  

 

Por  fim, e como  já demonstrou o manejo da ação penal original, a prisão dos 

denunciados é  fundamental para assegurar a aplicação da  lei penal, sendo certo que, se assim 

lhes for permitido, decerto não hesitarão em se esquivar à perscrutação da Justiça (como fizeram 

vários  de  seus pares  naquela primeira oportunidade,  a  despeito  de  terem  contra  si  expedidos 

decretos prisionais por esse meritíssimo juízo), o que torna cristalina e inegável a necessidade da 

decretação  da  segregação  postulada  no  presente  caso  concreto  para  a  consecução  daquele 

desiderato.  

 

Flagrante, pois, a ocorrência do periculum libertatis na hipótese ora em análise, 

previsto  na  primeira  parte,  do  artigo  312,  do  Código  de  Processo  Penal,  haja  vista  que  é 

extremamente  necessário  garantir  a  ordem  pública  e  assegurar  tanto  a  realização  profícua  e 

remansosa da instrução criminal quanto, a final, a aplicação firme da lei penal.  

 

Vale observar, por fim, que o delito praticado pelos denunciados é punido com 

reclusão,  satisfazendo,  portanto,  o  requisito  previsto  no  inciso  I,  do  artigo  313,  do  Código  de 

Processo Penal. 

1 Até o momento, a  cinco  integrantes da organização  criminosa,  incluindo  três dos ora denunciados,  foi imputada a prática do assassinato em questão  (cf.  fls. 646/648 do volume  IV). Os outros dois  já  figuram como réus na ação penal deflagrada com base no IP nº 06/2009 (DC – Polinter). 

Page 28: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

28

Por  tudo  quanto  exposto,  pugna  o  parquet  pela  decretação  da  prisão 

preventiva  dos  denunciados,  com  fulcro  nos  artigos  312  e  313  do  Código  de  Processo  Penal, 

entregando‐se os respectivos mandados em mão da autoridade policial presidente do IP e/ou aos 

órgãos ministeriais subscritores da denúncia, no intuito de possibilitar a efetiva concretização das 

prisões. 

 

9.  Por  fim,  é mister  ressaltar que premente  se  faz  a  determinação  da  imediata 

suspensão dos denunciados funcionários públicos de suas funções. 

  

Como  sabido, o poder geral de  cautela é  imanente à  função  jurisdicional, eis 

que permite ao magistrado, diante do caso concreto, analisar a necessidade da determinação de 

medida urgente, capaz de assegurar a efetividade da persecutio, do provimento final, e, por que 

não dizer, do bem jurídico tutelado em abstrato pela norma penal. 

  

 Neste diapasão, é assente na jurisprudência pátria a possibilidade de aplicação, 

ainda  que  analogicamente,  do  artigo  798  do  Código  de  Processo  Civil,  escopado, 

indubitavelmente, no permissivo legal contido no art. 3º do Código de Processo Penal. 

  

Sobre o  tema,  já  se manifestou o e. Superior Tribunal de  Justiça, em  julgado 

cujo teor, a seguir transcrito, se encontra publicado no boletim  informativo nº 89 daquela corte, 

verbis: 

 

 “DESEMBARGADOR.  AFASTAMENTO.  FUNÇÕES.  ”Após  afastar  preliminares  de 

cerceamento de defesa e incompetência desta Corte para aplicar o art. 29 da Loman 

(LC  n.  35/79),  recepcionado  pela  CF/88,  conforme  já  assentado  pelo  STF,  a  Corte 

Especial  determinou  o  afastamento  do  Magistrado  de  suas  funções  como 

Desembargador  e  Vice‐Presidente  de  Tribunal  de  Justiça  Estadual.  Considerou‐se 

que,  dentro  da  amplitude  conferida  pelo  ordenamento  jurídico  a  este  Superior 

Tribunal e recebidas as denúncias com elementos colhidos nesta instância, não seria 

pertinente  devolver  ao  próprio  TJ  o  exame  do  pedido  do  MP  de  afastamento 

preventivo. Destarte,  sendo  este Tribunal  competente para  receber  a denúncia  e 

processar  os  denunciados  (art.  105,  I,  CF/88),  incumbe‐lhe,  conseqüentemente, 

apreciar  também  as  medidas  acautelatórias  e  incidentais  sobre  o  processo. 

Page 29: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

29

Outrossim, ainda que  inaplicável o art. 29 da Loman, o afastamento amolda‐se ao 

poder de cautela do Juiz. Ademais, seria incoerente se este Tribunal pudesse tomar 

medidas restritivas de liberdade e não pudesse adotar o menos, o afastamento do 

acusado de suas funções, uma vez que há duas ações penais tramitando nesta Corte 

e  ambas  com  fatos  graves  imputados  ao  Magistrado  no  exercício  do  cargo”. 

Precedente  citado  do  STF: HC  77.784‐MT, DJ  18/12/1998.  INQ  259‐AM,  Rel. Min. 

Sálvio de Figueiredo, julgado em 21/3/2001. 

  

 Do mesmo  jaez  é  o  enunciado  nº  06  do  Encontro  de  Trabalho  do Ministério 

Público, realizado na cidade de Petrópolis, nos dias 05 e 06 de julho de 2001: 

  

“6.º ENUNCIADO: É possível, por aplicação do artigo 798 do Código de Processo Civil 

combinado  com  o  artigo  3.º  do  Código  de  Processo  Penal,  a  adoção  de medidas 

cautelares  inominadas  no  âmbito  do  processo  penal,  tais  como  a  suspensão  do 

exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica e a proibição de 

ausentar‐se do país sem autorização judicial. (unânime)” 

   

Mais  uma  vez,  dada  a  cautelaridade  da medida,  impõe‐se  a  demonstração  da 

presença dos requisitos a ela  inerentes. Do farto substrato probatório colacionado no  inquérito 

policial que lastreia a denúncia deflui, de maneira insofismável, não apenas a certeza da existência 

do crime, mas também a inescondível responsabilidade dos denunciados por sua perpetração. E, 

sem o objetivo de ultrapassar qualquer fase do processo, verdade é que o perigo na demora da 

providência jurisdicional se faz, no caso concreto, absoluto e evidente. 

  

A  mantença  dos  denunciados  agentes  da  lei  no  exercício  de  suas  normais 

atividades se revela totalmente  incompatível com os gravíssimos fatos ora trazidos à baila. Com 

efeito,  a eles e  a  seus  comparsas  se  imputa  a prática do delito de quadrilha  armada, mas não 

qualquer  quadrilha  de  fundo  de  quintal  –  antes,  talvez  uma  das  mais  virulentas  hordas  de 

criminosos  que  já  se  houve  de  reunir  em  nosso  Estado,  cujo  potencial  de  perpetrar  o Mal  é 

elevado  à  enésima  potência  justamente  por  se  utilizar  da  estrutura  do  Estado  para  o 

desenvolvimento de suas ignominiosas atividades. É imperioso, assim, que se proceda à imediata 

interrupção do acesso da quadrilha, por  intermédio dos precitados denunciados, a tal estrutura, 

Page 30: DEN IP 31 2009 CORE - 288 pu CP cc 8º LCH com PP LIGA fase 2p-web01.mp.rj.gov.br/Informativos/2_cao/novembro_2009/DEN_IP_31... · 16. RICARDO COELHO DA SILVA, vulgo “CADINHO”

30

mormente quando se considera que a qualidade de funcionários públicos da área de segurança é 

fator de vital importância para a operacionalização das atividades criminosas da malta.  

 

Insta  asseverar,  ademais,  que  a medida  ora  postulada  não  se  confunde  em 

hipótese alguma com o pleito preventivo  formulado no  item 6,  supra.  Ambas as providências 

são, por evidente, de cunho cautelar, o que equaliza os requisitos dos requerimentos.  Contudo, 

as  conseqüências dos provimentos  são distintas e podem, no  futuro,  co‐existir ou não, dada a 

provisoriedade ínsita à natureza mesma das medidas. 

  

Por  derradeiro,  convém  salientar  que,  como  já  se  extrai  do  aresto  adrede 

transcrito, se o juiz pode “o mais”, que é decretar uma prisão cautelar, decerto que também pode 

“o  menos”,  ou  seja,  determinar  a  suspensão  provisória  de  função,  sem  precisar  aguardar 

manifestação do Poder Executivo na mesma linha. 

  

Dito  isto, pugna o parquet, com esteio nos argumentos acima aduzidos, e com 

espeque  no  arts.  798  do  CPC  c/c  art.  3º  do  CPP,  por  que  sejam  suspensos  de  suas  atividades 

funcionais  até  o  trânsito  em  julgado  da  decisão  final  os  denunciados  funcionários  públicos, 

expedindo‐se  ofício  às  respectivas  corregedorias  e  à  Corregedoria‐Geral  Unificada  para  a 

efetivação da ordem judicial.  

  

Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2009.  

 

 

MARCUS VINICIUS C. M. LEITE Promotor de Justiça 

Mat. 2512  

 

 

BRUNO DE LIMA STIBICH Promotor de Justiça 

Mat. 2369