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UNIVE Escola IX de Impacte da d secundário, de doentes P ERSIDADE NOVA DE LISBOA a Nacional de Saúde Pública Mestrado em Gestão da Saúde Dissertação de Mestrado demência, como diag , no tempo de interna s com fraturas óssea Portugal em 2014 Orientador: Professor Doutor Carlo Mestranda: Lu Lisboa Outubro 2015 gnóstico amento as em os Matias Dias urdes Almeida

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Orientador: Professor Doutor Carlo

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RESUMO

Introdução: A demência tem sido associada a um aumento do risco de quedas nos

idosos, e à sua principal consequência, as fraturas ósseas. Contudo, pouca

investigação tem sido efetuada no sentido de estabelecer uma relação entre o

aumento de dias de internamento e a existência de diagnóstico de demência. O

objetivo deste estudo foi saber se as pessoas com idade ≥ a 65 anos com demência

internadas por fratura óssea em Portugal têm tempos de internamento mais

prolongados que as pessoas com idade ≥ a 65 anos sem demência internadas pelo

mesmo motivo.

Material e Métodos: Foi realizado um estudo observacional transversal. A amostra do

estudo foi constituída a partir dos resumos de alta hospitalar, contidos na Base de

Dados da ACSS. Foram selecionados todos os episódios de internamento de pessoas

com idade ≥ 65 anos, internadas em Portugal por fratura óssea e diagnóstico

secundário de demência, que tiveram alta no período compreendido entre 1 de Janeiro

de 2013 e 31 de Dezembro de 2013, tendo sido identificados 21.269 episódios.

Resultados: As pessoas internadas com fratura óssea e diagnóstico secundário de

demência representaram 10% da amostra. Verificou-se, para o período em estudo,

que a diferença de médias de dias de internamento era superior em 1,53 dias

naqueles com demência (p<0,001). As pessoas do sexo masculino e com mais idade

apresentam um maior tempo de internamento, sendo este valor estatisticamente

significativo.

Conclusão: À medida que a idade avança aumenta o risco de as pessoas sofrerem

fraturas ósseas. O tempo de internamento nestas pessoas é maior na presença de

diagnóstico secundário de demência. É fundamental que os profissionais de saúde

estejam atentos ao impacte que a presença de diagnóstico de demência tem nos

resultados em saúde esperados, assim como na gestão da situação de saúde destas

pessoas.

Palavras-chave: Demência, Fratura Óssea, Tempo de Internamento

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Página ii

ABSTRACT

Background: Dementia has been associated with an increased risk of falls among the

elderly, and also to bone fractures, which are the main consequence of falls.. However,

limited research has been conducted to understand the impact of dementia as a

secondary diagnosis regarding increased length of stay. The aim of this study was to

assess if, among the population with ages of 65 years and older admitted in hospital for

bone fracture, a secondary diagnosis of dementia is associated with an increased

length of stay.

Methods: We conducted an observational cross-sectional study. The study sample

was drawn from hospital discharge summaries in the ACSS Data Base, with nation-

wide information from Portugal. Episodes of admission due to bone fracture among

people with age 65 years older were selected. 21.269 episodes with discharge date

between January 1st and December 31st 2013 were identified and included in the data

analysis. Duration of hospital stay was compared between patients with and without a

secondary diagnosis of dementia.

Results: people admitted in hospital for bone fracture and a secondary diagnosis of

dementia represented 10% of the sample. For the study period, it was found that the

mean length of stay for people with dementia was 1,53 days longer (p<0,001). Older

patients and males also had a statically significant increased length of stay.

Conclusions: The risk of bone fracture increases with advancing age. The length of

stay among patients with bone fracture is higher in the presence of dementia as a

secondary diagnosis. It is crucial that health professionals are aware of the impact of

dementia in the expected health outcomes, as well in the health management of these

people.

Keywords: Dementia, Bone Fracture, Length of Stay

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Alzheimer’s disease burdens an increasing number of our Nation’s elders and their

families, and it is essential that we confront the challenge it poses to our public health.

President Barack Obama, United States of America, 2011

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Página v

ÍNDICE

1. INTRODUÇAO .................................................................................................................... 1

1.1. O ENVELHECIMENTO E A DEMÊNCIA ................................................................ 6

1.2. DEFINIÇÃO DE DEMÊNCIA .................................................................................... 9

1.2.1. Demência do tipo Alzheimer ........................................................................... 13

1.2.2. Demência Vascular .......................................................................................... 14

1.2.3. Demências secundárias a outros estados físicos gerais ........................... 14

1.3. INTERNAMENTO EM PESSOAS COM DEMÊNCIA ......................................... 17

1.4. FRATURAS ÓSSEAS E DEMÊNCIA .................................................................... 20

1.5. PROTELAMENTO DE ALTA .................................................................................. 24

2. FINALIDADE E OBJECTIVOS ....................................................................................... 33

3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 35

4. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS ......................................................................... 41

5. DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 51

5.1. LIMITAÇÕES ............................................................................................................. 51

5.2. DISCUSSÃO DE RESULTADOS .......................................................................... 51

6. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 59

7. RECOMENDAÇÕES........................................................................................................ 63

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 67

9. ANEXOS ............................................................................................................................ 75

Anexo I - Códigos CID 9 – MC para diagnóstico principal de fratura óssea

Anexo II - Códigos CID 9 – MC para diagnóstico secundário de demência

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ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1: PREVALÊNCIA DA DEMÊNCIA EM PORTUGAL (VALORES ESTIMADOS EM 2008) ..... 7

TABELA 2: PROPORÇÃO DE UTENTES COM REGISTO DE DEMÊNCIA ENTRE OS UTENTES

INSCRITOS ATIVOS EM CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS (%) POR REGIÃO DE SAÚDE

(2011-2013) ........................................................................................................... 8

TABELA 3: CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO HOSPITALAR E RESPETIVOS PADRÕES DE

MORBILIDADE, RELATIVOS A DEMÊNCIAS, EM PORTUGAL CONTINENTAL (2007 A 2011) ............................................................................................................................ 25

TABELA 4: CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO HOSPITALAR E RESPETIVOS PADRÕES DE

MORBILIDADE, RELATIVOS A DEMÊNCIAS COMO DIAGNÓSTICO PRINCIPAL, EM PORTUGAL

CONTINENTAL (2009 – 2013) ................................................................................. 25

TABELA 5: CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO HOSPITALAR E RESPETIVOS PADRÕES DE

MORBILIDADE, RELATIVOS A DEMÊNCIAS COMO DIAGNÓSTICO SECUNDÁRIO DO

INTERNAMENTO EM PORTUGAL CONTINENTAL (2009 – 2013) ................................... 26

TABELA 6: OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS ............................................................ 36

TABELA 7: TESTE DE KOLMOGOROV-SMIRNOV PARA AVALIAÇÃO DA ADERÊNCIA À

NORMALIDADE DA VARIÁVEL DEPENDENTE, DIAS DE INTERNAMENTO, SEGUNDO O

DIAGNÓSTICO SECUNDÁRIO DE DEMÊNCIA. .............................................................. 37

TABELA 8: DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA SEGUNDO A REGIÃO DE INTERNAMENTO (N=21.269). ............................................................................................................................ 41

TABELA 9: RESULTADOS DA COMPARAÇÃO DAS MÉDIAS (ANOVA) DOS DIAS DE

INTERNAMENTO EM FUNÇÃO DA REGIÃO .................................................................. 42

TABELA 10: DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA SEGUNDO O DIAGNÓSTICO SECUNDÁRIO DE

DEMÊNCIA. ............................................................................................................ 43

TABELA 11: DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA SEGUNDO O GÉNERO E O DIAGNÓSTICO

SECUNDÁRIO DE DEMÊNCIA. ................................................................................... 43

TABELA 12: DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO O GÉNERO NAS PESSOAS COM DIAGNÓSTICO

SECUNDÁRIO DE DEMÊNCIA. ................................................................................... 44

TABELA 13: DIAS DE INTERNAMENTO SEGUNDO AS CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS

DA AMOSTRA E O DIAGNÓSTICO SECUNDÁRIO DE DEMÊNCIA. .................................... 44

TABELA 14: RESULTADOS DA ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE OS DIAS DE INTERNAMENTO E O

SEXO ATRAVÉS DO TESTE T DE STUDENT (N=21.269). ............................................. 46

TABELA 15: RESULTADOS DA COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (ANOVA) DOS DIAS DE

INTERNAMENTO EM FUNÇÃO DO GRUPO ETÁRIO. ...................................................... 46

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TABELA 16: RESULTADOS DA ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE OS DIAS DE INTERNAMENTO E O

DIAGNÓSTICO SECUNDÁRIO DE DEMÊNCIA ATRAVÉS DO TESTE T DE STUDENT

(N=21.269). .......................................................................................................... 48

TABELA 17: MODELO DE REGRESSÃO LINEAR PREDITOR DOS DIAS DE INTERNAMENTO. ..... 49

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LISTA DE SIGLAS

ACSS – Administração Central do Sistema de Saúde

APA – American Psychiatric Association

ARS – Administração Regional de Saúde

AVD – Actividades de Vida Diárias

CID – Classificação Internacional de Doenças

DGS – Direção Geral de Saúde

DP – Desvio Padrão

DSM - Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders

EUA – Estados Unidos da América

GDH – Grupos de Diagnósticos Homogéneos

INE – Instituto Nacional de Estatística

LVT – Lisboa e Vale do Tejo

MC – Modificação Clínica

NHS – National Health Service

OMS – Organização Mundial de Saúde

PNC – Perturbação Neurocognitiva

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a todos os profissionais que me orientaram e acompanharam

neste percurso.

Agradeço ao Sr. Professor Doutor Carlos Dias a compreensão e disponibilidade para

que este trabalho chegasse a bom porto.

A todos os amigos e colegas que me apoiaram em todos os momentos, dando-me

suporte e força para continuar, ouvindo-me e acreditando sempre no meu trabalho e

na minha capacidade de sucesso, sempre com palavras de conforto e de motivação.

À minha família, pela disponibilidade e compreensão pelas ausências, sem o seu

apoio todo este trabalho teria sido bem mais árduo.

A todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente neste percurso, pelo contributo

e disponibilidade demonstradas.

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1. INTRODUÇAO

A despesa em saúde em Portugal tem assumido uma tendência crescente dos custos

associados aos cuidados em saúde, devido ao duplo envelhecimento populacional

(com diminuição da população mais jovem e aumento da população idosa), às

alterações do padrão epidemiológico, ao aumento progressivo da esperança média de

vida e, consequentemente, dos anos de vida sem saúde e do aumento da

dependência funcional (DGS, 2012). A proporção de pessoas com idade ≥ 65 anos em

Portugal era em 2013 de 19,9%, sendo Portugal considerado um dos países mais

envelhecidos da União Europeia (INE, 2015). Como consequência verifica-se um

aumento do número de pessoas com doenças crónicas e em situação de

dependência, havendo uma insuficiente resposta dos serviços da comunidade para

este aumento das necessidades, surgindo uma expressa necessidade de mudança e

readaptação dos modelos de prestação de cuidados e até das políticas de saúde

(DGS, 2004).

O envelhecimento da população e o aumento do número de pessoas com diagnóstico

de demência têm impacte na despesa com os cuidados de saúde, sendo também um

fator de risco para institucionalização. “Com o envelhecimento aumentam os riscos de

fragilidade da saúde física e mental, prevalecem e agravam-se as doenças crónicas,

aumentam os níveis de dependência e a pressão sobre os sistemas de saúde, de

apoio social e nas famílias (nas pessoas com mais de 65 anos, 25% apresentam

algum tipo de dependência e nas maiores de 80 anos, 50% necessitam de apoio mais

continuado por algum tipo de dependência) ” (DGS, 2014).

O envelhecimento populacional é um dos principais fatores que motiva a mudança de

políticas sociais e de saúde na atualidade. Dados do Instituto Nacional de Estatística

(INE) indicavam Portugal como um dos países do mundo com maior percentagem de

idosos (20,3% da população em 2014), apresentando as mulheres uma esperança

média de vida de 80,66 anos e os homens 74 anos (INE, 2014).

Face a isto é necessário haver uma abordagem mais direcionada para o individuo,

para as necessidades de apoio nas actividades de vida diárias (AVD), com respostas

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adequadas à crescente necessidade de cuidados continuados, personalizados, e num

registo de proximidade, apoiando os familiares e estruturas na comunidade para

restringir o tempo de contacto com os hospitais ao estritamente essencial (Escoval et

al, 2010).

Atualmente verifica-se a nível hospitalar um crescente número de situações em que as

camas de internamento ficam ocupadas para lá do tempo previsto com situações não

agudas, de pessoas que aguardam resolução social ou encaminhamento para a rede

de cuidados continuados por situações de dependência, em muitos casos motivadas

por quadros demenciais. Surge então um aumento do consumo de recursos

destinados a dar resposta a situações agudas que estão a ser consumidos de forma

indevida, limitando ainda mais a eficiência dos recursos hospitalares existentes (Lenzi,

2014).

O tempo de internamento é definido no Portal da Codificação dos Grupos de

Diagnósticos Homogéneos (GDH) como “total de dias utilizados por todos os doentes

internados, nos diversos serviços de um estabelecimento de saúde com internamento,

num período, excetuando os dias das altas dos mesmos doentes nesse

estabelecimento de saúde”.

Através da definição de tempo de internamento conclui-se que grande parte dos

custos com os internamentos hospitalares advém da duração do tempo de

internamento. Por forma a acautelar esta situação, deverão ser tomadas medidas a

montante que permitam uma alta em tempo útil, bem como se deve iniciar

antecipadamente o encaminhamento e a referenciação pós alta das pessoas

internadas por fratura óssea e com demência (Carvalho, 2010; Voisin et al, 2010;

McCloskey et al, 2014).

Os quadros demenciais são crónicos, progressivos, de evolução prolongada e até à

data, incuráveis. Acarretam consigo todos os problemas comuns às doenças crónicas,

mas o impacte que têm a nível da saúde e no sector social é bastante maior, devido à

sua elevada prevalência e aos custos elevados que implicam o cuidado a estas

pessoas, sem contar com os custos associados aos cuidados informais. Têm um

grande impacte quer ao nível da pessoa (com perda de capacidades), quer da sua

família (por uma cada vez maior necessidade de apoio e vigilância), e também dos

serviços de saúde (Zuliani et al, 2012; Bail et al, 2015). Desta forma, a prevenção,

tratamento e apoio àqueles que sofrem de demência e suas famílias está-se a tornar

um dos maiores desafios do século XXI.

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Inicialmente proposto um Plano Nacional para as Pessoas Idosas, as intervenções

necessárias a nível nacional para as perturbações demenciais fazem parte do Plano

Nacional para a Saúde Mental, devendo abranger a caracterização das necessidades

em cuidados diretos, a nível domiciliário e às famílias (DGS, 2013).

Os quadros demenciais envolvem uma progressiva deterioração cerebral, das

capacidades funcionais e cognitivas das pessoas, com compromisso ao nível das

relações sociais e de autonomia. À medida que a doença progride, as pessoas vão

perdendo cada vez mais as suas capacidades e vai aumentando o seu nível de

dependência (APA, 2002).

As demências podem-se dividir em dois grandes grupos: neurodegenerativas e

cerebrovasculares, sendo que o maior grupo corresponde a demências de causa

neurodegenerativa, como sejam a doença de Alzheimer, demência com corpos de

Lewy, doença de Parkinson e a demência frontotemporal. Destas, a mais comum é a

doença de Alzheimer, representando entre 50% a 75% de todos os casos (Wimo et al,

EuroCoDe 2008). As outras formas de demência representam um valor inferior a 25%.

Destas, a demência frontotemporal e a demência com corpos de Levy são as mais

comuns, representando cerca de 5% (Wimo et al, EuroCoDe 2008).

Os seus fatores de risco e a sua prevalência variam não só com a idade mas também

consoante o tipo de demência. A doença de Alzheimer raramente surge antes dos 60

anos mas a sua prevalência aumenta de forma progressiva após esta idade, enquanto

a demência frontotemporal tem um inicio mais precoce mas é menos prevalente à

medida que a idade aumenta (APA, 2013).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a incidência da demência aumenta

exponencialmente com o aumento da idade. Vários estudos demonstram que a

incidência da demência duplica a cada 5,9 anos de idade, de 3,1 por 1000

pessoas/ano na faixa etária 60-64 anos para 175 por 1.000 pessoas/ano na faixa

etária ≥ 95 anos (WHO, 2012).

Os dados mundiais em 2010 estimavam que existiam em todo o mundo 35,6 milhões

de pessoas com demência, sendo que este valor irá aumentar para o dobro nos

próximos 20 anos, passando a ser 65,7 milhões em 2030 e 115,4 milhões em 2050

(WHO, 2012). “O número total de novos casos de demência em cada ano no mundo é

quase 7,7 milhões, o que implica um novo caso a cada quatro segundos” (WHO,

2012).

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Atualmente, 60% das camas hospitalares são ocupadas com pessoas idosas e destas

40% provavelmente têm demência diagnosticada (NHS, 2014). As pessoas internadas

nos hospitais com demência apresentam piores resultados em saúde, maiores tempos

de internamento, maiores taxas de mortalidade e de institucionalização (NHS, 2009).

A questão das quedas nos idosos tem vindo a ter cada vez maior expressão ao nível

das preocupações em saúde dos idosos, começando a ser considerado um problema

de saúde pública devido à sua elevada incidência e complicações a longo prazo, com

perda de autonomia, diminuição da qualidade de vida e um incremento nos custos

assistenciais, sendo a sua principal consequência as fraturas ósseas (Carvalho, 2000;

Pereira, 2008; Muir et al, 2012).

As quedas são uma das principais causas de morbilidade e mortalidade nos idosos, de

causa multifatorial e com possibilidade de serem prevenidas. São mais frequentes nas

mulheres, numa relação de 2:1, e nas pessoas com mais de 70 anos. As principais

causas médicas que predispõem a quedas são problemas músculo-esqueléticos,

alterações na visão, doenças neurológicas, alterações do equilíbrio, hipertensão

arterial e demência (WHO, 2012). As quedas são uma das principais causas de morte

nos idosos sobretudo devido às suas complicações, sendo a mais frequente a fratura

óssea da anca (WHO, 2012).

A escolha deste tema surge da necessidade de conhecer um pouco mais do impacte

que a presença ou ausência de demência tem nos internamentos hospitalares, uma

vez que é uma situação ainda pouco evidenciada e para a qual ainda poucos

prestadores de cuidados de saúde estão despertos. Segundo a OMS apenas oito

países em todo o mundo têm um plano de atuação para as demências estes planos

são necessários pois permitem delinear soluções e abordagens que impulsionem o

diagnóstico precoce, sensibilizem a opinião pública sobre a doença, proporcionem um

melhor atendimento e mais apoio aos cuidadores (Alzheimer Portugal, 2009)

É importante identificar alguns dos fatores que influenciam o tempo de internamento,

uma vez que este é um dos indicadores para a avaliação do desempenho dos

hospitais em Portugal. (Voisin et al, 2010; Vetrano et al, 2014).

Assim, assume-se que qualquer estudo epidemiológico efetuado neste contexto irá

permitir a implementação de estratégias de planeamento e de intervenção baseada na

evidência, permitindo uma melhor eficiência na gestão dos recursos em saúde.

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O presente trabalho tem como objetivo principal averiguar se a demência como

diagnóstico secundário nos doentes internados por fratura óssea tem impacte no

tempo de internamento, verificando ainda, se existe relação direta daquele impacte

com o género e com a idade dos doentes. Este trabalho foi realizado no âmbito do IX

Curso de Mestrado de Gestão em Saúde, da Escola Nacional de Saúde Pública,

Universidade Nova de Lisboa.

Com os resultados obtidos neste estudo pretende-se dar um contributo na

determinação do impacte que a demência tem, de forma indirecta, na prestação de

cuidados de saúde aos mais idosos, com repercussões a nível dos cuidados, no

regresso à comunidade após um evento traumático, bem como as suas

consequências ao nível dos gastos em saúde.

O trabalho encontra-se dividido em cinco capítulos. No Primeiro capítulo encontra-se

uma revisão da literatura referente à investigação que existe sobre o envelhecimento,

a demência, as quedas nos idosos e o seu impacte no protelamento das altas, e

alguns dados epidemiológicos.

O Segundo capítulo é referente aos materiais e métodos utilizados, onde são

apresentadas as questões metodológicas, bem como os objetivos e desenho do

estudo. São também apresentados os critérios de inclusão para seleção da amostra,

as fontes de informação selecionadas e a operacionalização das variáveis. Estão

ainda descritas algumas limitações e viéses do estudo.

Do Terceiro capítulo consta a apresentação dos resultados obtidos, referentes ao

período em estudo. Faz-se uma caracterização da amostra, evidenciando ainda uma

distribuição por áreas geográficas do território português, bem como o impacte que

cada uma das variáveis tem condicionando o tempo de internamento das pessoas com

fratura óssea e demência.

No Quarto capítulo abre-se espaço à discussão dos resultados, estabelecendo-se uma

comparação com os dados encontrados previamente na pesquisa efetuada, sendo

também apresentadas justificações para os dados mais significativos que foram

encontrados na análise dos dados. Faz-se ainda referência ao impacte que estes

achados têm ao nível dos serviços e políticas de saúde, fazendo referência a medidas

tomadas noutros países com bons resultados em ganhos em saúde.

O Quinto capítulo fala de algumas conclusões deste trabalho, lançando pistas para o

desenvolvimento de investigações futuras sobre esta temática.

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No final, constam as referências bibliográficas presentes no trabalho, de acordo com a

Norma Portuguesa de apresentação de trabalhos escritos (NP 405-1), bem como uma

lista de anexos, devidamente referenciados ao longo do trabalho.

1.1. O ENVELHECIMENTO E A DEMÊNCIA

O envelhecimento populacional é uma realidade do presente século, à qual os

cuidados de saúde terão de dar resposta, A população idosa tem vindo a aumentar

nos últimos anos de forma exponencial. Com maior acesso aos serviços de saúde e

melhor vigilância da saúde e controlo de fatores de risco cardiovasculares, como

sejam hipertensão arterial, dislipidémia e diabetes Mellitus, a mortalidade diminuiu e

aumentou a esperança média de vida, acarretando consigo o aumento da prevalência

de doenças crónicas e dos quadros demenciais. Desta forma, a demência deve ser

encarada como um problema de saúde pública ao qual devemos dar especial atenção,

“pois para além de ser uma doença comum na velhice, é uma das maiores causas de

incapacidade e mortalidade” (Guerra, 2012, p.5).

A prevalência da demência tem vindo a crescer em todo o mundo, acarretando com

isso aumento na despesa em saúde com as pessoas idosas. O estudo de Sampson et

al (2009, cit por Singh et al, 2013) diz-nos que a prevalência de demência nos

hospitais de cuidados agudos era de 48% nos homens e de 75% nas mulheres nos

anos 90. “Os pacientes com demência têm piores resultados em saúde, maiores

tempos de internamento, maiores taxas de readmissão e de institucionalização” (Singh

et al, 2013, p.1101).

Dados de 2012 do National Institute of Health (EUA) afirmam que mais de 5 milhões

de americanos têm doença de Alzheimer, e é expectável que este número aumente

até aos 13 milhões em 2050. Em 2009, a doença de Alzheimer era a 6ª causa de

morte nos EUA. Existem cerca de 800.000 pessoas com demência no Reino Unido, e

espera-se que sejam mais de um milhão nos próximos 10 anos (Souza et al, 2014).

Esta tendência verifica-se também em Portugal.

Segundo o relatório do Parlamento Europeu (2010) estima-se que 9,9 milhões de

cidadãos europeus sofram de algum tipo de demência, e prevê-se que em 2050

“estejam diagnosticadas com demência cerca de 14,5 milhões de pessoas,

representando 3,3% da população, sendo 10,1% pessoas com mais de 65 anos”

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(Alzheimer’s Disease International, 2010; Mura et al, 2010 cit por Guerra, 2012, p.5).

Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge

(Rodrigues et al, 2014) que procurou estimar a prevalência de casos de demência

diagnosticada ao nível dos Cuidados de Saúde Primários até Fevereiro de 2006,

concluiu que a idade média dos doentes com demência foi de 76,8 anos, sendo as

demências mais frequentes a doença de Alzheimer e a demência vascular, sendo

prevalente no grupo etário com 75 anos ou mais de idade e nas mulheres (fato que os

autores atribuem a uma maior esperança média de vida nas mulheres). “Observa-se

um elevado peso das demências de causa vascular quando comparado com os

restantes países europeus, o que se julga associado à elevada prevalência de

hipertensão arterial na população portuguesa” (Rodrigues et al, 2014, p.10).

Dados do Alzheimer’s Disease International de 2010, divulgados pela Associação

Alzheimer Portugal apontam para a existência de 153.000 pessoas com demência em

Portugal, das quais 90 000 (cerca de 1%) com doença de Alzheimer, sendo esta forma

de demência a mais prevalente. O mesmo projeto apresentava também uma

estimativa de pessoas em Portugal com demência divididas por grupo etário (tabela 1).

Tabela 1: Prevalência da demência em Portugal (valores estimados em 2008)

Grupo etário Homens com

demência Mulheres com

demência Total

60 - 64 5,97 3,004 3,601

65 - 69 4,495 4,146 8,641

70 - 74 6,793 10,241 17,034

75 - 79 12,262 18,518 30,780

80 - 84 16,583 29,983 46,566

85 - 89 11,667 29,720 41,387

90 - 94 5,249 17,800 23,048

95+ 9,02 4,719 5,621

Total 62,260 120,266 182,526

Fonte: http://www.alzheimer-europe.org/Alzheimer-Europe/Our-work/Completed-projects/2006-2008-EuroCoDe

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Segundo dados da DGS (2014) referentes à saúde mental, o número de pessoas

inscritas nos Cuidados de Saúde Primários com diagnóstico de demência tem vindo a

aumentar nos últimos anos, sendo que a maior proporção se encontra no Alentejo e a

menor no Algarve (tabela 2).

Tabela 2: Proporção de utentes com registo de demência entre os utentes inscritos ativos em Cuidados de Saúde Primários (%) por Região de Saúde (2011-2013)

2011 2012 2013

Norte 0,44 0,55 0,68

Centro 0,51 0,60 0,71

Lisboa e Vale do Tejo 0,31 0,47 0,55

Alentejo 0,56 0,70 0,90

Algarve 0,19 0,28 0,42

Fonte: ACSS/DGS 2014 in Saúde Mental em Números (2014)

O estudo epidemiológico realizado por Santana et al (2015) estimou a prevalência da

demência em Portugal, em 2013, de cerca 5,91% da população com idade ≥ 60 anos,

o que corresponde a 160287 pessoas, sendo que o maior número de doentes se

encontrava nos grupos etários com mais idade (Santana et al, 2015).

A prevalência da demência é variável de acordo com o subtipo e a faixa etária,

aumentando progressivamente com a idade, sendo os valores estimados de cerca de

1% - 2% aos 65 anos e 30% aos 85 anos de idade (APA, 2013). O artigo de Mathillas

et al (2011) faz referência a estudos recentes que indicam que a prevalência da

demência varia entre 22,4% e 37,8% na faixa etária 85-89 anos, entre 31,5% e 37,8%

nos 90-94 anos e entre 38,1% e 47,9% nos com mais de 95 anos.

Com o avançar da doença, as pessoas ficam gradualmente mais dependentes nas

AVD, apresentam episódios de confusão e desorientação, quer no espaço quer na

pessoa, bem como alterações na comunicação, passando a depender de um cuidador

(Chen et al, 2013). Além disso, as demências têm grande impacte económico que

resulta de gastos com medicamentos, consultas da especialidade e exames, ajudas

técnicas, e ainda os encargos com os chamados custos indiretos, relacionados com os

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cuidados prestados e uma vigilância permanente, que englobam a diminuição da

actividade profissional ou mesmo abandono dos cuidadores informais (Kua et al,

2014).

Dados do EuroCoDe apresentavam uma estimativa de prevalência da doença de

Alzheimer em 2008 de 7,22% na Europa a 27, cujos custos rondavam os 160 mil

milhões de euros (71,7 mil milhões em custos diretos e o restante em cuidados

informais (Alzheimer’s Disease International, 2010).

O estudo de realizado por Wimo et al para o EuroCoDe (2008) calculou que os custos

por pessoa com demência na Europa seriam de cerca de 22 mil euros por ano, dos

quais cerca de 10 mil em custos diretos e 12 mil em cuidados informais. O mesmo

autor refere que os custos sociais com a demência são oito vezes superiores no norte

da Europa quando comparados com a Europa de Leste.

No mesmo estudo encontramos referência aos valores calculados para Portugal. Os

custos com a demência rondam os 2.467,7 milhões de euros (sendo que destes

apenas 343,9 milhões representam custos diretos). Os custos por pessoa com

demência são cerca de 18 mil euros (2.498 euros em custos diretos e 154.24 em

cuidados informais) (Wimo et al, EuroCoDe 2008).

A demência é algo comum nos idosos internados em hospitais, grandemente

associada a eventos adversos como o delirium, tempos de internamento mais

prolongados, quedas, aumento da mortalidade e diminuição da capacidade funcional,

tanto no internamento como no pós-alta (Travers et al, 2014). Mais de um terço das

pessoas internadas em unidades de agudos tem diminuição da sua função cognitiva,

na sua maioria com demência ou delirium, pois “ser admitido num hospital geral pode

ter um efeito de deterioração numa pessoa com demência, como resultado de estar

num ambiente não familiar e em rutura com as rotinas diárias, bem como tem efeito

directo na sua saúde física” (Souza et al, 2014, p.490).

1.2. DEFINIÇÃO DE DEMÊNCIA

A demência é uma síndrome de etiologia multifactorial, em que ficam afetadas as

funções cognitivas, a memória, a linguagem, a atenção e o pensamento, sendo que o

diagnóstico definitivo de demência responde a uma série de critérios e em que os

défices cognitivos comprometem o funcionamento ocupacional ou social e

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representam um declínio em relação a um nível anterior superior de funcionamento

(APA, 2002).

Atualmente a demência é designada por Perturbação Neurocognitiva (PNC), major ou

ligeira, com seus subtipos (APA, 2013). Contudo, e por forma a facilitar a leitura e

compreensão deste trabalho, PNC será substituída por demência.

Como característica principal das demências existe “um declínio cognitivo adquirido

num ou mais domínios cognitivos com base, simultaneamente: 1) numa preocupação

sobre a cognição por parte do indivíduo, de um informador conhecedor ou do clínico; e

2) num desempenho inferior ao esperado numa avaliação objetiva ou que tem vindo a

piorar ao longo do tempo” (APA, 2013, p. 724).

Segundo a DSM IV (APA, 2002), a demência caracteriza-se pelo desenvolvimento de

défices cognitivos múltiplos que incluem diminuição da memória e pelo menos uma

das seguintes perturbações cognitivas:

• Afasia (dificuldade em nomear pessoas e objetos);

• Apraxia (diminuição da capacidade para executar actividades motoras apesar

de as capacidades motoras, a função sensorial e a compreensão da tarefa

requerida estarem intactas);

• Agnosia (deterioração da capacidade para reconhecer ou identificar objetos

apesar de manter a função sensorial intacta);

• Perturbação na capacidade de execução (envolve a capacidade de

pensamento abstrato e de planear, iniciar, sequenciar, monitorizar e parar um

comportamento complexo).

A DSM V (APA, 2013) define os critérios de diagnóstico de acordo com os domínios

cognitivos afetados:

• Atenção complexa – atenção sustentada, atenção dividida, atenção seletiva,

velocidade de processamento;

• Função executiva – planeamento, tomada de decisões, memória de trabalho,

resposta às reações/correções dos erros, controlo dos hábitos/inibição,

flexibilidade mental;

• Aprendizagem e memória – memória imediata, memória recente (incluindo

evocação espontânea, evocação com pista e memória de reconhecimento),

memória de muito longo prazo (semântica, autobiográfica), aprendizagem

implícita;

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• Linguagem - linguagem expressiva (incluindo nomeação, encontrar palavras,

fluência, gramática e sintaxe) e linguagem receptiva;

• Perceptivomotor – aptidões incluídas na percepção visual, visioconstrutiva,

perceptivomotor, praxia e gnosia;

• Cognição social – reconhecimento de emoções, teoria da mente.

Alguns sintomas de quadros demenciais poderão ser controlados com medicação e

deteção precoce, mas na maioria o quadro demencial é um quadro irreversível, que se

torna crónico e de evolução progressiva (APA, 2002). As etiologias mais frequentes de

demência são as doenças degenerativas (como a doença de Alzheimer, demência

com corpos de Lewy, doença de Parkinson, doença de Pick e doença de Huntington) e

as não degenerativas (nas quais se englobam os quadros demenciais causados por

depressão, secundários a infeções e/ou medicação, causadas por tumores e a

demência vascular, sendo esta a mais expressiva) (Alzheimer’s Disease International,

2010).

Deve-se diferenciar a demência do declínio normal no funcionamento cognitivo que

ocorre com o envelhecimento. Na demência os défices de memória e os outros défices

cognitivos são superiores aos do processo normal de envelhecimento e terão de

causar deficiências no funcionamento social ou ocupacional (APA, 2002).

Dados da prevalência para as demências indicam que são cerca de 1%-2% aos 65

anos podendo chegar aos 30% aos 85 anos de idade (APA, 2013)

A progressão da doença e o nível de incapacidade que ela provoca depende não só

das alterações a nível cognitivo mas também do suporte social que a pessoa tem

disponível. Como consequência de todas as alterações que ocorrem, as pessoas com

demência são mais suscetíveis aos riscos do meio envolvente, aumentando a

probabilidade de ocorrerem acidentes ou doenças infeciosas (APA, 2002). As

demências de causa neurodegenerativa como a doença de Alzheimer ou a demência

frontotemporal são marcadas por início insidioso e uma progressão gradual (APA,

2013).

As pessoas com défices cognitivos podem apresentar quadros em tudo semelhantes

mas com manifestações diferentes. O discurso pode ser repetitivo, vazio ou lacónico.

Apresentam alguma dificuldade em utilizar e reconhecer objetos do quotidiano como

talheres ou escovas do cabelo ou dos dentes, limitando a sua autonomia nas AVD,

bem como dificuldade em reconhecer pessoas familiares ou mesmo a sua imagem

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refletida no espelho. São frequentes também quadros de desorientação no espaço e

no tempo (APA, 2002).

As pessoas com demência têm declínio funcional ao nível das AVD, necessitando de

supervisão e por vezes mesmo de ser substituídas por outros. No caso de manterem

ainda alguma autonomia, necessitam de um maior esforço ou demoram mais tempo a

realizar as tarefas que anteriormente (APA, 2013).

A maior parte dos quadros demenciais são acompanhados por alterações do

comportamento (agitação, agressão verbal e física, agitação, inquietação) associadas

a alterações da percepção (como alucinações), ansiedade, alterações do pensamento

(como ideias delirantes), insónia e limitações cognitivas e funcionais que podem ter

como consequência acidentes e quedas. Algumas pessoas, principalmente aquelas

com lesões a nível do lobo frontal, podem apresentar quadros de desinibição

manifestados por algum descuido na higiene, excessiva familiaridade ou indiferença

pelas regras sociais convencionais (APA, 2002).

Os estudos e investigação desenvolvidos até hoje já apontam várias hipóteses para a

etiologia e fatores de risco de demência. A demência está muito associada à idade,

não que a demência seja consequência do envelhecimento mas porque é mais

prevalente com o aumento da idade. Há um fator genético associado ao risco de

demência, mas apenas se encontra estudado para a doença de Alzheimer. Muitos

estudos revelam que não há diferenças significativas entre o género e a prevalência

da demência, contudo as mulheres (por terem uma maior esperança média de vida)

apresentam maiores taxas de incidência. Existem ainda alguns estudos que

demonstram que a demência está associada a níveis educacionais mais baixos, a

fumadores e a consumos excessivos de álcool (Guerra, 2012; APA, 2013).

Apesar de fundamental a avaliação do estado mental, o diagnóstico deferencial é feito

com recurso à neuroimagiologia. A tomografia computorizada ou a ressonância

magnética podem revelar alterações a nível dos lobos cerebrais, como atrofias, lesões

focais (enfartes corticais, tumores, hematomas subdurais), hidrocéfalo ou lesão

cerebral isquémica (APA, 2002).

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1.2.1. Demência do tipo Alzheimer

A doença de Alzheimer é a demência mais prevalente, e apresenta-se com um início

gradual e envolve um declínio cognitivo continuado. Para o diagnóstico ser feito têm

de ser excluídas as outras etiologias de demência. A doença de Alzheimer pode ser

classificada como tendo um início precoce (antes dos 65 anos) ou início tardio (após

os 65 anos). Há uma forte componente genética associada à doença de Alzheimer,

estando identificada a ligação da doença aos cromossomas 1, 14 e 21, principalmente

naquelas pessoas em que a doença de Alzheimer teve um início precoce (APA, 2002).

Apresenta-se sobretudo por défice na memória e aprendizagem e nas funções

executivas (APA, 2013).

“Na maioria dos casos, a atrofia cerebral está presente na doença de Alzheimer, com

alargamento dos sulcos corticais e maior aumento dos ventrículos cerebrais do que

seria esperado em função do processo de envelhecimento normal. O exame

microscópico revela geralmente alterações histopatológicas, incluindo placas senis,

entrançados neurofibrilares, degenerescência granulovascular, perda neural, gliose

astrocitaria e angiopatia amiloide” (APA, 2002, p. 155).

A prevalência da doença de Alzheimer aumenta com a idade, sendo de cerca 0,6%

nos homens e 0,8% nas mulheres aos 65 anos de idade, e 11% nos homens e 14%

nas mulheres após os 85 anos de idade. Aos 90 anos, os valores sobem para 21%

nos homens e 25% nas mulheres, e aos 95 anos a prevalência é de 36% nos homens

e 41% nas mulheres (APA, 2002). Dados dos EUA indicam que “cerca de 7% dos

indivíduos a quem é atribuído o diagnóstico de doença de Alzheimer têm idades entre

os 65 e os 74 anos, 53% dos indivíduos têm idades entre os 75 e os 84 anos e 40%

tem 85 anos ou mais. A percentagem de demências atribuíveis à doença de Alzheimer

varia entre cerca de 60% e mais 90% dependendo do contexto e dos critérios de

diagnóstico” (APA, 2013, p.732).

A doença de Alzheimer tem uma evolução lenta e gradual, que vai de uma fase inicial

com perda de memória e mais tarde pelo aparecimento de afasia, apraxia, agnosia e

ainda dificuldades visio-espaciais manifestadas por dificuldade em deambular em

ambientes não familiares, podendo ainda as pessoas desenvolver complicações

motoras. Através da aplicação de um instrumento de avaliação como o Mini-Mental

State Exam pode-se observar uma perda de 3-4 pontos por ano. “A duração média da

doença desde o início dos sintomas até a morte é de 8-10 anos” (APA, 2002, p. 156).

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1.2.2. Demência Vascular

Para o diagnóstico de demência vascular “deverá existir evidência de doença

cerebrovascular (isto é, sinais e sintomas neurológicos focais ou evidência

laboratorial), etiologicamente relacionada com a demência. Os sinais e sintomas

neurológicos focais incluem plantar em extensão, paralisia pseudobulbar,

anormalidades da marcha, exagero dos reflexos tendinosos profundos ou fraqueza de

uma extremidade” (APA, 2002 p. 158). Os exames de imagem revelam múltiplas

lesões vasculares do córtex cerebral e das estruturas subcorticais, podendo aparecer

lesões de enfartes antigos ou mais recentes. Dependendo da lesão, extensão e

localização assim se manifestam os sintomas característicos deste tipo de demência

assim como a sua evolução (APA, 2013).

O início da demência vascular é mais precoce que o da doença de Alzheimer e mais

frequente nos homens. A sua evolução clínica é variável e progride tipicamente “em

degrau” e é flutuante “caraterizada por alterações rápidas no funcionamento em vez de

uma progressão lenta. Algumas funções cognitivas podem ser precocemente afetadas,

enquanto outras permanecem relativamente poupadas” (APA, 2002, p. 160). A seguir

à doença de Alzheimer é a segunda causa mais frequente de demência, sendo as

estimativas de prevalência nos EUA “variam de 0,2% no grupo etário dos 65-70 anos

até 16% em indivíduos com 80 anos ou mais” (APA, 2013, p.744).

Divide-se essencialmente em dois grupos: cortical (cujas manifestações clinicas vão

desde a afasia, apraxia, agnosia, confusão, alterações na função executiva e visio-

espaciais e alterações de memória, dependendo do local afetado) e subcortical (onde

há quebra da ligação nos circuitos corticais e manifesta-se sobretudo por alterações

motoras, ataxia, quedas frequentes, alterações do humor e da memória) (APA, 2002).

Manifesta-se sobretudo por alterações do humor como abulia, humor deprimido,

labilidade emocional e lentificação psicomotora, ou até mesmo disfunção executiva

(APA; 2013).

1.2.3. Demências secundárias a outros estados físicos gerais

Estes tipos de demência estão associados a uma evidência física, detetável a partir da

história, exame físico ou resultados laboratoriais, que justifiquem o quadro demencial.

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São exemplos a infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, lesão cerebral

traumática, hidrocéfalo de pressão normal, doença de Parkinson, doença de

Huntington, doença de Pick, doença de Creutzfeldt-Jakob, hipotiroidismo, tumor

cerebral ou deficiência de vitamina B12. Será necessário estabelecer uma relação

temporal entre o início ou exacerbação do estado físico geral e dos défices cognitivos

(APA, 2013). Para além das descritas, as mais comuns são devidas a

neurodegenerencência relacionada com os corpos de Lewy e à degeneração focal nos

lobos frontal e temporal (APA, 2013).

Demência secundária à doença de Parkinson

A doença de Parkinson, também conhecida como uma doença do movimento, é

caracterizada por tremor, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural. O quadro

demencial surge em aproximadamente 20% - 60% das pessoas com doença de

Parkinson, sendo mais prevalente nos mais idosos ou em casos em que a doença está

mais avançada (APA, 2002).

Caracteriza-se sobretudo por tremor em repouso, lentificação e/ou rigidez motora e

cognitiva, alterações nas funções executivas e na memória (APA, 2002).

Frequentemente estas pessoas agravam o seu estado por quadros depressivos

apresentando apatia, humor deprimido, perturbações no padrão do sono com

excessiva sonolência diurna (APA; 2013).

Os dados sobre a prevalência da doença de Parkinson nos EUA mostram que é mais

frequente nos homens que nas mulheres e que aumenta progressivamente com a

idade “apresentando valores de 0,5% no grupo etário dos 65-69 anos, até 3% em

indivíduos com 85 anos ou mais” (APA, 2013, p.762).

Demência secundária à doença de Pick

A doença de Pick é uma doença degenerativa que afeta principalmente os lobos

frontal e temporal. Tal como nos outros quadros demenciais em que o lobo frontal está

afetado, caracteriza-se por alterações na personalidade, com compromisso das

emoções e repercussão nos comportamentos sociais (desinibição e anormalidades na

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linguagem). As alterações da memória e das funções executivas surgem mais tarde

(APA, 2002).

Surge sobretudo em pessoas na faixa etária entre os 50 e os 60 anos. “A doença de

Pick é uma das etiologias patologicamente distintas entre o grupo heterogéneo de

processos demenciais que estão associados com atrofia cerebral frontotemporal”

(APA, 2002, p. 165).

Demência com corpos de Levy

A demência com corpos de Levy é um tipo de demência com características comuns

quer à doença de Alzheimer quer à doença de Parkinson, na qual surge um depósito

de proteína nas células nervosas. Como consequência, os impulsos nervosos não

progredirem de forma regular, havendo interrupções (Alzheimer’s Disease

International, 2010, cit. por Clive Evers).

É uma doença que evolui de forma progressiva, com um princípio insidioso e rápido

declínio funcional, sendo que as principais manifestações clínicas apresentam-se de

forma variável e encontram-se ao nível de alterações do movimento em conjunto com

alterações da memória, desorientação espacial e dificuldade na comunicação.

Ocorrem flutuações da função cognitiva em curtos espaços de tempo (minutos ou

horas), alucinações visuais persistentes, parkinsonismo, quedas de repetição e

alterações do padrão de sono (APA, 2013).

Os poucos dados que existem sobre a prevalência da demência com corpos de Lewy

indicam que podem variar entre “0,1% e 5% para a população idosa geral, e entre

1,7% e 30,5% para a totalidade dos casos de demência […]. A proporção sexo

masculino-sexo feminino é de aproximadamente 1,5:1” (APA, 2013, p. 740).

Neste tipo de demência, o declínio cognitivo surge pelo menos um ano antes do início

dos sintomas motores. Estes sintomas causam posteriormente problemas na AVD,

como a higiene, mobilização e alimentação (APA, 2013).

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Demência Frontotemporal

A demência frontotemporal é assim classificada porque são sobretudo os lobos frontal

e temporais os mais afetados, sendo que a sintomatologia reflete as alterações

correspondentes a esta áreas cerebrais: comportamento, respostas emocionais e

alterações da linguagem, bem como alterações a nível motor (APA, 2013)

A variante mais comum é a demência frontotemporal comportamental, com maior

compromisso da região frontal, caracterizada sobretudo por progressivas alterações

comportamentais e da personalidade, que podem incluir comportamento social e

alimentar anormal, bem como comportamentos ritualizados. A demência

frontotemporal pode ainda apresentar-se com sintomatologia mais predominante a

nível da linguagem (com afasia de expressão) ou a nível da semântica (dificuldade em

compreender palavras, nomear e reconhecer objetos) (APA, 2013).

A demência frontotemporal afeta as relações familiares e laborais devido às alterações

do comportamento e da linguagem, podendo existir conflitos familiares, problemas

legais e problemas nos locais de trabalho por comportamentos disruptivos. Estas

alterações muitas vezes levam à necessidade de colocar a pessoa numa casa de

repouso ou instituição (APA; 2013).

Este tipo de demência tem um início precoce pois só “cerca de 20%-25% dos casos de

PNC frontotemporal ocorre em indivíduos com mais de 65 anos” (APA, 2013, p.736).

1.3. INTERNAMENTO EM PESSOAS COM DEMÊNCIA

Como referido anteriormente, com o avançar da idade aumenta a prevalência de

quadros demenciais. Aumentam também a prevalência de doenças crónicas

associadas a diversas comorbilidades, estas também associadas a fatores de risco

para a existência de demência. O estudo de Costa Dias et al (2013) que procurou

classificar o perfil clínico dos doentes com doença de Alzheimer no Brasil concluiu que

as comorbilidades mais frequentes são hipertensão arterial (62,9%), depressão

(20,3%), diabetes Mellitus (16,7%), osteoporose (9,2%), hiperplasia prostática (9,2%),

epilepsia (7,4%), doença pulmonar obstrutiva crónica/asma (7,4%), hipotiroidismo

(7,4%) e insuficiência renal crónica (5,5%).

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Vários estudos revelam a associação entre taxas de hospitalização e a existência de

quadros demenciais (Voisin et al, 2010; Zuliani et al, 2012; Singh et al, 2013). Voisin et

al (2012) realizaram um estudo cujo objetivo foi determinar os fatores preditivos para a

hospitalização de doentes com doença de Alzheimer em França, realizando um follow

up durante 2 anos a 686 indivíduos com doença de Alzheimer. “Durante o curso da

doença, muitos doentes necessitam de ser hospitalizados seja por causas diretas da

doença de Alzheimer ou por doenças associadas ou por eventos de vida. Diversos

estudos confirmam que a frequência e a duração dos internamentos são maiores nas

pessoas com doença de Alzheimer” (Voisin et al, 2010, p.288). Neste estudo

observou-se que a incidência anual de hospitalizações foi de 26,13%, sendo que as

principais razões de admissão hospitalar foram as fraturas ósseas e quedas sem

fratura óssea (20,9%), seguidas pelos problemas cardiovasculares (14,5%) e

alterações de comportamento (11%). As outras razões que motivaram o internamento

foram cirurgias (9,2%), alterações neurológicas (6,7%), doenças infeciosas (3,9%),

cancro (3,5%) e sobrecarga do cuidador (2,8%) (Voisin et al, 2010).

Um estudo realizado em Itália procurou saber qual o principal diagnóstico e as

comorbilidades nos idosos internados com demência, com idade igual ou superior a 60

anos. O principal diagnóstico foi a elevada prevalência de doenças cerebrovasculares,

pneumonia, e fratura óssea da anca. Menos evidente, embolia pulmonar, insuficiência

renal, septicémia e infeções urinárias. Quando comparados com os outros doentes

idosos, aqueles com demência tinham maior risco de readmissões hospitalares e de

mortalidade (Zuliani et al, 2012). Dados recolhidos deste estudo mostram-nos que nos

doentes com demência, o diagnóstico primário mais frequente foi doença

cerebrovascular que não acidente isquémico transitório (6,4%) seguido de insuficiência

cardíaca (5,7%), pneumonia com complicações (4,0%), acidente cerebrovascular

isquémico transitório (3,1%) e doença cerebrovascular com complicações (2,8%).

Dentro das comorbilidades nos doentes com demência, os principais grupos foram

aterosclerose (32,9%) seguido de hipertensão arterial e complicações associadas

(27,3%), doença coronária (19,5%), doenças uretrais e da bexiga (13,8%) (Zuliani et

al, 2012).

Relativamente às principais causas de morte em pessoas com demência, um estudo

de coorte realizado na Pennsylvania (EUA) e referido no artigo de Kua et al (2014),

verificou que estavam relacionadas com doenças cardiovasculares (47,5%),

pneumonia (12,3%), doença oncológica (12,3%), acidente vascular cerebral (9,3%) e

septicémia (5,1%). Os mesmos autores citam um estudo realizado na Coreia que

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procurou as causas de morte em pessoas com doença de Alzheimer e verificou que as

principais causas eram acidente vascular cerebral (10,4%), doença oncológica (9,1%),

diabetes Mellitus (6,3%), doenças cardiovasculares (6,1%) e pneumonia (4,7%).

À medida que a demência se vai instalando, o grau de dependência vai aumentando,

havendo perda de autonomia física, psíquica e/ou intelectual, acabando as pessoas

por necessitarem de supervisão nas AVD por terceiros, e em grande parte dos casos

de serem auxiliados ou substituídos nas suas tarefas (Monteiro, 2014). Associado a

isto, há uma grande sobrecarga por parte das famílias cuidadoras, acabando estas por

delegar este cuidado às instituições, passando estas a ser o domicílio das pessoas

com demência (Chen et al, 2013; Vetrano et al, 2014).

O estudo de Kirsebom et al (2014) procurou saber qual o principal motivo de

encaminhamento de idosos dos lares da Suécia para os Serviços de Urgência, e

concluiu que as causas mais frequentes foram as quedas e as fraturas ósseas (25%),

sintomas respiratórios (11%) e sintomas gastrointestinais (10%). As infeções também

são uma das principais causas de internamento em idosos (Kirsebom et al, 2014).

Como descrito previamente, as alterações na marcha e no equilíbrio, associadas a

alterações do próprio campo visual, potenciam o risco de queda para pessoas com

demência e consequentes fraturas ósseas. Costa Dias et al (2013) refere que a

prevalência das quedas é mais frequente nos idosos devido à degeneração do seu

sistema neurovascular, e nas pessoas com demência isto torna-se mais evidente

porque as alterações neurodegenerativas são mais evidentes pelo processo de

doença.

As lesões que ocorrem ao nível do centro do equilíbrio no sistema nervoso central

levam a alguns problemas relacionados com a postura e com os reflexos autonómicos.

Tudo isto são fatores de risco identificados para a ocorrência de quedas, apresentando

atualmente uma elevada taxa de incidência, acarretando complicações e elevados

custos assistenciais (Carvalho, 2000).

Dados recentes dos EUA indicam que cerca de 30% de pessoas idosas (com idade ≥

a 65 anos) caem por ano, e destas as pessoas com doença de Alzheimer têm

elevadas taxas de incidência de queda: cerca de 60% a 80%, o que corresponde ao

dobro das pessoas sem qualquer tipo de demência (Ryan et al, 2011), sendo a

demência apontada como um dos fatores de risco para quedas nos idosos.

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Além disso, “as pessoas com demência têm maior probabilidade de ter diabetes

Mellitus, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, doença coronária e fibrilação

auricular no ano que antecedeu o diagnóstico de demência. Fatores de risco como

diabetes Mellitus e hipertensão arterial podem prejudicar a auto regulação

cerebrovascular, levando a um aumento de prevalência de hipotensão ortostástica,

sincope vasovagal ou hipersensibilidade do seio carotídeo. Assim, uma disfunção do

sistema central autonómico contribui para a ocorrência de quedas em pessoas idosas

com demência” (Friedman et al, 2010 e Bukata et al, 2011 cit por Wang et al, 2014,

p.4).

1.4. FRATURAS ÓSSEAS E DEMÊNCIA

As fraturas ósseas são traumatizantes para as pessoas e acarretam uma significativa

sobrecarga a nível social. O estudo transversal realizado no Reino Unido, demonstrou

que os custos diretos para os serviços de saúde rondaram os 1,8 mil milhões de libras

em 2000, e que a “média de tempo de internamento nos hospitais do National Health

Service (NHS) foi de 22 dias, com uma variação entre os 12,9 e os 33,5 dias”

(Neuberg et al, 2015, p.2).

O avanço da idade acarreta alterações quer a nível físico quer a nível cognitivo que

aumentam o risco de queda, sendo que os idosos com mais de 80 anos e as mulheres

têm maior probabilidade de sofrerem quedas com maiores complicações de saúde

(Friedman et al, 2010).

Estima-se que nos EUA ocorram anualmente 350 mil fraturas ósseas do fémur, sendo

as quedas a principal causa de lesões não mortais na população idosa. “A fratura da

anca é a principal causa de incapacidade entre a população idosa, e está associada

com maior número de mortes e de custos médicos quando comparadas com fraturas

devido à osteoporose” (Johnello et al, 1992 cit por Zhao et al, 2012, p.1).

Apesar de haver alguns dados que sustentam que o número de casos de fratura óssea

da anca esteja a diminuir, “… o rápido crescimento da população idosa torna possível

que o número total de fratura da anca em todo o mundo possa aumentar de 1,7

milhões em 1990 para 6,3 milhões em 2050” (Marks 2009 cit por Friedman et al, 2010,

p. 52).

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As quedas, quando não resultam em morte, são uma das principais causas de

incapacidade, e normalmente resultam em perda de autonomia e em muitos casos até

a institucionalização (Carvalho, 2000; Bloch et al, 2013). De acordo com o National

Center for Injury Prevention and Control (EUA) as quedas são a principal causa de

lesões não mortais em pessoas com idade superior a 64 anos (cerca de 62,9% em

2011), sendo que na sua maioria ocorrem no domicilio (82%) (Gelbard et al, 2014).

O estudo de Gelbard et al (2014) sobre as quedas nos idosos, realizado com 400

pessoas, comparou os tempos de internamento entre aqueles que sofriam quedas em

altura com aqueles que sofriam pequenas quedas. Verificou que a média de idades

era de 78,3 ± 8,8 anos, 50% eram do sexo masculino e 72,5% tinha pelo menos uma

comorbilidade associada. Os que sofriam quedas em altura tinham um aumento

significativo de dias de internamento em Unidades de Cuidados Intensivos (2,6 ± 5,6

vs 4,6 ± 6,7 dias) (Gelbard et al, 2014).

Uma pesquisa efetuada pelo mesmo autor mostrou que as pessoas idosas têm piores

resultados após um ferimento traumático, sobretudo relacionado com as suas

comorbilidades: taxas de mortalidade mais elevadas, maiores taxas de hospitalização

e maior duração do tempo de internamento (sendo a média nos EUA em 2004 de 7

dias) (Gelbard et al, 2014).

As quedas são um dos maiores problemas de saúde na população idosa, pois “30%

das pessoas com 65 ou mais anos a viver na comunidade caem pelo menos uma vez

por ano e esta taxa aumenta com a idade” (Tinetti et al, 1994 cit por Pereira et al,

2008, p. 51) e “cerca de 4% das quedas resulta em fratura e cerca de 11% resulta

noutras lesões graves como traumatismo craniano, lesões dos tecidos moles e

lacerações graves” (Rubesntein et al, 1994, cit por Pereira et al, 2008, p. 51).

Um estudo realizado na Tailândia procurou identificar qual a taxa de internamento, de

mortalidade, causas e consequências das quedas na população idosa, comprovando

que com o aumento da idade aumentam as admissões nos Serviços de Urgência por

quedas, assim como há um aumento da taxa de mortalidade por este motivo. As

principais causas que motivaram as quedas foram o escorregar e o tropeçar. A média

de dias de internamento foi de 8,1 dias naqueles em que a queda resultou em fratura

óssea e 6,4 dias naqueles sem fratura óssea (Limpawattana et al, 2012).

Um outro trabalho realizado no Japão diz-nos que a média de dias de internamento na

pessoa com idade ≥ a 65 anos é de 53,4 dias no Japão, 6,6 dias nos EUA e 14,3 dias

no Reino Unido, embora o valor no Japão seja bastante variável (entre 22 a 55 dias)

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(Motohashia et al, 2013). Este estudo concluiu que um dos fatores associados à

diminuição do tempo de internamento diz respeito à precoce intervenção cirúrgica.

Um estudo realizado no Rio de Janeiro (Brasil) em 1999 referente aos anos de 1994 e

1995, identificou um total de 1870 pessoas internadas nesse período por fratura do

colo do fémur, em que a média de idades foi 61 anos e a média de dias de

internamento de 10,6 dias, para os que não foram submetidos a tratamento cirúrgico, e

16,2 dias para os que foram submetidos a cirurgia, variando os tempos de

internamento entre 5,3 e 34,7 dias (Carvalho et al, 2002). O mesmo autor, no seu

estudo, aponta como um dos principais fatores de risco para quedas, seguidas ou não

de fratura óssea, seja a demência.

Dados sobre a morbilidade hospitalar de 2013, indicam que a demora média de

internamento para o grande grupo da Classificação Internacional de Doenças, 9ª

Revisão, Modificação Clínica (CID-9-MC) - Doenças do Sistema Osteoarticular e do

Tecido Conjuntivo é de 4,58 dias (4,95 dias para os homens e 4,33 dias para as

mulheres), sendo a média de 7,06 dias para o grupo etário ≥ 65 anos (7,32 para os

homens e 6,9 para as mulheres) (Nogueira, P; Mendanha, T; Rosa, M; 2014).

Quando analisamos a produção hospitalar por patologia específica, no caso fratura do

fémur, verifica-se uma demora média de dias de internamento = 14,19 dias, para um

n=13.724 (Nogueira. P; Mendanha, T; Rosa, M; 2014).

Mariano et al (2013) estudaram a relação entre comorbilidades psiquiátricas, entre

elas a demência, e a duração do tempo de internamento por fraturas ósseas dos

membros inferiores, verificando que 2,9% destes tinham demência, e destes, 63%

eram transferidos para cuidados continuados de longa duração após a alta hospitalar,

sendo que os doentes com demência apresentavam internamentos mais prolongados.

Existem vários fatores de risco associados às fraturas ósseas da anca, como a idade,

o peso, doenças cérebro e cardiovasculares, tabagismo e demência. A meta-análise

realizada por Bloch et al (2013) mostrou que os fatores de risco mais associados a

quedas são os fatores intrínsecos, aqueles que estão diretamente relacionados com a

pessoa. Contudo, os autores colocam a ressalva de este achado estar relacionado

com o fato de os fatores intrínsecos serem mais fáceis de serem submetidos a uma

avaliação objetiva que os fatores extrínsecos.

O estudo de coorte realizado em homens idosos com fratura óssea da anca por Reys

et al (2014), confirmou que os diagnósticos prévios de doença pulmonar obstrutiva

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crónica, demência, insuficiência renal e doença hepática são de fato fatores de risco

para fratura óssea da anca na população idosa masculina. O mesmo estudo corrobora

dados encontrados previamente por Pouwels et al (2009) e Zhao et al (2012) que

indicam que a existência de doença cerebrovascular e demência aumentam o risco de

fratura óssea. Zhao et al (2012) referem ainda que diferentes estudos indicam que

tanto as pessoas com fratura óssea da anca e doença de Alzheimer apresentam baixo

peso, baixos níveis de vitamina D, baixa absorção a nível gastro intestinal de cálcio e

níveis elevados de hormona paratiroideia.

Diversos estudos referem que o risco de queda é superior naqueles que têm

demência, chegando mesmo a ser duas a três vezes superior, embora este risco difira

dependendo do tipo de demência (Allan, 2009 cit por Namioka et al, 2015). Uma falha

frequentemente encontrada nestes estudos reporta-se à falta de diagnóstico definitivo

de demência (Wang et al, 2014). Contudo, a incidência de quedas em pessoas com

demência com corpos de Lewy é três vezes superior àqueles com doença de

Alzheimer (Namioka et al, 2015).

A demência e as fraturas ósseas são problemas que têm vindo a aumentar dentro da

população idosa, estando associadas a taxas elevadas de mortalidade e morbilidade.

A incidência de fraturas ósseas é superior em pessoas com demência do que

naquelas sem demência, havendo diversos fatores que explicam este facto. A relação

entre demência e fraturas ósseas é complexa (Carvalho, 2000; Friedman et al, 2010;

Zuliani et al, 2012; Wang et al, 2014).

O trabalho de Friedman et al (2010) diz-nos que tanto a demência como as fraturas

óssea da anca são mais prevalentes na idade avançada (especialmente naquelas com

mais de 75 anos) e nas mulheres, visto que estas têm maior esperança média de vida,

maior prevalência de défice de vitamina D, osteoporose e doença de Alzheimer.

O mesmo estudo indica que “as pessoas com demência têm um risco 8 vezes maior

de queda e de sofrerem múltiplas quedas, quando comparados com os que não têm

demência. A incidência anual de quedas varia entre 67% e 85%, contudo não é claro

se a progressão do estado demencial está associada a maior risco de queda”

(Friedman et al, 2010, p.55).

Segundo Friedman et al (2010), uma pessoa com demência tem uma probabilidade

três vezes superior de sofrer uma fratura óssea da anca, do que uma pessoa sem

qualquer tipo de alteração cognitiva. Este facto é devido a:

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• Fatores de risco que advêm da idade, mas estes são comuns a ambos;

• A presença de demência aumenta a incidência de fratura óssea da anca devido

a fatores de risco intermediários, como as quedas e défice de vitamina D;

• O tratamento da demência tem efeitos secundários que aumentam o risco de

fratura óssea da anca.

Outra razão que pode justificar a incidência de fraturas ósseas nas pessoas com

demência pode ser a osteoporose. “Pessoas com demência têm défice de vitamina D

e baixa densidade óssea, sendo mais prováveis de ter osteoporose” (Friedman et al,

2010 e Bukata et al, 2011 cit por Wang et al, 2014, p.6).

Vários estudos provaram a associação entre demência e o risco de queda, muitos

deles relacionados com as alterações que ocorrem a nível cerebral e com a actividade

dopaminérgica, verificando-se várias alterações quer a nível motor quer a nível

sensorial e da percepção (Carvalho, 2000). A meta-análise realizada por Seitz et al

(2011) mostrou existir uma taxa de prevalência de demência de cerca 19% em idosos

com fratura óssea da anca. No mesmo estudo, encontramos a referência a um

trabalho realizado no Canadá por Juby (2004) em que pessoas com demência

institucionalizadas em lares, têm uma probabilidade de 92,5% de sofrerem uma fratura

óssea osteoporótica por baixa densidade óssea (Seitz et al, 2011).

O estudo de Low et al (2015) mostrou que as fraturas da anca e outros tipo de fraturas

ósseas são mais frequentes nas pessoas com doença de Parkinson,

independentemente da idade e sexo, numa razão de 1,5 a 2,6 vezes.

A meta-análise realizada por Muir et al (2012) concluiu que a presença do diagnóstico

de demência, quer no contexto comunitário quer em contexto de residências de

idosos, confere um alto risco para quedas.

1.5. PROTELAMENTO DE ALTA

É sabido hoje e faz parte dos objetivos contratualizados entre a Administração Central

do Sistema de Saúde (ACSS) e os nossos hospitais que uma forma de melhorar o

desempenho hospitalar e conter os gastos é através da redução do número de dias

de internamento.

Os dados de 2013 sobre a caracterização da produção hospitalar relativos à demência

entre os anos de 2007 e 2011 mostram que o número de doentes saídos com este

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diagnóstico aumentou de 758 para 902 e o total de dias de internamento passou de

16.261 para 17.685, com um pico no ano de 2009.

Tabela 3: Caracterização da produção hospitalar e respetivos padrões de morbilidade, relativos a Demências, em Portugal Continental (2007 a 2011)

Demências

2007 2008 2009 2010 2011

Utentes Saídos 758 1.091 1.008 944 902

Dias Internamento 16.261 19.902 19.328 16.829 17.685

Demora Média 21,45 18,24 19,17 17,83 19,61

Óbitos 23 30 26 23 19

Adaptado de: DGS - Saúde Mental em Números (2013)

Contudo, quando olhamos para os dados mais recentes da ACSS, com os dados de

2009 em diante, verifica-se que o número de doentes saídos com diagnóstico de

demência tem vindo a diminuir, diminuindo de igual forma os dias de internamento

(14,4 dias em 2013).

Os valores da demora média dão-nos um indicador de eficiência, normalmente

associado ao consumo de recursos e ao impacte nos custos associados à prestação

de cuidados (ACSS).

Tabela 4: Caracterização da produção hospitalar e respetivos padrões de morbilidade, relativos a Demências como diagnóstico principal, em Portugal Continental (2009 – 2013)

Demências

2009 2010 2011 2012 2013

Utentes Saídos 1.008 944 902 912 838

Dias Internamento 19.328 16.829 17.685 16.939 14.361

Demora Média 19,17 17,83 19,61 18,57 17,14

Óbitos 26 23 19 18 21

Adaptado de: DGS - Saúde Mental em Números (2014)

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Quando se olham para os dados nacionais dos doentes saídos com diagnóstico

secundário de demência, estes têm vindo a aumentar de forma gradual todos os anos,

passando de 12.650 utentes em 2009 para 16.607 utentes em 2013.

Tabela 5: Caracterização da produção hospitalar e respetivos padrões de morbilidade, relativos a Demências como diagnóstico secundário do internamento em Portugal Continental (2009 – 2013)

Demências

2009 2010 2011 2012 2013

Utentes Saídos 12.650 14.281 14.522 15.493 16.607

Óbitos 2.092 2.526 2.519 2.863 2.826

Fonte: DGS- Saúde Mental em Números (2014)

A utilização de camas hospitalares, por mais do que o tempo necessário, por doentes

que não necessitem de tratamento em fase aguda de doença diminui o número de

camas disponíveis, diminuindo a capacidade de resposta para doentes a necessitar de

cuidados em fase aguda, serviços de urgência sem capacidade de escoar os doentes

a necessitar de internamento, aumento do tempo de espera para procedimentos

eletivos ou mesmo cancelamento de cirurgias (McCloskey et al, 2014).

As pessoas idosas têm maiores comorbilidades e necessidades de saúde mais

complexas, motivo pelo qual muitas vezes as suas altas são proteladas. Muitas vezes

“a hospitalização prolongada pode aumentar o risco de infeções ou outras

complicações iatrogénicas, piorando a qualidade de vida dos idosos e implicando

consumo de recursos humanos e económicos” (Lenzi et al, 2014, p.2).

Segundo dados estatísticos da Austrália, as pessoas com mais de 65 anos internadas

ocupam cerca de 48% das camas hospitalares, e independentemente da idade,

apresentam maiores complicações durante os internamentos associados às suas

comorbilidades, entre elas a demência, apresentando um incremento nos custos por

internamento de cerca mais de 2710 dólares (Bail et al, 2015).

Dados do EuroCoDe de 2010 indicam que as pessoas com mais de 65 anos e com

demência ocupavam um quarto das camas hospitalares (Singh et al, 2013).

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A alta hospitalar de qualquer pessoa é indicada quando não existem mais os sintomas

clínicos da doença que motivaram o seu internamento, e nesta medida pode-se

considerar que a alta foi protelada naqueles doentes considerados clinicamente bem

para ter alta mas incapazes de sair por não estarem finalizados os procedimentos para

a continuidade de cuidados em ambulatório (Bryan et al, cit por Lenzi et al, 2014). No

mesmo estudo encontramos a referência de que “o protelamento das altas pode ser

visto como um indicador de ineficiência do uso das camas hospitalares. Os fatores

associados são atribuídos a questões da população, quer demográficas, médicas,

familiares ou características de dependência, bem como a questões organizacionais e

administrativas” (Lenzi et al, 2014, p.2).

Um estudo realizado em New Brunswick (Canadá) demonstrou que 33% das camas

hospitalares eram ocupadas com doentes que já não precisavam de cuidados em fase

aguda de doença, destes 63% tinham o diagnóstico de demência e 86% aguardavam

vaga na comunidade (o equivalente aos Cuidados Continuados em Portugal), sendo a

média de tempo de espera de 379,6 dias. “A utilização de camas hospitalares por

doentes com alta protelada contribui na diminuição da capacidade de resposta aos

cuidados agudos, serviços de urgência sobrelotados, aumento dos tempos para

procedimentos cirúrgicos eletivos, cancelamento de cirurgias e ineficiente circulação

dos doentes pelo sistema de saúde. De acordo com o Canadian Institute for Health

Information, os doentes com alta protelada somam cerca de 14% dos dias de

internamento, com 5200 camas hospitalares ocupadas nos hospitais canadianos por

dia. A média de tempo de internamento nestes doentes é de 26 dias, que inclui o

tempo de tratamento da doença aguda bem como o tempo de protelamento da alta”

(McCloskey et al, 2014, p.88).

Este estudo mostrou que os motivos de internamento mais comuns foram relacionados

com doenças médicas genéricas, como infeções, diarreia, mal-estar geral, seguido de

quedas e demência. “Do total da amostra 45,3% tinham diagnóstico de demência

antes do internamento e 18,4% foram diagnosticados durante a hospitalização. Das

doenças crónicas, hipertensão arterial foi a mais comum (55,3%), seguida de doença

cardíaca isquémica (41%), diabetes Mellitus (25,7%), doença pulmonar obstrutiva

crónica (20,7%) e acidente vascular cerebral (26,2%)” (McCloskey et al, 2014, p.89). A

maioria da amostra (86%) reunia critérios e estavam à espera de vaga em lar, 3,9%

esperavam por unidades de cuidados especiais e 3,4% esperavam por apoio

domiciliário.

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Um estudo realizado no norte de Itália procurou analisar a prevalência e os

determinantes das altas proteladas nos hospitais. Verificaram que as pessoas com

altas proteladas partilhavam algumas características, como a idade (na sua maioria

idosos), com internamentos frequentes, a necessitarem de cuidados com supervisão

continuada, demência, tumores, fraturas do fémur ou ombro, associadas a várias

comorbilidades. Na sua maioria, a principal causa de protelamento da alta deveu-se à

espera de vaga em unidades de longa duração ou de reabilitação (23,7% e 28,4%,

respetivamente). Os restantes, 16,7% por causas relacionadas com os familiares e

14,5% esperavam ser admitidos noutros serviços de cariz reabilitativo. Um em cada

quatro pacientes com alta protelada vivia sozinho e cerca de 57,6% eram

completamente autónomos nas AVD (Lenzi et al, 2014). Os autores concluíram com

este estudo que o protelamento de alta sobretudo nos idosos era devido a “múltiplas

comorbilidades ou problemas específicos como disfunção cognitiva ou problemas do

foro ortopédico que requerem reabilitação, serviços domiciliários ou algum tipo de

instituição que não está disponível aquando das condições da alta clinica” (Lenzi et al,

2014, p.6).

Vetrano et al (2014) referem como fatores para o aumento do número de dias de

internamento a idade avançada, o tipo de admissão (especialmente se for por acidente

vascular cerebral, síndrome confusional ou queda), incontinência, úlcera de pressão e

perda de independência nas AVD. Contudo, o seu estudo mostrou uma redução no

número de dias de internamento em doentes com diagnóstico de doença

cerebrovascular ou demência admitidos de forma eletiva para internamento. Os

autores explicam estes dados com o aumento da taxa de mortalidade verificada neste

tipo de doentes (no caso da demência, 7% versus 3%) (Vetrano et al, 2014).

Nos diversos estudos consultados verifica-se que os doentes com demência, quando

comparados com os que não têm demência, mesmo quando admitidos por razões

diferentes, poderão ter tempos de internamento mais prolongados, influenciado por

comorbilidades existentes, normalmente doenças crónicas.

A demência está pouco identificada a nível dos internamentos hospitalares, e entre

42% a 50% das pessoas com mais de 70 anos internadas têm défices cognitivos

(Singh et al, 2013). Melhorar a taxa de diagnóstico precoce da demência é essencial

nos cuidados a estas pessoas, sobretudo naqueles com fratura óssea da anca, uma

vez que a demência está cada vez mais identificada como diagnóstico nestas pessoas

(Singh et al, 2013).

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O estudo de coorte retrospectivo realizado por Bail et al (2015) comparou os custos

adicionais associados aos internamentos de pessoas com demência, sabendo que

estas apresentam taxas superiores de complicações adquiridas no hospital mas

sensíveis a cuidados de enfermagem, como as infeções do trato urinário, pneumonias,

ulceras de pressão e delirium. Os resultados do estudo indicam que “as pessoas com

demência têm mais do dobro de taxas de complicações que as pessoas sem

demência e, consequentemente, uma quantidade desproporcionalmente grande de

custos adicionais” (Bail et al, 2015, p.4).

Como referido, as pessoas com demência têm mais comorbilidades e por isso

apresentam um potencial de risco maior para ocorrerem complicações quando são

submetidas a uma cirurgia. O de Hu et al. realizado em 2012 na Tailândia comparou

os principais problemas pré e pós operatórios de pessoas, com e sem demência

submetidas a uma grande cirurgia. Como comorbilidades pré-operatórias, as pessoas

com demência tinham maior probabilidade de terem hipertensão arterial, doença

cerebrovascular, doença pulmonar obstrutiva crónica, enfarte do miocárdio, diabetes

Mellitus, insuficiência cardíaca, doença vascular periférica, insuficiência renal aguda e

necessidade de serem submetidas a cirurgia de emergência. Quando comparados

com o grupo de controlo, as pessoas com demência tinham maior prevalência a 30

dias no pós-operatório de: doença cerebrovascular, pneumonia, septicemia,

insuficiência renal aguda e infeção do trato urinário. A média de tempo de

internamento nas pessoas com demência foi de 21,2 ± 28,2 dias e no grupo de

controlo 14,7 ± 18,5 dias (Hu et al, 2012).

“Não há diferenças significativas nas outras complicações, como hemorragia pós

operatória, enfarte agudo do miocárdio, infeção da ferida operatória ou embolia

pulmonar, quando comparados os grupos. O grupo com demência também teve uma

elevada permanência de tempo nos Cuidados Intensivos e maiores despesas médicas

quando comparado com o grupo de controlo” (Hu et al, 2012, p.2053).

É expectável que a duração dos tempos de internamento aumente com o aumento das

doenças crónicas, envelhecimento da população e consequente aumento da

prevalência de doenças geriátricas (Zuliani et al, 2012) Um estudo realizado na Coreia

do Sul comparou o tempo de internamento para as doenças neurológicas geriátricas

no período entre 2003 e 2007, sendo que definiram tempo de internamento como “a

soma do total de dias de internamento hospitalar por ano” (Kim et al, 2011, p.149).

Foram identificadas 19 doenças neurológicas geriátricas classificadas em quatro

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grupos: demência, doença hemorrágica cerebral, acidente vascular cerebral isquémico

e doença de Parkinson. A duração do tempo de internamento em 2003 devido a

doenças geriátricas era de 40,8 dias e em 2007 de 71,2 dias, sendo que nas mulheres

a média passou de 44,4 dias para 79,4 dias e nos homens de 46 dias para 60,5 dias

(em ambos superior em 2007). A duração média de tempo de internamento naqueles

com idade ≥ a 65 anos em 2007 foi de 78,8 dias, valor bastante superior a faixa etária

40-60 anos, com uma média de 52,1 dias. Em 2007, para o grupo da demência, a

média de tempo de internamento foi de 118,2 dias, seguido pelo grupo da doença de

Parkinson (62,1 dias), doenças hemorrágicas cerebrais (57,3 dias) e acidente vascular

cerebral isquémico (51,7 dias) (Kim et al, 2011).

“Os achados deste estudo mostram que o tempo de internamento devido a doenças

geriátricas aumentou todos os anos desde 2003 a 2007. Estes resultados sugerem

que o número de pessoas com doenças geriátricas e o recurso a serviços médicos

aumentou devido ao aumento de pessoas idosas” (Kim et al, 2011, p.153). Os autores

referem ainda que o acréscimo do número de pessoas identificadas com demência

tem sido contínuo ao longo dos anos, provavelmente devido a um maior interesse na

problemática da demência a nível mundial.

De um estudo realizado no Reino Unido (Dementia Strategy 2013-2016) verificou-se

que existem com alguma frequência falhas na comunicação entre os hospitais e os

cuidadores das pessoas com demência à data da alta, havendo atrasos na articulação

com os apoios domiciliários, por exemplo. Para além destas, outras falhas foram

identificadas:

• Os profissionais são insuficientes para prestar cuidados de qualidade de

acordo com as necessidades específicas destas pessoas;

• Há uma necessidade adicional de orientação e envolvimento dos familiares na

prestação de cuidados e no suporte pós-alta;

• Existe um problema com as altas, transferências e readmissões de pessoas

com demência;

• A maior parte dos hospitais não é capaz de identificar quem são os seus

doentes que têm demência;

• A maior parte das enfermarias não estão adaptadas para receber pessoas com

demência (pouca sinalização e diversos perigos que podem levar a quedas);

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• Em média, as pessoas com demência ficam cerca de mais uma semana

internadas em serviços de agudos que outras pessoas sem demência

internadas pelo mesmo motivo, sendo que este tempo aumenta para duas

semanas no caso de o motivo ser queda (NHS, 2009).

Daí surgiram algumas orientações face à demência, cujos objetivos centram-se num

melhor conhecimento sobre a demência e diminuição do estigma, melhorar o

diagnóstico dos quadros demenciais e desenvolver um vasto leque de serviços

vocacionados para pessoas com demência e seus cuidadores. No mesmo guia vem a

indicação da necessidade de melhorar os conhecimentos dos profissionais de saúde

face à demência, melhorando a qualidade dos cuidados nos serviços hospitalares,

identificando equipas especializadas e/ou criando elementos de ligação da área da

Saúde Mental com os outros serviços (NHS, 2009).

As pessoas com demência e os seus familiares devem ser incentivados a promoverem

uma entreajuda entre pares, para o diagnóstico precoce e para uma melhor

referenciação para os profissionais de saúde, procurando um tratamento o mais

precoce possível e apoio profissional consoante as necessidades.

Para isto, muito contribui o suporte familiar e financeiro das famílias. Pessoas com

demência internadas com acidente vascular cerebral, fratura óssea da anca,

descompensação da sua doença crónica e amputação de um dos membros têm

maiores probabilidades de terem alta diretamente para um lar ou cuidados

continuados e não para casa, sobretudo se forem do sexo masculino, separados ou

viúvos e com reformas baixas (Chen et al, 2013).

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2. FINALIDADE E OBJECTIVOS

A escolha deste tema surge da necessidade de conhecer um pouco mais sobre o

impacte que a presença de demências tem nos internamentos hospitalares, neste

caso, na duração do tempo de internamento.

Com este estudo procurou-se determinar se as pessoas com idade ≥ a 65 anos com

demência internadas por fratura óssea têm tempos de internamento mais prolongados

que as pessoas com idade ≥ a 65 anos sem demência internadas pelo mesmo motivo.

Para se conhecer o estado da arte, foi efetuada revisão da literatura recorrendo à

consulta de bases de dados como a Pubmed, selecionando-se os artigos científicos

publicados nos últimos 5 anos utilizando como termos chave para a pesquisa

“dementia in hospitals”, “length of stay”, “hospital lenght of stay”, “demetia length of

stay”, “fracture and dementia”, “geriatric fractures”, “fracture and length of stay in

hospitals”, tendo sido selecionados os mais relevantes. Foi também consultada

informação de alguns livros e recolhidos dados epidemiológicos disponibilizados pela

OMS e pela DGS.

Realizou-se então um estudo observacional transversal, com os seguintes objetivos

específicos:

• Calcular a média de dias de internamento nas pessoas idosas internadas por

fratura óssea, com e sem demência;

• Comparar o tempo médio de internamento nas pessoas idosas internadas por

fratura óssea, com e sem demência, entre homens e mulheres;

• Comparar o tempo médio de internamento nas pessoas idosas internadas por

fratura óssea, com e sem demência, segundo a sua faixa etária;

• Verificar se a idade e o sexo influenciam de forma significativa o tempo de

internamento nas pessoas idosas internadas por fratura óssea, com e sem

demência.

Como hipóteses para este estudo foram consideradas as seguintes:

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H1 - A média de dias de internamento é maior na pessoa com idade ≥ a 65 anos

internada por fratura óssea e com diagnóstico secundário de demência;

H2 – A média de dias de internamento na pessoa com idade ≥ a 65 anos internada

por fratura óssea e com diagnóstico secundário de demência está associada ao

género;

H3 -. A média de dias de internamento na pessoa com idade ≥ a 65 anos internada

por fratura óssea e com diagnóstico secundário de demência está associada à

idade.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

Ao longo deste capítulo estão descritos os procedimentos escolhidos para dar

resposta às questões de investigação, em função dos objetivos delineados,

nomeadamente a constituição da amostra, as características dos instrumentos de

colheita de dados e as técnicas utilizadas no tratamento estatístico dos dados.

Para a realização do estudo solicitou-se a permissão à Escola Nacional de Saúde

Pública para a utilização da Base de Dados das altas hospitalares, criada e gerida pela

ACSS, após se ter informado a Escola Nacional de Saúde Pública dos objetivos deste

trabalho. Os dados foram posteriormente disponibilizados ao orientador deste trabalho.

A base de dados consiste na codificação segundo a CID-9-MC dos episódios de

internamento e de ambulatório dos hospitais, permitindo uma análise da produção

hospitalar e a sua complexidade clínica (medida pelo índice de casemix). Com estes

dados pode-se ainda calcular o financiamento dos hospitais, bem como serem

utilizados em estudos epidemiológicos e de investigação (ACSS, 2015).

Para tal, é necessário registar dados administrativos (número de doente, data de

nascimento, distrito/concelho/freguesia de residência, número de episódio, datas de

entrada e de saída, Serviço, destino após alta, etc.) e dados clínicos (causas externas,

diagnóstico principal e diagnósticos secundários, procedimentos e morfologias

codificadas pela CID-9-MC) (ACSS, 2015).

Os dados utilizados neste estudo foram então retirados dos Resumos de Alta

Hospitalar, contidos na Base de Dados da ACSS, última versão, com uso do

agrupador APR31, relativos aos episódios de internamento, com data de alta

compreendida entre 1 de Janeiro de 2013 e 31 de Dezembro de 2013, contendo

características como sexo e idade, código de fratura óssea como diagnóstico principal,

código de demência como diagnóstico secundário, número de dias de internamento.

Importa referir que, e de acordo com o que vem descrito no Portal da Codificação dos

GDH, o diagnóstico principal “designa-se e define-se como aquele que, depois do

estudo do doente, é considerado responsável pela admissão do doente no hospital,

para tratamento”. Não tem necessariamente a ver com o motivo de internamento mas

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é um conceito relacionado com o agrupamento num determinado GDH, que leva à

inclusão de cada episódio de internamento numa determinada Grande Categoria

Diagnóstica.

O diagnóstico secundário corresponde a “qualquer diagnóstico atribuído a um doente

num determinado episódio de cuidados para além do diagnóstico principal” (Portal da

Codificação dos GDH). Representam problemas associados ao diagnóstico principal e

que podem implicar o aumento no consumo de recursos.

Os termos “doentes”, “utentes”, “pessoas”, “episódios” e “casos” são utilizados neste

estudo como sinónimos de “episódios de internamento”.

Considerou-se como variáveis independentes a idade, o sexo e o diagnóstico, e como

variável dependente o tempo de internamento.

Tabela 6: Operacionalização das variáveis

Variáveis Tipo Valores

Género Nominal Masculino/Feminino

Idade Quantitativa, numérica contínua, agrupada em

classes

[65-69]; [70-74]; [75-79]; [80-84]; [85-89]; [90-94]; [95-99]; ≥ 100

Diagnóstico de Demência

Qualitativa, nominal dicotómica Sim/Não

Dias de Internamento

Quantitativa, numérica contínua ≥ 1

Com base na CID-9 – MC selecionaram-se os códigos correspondentes a todas as

designações de fraturas ósseas (incluindo as fraturas patológicas e fraturas de stress)

bem como os códigos correspondentes a demência, classificados quer como doenças

mentais quer como doenças do sistema nervoso. Nos casos das demências

secundárias a outros estados físicos gerais selecionaram-se apenas os códigos da

CID-9 – MC referentes à doença de Parkinson e doença de Pick (anexos I e II).

Excluíram-se os episódios identificados como “sexo indefinido”. As classes etárias

foram agrupadas em intervalos de 5 anos.

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A contagem do tempo de internamento (variável dependente) estava disponível na

base de dados, tendo sido considerados apenas os episódios em que as pessoas

tiveram alta hospitalar.

A amostra estudada neste estudo foi constituída por pessoas do sexo masculino e

feminino, com idade igual ou superior a 65 anos internadas em Portugal e que tiveram

alta no período de tempo compreendido entre 1 de Janeiro de 2013 e 31 de Dezembro

de 2013, com o diagnóstico principal de fratura óssea (códigos CID 9 – MC em anexo

I), sendo identificados um total de 21.269 pessoas. Destas, 2117 tinham como

diagnóstico secundário demência (códigos CID 9 – MC anexo II)

Recorreu-se ao programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão

20, para organização e análise estatística dos dados.

Inicialmente realizou-se a análise estatística descritiva dos dados, nomeadamente,

estimativa das frequências absolutas e relativas, cálculo de medidas de tendência

central (média) e medidas de dispersão (desvio padrão (DP), valor mínimo e valor

máximo) dos valores das variáveis em estudo.

Para avaliar a distribuição da variável dependente, número de dias de internamento, e

a possibilidade de utilizar testes paramétricos, recorreu-se ao teste de Kolmogorov-

Smirnov, uma vez que o tamanho da amostra é superior a 30 (Tabela 7).

Tabela 7: Teste de Kolmogorov-Smirnov para avaliação da aderência à normalidade da variável dependente, dias de internamento, segundo o diagnóstico secundário de demência.

Diagnóstico Secundário de Demência Estatística P (<0,001)

Sim 0,193 0,000

Não 0,222 0,000

Pela análise da Tabela 7, constatou-se que a distribuição dos valores daquela variável

não segue uma distribuição normal (KS=0,193; p<0,001). Contudo, tendo em conta o

tamanho considerável da amostra (n=21.269), e com base no pressuposto do

Teorema do Limite Central, que afirma que à medida que o tamanho da amostra

aumenta, a distribuição amostral da sua média aproxima-se cada vez mais de uma

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distribuição normal permitindo a utilização de testes paramétricos (Marôco, 2014),

recorreu-se ao teste t de Student para duas amostras independentes e Análise de

Variância (ANOVA) para analisar a relação entre as variáveis em estudo.

O teste t de Student para duas amostras independentes é um teste paramétrico

utilizado para testar se existem diferenças estatisticamente significativas entre as

médias de duas populações. Para isso, é necessário que a variável dependente seja

quantitativa e a independente qualitativa. A ANOVA é um teste paramétrico para

comparação de médias de duas ou mais populações aleatórias e independentes

recorrendo à análise de variância. Para isso é necessário que a variável dependente

seja quantitativa e a independente qualitativa. Os pressupostos dos dois testes são

idênticos, nomeadamente, a aleatoriedade das amostras e a distribuição normal e

variâncias homogéneas da variável dependente (Marôco, 2014).

Após a análise inferencial univariada concluiu-se que as variáveis sexo, idade e

diagnóstico secundário demência estavam relacionadas significativamente com o

número de dias de internamento. Como tal, recorreu-se à análise multivariada, através

da construção de um modelo de regressão linear para determinar preditores

independentes dos dias de internamento dos doentes com diagnóstico de fratura

óssea, incluindo no modelo as variáveis anteriormente referidas.

Os modelos de regressão permitem modelar relações entre as variáveis e predizer o

valor de uma variável dependente a partir de um conjunto de variáveis independentes

(ou preditoras). No caso da regressão linear, a relação entre a variável dependente e

as variáveis independentes é uma reta (Marôco, 2014). Para certificar a validade do

modelo é necessário que assuma os seguintes pressupostos (Marôco, 2014):

• Os erros devem ser independentes, de média nula e variância constante;

• Os erros devem ter distribuição normal;

• Os erros são independentes, variáveis explicativas não são correlacionadas

(ausência de multicolineariedade entre as variáveis explicativas) (

No presente estudo, os pressupostos de aplicação do modelo de regressão linear não

foram totalmente cumpridos, pelo que os resultados do modelo devem ser aplicados

com precaução.

Quanto ao pressuposto da independência, este foi validado com recurso à estatística

de Durbin-Watson (d=1,897) como descrito em Marôco (2014). Como este valor se

encontra no intervalo dado por [dU; 4-dU[, admite-se que não existe autocorrelação

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entre os resíduos. Podemos, pois, admitir que os erros são independentes, ou seja,

que se verifica o pressuposto da independência.

Quanto ao pressuposto da distribuição normal, verificou-se através do teste de

Kolmogorov-Smirnov dos resíduos não estandardizados, que não se pode assumir a

condição de normalidade (KS=0,204; p<0,001). Utilizou-se o VIF para diagnosticar a

multicolinearidade, não se tendo observado uma elevada colinearidade entre as

variáveis independentes (VIF’s pequenos e tolerâncias muito acima de 0,1).

Em todas as análises considerou-se uma probabilidade de erro tipo I (α) de 0.05.

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4. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS

A amostra é constituída por 21.269 casos com idade igual ou superior a 65 anos

internadas em Portugal com alta hospitalar no período de tempo compreendido entre 1

de Janeiro de 2013 e 31 de Dezembro de 2013, com o diagnóstico principal de fratura

óssea.

A amostra apresenta uma idade média de 80,05 anos (DP=7,92), sendo a maioria do

sexo feminino (n=15.389; 72,4%).

Da análise da Tabela 8, referente à distribuição dos casos por região de internamento,

verifica-se que a maioria dos internamentos registaram-se na região de Lisboa e Vale

do Tejo (LVT) (n=7.162; 33,8%), seguida da região Norte (n=7.028; 33,2%) e Centro

(n=4.710; 22,2%).

Tabela 8: Distribuição da amostra segundo a região de internamento (n=21.269).

Região n %

Norte 7.028 33,2

Centro 4.710 22,2

LVT 7.162 33,8

Alentejo 1.227 5,8

Algarve 1.039 4,9

Açores 4 0,0

Madeira 1 0,0

Total 21.171 100,0

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Ao analisarmos a Tabela 9, que compara as regiões umas com as outras, verifica-se

que existem diferenças estatisticamente significativas entre os dias de internamento

consoante a região (F17,894; p<0,001).

Tabela 9: Resultados da comparação das médias (ANOVA) dos dias de internamento em função da Região

Região n �� DP F P (0,001)

Dias de Internamento

Norte

Centro

LVT

Alentejo

Algarve

Total

7.028

4.710

7.162

1.227

1.039

21.166

11,46

12,12

12,67

12,23

15,50

12,26

11,33

11,73

20,83

10,55

12,24

15,32

17,894 0,000

Para se determinar em que regiões existem diferenças estatisticamente significativas

na média de dias de internamento, procedeu-se à comparação múltipla de médias

recorrendo-se ao teste post hoc de Scheffé. Os resultados apresentados (Gráfico 1)

mostram que apenas há diferenças estatisticamente significativas entre as regiões do

Norte e LVT.

Gráfico 1 – Representação gráfica do teste pos-hoc de Sheffé relativamente ao tempo médio de dias de internamento consoante o grupo etário

* p<0.05 Teste Pos-hoc Scheffé

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No que respeita a episódios de internamento por fratura óssea como diagnóstico

principal e com diagnóstico secundário de demência, verificou-se que apenas 10% da

amostra (n=2.117) corresponde a esta condição (Tabela 10).

Tabela 10: Distribuição da amostra segundo o diagnóstico secundário de demência.

Demência n %

Sim 2.117 10,0

Não 19.152 90,0

Total 21.269 100,0

Quando analisamos a distribuição da amostra segundo o género e diagnóstico

secundário de demência verificou-se que os homens internados com fratura óssea

eram cerca de 27,6% do total da amostra, e 2,5% tinham diagnostico secundário de

demência. Relativamente às mulheres, representavam 72,4% da amostra e 7,4%

tinham diagnóstico secundário de demência (Tabela 11).

Tabela 11: Distribuição da amostra segundo o género e o diagnóstico secundário de demência.

Com Demência Total

n (% no total) n (% no total)

Sexo Masculino 534 (2,5) 5.880 (27,6)

Feminino 1.583 (7,4) 15.389 (72,4)

Total 2.117 (9,9) 21.269 (100,0)

Quando analisamos os dados das pessoas internadas com diagnóstico principal de

fratura óssea e diagnóstico secundário de demência segundo o género (n=2.117),

verificamos que a sua maioria são mulheres (74,78%) (Tabela 12).

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Tabela 12: Distribuição segundo o género nas pessoas com diagnóstico secundário de demência.

Sexo n (%)

Com Demência Masculino 534 (25,22)

Feminino 1.583 (74,78)

Na Tabela 13, a variável Dias de Internamento é analisada segundo as características

sociodemográficas da amostra e o diagnóstico secundário de demência.

Tabela 13: Dias de internamento segundo as características sociodemográficas da amostra e o diagnóstico secundário de demência.

Com demência Sem Demência

�� (DP) �� (DP)

Sexo Masculino 13,44 (12,37) 12,54 (18,89)

Feminino 13,68 (15,10) 11,92 (13,81)

Grupo Etário

65-69 10,43 (9,67) 9,97 (12,45)

70-74 12,37 (11,10) 10,63 (13,36)

75-79 12,26 (10,23) 12,18 (23,75)

80-84 13,77 (14,42) 12,87 (12,48)

85-89 15,47 (19,47) 13,43 (12,91)

90-94 12,87 (9,31) 12,88 (12,39)

95-99 13,69 (9,47) 12,00 (10,34)

≥100 11,00 (4,08) 9,62 (7,36)

Região

Norte 13,62 (12,19) 11,22 (11,20)

Centro 12,06 (10,39) 12,13 (11,80)

LVT 13,87 (16,95) 12,50 (21,34)

Alentejo 11,65 (10,61) 12,31 (10,54)

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Algarve 18,20 (17,13) 15,21 (11,55)

Açores - 6,75 (4,86)

Madeira - 19,00 (-)

Pode-se constatar que a média de dias de internamento nos homens com demência é

de 13,44 com DP=12,37 e sem demência de 12,54 dias (DP=18,89), não sendo esta

diferença estatisticamente significativa (t=-1,075; p>0,05. Relativamente às mulheres,

observa-se que a média de dias de internamento nas mulheres com demência é de

13,68 dias (DP=15,10) e sem demência desce para 11,92 dias (DP=13,81), sendo esta

diferença estatisticamente significativa (t=-4,775; p<0,001).

Relativamente ao grupo etário em ambos os grupos (com e sem demência) parece

existir um aumento do número de dias de internamento até aos 90 anos e,

posteriormente, observa-se uma tendência para internamentos menos prolongados.

Constata-se que os idosos com demência com idades entre os 65-69 anos têm a

média de dias de internamento menor, sendo de 10,43 dias (DP=9,67), entre os 85-89

anos a média é de 15,47 dias (DP=19,47) e os idosos com idade superior a 100 anos

apresentam uma média de 11,00 dias (DP=4,08).

Quanto à região de saúde onde se registaram os internamentos, verifica-se ser no

Algarve que se observa uma média de dias de internamento superior nos idosos com

demência, com uma média de 18,20 dias (DP=17,13), enquanto no Alentejo se verifica

uma média de 11,65 dias de internamento (DP=10,61), situando-se assim no extremo

oposto. Quanto aos idosos sem diagnóstico secundário de demência verifica-se que o

Algarve se mantém como região com maior média de dias de internamento, com 15,21

dias (DP=11,55), enquanto neste caso é nos Açores que se verifica uma média inferior

de dias de internamento, com uma média de 6,75 dias de internamento (DP=4,86).

Por forma a examinar como se relacionam as variáveis em estudo, foi feita uma

análise de estatística inferencial univariada e multivariada, procurando verificar se a

idade e o sexo teriam influência no tempo de internamento.

Analisando a Tabela 14, alusiva à aplicação do teste t de Student para comparação

das diferenças de médias de dias de internamento entre homens e mulheres, verificou-

se existirem diferenças estatisticamente significativas (t=1,972; p<0,05). Mais

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concretamente, verifica-se que os homens têm uma média de dias de internamento

superior (��=12,62; s=18,40) ao das mulheres (��=12,10; s=13,96).

Tabela 14: Resultados da análise da relação entre os dias de internamento e o sexo através do teste t de Student (n=21.269).

Sexo �� s t p (<0,05)

Dias de Internamento

Masculino

Feminino

12,62

12,10

18,40

13,96 1,972 0,049

Para se verificar a influência da idade no número de dias de internamento (Tabela 15),

esta variável foi dividida nos oito grupos previamente descritos.

Tabela 15: Resultados da comparação de médias (ANOVA) dos dias de internamento em função do grupo etário.

Grupo Etário n �� s F P (0,001)

Dias de Internamento

65-69

70-74

75-79*

80-84*

85-89*

90-94*

95-99

≥100

2631

3077

3930

4959

4163

1991

451

67

9,98

10,72

12,19

12,99

13,71

12,88

12,14

9,70

12,38

13,25

22,86

12,75

14,10

12,01

10,27

7,19

20,588 0,000

Ao analisar-se a Tabela 15, que apresenta os resultados do teste ANOVA One-way,

constata-se que existem diferenças estatisticamente significativas entre os dias de

internamento consoante a idade dos indivíduos (F=20,588; p<0,001), entre pelo menos

dois grupos etários. Os testes de robustez, Welch e Brown-Forsythe corroboram o

facto de existir diferença estatisticamente significativa para os dias de internamento

consoante a idade (p<0,001).

Para determinar entre que grupos etários existem diferenças estatisticamente

significativas na média de dias de internamento, recorreu-se ao teste de Scheffé. Os

resultados representados através do Gráfico 2 evidenciaram diferenças significativas

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que se estabelecem da seguinte forma: os dois grupos etários mais baixos (65-69 e

70-74) possuem uma média de dias mais baixa do que os quatro grupos etários que

se lhes seguem (entre os 75 e os 90 anos). Ou seja, entre os dois grupos etários mais

jovens e os dois grupos etários mais idosos (95-99 e ≥100) não existem diferenças

estatisticamente significativas no número médio de dias de internamento por fratura

óssea, apesar de a média de dias de internamento do grupo entre os 95-99 ser

superior aos outros três (cerca de 2 dias).

Entre os quatro grupos etários intermédios (75-79, 80-84, 85-89 e 90-94), apenas se

verifica diferença estatisticamente significativa ente o grupo dos 75-79 anos – o que

possui a menor média entre estes, de 12,2 dias – e o grupo dos 85-89 anos – o que

possui a maior média, de 13,7dias de internamento.

Gráfico 2 – Representação gráfica do teste pos-hoc de Sheffé relativamente ao tempo médio de dias de internamento consoante o grupo etário

* p<0.05 Teste Pos-hoc Scheffé

Observando a Tabela 16, relativa à aplicação do teste t de Student para comparação

das diferenças de médias de dias de internamento entre indivíduos com diagnóstico

secundário de demência ou não, verifica-se que existem diferenças estatisticamente

significativas (t=-4,366; p<0,001). Da leitura das médias constata-se que os indivíduos

com fratura óssea e diagnóstico secundário de demência têm internamentos mais

prolongados (��=13,62 dias; s=15,40) do que aqueles com fratura óssea mas sem

diagnóstico secundário de demência (��=12,09 dias; s=14,46).

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Tabela 16: Resultados da análise da relação entre os dias de internamento e o diagnóstico secundário de demência através do teste t de Student (n=21.269).

Diagnóstico Secundário de Demência

�� S t p (0,001)

Dias de Internamento

Sim

Não

13,62

12,09

15,40

14,46 -

4,366 0,000

Após a análise univariada dos dados conclui-se que as variáveis sexo, idade e

diagnóstico secundário de demência têm relação com a variável “dias de

internamento”. Por forma a perceber se as variáveis sexo, idade e diagnóstico

secundário de demência são preditivas do tempo de internamento, recorreu-se a um

modelo de regressão linear.

Através da regressão linear múltipla foi possível identificar que as variáveis sexo (β=-

0,819; t=-3,474; p<0,005), idade (β=0,132; t=0,068; p<0,001) e diagnóstico secundário

de demência (β=1,152; t=3,272; p<0,005) são preditoras com expressão estatística

significativa dos dias de internamento. O modelo final ajustado é então:

“Dias de internamento= 2,149 - (0,819*Sexo Feminino) + (0,132*Idade) +

(1,152*Diagnóstico Secundário de Demência)”.

Isto significa que, em média, o número de dias de internamento é de menos 0,819 dias

nas mulheres comparativamente aos homens, para a mesma idade e diagnóstico

secundário de demência. Em média, o número de dias de internamento aumenta

0,132 dias por cada ano de idade e aumenta 1,152 dias na presença de diagnóstico

secundário de demência.

Pela análise dos valores absolutos dos coeficientes beta (β), conclui-se que a idade

apresenta maior contribuição relativa do que o sexo ou o diagnóstico secundário de

demência.

Este modelo é significativo, embora explique apenas uma pequena parte da

variabilidade dos dias de internamento (F=40,492; p<0,001; Ra2=0,006).

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Tabela 17: Modelo de regressão linear preditor dos dias de internamento.

Modelo Coeficientes Beta (β) t p (0,001)

Constante 2,149 2,012 0,044

Sexo -0,819 -3,474 0,001

Idade 0,132 9,848 0,000

Diagnóstico Secundário de Demência 1,152 3,272 0,001

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5. DISCUSSÃO

5.1. LIMITAÇÕES

A fonte de dados utilizada (que contém a informação dos resumos de alta do Serviço

Nacional de Saúde) inclui dados administrativos (número de doente, data de

nascimento, distrito/concelho/freguesia de residência, número de episódio, datas de

entrada e de saída, Serviço, destino após alta, etc.) e dados clínicos (causas externas,

diagnóstico principal e diagnósticos secundários, procedimentos e morfologias

codificadas pela CID-9-MC).

Os resumos de alta apresentam diversas vantagens, contudo há aspetos que podem

interferir na qualidade dos dados, como: insuficiente informação nos resumos de alta,

erro humano, erros intencionais, natureza retrospetiva de codificação, complicações e

comorbilidades associadas ao internamento, diferentes formas de codificação entre

hospitais e codificadores (Amaro, 2012).

O diagnóstico de demência é algo complexo pois fica dependente do exame clínico e

validação por exames de diagnóstico. É ainda algo pouco sensível a alguns

profissionais de saúde e que apesar da sua elevada morbilidade, não é causa direta

de morte o que aumenta a sua baixa identificação como patologia. Admite-se assim

como limitação do estudo a baixa codificação de demência como diagnóstico

secundário.

Devido à enorme quantidade de dados disponibilizados nos resumos de alta hospitalar

constantes da base de dados da ACSS, foram consideradas apenas as variáveis sexo

e idade como possíveis de influenciar os resultados do desenho do estudo.

5.2. DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Na amostra deste estudo verificou-se que 10% das pessoas internadas por fratura

óssea tinham como diagnóstico secundário demência. Estes valores são superiores

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aos da amostra do estudo de Mariano et al. (2013), no qual e média de idade era de

67 ± 22 anos e as mulheres representavam 64% da amostra.

Mariano et al. (2013) procuraram, entre outras hipóteses, estudar a relação entre as

comorbilidades psiquiátricas (depressão, ansiedade, demência e esquizofrenia) e a

duração do tempo de internamento de pessoas internadas com fraturas ósseas dos

membros inferiores entre os anos de 1990 e 2005 nos EUA (n=10.669.449 pessoas).

Do total da população avaliada, verificaram que 2,9% tinham demência.

Contudo, o valor achado neste estudo é inferior aos dos estudos de Voisin et al.

(2010), de Kirsebom et al. (2014) e de Wang et al (2014) com 20,9%, 25% e 15,25%

de pessoas internadas por fratura óssea e demência, respetivamente.

Voisin et al (2012) realizaram um estudo para determinar os fatores preditivos para a

hospitalização de pessoas com doença de Alzheimer em França, realizando um follow

up durante 2 anos a 686 indivíduos com doença de Alzheimer. Neste estudo observou-

se que a principal razão de admissão hospitalar foram as fraturas ósseas e quedas

sem fratura óssea, representando 20,9% da amostra.

O estudo de Kirsebom et al (2014) foi realizado na Suécia e procurou saber qual o

principal motivo de encaminhamento de idosos dos lares para os Serviços de Urgência

e concluiu que as causas mais frequentes foram as quedas e as fraturas ósseas,

representando 25% da amostra, e destes, 38% necessitaram de ficar internados.

O estudo de base populacional de Wang et al (2014) realizado em Taiwan com dados

retirados na base de dados do seguro nacional de saúde, referentes a um período de

três anos, onde foram incluídas pessoas com idade ≥ 60 anos com diagnóstico de

demência, internadas em hospitais a receber tratamento ou a receber pela primeira

vez tratamento em ambulatório. Durante este período de tempo, 264 pessoas com

diagnóstico de demência tiveram uma fratura óssea, (15,25%) enquanto naqueles sem

demência e que sofreram fratura óssea, o valor foi de 12,61%.

Contudo, o valor de 10% das pessoas internadas por fratura óssea tinham como

diagnóstico secundário demência encontrado neste estudo aproxima-se muito dos

19,2% (p<0,05) encontrados na meta-análise de Seitz et al. (2011). Esta meta-análise

procurou saber qual a prevalência da demência nas pessoas internadas com fratura

óssea da anca, admitidas quer a partir de cuidados continuados de longa duração quer

a partir do domicílio. O autor refere ainda que a prevalência de fratura óssea da anca

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em pessoas com demência em hospitais de cuidados agudos é de 15,2% (p<0,05)

(Seitz et al., 2011).

Os resultados mostram que a duração do internamento por fratura óssea, na presença

de diagnóstico secundário de demência nas pessoas internadas com idade ≥ a 65

anos é maior do que nas pessoas internadas pela mesma causa mas sem diagnóstico

secundário de demência, passando de uma duração média de 12,09 dias para 13,62

dias, um aumento que corresponde a cerca 11,23%. Verifica-se assim um aumento do

tempo de internamento nas pessoas com demência, neste caso internadas por fratura

óssea, o que corrobora os resultados de estudos anteriores (King et al, 2006; Hu et al,

2012; Mariano et al, 2013; Kim et al, 2012).

O estudo de King et al. (2006) realizado na Austrália em pessoas com idade ≥ a 65

anos procurou determinar os factores que contribuem para o aumento do tempo de

internamento nas pessoas com demência. Os seus resultados revelam que a média de

dias de internamento nas pessoas com demência foi de 20,6 ± 15,38 dias, comparado

com 9,6 ± 6,45 dias naqueles sem demência (p=0,02) (King et al, 2006). Os autores

põem como ressalva que os diagnósticos de demência podem não estar certos porque

o transtorno cognitivo ligeiro pode estar codificado como demência, bem como o

diagnóstico de demência pode não estar identificado como diagnóstico principal.

O estudo coorte retrospetivo de Hu et al. (2012) realizado na Tailândia comparou

18.923 pessoas com diagnóstico prévio de demência com 75.692 pessoas sem

demência (grupo de controlo), todas com idade ≥ a 60 anos, submetidas a uma grande

cirurgia no período de 2004 a 2007. Como critério para grande cirurgia o autor definiu

como cirurgias em que fosse necessária anestesia geral ou epidural, com tempo de

hospitalização superior a um dia. A média de tempo de internamento nas pessoas com

demência foi de 21,2 ± 28,2 dias e no grupo de controlo 14,7 ± 18,5 dias, com

p<0,0001 (Hu et al, 2012).

O valor do aumento do tempo de duração do internamento observado neste estudo é

inferior ao referido por Mariano et al (2013), em que para as pessoas internadas com

fraturas ósseas dos membros inferiores e com diagnóstico de demência, a duração do

tempo de internamento era de 7,9 ± 7,1 dias, enquanto nas pessoas sem demência

internadas pelo mesmo motivo era de 7,3 ± 8,3 dias. Contudo, o limite temporal em

estudo é diferente (realizado entre 1990 e 2007), tendo englobado apenas as fraturas

ósseas dos membros inferiores.

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Kim et al. (2012) comparou o tempo de internamento de pessoas internadas por

doenças neurológicas geriátricas em seis grupos hospitalares, na Coreia do Sul, no

período entre 2003 e 2007, considerando como tempo de internamento a soma do

total de dias de hospitalização por ano. No grupo de 19 doenças estudadas,

encontrava-se entre outras, a demência. Verificou que para o grupo de pessoas com

idade ≥ 65 anos e com demência, a duração média de tempo de internamento

aumentou, passando de 107,6 dias em 2003 para 118,2 dias em 2007 (a média da

amostra era de 40,8 dias em 2003 e de 71,2 dias em 2007), sendo de todas a doença

com maior duração de tempo de internamento (Kim et al., 2012).

Do estudo verifica-se que o número de mulheres internadas com fratura óssea como

diagnóstico principal e demência como diagnóstico secundário é superior ao dos

homens (n=1.583), representando 74,78% dos episódios. Estes valores são em tudo

semelhantes aos encontrados por Mariano et al., (2013), em que as mulheres com

fratura dos membros inferiores e com demência correspondiam a 79% dos casos. No

estudo de Wang et al., (2014) essa diferença é menor uma vez que as mulheres

representavam 52,34% da amostra enquanto os homens 47,66%.

Contudo, a amostra no estudo de Hu et al., (2012) tinha 52,7% de casos do sexo

masculino e 47,3% do sexo feminino.

Através da análise descritiva e do modelo de regressão linear utilizados neste estudo

foi possível concluir que tanto o sexo, como a idade dos doentes, influenciam o tempo

de internamento.

Na faixa etária mais jovem (65-69 anos) verificou-se o menor tempo de internamento,

e este tempo aumenta numa razão de 0,132 dias por cada ano de idade, atingindo o

seu valor mais elevado no grupo etário 85-89.

Para além do limite temporal, a diferença nos motivos principais dos internamentos

dos estudos apontados podem explicar esta diferença nos resultados.

O aumento dos dias de internamento em pessoas com idade ≥ 65 anos é corroborado

pelo estudo longitudinal de base populacional realizado num hospital ortopédico na

Austrália por Williams et al. (2013). Neste estudo, os autores procuraram saber se

tinha havido alteração na duração do tempo de internamento nas pessoas com idade ≥

a 65 anos com o diagnóstico de fratura do colo do fémur ou fratura pertrocantérica, no

período compreendido entre Janeiro de 2002 e Dezembro de 2011. Os autores

concluíram que a média de idades da amostra era de 83,5 ± 7,1 anos e na sua maioria

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do sexo feminino (73,7%), dados muito semelhantes ao deste estudo, em que a

amostra é constituída maioritariamente por mulheres (72,4%) e apresenta uma média

de idade de 80,05 anos.

Este facto deve-se maioritariamente a comorbilidades associadas ao aumento da

idade, que se traduzem em complicações durante o período de internamento

aumentando assim a duração do mesmo. Diversos autores chegaram a conclusões

idênticas (Hu et al., 2012; Kua et al., 2014; Bail et al., 2015), apontando diversos

fatores que podem estar na origem dessa variabilidade, como a presença de doenças

cérebro e cardiovasculares, como aterosclerose e hipertensão arterial (Hu et al, 2012;

Zuliani et al, 2012; Kua et al, 2014; McCloskey et al, 2014; Wang et al, 2014), doença

coronária (Zuliani et al, 2012), doenças do trato urinário (Zuliani et al, 2012; Bail et al,

2015), pneumonia (Kua et al, 2014; Bail et al, 2015), doença pulmonar obstrutiva

crónica (Hu et al, 2012; McCloskey et al, 2014) doença oncológica (Kua et al, 2014),

diabetes Mellitus (Hu et al, 2012; Kua et al, 2014; McCloskey et al, 2014; Wang et al,

2014), úlceras de pressão (Bail et al, 2015).

Apesar das várias comorbilidades associadas ao envelhecimento e presentes nas

pessoas com demência, o estudo de Wang et al (2014) demonstrou o que já vários

estudos tinham comprovado, que existe uma relação entre demência e quedas, uma

vez que existem alterações dopaminérgicas que afetam as funções motoras,

associadas a um défice de vitamina D, ela própria um indicador de maior fragilidade

óssea para a ocorrência de fraturas ósseas.

No estudo de Wang et al (2014), após ter sido feito o ajustamento ao sexo, idade e

presença de comorbilidades, os autores concluíram que a probabilidade de ocorrência

de fratura óssea é superior 1,34 vezes nas pessoas com demência. Ainda assim, os

resultados demostraram que “há uma associação significativa entre demência e o risco

de fratura da anca, especialmente naqueles com doença de Alzheimer, sendo este

risco maior para os que têm osteoporose. Contudo, não encontramos associação

significativa entre demência e risco para fratura de pulso ou fratura da coluna

vertebral, mesmo naqueles com osteoporose” (Wang et al, 2014, p.4).

Pelo estudo efetuado, é evidente que a presença de demência é um fator que pode

levar ao aumento dos dias de internamento, fato verificado em trabalhos anteriores

(Singh et al, 2013; Bail et al, 2015). O estudo de Bail et al (2015) procurou comparar

os custos associados aos internamentos das pessoas com e sem demência, sabendo

que estas apresentam taxas superiores de complicações adquiridas no hospital. A

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amostra era constituída por pessoas com idade ≥ 50 anos internadas entre 2006 e

2007 em New South Wales (Austrália). No seu estudo, Bail et al (2015) verificaram que

a média de dias de internamento nas pessoas com diagnóstico de demência foi de

10,9 dias, valor 3,5 dias superior aos que não tinham demência devido a

complicações.

A influência das comorbilidades associadas à demência com efeito no aumento da

duração do internamento pode ser modificada se forem organizadas enfermarias

vocacionadas para estas pessoas, com modelos de atuação geriátricos, diminuindo

assim os fatores de risco para eventos adversos e com equipas multidisciplinares

vocacionadas e experientes nesta área (Bail et al, 2015). Desta forma, diminuem-se

não só os tempos de internamento mas também os custos a eles associados.

Singh et al (2013) defende ainda a existência de um médico Psiquiatra que funcione

como elemento de ligação nas enfermarias de ortopedia, por forma a identificar

precocemente alterações decorrentes do quadro demencial e intervir de forma

adequada, estando comprovada a efectividade na redução do tempo de internamento,

reinternamentos (em cerca de 65%) e consequente diminuição dos custos (Singh et al,

2013). Segundo estes autores “melhorar a taxa de diagnóstico precoce é fundamental

para um tratamento eficaz atempado” (Singh et al, 2013). Este modelo de intervenção

deverá ser alargado quer aos Cuidados de Saúde Primários quer à gestão da doença

crónica, disponibilizando uma melhor resposta às necessidades da pessoa com

demência e sua família (Singh et al, 2013).

A comparação destes resultados com os de outros estudos pode estar condicionada

por neles se terem considerado outras variáveis para além do sexo e da idade, bem

como haver outras características dos doentes e também diferentes práticas clinicas

entre os países.

Este estudo não tinha como objetivo identificar fatores relacionados com a duração do

tempo de internamento em pessoas com idade ≥ a 65 anos, mas sim verificar se a

existência de demência ou não como diagnóstico secundário tinha relação com o

tempo de internamento. Para melhor comparar os resultados encontrados com os

estudos existentes será necessário desenvolver uma investigação adicional que

permita validar e aprofundar os valores apresentados.

Por fim, ficam algumas questões por responder, uma vez que a observação de um

aumento médio de 1,152 dias em cada episódio de internamento não tem grande

expressão ao nível da eficiência hospitalar.

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Será que existe uma boa articulação entre os internamentos de ortopedia e a rede de

cuidados no exterior (cuidados continuados)? Haverá boa resposta dos centros de

fisioterapia e apoio domiciliário no exterior que permitam às famílias levarem o seu

familiar ainda mais dependente nas AVD para o lar? Poderá ainda suceder que

passado o tempo necessário de vigilância pós operatória, mantendo o doente

necessidades de internamento (sobretudo a nível de resposta social) este é transferido

para outro serviço, acabando por não ser codificada a fratura óssea como diagnóstico

principal. Se bem que um GDH cirúrgico apresente um maior peso relativo, ao fim de

um considerável tempo de internamento, digamos que num serviço de Medicina ou

num serviço de Cuidados Intensivos, o diagnóstico principal poderá não ser mais o de

fratura óssea.

Todas estas questões sugerem a necessidade de investigação adicional nestas

vertentes.

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6. CONCLUSÕES

O presente trabalho teve como principal objetivo verificar se a demência como

diagnóstico secundário nos doentes internados por fratura óssea tem impacte no

tempo de internamento. Procurou-se também apurar se existia relação direta desse

impacte com o género e com a idade dos doentes.

Como hipóteses de investigação foram consideradas as seguintes:

H1 - A média de dias de internamento é maior na pessoa com idade ≥ a 65

anos internada por fratura óssea e com diagnóstico secundário de demência;

H2 – A média de dias de internamento na pessoa com idade ≥ a 65 anos

internada por fratura óssea e com diagnóstico secundário de demência está associada

ao género;

H3 - A média de dias de internamento na pessoa com idade ≥ a 65 anos

internada por fratura óssea e com diagnóstico secundário de demência está associada

à idade.

Foi feita uma análise dos episódios de internamento de doentes com idade ≥ 65 anos

com o diagnóstico principal de fratura óssea e diagnóstico secundário de demência,

com data de alta compreendida entre 1 de Janeiro de 2013 e 31 de Dezembro de

2013. Para tal, recorreu-se à Base de Dados das altas hospitalares, criada e gerida

pela ACSS.

Foram utilizados os episódios de internamento com códigos da CID-9-MC de fratura

óssea como diagnóstico principal e código de demência como diagnóstico secundário.

Analisaram-se os dados em função adas variáveis género, idade e dias de

internamento.

Para a organização e análise estatística dos dados recorreu-se ao programa SPSS.

Realizou-se uma análise descritiva dos dados e uma análise multivariada, através da

construção de um modelo de regressão linear para verificar a correlação entre as

variáveis, com um nível de significância de pelo menos 5%.

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Verificou-se no presente estudo que a média de dias de internamento nas pessoas

internadas com diagnóstico principal de fratura óssea e diagnóstico secundário de

demência têm internamento mais prolongados em 1,53 dias que aquelas internadas

com o mesmo diagnóstico principal mas sem diagnóstico secundário de demência. Da

aplicação do teste t de Student para comparação dos valores destas médias verificou-

se que há diferenças estatisticamente significativas (t=-4,366; p<0,001), confirmando-

se assim a Hipótese 1 deste estudo.

Realizou-se também uma análise dos dias de internamento segundo o género.

Concluiu-se que a média de dias de internamento nas pessoas internadas por fratura

óssea como diagnóstico principal é superior naquelas com diagnóstico secundário de

demência. Contudo, apena há diferença estatisticamente significativa nas mulheres e

não nos homens. Desta forma, pode-se afirmar que a média de dias de internamento

está associada ao género feminino, assumindo-se como verdadeira a Hipótese 2 deste

estudo.

Em relação à Hipótese 3, que afirmava que a média de dias de internamento na

pessoa com idade ≥ a 65 anos internada por fratura óssea e com diagnóstico

secundário de demência está associada à idade, verificou-se haver um aumento do

número de dias de internamento até aos 90 anos. Nos grupos etários seguintes

observa-se uma tendência para internamentos menos prolongados. Observou-se

ainda que as pessoas na faixa etária mais jovem (65-69 anos) têm média de dias de

internamento menor (10,43 dias), enquanto a média de dias de internamento atinge o

seu pico na faixa etária dos 85-89 anos (15,47 dias). Assim, a Hipótese 2 só se

confirma até aos 90 anos de idade e não para toda a população idosa.

De acordo com os resultados obtidos, realizou-se uma análise univariada e concluiu-

se que as variáveis sexo, idade e diagnóstico secundário de demência têm relação

com a variável dias de internamento.

Através do modelo de regressão linear, confirmou-se que as variáveis sexo, idade e

diagnóstico secundário de demência são preditoras com validade estatisticamente

significativa dos dias de internamento. Pode-se assim afirmar que o número de dias de

internamento é de menos 0,819 dias nas mulheres comparativamente aos homens,

para a mesma idade e diagnóstico secundário de demência, e, em média, aumenta

0,132 dias por cada ano de idade e aumenta 1,152 dias na presença de diagnóstico

secundário de demência.

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Com os resultados obtidos, foi possível aumentar o conhecimento face ao impacte que

a demência tem nos tempos de internamento dos idosos internados por fratura óssea.

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7. RECOMENDAÇÕES

O envelhecimento da população traz consigo o aumento da prevalência de doenças

crónicas, entre elas a demência, que cada vez mais tem uma maior expressão,

tornando-se uma problemática não só do ponto de vista da saúde mas também social,

pois a sobrecarga associada aos cuidados às pessoas com demência é cada vez mais

elevada, existindo ainda poucas estruturas que deem resposta adequada às

necessidades e a todos aqueles que precisam.

Pela revisão da literatura verificou-se que ocorrem alterações degenerativas próprias

do processo de envelhecimento, daí que os idosos apresentem uma maior prevalência

de quedas, tendo como principal consequência fraturas ósseas. As fraturas ósseas em

idosos são algo que traz complicações a longo prazo, não só porque os procedimentos

cirúrgicos são algo complexos e com riscos associados (havendo mesmo uma elevada

taxa de mortalidade) mas também do ponto de vista da reabilitação e da alta hospitalar

as coisas não são lineares. Os idosos demoram mais tempo a recuperar a mobilidade

fruto da degeneração óssea própria do envelhecimento, bem como por força de outras

comorbilidades já têm consigo algum grau de dependência nalgumas AVD, ficando

ainda mais dependentes após um evento de cariz ortopédico. Se a isto

acrescentarmos um quadro demencial, em que as funções cognitivas bem como as

motoras estão afetadas, todo o processo de recuperação fica dificultado.

A demência é uma doença avassaladora quer para o doente quer para a família e/ou

cuidadores, causando elevados graus de incapacidade e de dependência à medida

que a doença progride. Existe um grande desconhecimento face à demência, seu

curso e consequências, surgindo algum estigma a ela associado, dificuldades no

diagnóstico e pouco apoio aos familiares, quer a nível social, emocional e económico

(WHO, 2012).

Face a estes dados, é importante existirem cuidados redobrados a estas pessoas,

diminuindo a ocorrência de quedas, que passa por um diagnóstico precoce do quadro

demencial e ensinos à pessoa e família dos potenciais riscos. Os profissionais de

saúde deveriam incluir no seu exame observacional uma avaliação do estado

cognitivo, mental e comportamental dos pacientes idosos, pois uma deteção precoce

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de alguma alteração pode diminuir o risco de fratura óssea, bem como o diagnóstico e

controlo da osteoporose. Segundo Seitz et al. (2011), é necessário implementar

estratégias para prevenir as fraturas ósseas da anca e melhorar os resultados pós

operatórios nas pessoas idosas com demência e fratura óssea da anca.

Todas estas informações são importantes para se desenvolverem intervenções a

montante que permitam diminuir a ocorrência de quedas e consequentes fraturas

ósseas em pessoas com demência, bem como acautelar um correto e precoce

encaminhamento no pós alta. Devem-se pois identificar quais os aspetos específicos

dos diferentes tipos de demência que estão associados à ocorrência de quedas e

fraturas ósseas, promovendo assim uma maior especificidade nas intervenções de

prevenção.

Associado ao internamento das pessoas idosas verificou-se em vários estudos que é

uma problemática presente o protelamento de alta destes doentes, seja associado a

comorbilidades pré-existentes seja pela resposta escassa das famílias e comunidade

para o encaminhamento pós-alta, acarretando com isso consumo de recursos. Assim,

o aumento de dias de internamento nestas pessoas quando já não necessitam mais

de cuidados hospitalares é um dos indicadores de ineficiência.

Assistiu-se nas últimas décadas a uma alteração das estruturas e dinâmicas

familiares, deixando de familiares alargadas passando a ser nucleares, sem grande

espaço para os idosos, passando estes a ser integrados em lares ou residências

quando passam para uma situação de dependência (Monteiro, 2914). Segundo a

mesma autora, ainda em muitas situações as unidades hospitalares representam a

única resposta para estas situações, havendo “permanências excessivas nas unidades

hospitalares, causando um impacte negativo não só ao nível da eficiência e

capacidade de resposta a situações agudas, como em termos económicos, e para os

próprios utilizadores, uma vez que permaneciam expostos a focos de infeção e outros

eventos adversos à sua recuperação” (Monteiro, 2014).

Um relatório recente realizado no Reino Unido comparou a sobrecarga económica de

demência quando comparada com outras doenças crónicas. Os custos sociais com a

demência são semelhantes aos das doenças oncológicas, contudo, os fundos gastos

em investigação alocados às doenças oncológicas são cerca de 30 vezes superiores

aos designados à investigação da demência (WHO, 2012).

Com a realização deste trabalho conseguiu-se fazer uma análise dos episódios de

internamento de doentes com idade ≥ 65 anos com o diagnóstico principal de fratura

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óssea e diagnóstico secundário de demência, com data de alta compreendida entre 1

de Janeiro de 2013 e 31 de Dezembro de 2013, dando resposta aos objetivos

propostos.

Dada a inexistência de estudos semelhantes desenvolvidos em Portugal, que

comparem se a existência de demência como diagnóstico secundário influencia o

tempo de internamento, e sendo as fraturas ósseas um grande problema nos idosos,

com consumos de recursos consideráveis e limitações na qualidade de vida das

pessoas, foi este o problema selecionado.

Os resultados encontrados devem ser interpretados tendo em conta uma série de

limitações inerentes aos dados extraídos da base de dados e à análise dos mesmos.

Poderão existir mais episódios de internamento de pessoas internadas com fratura

óssea e com demência associada, em que esta não esteja classificada como

diagnóstico secundário ou não esteja classificada sequer. Contudo, este tipo de

limitação não deve ser um impedimento à comparação deste trabalho com outros

estudos, uma vez que os estes erros de codificação existem com frequência e são

transversais a todos os estudos que utilizem este tipo de bases de dados.

Apesar das limitações, foi possível identificar que fatores como o sexo e a idade, para

além da demência, têm influência sobre a duração do tempo de internamento dos

idosos internados por fratura óssea.

Ainda assim, qualquer resultado obtido com dados relacionados com a prevalência da

demência deve ser considerado com precaução. Como nos diz Mathillas et al (2011),

não se sabe exatamente quais os fatores que influenciam os números, se a

prevalência se mantém constante mesmo que a população idosa aumente, ou se o

aumento da esperança média de vida e maior incidência de fatores de risco aumenta a

prevalência da demência.

Com este trabalho procurou-se conhecer o impacte da demência nos tempos de

internamento dos idosos internados por fratura óssea. Ao concluir este trabalho

reconheço que há ainda muito conhecimento a aprofundar sobre esta temática com

vista a promover uma melhoria da qualidade dos cuidados de saúde, devendo este

trabalho ser considerado como um princípio e não uma conclusão.

Apesar do exposto, crê-se que o trabalho aqui desenvolvido é relevante, uma vez que

se desconhecem estudos recentes para a população portuguesa sobre esta temática.

Os resultados aqui apresentados devem ser considerados um contributo relevante

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para o conhecimento deste fenómeno e do impacte da demência nos nossos

internamentos, proporcionando assim a adopção de estratégias e medidas adequadas

que representem ganhos em saúde para as populações.

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� ZULIANI, G. [et al] - Discharge diagnosis and comorbidity profile in hospitalized

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9. ANEXOS

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Anexo I

Códigos CID 9 – MC para diagnóstico principal de fratura óssea

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Anexo I: Códigos CID 9 – MC para diagnóstico principal de fratura óssea

CÓDIGO DESIGNAÇÃO 7331 Fratura Patológica 73310 Fratura Patológica, Local Não Especificado 73311 Fratura Patológica do Úmero 73312 Fratura Patológica do Radio e do Cubito Distais 73313 Fratura Patológica de Vertebra 73314 Fratura Patológica do Colo do Fémur 73315 Fratura Patológica de parte do Fémur NCOP 73316 Fratura Patológica da Tíbia e do Perónio 73319 Fratura Patológica de Local Especificado NCOP 73393 Fratura de Stress da Tíbia ou do Perónio 73394 Fratura de Stress dos Metatarsianos 73395 Fratura de Stress de Osso Não Classificável em Outra Parte 73396 Fratura de Stress da Cabeça Femoral 73397 Fratura de Stress da Diáfise do Fémur 73398 Fratura de Stress da Bacia 800 Fratura da Abóbada do Crânio 8000 Fratura da Abóbada Craniana Fechada, Sem Menção de Lesão

Intracraniana 80000 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Estado

Consciência Não Especificado 80001 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Sem Perda

Consciência 80002 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Com Breve

Perda Consciência 80003 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Com

Moderada Perda Consciência 80004 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Com

Prolongada Perda Consciência 80005 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Sem Voltar

Estado Consciência Pré-Existente 80006 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Com Perda

Consciência SOE 80009 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Sem Menção Lesão Intracraniana, Com

Concussão Não Especificada 8001 Fratura Da Abóbada Craniana, Fechada, Com Lesão Intracraniana 80010 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Com Laceração Cerebral / Contusão,

S/Especificação Estado Consciência 80011 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Com Laceração Cerebral / Contusão,

Sem Perda Consciência 80012 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Com Laceração Cerebral / Contusão,

Com Breve Perda Consciência 80013 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Com Laceração Cerebral / Contusão,

Com Moderada Perda Consciência 80014 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Com Laceração Cerebral / Contusão,

Com Prolongada Perda Consciência

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80015 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Com Laceração Cerebral / Contusão, Sem Voltar Estado Consciência Pré-Existente

80016 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Com Laceração Cerebral / Contusão, Com Perda Consciência SOE

80019 Fratura Abóbada Crânio, Fechada, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com Concussão Não Especificada

8002 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural E Extradural

80020 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural, Extradural, Estado Consciência Não Especificado

80021 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural, Extradural, Sem Perda de Consciência

80022 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural, Extradural, Com Breve Perda Consciência

80023 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural, Extradural, Com Moderada Perda Consciência

80024 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural, Extradural, Perda Prolongada [>24h] de Consciência

80025 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural, Extradural, Perda Prolongada Consciência Sem Recuperação

80026 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural, Extradural, Com Perda Consciência, Duração Não Especificada

80029 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural, Extradural, Com Concussão Não Especificada

8003 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP 80030 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana, Sem

Especificação Estado Consciência 80031 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana, Sem

Perda Consciência 80032 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana, Com

Breve Perda Consciência 80033 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana, Com

Moderada Perda Consciência 80034 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana, Com

Prolongada Perda Consciência 80035 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana, Sem

Voltar Estado Consciência Pré-Existente 80036 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana, Com

Perda Consciência SOE 80039 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP

ou SOE, Com Concussão Não Especificada 8004 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP ou Não

Especificada 80040 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem

Especificação Estado Consciência 80041 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem

Perda Consciência 80042 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com

Breve Perda Consciência 80043 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com

Moderada Perda Consciência 80044 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com

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Prolongada Perda Consciência 80045 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem

Voltar Consciência Pré-Existente 80046 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com

Perda Consciência SOE 80049 Fratura Fechada Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP ou

SOE, Com Concussão Não Especificada 8005 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Sem Menção de Lesão Intracraniana 80050 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Sem

Especificação Estado Consciência 80051 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Sem

Perda Consciência 80052 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Com

Breve Perda Consciência 80053 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Com

Moderada Perda Consciência 80054 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Com

Prolongada Perda Consciência 80055 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Sem

Voltar Consciência Pré-Existente 80056 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Com

Perda Consciência SOE 80059 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Com

Concussão Não Especificada 8006 Fratura Exposta Abobada Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral 80060 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral,

Sem Especificação Estado Consciência 80061 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral,

Sem Perda Consciência 80062 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral,

Com Breve Perda Consciência 80063 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral,

Com Moderada Perda Consciência 80064 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral,

Com Prolongada Perda Consciência 80065 Fratura Exposta Abóbada Crânio Com Laceração / Contusão Cerebral,

Sem Voltar Consciência Pré-Existente 80066 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral,

Com Perda Consciência, SOE 80069 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral,

Com Concussão Não Especificada 8007 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia,

Subdural e Extradural 80070 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia,

Subdural e Extradural, Sem Especificação Estado Consciência 80071 Fratura Exposta Abóbada, Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia,

Subdural e Extradural, Sem Perda Consciência 80072 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia,

Subdural e Extradural, Com Breve Perda Consciência 80073 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia,

Subdural, Extradural, Com Moderada Perda Consciência. 80074 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia,

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Subdural, Extradural, Com Prolongada Perda Consciência. 80075 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia,

Subdural, Extradural, Sem Voltar Estado Consciência Pré-Existente 80076 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia,

Subdural, Extradural, Com Perda Consciência SOE 80079 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia,

Subdural, Extradural, Com Concussão Não Especificada 8008 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP 80080 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP,

Sem Especificação Estado Consciência 80081 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP,

Sem Perda Consciência 80082 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP,

Com Breve Perda Consciência 80083 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP,

Com Moderada Perda Consciência 80084 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP,

Com Prolongada Perda Consciência 80085 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP,

Sem Voltar Consciência Pré-Existente 80086 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP,

Com Perda Consciência SOE 80089 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP,

Com Concussão Não Especificada 8009 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP 80090 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem

Especificação Estado Consciência 80091 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem

Perda Consciência 80092 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com

Breve Perda Consciência 80093 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com

Moderada Perda Consciência 80094 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com

Prolongada Perda Consciência 80095 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem

Voltar Estado Consciência Pré-Existente 80096 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com

Perda Consciência, SOE 80099 Fratura Exposta Abóbada Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP ou

SOE, Com Concussão Não Especificada 801 Fratura da Base do Crânio 8010 Fratura da Base do Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana 80100 Fratura da Base Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Estado

Consciência Não Especificado 80101 Fratura da Base Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Sem Perda

De Consciência 80102 Fratura da Base Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Com Perda

Breve [<1h] Consciência 80103 Fratura Base Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Com Perda

Moderada [1-24h] Consciência

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80104 Fratura Base Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Com Perda Prolongada [>24h] Consciência E Recuperação

80105 Fratura Base Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Com Perda Prolongada [>24h] Consciência, Sem Recuperação

80106 Fratura Base Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Com Perda Consciência, Duração Não Especificada

80109 Fratura da Base Crânio, Fechada, Sem Lesão Intracraniana, Com Concussão, Não Especificada

8011 Fratura Fechada da Base do Crânio, Com Laceração e Contusão Cerebral 80110 Fratura Fechada Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Sem

Especificação Estado Consciência 80111 Fratura Fechada Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Sem

Perda de Consciência 80112 Fratura Fechada Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com

Perda Breve [<1h] Consciência 80113 Fratura Fechada Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com

Perda Moderada [1-24h] Consciência 80114 Fratura Fechada Base Crânio, Com Laceração /Contusão Cerebral, Com

Perda Prolongada [>24h] Consciência e Recuperação 80115 Fratura Fechada Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com

Perda Prolongada [>24h] Consciência, Sem Recuperação 80116 Fratura Fechada Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com

Perda Consciência, Duração Não Especificada 80119 Fratura Fechada Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com

Concussão, Não Especificada 8012 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural

e Extradural 80120 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural

e Extradural, Sem Especificação Estado Consciência 80121 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural

e Extradural, Sem Perda Consciência 80122 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural

e Extradural, Com Breve Perda Consciência 80123 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural

e Extradural, Com Moderada Perda Consciência 80124 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural

e Extradural, Com Prolongada Perda Consciência 80125 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural

e Extradural, Com Perda Prolongada Consciência, Sem Recobro 80126 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural,

Extradural, Com Perda Consciência, SOE 80129 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural,

Extradural, Com Concussão, Não Especificada 8013 Fratura Fechada Da Base Do Crânio, Com Hemorragia Intracraniana

NCOP Ou Não Especificada 80130 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP /

SOE, Sem Especificação Estado Consciência 80131 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP /

SOE, Sem Perda De Consciência 80132 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP /

SOE, Com Perda Breve [<1h] Consciência 80133 Fratura Fechada Base Crânio Com Hemorragia Intracraniana NCOP / SOE,

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Com Perda Moderada [1-24h] Consciência 80134 Fratura Fechada Base Crânio Com Hemorragia Intracraniana NCOP / SOE,

Com Perda Prolongada [>24h] Consciência E Recuperação 80135 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP /

SOE, Com Perda Prolongada [>24h] Consciência Sem Recuperação 80136 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP / SOE

Com Perda Consciência Duração Não Especificada 80139 Fratura Fechada Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP /

SOE, Com Concussão, Não Especificada 8014 Fratura Fechada Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP 80140 Fratura Fechada Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem

Especificação Estado Consciência 80141 Fratura Fechada Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem

Perda Consciência 80142 Fratura Fechada Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com

Breve Perda Consciência 80143 Fratura Fechada Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com

Moderada Perda Consciência 80144 Fratura Fechada Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com

Prolongada Perda Consciência 80145 Fratura Fechada Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem

Voltar Consciência Pré-Existente 80146 Fratura Fechada Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com

Perda Consciência, SOE 80149 Fratura Fechada Base Crânio, Com Lesão Intracraniana, NCOP, Com

Concussão Não Especificada 8015 Fratura Exposta Base Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana 80150 Fratura Exposta Base Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Sem

Especificação Estado Consciência 80151 Fratura Exposta Base Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Sem

Perda De Consciência 80152 Fratura Exposta Base Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Com

Breve Perda Consciência 80153 Fratura Exposta Base Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Com

Moderada Perda Consciência 80154 Fratura Exposta Base Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Com

Prolongada Perda Consciência 80155 Fratura Exposta Base Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Sem

Voltar Consciência Pré-Existente 80156 Fratura Exposta Base Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Com

Perda Consciência, SOE 80159 Fratura Exposta Base Crânio, Sem Menção Lesão Intracraniana, Com

Concussão Não Especificada 8016 Fratura Exposta Base Crânio, Com Laceração E Contusão Cerebral 80160 Fratura Exposta Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Sem

Especificação Estado Consciência 80161 Fratura Exposta Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Sem

Perda Consciência 80162 Fratura Exposta Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com

Breve Perda Consciência 80163 Fratura Exposta Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com

Moderada Perda Consciência

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80164 Fratura Exposta Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com Prolongada Perda Consciência

80165 Fratura Exposta Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80166 Fratura Exposta Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com Perda Consciência, SOE

80169 Fratura Exposta Base Crânio, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com Concussão Não Especificada

8017 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural e Extradural.

80170 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural e Extradural, Sem Especificação Estado Consciência

80171 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural e Extradural, Sem Perda Consciência

80172 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural e Extradural, Com Breve Perda Consciência

80173 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural e Extradural, Com Moderada Perda Consciência

80174 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural e Extradural, Com Prolongada Perda Consciência

80175 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural e Extradural, Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80176 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural e Extradural, Com Perda Consciência, SOE

80179 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural e Extradural, Com Concussão Não Especificada

8018 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP 80180 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Sem

Especificação Estado Consciência 80181 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Sem

Perda Consciência 80182 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Com

Breve Perda Consciência 80183 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Com

Moderada Perda Consciência 80184 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana, NCOP, Com

Prolongada Perda Consciência 80185 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Sem

Voltar Consciência Pré-Existente 80186 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Com

Perda Consciência, SOE 80189 Fratura Exposta Base Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Com

Concussão Não Especificada 8019 Fratura Exposta Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP 80190 Fratura Exposta Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem

Especificação Estado Consciência 80191 Fratura Exposta Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem Perda

Consciência 80192 Fratura Exposta Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com Breve

Perda Consciência 80193 Fratura Exposta Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com

Moderada Perda Consciência

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80194 Fratura Exposta Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com Prolongada Perda Consciência

80195 Fratura Exposta Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80196 Fratura Exposta Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com Perda Consciência, SOE

80199 Fratura Exposta Base Crânio, Com Lesão Intracraniana NCOP, Com Concussão Não Especificada

802 Fratura dos Ossos da Face 8020 Fratura Fechada dos Ossos Nasais 8021 Fratura Aberta dos Ossos Nasais 8022 Fratura Fechada da Mandibula 80220 Fratura Fechada da Mandibula, Sítio Não Especificado 80221 Fratura Fechada da Mandibula, Condiliana 80222 Fratura Fechada da Mandibula, Subcondiliana 80223 Fratura Fechada da Mandibula, Processo Coronoide 80224 Fratura Fechada da Mandibula, Ramo, Não Especificada 80225 Fratura Fechada do Angulo Da Mandibula 80226 Fratura Fechada da Mandibula, Sínfise do Corpo 80227 Fratura Fechada da Mandibula, Bordo Alveolar do Corpo 80228 Fratura Fechada da Mandibula, Corpo, NCOP Ou Não Especificada 80229 Fratura Fechada da Mandibula, Sítios Múltiplos 8023 Fratura Aberta da Mandibula 80230 Fratura Aberta da Mandibula, Local Não Especificado 80231 Fratura Aberta da Mandibula, Condiliana 80232 Fratura Aberta da Mandibula, Subcondiliana 80233 Fratura Aberta da Mandibula, Processo Coronoide 80234 Fratura Aberta da Mandibula, Ramus, SOE 80235 Fratura Aberta do Ângulo da Mandibula 80236 Fratura Aberta da Mandibula, Sínfise do Corpo 80237 Fratura Aberta da Mandibula, Bordo Alveolar do Corpo 80238 Fratura Aberta da Mandibula, Corpo, NCOP Ou Não Especificado 80239 Fratura Aberta da Mandibula, Sítios Múltiplos 8024 Fratura do Malar e Maxilar, Fechada 8025 Fratura do Malar e Maxilar, Aberta 8026 Fratura do Pavimento da Orbita, Fechada 8027 Fratura do Pavimento da Orbita, Aberta 8028 Fratura de Ossos da Face NCOP, Fechada 8029 Fratura de Ossos da Face NCOP, Aberta 803 Fratura do Crânio NCOP ou Não Qualificada 8030 Fratura NCOP ou Não Qualificada Crânio, Fechada, Sem Menção Lesão

Intracraniana 80300 Fratura do Crânio NCOP ou Não Especificado Sem Menção de Lesão

Intracraniana Especifica 80301 Fratura do Crânio NCOP ou Não Especificado Sem Menção De Lesão

Intracraniana Se

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80302 Fratura Do Crânio NCOP, Fechada Sem Traumatismo Intracraniana Com Perda Consciência Breve

80303 Fratura Crânio NCOP, Fechada, Sem Traumatismo Intracraniana, Perda Consciência Moderada

80304 Fratura Crânio NCOP, Fechada, Sem Traumatismo Intracraniana, Perda Consciência Prolongada

80305 Fratura Crânio NCOP, Fechada, Sem Traumatismo Intracraniana, Perda Consciência Sem Retorno

80306 Fratura do Crânio NCOP ou SOE, Fechadas Sem Menção de Lesão Intracraniana Com Perda

80309 Fratura Crânio NCOP, Fechada, Sem Traumatismo Intracraniano, Com Concussão SOE

8031 Fratura NCOP ou Não Qualificada Crânio, Fechada, Com Laceração e Contusão Cerebral

80310 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Laceração / Contusão Cerebral, Sem Especificar Estado Consciência

80311 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Laceração / Contusão Cerebral, Sem Perda Consciência

80312 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com Breve Perda Consciência

80313 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com Moderada Perda Consciência

80314 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com Prolongada Perda Consciência

80315 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Laceração / Contusão Cerebral, Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80316 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com Perda Consciência, SOE

80319 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Laceração / Contusão Cerebral, Com Concussão

8032 Fratura NCOP Ou Não Qualificada Crânio, Fechada, Com Hemorragia Subaracnoidea ,Subdural ou Extradural

80320 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Hemorragia Subaranoidea / Subdural / Extrad. – Sem Especificação Estado Consciência

80321 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Sem Perda Consciência

80322 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Com Breve Perda Consciência

80323 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Com Moderada Perda Consciência

80324 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Com Prolongada Perda Consciência

80325 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80326 Fratura Fechada Crânio NCOP, Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Com Perda Consciência, SOE

80329 Fratura. Fechada Crânio NCOP Com Hemorragia Subaracnoideia, Subdural e Extradural, Com Concussão

8033 Fratura NCOP Ou Não Qualificada Crânio, Fechada, Com Hemorragia Intracraniana NCOP Ou Não Especificada

80330 Fratura Fechada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Sem Especificação Estado Consciência

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80331 Fratura Fechada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Sem Perda Consciência

80332 Fratura Fechada Crânio Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Com Breve Perda Consciência

80333 Fratura Fechada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Com Moderada Perda Consciência

80334 Fratura Fechada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Com Prolongada Perda Consciência

80335 Fratura Fechada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80336 Fratura Fechada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Com Perda Consciência, SOE

80339 Fratura Fechada Crânio, Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Com Concussão

8034 Fratura NCOP ou Não Qualificada Crânio, Fechada, Com Lesão Intracraniana NCOP ou Não Especificada.

80340 Fratura Crânio NCOP ou Não Especificada, Fechada, Com TCE NCOP ou Não Especificada, Consciência Não Especificada

80341 Fratura Fechada Crânio Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem Perda Consciência

80342 Fratura Fechada Crânio Com Lesão Intracraniana NCOP, Com Breve Perda Consciência

80343 Fratura Fechada Crânio Com Lesão Intracraniana NCOP, Com Moderada Perda Consciência

80344 Fratura Fechada Crânio Com Lesão Intracraniana NCOP, Com Prolongada Perda Consciência

80345 Fratura Fechada Crânio Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80346 Fratura Fechada Crânio Com Lesão Intracraniana NCOP, Com Perda Consciência, SOE

80349 Fratura Fechada Crânio Com Lesão Intracraniana NCOP, Com Concussão 8035 Fratura NCOP ou Não Qualificada Do Crânio, Aberta, Sem Menção Lesão

Intracraniana 80350 Fratura NCOP ou Não Qualificada Crânio, Aberta, Sem Lesão

Intracraniana, Estado Consciência Não Especificada 80351 Fratura NCOP ou Não Qualificada Crânio, Aberta, Sem Lesão

Intracraniana, Sem Perda Consciência 80352 Fratura NCOP ou Não Qualificada Crânio, Aberta Sem Lesão Intracraniana

Com Perda Breve [<1h] Consciência 80353 Fratura NCOP ou Não Qualificada Crânio Aberta Sem Lesão Intracraniana

Com Perda Moderada [1-24h] Consciência 80354 Fratura NCOP Ou Não Qualificada Crânio Aberta Sem Lesão Intracraniana

Com Perda Prolongada [>24h] Consciência E Recuperação 80355 Fratura NCOP ou Não Qualificada Crânio Aberta Sem Lesão Intracraniana

Com Perda Prolongada [>24h] Consciência Sem Recuperação 80356 Fratura NCOP ou Não Qualificada Crânio Aberta Sem Lesão Intracraniana,

Perda Consciência Duração Não Especificada 80359 Fratura NCOP ou Não Qualificada Crânio, Aberta, Sem Lesão

Intracraniana, Com Concussão, Não Especificada 8036 Fratura NCOP Ou Não Qualificada Do Crânio, Aberta, Com Laceração E

Contusão Cerebral 80360 Fratura Exposta Crânio NCOP / SOE, Com Laceração / Contusão, Estado

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Consciência Não Especificada 80361 Fratura Exposta Crânio NCOP / SOE, Com Laceração / Contusão, Sem

Perda de Consciência 80362 Fratura Exposta Crânio NCOP / SOE, Com Laceração / Contusão, Com

Perda Breve [<1h] Consciência 80363 Fratura Exposta Crânio NCOP / SOE, Com Laceração / Contusão, Com

Perda Moderada [1-24h] Consciência 80364 Fratura Exposta Crânio NCOP / SOE, Com Laceração / Contusão, Com

Perda Prolongada [>24h] Consciência e Recuperação 80365 Fratura Exposta Crânio NCOP / SOE, Com Laceração / Contusão, Com

Perda Prolongada [>24h] Consciência Sem Recuperação 80366 Fratura Exposta Crânio NCOP / SOE, Com Laceração / Contusão, Com

Perda Consciência Duração Não Especificada 80369 Fratura Exposta Crânio NCOP / SOE, Com Laceração / Contusão, Com

Concussão, Não Especificada 8037 Fratura NCOP Ou Não Qualifiada Crânio, Aberta, Com Hemorragia

Subaracnoidea, Subdural ou Extradural 80370 Fratura Exposta Crânio, Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural /

Extradural. –Sem Especificação Estado Consciência 80371 Fratura Exposta Crânio, Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural /

Extradural. – Sem Perda Consciência 80372 Fratura Exposta Crânio, Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural /

Extradural – Com Breve Perda Consciência 80373 Fratura Exposta Crânio, Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural /

Extradural – Com Moderada Perda Consciência 80374 Fratura Exposta Crânio, Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural /

Extradural – Com Prolongada Perda Consciência 80375 Fratura Exposta Crânio, Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural /

Extradural – Sem Voltar Consciência Pré-Existente 80376 Fratura Exposta Crânio, Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural /

Extradural – Com Perda Consciência, SOE 80379 Fratura Exposta Crânio, Com Hemorragia Subarac./Subd./Extrad, Com

Concussão 8038 Fratura NCOP ou Não Qual. Crânio, Aberta, Com Hemorragia Intracraniana

NCOP Ou Não Especificada 80380 Fratura Exposta Crânio, NCOP, Com Hemorragia Intracraniana, SOE, Sem

Especificação Estado Consciência 80381 Fratura Exposta Crânio, NCOP, Com Hemorragia Intracraniana, SOE, Sem

Perda Consciência 80382 Fratura Exposta Crânio, NCOP, Com Hemorragia Intracraniana, SOE, Com

Breve Perda Consciência 80383 Fratura Exposta Crânio, NCOP, Com Hemorragia Intracraniana, SOE, Com

Moderada Perda Consciência 80384 Fratura Exposta Crânio, NCOP, Com Hemorragia Intracraniana, SOE, Com

Prolongada Perda Consciência 80385 Fratura Exposta Crânio, NCOP, Com Hemorragia Intracraniana, SOE, Sem

Voltar Consciência Pré-Existente 80386 Fratura Exposta Crânio, NCOP, Com Hemorragia Intracraniana, SOE, Com

Perda Consciência. SOE 80389 Fratura Exposta Crânio NCOP, Com Hemorragia Intracraniana, SOE, Com

Concussão 8039 Fratura NCOP ou Não Qual. Crânio, Aberta, Com Lesão Intracraniana

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NCOP ou Não Especificada 80390 Fratura Exposta Crânio NCOP, Com Lesão Intracraniana NCOP / SOE,

Sem Especificação Estado Consciência 80391 Fratura Exposta Crânio NCOP, Com Lesão Intracraniana NCOP / SOE,

Sem Perda Consciência 80392 Fratura Exposta Crânio NCOP, Com Lesão Intracraniana NCOP / SOE,

Com Breve Perda Consciência 80393 Fratura Exposta Crânio NCOP, Com Lesão Intracraniana NCOP / SOE,

Com Moderada Perda Consciência 80394 Fratura. Exposta Crânio NCOP, Com Lesão Intracraniana NCOP / SOE,

Com Prolongada Perda Consciência 80395 Fratura Exposta Crânio NCOP, Com Lesão Intracraniana NCOP / SOE,

Sem Voltar Consciência Pré-Existente 80396 Fratura Exposta Crânio NCOP, Com Lesão Intracraniana NCOP / SOE,

Com Perda Consciência, SOE 80399 Fratura Exposta Crânio NCOP, Com Lesão Intracraniana NCOP / SOE,

Com Concussão 804 Fraturas Múltiplas Atingindo o Crânio ou a Face Com Outros Ossos 8040 Fratura Múltiplas Fechadas do Crânio/Face Com Outros Ossos Sem

Menção Lesão Intracraniana 80400 Fratura Múltipla Crânio Ou Face Com Outros Ossos, Fechada, Consciência

Não Especificada 80401 Fraturas Múltiplas Envolvendo Crânio ou Ossos da Face Com Outros

Ossos, Fechadas S 80402 Fraturas Múltiplas Crânio / Face, Fechadas, Sem Lesão Intracraniana,

Perda Consciência Breve 80403 Fraturas Múltiplas Crânio / Face, Fechadas, Sem Lesão Intracraniana,

Perda Consciência Moderada 80404 Fraturas Múltiplas Crânio / Face, Fechadas, Sem Lesão Intracraniana,

Perda Consciência Prolongada 80405 Fratura Múltiplas Crânio / Face, Fechadas, Sem Lesão Intracraniana,

Perda Consciência Prolongada Sem Ret 80406 Fraturas Múltiplas Do Crânio Ou Da Face Com Outros Ossos Fechados

Com Perda De Consciência 80409 Fraturas Múltiplas Crânio / Face, Fechadas, Sem Lesão Intracraniana, Com

Concussão SOE 8041 Fratura Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos – Com

Laceração /Contusão 80410 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos – Com

Laceração / Contusão-Sem Especificação Estado Consciência 80411 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos – Com

Laceração / Contusão – Sem Perda Consciência 80412 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos – Com

Laceração / Contusão – Com Breve Perda Consciência 80413 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos – Com

Laceração / Contusão, Com Moderada Perda Consciência 80414 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos – Com

Laceração / Contusão, Com Prolongada Perda Consciência 80415 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos – Com

Laceração / Contusão, Sem Voltar Consciência Pré-Existe 80416 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos – Com

Laceração / Contusão, Com Perda Consciência

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80419 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos – Com Laceração / Contusão, Com Concussão

8042 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural

80420 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Sem Perda Consciência

80421 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio/Face Com Outros Ossos - Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Sem Perda Consciência

80422 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio/Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Com Breve Perda Consciência

80423 Fraturas Múltiplas Fechadas, Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Com Moderada Perda Consciência

80424 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Com Prolongada Perda Consciência

80425 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80426 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Com Perda Consciência

80429 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Com Concussão

8043 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP

80430 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP – Sem Especificação Estado Consciência

80431 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP – Sem Perda Consciência

80432 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP – Com Breve Perda Consciência

80433 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP – Com Moderada Perda Consciência

80434 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP – Com Prolongada Perda Consciência

80435 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80436 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP – Com Preda Consciência

80439 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP, Com Concussão

8044 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP -

80440 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP – Sem Especificação Estado Consciência

80441 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP – Sem Perda Consciência

80442 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP – Com Breve Perda Consciência

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80443 Fraturas Múltiplas Fechadas Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP, Com Moderada Perda Consciência

80444 Fechada Múltipla Fechada Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP, Com Prolongada Perda Consciência

80445 Fratura Múltipla Fechada Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP, Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80446 Fratura Múltipla Fechada Crânio/Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP, Com Perda Consciência

80449 Fratura Múltipla Fechada Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP – Com Concussão

8045 Fratura Exposta Múltipla Crânio / Face Com Outros Ossos Sem Menção Lesão Intracraniana

80450 Fratura Exposta Múltipla Crânio / Face Com Outos Ossos Sem Menção Lesão Intracraniana – Sem Especificação Estado Consciência

80451 Fratura Exposta Múltipla Crânio / Face Com Outros Ossos Sem Menção Lesão Intracraniana – Sem Perda Consciência

80452 Fratura Exposta Múltipla Crânio / Face Com Outros Ossos Sem Menção Lesão Intracraniana – Com Breve Perda Consciência

80453 Fratura Exposta Múltipla Crânio / Face Com Outros Ossos Sem Menção Lesão Intracraniana – Com Moderada Perda Consciência

80454 Fratura Exposta Múltipla Crânio / Face Com Outros Ossos Sem Menção Lesão Intracraniana – Com Prolongada Perda Consciência

80455 Fratura Exposta Múltipla Crânio / Face Com Outros Ossos Sem Menção Lesão Intracraniana – Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80456 Fratura Exposta Múltipla Crânio / Face Com Outros Ossos Sem Menção Lesão Intracraniana – Com Perda Consciência

80459 Fratura Exposta Múltipla Crânio / Face Com Outros Ossos Sem Menção Lesão Intracraniana – Com Concussão

8046 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Laceração / Contusão Cerebral

80460 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Laceração / Contusão Cerebral – Sem Especificação Estado Consciência

80461 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Laceração / Contusão Cerebral – Sem Perda Consciência

80462 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Laceração / Contusão Cerebral – Com Breve Perda Consciência

80463 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Laceração / Contusão Cerebral – Com Moderada Perda Consciência

80464 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Laceração / Contusão Cerebral – Com Prolongada Perda Consciência

80465 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Laceração / Contusão Cerebral – Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80466 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Laceração / Contusão Cerebral – Com Perda Consciência

80469 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Laceração / Contusão Cerebral – Com Concussão

8047 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural

80470 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Sem Especificação Estado Consciência

80471 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Sem Perda Consciência

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80472 Fratura Exposta Crânio/Face C/Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Com Breve Perda Consciência

80473 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Com Moderada Perda Consciência

80474 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Com Prolongada Perda Consciência

80475 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80476 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural –Com Perda Consciência

80479 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Subaracnoidea / Subdural / Extradural – Com Concussão

8048 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP Ou N/Especificada

80480 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP Sem Especificação Estado Consciência

80481 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP Sem Perda Consciência

80482 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP Com Breve Perda Consciência

80483 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP Com Moderada Perda Consciência

80484 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP Com Prolongada Perda Consciência

80485 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80486 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP Com Perda Consciência Duração Não Especificada

80489 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Hemorragia Intracraniana NCOP – Com Concussão

8049 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP

80490 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP – Sem Especificação Estado Consciência

80491 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP – Sem Perda Consciência

80492 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP – Com Breve Perda Consciência

80493 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP – Com Moderada Perda Consciência

80494 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP – Com Prolongada Perda Consciência

80495 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP – Sem Voltar Consciência Pré-Existente

80496 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP – Com Perda Consciência

80499 Fratura Exposta Crânio / Face Com Outros Ossos Com Lesão Intracraniana NCOP – Com Concussão

805 Fratura da Coluna Vertebral Sem Menção de Lesão Medular

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8050 Fratura da Coluna Cervical, Fechada, Sem Lesão Medular 80500 Fratura de Vertebra Cervical, Nível Não Especificado, Fechada 80501 Fratura da 1ª Vertebra Cervical Fechada Sem Menção de Lesão Medular 80502 Fratura da Coluna Cervical (C2), Fechada, Sem Menção de Lesão Medular 80503 Fratura da Coluna Cervical (C3), Fechada, Sem Menção de Lesão Medular 80504 Fratura da Coluna Cervical (C4), Fechada, Sem Menção de Lesão Medular 80505 Fratura da Coluna Cervical (C5), Fechada, Sem Menção de Lesão Medular 80506 Fratura da Coluna Cervical (C6), Fechada, Sem Menção de Lesão Medular 80507 Fratura da Coluna Cervical (C7), Fechada, Sem Menção de Lesão Medular 80508 Fratura da Múltiplas Vertebras Cervicais, Fechada, Sem Menção de Lesão

Medular 8051 Fratura da Coluna Cervical, Aberta, Sem Lesão Medular 80510 Fratura de Vertebra Cervical Não Especificada Aberta, Sem Lesão Medular 80511 Fratura de C1, Aberta, Sem Lesão Medular 80512 Fratura de C2, Aberta, Sem Lesão Medular 80513 Fratura de C3, Aberta, Sem Lesão Medular 80514 Fratura de C4, Aberta, Sem Lesão Medular 80515 Fratura de C5, Aberta, Sem Lesão Medular 80516 Fratura da Coluna Cervical, Aberta, a Nível de C6 80517 Fratura de C7, Aberta, Sem Lesão Medular 80518 Fratura de Múltiplas Vertebras Cervicais, Aberta, Sem Lesão Medular 8052 Fratura da Coluna Dorsal, Fechada, Sem Lesão Medular 8053 Fratura da Coluna Dorsal, Aberta, Sem Lesão Medular 8054 Fratura da Coluna Lombar, Fechada, Sem Lesão Medular 8055 Fratura da Coluna Lombar, Aberta, Sem Lesão Medular 8056 Fratura do Sacro e Cóccix, Fechada, Sem Lesão Medular 8057 Fratura do Sacro e Cóccix, Aberta, Sem Lesão Medular 8058 Fratura da Coluna Vertebral, Local Não Especificado, Fechada, Sem Lesão

Medular 8059 Fratura da Coluna Vertebral, Local Não Especificado, Aberta, Sem Lesão

Medular 806 Fratura da Coluna Vertebral Com Lesão Medular 8060 Fratura Fechada da Coluna Cervical Com Lesão da Espinhal Medula 80600 Fratura Coluna Cervical, Fechada, C1-C4 Com Lesão Medular SOE 80601 Fratura Coluna Cervical, Fechada, C1-C4 Com Lesão Completa Medula 80602 Fratura da Coluna Cervical, Fechada, C1-C4, Com Síndrome Medular

Anterior 80603 Fratura Da Coluna Cervical, Fechada, C1-C4, Com Síndromo Medular

Central 80604 Fratura da Coluna Cervical, Fechada, C1-C4 Com Lesão Medular NCOP 80605 Fratura da Coluna Cervical, Fechada, C5-C7 Com Lesão Medular Não

Especificada 80606 Fratura Coluna Cervical, Fechada, C5-C7 Com Lesão Medular Completa 80607 Fratura da Coluna Cervical, Fechada, C5-C7, Com Síndrome Medular

Anterior 80608 Fratura da Coluna Cervical, Fechada, C5-C7, Com Síndrome Medular

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Central 80609 Fratura Coluna Cervical, Fechada, C5-C7 Com Lesão Medular NCOP 8061 Fratura da Coluna Cervical, Aberta, Com Lesão Medular 80610 Fratura da Coluna Cervical, C1-C4, Aberta, Com Lesão Medular Não

Especificada 80611 Fratura. Coluna Cervical Exposta, C1-C4, Com Lesão Medular Completa 80612 Fratura da Coluna Cervical, Exposta, C1-C4, Com Síndrome Medular

Anterior 80613 Fratura da Coluna Cervical, Exposta, C1-C4, Com Síndrome Medular

Central 80614 Fratura da Coluna Cervical Exposta, C1-C4, Com Lesão Medular NCOP 80615 Fratura da Coluna Cervical Exposta, C5-C7, Com Lesão Medular SOE 80616 Fratura da Coluna Cervical Exposta, C5-C7, Com Lesão Medular Completa 80617 Fratura da Coluna Cervical, Exposta, C5-C7, Com Síndrome Medular

Anterior 80618 Fratura da Coluna Cervical, Exposta, C5-C7, Com Síndrome Medular

Central 80619 Fratura da Coluna Cervical Exposta, C5-C7, Com Lesão Medular NCOP 8062 Fratura da Coluna Dorsal [Torácica], Fechada, Com Lesão Medular 80620 Fratura Vertebral Fechada, D1-D6, Com Lesão Medular Não Especificada 80621 Fratura Vertebral Fechada, D1-D6, Com Lesão Medular Completa 80622 Fratura Vertebral Fechada, D1-D6, Com Síndrome do Cordão Medular

Anterior 80623 Fratura Vertebral Fechada, D1-D6, Com Síndrome do Cordão Medular

Central 80624 Fratura Vertebral Fechada, ao Nível de D1-D6, Com Lesão Medular NCOP 80625 Fratura Vertebral Fechada, D7-D12, Com Lesão Medular Não Especificada 80626 Fratura Vertebral Fechada, D7-D12, Com Lesão Medular Completa 80627 Fratura Vertebral Fechada, D7-D12, Com Síndrome do Cordão Medular

Anterior 80628 Fratura Vertebral Fechada, D7-D12, Com Síndrome do Cordão Medular

Central 80629 Fratura Vertebral Fechada, ao Nível D7-D12, Com Lesão Medular NCOP 8063 Fratura Exposta da Coluna Dorsal (Torácica) Sem Menção Lesão da

Espinhal Medula 80630 Fratura Coluna Dorsal Exposta T1-T6, Com Lesão Medular SOE 80631 Fratura Coluna Dorsal Exposta T1-T6, Com Lesão Medular Completa 80632 Fratura da Coluna Dorsal, Exposta, T1-T6, Com Síndrome Medular Anterior 80633 Fratura da Coluna Dorsal, Exposta, T1-T6, Com Síndrome Medular Central 80634 Fratura da Coluna Dorsal Exposta, T1-T6, Com Lesão Medular NCOP 80635 Fratura da Coluna Dorsal Exposta, T7-T12, Com Lesão Medular SOE 80636 Fratura da Coluna Dorsal Exposta, T7-T12, Com Lesão Medular Completa 80637 Fratura da Coluna Dorsal, Exposta, T7-T12, Com Síndrome Medular

Anterior 80638 Fratura da Coluna Dorsal, Exposta, T7-T12, Com Síndrome Medular

Central 80639 Fratura Coluna Dorsal Exposta T7-T12, Com Lesão Medular NCOP 8064 Fratura Fechada da Coluna Lombar Com Lesão da Espinhal Medula

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8065 Fratura Exposta da Coluna Lombar Com Lesão da Espinhal Medula 8066 Fratura Fechada do Sacro e Cóccix Com Lesão da Espinhal Medula 80660 Fratura Sacro e Cóccix, Fechada, Com Lesão Medular SOE 80661 Fratura Sacro e Cóccix, Fechada, Com Lesão Completa da Cauda Equina 80662 Fratura Sacro e Cóccix, Fechada, Com Lesão Cauda Equina NCOP 80669 Fratura Sacro e Cóccix, Fechada, Com Lesão Medular NCOP 8067 Fratura Aberta do Sacro e do Cóccix Com Lesão da Espinal Medula 80670 Fratura Sacro e Cóccix, Aberta, Com Lesão Medular SOE 80671 Fratura Sacro e Cóccix, Aberta, Com Lesão Completa da Cauda Equina 80672 Fratura Sacro e Cóccix, Aberta, Com Lesão Cauda Equina NCOP 80679 Fratura Sacro e Cóccix, Aberta, Com Lesão Medular NCOP 8068 Fratura Fechada da Coluna Vertebral SOE Com Lesão da Espinhal Medula 8069 Fratura Exposta da Coluna Vertebral SOE Com Lesão da Espinhal Medula 807 Fratura de Uma ou Mais Costelas, do Esterno, da Laringe e da Traqueia 8070 Fratura de Costela (s), Fechada 80700 Fratura de Costela (s), Não Especificada (s), Fechada 80701 Fratura de Uma Costela, Fechada 80702 Fratura de Duas Costelas, Fechada 80703 Fratura de Três Costelas, Fechada 80704 Fratura de Quatro Costelas, Fechada 80705 Fratura de Cinco Costelas, Fechada 80706 Fratura de Seis Costelas, Fechada 80707 Fratura de Sete Costelas, Fechada 80708 Fratura de Oito ou Mais Costelas, Fechada 80709 Fratura de Múltiplas Costelas Não Especificadas, Fechada 8071 Fratura Exposta de Costela (s) 80710 Fratura Exposta de Costela (s), Não Especificada (s) 80711 Fratura Exposta de Uma Costela 80712 Fratura Exposta de Duas Costelas 80713 Fratura Exposta de Três Costelas 80714 Fratura Exposta de Quatro Costelas 80715 Fratura Exposta de Cinco Costelas 80716 Fratura Exposta de Seis Costelas 80717 Fratura Exposta de Sete Costelas 80718 Fratura Exposta de Oito ou Mais Costelas 80719 Fratura Exposta de Múltiplas Costelas, Não Especificadas 8072 Fratura do Esterno, Fechada 8073 Fratura do Esterno, Aberta 8074 Fratura do Tórax Com Retalho Móvel (Volet Torácico) 8075 Fratura da Laringe e Traqueia, Fechada 8076 Fratura da Laringe e Traqueia, Aberta 808 Fratura da Bacia 8080 Fratura do Acetábulo, Fechada 8081 Fratura do Acetábulo, Aberta

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8082 Fratura do Púbis, Fechada 8083 Fratura do Púbis, Aberta 8084 Fratura da Bacia, Local NCOP, Fechada 80841 Fratura do Ilíaco, Fechada 80842 Fratura do Ísquio, Fechada 80843 Fraturas Múltiplas da Bacia, Fechadas, Com Interrupção do Círculo Pélvico 80844 Fraturas Múltiplas da Bacia, Fechadas, Sem Interrupção do Círculo Pélvico 80849 Fratura da Bacia, Local NCOP, Fechada 8085 Fratura da Bacia, Local NCOP, Aberta 80851 Fratura do Ilíaco, Aberta 80852 Fratura do Ísquio, Aberta 80853 Fraturas Múltiplas da Bacia, Abertas, Com Interrupção do Círculo Pélvico 80854 Fraturas Múltiplas da Bacia, Abertas, Sem Interrupção o Círculo Pélvico 80859 Fratura da Bacia, Local NCOP, Aberta 8088 Fratura da Bacia, Local Não Especificado, Fechada 8089 Fratura da Bacia, Local Não Especificado, Aberta 809 Fraturas Mal Definidas do Tronco 8090 Fratura Fechada do Tronco 8091 Fratura Exposta do Tronco 810 Fratura da Clavícula 8100 Fratura da Clavícula, Fechada 81000 Fratura da Clavícula, Parte Não Especificada, Fechada 81001 Fratura da Clavícula, Lado Esternal, Fechada 81002 Fratura da Clavícula, Diáfise, Fechada 81003 Fratura da Clavícula, Lado Acromial, Fechada 8101 Fratura da Clavícula, Aberta 81010 Fratura da Clavícula, Parte Não Especificada, Aberta 81011 Fratura da Clavícula, Lado Esternal, Aberta 81012 Fratura da Clavícula, Diáfise, Aberta 81013 Fratura da Clavícula, Lado Acromial, Aberta 811 Fratura da Omoplata 8110 Fratura da Omoplata, Fechada 81100 Fratura da Omoplata, Fechada, Parte Não Especificada 81101 Fratura da Omoplata, Fechada, Acrómio 81102 Fratura da Omoplata, Fechada, Apófise Coracoide 81103 Fratura da Omoplata, Fechada, Cavidade Glenoide e Colo 81109 Fratura da Omoplata, Fechada, Parte NCOP 8111 Fratura Exposta da Omoplata 81110 Fratura Omoplata Exposta - Parte Não Especificada 81111 Fratura Omoplata Exposta - Apófise Acromial 81112 Fratura Omoplata Exposta - Apófise Coracoide 81113 Fratura Omoplata Exposta - Cavidade Glenoide e Colo Omoplata 81119 Fratura Omoplata Exposta - Parte NCOP 812 Fratura do Úmero

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8120 Fratura do Úmero, Extremidade Superior, Fechada 81200 Fratura da Extremidade Superior do Úmero SOE, Fechada 81201 Fratura do Colo Cirúrgico do Úmero, Fechada 81202 Fratura do Colo Anatómico do Úmero, Fechada 81203 Fratura da Grande Tuberosidade do Úmero, Fechada 81209 Fratura da Extremidade Superior do Úmero NCOP, Fechada 8121 Fratura Exposta da Extremidade Superior do Úmero 81210 Fratura Exposta da Extremidade Superior do Úmero, Parte Não

Especificada 81211 Fratura Exposta do Colo Cirúrgico do Úmero (Extremidade Superior) 81212 Fratura Exposta do Colo Anatómico do Úmero (Extremidade Superior) 81213 Fratura Exposta da Grande Tuberosidade Do Úmero (Extremidade

Superior) 81219 Fratura Exposta da Extremidade Superior do Úmero, Parte Não

Classificada Outra Parte 8122 Fratura da Diáfise ou Parte Não Especificada do Úmero, Fechada 81220 Fratura de Parte Não Especificada do Úmero, Fechada 81221 Fratura da Diáfise Úmero, Fechada 8123 Fratura Exposta Da Diáfise ou Parte Não Especificada do Úmero 81230 Fratura Exposta do Úmero, Parte Não Especificada 81231 Fratura Exposta da Diáfise Úmero 8124 Fratura da Extremidade Inferior do Úmero, Fechada 81240 Fratura da Extremidade Inferior do Úmero, Parte Não Especificada,

Fechada 81241 Fratura Supracondiliana do Úmero (Extremidade Inferior), Fechada 81242 Fratura do Côndilo Lateral (Externo) do Úmero (Extremidade Inferior),

Fechada 81243 Fratura do Côndilo Medial (Interno) do Úmero (Extremidade Inferior),

Fechada 81244 Fratura do (s) Côndilo (s) do Úmero (Extremidade Inferior) SOE, Fechada 81249 Fratura da Extremidade Inferior do Úmero, NCOP, Fechada 8125 Fratura Exposta da Extremidade Inferior do Úmero 81250 Fratura Exposta da Extremidade Inferior do Úmero, Parte Não Especificada 81251 Fratura Supracondiliana do Úmero (Extremidade Inferior), Exposta 81252 Fratura Exposta do Côndilo Lateral (Externo) do Úmero (Extremidade

Inferior) 81253 Fratura Exposta do Côndilo Medial (Interno) do Úmero (Extremidade

Inferior) 81254 Fratura Exposta do (s) Côndilo (s) do Úmero (Extremidade Inferior) SOE 81259 Fratura Exposta da Extremidade Inferior do Úmero, NCOP 813 Fratura do Rádio e do Cúbito 8130 Fratura Fechada do Rádio e do Cúbito, Extremidade Superior 81300 Fratura Fechada da Extremidade Superior do Antebraço, Não Especificada 81301 Fratura Fechada do Olecrânio (Cúbito) 81302 Fratura Fechada do Processo Coronoide do Cúbito 81303 Fratura de Monteggia, Fechada

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81304 Fratura Fechada da Extremidade Proximal do Cubito (Sozinho), NCOP Ou Não Especificada

81305 Fratura Fechada da Cabeça do Rádio 81306 Fratura Fechada do Colo do Rádio 81307 Fratura Fechada da Extremidade Proximal do Rádio (Sozinho), NCOP Ou

Não Especificada 81308 Fratura Fechada do Rádio e do Cúbito, Extremidade Superior [Qualquer

Parte] 8131 Fratura Exposta do Rádio e do Cúbito, Extremidade Superior 81310 Fratura Exposta da Extremidade Superior do Antebraço, Não Especificada 81311 Fratura Exposta do Olecrânio (Cúbito) 81312 Fratura Exposta da Apófise Coronoide do Cubito 81313 Fratura de Monteggia, Exposta 81314 Fratura Exposta da Extremidade Proximal do Cúbito (Sozinho), NCOP Ou

Não Especificada 81315 Fratura Exposta da Cabeça do Rádio 81316 Fratura Exposta do Colo do Rádio 81317 Fratura Exposta da Extremidade Proximal do Rádio (Sozinho), NCOP Ou

Não Especificada 81318 Fratura Exposta do Rádio e do Cúbito, Extremidade Superior [Qualquer

Parte] 8132 Fratura Diafisária Fechada do Rádio e do Cúbito 81320 Fratura Fechada das Diáfise do Rádio e do Cúbito, SOE 81321 Fratura Fechada da Diáfise do Rádio 81322 Fratura Fechada da Diáfise do Cúbito 81323 Fratura Fechada das Diáfises do Cúbito e do Rádio 8133 Fratura Exposta das Diáfises do Rádio e do Cúbito 81330 Fratura Exposta das Diáfises do Cúbito e do Rádio, SOE 81331 Fratura Exposta da Diáfise do Rádio 81332 Fratura Exposta da Diáfise do Cúbito 81333 Fratura Exposta das Diáfises do Cúbito e do Rádio 8134 Fratura do Rádio e Cúbito, Extremidade Inferior, Fechada 81340 Fratura da Extremidade Inferior do Antebraço, Não Especificada 81341 Fratura de Colles (Antebraço, Extremidade Inferior), Fechada 81342 Fraturas da Extremidade Distal do Rádio (Sozinho), NCOP 81343 Fratura da Extremidade Distal do Cúbito (Sozinho) 81344 Fraturas das Extremidades Inferiores do Rádio e do Cúbito, Fechadas 81345 Fratura Toroidal do Rádio (Sozinho) 81346 Fratura Toroidal do Cúbito (Sozinho) 81347 Fratura Toroidal do Rádio e do Cúbito 8135 Fratura da Extremidade Inferior do Rádio e Cúbito, Aberta 81350 Fratura da Extremidade Inferior do Antebraço SOE, Aberta 81351 Fratura de Colles (Extremidade Inferior do Rádio e Cúbito) 81352 Fratura da Extremidade Distal do Rádio NCOP, Aberta 81353 Fratura da Extremidade Distal do Cúbito, Aberta 81354 Fratura das Extremidades Inferiores do Rádio e do Cúbito, Aberta

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8138 Fratura do Rádio e Cúbito, Sítio Não Especificado, Fechada 81380 Fratura do Antebraço SOE, Fechada 81381 Fratura do Rádio (Sozinho), Fechada 81382 Fratura do Cúbito (Sozinho), Fechada 81383 Fratura do Rádio e do Cúbito, Fechada 8139 Fratura do Cúbito e Rádio - Exposta - Parte Não Especificada 81390 Fratura Exposta do Antebraço SOE 81391 Fratura do Rádio (SOE) 81392 Fratura do Cúbito (SOE) 81393 Fratura do Rádio com Cúbito 814 Fratura de Osso (s) do Carpo 8140 Fratura de Osso (s) do Carpo, Fechada 81400 Fratura de Osso do Carpo, Não Especificado, Fechada 81401 Fratura do Osso Navicular (Escafoide) do Pulso, Fechada 81402 Fratura do Osso Semilunar do Pulso, Fechada 81403 Fratura do Osso Cuneiforme do Pulso, Fechada 81404 Fratura do Osso Pisiforme, Fechada 81405 Fratura do Osso Trapezoide (Multiangular Maior), Fechada 81406 Fratura do Osso Trapezoide (Multiangular Menor), Fechada 81407 Fratura do Osso Magnum (Pulso), Fechada 81408 Fratura do Osso Unciforme, Fechada 81409 Fratura de Osso do Carpo NCOP, Fechada 8141 Fratura de Um ou Mais Ossos do Carpo, Aberta 81410 Fratura de Osso do Carpo Não Especificado, Aberta 81411 Fratura do Osso Navicular (Escafoide) do Pulso, Aberta 81412 Fratura do Osso Semilunar do Pulso, Aberta 81413 Fratura do Osso Cuneiforme do Pulso, Aberta 81414 Fratura do Osso Pisiforme, Aberta 81415 Fratura do Osso Trapezoide (Multiangular Maior), Aberta 81416 Fratura do Osso Trapezoide (Multiangular Menor), Aberta 81417 Fratura do Osso Magnum (Pulso), Aberta 81418 Fratura do Osso Unciforme, Aberta 81419 Fratura de Osso Do Carpo NCOP, Aberta 815 Fratura de Osso (s) do Metacarpo 8150 Fratura de Osso (s) do Metacarpo, Fechada 81500 Fratura de Osso (s) do Metacarpo, Fechada, Local Não Especificado 81501 Fratura da Base do [Primeiro] Metacarpiano do Polegar, Fechada 81502 Fratura da Base de Osso (s) do Metacarpo NCOP, Fechada 81503 Fratura da Diáfise de Osso (s) do Metacarpo, Fechada 81504 Fratura do Colo de Osso (s) do Metacarpo, Fechada 81509 Fratura de Locais Múltiplos do Metacarpo, Fechada 8151 Fratura de Osso (s) do Metacarpo, Aberta 81510 Fratura de Osso (s) do Metacarpo, Local Não Especificado, Aberta 81511 Fratura da Base do Metacarpo [Primeiro] do Polegar, Aberta

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81512 Fratura da Base de Osso (s) do Metacarpo NCOP, Aberta 81513 Fratura Diáfise Osso Metacarpo Exposta 81514 Fratura Colo Osso Metacarpo Exposta 81519 Fratura Múltiplos Ossos Metacarpo Exposta. 816 Fratura de Uma ou de Várias Falanges da Mão 8160 Fratura de Uma ou Mais Falanges da Mão, Fechada 81600 Fratura de Falange (s) da Mão, SOE, Fechada 81601 Fratura de Falange (s) Média (s) ou Proximal (ais) da Mão, Fechada 81602 Fratura de Falange (s) Distal (ais) da Mão, Fechada 81603 Fratura de Falange (s) da Mão, Locais Múltiplos, Fechada 8161 Fratura de uma ou Mais Falanges da Mão, Aberta 81610 Fratura de Uma ou Mais Falanges Mão - Exposta - Parte Não Especificada 81611 Fratura de Falange (s) Intermedia (s) ou Proximal (ais) da Mão, Aberta 81612 Fratura de Uma ou Mais Falanges Mão - Exposta - Distal 81613 Fratura de Uma ou Mais Falanges Mão - Exposta - Múltiplas Localizações 817 Fraturas Múltiplas dos Ossos da Mão 8170 Fraturas Múltiplas Fechadas dos Ossos da Mão 8171 Fraturas Múltiplas Expostas dos Ossos da Mão 818 Fraturas Mal Definidas do Membro Superior 8180 Fraturas Mal Definidas do Membro Superior, Fechadas 8181 Fraturas Mal Definidas do Membro Superior, Abertas 819 Fratura Múltipla Ambos Membros Superiores, ou Membro Superior, Costela

(s) e Esterno 8190 Fraturas Múltiplas Ambos Membros Superiores, ou Membro Superior,

Costelas e Externo, Fechadas 8191 Fraturas Múltiplas Ambos Membros Superiores, ou Membro Superior,

Costelas e Externo, Abertas 820 Fratura do Colo do Fémur 8200 Fratura do Colo do Fémur, Transcervical, Fechada 82000 Fratura do Colo do Fémur, Secção Intracapsular Não Especificada,

Fechada 82001 Fratura do Colo do Fémur, Epífise (Separação) (Superior), Fechada 82002 Fratura do Colo do Fémur, Secção Mediocervical, Fechada 82003 Fratura do Colo do Fémur, Base do Colo, Fechada 82009 Fratura do Colo do Fémur, NCOP, Fechada 8201 Fratura Transcervical Exposta (Colo do Fémur) 82010 Fratura Colo Fémur - Secção Intracapsular SOE Exposta 82011 Fratura Colo Fémur - Epífise (Separação) (Superior) Exposta 82012 Fratura Colo Fémur - Secção Mediocervical Exposta 82013 Fratura Colo Fémur - Base Colo Exposta 82019 Fratura Colo Fémur - NCOP Exposta 8202 Fratura Peritrocanteriana Fechada (Colo do Fémur) 82020 Fratura Colo Fémur - Secção Trocantérica SOE - Fechada 82021 Fratura Colo Fémur - Secção Intertrocantérica -F. 82022 Fratura do Colo Fémur - Secção Subtrocantérica, Fechada

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8203 Fratura Peritrocanteriana Exposta (Colo do Fémur) 82030 Fratura Colo Fémur - Secção Trocantérica – Exposta 82031 Fratura Colo Fémur -Secção Intertrocantérica - Exposta 82032 Fratura Colo Fémur - Secção Subtrocantérica Exposta 8208 Fratura Fechada do Colo do Fémur SOE 8209 Fratura Exposta do Colo do Fémur SOE 821 Fratura de Partes NCOP, ou de Partes Não Especificadas do Fémur 8210 Fratura da Diáfise ou de Parte Não Especificada do Fémur, Fechada 82100 Fratura de Parte Não Especificada do Fémur, Fechada 82101 Fratura da Diáfise do Fémur, Fechada 8211 Fratura da Diáfise ou Parte Não Especificada do Fémur, Aberta 82110 Fratura de Parte Não Especificada do Fémur, Aberta 82111 Fratura da Diáfise do Fémur, Aberta 8212 Fratura da Extremidade Inferior do Fémur, Fechada 82120 Fratura da Extremidade Inferior do Fémur, Parte Não Especificada,

Fechada 82121 Fratura Fechada do Côndilo Femoral (Extremidade Inferior) 82122 Fratura da Epífise Inferior do Fémur (Com Separação), Fechada 82123 Fratura Supracondiliana do Fémur (Extremidade Inferior), Fechada 82129 Fratura da Extremidade Inferior do Fémur, NCOP, Fechada 8213 Fratura da Extremidade Inferior do Fémur, Aberta 82130 Fratura Extremidade Inferior Fémur Exposta SOE 82131 Fratura Exposta do Côndilo Femoral 82132 Fratura Exposta da Epífise Femoral 82133 Fratura Supracondiliana Fémur Exposta 82139 Fratura Extremidade Inferior Fémur Exposta NCOP 822 Fratura da Rótula 8220 Fratura Fechada da Rótula 8221 Fratura da Rótula, Aberta 823 Fratura da Tíbia e do Perónio 8230 Fratura das Extremidades Superiores da Tíbia e do Perónio, Fechada 82300 Fratura da Extremidade Superior da Tíbia, Fechada 82301 Fratura da Extremidade Superior do Perónio, Fechada 82302 Fratura das Extremidades Superiores da Tíbia e do Perónio, Fechada 8231 Fratura das Extremidades Superiores da Tíbia e do Perónio, Aberta 82310 Fratura da Extremidade Superior da Tíbia, Aberta 82311 Fratura da Extremidade Superior do Perónio, Aberta 82312 Fratura das Extremidades Superiores da Tíbia e do Perónio, Aberta 8232 Fratura das Diáfises da Tíbia e do Perónio, Fechada 82320 Fratura da Diáfise da Tíbia, Fechada 82321 Fratura da Diáfise do Perónio, Fechada 82322 Fratura das Diáfises da Tíbia e do Perónio, Fechada 8233 Fratura das Diáfises da Tíbia e do Perónio, Aberta 82330 Fratura da Diáfise da Tíbia, Aberta

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82331 Fratura da Diáfise do Perónio, Aberta 82332 Fratura das Diáfises da Tíbia e do Perónio, Aberta 8234 Fratura Toroidal da Tíbia e do Perónio 82340 Fratura Toroidal da Tíbia 82341 Fratura Toroidal do Perónio 82342 Fratura Toroidal da Tíbia e do Perónio 8238 Fratura da Tíbia e Perónio, Local Não Especificado, Fechada 82380 Fratura da Tíbia, Local Não Especificado, Fechada 82381 Fratura do Perónio, Local Não Especificado, Fechada 82382 Fratura da Tíbia e do Perónio, Local Não Especificado, Fechada 8239 Fratura de Parte Não Especificada da Tíbia e Perónio, Aberta 82390 Fratura de Parte Não Especificada da Tíbia, Aberta 82391 Fratura de Parte Não Especificada do Perónio, Aberta 82392 Fratura de Partes Não Especificadas da Tíbia e do Perónio, Aberta 824 Fratura do Tornozelo 8240 Fratura do Maléolo Medial do Tornozelo (Tíbia), Fechada 8241 Fratura do Maléolo Medial do Tornozelo (Tíbia), Aberta 8242 Fratura do Maléolo Lateral do Tornozelo (Perónio), Fechada 8243 Fratura do Maléolo Lateral do Tornozelo (Perónio), Aberta 8244 Fratura Bimaleolar do Tornozelo, Fechada 8245 Fratura Bimaleolar do Tornozelo, Aberta 8246 Fratura Trimaleolar do Tornozelo, Fechada 8247 Fratura Trimaleolar do Tornozelo, Aberta 8248 Fratura Não Especificada do Tornozelo, Fechada 8249 Fratura Não Especificada do Tornozelo, Aberta 825 Fratura de Osso (s) do Tarso ou Metatarso 8250 Fratura do Calcâneo, Fechada 8251 Fratura do Calcâneo, Aberta 8252 Fratura de Osso (s) do Tarso e Metatarso, NCOP, Fechada 82520 Fratura de Osso (s) Não Especificado (s) do Pé [Excepto Dedos], Fechada 82521 Fratura do Astrágalo, Fechada 82522 Fratura do Osso Navicular [Escafoide], do Pé, Fechada 82523 Fratura do Osso Cuboide [Pé], Fechada 82524 Fratura do Osso Cuneiforme, do Pé, Fechada 82525 Fratura de Osso (s) do Metatarso, Fechada 82529 Fratura de Osso (s) do Tarso e Metatarso NCOP, Fechada 8253 Fratura Exposta de Ossos do Tarso e Metatarso NCOP 82530 Fratura Exposta de Osso (s) Não Especificado (s) do Pé (Excepto Dedos) 82531 Fratura Exposta do Astrágalo [Pé] 82532 Fratura Exposta do Navicular [Escafoide], do Pé 82533 Fratura Exposta do Cuboide [Pé] 82534 Fratura Exposta do Cuneiforme [Pé] 82535 Fratura Exposta de Osso (s) do Metatarso 82539 Fratura Exposta de Osso (s) do Tarso e Metatarso NCOP

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826 Fratura de Uma ou Mais Falanges do Pé 8260 Fratura Fechada de Uma ou Mais Falanges do Pé 8261 Fratura Exposta de Uma ou Mais Falanges do Pé 827 Fraturas NCOP, Múltiplas, ou Mal Definidas do Membro Inferior 8270 Fraturas NCOP, Múltiplas, ou Mal Definidas do Membro Inferior, Fechadas 8271 Fraturas NCOP, Múltiplas, ou Mal Definidas do Membro Inferior, Abertas 828 Fraturas Múltiplas Ambos Membros Inferiores ou Membros Inferiores Com

Membros Superiores ou Membro Inferior (s) Com Costela (s) / Esterno 8280 Fratura Múltiplas Membros Inferiores, Membro Superior e Inferior, Membros

Inferiores, Costelas e Esterno, Fechada 8281 Fratura Múltiplas Membros Inferiores, Membros Superiores e Inferiores,

Membros Inferiores, Costelas e Esterno, Aberta 829 Fratura de Ossos Não Especificados 8290 Fratura de Ossos Não Especificados, Fechada 8291 Fratura de Ossos Não Especificados, Aberta

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Anexo II

Códigos CID 9 – MC para diagnóstico secundário de demência

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Anexo II: Códigos CID 9 – MC para diagnóstico secundário de demência

CÓDIGO DESIGNAÇÃO 3310 Doença de Alzheimer 3311 Demência Frontotemporal 33111 Doença de Pick 33119 Demência Frontotemporal Não Classificada Em Outra Parte 3312 Degeneração Senil do Cérebro 3316 Degeneração Corticobasal 3317 Degenerações Cerebrais em Doenças Classificadas Em Outra Parte 3318 Degeneração Cerebral Não Classificada Em Outra Parte 33182 Demência Com Corpos de Lewy 33183 Incapacidade Cognitiva Moderada, Assim Descrita 33189 Degenerações Cerebrais NCOP 3319 Degenerações Cerebrais SOE 332 Doença de Parkinson 3320 Paralisia Agitante (Doença de Parkinson) 3321 Parkinsonismo Secundário 290 Demências 2900 Demência Senil, Não Complicada 2901 Demência Pré-Senil 29010 Demência Pré-Senil Sem Complicações 29011 Demência Pré-Senil Com Delírio 29012 Demência Pré-Senil Tipo Paranóide 29013 Demência Pré-Senil Com Manifestações Depressivas 2902 Demência Senil Com Características Ilusórias ou Depressivas 29020 Demência Senil Tipo Paranoide 29021 Demência Senil Tipo Depressivo 2903 Demência Senil Com Delírio 2904 Demência Vascular 29040 Demência Vascular, Não Complicada 29041 Demência Vascular, Com Delirium 29042 Demência Vascular, Com Delírio 29043 Demência Vascular, Com Humor Deprimido 2912 Demência Persistente Induzida pelo Álcool 29282 Demência Persistente Induzida por Drogas 2941 Demência em Condições Classificadas em Outra Parte 29410 Demência em Quadros Mentais Classificados Em Outra Parte Sem

Alterações Comportamento 29411 Demência em Quadros Mentais Classificados Em Outra Parte Com

Alterações Comportamento 2942 Demência, SOE 29420 Demência, SOE, Sem Perturbação do Comportamento 29421 Demência, SOE, Com Perturbação do Comportamento