democracia e participação popular: o caso do op em porto alegre

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Democracia e Participação Popular: o caso do OP em Porto Alegre Adalmir Marquetti PUCRS FEE

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Democracia e Participação Popular: o caso do OP em Porto Alegre. Adalmir Marquetti PUCRS FEE. 1. Democracia Participativa “ cidadãos comuns” nos processos de tomada de decisões e na definição da agenda e debate político participação além do voto - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Democracia e Participação Popular:

o caso do OP em Porto Alegre

Adalmir Marquetti

PUCRSFEE

Page 2: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

1. Democracia Participativa

-“cidadãos comuns” nos processos de tomada de decisões e na definição da agenda e debate político

-participação além do voto

-aprendizado através da participação política

-expandir o processo democrático da esfera política para a econômica

-cidadão comum controla parcela do excedente social

Page 3: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

2. Como o OP Funciona   

O processo orçamentário tradicional

Fase 1: Preparação Fase 2: Adoção Fase 3: Execução Fase 4: Monitoramento

 

Ciclo orçamentário: 3-4 anos

Page 4: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Preparação  

Definição dos recursos _ depende do poder executivo

  Definição das preferências_ preferências são definidas em assembléias públicas_ todos os cidadãos têm o direito de participar, votar eser votado divisão _ divisão regional da cidade_ prioridades definidas para cada região

  Escrever o orçamento coordenado por representantes eleitos pelos participantes baseado em regras organiza as prioridades da cidade

distribuição dos investimentos

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Prioridades Temáticas das Regiões

Todas as pessoas no momento do credenciamento recebem sua cédula para votar em quatro (04) prioridades escolhidas entre as 18 Prioridades Temáticas. Após os debates, no momento indicado, cada cidadão escreverá na cédula os números das quatro (04) prioridades que considera mais importantes, em ordem de prioridade (1º, 2º, 3º e 4º lugares), conforme os códigos listados abaixo. Código 01 - SANEAMENTO BÁSICO Drenagem e Dragagem Código 02 - SANEAMENTO BÁSICO Água e Esgoto Cloacal Código 03 - HABITAÇÃO Código 04 - PAVIMENTAÇÃO Código 05 - EDUCAÇÃO Código 06 - ASSISTÊNCIA SOCIAL Código 07 - SAÚDE Código 08 - CIRCULAÇÃO E TRANSPORTE Código 09 - ÁREAS DE LAZER Código 10 - ESPORTE E LAZER Código 11 - ILUMINAÇÃO PÚBLICA Código 12 - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, TRIBUTAÇÃO E TURISMO Código 13 - CULTURA Código 14 - SANEAMENTO AMBIENTAL Código 15 - JUVENTUDE Código 16 - ACESSIBILIDADE E MOBILIDADE URBANA Código 17 - TURISMO Código 18 - TRABALHO E RENDA

Page 6: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Critérios Gerais para Distribuição de Recursos Entre Regiões e Temáticas

As três Primeiras Prioridades Temáticas das 17 Regiões Cada região escolhe 4 prioridades dentro das 18 prioridades temáticas São atribuídas notas às prioridades de cada região: Primeira prioridade...........................nota 4 Segunda prioridade..........................nota 3 Terceira prioridade...........................nota 2 Quarta prioridade.............................nota 1 Somando-se as notas de todas prioridades escolhidas pelas 17 regiões chega-se às três prioridades, que serão aquelas que somarem maior pontuação.

OS TRÊS CRITÉRIOS GERAIS PARA DISTRIBUIR OS INVESTIMENTOS POPULAÇÃO TOTAL DA REGIÃO: Peso 2 Até 25.000 habitantes..............................nota 1 De 25.001 à 45.000 habitantes................nota 2 De 45.001 à 90.000 habitantes................nota 3 Acima de 90.001 habitantes.....................nota 4 CARÊNCIA DO SERVIÇO OU INFRA-ESTRUTURA: Peso 4 DE 0,01% A 14,99%................nota 1 DE 15% A 50,99%...................nota 2 DE 51% A 75,99%...................nota 3 DE 76% em diante...................nota 4 PRIORIDADE TEMÁTICA DA REGIÃO: Peso 5 Quarta prioridade.....................nota 1 Terceira prioridade...................nota 2 Segunda prioridade..................nota 3 Primeira prioridade...................nota 4

Page 7: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Assembléia Regional – Nordeste

Page 8: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Reunião dos

Conselheiros do OP

Page 9: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Adoção

O orçamento é enviado para a Câmera de Vereadores em

Setembro e segue o procedimento regular de tramitação e

votação

Page 10: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Execução Começa em janeiro pelo poder executivo

Monitoramento

Vários mecanismos de monitoramento no OP 

- Assembléias regionais e temáticas

- Conselheiros e Delegados do OP

- Plano de Investimento e Serviços

- Informações na Home-Page da PMPA (http://www2.portoalegre.rs.gov.br/op)

Page 11: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre
Page 12: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

3. Quem Participa do OP em Porto Alegre

Distribuição percentual da renda familiar em salários mínimos (SMs) dos

participantes nas diferentes estruturas do OP, em 2002, e da renda dos

responsáveis por domicílios, em salários mínimos, em 2000, em Porto Alegre

Rodadas Fórum de

Delegados

COP Porto

Alegre

Até 2 SMs 39,4 23,7 21,7 22,7

Mais de 2 até 4 SMs 29,9 31,8 28,3 20,8

Mais de 4 SMs 30,7 44,5 49,5 56,5

Fonte: CIDADE (2003); OBSERVAPOA (2006).

Page 13: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Participação no OP por gênero, 2002, e renda dos responsáveis por

domicílios, em salários mínimos, em 2000, em Porto Alegre

Mulher Homem Porto Alegre

Até 2 SMs 43,5 34,1 22,7

Mais de 2 até 4 SMs 28,6 31,5 20,8

Mais de 4 SMs 27,9 34,4 56,5

Fonte: CIDADE (2003); OBSERVAPOA (2006).

Page 14: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Participação no OP por gênero, 2005

Mulher % Homem % Sem

Resposta % Total

Regional 5815 59 4036 41 23 0.2 9874

Temática 1757 52 1624 48 2 0.1 3383

Total 7572 57 5660 43 25 0.2 13257

Fonte: Gugliano et al. (2008).

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Page 16: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

4. OP e as Escolhas Sociais

Prioridades Temáticas do OP para toda Porto Alegre ao longo dos anos TEMAS ANOS

2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992

Saneamento Básico 3ª 1ª 3ª 3ª 2ª 3ª 3ª 1ª 1ª

Política Habitacional 1ª 1ª 1ª 1ª 1ª 1ª 1ª 2ª 1ª 3ª 2ª 1ª 3ª 2ª 1ª 3ª

Pavimentação 4ª 4ª 3ª 3ª 3ª 1ª 2ª 2ª 1ª 2ª 1ª 1ª 2ª 2ª 3ª

Educação 4ª 2ª 2ª 2ª 3ª 2ª 2ª 2ª

Assistência Social 3ª 3ª 4ª 4ª 2ª

Saúde 2ª 3ª 3ª

Transporte e Circulação

Áreas de Lazer

Esporte e Lazer

Organização da Cidade

Desenvolvimento Econômico

Cultura

Page 17: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

2012 2011 2010 2009

1º -    HABITAÇÃO 1º -    HABITAÇÃO 1º -    HABITAÇÃO 1º -    HABITAÇÃO

1º -    EDUCAÇÃO 1º -    ASSISTÊNCIA SOCIAL 

1º -    EDUCAÇÃO 1º -    EDUCAÇÃO

3º -    SAÚDE 3º -    EDUCAÇÃO 3º -    ASSISTÊNCIA SOCIAL 

3º -    ASSISTÊNCIA SOCIAL 

4º - ASSISTÊNCIA SOCIAL 

4º -  PAVIMENTAÇÃO

4º -    SAÚDE  4º -    PAVIMENTAÇÃO

5º -    PAVIMENTAÇÃO

5º -    SAÚDE  5º -    PAVIMENTAÇÃO

5º -    SAÚDE

6º -    SANEAM. BÁSICO - DMAE

6º -    SANEAM. BÁSICO - DEP 

6º -    DESENV. ECONÔMICO  

6º -    SANEAM. BÁSICO - DEP 

7º -    SANEAM. BÁSICO - DEP 

7º -    CULTURA 7º -    SANEAM. BÁSICO - DMAE

7º -    SANEAM. BÁSICO - DMAE

8º -    DESENV. ECONÔMICO  

8º -    DESENV. ECONÔMICO  

8º -    SAN. BÁSICO - DEP 

8º -    DESENV. ECONÔMICO

Page 18: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

5. OP e redistribuição Figura 1: Relação entre o número de demandas concluídas e em andamento em

Porto Alegre por 1000 habitantes entre 1990 e 2004 e a renda média dos responsáveis por domicílios nas regiões do OP

Centro

Sul

Noroeste

Cristal

Leste

Centro Sul

Nordeste

Lomba do Pinheiro

Restinga

Extermo Sul

Norte

Glória

Humaitá/Navegantes/Ilhas

Eixo Baltazar

Partenon

Cruzeiro

0

1

2

3

4

5

6

7

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Rendimento médio em salários mínimos dos responsáveis por domicílios por região em 2000

Dem

anda

s pe

r 10

00 h

abita

ntes

Page 19: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Vila das Placas, s.d

Condomínio dos Anjos, 2003

Page 20: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

0

9000

18000

27000

36000

45000

1982

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

2004

num

ber of

peo

ple

r

Expansão dos serviços públicos para as áreas pobres

Número de pessoas beneficiadas com habitação popular em Porto Alegre: 1982-2004

Page 21: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

6. Expansão do OP

Número de experiências de OP em cidades com população

acima de 200.000 habitantes, 1997-2012

21

43

5149

0

20

40

60

1997-2000 2001-2004 2005-2008 2009-2012

Page 22: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Número de experiências de OP por classes de tamanho de população nos períodos administrativos de 1997-

2000, 2001-2004, 2005-2008 e 2009-2012.

População Cidades Cidades com OP

   Antes 1997

1997-2000

2001-2004

2005-2008

2009-2012

200.000-500.000 76 4 13 29 32 35500.001-1.000.000 18 1 4 7 11 81.000.001-5.000.000 10 2 4 6 8 6Acima de 5.000.000 2 0 0 1 0 0

Total 106 7 21 43 51 49

Page 23: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

7. Limites e potencialidades

Limites

- Reduzida capacidade financeira

- Political commitment do prefeito e autoridades municipais

- Reduzida capacidade de deliberar sobre planejamento

urbano

- Reduzida capacidade de influenciar a atividade economica

Page 24: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Número de demandas regionais na segunda, terceira e quarta administrações do PT e na primeira do Prefeito Fogaça.

0

200

400

600

800

1000

1200

1993-1996 1997-2000 2001-2004 2005-2008

Num

ber

of D

eman

ds

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Page 26: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Potencialidades

- Associação econômica entre o estado local e a população pobre (escolarização, qualificação profissional, microcrédito, cooperativas, empresas municipais) - Adoção do OP e outras formas de democracia participativa democracia pelos governos federais e estaduais

- Novas formas de democracia participativa relacionada com políticas públicas (emprego, meio ambiente, saúde, segurança, reforma urbana, política monetária, aposentadoria, administração do banco central) - Novas formas de democracia participativa na administração de empresas públicas e privadas - Desenvolvimento sustentável democrático e participativo

Page 27: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

7. Questões para implementar o OP

-vontade política do governo

-capacidade financeira

-certa organização da sociedade civil

Page 28: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Definição das preferências Quem participa na definição das preferências?

O processo é aberto a todos? Há alguma forma de ação afirmativa para as minorias e a população pobre?

Como o processo de participação é organizado?

Há divisão regional? Ocorrem somente assembléias regionais? Há assembléias temáticas? Existem assembléias organizadas pelas comunidades locais? Qual é o papel da Internet?

Quais os temas debatidos no processo de definição das preferências?

Qual percentagem dos investimentos é debatido no OP? Qual é o papel que o OP possui na definição da receita? Quais as áreas que estão em deliberação no OP? Há relação entre o OP e o planejamento municipal? Internet?

Page 29: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Tomada de decisões Quem tem a responsabilidade de escrever o orçamento e de elaborar o plano de investimentos e serviços?

Há representantes dos cidadãos eleitos na elaboração do orçamento e do plano de investimentos e serviços? Existem representantes do governo na elaboração do orçamento e do plano de investimentos e serviços? Eles possuem direito de votar ou somente de falar?

Como as escolhas são convertidas para o orçamento e para o plano de investimentos e serviços?

Há regras de agregação das escolhas dos participantes? Existem regras para distribuir os investimentos?

Quem provê o conhecimento técnico para elaboração do orçamento?

Ocorrem cursos de formação para os representantes dos cidadãos?

Page 30: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Controle Como os participantes ou seus representantes monitoram a execução do orçamento?

Existe um plano de investimento e serviços? Como ele é distribuído nas comunidades?

Existem comissões formadas pelos participantes do OP para monitorar a execução das obras públicas? Qual é o papel da internet no processo de monitoramento? Qual é o nível de independência do OP em relação à vontade política do poder executivo. Qual é o poder político do OP? Existe uma lei municipal institucionalizando o OP?

O OP tem um regulamento definindo o seu funcionamento? Quem define o regulamento do OP? Quais são as fontes dos recursos financeiros e de pessoal empregados para organizar o OP?

Page 31: Democracia e Participação Popular: o caso do  OP em Porto Alegre

Muito obrigado