definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

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DEFINIÇÃO DE CAPACIDADE DE UM DEPÓSITO MÉDIO DE NÍQUEL LATERÍTICO APROVEITADO ATRAVÉS DE ROTA DE LIXIVIAÇÃO ÁCIDA SOB PRESSÃO Ruy Lacourt Rodrigues Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral da Universidade Federal de Ouro Preto, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Mineral. Orientador: Professor Dr. Valdir Costa e Silva Ouro Preto, outubro de 2007

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DEFINIÇÃO DE CAPACIDADE DE UM DEPÓSITO MÉDIO DE NÍQUEL LATERÍTICO APROVEITADO ATRAVÉS DE ROTA DE

LIXIVIAÇÃO ÁCIDA SOB PRESSÃO

Ruy Lacourt Rodrigues

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral da

Universidade Federal de Ouro Preto, como requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Engenharia Mineral.

Orientador: Professor Dr. Valdir Costa e Silva

Ouro Preto, outubro de 2007

Page 2: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

Ficha Catalográfica

R696d Rodrigues, Ruy Lacourt.

Definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico aproveitado através de rota de lixiviação ácida sob pressão [manuscrito] / Ruy Lacourt Rodrigues. –2007.

xvi, 149 f. : il. color., graf., tabs.

Orientador: Prof. Dr. Valdir Costa e Silva. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Ouro Preto.

Departamento de Mineração. Programa de Pós-graduação em Engenharia Mineral.

Área de concentração: Economia mineral.

1.Economia — Avaliação — Teses. 2. Níquel — Teses. 3. Lixiviação ácida sob pressão —Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título.

CDU: 553.481

Catalogação: [email protected]

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Page 4: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

Aos meus filhos, Eduardo e Fernando, e à Aparecida, minha companheira por muitos anos,

com quem muito tenho aprendido, e que têm iluminado o meu caminho.

Page 5: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

Agradecimentos

Agradeço aos meus filhos, minha família e amigos por me compreender e às minhas ausências.

Ao amigo e professor Geden, pela amizade, pelo estímulo, pela atenção com minha

educação continuada e pela orientação.

Ao grupo Vale do Rio Doce, em especial à Doutora Vanessa Torres, pelo estímulo e pelo compromisso com o desenvolvimento das pessoas.

À Universidade Federal de Ouro Preto e aos professores do Programa de

Pós-Graduação em Engenharia Mineral, pela orientação e estímulo. Em especial, ao Professor Valdir Costa e Silva pela orientação durante o projeto,

ao Professor Wilson Trigueiro pelo exemplo de respeito e pela compreensão, e à Professora Adriana Maria de Figueiredo pela disposição em pensar junto.

Aos colegas do Programa e do grupo Vale do Rio Doce, em especial

ao geólogo Walter Riehl, por sua disposição em discutir e me orientar durante os estudos e ao Doutor Flávio Ferreira, pela leitura crítica do texto.

Aos meus “anjos da guarda” Josete e Rúbia pelo apoio,

principalmente nas minhas idas e vindas.

À Fernanda Mourão, pela cooperação e disponibilidade na revisão do texto final.

Page 6: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

iv

Resumo

Os parâmetros técnicos da definição da capacidade de produção para o aproveitamento

de níquel laterítico através de rotas de processo de lixiviação ácida sob pressão são

discutidos no contexto de desenvolvimento de projetos, considerando uma operação

verticalizada.

Um depósito hipotético de tamanho médio foi definido a partir dos dados dos projetos

em desenvolvimento e implementação e estabeleceu-se o plano de aproveitamento para

várias escalas de produção entre 45 000 tpa Ni e 300 000 tpa Ni a partir de parâmetros da

indústria.

A análise econômica para os estudos das várias alternativas foi feita utilizando-se a

metodologia de fluxos de caixa descontados, realizando-se análise de sensibilidade,

computando-se e interpretando-se os índices de desempenho relevantes no contexto de

avaliação de empreendimentos em mineração, o que permitiu estabelecer a escala

recomendável.

A escala recomendável é de 120 000 tpa Ni, que representa a melhor solução de

compromisso tendo em vista o tamanho do mercado, os investimentos envolvidos e a

rentabilidade do empreendimento. A escala mínima recomendável é de 60 000 tpa Ni.

Palavras-chave: avaliação econômica, definição de capacidade, níquel laterítico,

lixiviação ácida sob (alta) pressão (PAL, HPAL, HiPAL).

Page 7: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

v

Abstract

The technical parameters of capacity definition for lateritic nickel operations using

pressure acid leach are discussed in the context of project development considering a fully

vertical operation.

A hypothetical deposit of median size was defined using data from a number of

deposits under development and implementation, leading to the development of the

production plan for various capacities between 45 000 tpa Ni and 300 000 tpa Ni using

industry parameters.

The economic analysis was performed using discounted cash flow analysis with

sensitivity analysis. Performance indicators were computed and interpreted in a mine

valuation context, leading to the recommendation of the capacity to be implemented.

The recommended capacity is 120,000 tpa Ni, which represents the best compromise

considering market size, investments and profitability. The minimum recommended

capacity is as of 60,000 tpa Ni.

Key words: mining valuation, capacity definition, lateritic nickel, (high) pressure acid

leaching (PAL, HPAL, HiPAL).

Page 8: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

vi

Sumário

1 OBJETIVO E APRESENTAÇÃO 1

2 JUSTIFICATIVA 4

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5

4 O MERCADO DE NÍQUEL — SUMÁRIO 6

4.1 Projetos em Desenvolvimento e Implementação / As Lateritas por PAL / Projetos Maiores em Implementação no Brasil 17

5 LIXIVIAÇÃO ÁCIDA SOB PRESSÃO APLICADA PARA O APROVEITAMENTO DE NÍQUEL LATERÍTICO — SUMÁRIO 23

6 METODOLOGIA 28

6.1 Bibliografia de Referência 29

6.2 Considerações Sobre as Escalas de Produção Estudadas 30

6.3 Definição do Depósito Médio e Inventário de Reservas 32 6.3.1 Tamanho do Depósito 32 6.3.2 Inventário de Reservas 38

6.4 Plano de Aproveitamento: Metodologia e Resultados para 45 000 tpa Ni 41

6.5 Modelo para a Estimativa de Desempenho 50 6.5.1 Parâmetros de Desempenho e Algumas Premissas 51 6.5.2 Calibração dos Custos e Preços 53 6.5.3 Custos dos Investimentos Iniciais 57

Investimentos em Reposição de Equipamentos e Instalações 66 Capital de Giro 67 Valor Residual dos Bens 67

6.5.4 Custos Operacionais 68 6.5.5 Taxação 71

Depreciação e Exaustão 72 6.5.6 Financiamento 73 6.5.7 Cálculos dos Fluxos de Caixa e Parâmetros de Avaliação 73

6.6 Metodologia e Parametrização para a Análise de Sensibilidade 74 6.6.1 Parâmetros para a Variação do Tamanho do Depósito e do Teor de Alimentação 75 6.6.2 Definição dos Cenários para as Simulações de Monte Carlo 76

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO 82

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vii

7.1 Resultados Para a Escala de 45 000 tpa Ni 83

7.2 Variação da Escala de Produção 89 7.2.1 Efeito da Alavancagem Financeira 100

7.3 Análise de Sensibilidade 101 7.3.1 Variação do Tamanho do Depósito e do Teor de Alimentação 101 7.3.2 Simulações pela Técnica de Monte Carlo 104

8 CONCLUSÃO 115

9 SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS 120 Volatilidade dos Parâmetros para a Análise de Sensibilidade 120 Aplicação da Teoria das Opções Reais 121

10 REFERÊNCIAS 123

Apêndice 1 : Aplicação da Legislação Sobre Taxação 134

Apêndice 2 : Algoritmo para Cálculos dos Fluxos de Caixa e Parâmetros de Desempenho 142

Apêndice 3 : Ajuste das Distribuições de Entrada para a Simulação de Monte Carlo 145

Page 10: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

viii

Lista de Figuras

Figura 1 : Preços e Estoques de Ni entre 1999 e Setembro de 2007. 7

Figura 2 : Crescimento Industrial e da Demanda de Metais e Aços Inoxidáveis. 8

Figura 3 : Consumo de Níquel por Primeiro Uso — Base 2002. 9

Figura 4 : Evolução do Consumo de Níquel por Uso Final — Projeção até 2010. 10

Figura 5 : Evolução da Demanda de Aço Inox por Região — Projeção até 2009. 11

Figura 6 : Distribuição das Reservas e Base de Reservas por País. 12

Figura 7 : Produção Global de Níquel Minerado por País em 2004. 13

Figura 8 : Produção Global de Níquel Refinado por País em 2003. 14

Figura 9 : Mineração e Produção Global de Níquel Refinado por País. 15

Figura 10 : Consumo e Oferta Global de Níquel Refinado entre 2003 e 2007. 16

Figura 11 : Produção e Recursos entre Minérios Sulfetados e Lateritas. 18

Figura 12 : Projetos em Estudos e Implementação por Tipo de Minério. 19

Figura 13 : Esquema Simplificado das Rotas de Processo de Minérios de Ni. 20

Figura 14 : Diagrama Simplificado do Processo de Lixiviação sob Pressão. 24

Figura 15 : Visão Geral da Planta de Murrim Murrim. 25

Figura 16 : Áreas de Lixiviação e Decantação da Planta de Murrim Murrim. 26

Figura 17 : Capacidade vs. Metal Contido para os Projetos da Tabela 1. 31

Figura 18 : Reservas e Recursos Inferidos dos Depósitos da Tabela 1. 35

Figura 19 : Curva Teor vs. Tonelagem para os Depósitos da Tabela 1. 36

Figura 20 : Perfil Típico de Um Depósito de Níquel Laterítico. 38

Page 11: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

ix

Figura 21 : Perfil de Produção — Lavra. 43

Figura 22 : Alimentação da Planta. 43

Figura 23 : Inventário de Estoques de Minério. 44

Figura 24 : Ni Produzido por Origem. 44

Figura 25 : Co Produzido por Origem. 45

Figura 26 : Teores de Alimentação — Mg e Ni. 48

Figura 27 : Consumo de Ácido Sulfúrico. 48

Figura 28 : Retorno Total para o Acionista das Maiores Empresas de Mineração. 52

Figura 29 : Custos dos Investimentos Iniciais para 45 000 tpa Ni. 59

Figura 30 : Visão da Construção da Planta de Goro. 59

Figura 31 : Custo por Capacidade vs. Capacidade — Projetos Selecionados. 64

Figura 32 : Custos Operacionais por Atividade para 45 000 tpa Ni. 70

Figura 33 : Produção de Ni e Co Metálico e Custos Unitários. 83

Figura 34 : Elementos dos Fluxos de Caixa Antes dos Impostos. 84

Figura 35 : Fluxos de Caixa Antes dos Impostos. 85

Figura 36 : Fluxos de Caixa Antes dos Impostos e Impostos. 86

Figura 37 : Fluxos de Caixa Livres para 45 000 tpa Ni. 88

Figura 38 : Elementos dos FCs Antes dos Impostos para 120 000 tpa Ni. 90

Figura 39 : Fluxos de Caixa Livres para 60 000 tpa Ni. 92

Figura 40 : Fluxos de Caixa Livres para 120 000 tpa Ni. 92

Figura 41 : Fluxos de Caixa Livres para 200 000 tpa Ni. 92

Figura 42 : Fluxos de Caixa Livres para 300 000 tpa Ni. 92

Page 12: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

x

Figura 43 : Investimentos vs. Escala — Caso Base. 93

Figura 44 : Custos Operacionais Detalhados vs. Escala — Caso Base. 94

Figura 45 : Custos Operacionais por Fase vs. Escala — Caso Base. 95

Figura 46 : Valor Presente Líquido e TIR vs. Escala — Caso Base. 96

Figura 47 : Eficiência de Capital e TIR vs. Escala — Caso Base. 98

Figura 48 : Período de Retorno e TIR vs. Escala — Caso Base. 99

Figura 49 : Custos Operacionais por Fase vs. Escala — Variação do Teor. 102

Figura 50 : VPL e TIR vs. Escala — Variação do Teor. 103

Figura 51 : Eficiência de Capital e TIR vs. Escala — Variação do Teor. 104

Figura 52 : Diagrama de Tornado para o Valor Presente Líquido. 105

Figura 53 : Diagrama de Tornado para a Taxa Interna de Retorno. 107

Figura 54 : Diagrama de Tornado para a Eficiência de Capital. 108

Figura 55 : Custos Operacionais da 1a fase — Análise de Sens. 110

Figura 56 : Valor Presente Líquido — Análise de Sensibilidade. 110

Figura 57 : Taxa Interna de Retorno — Análise de Sensibilidade. 110

Figura 58 : Eficiência de Capital — Análise de Sensibilidade. 110

Figura 59 : Período de Retorno — Análise de Sensibilidade. 112

Figura 60 : Custos Operacionais da 1a fase — Intervalos Selec. 113

Figura 61 : Valor Presente Líquido — Intervalos Selecionados. 113

Figura 62 : Taxa Interna de Retorno — Intervalos Selecionados. 113

Figura 63 : Eficiência de Capital — Intervalos Selecionados. 113

Figura 64 : Período de Retorno — Intervalos Selecionados. 114

Page 13: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

xi

Figura 65 : VPL e TIR vs. Escala — Preços do Ni a USD 4,5/ lb. 116

Figura 66 : Eficiência de Cap. e TIR vs. Escala — Preços do Ni a USD 4,5/ lb. 117

Figura 67 : Escala Mínima — Extrapolação para o VPL e para a TIR. 118

Figura 68 : Escala Mínima — Extrapolação para a Eficiência de Capital. 119

Figura 69 : Modelagem da Taxa de Desconto. 145

Figura 70 : Modelagem dos Preços do Níquel. 146

Figura 71 : Modelagem dos Preços do Cobalto. 147

Figura 72 : Modelagem do Ajuste dos Investimentos. 148

Figura 73 : Modelagem dos Custos Operacionais. 149

Page 14: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

xii

Lista de Quadros

Quadro 1 : Parâmetros de Desempenho. 51

Quadro 2 : Cronograma de Implementação. 65

Quadro 3 : Referências sobre os Depósitos citados à Tabela 1. 132

Quadro 4 : Aplicação da Legislação sobre Taxação. 134

Quadro 5 : Cálculos dos Fluxos de Caixa e Parâmetros de Desempenho. 142

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xiii

Lista de Tabelas

Tabela 1 : Principais Depósitos de Níquel Laterítico em Desenvolvimento e Implementação — Rota Hidromet. / Rota Não Definida. 34

Tabela 2 : Tamanho do Depósito Médio. 37

Tabela 3 : Reservas do Depósito Médio — Teores. 39

Tabela 4 : Reservas do Depósito Médio — Metal Contido e Tonelagens. 40

Tabela 5 : Curva de Ramp-up. 46

Tabela 6 : Ramp-up da Planta de Ácido. 49

Tabela 7 : Referências de Preços do Ni para o Estudo. 55

Tabela 8 : Referências de Preços do Co para o Estudo. 56

Tabela 9 : Custos dos Investimentos Iniciais para 45 000 tpa Ni. 58

Tabela 10 : Investimentos Iniciais e Capacidade. 60

Tabela 11 : Projetos Maiores Implantados nos Últimos 15 Anos. 62

Tabela 12 : Projetos em Estudos Avançados e Implementação. 63

Tabela 13 : Distribuição dos Custos dos Investimentos Iniciais. 65

Tabela 14 : Investimentos em Reposição e Capacidade. 67

Tabela 15 : Custos Operacionais para 45 000 tpa Ni. 68

Tabela 16 : Custos Operacionais por Atividade para 45 000 tpa Ni. 69

Tabela 17 : Tamanho do Depósito para a Variação Tamanho e do Teor. 75

Tabela 18 : Parâmetros para a Análise de Sensibilidade- Simulação de Monte Carlo. 79

Tabela 19 : Resumo dos Indicadores para as Várias Escalas. 89

Tabela 20 : Efeitos do Financiamento. 100

Page 16: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

xiv

Tabela 21 : Depreciação. 140

Page 17: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

xv

Lista de Acrônimos, Abreviaturas e Expressões

CFEM Compensação financeira pela exploração dos recursos minerais.

COFINS Contribuição para o financiamento da seguridade social.

CSLL Contribuição social sobre o lucro líquido.

ICMS Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre

prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de

comunicação.

IRPJ Imposto de renda das pessoas jurídicas.

ISS Imposto sobre serviços.

PIS Programa de Integração Social.

PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor.

FC Fluxo de caixa.

VPI Valor presente dos investimentos (no empreendimento).

VPL Valor presente líquido (do empreendimento).

PBP/ PPB Período de retorno (do empreendimento), do inglês: pay back period,

freqüentemente referido como: período de pay back.

TIR Taxa interna de retorno.

capex Investimentos de capital (do inglês: capital expenditures), expressão em

inglês de uso bem estabelecido.

opex Custos operacionais (do inglês: operational expenditures), expressão em

inglês de uso bem estabelecido.

sustaining

capital

Valor dos investimentos em reposição (de equipame ntos e instalações),

expressão em inglês de uso bem estabelecido.

hurdle rate Taxa de barreira: taxa de atratividade mínima exigida pelo investidor para

um empreendimento, expressão em inglês de uso bem estabelecido.

Page 18: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

xvi

blendagem Composição de vários materiais a fim de manter a alimentação da produção

sob controle (do inglês: to blend). É um anglicismo de uso bem estabelecido

em mineração, empregado em especial no contexto de planejamento de

mina.

MHP Produto intermediário de uma das rotas de lixiviação ácida sob pressão,

constituído de um hidróxido misto de Ni e Co com cerca de 50% de Ni (em

inglês: Mixed Hyroxide Product).

MSP Produto intermediário de uma das rotas de lixiviação ácida sob pressão,

constituído de um sulfeto misto de Ni e Co com cerca de 50% de Ni (em

inglês: Mixed Sulphide Product).

PAL/HPAL/

HiPAL

Lixiviação ácida sob (alta) pressão (a partir do inglês: — High — Pressure

Acid Leaching).

ramp-up Conjunto de eventos que ocorrem entre a construção de um empreendimento

e o momento em que este atinge a capacidade nominal após o

comissionamento (do inglês, to ramp up: galgar uma rampa).

Por extensão, comumente empregado para descrever o período de tempo

correspondente.

Algumas vezes referido como posta-em-marcha, mas esta última expressão

em português costuma ser vaga e, em geral, refere-se somente ao

comissionamento.

EPC/EPCM Refere-se a(os — custos com) contratos para execução de serviços de

engenharia, aquisição de materiais e serviços e gerenciamento de construção

(em inglês: Engineering, Procurement and Construction — Management)

usualmente empregados na implementação de empreendimentos de grande

porte. É uma expressão em inglês sem equivalência em português cujo uso é

bem estabelecido.

n.d. Não disponível.

Page 19: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

1

1 OBJETIVO E APRESENTAÇÃO

Foi realizada uma série estudos sobre o aproveitamento de um depósito de níquel

laterítico através de rota hidrometalúrgica de lixiviação ácida sob pressão, tendo como

objetivo definir a capacidade do empreendimento.

A definição de escala em mineração é parte importante dos estudos de pré-viabilidade

quando se realiza o estudo das alternativas quanto aos métodos de lavra e rotas de

processo. Esses parâmetros, em geral, têm o maior impacto na decisão sobre a escala de

produção. Os estudos se situam nesse contexto.

Estudou-se um depósito hipotético de tamanho médio dentre aqueles que estão em

desenvolvimento e implementação, considerando-se uma operação verticalizada.

O depósito-tipo foi estudado para várias escalas de produção entre 45 000 tpa Ni e

300 000 tpa Ni, estabelecendo-se o plano de aproveitamento e um modelo de avaliação

econômica baseados em parâmetros técnicos, custos de investimento e custos operacionais

obtidos a partir de dados da indústria.

Empregou-se a metodologia de análise econômica de empreendimentos através de

estimativas de fluxos de caixa descontados, realizando-se análise de sensibilidade para os

parâmetros mais importantes, computando-se e interpretando-se os índices de eficiência

econômica relevantes no contexto de avaliação de projetos de mineração, o que permitiu a

recomendação da escala a ser adotada.

A definição do intervalo de escala a ser estudado foi inicialmente fundamentada em

estudos intermediários do Programa (RODRIGUES, 2006), quando se abordou o problema

tendo em conta um conjunto diferente de premissas para um intervalo entre 30 000 tpa Ni e

80 000 tpa Ni, sem, entretanto, se encontrar inflexão nos indicadores que pudessem levar à

conclusão quanto à escala recomendável. O limite inferior adotado nesta oportunidade

corresponde à mediana dos projetos em estudos e implementação (ver Tabela 1) e o limite

superior foi encontrado após análise dos indicadores de desempenho nas simulações

iniciais. Conforme se justifica na seção 6.2, as simulações a 200 000 tpa Ni e

300 000 tpa Ni são pouco realistas e consistem em um exercício que se justifica para que

Page 20: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

2

estabelecer uma amplitude de escala suficiente a fim de se definir o valor recomendável

para a capacidade.

A justificativa e relevância dos estudos é discutida no capítulo 2. O capítulo 3 trata da

revisão bibliográfica.

O capítulo 4 apresenta um sumário sobre as condições do mercado de Ni e permite

estabelecer o contexto quanto às dimensões de produção e limites de mercado, abordando a

questão do uso do metal e da origem da produção. A seção 4.1 foca nos projetos mais

recentes e em implementação, e discute a importância do aproveitamento das lateritas de

níquel, em particular aquelas em que o aproveitamento é feito através das rotas de

lixiviação ácida sob pressão — que correspondem à maior parte da capacidade em

implementação.

O capítulo 5 descreve de forma simplificada o processo de aproveitamento de níquel

laterítico através das rotas de lixiviação ácida sob pressão.

O capítulo 6 descreve a metodologia empregada: a seção 6.1 destaca a bibliografia de

referência utilizada, na seção 6.2 são feitas considerações iniciais sobre as escalas de

produção estudadas. As características de tamanho e qualidade do depósito-tipo são

definidas na seção 6.3. O plano de aproveitamento do depósito foi estabelecido através dos

estudos relatados na seção 6.4.

O modelo para a análise de desempenho foi estabelecido conforme se reporta na

seção 6.5. Algumas premissas são estabelecidas na seção 6.5.1, onde também se

estabelece o conjunto de indicadores de desempenho utilizado. Na seção 6.5.2 são

calibrados os custos e discutidos os preços utilizados. O orçamento em detalhe dos custos

dos investimentos iniciais e dos custos operacionais é abordado nas seções 6.5.3 e 6.5.4,

respectivamente. A definição do cenário de taxação foi feita conforme disposto na

seção 6.5.5. A seção 6.5.6 estabelece as condições do financiamento através de recursos de

terceiros. O cálculo dos parâmetros de eficiência econômica foi feito através do modelo

estabelecido na seção 6.5.7. A seção 6.6 apresenta a metodologia e a parametrização

utilizada para a análise de sensibilidade.

Page 21: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

3

O capítulo 7 mostra os resultados encontrados e discute os mesmos: na seção 7.1 são

mostradas a metodologia de avaliação de desempenho e o perfil do empreendimento com

base nos resultados obtidos para a escala de 45 000 tpa Ni, na seção 7.2 são discutidos os

resultados do caso base para as várias escalas estudadas. A seção 7.3 apresenta os

resultados para a análise de sensibilidade.

O capítulo 8 apresenta as conclusões da avaliação, recomendando-se a escala a ser

implementada.

O capítulo 9 dispõe sobre a extensão dos estudos através do aprofundamento da questão

da volatilidade empregada para as análises de sensibilidade e da aplicação da abordagem

pela Teoria das Opções Reais.

Page 22: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

4

2 JUSTIFICATIVA

O mercado de mineração experimenta atualmente uma fase muito positiva como

decorrência do ritmo de crescimento da economia global que, ao que tudo indica, é

sustentável. O mercado de níquel tem se destacado pela alta apreciação do metal, resultado

da escassez recente do mesmo, derivada da falta de investimento em novos projetos após

uma fase de preços baixos no início dos anos 2000, e é provável que seja estabelecido um

novo patamar de preços acima da média histórica. Esta conjuntura tem incentivado a

implementação de uma série de projetos — alguns deles de grande porte — a fim de

equilibrar a oferta e o consumo.

As lateritas de níquel, em especial aquelas em que o aproveitamento é feito através de

rotas de lixiviação ácida sob pressão, são a maior fonte potencial para o crescimento da

oferta do metal, e os projetos em desenvolvimento e implementação por meio desta

tecnologia constituem a parcela mais expressiva da capacidade a ser colocada no mercado

nos próximos anos.

Os projetos que vêm sendo desenvolvidos através dessa linha tecnológica mais

recentemente são de grande porte, a fim de que sejam capturadas economias de escala e

diluídos os gastos com utilidades e infra-estrutura.

A definição da capacidade destes empreendimentos é complexa, pois envolve uma

tecnologia que ainda está em amadurecimento e grande capital investido — o que pode ser

uma limitação em si. Além disso, a rentabilidade destas operações pode ser mais baixa que

aquela das operações onde o aproveitamento se dá através de outras linhas tecnológicas,

como reflexo dos teores de alimentação, mais baixos que aqueles de outras rotas de

processo.

Alguns novos projetos de níquel de grande porte vêm sendo desenvolvidos e

implementados no Brasil, que tem um estoque de recursos de minério laterítico apreciável

e deve se tornar um produtor expressivo do metal no médio prazo.

Page 23: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

5

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Considerando a especificidade de cada aplicação em termos não somente da tecnologia

empregada, como, principalmente, das características de tamanho e qualidade de cada

depósito, não há procedimentos bem estabelecidos para a definição de capacidade de

empreendimentos em mineração. Embora técnicas de otimização estejam bem

desenvolvidas, sua aplicação neste contexto não é comum e a escolha da escala de

produção é, em geral, delineada através de tentativa e erro a partir dos parâmetros técnicos

para a definição de capacidade, sendo que a definição é feita após a aná lise dos parâmetros

estratégicos que afetam cada projeto (uma relação destes parâmetros é apresentada na

introdução do capítulo 6).

Consultou-se uma série de fontes durante os estudos, privilegiando-se aquelas de

natureza pública e independente. Em alguns aspectos, entretanto, estas fontes não contêm

toda a informação necessária para os estudos, tendo-se recorrido, em segundo lugar, às

informações obtidas a partir de estudos feitos por empresas especializadas em estudos de

mercado — que costumam ser citadas parcialmente pelas empresas produtoras e por

aquelas que têm projetos em desenvolvimento e implementação. Utilizaram-se, ainda, as

informações contidas nos relatórios anuais das empresas produtoras e daquelas que têm

projetos em desenvolvimento e implementação e apresentações destas empresas ao

mercado investidor. Finalmente, recorreu-se às informações constantes nos sítios destas

empresas na internet.

Uma revisão do aproveitamento de níquel laterítico através das várias rotas de processo

pode ser encontrada em DALVI, BACON e OSBORNE (2004) e em ELIAS (2002). No

primeiro trabalho, os autores citam referências de capacidade mínima para projetos de

aproveitamento de níquel laterítico por rotas de lixiviação ácida sob pressão para as

condições de mercado da época — nem todas declaradas.

Uma relação das referências mais relevantes utilizadas é mostrada na seção 6.1.

Page 24: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

6

4 O MERCADO DE NÍQUEL — SUMÁRIO

Este capítulo apresenta um sumário sobre o mercado de níquel, com o intuito de

colocar em perspectiva, principalmente, as questões relativas ao uso e à produção do

níquel. As questões dos custos dos produtores e expectativas de preços são abordadas na

seção 6.5.2.

A demanda de níquel está altamente aquecida, motivada pelo crescimento econômico

global e pelo crescimento do consumo de aços inoxidáveis, maior mercado consumidor.

A oferta do metal tem sido limitada, verificando-se, no primeiro semestre de 2007,

situações em que os estoques na Bolsa de Mercadorias de Londres (LME) caíram a níveis

tão baixos quanto 1 dia de consumo. Esta conjuntura se justifica em grande medida pelo

atraso da entrada em operação de projetos de dimensões mais expressivas, motivado pelos

níveis de preços muito baixos atingidos durante a última fase de queda de preços, entre o

final da década de 1990 e início da década de 2000, pelo alto volume de capital necessário

e pelo perfil de risco dos empreendimentos em estudos e implementação.

Page 25: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

7

Os preços do metal têm sido crescentes desde 2001, atingindo um pico de

USD 54 000 / t Ni (USD 25 /lb Ni) no primeiro trimestre de 2007 e caindo para cerca de

USD 14 /lb no momento. A Figura 1 mostra a evolução dos preços e estoques na LME

entre o início de 1999 e setembro de 20071:

USD

/t N

i

esto

ques

(t N

i)

legenda preços linha em preto, escala à esquerda.

estoques área em azul, escala à direita.

Figura 1: Preços e Estoques de Ni entre 1999 e Setembro de 2007.

Fonte: CVRD Inco. LME Cash London Metal Exchange (2007).

Esta conjuntura tem estimulado o desenvolvimento e implementação de uma série de

projetos que, até então, estavam em ritmo lento ou com o desenvolvimento suspenso, com

destaque para o aproveitamento de depósitos de minério laterítico, em especial daqueles

1 O pico de preços verificado no segundo trimestre de 2007 foi resultante de uma escassez de oferta sem precedentes no mercado de Ni — os estoques na LME chegaram a pontos tão baixos quanto 1 dia de consumo e, ao mesmo tempo, os estoques em poder dos maiores consumidores, as aciarias, se encontravam em um ponto muito baixo — e alguma ação especulativa. A queda de preços foi resultante da entrada no mercado de uma quantidade expressiva de gusa-níquel, originária, principalmente, de produção asiática. Um estudo do mecanismo de equilíbrio da demanda e da oferta e formação dos preços do Ni foge ao escopo deste trabalho, mas o assunto foi abordado em estudos intermediários deste Programa (RODRIGUES e RODRIGUES, 2006), onde podem ser encontrados maiores detalhes; em especial, a questão do equilíbrio entre demanda e oferta no período recente é tratada por HAND (2006, p. 71).

Page 26: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

8

com o aproveitamento através das rotas de processo hidrometalúrgicas, que constituem a

maior parte do estoque de reservas disponíveis. Este assunto é discutido na seção 4.1.

A Figura 2 mostra o crescimento da produção industrial e da demanda de metais

básicos, minério de ferro, alumínio e aços inoxidáveis desde a década de 60.

legenda

referên-cia

cresci-mento anual

aços inox.

5,9%

Al 4,5% (sólido) Ni 4,0% (tracejado) produção

industrial 4,0%

Zn 2,9%

Cu 2,8%

Pb 1,7%

min. de Fe

2,4%

índi

ce

Sn 0,7%

Figura 2: Crescimento Industrial e da Demanda de Metais e Aços Inoxidáveis.

Fonte: JONES (2005).

O níquel foi o metal que apresentou o segundo maior crescimento no período, como

conseqüência do crescimento do consumo de aços inoxidáveis, acompanhando de perto o

crescimento da produção industrial.

Page 27: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

9

A Figura 3 mostra a distribuição do consumo de níquel por primeiro uso e o

crescimento de cada segmento com base em dados de 2002:

65%

12%

7%

5%5%

4%2%

aço inoxidável (3%)

ligas não-ferrosas (2%)

recobrimento (1%)

aços ligados (1%)

fundição (1%)

baterias (5%)

outros (1%)

legenda: participação ao lado das fatias, crescimento na legenda, entre parêntesis. Figura 3: Consumo de Níquel por Primeiro Uso — Base 2002.

Fonte: POINTON et al. (2003, p. 65).

O mercado de aços inoxidáveis é, com muita preponderância, o maior consumidor de

níquel, abastecendo-se de níquel primário e sucata de Ni. O crescimento do mercado de

aços inoxidáveis acompanha o crescimento industrial. O mercado que mais cresce é o de

baterias (baterias de hidreto de Ni, em inglês: nickel metal hydride, NiMH), mas é um

mercado, ainda, de pequenas dimensões e onde a substituição é fácil e mais sensível aos

níveis de preços (USGS, 2006b).

O consumo de níquel em outros mercados além dos aços inoxidáveis se dá nos setores

de ligas não-ferrosas (12% do consumo ao tempo do levantamento da Figura 3),

recobrimento (7%), aços ligados diversos (5%), fundição (5%), baterias (4%) e outros usos

(2%). Com exceção do mercado de baterias, o mercado para esses usos tem apresentado

um crescimento menor que o do mercado de aços inoxidáveis, predominantemente em

função do nível de preços do níquel e de que a substituição é mais fácil nas aplicações a

que se destinam estes outros produtos.

Page 28: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

10

A Figura 4 mostra a evolução do consumo de níquel por uso final e projeção do

consumo até 2010:

legenda

outros

recobrimento

fundição

superligas

ligas

1000

tpa

Ni

aços inoxidáveis

Figura 4: Evolução do Consumo de Níquel por Uso Final — Projeção até 2010.

Fonte: JOHNSTON (2005b, p. 5).

Os aços ligados e as superligas são utilizados, principalmente, em aplicações na

indústria aeroespacial (principalmente em turbinas) e em turbinas terrestres utilizadas para

a geração de energia.

A maior parte do crescimento mais recente do mercado de Ni se justifica a partir do

aumento do consumo chinês. Espera-se que a China apresente o mesmo comportamento

anteriormente observado nos Estados Unidos da América e Europa durante os anos 50, no

Japão na década de 60 e na Coréia do Sul e Taiwan nos anos 90, como conseqüência da

industrialização e aumento da renda da população. Estes últimos mercados hoje estão

maduros e apresentam uma taxa de crescimento menor.

Page 29: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

11

A Figura 5 mostra a evolução da demanda de aços inoxidáveis por região desde 2004 e

projeção até 2009:

legenda

outros

Japão

Coréia e Taiwan

EUA

Europa

Mt a

ço in

ox

China

Figura 5: Evolução da Demanda de Aço Inox por Região — Projeção até 2009.

Fonte: HAND (2006, p. 89).

A proporção de níquel primário consumida na produção de aços inoxidáveis depende

da quantidade de aço produzida, da intensidade do uso de ligas austeníticas (aços

inoxidáveis ligados ao Ni — cerca de 75% do total da produção dos aços inoxidáveis)

e, ainda, da disponibilidade de sucata de Ni, utilizada preferencialmente pelos produtores

de aços inoxidáveis — além do Ni, a sucata contém também Fe, Cr e Mo, que são

interessantes para os produtores de aços inoxidáveis.

A quantidade de níquel consumido a partir de sucata neste mercado é estimada

entre 30% e 60% das necessidades. Esta proporção depende da disponibilidade e preços da

sucata, e, ainda, do método de cômputo. O mercado de sucata é muito pouco transparente e

seus fundamentos são complexos, o que dificulta a compreensão dos mecanismos

envolvidos, encontrando-se resultados contraditórios (Inco, 2003; POINTON, 2005 e

International Stainless Steel Forum, 2006).

Page 30: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

12

A Figura 6 mostra a distribuição das reservas e da base de reservas de Ni por país:

Totais 63 Mt Ni / 143 Mt Ni

22.0

6.6

5.6

4.9

4.5

4.4

3.7

3.2

1.1

1.0

0.9

0.8

0.6

0.5

0.5

0.1 2.

1

88%

0.0

5.0

10.0

15.0

20.0

25.0

30.0

Aus

trál

iaR

ússi

aC

uba

Can

adá

Bra

sil

N. C

aled

ônia

Áfr

. do

Sul

Indo

nési

a

Chi

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. Dom

inic

.V

enez

uela

Bot

suan

a

Gré

cia

Zim

bábu

eO

utro

s

Mt N

i con

t.

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%100%

% a

cum

ulad

o

reservas

base de reservas

'

Figura 6: Distribuição das Reservas e Base de Reservas por País2.

Fonte: USGS (2006b).

As reservas são relativamente concentradas, sendo que os oito países detentores das

maiores reservas — com reservas acima de 3 Mt de Ni contido — concentram 88% das

reservas conhecidas: Austrália, Rússia, Cuba, Canadá, Brasil, Nova Caledônia, África do

Sul e Indonésia.

2 As definições da classificação de reservas utilizada pelo USGS podem ser encontradas em USGS (2006a, p. 195-197).

Page 31: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

13

A Figura 7 mostra a distribuição da produção de Ni minerado por país de origem,

tomando como referência o metal contido no minério:

Total 1 400 000 tpa Ni

187178133118

75 73 6447 46 40 33 22 21 17 10 24

315 82%

0

50100

150

200

250

300

350R

ússi

a

Can

adá

Aus

trália

Indo

nési

a

N. C

aled

ônia

Col

ômbi

a

Cub

aC

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.

Bra

sil

Áfr

. do

Sul

Bot

suan

aG

réci

a

Ven

ezue

la

Filip

inas

Zim

bábu

e

Out

ros

1000

tpa

Ni c

ont.

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%100%

% a

cum

ulad

o

Figura 7: Produção Global de Níquel Minerado por País em 2004.

Fonte: USGS (2006b, op. cit.).

A produção de Ni minerado é, também, concentrada em alguns países, sendo que os

sete maiores produtores — que produzem mais de 50 000 tpa Ni — concentram 82% da

mesma: Rússia, Canadá, Austrália, Indonésia, Nova Caledônia, Colômbia, Cuba e China.

Page 32: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

14

A Figura 8 mostra a distribuição da produção de níquel refinado por país com base em

dados de 2003:

(produtores > 20 kta) / Total 1 239 000 tpa Ni

260

165139

124

77 65 56 51 48 42 41 34 27 24

86

76%

0

50

100

150

200

250

300R

ússi

a

Japã

o

Aus

trál

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Can

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Nor

uega

Chi

na

Finl

ândi

a

N. C

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Cub

a

Áfr

. do

Sul

Ingl

ater

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Rep

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.

Bra

sil

outr

os (<

20 k

ta)

1000

tpa

Ni c

ont.

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%100%

% a

cum

ulad

o

Figura 8: Produção Global de Níquel Refinado por País em 2003.

Fonte: USGS (2003).

Também neste caso, a produção é concentrada; porém em alguns países diferentes em

relação à produção de minério: Rússia, Japão, Austrália, Canadá, Noruega, China,

Finlândia e Nova Caledônia produzem mais que 50 000 tpa e concentram 76% da produção

mundial.

Page 33: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

15

A Figura 9 compara a produção nas minas e o refino com base em dados de 2004 e

2003, respectivamente, tomando como referência o conteúdo metálico:

0

50

100

150

200

250

300

350

Rús

sia

Japã

o

Can

adá

Aus

trál

ia

Nor

uega

Chi

na

Finl

ândi

a

N. C

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Col

ômbi

a

Cub

a

Áfr

. do

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Ingl

ater

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Rep

. Dom

inic

.

Bra

sil

Gré

cia

Ven

ezue

la

Zim

bábu

e

Indo

nési

a

Bot

suan

a

Filip

inas

1000

tpa

Ni

mineração 2004

refino 2003

Figura 9: Mineração e Produção Global de Níquel Refinado por País.

Fonte: Adaptado de USGS (2006b, 2003, op. cit.).

Dentre os grandes produtores de minério de Ni, a Indonésia e a Nova Caledônia

exportam a maior parte de sua produção para refino, principalmente, no Japão, Austrália e

França. A Noruega e a Finlândia são produtores de porte médio de níquel refinado,

importando produtos intermediários a partir do Canadá e outras fontes, a produção da

Inglaterra também provém de concentrados importados.

O único produtor de níquel refinado no Brasil é a Companhia Níquel Tocantins, do

grupo Votorantim, que produz cerca de 20 000 tpa Ni contidas em carbonato de níquel em

sua unidade em Niquelândia, GO, e refina este produto ao catodo em

São Miguel Paulista, SP. A Codemin, do grupo Anglo American, produz 6 500 tpa de Ni

contidas em ferro-níquel em sua unidade em Niquelândia. O grupo Votorantim possui,

ainda, o complexo de Fortaleza de Minas em MG, que produz cerca de 7 000 tpa Ni

contidas em matte de níquel e exporta para refino pela OMG na Finlândia (adaptado de

SILVA, C., 2005).

Page 34: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

16

As exportações do Brasil em 2005 foram de 30 000 t em metal e produtos

manufaturados e 236 t em compostos químicos. As importações foram de 15 000 t em

metal e manufaturados e 1 500 t em compostos químicos, resultando um

consumo aparente de 19 000 t, considerada uma produção de 33 000 t (adaptado de

SILVA, C., 2005, op. cit.).

O crescimento da demanda de níquel, impulsionado principalmente pelo crescimento

da demanda de aços inoxidáveis, tem sido sustentável. O crescimento anual do mercado de

níquel primário é estimado entre 3% e 5% ao ano, sob condições de demanda firme

(ROSKILL — Metals and Mineral Reports, 2006). A evolução e a projeção do consumo e

da oferta, para o período mais recente, são mostradas na Figura 10:

1,243 1,264 1,3011,352

1,428

(200)

0

200

400

600

800

1,000

1,200

1,400

1,600

2003 2004 2005 2006 (est.) 2007 (est.)

1000

tpa

Ni

consumo

oferta

balanço

Figura 10: Consumo e Oferta Global de Níquel Refinado entre 2003 e 2007.

Fonte: JOHNSTON (2005 b, op. cit., p. 4), a partir de Jim Lennon e Macquarie Research September 2005.

A referência básica para cotação dos preços de Ni são as cotações dos contratos de

comercialização do metal na Bolsa de Mercadorias de Londres, que serve como um

mercado terminal para o metal, arbitrando o preço e assegurando liquidez e transparência

na formação dos preços.

Page 35: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

17

4.1 Projetos em Desenvolvimento e Implementação / As Lateritas por PAL / Projetos Maiores em Implementação no Brasil

O aumento dos preços do níquel e a conseqüente capitalização dos produtores têm tido,

mais recentemente, um efeito sinérgico positivo: depósitos anteriormente marginais vêm se

tornando mais atraentes e há estoques de capital disponíveis para o desenvolvimento e

implementação de novos projetos. Alinhados com a expectativa de crescimento da

demanda, estes fundamentos têm levado à aceleração da implementação de vários projetos,

alguns deles de grande porte.

A maior parte das reservas disponíveis — 60% — é de minérios lateríticos, os 40%

restantes correspondem aos minérios sulfetados. Dentre os minérios lateríticos,

predominam os limoníticos (cerca de 60% a 70% — USGS, 2003, op. cit., ELIAS, 2002,

op. cit. p. 9) sobre os saprolíticos (cerca de 30% a 40%). Essa distribuição é um importante

condicionante do desenvolvimento recente de vários projetos de aproveitamento de

lateritas, notadamente aqueles que utilizam rotas de

lixiviação sob pressão.

Page 36: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

18

A Figura 11 mostra a evolução da produção global de níquel a partir de minérios

sulfetados e lateríticos, e a posição de recursos em 2005:

produção recursos

1000

tpa

Ni

Mt N

i con

t.

legenda sulfetos lateritas Figura 11: Produção e Recursos entre Minérios Sulfetados e Lateritas.

Fonte: JOHNSTON (2005b, op. cit., p. 8)3.

Portanto, aos níveis atuais, cerca de 60% da produção provém de minérios sulfetados e

os 40% restantes de minérios lateríticos. Considerando o estoque de reservas disponíveis e

a evolução tecnológica, a tendência é que essa distribuição se inverta.

3 O autor não cita os critérios de classificação utilizados para os recursos relacionados, mas a estimativa apresentada concorda com os dados citados por ELIAS (2002, op. cit., p. 9), DALVI, BACON E OSBORNE (2004, op. cit., p. 2) e USGS (2006b, op. cit., p. 2) — este último trabalho segue a classificação utilizada pelo USGS (USGS, 2006a, op. cit., p. 195-197).

Page 37: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

19

A Figura 12 mostra a distribuição dos projetos a serem implementados até 2011, por

tipo de minério e linha de aproveitamento:

total 433 ( em 1000 tpa Ni)

96

139198

laterita / HPAL

laterita / Fe-Ni

sulfetos

Figura 12: Projetos em Estudos e Implementação por Tipo de Minério.

Fonte: BELL e THANGAVELU (2007).

A Figura 13 mostra um esquema simplificado da aplicação de diferentes rotas de

processo de acordo com o tipo de minério de Ni:

Page 38: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

20

Ni metálico Co metálicoNi metálicoliga de Fe-Ni /matte de Ni

refino

pirometalurgia matte de Ni

refino

minério sulfetado minério laterítico

flotaçãoconcentrado de

flotaçãolixiviação ácida ou

amoniacal

minério garnierítico minério limonítico

pirometalurgia e refino

intermediário (MHP , MSP, carbonato)

Figura 13: Esquema Simplificado das Rotas de Processo de Minérios de Ni.

Page 39: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

21

Os minérios sulfetados são aproveitados através de concentração (flotação),

pirometalurgia e refino do concentrado para obtenção do metal.

Os minérios garnieríticos são aproveitados através de rotas pirometalúrgicas;

essencialmente para a obtenção de ferro-níquel; pode-se, também, produzir matte de Ni, e;

mais recentemente, tem-se produzido algum gusa-níquel.

Os minérios limoníticos são aproveitados através de rotas hidrometalúrgicas, em geral

através de lixiviação ácida sob pressão. Umas poucas plantas mais antigas ainda utilizam

lixiviação amoniacal.

O aproveitamento dos minérios limoníticos por lixiviação ácida sob pressão é de

desenvolvimento recente (com exceção da planta de Moa Bay) e está sujeito a certos riscos

tecnológicos. Além disso, os teores de alimentação para os processos de aproveitamento

dos minérios limoníticos costumam ser mais baixos que aqueles para o aproveitamento dos

minérios garnieríticos, o que leva a uma rentabilidade potencialmente mais baixa,

aumentando o risco dos empreendimentos. Por outro lado, os minérios limoníticos

correspondem à maior parte do estoque de recursos disponíveis, o que tem levado à

implementação de maior quantidade de projetos através de rotas de lixiviação sob pressão

mais recentemente, a maior parte de grande porte, como os projetos Ravensthorpe/Yabulu,

da BHP Billiton e Goro da CVRD Inco.

É oportuno notar que a extração de níquel a partir de lateritas, através de rotas

hidrometalúrgicas de lixiviação sob pressão, permite melhor aproveitamento do perfil

laterítico, alimentando-se à planta material que, para outras rotas de processo, seria

considerada como estéril.

Outra característica da extração através das rotas hidrometalúrgicas é o aproveitamento

do Co, que responde, tipicamente, por cerca de 15% do faturamento desse tipo de

operação, e não pode ser aproveitado nas rotas pirometalúrgicas.

Uma série de projetos está em desenvolvimento avançado e implementação no Brasil,

alguns deles de grande porte: o Onça-Puma, da CVRD Inco, com capacidade para

57 000 tpa Ni contidas em Fe-Ni, que entrará em operação em 2008; o de Barro Alto, da

Page 40: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

22

Anglo American, com capacidade para 36 000 tpa Ni, também para a produção de Fe-Ni, e

que entrará em operação em 2010 (Anglo American, 2007); e o Níquel do Vermelho, para

a produção de Ni metálico, também da CVRD Inco, com capacidade para 46 000 tpa Ni,

que entrará em operação em 2011. A capacidade combinada desses projetos é de cerca de

140 000 tpa Ni. Caso essa expectativa se confirme, o país deve se tornar um produtor

expressivo de níquel no futuro próximo. Estão, ainda, em exploração avançada, alguns

outros depósitos no país.

Page 41: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

23

5 LIXIVIAÇÃO ÁCIDA SOB PRESSÃO APLICADA PARA O

APROVEITAMENTO DE NÍQUEL LATERÍTICO — SUMÁRIO

O aproveitamento de níquel laterítico através de rotas hidrometalúrgicas de lixiviação

ácida sob pressão (em inglês: pressure acid leaching — PAL, também, high-pressure acid

leaching — HPAL, HiPAL) foi desenvolvido no final da década de 50 e, primeiramente,

aplicado na planta de Moa Bay, Cuba, que permaneceu por muitos anos como a única

operação a utilizar esta rota de processo. A tecnologia foi retomada no final dos anos 90

com a implementação de três operações no cinturão de ofiolitos de Yalgarn, próximo a

Kalgoorlie, na Austrália Ocidental (DALVI, BACON E OSBORNE, 2004, op. cit.,

ELIAS, 2002, op. cit.).

O conhecimento da tecnologia, quando da implementação dos projetos da Austrália

Ocidental no final da década de 90, era mais incipiente, e esses projetos enfrentaram uma

série de dificuldades em seu financiamento. Esta conjuntura levou a uma série de

dificuldades na sua implementação e operação. Mais recentemente, a tecnologia vem sendo

melhor conhecida e os riscos vêm sendo mapeados e mitigados no desenvolvimento e

implementação dos projetos mais recentes, empregando-se uma abordagem mais

conservadora.

A proporção mais expressiva da produção adicional de níquel a ser implementada nos

próximos anos fará uso dessa tecnologia. Dois projetos de grandes dimensões estão em

implementação: Ravensthorpe/Yabulu, no qual será produzido um hidróxido misto, em

Ravensthorpe, na Austrália Ocidental, cujo refino será feito na refinaria de Yabulu, em

Queensland, e Goro, na Nova Caledônia, onde será produzido óxido de Ni. Há outros

projetos em estudos avançados, dentre eles o Níquel do Vermelho, na região de Carajás,

Brasil, e Ambatovy, em Madagascar. A Tabela 1 mostra uma relação mais extensa,

incluindo projetos em estágio menos avançado, e a Tabela 12 mostra informações

relevantes sobre os projetos em implementação e desenvolvimento avançado.

Um esquema simplificado do processo de aproveitamento de lateritas de níquel através

de rotas de lixiviação sob pressão é mostrado na Figura 14:

Page 42: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

24

Figura 14: Diagrama Simplificado do Processo de Lixiviação sob Pressão.

Page 43: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

25

A Figura 15 mostra a planta de Murrim Murrim, da Minara Resources em Minara,

próximo a Leonora, na Austrália Ocidental:

Figura 15: Visão Geral da Planta de Murrim Murrim.

Fonte: Anaconda Nickel (2002).

O minério é alimentado na planta, podendo passar por um beneficiamento para descarte

da sílica e enriquecimento na fração argilosa portadora de Ni, e segue para a lixiviação

ácida sob pressão em autoclaves a alta temperatura e pressão. O ácido sulfúrico dissolve o

Ni e Co em conjunto com uma série de outros metais. O ataque ácido é feito a alta

temperatura e pressão a fim de minimizar a dissolução do Fe.

A adição de calcário à pressão e temperatura ambientes aumenta o pH da solução,

precipitando o Fe que foi dissolvido, que é separado através de decantação em

contracorrente. Após a neutralização secundária, feita com cal, que permite a precipitação

do Mn, os rejeitos são enviados à barragem.

Page 44: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

26

A Figura 16 mostra as áreas de lixiviação e decantação em contracorrente da planta de

Murrim Murrim:

Figura 16: Áreas de Lixiviação e Decantação da Planta de Murrim Murrim.

Fonte: JOHNSTON (2005a).

Após a clarificação da solução, é adicionada magnésia, o que leva à precipitação de um

hidróxido misto de Ni e Co, ainda impuro, com cerca de 50% de Ni (mixed hydroxide

product — MHP). Este produto intermediário pode ser comercializado, não havendo

necessidade de se construir as instalações para refino nesta hipótese.

O hidróxido misto é relixiviado em amônia, que é seletiva em relação ao Ni e Co. A

solução resultante segue para a extração por solventes. Os produtos desta etapa são

enviados para a eletrólise, obtendo-se Ni, Co e Cu metálicos.

Em outra rota, o agente precipitante é o H2S e o produto intermediário é um sulfeto

misto de Ni e Co (mixed sulphide product — MSP), também comercializável.

Page 45: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

27

O sulfeto misto é oxidado em uma segunda bateria de autoclaves menores, obtendo-se

sulfatos de Ni e Co. Uma extração por solventes separa os sulfatos de Ni e Co. Estes

sulfatos são reduzidos em presença de H2 e amônia, levando à precipitação de Ni e Co

metálicos em um terceiro conjunto de autoclaves. A partir da amônia se produz sulfato de

amônio, um subproduto.

Para os minérios ricos em Si, o beneficiamento antes da lixiviação ácida sob pressão

permite o descarte da fração silicosa (tipicamente 30% a 50% da massa) e enriquecimento

na fração mais argilosa a custos muito baixos com perda aceitável de Ni (ELIAS, 2002, op.

cit., p. 15).

A rota de processo através da precipitação de hidróxido misto é um aperfeiçoamento do

Processo Caron que é empregada em Cawse, planta da OMG na Austrália Ocidental, e

ainda é empregada na refinaria de Yabulu, em Queensland, Austrália, que está sofrendo

uma reforma maior e sendo expandida. Essa rota de processo vem sendo estudada para o

Projeto Níquel do Vermelho da CVRD Inco na região de Carajás, Brasil.

A rota de processo através de sulfeto misto é baseada no processo desenvolvido para

Moa Bay, em Moa Bay, Cuba, do Governo Cubano e Sherritt, e é aplicada, também, em

Murrim Murrim, da Minara Resources na Austrália Ocidental. Essa rota de processo está

em estudos para aplicação em Ambatovy, um projeto da Sherritt e Sumitomo, em

Madagascar.

A maior parte das operações é verticalizada (como em Murrim Murrim,

Ravensthorpe/Yabulu, Vermelho e Ambatovy), produzindo-se catodos de Ni e Co ou

produtos derivados para comercialização (briquetes, pellets, squares e outros). Em outros

casos, como em Moa Bay, Cawse e Goro, por exemplo, o produto é um sulfeto misto

de Ni e Co, ou um hidróxido misto de Ni e Co, ou um óxido de Ni, respectivamente.

O Co é um subproduto importante do aproveitamento de Ni através das rotas

hidrometalúrgicas. O Cu é um subproduto sem significado econômico, mas é uma

importante impureza que só é retirada no final do processo, produzindo-se catodos de

cobre.

Page 46: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

28

6 METODOLOGIA

A definição de escala em empreendimentos de mineração depende de uma série de

parâmetros: os parâmetros técnicos dizem respeito aos recursos disponíveis e sua

distribuição espacial, à precisão da estimativa de recursos, à distribuição dos vários

elementos presentes nos recursos (seja dos elementos que geram valor, seja das

impurezas), às correlações entre esses elementos, ao seqüenciamento de produção e taxa de

extração, ao equilíbrio entre as unidades que compõem o sistema mina-planta-refinaria e

ao valor estimado dos investimentos e custos operacionais e sua distribuição ao longo das

etapas do processo de produção, principalmente.

Parâmetros de natureza estratégica permitem definir melhor as condições de contorno

do problema, subsidiando a decisão. Os parâmetros estratégicos mais objetivos são: a

posição prevista para um dado projeto face à competitividade com outros existentes e a

serem implementados, a capacidade de financiamento e o custo de capital de um dado

produtor, a análise da cadeia de valor do bem produzido e das opções de entrada

disponíveis face às possibilidades de escolha de dife rentes rotas de processo e nível de

verticalização do empreendimento, a correlação de forças entre os elementos que

constituem esta cadeia, as estimativas de demanda e suas tendências futuras, as estimativas

sobre o cenário de preços e o comportamento esperado dos demais produtores, tendo em

conta a carteira de projetos existentes.

A definição de escala depende, ainda, das disposições estratégicas do operador, da sua

percepção de risco e retorno, das opções disponíveis na sua carteira de projetos em

desenvolvimento e movimentos como o de consolidação do mercado.

Os estudos foram focados nos parâmetros técnicos para a definição da capacidade do

empreendimento, visando maximizar o valor do capital empregado.

Os estudos realizados para estabelecimento do modelo e dos parâmetros de avaliação

são reportados neste capítulo: a seção 6.1 relaciona a bibliografia de referência utilizada,

na seção 6.2, são feitas considerações sobre as escalas que foram estudadas.

A seção 6.3 descreve os procedimentos adotados para estabelecer o tamanho e as

características de qualidade do depósito-tipo. A seção 6.4 mostra a metodologia utilizada

Page 47: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

29

para desenvolver o programa de produção, utilizando como exemplo os resultados obtidos

para a escala de 45 000 tpa Ni, a mais aderente aos dados encontrados na literatura

consultada. A seção 6.5 mostra os procedimentos utilizados para estabelecer o modelo de

avaliação. A seção 6.6 descreve os procedimentos e os parâmetros adotados para a análise

de sensibilidade.

6.1 Bibliografia de Referência

As referências bibliográficas principais são relacionadas adiante, sendo que as

referências menos relevantes são citadas ao longo do texto.

A definição das características do depósito foi feita a partir de parâmetros médios dos

depósitos que estão em desenvolvimento e implementação. Uma relação destes depósitos

encontrada em um trabalho do USGS (USGS, 2003) foi atualizada, ampliada e

aprofundada durante os estudos através de pesquisa das informações fornecidas pelas

empresas detentoras dos direitos minerários (ver Tabela 2 e Quadro 5). As características

de qualidade do depósito foram adaptadas a partir de um perfil típico de depósitos de

níquel laterítico apresentado por ELIAS (2002, op. cit.).

Os dados de custos de investimento e de operação foram adaptados a partir dos estudos

apresentados por DOLAN e NENDICK (2004) e por NEUDORF e HUGGINS (2004),

respectivamente. Os custos de investimentos foram calibrados a partir de informações das

empresas detentoras dos direitos minerários (as fontes são citadas na Tabela 13). A

adaptação dos dados para as várias escalas de produção foi feita através de procedimento

sugerido por O'HARA e SUBOLESKI (1988).

Os custos operacionais foram calibrados através de informação em publicação recente

(HAND, 2006, op. cit.), adaptando-se os valores estimados por

NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.) e os custos operacionais da Minara Resources,

considerada uma correção pela escala de produção.

A situação de taxação foi estabelecida a partir da legislação existente, constante no sítio

eletrônico do DNPM (DNPM, 2000), sendo que a depreciação foi estimada a partir de

procedimentos sugeridos por PAIONE (1998).

Page 48: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

30

A análise econômica seguiu procedimentos usuais para este tipo de estudos, em

especial aqueles estabelecidos na literatura específica para avaliação de empreendimentos

em mineração, principalmente, GENTRY e O’NEIL (1984), MACKENZIE (1997) e

DOGGETT (2001). Os procedimentos de finanças corporativas utilizados são bem

estabelecidos e constam, por exemplo, em GITMAN (1997), DAMODARAN (2000) e

ROSS, WESTERFIELD e JAFFE (2002).

Para os estudos de análise de sens ibilidade, utilizou-se como referência procedimentos

estabelecidos em CLEMEN (1996).

Foram também consultadas as notas das disciplinas cursadas neste Programa,

especialmente, SILVA, V. (2006), SOUSA (2006a), SOUSA (2006b) e

FURTADO (2005).

6.2 Considerações Sobre as Escalas de Produção Estudadas

Foram feitos estudos de aproveitamento para cinco escalas de produção diferentes:

− 45 000 tpa Ni;

− 60 000 tpa Ni;

− 120 000 tpa Ni;

− 200 000 tpa Ni e

− 300 000 tpa Ni.

A definição do intervalo de escala a ser estudado foi inicialmente fundamentada em

estudos de ínterim do Programa (RODRIGUES, 2006), quando se abordou o problema

tendo em conta um conjunto diferente de premissas para um intervalo entre 30 000 tpa Ni e

80 000 tpa Ni, sem, entretanto, se encontrar inflexão nos indicadores que pudessem levar à

conclusão quanto à escala recomendável. O limite inferior adotado nesta oportunidade

corresponde à mediana dos projetos em estudos e implementação (ver Tabela 1) e o limite

superior foi encontrado após análise dos indicadores de desempenho nas simulações

iniciais.

Page 49: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

31

A despeito de grande variação quanto ao tamanho dos recursos, o limite superior de

capacidade para os projetos em implementação e em estudos é de 60 000 tpa Ni, conforme

mostra a Figura 17, baseada na Tabela 1:

0

10

20

30

40

50

60

70

0 500 1,000 1,500 2,000 2,500 3,000 3,500 4,000 4,500 5,000

Ni contido (reservas+ rec. inf.), (1000 t Ni cont.)

capa

cida

de (1

000

tpa

Ni) reservas+rec inf

depósito medianoWowo Gap

Syesrton

Ramu

Marlborough Ravensthorpe

Mount Margaret

Ambatovy

Vermelho

Gag Island

San Felipe

Nakety-Bogota

Goro

Biankouma, Touba e Sipilou

Weda Bay

Pinares de Mayari

KNP

Figura 17: Capacidade vs. Metal Contido para os Projetos da Tabela 1.

A implementação do empreendimento em escalas muito superiores a 60 000 tpa Ni

implica em investimentos muito altos em uma única operação dependente de tecnologia

ainda em maturação, trazendo riscos acima do aceitável para os operadores, limitando,

na prática, a escala dos empreendimentos, conforme se constata a partir dos dados

encontrados na indústria.

Além da capacidade de investimento de um dado operador, os limites de escala dos

empreendimentos são influenciados por outros aspectos: a decisão por capacidades

entre 200 000 tpa Ni e 300 000 tpa Ni corresponderia ao fornecimento de uma fatia do

mercado global de14% ou 21%, respectivamente, a partir de uma mesma operação,

implicando em um risco muito alto para a implementação do empreendimento.

Page 50: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

32

Além disso, a vida útil do empreendimento implementado a essas escalas maiores seria

muito pequena, ou, alternativamente, o tamanho mínimo do depósito exigido para

implementação com um resultado aceitável seria muito grande.

Assim sendo, embora tenham sido feitas simulações dos planos de aproveitamento para

capacidades além de 100 000 tpa Ni — correspondente à capacidade dos maiores

complexos existentes, conforme será discutido no capítulo 8 —, as simulações a

capacidades muito superiores a este valor são pouco realistas.

Portanto, as simulações a 200 000 tpa Ni e 300 000 tpa Ni consistem em um exercício

que se justifica para estabelecer uma amplitude de escala suficiente a fim de se definir o

valor recomendável para a capacidade.

6.3 Definição do Depósito Médio e Inventário de Reservas

A definição do inventário de reservas do depósito a ser estudado foi feita

determinando-se, inicialmente, o tamanho do depósito (seção 6.3.1) e, após este passo, os

parâmetros de qualidade relevantes para o estudo (seção 6.3.2).

6.3.1 Tamanho do Depósito

O tamanho do depósito a ser estudado foi definido a partir do estudo de um conjunto de

depósitos relacionados em um trabalho do USGS (USGS, 2003, op. cit.), cujas

informações sobre tamanho, qualidade e situação atual foram detalhadas e atualizadas,

principalmente a partir das informações das empresas detentoras dos direitos minerários

(ver referências no Quadro 3).

Para a definição do tamanho do depósito a ser estudado, a partir da relação apresentada

pelo USGS (USGS, 2003, op. cit.), selecionou-se os projetos em que o aproveitamento será

feito através de rota hidrometalúrgica (lixiviação ácida sob pressão, na maior parte dos

casos), correspondentes aos depósitos em que há predominância de minérios limoníticos,

ou aqueles cuja rota ainda não foi definida. Foram excluídos, portanto, os projetos de

aproveitamento de níquel laterítico cuja rota já tenha sido definida como sendo através de

Page 51: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

33

processos pirometalúrgicos, correspondentes a depósitos em que predominam minérios

saprolíticos.

A partir desta seleção resulta um perfil para o depósito em estudo no qual os teores de

níquel são, em geral, mais baixos, refletindo com maior aderência às condições de

aproveitamento dos depósitos cuja rota de processo é a de lixiviação sob pressão.

Os dados relevantes destes depósitos são relacionados na Tabela 1. Estão em destaque

(sombreados) os projetos em estudos mais avançados e implementação:

Page 52: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

34

Tabela 1: Principais Depósitos de Níquel Laterítico em Estudos e Implementação — Rota Hidromet. / Rota Não Definida.

Notas: 1. Para a previsão de operação foram usados os dados dos detentores dos direitos minerários (ver Quadro 3). 2. Na ausência de dados para os teores de Co nos recursos inferidos, adotou-se o teor das reservas. Fonte: Adaptado de USGS (2003) conforme o Quadro 3.

Page 53: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

35

A Figura 18 mostra o conteúdo metálico e os teores das reservas mais recursos

inferidos para o conjunto de depósitos relacionados na Tabela 1.

3.9454.129

1.847

2.314

1.5721.800

2.513

4.400

3.394

3.811

3.250

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

Rav

enst

horp

e

Gor

o

Ver

mel

ho

Am

bato

vy

Kal

goor

lie a

nd N

orth

Kal

goor

lie

Wed

a B

ay /

Hal

mah

era

Sech

ol

Min

doro

(Sab

laya

n)

Ram

u R

iver

/K

urum

buka

ri

Mar

lbor

ough

/Gla

dsto

ne

Pina

res

de M

ayar

iW

est

Nak

ety-

Bog

ota

Wow

o G

ap

Syer

ston

Bia

nkou

ma,

Tou

ba e

Sipi

lou

Gag

Isla

nd

San

Felip

e

Mou

nt M

arga

ret

Mus

onga

ti

cont

. met

. (10

00 t

Ni)

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

teor

(% N

i)

Reservas Reservas + Recursos Inferidos Teor Ni mediana ton (reservas + rec. inf.)

Figura 18: Reservas e Recursos Inferidos dos Depósitos da Tabela 1.

Adaptado de USGS (2003, op. cit.).

Page 54: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

36

A Figura 19 mostra a distribuição destes depósitos na curva teor contra tonelagem e o

valor mediano para a soma de reservas e recursos inferidos (da ordem de 2,0 Mt de Ni

contido).

(208 @ 1.17) = 1955

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

1.40

1.60

1.80

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

(Mt minério)

% N

i

reservas+rec infreservas

mediana reservas+rec infAmbatovy

VermelhoRavensthorpe

Goro

Pinares de Mayari

Weda Bay

1 Mt Ni

2 Mt Ni

3 Mt Ni

4 Mt Ni

Figura 19: Curva Teor vs. Tonelagem para os Depósitos da Tabela 1.

Adaptado de USGS (2003, op. cit.).

Tendo em conta os diferentes estágios dos estudos dos projetos relacionados, é

provável que, para boa parte deles, sejam feitas investigações e estudos adicionais que

venham a acrescentar reservas a partir do inventário de recursos, aumentando, assim, o

tamanho das reservas. O tamanho médio das reservas dos quatro depósitos em estudos

mais avançados e implementação é de cerca de 1,7 Mt de Ni e o tamanho médio das

reservas mais recursos inferidos é de cerca de

2,4 Mt de Ni, o que corrobora esta hipótese.

Adotou-se, então, como referência para a tonelagem, a mediana da soma da tonelagem

de reservas mais recursos inferidos e para o conteúdo metálico o valor mediano encontrado

para o conjunto de depósitos, resultando um depósito mediano com 208 Mt de minério e

cerca de 2,0 Mt de Ni contido (ver Tabela 2). Feitas as considerações de qualidade, como

descrito na seção 6.3.2, na Tabela 3 e Tabela 4, o teor de níquel resultante para o depósito

estudado resulta inferior àquele da mediana do conjunto de depósitos da Tabela 1 —

24% menor. O mesmo procedimento foi adotado em relação ao cobalto.

Page 55: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

37

O conteúdo metálico, correspondente, portanto, à mediana encontrada para o conjunto

dos depósitos relacionados na Tabela 1, condiciona a maior parte das variáveis econômicas

do objeto de estudo e o estabelecimento da referência com relação a este parâmetro

assegura maior aderência ao comportamento provável dos depósitos existentes quando

venham a ser aproveitados do que se a referência fosse estabelecida com relação ao teor.

Assim, o inventário de reservas considerado para o caso base é mostrado na Tabela 2:

Tabela 2: Tamanho do Depósito Médio.

tonelagem teor de Ni níquel contido

teor de Co cobalto contido

parâmetro

(Mt) (% Ni) (Mt Ni) (% Co) (Mt Co) valor mediano para os

depósitos em estudos e

implementação

(Tabela 1)

208 1,17 1 955 0,082 0,147

valor para o caso base 208 0,94 1 955 0,071 0,147

diferença 0% -24% 0% -16% 0%

O exercício feito na análise de sensibilidade com relação ao teor de alimentação, cujos

resultados são mostrados na seção 7.3.1, tem como ponto de partida um depósito com a

mesma tonelagem (208 Mt) e estabelece a referência com relação ao teor, obtendo-se um

depósito com conteúdo metálico 20% superior à mediana dos depósitos de referência

(ver Tabela 17, seção 6.6.1).

De maneira a maximizar o aproveitamento dos recursos, foi implementada uma

estratégia para gerenciar o teor de corte de tal forma que foram impostos teores de corte

mais elevados no início da operação, os quais decrescem com o tempo, resultando um teor

médio de alimentação inicialmente mais alto, conforme estabelecido por LANE (1988).

Essa estratégia de alavancagem da lavra através dos teores de corte foi implementada nas

simulações dos planos de aproveitamento (seção 6.4) e as conseqüências em termos do

perfil dos fluxos de caixa resultantes para o empreendimento são discutidas na seção 7.1.

Page 56: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

38

6.3.2 Inventário de Reservas

Outras variáveis relevantes quanto à qualidade do depósito, quais sejam, as espessuras

das unidades litológicas que compõem o depósito e os teores de Ni, Co, Fe e Mg nas várias

unidades, foram definidas a partir de um perfil típico de depósitos de Ni laterítico

apresentado por ELIAS (2002, op. cit. p. 4 e p. 7), mostrado na Figura 20:

teores aproximados (%)

transição 1,5 a 4 0,02 a 0,1

saprolito / garnierita

1,8 a 3 0,02 a 0,1 10 a 25

35 a 45

25 a 40

<0,5

5 a 15

15 a 35

0,5 a 5

rocha fresca

0,3 0,01 5

limonita vermelha

<0,8

Ni Counidade

Fe

<0,1 >50

MgO

limonita ocre

0,8 a 1,5 0,1 a 0,2 40 a 50

Figura 20: Perfil Típico de Um Depósito de Níquel Laterítico.

Utilizando-se, ainda, as espessuras típicas destas unidades em perfis lateríticos de

depósitos de Ni (ELIAS, 2002, op. cit., p. 8), foi possível desenvolver a Tabela 3 e a

Tabela 4, mostradas adiante, onde são compatibilizados os dados apresentados na Tabela 2

e na Figura 20, definindo-se o inventário de reservas considerado.

Page 57: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

39

Assim, os teores dos elementos adotados a partir das faixas sugeridas na Figura 20 são mostrados na Tabela 3:

Tabela 3: Reservas do Depósito Médio — Teores.

Fonte: Adaptado de ELIAS (2002).

Os teores de Si foram obtidos por diferença, considerando-se a correlação negativa entre Fe e Si e, ainda, a existência de entre 7% e 30%

de outros elementos, a depender da litologia.

Page 58: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

40

Calculando-se as massas dos elementos a partir de seus teores, foi possível estabelecer os conteúdos metálicos relativos a cada elemento,

fatorando-se a massa de todo o depósito, de forma que a tonelagem total e os conteúdos metálicos de Ni e Co correspondessem aos valores

medianos anteriormente definidos (Tabela 2), o que é mostrado na Tabela 4:

Tabela 4: Reservas do Depósito Médio — Metal Contido e Tonelagens.

Fonte: Adaptado de ELIAS (2002).

Page 59: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

41

O procedimento de fatoração da tonelagem em relação às massas dos elementos

permite obter teores realistas para o conjunto dos elementos estudados, particularmente o

ferro, magnésio e silício, que desempenham papel importante no desenvolvimento do

programa de produção.

Conforme discutido no capítulo 5, para os minérios limoníticos ricos em Si, é possível

implementar um beneficiamento antes da lixiviação sob pressão através do descarte de

30% a 50% da massa, correspondente à sílica, a custos muito baixos mediante uma perda

de metal aceitável, alimentando-se a lixiviação, etapa mais cara do processo, a um teor

30% a 50% mais alto (ELIAS, 2002, op. cit. p. 15). Este conceito não foi empregado nos

estudos presentes, a fim de manter a generalidade da aplicação dos resultados.

Tendo em conta o objetivo dos estudos, a natureza e a imprecisão das informações

disponíveis, não foram considerados os efeitos da diluição e recuperação na lavra.

6.4 Plano de Aproveitamento: Metodologia e Resultados para 45 000 tpa Ni

O plano de aproveitamento para as várias escalas de produção estudadas foi feito de

forma a maximizar o uso dos recursos disponíveis, observando o disposto na descrição

simplificada do processo de extração de Ni laterítico através de liviação ácida sob pressão

feita no capítulo 5 e o conceito de lavra alavancada descrito na seção 6.3.1.

Os dados obtidos a partir da Tabela 3 e da Tabela 4 (seção 6.3.2) foram usados para

definir o inventário de minério e estéril, o que permitiu proceder ao seqüenciamento de

produção.

Page 60: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

42

A estratégia de seqüenciamento de produção obedece a várias restrições simultâneas,

enumeradas por ordem de importância:

− Capacidade da lixiviação (conjunto de autoclaves e equipamentos

correlatos);

− Capacidade das refinarias de Ni e Co;

− Capacidade da planta de ácido;

− Capacidade da planta de beneficiamento e

− Capacidade da lavra.

Para cada escala estudada, o plano de aproveitamento do depósito permitiu definir o

plano de aproveitamento econômico, seguindo-se a mesma metodologia.

Na discussão da metodologia empregada para desenvolver o plano de aproveitamento

que é feita a seguir, serão mostrados os parâmetros relativos ao caso de 45 000 tpa Ni,

tomado como base devido à maior aderência ao valor mediano verificado no conjunto de

depósitos de referência (Tabela 1) e com relação aos dados de custos de investimentos e

custos operacionais encontrados na literatura de referência (DOLAN e NENDICK —

2004, op. cit. — e NEUDORF e HUGGINS — 2004, op. cit., respectivamente).

A fim de maximizar os teores de alimentação no início da vida do empreendimento e a

considerando a baixa proporção dos custos de lavra no total dos custos, foi utilizado o

conceito de lavra alavancada por teores, simulando-se uma taxa de lavra de cerca de

200% daquela da alimentação da planta, o que visa expor e alimentar à planta maior

quantidade de minério das unidades mais ricas (que estão na base do depósito) mais cedo

(ver comentários na seção 6.3.1). Assim, as unidades mais ricas — o saprolito da base e o

material de transição sobreposto — são utilizadas para alimentação direta, estocando-se os

excedentes de limonita.

Page 61: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

43

O perfil de produção na lavra é mostrado na Figura 21:

1,186,957

508,696

2,992,327

2,992,327

0

1,000,000

2,000,000

3,000,000

4,000,000

5,000,000

6,000,000

7,000,000

8,000,000

9,000,000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56

tpa

limonita vermelhalimonita ocretransiçãosaprolito

Figura 21: Perfil de Produção — Lavra.

Portanto, a lavra é feita em 32 anos (até o ano 35), para um aproveitamento do depósito

feito em 53 anos (até o ano 56).

A Figura 22 mostra o perfil de alimentação da planta, onde se privilegia a alimentação

com as unidades de maior valor unitário. A maior parte da limonita ocre é, também,

alimentada diretamente, visando maximizar a produção de metal, mantendo o consumo de

ácido sob controle, postergando-se a alimentação da unidade limonítica superior, a

limonita vermelha — mais pobre — que vai, inicialmente, a estoque e é alimentada

tardiamente:

1,186,957

508,696

2,261,661

0

500,000

1,000,000

1,500,000

2,000,000

2,500,000

3,000,000

3,500,000

4,000,000

4,500,000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56

tpa

limonita vermelhalimonita ocretransiçãosaprolito

Figura 22: Alimentação da Planta.

Page 62: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

44

Assim, resulta o perfil de estoque de material das unidades mais pobres, mostrado na

Figura 23:

18,655,575

78,000,000

0

10,000,000

20,000,000

30,000,000

40,000,000

50,000,000

60,000,000

70,000,000

80,000,000

90,000,000

100,000,0001 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56

t limonita vermelhalimonita ocre

Figura 23: Inventário de Estoques de Minério.

Considerada a recuperação da hidrometalurgia, resulta o perfil de produção de Ni

metálico mostrado na Figura 24, onde se verifica que a contribuição das unidades mais

ricas é muito maior que aquela das limonitas do topo do depósito, razão do aproveitamento

destas últimas ser postergado. Por outro lado, a capacidade da planta de ácido — e os

custos deste — limitam a alimentação das unidades mais ricas, conforme será discutido em

seguida (à página 47 e seguintes).

15,870 0.45

1.27

0

5,000

10,000

15,000

20,000

25,000

30,000

35,000

40,000

45,000

50,000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56

tpa

Ni

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

1.40

% N

i

limonita vermelha

limonita ocre

transição

saprolito

Ni alimentado

Figura 24: Ni Produzido por Origem.

Na primeira fase da operação, em que se alimenta minério das unidades basais

blendado com limonita ocre, a produção é de 45 000 tpa Ni, na segunda fase, em que se

alimenta apenas limonita vermelha, a produção cai para cerca de 16 000 tpa Ni. Os

reflexos sobre o desempenho do empreendimento são comentados na seção 7.1.

Page 63: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

45

O Co é um importante subproduto e o perfil de produção de Co metálico, obtido por

conseqüência da produção de Ni, respeitada a capacidade da refinaria de Co, é mostrado na

Figura 25:

0.081

0

500

1,000

1,500

2,000

2,500

3,000

3,500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56

tpa

Co

0.00

0.01

0.02

0.03

0.04

0.05

0.06

0.07

0.08

0.09

% C

o

limonita vermelhalimonita ocretransiçãosaprolitoCo alimentado

Figura 25: Co Produzido por Origem.

A unidade de limonita ocre fornece a maior parte do cobalto produzido e a sua

alimentação precoce em conjunto com as unidades de saprolito e transição, feita para

manter o consumo de ácido sob controle, contribui para aumentar o faturamento devido ao

Co na primeira fase.

Como ambas as unidades limoníticas são ricas em Co, a queda de produção que se

observa para o Co entre a primeira e a segunda fases da operação é menor que aquela

observada para o Ni, o que melhora, marginalmente, o desempenho da operação na

segunda fase.

Page 64: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

46

Observou-se um ritmo de produção inicial menor que aquele da capacidade nominal;

este ritmo cresce ao longo do tempo até atingir a capacidade nominal, compreendendo o

tempo para comissionamento e o tempo para que se atinja a capacidade nominal — em

inglês: ramp-up period —, utilizando-se valores característicos das operações em estudo,

como mostrado na Tabela 5:

Tabela 5: Curva de Ramp-up.

ano proporção da produção nominal

ano 4 70%

ano 5 85%

ano 6 em diante 100%

As proporções da capacidade nominal e o ritmo em que são atingidas nas operações

com aproveitamento por rotas hidrometalúrgicas são aspectos importantes do desempenho

destes empreendimentos e maiores detalhes podem ser encontrados em McNULTY (1998,

apud IMRIE, 2006), CAMPBELL, McCONAGHY e VARDILL (2004) e

WILKINSON (2006).

Page 65: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

47

Os custos com ácido sulfúrico utilizado na lixiviação correspondem a 25% a 30% dos

custos operacionais, variando com a escala de produção.

O consumo de ácido sulfúrico foi obtido a partir de adaptação do consumo específico

conforme computado por MARSHALL e BUARZAIGA (2004), levando em conta dados

obtidos em outras referências consultadas (NEUDORF e HUGGINS, 2004, op. cit.),

partindo-se de um consumo específico de 385 kg de ácido por tonelada de polpa

alimentada à lixiviação, que foi ajustado proporcionalmente pela variação dos teores de

magnésio e níquel alimentados, segundo a equação:

(eq. 1) consumo específico de ácido sulfúrico = 33 * % Mg + 35 * % Ni + 163

onde:

unidade [consumo específico] = kg ácido / t polpa alimentada à

lixiviação

Assim, particular atenção deve ser dada à blendagem em relação ao teor de Mg, uma

vez que este elemento é responsáve l pela maior parte do consumo de ácido. O controle do

teor de magnésio, e, por conseqüência, do consumo de ácido, é feito limitando-se a

alimentação de unidades de saprolito e transição, que são blendadas com alguma limonita

ocre.

Page 66: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

48

A Figura 26 mostra o perfil de alimentação da hidrometalurgia em relação aos teores de

Mg e Ni, elementos que definem o consumo de ácido sulfúrico:

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56

% N

i, M

g

Ni alimentadoMg alimentado

Figura 26: Teores de Alimentação — Mg e Ni.

O consumo resultante de ácido sulfúrico é mostrado na Figura 27:

1,541,292389

0

200,000

400,000

600,000

800,000

1,000,000

1,200,000

1,400,000

1,600,000

1,800,000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56

tpa

ácid

o

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

kg/t consumo anual de ácido

consumo específico de ácido

Figura 27: Consumo de Ácido Sulfúrico.

A estratégia de se alimentar precocemente as unidades ricas em Ni, que também são

ricas em Mg, resulta num perfil em que o consumo de ácido varia muito entre a primeira e

a segunda fase da operação: na primeira fase de operação o consumo específico é de

389 kg/t, e a planta é dimensionada para 1,5 Mta; na segunda fase, com a queda dos teores

de Ni e Mg, o consumo específico cai para 184 kg/t, e são necessários apenas 730 000 tpa,

resultando uma ociosidade de cerca de 50%.

Considerando-se que os investimentos na planta de ácido são de cerca de 8% do total

(ver Tabela 9) e que os custos operacionais correspondentes ao ácido variam entre

25% e 30% dos custos operacionais (ver Tabela 16 e Tabela 19), a estratégia é efetiva na

medida em que permite alavancar a produção de Ni e Co.

Page 67: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

49

Caso a alimentação das unidades da base do perfil na primeira fase seja maximizada

além dos limites simulados, essa ociosidade é ainda maior. Neste estudo, limitou-se o

consumo de ácido aos valores máximos encontrados na literatura de referência

(MARSHALL e BUARZAIGA, 2004, op. cit. e NEUDORF e HUGGINS, 2004, op. cit.).

A evolução da produção de metal (Tabela 5) condiciona a curva de ramp-up de

operação da planta de ácido sulfúrico como mostrado na Figura 27, sendo obtido o perfil

mostrado na Tabela 6, que foi considerado satisfatório:

Tabela 6: Ramp-up da Planta de Ácido.

ano proporção da

produção nominal

ano 4 71%

ano 5 84%

ano 6 em diante 100%

Page 68: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

50

6.5 Modelo para a Estimativa de Desempenho

O modelo para a estimativa de desempenho permite o cômputo dos indicadores

utilizados para a escolha da escala de produção.

A análise econômica seguiu procedimentos estabelecidos na literatura específica para

empreendimentos em mineração citada na seção 6.1. Sendo assim, a montagem do modelo

para estimativa de desempenho foi feita estabelecendo-se:

− Os indicadores a serem utilizados e as premissas de avaliação (seção 6.5.1);

− Os preços de Ni e Co a serem utilizados (seção 6.5.2);

− A estimativa dos custos de investimentos, inclusive para reposição

(seção 6.5.3);

− A estimativa dos custos de operação (seção 6.5.4);

− As condições de taxação (seção 6.5.5) e

− As condições de financiamento (seção 6.5.6).

A montagem do modelo permitiu estabelecer a estimativa dos fluxos de caixa do

empreendimento e definir os parâmetros para avaliação de desempenho (seção 6.5.7).

Page 69: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

51

6.5.1 Parâmetros de Desempenho e Algumas Premissas

A métrica para a avaliação do empreendimento é baseada nos parâmetros mostrados no

Quadro 1:

Quadro 1: Parâmetros de Desempenho.

parâmetro descrição

opex 1a fase Custos operacionais da primeira fase do

empreendimento (primeiros anos, teores de alimentação

mais altos).

opex 2a fase Custos operacionais da segunda fase do empreendimento

(últimos anos, teores de alimentação mais baixos).

opex ponderado (pela produção de Ni)

Custos operacionais ponderados pela produção de Ni

entre a primeira fase e a segunda fase do

empreendimento.

valor presente líquido taxa interna de retorno período de retorno

Utilizados no sentido clássico.

eficiência de capital Ver comentários a seguir.

A análise dos resultados foi feita dentro do contexto de avaliação utilizado na indústria

de mineração no capítulo 7, focada na definição da escala a ser estabelecida para o

empreendimento.

O valor presente líquido, a taxa interna de retorno e o período de retorno do

empreendimento foram utilizados em sua acepção clássica (a literatura de referência é

citada na seção 6.1).

A eficiência de uso do capital empregado (ou, simplesmente, eficiência de capital

conforme usado no texto) é um parâmetro também usual, embora menos bem estabelecido:

consiste na relação entre o valor presente líquido do empreendimento e o valor presente

dos investimentos, permitindo medir a capacidade de geração de valor a partir do capital

investido. O indicador está relacionado com o retorno total para o acionista: índice que

Page 70: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

52

relaciona a valorização das ações da empresa e o pagamento de dividendos aos seus

acionistas, com o valor das ações.

A Figura 28 mostra o valor do retorno total para o acionista das maiores empresas de

mineração para o período de 2001 a 2006:

retorno total para o acionista (2001-2006)

43%

39%

29%

28%

23%

0% 10% 20% 30% 40% 50%

CVRD

Xstrata

BHP Billiton

Anglo American

Rio Tinto

Figura 28: Retorno Total para o Acionista das Maiores Empresas de Mineração.

Fonte: Bloomberg em CVRD. On the rise — Acapulco, Mexico — January 2007 (2007).

O uso da eficiência de capital como critério de tomada de decisão leva a firma a

determinar a melhor alocação de capital ao longo da carteira de projetos disponíveis,

gerando maior valor agregado.

Os estudos foram feitos em valores constantes, portanto, não foram considerados

efeitos inflacionários, adotando-se a linha de MACKENZIE (1997, op. cit.), também

consignada em DOGGETT (2001, op. cit.): uma vez que o retorno dos investimentos é

medido em moeda constante, os custos têm de ser expressos em termos de moeda

constante4.

4 Esta questão é controversa e é, ainda, bem discutida em GENTRY e O’NEIL (1984, op. cit., p. 301— 318), que sugerem realizar um primeiro ciclo dos estudos utilizando valores constantes a fim de preservar as relações entre custos e preços e noções de valores relativos, assim como as relações entre fluxos sucessivos, o que facilita a definição de questões técnicas e a realização de estudos comparativos entre alternativas — o

Page 71: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

53

Adotou-se moeda sujeita a baixas taxas de inflação, o dólar dos Estados Unidos da

América (USD) como referência. Esta escolha se justifica, também, pela conveniência

quanto à avaliação das relações entre preços e custos dos produtos de interesse, Ni e Co,

que são usualmente cotados em relação à moeda dos Estados Unidos da América.

Os fluxos de caixa estimados conforme procedimento estabelecido na seção 6.5.7

foram descontados a 12% a.a., uma taxa usual em empreendimentos de mineração de

grande porte.

Conforme reportado, o Brasil está prestes a se tornar um exportador importante de Ni.

Assim, supôs-se que toda a produção do empreendimento seria destinada para exportação,

o que impacta o cenário de taxação, discutido na seção 6.5.5.

6.5.2 Calibração dos Custos e Preços

A receita foi definida a partir das quantidades de Ni e Co produzidas ano a ano,

considerando-se os preços de ambos os metais constantes ao longo da análise para cada

caso e simulação.

Os preços de Ni considerados para o caso base e para a análise de sensibilidade têm

como fundamento o cômputo de NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.) para preços de

incentivo, considerando-se uma correção pelos custos de investimento e de operação dos

produtores de Ni.

A metodologia de estimativa de preços através de preços de incentivo é robusta, mas o

estudo disponível foi feito numa conjuntura de mercado muito diferente da atual, quando

os valores do metal não haviam ainda experimentado a apreciação que ora se observa (ver

Figura 1). Não foram encontrados, entretanto, estudos mais atualizados através desta

que é o caso estudado — e uma revisão após a definição destas alternativas adotando-se, então, valores correntes. Estes autores alertam que, quando não se corrige o valor dos ativos, o uso de valores constantes na análise sobrevaloriza os investimentos, uma vez que as deduções devidas pela depreciação dos ativos são proporcionalmente menores nas análises após a taxação. No caso estudado, a sobrevalorização é maior sobre as alternativas com maior escala — que têm menor vida útil e nas quais, portanto, o efeito do desconto dos fluxos de caixa é maior —, tendo, como conseqüência, um viés para a escolha de escalas maiores.

Page 72: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

54

metodologia. Assim, os preços foram corrigidos através da variação dos custos de

investimento e operação que, consideradas as questões da demanda e da oferta, são os

demais fundamentos das estimativas por preços de incentivo. Na ausência de estudos mais

recentes por preços de incentivo, esta foi a melhor alternativa encontrada para estabelecer

uma estimativa que atendesse ao crescimento da demanda e levasse em consideração a

remuneração necessária para tornar atrativos os projetos em desenvolvimento5.

A correção em relação aos custos de investimentos foi obtida relacionando-se o valor

médio de investimentos por capacidade (USD/lba) entre os projetos maiores em estudos

avançados e implementação, USD 20/lba (ver Tabela 12), e o valor médio para os projetos

maiores implementados nos últimos 15 anos, USD 13/lba (ver Tabela 11), resultando uma

correção de 53%.

A correção em relação aos custos operacionais foi definida relacionando-se o valor

médio adaptado a partir de publicação recente, USD 2,23/lb (HAND, 2006, op. cit.), e a

média entre os custos operacionais estimados por NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.)

para operações onde a extração é feita através de lixiviação ácida sob pressão, USD

1,67/lb, e os custos operacionais da Minara Resources corrigidos pela escala de produção,

de

USD 1,93/lb (Minara Resources, 2005 e JOHNSTON, 2006). A média é de USD 1,80/lb e

a correção resulta de 24% (isto é: (2,23-1,80)/1,80 = 24%).

Os valores de preços adotados foram, então, obtidos pela média entre as correções para

os custos de investimentos e custos operacionais, resultando uma correção de 39% (ver

Tabela 7).

5 O autor reconhece a importância da definição da volatilidade do preço a ser empregada na tomada de decisão. Neste trabalho, optou-se por adotar resultados obtidos a partir de um modelo baseado em preços de incentivo, ou seja, em projeções do comportamento do mercado no futuro, que foi atualizado segundo o procedimento descrito nesta seção — reconhece-se, ainda, que esta linha de raciocínio implica em estimar o crescimento do mercado, o que pode trazer imprecisão. Assim sendo, foi adotado o intervalo de preços sugerido por NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.), corrigido segundo o procedimento descrito nesta seção, cuja amplitude foi avaliada como suficiente — 36% para os casos com maior probabilidade e até 64% para o valor máximo dos máximos, ver Tabela 7. Uma investigação preliminar sobre os dados compilados por SLADE e THILLE (2006), que basearam seus estudos em dados da década de 1990, mostra que a volatilidade de uma cesta de metais comercializados na LME foi da ordem de 50% no período, se levada em conta a tendência decrescente de preços, ou de 90%, se esta tendência não for considerada. O assunto é relevante e de interesse e sugestões de estudos mais aprofundados são feitas no capítulo 9.

Page 73: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

55

Considerando-se, ainda, a conveniência de se trabalhar com intervalos simétricos para

os casos mais prováveis da análise de sensibilidade, foi feita uma correção final e

adotaram-se os valores mostrados na Tabela 7.

Para a análise de sensibilidade, foi, ainda, utilizado um valor limite com baixa

probabilidade de ocorrência — 10% — de USD 8,0/lb Ni para ampliar a faixa de preços

simulada.

Tabela 7: Referências de Preços do Ni para o Estudo.

(valores em USD/lb Ni)

correção faixa

sugerida1

pela

variação

do capex

pela

variação

do opex

média

das

correções

valores

adotados

variação

em

relação à

média

53% 24% 39%

A B (A+B)/2

mínimo $3,5 $5,4 $4,3 $4,9 $4,5 -18%

média $4,0 $6,1 $5,0 $5,6 $5,5

MÁXIMO $4,5 $6,9 $5,6 $6,2 $6,5 +18%

máximo dos

máximos

$8,0 +45%

Nota:

1. NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.).

No momento, os preços do Ni apresentam volatilidade muito elevada e estão em torno

de USD 14/lb (ver Figura 1).

Para a definição de preços de longo prazo para o Co não se encontraram, na literatura

consultada, estudos mais aprofundados. Muito embora os mercados sejam diferentes, a

demanda de ambos os metais guarda alta correlação com o crescimento da produção

industrial e a base da maior parte de produção é a mesma; assim, os preços são, também,

Page 74: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

56

correlacionados. Utilizou-se como valor médio USD 10/lb, que parece ser um patamar de

sustentação desde 2003, e um intervalo com 40% de amplitude para os casos mais

freqüentes, semelhante ao empregado para o Ni. Da mesma maneira que feito para o Ni,

simulou-se um valor máximo dos máximos com baixa probabilidade de ocorrência. Os

valores adotados para estão relacionados na Tabela 8:

Tabela 8: Referências de Preços do Co para o Estudo.

(valores em USD/lb Co)

valores

adotados

variação em relação à

média

mínimo $8 +20%

média $10

MÁXIMO $12 -20%

máximo dos máximos $15 +50%

No momento, os preços do Co estão em torno de USD 25/lb a USD 30/lb (BHP

Billiton. Cobalt Open Sales System, 2007).

Page 75: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

57

6.5.3 Custos dos Investimentos Iniciais

Os custos dos investimentos iniciais foram obtidos através de uma adaptação dos dados

de DOLAN e NENDICK (2004, op. cit.), que apresentam valores de investimentos em

dólares dos Estados Unidos da América por libra de Ni de capacidade instalada (USD/lba),

considerada a capacidade usual dos projetos, entre 40 000 tpa Ni e 60 000 tpa Ni.

Estes dados foram calibrados pelo valor médio dos investimentos previstos para os

projetos Ravensthorpe, Goro, Vermelho e Ambatovy, mostrados na Tabela 12,

USD 20/lba de capacidade, e foi feita uma adaptação para os gastos com infra-estrutura e

pré-operação.

Tendo em conta a diferença de capacidade entre os dados originais (valor médio de

50 000 tpa Ni) e as capacidades estudadas, os custos foram ajustados aplicando-se a

relação entre as capacidades de acordo com a equação sugerida por

O'HARA e SUBOLESKI6 (1988, op. cit.):

(eq. 2) C(1) / C(2) = [(Q(1) / Q(2)]0.65 => C(2) = C(1) / [(Q(1) / Q(2)]0.65

onde:

C(1) é o custo conhecido;

C(2) é o custo que se deseja encontrar e

Q(i) é a capacidade correspondente.

6 A equação tem uso bem estabelecido e é tida como a melhor solução para extrapolação na ausência de dados de calibração. Seu uso é, ainda, recomendado por GENTRY e O’NEIL (1984, op. cit., p. 116), que sugerem adotar coeficientes entre 0.6 e 0.7 para projetos de mineração.

Page 76: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

58

Os custos dos investimentos iniciais assim obtidos são mostrados na Tabela 9 e na

Figura 29 para a escala de produção de 45 000 tpa Ni.

Tabela 9: Custos dos Investimentos Iniciais para 45 000 tpa Ni.

capacidade 1000 tpa Mlba

4599

área customina $41 homogeneização $57 beneficiamento $41 autoclaves e H/X $295CCD e neutralização parcial $98MSP/H2S $115refinaria $327instalações auxiliares $65peças, partes e inventário inicial $41EPC/EPCM $188outros custos de implantação $164subtotal USD M $1 432 USD/lba $14,4utilidades planta de ácido $164planta de dessalinização $164planta de oxigênio $41planta de hidrogênio $57plantas de vapor e co-geração $74barragem de rejeitos $49subtotal utilidades USD M $548 USD/lba $5,5infra-estrutura porto $zeroenergia elétrica $33estradas $33subtotal infra-estrutura USD M $65 USD/lba $0,7desenvolvimento e pré-operação pesquisa geológica e desenvolvimento $49outras despesas de desenvolvimento $16pré-operação da mina $3subtotal desenvolvimento e pré-operação USD M $69 USD/lba $0,7 total USD M $2 115 USD/lba $21,3Fonte: Adaptado de DOLAN e NENDICK (2004, op. cit.).

Page 77: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

59

(MUSD) / Total $2115

$41 $57 $41$295

$98

$115

$327$65$41$188

$164

$548

$65 $69

mina

homogeneizaçãobeneficiamento

autoclaves e H/X

CCD e neutralização parcial

MSP/H2S

refinaria

instalações auxiliares

peças, partes e inv. inicial

EPC/EPCMoutros custos de impl.

utilidades

infra-estrutura

desenv. e pré-operação

Figura 29: Custos dos Investimentos Iniciais para 45 000 tpa Ni.

Fonte: Adaptado de DOLAN e NENDICK (2004, op. cit.).

A Figura 30 mostra uma visão da construção da planta de Goro, da CVRD Inco, na

Nova Caledônia:

Figura 30: Visão da Construção da Planta de Goro.

Page 78: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

60

As despesas relativas à mitigação dos efeitos ambientais foram consideradas nos

orçamentos dos custos dos investimentos iniciais de cada atividade. A rubrica de outros

custos de implantação cobre, entre outros, os custos com medidas compensatórias devidas

pela implementação do empreendimento.

A Tabela 10 mostra os valores dos investimentos iniciais para cada alternativa de escala

estudada, obtidos a partir da aplicação da (eq. 2):

Tabela 10: Investimentos Iniciais e Capacidade.

1000 tpa Ni 45 60 120 200 300 capacidade de produção

Mlba 99 132 265 442 663

valor dos investimentos iniciais

MUSD ($2 165) ($2 599) ($4 055) ($5 632) ($7 315)

valor dos investimentos por capacidade

USD/lba ($22) ($20) ($15) ($13) ($11)

Na ausência de dados que permitissem a calibração dos custos de investimentos iniciais

para as escalas maiores, o uso da (eq. 2) foi a melhor solução encontrada para a

extrapolação dos custos dos investimentos iniciais nestas escalas. Todavia, as economias

de escala pressupostas para faixas muito maiores que aquelas da base de projeto e

estimativa dos custos — 40 000 tpa Ni a 60 000 tpa Ni —, podem não se materializar

inteiramente em função da existência de parcela fixa para itens de custos de investimentos,

principalmente aquela ligada à modularização de algumas unidades do sistema, tais como a

lixiviação, planta de ácido e outras instalações de utilidades e infra-estrutura7.

7 A parcela fixa destes custos ligada à modularização se estabelece em função de que alguns equipamentos têm capacidades características mínimas e máximas. Assim, na prática, a variação só é possível dentro destes limites e; em se aumentando a capacidade, por exemplo, uma vez ultrapassado o valor máximo da capacidade para um determinado equipamento, é necessário utilizar maior quantidade de equipamentos menores — que têm uma capacidade mínima característica. Desta forma a variação da capacidade é, realmente, descontínua. Este efeito é mais notável em algumas seções da planta (na lixiviação, por exemplo) e em algumas instalações de utilidades (instalações para geração de energia, fábrica de ácido e plantas de dessalinização, por exemplo) em que se utiliza equipamentos maiores a fim de capturar economias de escala. Nas instalações de lixiviação, por exemplo, a capacidade de cada módulo é, tipicamente, 20 000 tpa Ni para as condições usuais de alimentação; as maiores plantas de ácido existentes têm capacidade em torno de 1,6 Mtpa, por exemplo. A abordagem utilizada para resolver o problema consiste em estabelecer faixas de variação que são respeitadas nos estudos de pré-viabilidade — onde se contextualiza o estudo presente — e ajustar as capacidades do sistema nos estudos de viabilidade.

Page 79: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

61

Há, portanto, uma chance de que os investimentos estimados estejam subavaliados para

as escalas a partir de 120 000 tpa Ni, o que envieza a escolha de escala para valores

maiores a partir daí.

A Tabela 11 mostra uma relação de projetos maiores de aproveitamento de níquel

implantados nos últimos 15 anos:

Page 80: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

62

Tabela 11: Projetos Maiores Implantados nos Últimos 15 Anos.

Capacidade Projeto Localização Operador Minério (1000 tpa Ni)

Desco-berta

Exploração Ativação Comissio- namento

Custos de investimen-tos iniciais(USD/lba)

Loma de Niquel Venezuela Anglo American

laterita 19 1940 1960 1991 2000 $14

Murrim Murrim Austrália, WA, Leonora

Minara laterita 45 1964 1970/1980 1993 1999 $13

Raglan Canadá , Quebec, Península de Ungava

Falconbridge sulfeto 26 1930 1957 1994 1998 n.d.

Cawse Austrália, WA, Kalgoorlie

OMG laterita 7 1999 $12

Bulong Austrália, WA, Kalgoorlie

Preston laterita 9 1999 $13

PT INCO/expansão Indonésia CVRD Inco laterita n.d. $14 Voisey's Bay Canadá, Labrador,

Voisey's Bay CVRD Inco sulfeto 50 1993 1993 1996 2005 $8

média (exclusive Voisey's Bay)1

20 $13

Nota: 1. Para o cálculo da média, excluiu-se o projeto Voisey’s Bay, dado que os valores apresentados se referem à produção de concentrado de flotação, não verticalizada. Fonte: Adaptado de POINTON, et al. (2003, op. cit., p. 47).

A Tabela 12 mostra dados relevantes dos projetos maiores de aproveitamento de níquel laterítico que estão em estudos avançados e

implementação; estão em destaque os projetos Onça Puma e Níquel do Vermelho, ambos no Brasil, em implementação e estudos de

engenharia, respectivamente:

Page 81: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

63

Tabela 12: Projetos em Estudos Avançados e Implementação.

Capacidade Investimento Original

Investimento Revisado

Projeto Localização Operador Minério

(1000 tpa Ni)

Comissio- namento

(USD M) (USD M)

Custos de investimentos

iniciais(USD/lba —

revisado)Ravensthorpe Austrália, WA,

Ravensthorpe BHP Billiton laterita 50 2008 $700 $2 756 $25

Onça Puma Brasil, PA CVRD Inco laterita 57 2008 $556 $1 400 $11Goro Nova Caledônia CVRD Inco laterita 60 2008 $1 400 $3 200 $24Níquel do Vermelho

Brasil, PA CVRD Inco laterita 46 2010 $850 $1 200 $12

Koniambo Nova Caledônia Falconbridge laterita 60 2010 $1 600 $2 200 $17Ambatovy Nova Caledônia Sherritt/Sumitomo laterita 60 2010 + $1 600 $2 500 $19média / exclusive Onça Puma e Koniambo1

54 $2 414 $20

Nota: 1. Para o cálculo da média dos custos excluíram-se os projetos Onça Puma e Koniambo, ambos desenvolvidos para a produção de liga de Fe-Ni. Fontes Ravensthorpe: BHP Billiton. News Release: BHP Billiton Quarterly Report on Exploration and Development Activities Quarter Ended 31 March 2007 (2007). Goro e Onça-Puma: CVRD. Pursuing long-term Value Growth — New York — May 15, 2007 (2007). Níquel do Vermelho: GRD Minproc (2006). Koniambo: REGENT (2006). Ambatovy: SNC Lavalin/Dynatec. Ambatovy Project — Madagascar — Feasibility Study — April 2006 (2006).

Page 82: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

64

A Figura 31 mostra a relação entre os custos por capacidade e a capacidade para estes

projetos e a posição estimada para o depósito médio que plota, por definição, no centro da

nuvem de pontos correspondentes aos projetos relacionados na Tabela 12:

$8

$10

$12

$14

$16

$18

$20

$22

$24

$26

0 10 20 30 4 0 50 60 7 0

capacidade ( 1000 tpa)

inve

stim

ento

por

cap

acid

ade

(US$

/lba)

projetos em est. avançados e impl.

media est. avançados e impl.

projetos maiores já implantados

media implantados

Murrim Murrim

Vermelho'

RavensthorpeGoro

Ambatovy

Figura 31: Custo por Capacidade vs. Capacidade — Projetos Selecionados 8.

Houve considerável aumento da escala e dos custos entre o que se verifica para os

projetos do primeiro grupo (mostrados na Tabela 11 e grafados em azul) e para os do

segundo grupo (mostrados na Tabela 12 e grafados em verde), estes últimos ainda não

implementados.

O aumento dos custos se justifica, entre outros parâmetros, pelo enfraquecimento do

valor da moeda americana — tomada como referência — pelo aumento dos custos dos

insumos de construção e pelo aquecimento do mercado de mineração e conseqüente

apreciação dos custos de mão-de-obra. De outra parte, os projetos de lateritas para

aproveitamento através de lixiviação ácida sob pressão estão sendo desenvolvidos com

maior robustez, a fim de evitar as dificuldades experimentadas pelas operações

8 A expectativa ao se compilar os dados era de que se verificasse efeitos de economia de escala na relação entre os custos dos investimentos iniciais e a escala de produção. No entanto, conforme justificado, a apreciação dos custos entre um grupo de projetos (relacionados na Tabela 11) e outro (relacionados na Tabela 12), assim como a maior robustez que vem sendo implementada nos projetos mais recentes e, ainda, a situação diferente dos projetos do segundo grupo — dois em implementação avançada (Ravensthorpe e Goro) e dois em estudos avançados (Vermelho e Ambatovy) — e as condições de infra-estrutura de cada projeto obscurecem este efeito.

Page 83: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

65

implementadas na Austrália Ocidental no final da década de 90, o que reflete nos custos

dos investimentos9.

Considerando que a implementação de projetos como o estudado requer cerca de

3 anos, adotou-se o cronograma de implementação mostrado no Quadro 2:

Quadro 2: Cronograma de Implementação.

ano atividade ano 1 engenharia de detalhe / início da

construção ano 2 construção ano 3 construção / comissionamento

Assim, considerando-se os custos com engenharia, a aquisição de certos equipamentos

feitos sob encomenda, que demoram para ser fabricados e têm de ser adquiridos com certa

antecedência, necessitando de adiantamentos para sua fabricação e o tempo de construção

do empreendimento, utilizou-se a distribuição dos custos dos investimentos iniciais durante

o período de implementação mostrada na Tabela 13:

Tabela 13: Distribuição dos Custos dos Investimentos Iniciais.

ano proporção dos custos dos

investimentos iniciais

ano 1 15%

ano 2 65%

ano 3 20%

9 A maior robustez que vem sendo empregada nos projetos mais recentes se traduz, principalmente, através do uso de fatores de segurança de projeto que são mais elevados — sobretudo no scale-up entre os resultados dos ensaios piloto e o projeto —, maior intensidade do uso de materiais mais resistentes (as, assim chamadas, “ligas exóticas”) — portanto mais caros — e maiores capacidades de armazenamento de subprodutos entre seções adjacentes das plantas.

Page 84: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

66

Investimentos em Reposição de Equipamentos e Instalações

Considerou-se, ainda, nos custos dos investimentos, a reposição da frota da mina

conforme a necessidade: para a opção de 45 000 tpa Ni, foram orçados

USD 33 milhões (correspondentes a 100% de reposição da frota) a cada 8 anos até o

ano 27 e USD 16 milhões (correspondentes a 50% de reposição) a cada 8 anos até o

ano 51, quando cessa a lavra e há apenas remanejamento de material das pilhas para a

planta. Foram empregados valores correspondentes para as demais opções de escala

estudadas, ajustados através da (eq. 2).

Foram também consideradas reformas da usina (sem perda de produção). Para a opção

de 45 000 tpa Ni, foram considerados USD 353 milhões (35% do valor dos investimentos

que depreciam com 10 anos — correspondentes aos equipamentos que têm de ser

substituídos) nos anos 18 e 48 e USD 546 milhões (35% do valor dos investimentos que

depreciam com 10 e 20 anos — correspondentes aos equipamentos que têm de ser

substituídos) no ano 33 — maiores detalhes são citados na nota de

rodapé 12 no Apêndice 1.

Foram empregados valores correspondentes para as demais opções de escala estudadas,

ajustados através da (eq. 2). Para as escalas muito grandes (200 000 tpa Ni e

300 000 tpa Ni), a vida útil seria muito menor e não haveria reformas da planta, o que

reduz os investimentos em reposição a valores muito baixos, correspondentes apenas à

renovação da frota da mina.

Page 85: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

67

Assim sendo, o valor dos investimentos em reposição considerado foi aquele mostrado

na Tabela 14:

Tabela 14: Investimentos em Reposição e Capacidade.

1000 tpa Ni 45 60 120 200 300 capacidade de produção

Mlba 99 132 265 442 663 valor dos investimentos em reposição

USDM ($1 400) ($1 232) ($594) ($86) ($28)

valor presente dos investimentos

USDM ($1 832) ($2 199) ($3 380) ($4 592) ($5 929)

valor médio anual dos investimentos em reposição

USDM ($26) ($31) ($28) ($7) ($3)

Embora os investimentos iniciais sejam muito mais expressivos para as escalas

maiores, os investimentos em reposição são muito mais altos para as escalas menores,

devido à maior vida útil. A análise sob a ótica destes parâmetros é capturada pela eficiência

de capital, que relaciona, a valor presente, os fluxos de caixa livres e o valor investido.

Capital de Giro

Embora tenham sido considerados investimentos correspondentes a peças, partes e

inventário inicial (USD 41 milhões para a opção de 45 000 tpa Ni — ver Tabela 9) e

valores correspondentes para as demais escalas estudadas, foi orçada, adicionalmente, uma

verba correspondente a 30% dos custos anuais estimados para o empreendimento em

regime (ano 6 em diante) a título de capital de giro a ser empregado no ano 4 (primeiro ano

de produção) e que retorna ao caixa no final da vida do empreendimento.

Valor Residual dos Bens

Tendo em conta a especificidade das operações e equipamentos, o perfil adotado para

os investimentos em reposição, a longa vida do empreendimento e o impacto do desconto

dos fluxos de caixa estimados, o valor residual dos bens empregados no aproveitamento do

depósito foi considerado nulo.

Page 86: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

68

6.5.4 Custos Operacionais

Os custos operacionais foram obtidos a partir da estimativa feita por NEUDORF e

HUGGINS (2004, op. cit.) calibrada a partir de informações de publicação recente

(HAND, 2006, op. cit.), conforme descrito na seção 6.5.2; os valores para a escala de

45 000 tpa Ni são mostrados na Tabela 15:

Tabela 15: Custos Operacionais para 45 000 tpa Ni.

referência USD/lba Ni USD M /a proporção

mão-de-obra $0,23 $23 10%enxofre $0,30 $30 14%operação da planta de ácido $0,08 $8 3%calcário $0,03 $3 1%energia (70 MW a 80 MW) $0,38 $38 17%insumos / mina $0,15 $15 7%insumos / manutenção $0,38 $38 17%outros reagentes $0,15 $15 7%outros insumos $0,15 $15 7%comercialização e vendas $0,15 $15 7%miscelânea $0,23 $23 10%total antes dos créditos do Co

$2,23 $221

créditos do Co $0,64 $63 total após os créditos do Co

$1,59 $158

premissas teor de Ni na alimentação 1,5% recuperação 90% consumo específico de ácido 300 a 400kg/t custo do calcário $ 2 a $ 15USD/t custo da energia $0,05USD/kWh preço do Co $10USD/lb Co (corrigido) Fonte: Adaptado de NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.) com dados de HAND (2006, op. cit.) e Minara Resources (Minara Resources, 2005, op. cit.) e JOHNSTON (2006, op. cit.).

Foi feita, ainda, uma correção dos créditos do Co de acordo com os preços médios

considerados neste estudo (Tabela 8).

Para a estimativa dos custos com o ácido sulfúrico, adotou-se a distribuição apresentada

por NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.), considerando-se em separado a proporção do

enxofre — correspondente a 80% dos custos —, que não se corrigiu pela escala, e de

Page 87: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

69

operação da planta — correspondente a 20% dos custos —, que foi corrigida de acordo

com a variação da escala de produção.

Considerando a conveniência de montar uma estrutura de custos por atividade, após as

adaptações, a estrutura e os valores de custos considerados para a opção de 45 000 tpa Ni

são os mostrados na Tabela 16:

Tabela 16: Custos Operacionais por Atividade para 45 000 tpa Ni.

atividade partici-pação

USD/a, tpa USD/t USD/lb valor após

reconci-liaçao1

valor após

crédito do

ICMS 2

mineração tpa lavra 7 680 307 $21 552 247 USD/a $2,81 USD/t estocagem 3 722 994 $1 285 390USD/a $0,35USD/t retomada 3 722 994 $1 285 390 USD/a $0,35 USD/t estéril 1 386 667 $2 393 783USD/a $1,73 USD/t subtotal 11% $26 516 811USD/a $0,27 $0,25 $0,22 USD/lb beneficiamento 3 957 313tpa 1% $2 346 046USD/a $0,59USD/t $0,02 $0,02 $0,02 USD/lb hidrometalurgia 3 957 313tpa ácido 1 541 292tpa

ácido

25% $57 922 541 USD/a $37,58USD/t

ácido $0,58 $0,55 $0,49 USD/lb

outros custos de processo

44% $102 194 948 USD/a $25,82USD/t alimen-tada

$1,03 $0,97 $0,86 USD/lb

refino e comercialização

45 056 tpa Ni

19% $44 194 685 USD/a $980,88USD/t

Ni $0,45 $0,42 $0,37 USD/lb

total

$233 175 0311 USD/a

$2,35 $2,22 $1,96 USD/lb

Notas: 1. Há uma variação, para maior, de 6% em relação ao valor base (Tabela 15) devida à incidência dos custos sobre a média ou valores típicos no rateio, que foi reconciliada. 2. Foram considerados créditos do ICMS no valor de 17% das despesas com enxofre, calcário, energia, insumos e reagentes, conforme justificado na seção 6.5.5.

Page 88: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

70

Os créditos com cobalto não estão considerados na Tabela 16, sendo computados a

faturamento nas estimativas de fluxos de caixa.

A Figura 32 mostra os custos considerados de acordo com esta estrutura, e que foram

utilizados no estudo para a opção de 45 000 tpa Ni:

US$/lb / total $1.96

$0.22$0.02

$0.86

$0.37

$0.49

mineração

beneficiamento

ácido

processo ex-ácido

refino e comercialização

Figura 32: Custos Operacionais por Atividade para 45 000 tpa Ni.

Tal como comentado para os custos dos investimentos iniciais na seção 6.5.3, os custos

operacionais para mitigação dos efeitos ambientais estão computados nas atividades

relacionadas.

Para as demais opções de escala estudadas, foi feita uma correção dos custos

operacionais, considerando-se 70% dos custos como fixos e 30% como variáveis, de

acordo com JOHNSTON (2006, op. cit.).

Page 89: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

71

6.5.5 Taxação

A situação de taxação foi definida a partir das informações constantes no sítio do

DNPM (DNPM, 2000). As premissas mais importantes são relacionadas a seguir:

− Considerou-se que o depósito estudado está localizado num estado não

definido do território brasileiro, sujeito à redução do imposto de renda;

− Como toda a produção se destina à exportação, não incidem impostos sobre

o valor da produção comercializada e

− Os custos com os impostos de importação e ICMS foram considerados

embutidos nos custos operacionais.

O Quadro 4, no Apêndice 1, resume a legislação relevante consultada, enfatizando a

aplicação para o cenário estudado.

O valor do lucro considerado para o cálculo do imposto de renda foi obtido levando em

conta a compensação de prejuízos acumulados, respeitado o limite de 30% da

compensação em relação ao lucro antes do imposto de renda.

A redução do imposto de renda foi de 37,5% até 2013, sendo 12,5% a título de

incentivo através da redução do imposto de renda pela instalação de empreendimentos

industriais em região de interesse e 25% a título de incentivo por meio da redução do

imposto de renda pela instalação do empreendimento, conforme disposto no Quadro 4.

Na prática, como a compensação dos prejuízos acumulados leva muito tempo, essa redução

só incidiu sobre o caso de 300 000 tpa Ni, correspondendo a valores irrisórios.

Por se tratar de um imposto sobre valor agregado, o ICMS gera créditos que podem ser

recuperáveis. Como toda a produção se destina à exportação, o empreendimento faz jus à

recuperação destes créditos, que podem ser negociados, por exemplo, com os fornecedores

da parcela nacional dos insumos, equipamentos, peças e partes sujeitos ao imposto. Uma

avaliação a partir da incidência dos custos com enxofre, calcário, energia, insumos e

reagentes nos custos operacionais indica uma redução de 12% dos custos operacionais

antes dos créditos com o Co, que foi contabilizada (ver Tabela 16).

Page 90: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

72

O Imposto de Importação segue a mesma linha de tratamento tributário. Em sendo

possível a negociação destes créditos com os fornecedores da parcela nacional de insumos,

equipamentos, peças e partes, por exemplo, o custo dos investimentos iniciais e os custos

operacionais poderiam ser algo inferiores, o que não foi considerado.

Depreciação e Exaustão

As deduções, a custo, na base de cálculo do imposto de renda, relativas à depreciação

das instalações e equipamentos foram feitas de acordo com o disposto em

PAIONE (1998, op. cit.), utilizando-se depreciação linear, sem aceleração.

A Tabela 21 no Apêndice 1 mostra os percentuais relativos aos investimentos

relacionados na Tabela 9 que incidem em cada classe de depreciação e os valores

correspondentes a serem depreciados para o caso de 45 000 tpa Ni.

No caso da última reforma da usina, esta foi depreciada ao longo do restante da vida do

empreendimento.

Valores equivalentes foram utilizados para as demais escalas de produção estudadas.

As deduções relativas à exaustão da jazida foram feitas de acordo com a legislação

aplicável (DNPM, 2000, op. cit., ver Quadro 4): considerou-se uma cota de exaustão

correspondente à proporção do Ni equivalente produzido ano a ano que fo i aplicada sobre

os gastos com exploração e desenvolvimento, estimados em USD 50 milhões.

Page 91: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

73

6.5.6 Financiamento

Foi utilizado financiamento segundo condições de mercado (ver, por exemplo,

BARBOSA, 2007): assumiu-se que 40% dos investimentos (iniciais e em reposição)

seriam financiados através de recursos de terceiros a juros de 6,5% a.a. —

aproximadamente 5,5% a.a. relativos à taxa Libor e mais 1,0% a.a. a título de risco mais

taxas bancárias — com 3 anos de carência e 5 anos para amortização do principal.

Para a última parcela de investimentos em reposição de frota, assumiu-se que não

haveria financiamento.

A Tabela 20 na seção 7.2.1 mostra uma comparação dos principais indicadores entre as

alternativas com e sem financiamento para as várias escalas estudadas, permitindo a

avaliação do impacto da alavancagem financeira sobre o desempenho do empreendimento.

Deve ser observado que empreendimentos em mineração com o porte que se está

estudando sempre usam financiamento através de recursos de terceiros, seja através de

garantias pelo próprio projeto, seja através de financiamento da dívida da corporação como

um todo.

6.5.7 Cálculos dos Fluxos de Caixa e Parâmetros de Avaliação

Os fluxos de caixa e índices de eficiência foram calculados através das práticas usuais

de finanças corporativas aplicadas a empreendimentos de mineração (as referências básicas

estão citadas na seção 6.1).

Foram feitos os cômputos da estimativa dos fluxos de caixa e parâmetros de

desempenho para as várias escalas estudadas.

O algoritmo dos cálculos e os valores relativos ao caso base para 45 000 tpa Ni são

mostrados no Quadro 5, no Apêndice 2.

Page 92: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

74

6.6 Metodologia e Parametrização para a Análise de Sensibilidade

A análise de sensibilidade foi feita em duas etapas: na primeira etapa, cujos resultados

são mostrados na seção 7.3.1, foi feita a variação do tamanho do depósito e do teor de

alimentação em relação ao caso base, mantendo-se as demais condições constantes. Na

segunda etapa, cujos resultados são mostrados na seção 7.3.2, foram utilizadas simulações

através da técnica de Monte Carlo.

Esta abordagem foi necessária tendo em conta que o método empregado para o

desenvolvimento do plano de aproveitamento (mostrado na seção 6.4) e conseqüente

alimentação do modelo de avaliação do depósito (mostrado na seção 6.5) é muito

interativo, a fim de que sejam respeitadas as diversas restrições de capacidade no

desenvolvimento do plano de aproveitamento. O uso das simulações automáticas

necessárias para implementar a técnica de Monte Carlo respeitando essas restrições não

seria possível para a simulação de tamanho do depósito e teor de alimentação para

diferentes capacidades — um dos complicadores importantes é que a variação do tamanho

implica em vidas úteis que são diferentes para cada escala estudada.

Page 93: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

75

6.6.1 Parâmetros para a Variação do Tamanho do Depósito e do Teor de

Alimentação

Tendo em conta as limitações dos procedimentos utilizados colocadas na introdução da

seção 6.6, acima, um primeiro exercício para análise de sensibilidade foi feito definindo-se

um tamanho de depósito diferente, a partir do mesmo conjunto de depósitos utilizado para

definição do caso base (isto é, a partir da relação mostrada na Tabela 1), adotando-se para

o depósito a tonelagem mediana do conjunto mostrado na Tabela 1 e os teores

de Ni e Co correspondentes ao teor mediano dos depósitos relacionados. Os conteúdos

metálicos em Ni e Co resultantes foram maiores em 20% e 14% que o valor mediano,

respectivamente. Os resultados são mostrados na Tabela 17:

Tabela 17: Tamanho do Depósito para a Variação Tamanho e do Teor.

tonelagem teor de Ni níquel contido

teor de Co

cobalto contido

parâmetro

(Mt) (% Ni) (Mt Ni) (% Co) (Mt Co) valor mediano dos depósitos em desenvolvimento e implementação (Tabela 1)

208 1,17 1 955 0,082

0,147

valor para a análise de sensibilidade

208 1,18 2 457 0,083 0,172

diferença 0% -1% +20% 0% +14%

Em seguida, os procedimentos descritos na seção 6.3.2 na discussão da Tabela 3 e da

Tabela 4 foram empregados, obtendo-se as características de qualidade que permitiram

fazer o plano de aproveitamento e a estimativa de desempenho seguindo-se os mesmos

procedimentos descritos na seção 6.4 e na seção 6.5. Os resultados correspondentes são

discutidos na seção 7.3.1.

Page 94: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

76

6.6.2 Definição dos Cenários para as Simulações de Monte Carlo

As simulações através da técnica de Monte Carlo foram feitas utilizando-se programa

comercial (@Risk. PALISADE, 2000). O uso da técnica é bem estabelecido e uma

discussão da mesma foge ao escopo deste trabalho — maiores detalhes podem ser

encontrados em CLEMEN (1996, op. cit.). Foram utilizadas 1000 iterações.

A análise foi feita com variação dos seguintes parâmetros para as várias escalas

estudadas (ver Tabela 18, adiante):

− Taxa de desconto;

− Preços do Ni;

− Preços do Co;

− Variação do volume dos investimentos e

− Variação dos custos operacionais.

Os detalhes do ajuste das distribuições de entrada utilizadas são mostrados no

Apêndice 3.

Numa situação mais objetiva, onde estariam definidos o operador (e seu custo de

capital) e a locação do empreendimento (e os riscos correspondentes), não haveria

necessidade de modelar a taxa de desconto. Considerando que convém manter a

generalidade do estudo, entretanto, a taxa de desconto foi feita variar em torno do caso

base (para o qual foi adotada a taxa de 12%) desde 8% — um valor baixo, correspondente

a um custo de capital baixo e baixo risco — até 20% — um valor alto em se tratando da

indústria de mineração. Resulta uma distribuição para ajuste próxima a uma distribuição

lognormal (ver Figura 69 no Apêndice 3).

É importante notar que uma parcela expressiva das reservas de níquel existentes,

especialmente de níquel laterítico, está situada em países com alto risco soberano (ver

Figura 6 e Tabela 1), o que pode exigir o uso de taxas de desconto mais elevadas.

Page 95: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

77

Os preços são, dentre os elementos que interferem no valor, o mais volátil e sobre o

qual os operadores têm menos controle, justificando a sua inclusão na análise. Assim, os

preços do Ni foram feitos variar 18% para baixo e para cima em relação ao valor adotado

para o caso base para os casos mais freqüentes, simulando-se, ainda, a uma variação

máxima de 45% acima do valor base para o valor máximo dos máximos (com baixa

probabilidade). A volatilidade simulada, que tem origem na amplitude sugerida por

NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit. — ver Tabela 7), é alta, em se tratando de metais

básicos, e foi aumentada pela imposição de simulações do valor máximo dos máximos,

mas reflete bem a situação muito volátil por que passa o mercado de Ni (ver Figura 1).

Resulta uma distribuição para ajuste próxima a uma distribuição lognormal (ver Figura 70

no Apêndice 3)10.

Os preços do Co foram feitos variar entre 20% para baixo e 20% para cima com relação

ao caso base para os casos mais freqüentes, chegando a uma variação máxima de 50%

sobre o caso base para o valor máximo dos máximos (simulado com baixa probabilidade),

conforme justificado nos comentários sobre o desenvolvimento da Tabela 8. Resulta uma

distribuição para ajuste próxima a uma distribuição lognormal (ver Figura 71 no Apêndice

3).

Dentro do grupo de projetos em engenharia avançada e implementação (mostrados na

Tabela 12), há uma dispersão expressiva dos valores para os orçamentos de investimentos,

refletindo as diferenças nas condições de implementação — a maior parte delas, quanto à

infra-estrutura disponível. Assim, o valor dos investimentos foi feito variar desde 20% para

baixo e até 25% para cima em relação ao valor de referência para o caso base. Numa

situação em que a locação do empreendimento e, portanto, as condições de infra-estrutura

estivessem mais bem-definidas, este intervalo poderia ser mais estreito. Resulta uma

distribuição para ajuste que é triangular (ver Figura 72 no Apêndice 3).

Os custos operacionais foram feitos variar entre -32% e +14% em torno do caso base

para os casos mais freqüentes e até +36% em relação ao caso base através da imposição de

um valor máximo dos máximos (com baixa probabilidade) para as simulações, refletindo a

variação das condições de operação entre produtores diferentes. Deve-se notar, ainda, que

10 Ver nota de rodapé 5 na seção 6.5.2.

Page 96: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

78

parte da dispersão dos custos operacionais é devida às diferenças quanto aos créditos

relativos à produção de Co. Resulta uma distribuição para ajuste próxima a uma

distribuição triangular (ver Figura 73 no Apêndice 3).

Assim sendo, o conjunto de parâmetros utilizados e as faixas de variação

experimentadas nas simulações são aqueles mostrados na Tabela 18, onde se mostra

também as probabilidades de ocorrência atribuídas a cada caso:

Page 97: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

79

Tabela 18: Parâmetros para a Análise de Sensibilidade - Simulação de Monte Carlo.

parâmetro taxa de desconto preços do Ni preços do Co ajuste dos investimentos

custos operacionais

unidade (USD/lb) (USD/lb) (%, USD/lba) (USD/lb) min caso

base M MM min caso

base M MM min caso

base M MM min caso

base M min caso

base M MM

valor de entrada para a modelagem

8% 12% 15% 20% $4,5 $5,5 $6,5 $8,0 $8,0 $10,0 $12,0 $15,0 23% 53% 89% $1,5 $2,2 $2,5 $3,0

probabilidade simples

10% 60% 20% 10% 15% 60% 15% 10% 15% 60% 15% 10% 25% 50% 25% 10% 60% 20% 10%

probabilidade acumulada

10% 70% 90% 100% 15% 75% 90% 100% 15% 75% 90% 100% 25% 75% 100% 10% 70% 90% 100%

média ponderada da distribuição de entrada

13% $5,8 $10,5 55%

indicador a 45 000 tpa Ni

$16 $20 $25

média da distribuição modelada

11% $5,3 $9,6 $19 $2,0

legenda min mínimo M máximo MM máximo dos máximos

Page 98: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

80

Outros aspectos poderiam ter sido incluídos na análise de sensibilidade, tais como

parâmetros que conduzissem a uma medida do risco tecnológico presente nas operações

em estudo e que se reflete, principalmente, na proporção da capacidade nominal que é

atingida e no ritmo verificado para que esta proporção se materialize (ritmo do ramp-up).

Conforme comentado na introdução da seção 6.6.1, entretanto, o método que foi utilizado

para desenvolver o plano de aproveitamento e, por conseqüência, a estimativa de

desempenho (seções 6.4 e 6.5), é muito interativo e não permitiria o uso das simulações

automáticas através da técnica de Monte Carlo. Avalia-se que essa limitação não tem

maiores implicações na escolha da escala de produção.

O consumo específico de ácido sulfúrico, que responde por 25% a 30% dos custos

operacionais, também não foi feito variar em função de que as variações dos custos

operacionais simuladas comportam uma variação dos custos operacionais relacionados

com o consumo de ácido e de que o peso da construção da fábrica de ácido nos custos de

investimento é de 8% — pouco expressivo diante das variações simuladas dos custos de

investimentos. Uma variação neste parâmetro apenas teria, portanto, baixo impacto na

escolha da escala de produção.

Deve-se considerar, também, que o uso de um conjunto muito grande de variáveis para

a análise de sensibilidade leva à perda do foco quanto ao objetivo do estudo, que é a

definição da capacidade.

A partir das distribuições das variáveis de entrada definidas na Tabela 18,

estabeleceram-se as distribuições para simulação que melhor as representassem, utilizando-

se, inicialmente, programa comercial (Bestfit. PALISADE, 2000), e procedendo-se ajustes

posteriores. Os resultados do ajuste das distribuições de entrada são discutidos na

apresentação da Figura 69 à Figura 73 no Apêndice 3.

Procurou-se o melhor ajuste para o conjunto dos pontos da curva de distribuição de

freqüência acumulada crescente, com foco na aderência a 20% da freqüência acumulada, à

mediana e a 80% da freqüência acumulada. Considerando que, com exceção da

distribuição adotada para o ajuste dos investimentos, todas as distribuições são

assimétricas, a aderência à média é pouco importante, escolhendo-se a mediana como

referência. A existência de um valor máximo dos máximos, na maior parte dos casos,

Page 99: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

81

levou a um pequeno viés, que impacta em pequena medida a taxa de desconto e os valores

extremos de ajuste dos investimentos, o que foi considerado pouco relevante para o

objetivo do estudo.

Page 100: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

82

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos a partir do modelo estabelecido na seção 6.5 e na seção 6.6 são

apresentados na ordem seguinte:

− Resultados para a escala de 45 000 tpa Ni;

− Variação da escala de produção e

− Análise de sensibilidade.

Os resultados para a escala de 45 000 tpa Ni (mostrados na seção 7.1) permitem

discutir o perfil do empreendimento e o desempenho com relação à escala para a qual há

maior aderência com respeito aos dados de entrada da literatura consultada.

Em seguida, são apresentados os resultados obtidos com a variação da escala de

produção (na seção 7.2), onde o foco da discussão está nas diferenças de desempenho do

empreendimento ao se fazer variar a escala de produção. Nesta seção são, ainda,

contrastados os resultados obtidos com e sem a aplicação de financiamento através de

recursos de terceiros (seção 7.2.1) para as várias escalas estudadas.

Na seção 7.3, mostra-se a análise de sensibilidade: um primeiro exercício é feito com a

modelagem de um depósito de maior tamanho e mais rico (na seção 7.3.1) e, em seguida,

apresentam-se os resultados obtidos a partir das simulações através da técnica de Monte

Carlo (na seção 7.3.2).

Page 101: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

83

7.1 Resultados Para a Escala de 45 000 tpa Ni

A seqüência de gráficos entre a Figura 33 e a Figura 37 mostra os principais parâmetros

utilizados na avaliação do depósito para a escala de 45 000 tpa Ni.

A Figura 33 mostra o perfil de produção do empreendimento e a evolução dos custos

unitários:

0

5,000

10,000

15,000

20,000

25,000

30,000

35,000

40,000

45,000

50,000

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55

1000

tpa

Ni

$0.00

$0.50

$1.00

$1.50

$2.00

$2.50

$3.00

$3.50

$4.00

$4.50

$5.00

USD

/lb

Ni ProduzidoCo ProduzidoUSD/lb

Figura 33: Produção de Ni e Co Metálico e Custos Unitários.

Page 102: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

84

A Figura 34 mostra os elementos dos fluxos de caixa antes dos impostos:

($1,400)

($1,200)

($1,000)

($800)

($600)

($400)

($200)

$0

$200

$400

$600

$800

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55

USD

M/a

($8.00)

($6.00)

($4.00)

($2.00)

$0.00

$2.00

$4.00

USD

/lb

faturamento investimentos + sustaining + capital de giro custos US$/lb

Figura 34: Elementos dos Fluxos de Caixa Antes dos Impostos.

Conforme mostrado na Figura 33 e na Figura 34, após o período de implantação e

ramp-up, o empreendimento apresenta duas fases distintas em termos da produção e, por

conseqüência, do faturamento e dos custos operacionais: enquanto há alimentação das

unidades basais ricas, a produção é de 45 000 tpa Ni, o faturamento é de USD 610 milhões

anuais e os custos antes dos créditos com o Co se situam, por construção, em USD 2,0 / lb

Ni; a partir do ano 39, com o esgotamento do material mais rico, a alimentação é feita com

a limonita mais pobre e a produção cai para um patamar próximo a 16 000 tpa Ni,

resultando um faturamento de USD 233 milhões anuais e os custos operacionais crescem

para

USD 3,6 / lb Ni.

Como os custos de processo, exceto aqueles do refino, dependem da tonelagem

alimentada na usina e esta se mantém entre a primeira fase e a segunda fases da vida do

empreendimento, as operações unitárias se dão sobre material muito mais pobre na

segunda fase de operação em comparação com a primeira fase, o que afeta o desempenho

do empreendimento nesta segunda fase, mas, por outro lado, posterga os riscos

conseqüentes da operação a teores mais baixos e custos mais altos.

Page 103: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

85

Este é um perfil característico de operações com a lavra alavancada por teores e uma

análise mais acurada sobre a viabilidade e os riscos da operação na segunda fase pode ser

feita a partir de foco específico nesta fase.

A Figura 35 mostra os fluxos de caixa simples e acumulados antes dos impostos:

($1,000)

($800)

($600)

($400)

($200)

$0

$200

$400

$600

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55

USD

M/a

fluxo de caixa antes dos impostos

fluxos de caixa simples

($4,000)

($2,000)

$0

$2,000

$4,000

$6,000

$8,000

$10,000

$12,000

$14,000

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55

USD

M

fluxo de caixa antes dos impostos

acumulação dos fluxos de caixa

Figura 35: Fluxos de Caixa Antes dos Impostos.

A contribuição dos fluxos de caixa a partir do ano 39, quando a usina passa a ser

alimentada apenas com a limonita vermelha (ver Figura 22), é muito marginal, mormente

em se considerando os efeitos da taxa de desconto: o total acumulado dos fluxos de caixa

Page 104: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

86

livres descontados entre o ano 39 e o ano 56 (ver Figura 37) é de apenas USD 6 milhões.

Eliminando-se o efeito dos descontos, entretanto, os fluxos de caixa livres são de

USD 1 102 milhões (média de USD 61 milhões anuais), o que justifica a continuidade da

operação.

O investimento na reforma da usina no ano 48 foi estimado em USD 353 milhões —

um valor elevado a ser empregado próximo ao final da vida do empreendimento —, mas

que permite a recuperação de USD 569 milhões, o que pode ser melhor definido através de

análise específica.

($1,000)

($800)

($600)

($400)

($200)

$0

$200

$400

$600

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55

USD

M/a

fluxo de caixa antes dos impostos impostos

Figura 36: Fluxos de Caixa Antes dos Impostos e Impostos.

Tendo em conta que toda a produção é exportada, o empreendimento é isento do

pagamento do ICMS sobre as vendas, da Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social (COFINS) e das contribuições para o Programa de Integração Social

(PIS), mas há pagamento de Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas na proporção de

25% sobre o lucro líquido, considerados os descontos e deduções justificados (na seção

6.5.5); da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) na proporção de 12% do

lucro líquido antes do imposto de renda; e da Compensação Financeira pela Exploração

dos Recursos Minerais (CFEM), na proporção de 2% sobre o faturamento, deduzidos os

tributos, transporte e seguros.

Page 105: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

87

Não há pagamento de imposto de renda até o ano 8, quando termina a compensação dos

prejuízos acumulados relativos ao investimento inicial; ainda assim, incide a CFEM, que é

computada sobre o faturamento, no valor de cerca de USD 12 milhões anuais.

O valor presente dos impostos descontados a 12% é de USD 333 milhões,

correspondente a 54% da geração de renda do empreendimento (valor presente líquido

mais impostos). O valor presente líquido é de USD 283 milhões. A relação entre estes

indicadores cai com o aumento da escala, isto é, os impostos são regressivos, estimulando

a implementação a maiores escalas de produção.

Page 106: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

88

A Figura 37 mostra a distribuição dos fluxos de caixa livres:

($1,000)

($800)

($600)

($400)

($200)

$0

$200

$400

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55

USD

M/a

fluxo de caixa livre

fluxos de caixa simples

($2,000)

$0

$2,000

$4,000

$6,000

$8,000

$10,000

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55

USD

M

fluxo de caixa livre

acumulação dos fluxos de caixa

Figura 37: Fluxos de Caixa Livres para 45 000 tpa Ni.

Considerando o tempo de implantação e o perfil de ramp-up empregados, que

consomem 5 anos, o tempo de maturação é longo, sendo que os investimentos passam a ser

recuperados a partir do ano 11 (ano 8 a partir da operação), o que implica em riscos quanto

às estimativas de receitas e custos, que têm de ser feitas muito adiante da realização dos

eventos correspondentes.

Page 107: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

89

7.2 Variação da Escala de Produção

A Tabela 19 mostra os principais indicadores de desempenho para as escalas estudadas:

Tabela 19: Resumo dos Indicadores para as Várias Escalas.

parâmetro unidade legenda escala Ni produzido tpa Ni 45 056 60 075 120 349 200 582 300 873Co produzido tpa Co 2 877 3 836 7 674 12 790 19 185preço Ni USD/lb $5,50 preço Co USD/lb $10,00 faturamento 1a fase USD M/ano $610 $813 $1 628 $2 713 $4 070faturamento 2a fase USD M/ano $233 $310 $621 $1 035 $1 546investimentos USD M/soma ($2 165) ($2 599) ($4 055) ($5 632) ($7 315)investimentos em reposição USD M/soma ($1 400) ($1 232) ($594) ($86) ($28)investimentos + reposição + capital de giro

USD M/soma ($3 564) ($3 832) ($4 649) ($5 718) ($7 343)

VPI USD M/soma ($1 832) ($2 199) ($3 380) ($4 592) ($5 929)custos operacionais lavra USD/t $2,88 $2,65 $2,31 $2,17 $2,09custos de beneficiamento USD/t

beneficiada $0,49 $0,49 $0,49 $0,49 $0,48

custos de processamento (ex-ácido)

USD/t alimentada

$21,52 $19,26 $15,76 $14,47 $13,84

custos do ácido USD/t ácido $31,32 $30,67 $29,84 $29,32 $29,04beneficiamento + hidrometalurgia

USD/t $53,33 $50,42 $46,09 $44,28 $43,36

custos de comercialização e refino

USD/t Ni $817,41 $751,72 $656,43 $615,01 $594,07

custos USD M/ ano ($193) ($238) ($418) ($658) ($957)opex / 1a fase USD/lb $1,95 $1,80 $1,58 $1,49 $1,44opex / 2a fase USD/lb $3,55 $3,25 $2,78 $2,61 $2,52despesas operacionais/soma USD M/ soma ($12 182) ($11 774) ($11 573) ($12 226) ($13 656)receitas / despesas financeiras

USD M/ soma ($470) ($506) ($610) ($758) ($988)

fluxo de caixa antes dos impostos/soma

USD M/ soma $11 593 $11 964 $12 061 $11 028 $9 600

impostos/soma USD M/ soma ($3 224) ($3 446) ($3 386) ($3 130) ($2 739)fluxo de caixa livre/soma USD M/ soma $7 903 $8 518 $8 675 $7 897 $6 862valor presente do fluxo de caixa livre

USD M $283 $580 $1 363 $1 677 $1 619

taxa interna de retorno 14,6% 16,7% 20,8% 22,2% 21,8%período de retorno anos 9,9 8,9 7,1 6,3 5,8eficiência de capital 0,15 0,26 0,40 0,37 0,27

Cabe, inicialmente, um comentário sobre a extensão do período utilizado para a análise

dos fluxos de caixa estimados: é reconhecido que o cômputo dos fluxos de caixa ao longo

de períodos muito longos não agrega informação na decisão para os casos usuais e, por

isso, é pouco usado — o que não implica que o uso esteja errado. As principais razões —

práticas — para que a extensão da análise seja limitada a períodos mais curtos são que a

Page 108: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

90

incerteza é muito grande e o efeito dos parâmetros de desconto é muito alto nos períodos

tardios. Considerando a taxa de desconto do caso base — 12% — os parâmetros de

desconto se comparam com a imprecisão dos estudos — entre 15% e 20% para estudos de

pré-viablidade — a partir do ano 20 a 14, respectivamente, o que definiria a extensão dos

períodos de análise nestas condições.

No caso em questão, o objetivo é a definição da capacidade recomendável a partir do

contraste entre os parâmetros de desempenho para as várias escalas de produção, o que

coloca problemas específicos. A vida útil do empreendimento para diferentes escalas é

muito distinta: desde 56 anos para a escala de 45 000 tpa Ni até 12 anos para

300 000 tpa Ni, o que remete às questões da comparação de desempenho de

empreendimentos com vidas úteis diferentes e da possibilidade de re- investimento ao

mesmo desempenho, dentre outras, o que foge ao objeto de estudo.

De outra parte, o uso do conceito de lavra alavancada por teores implica que a operação

apresente fases distintas, sendo que, dada a diferença de capacidade entre as fases e a vida

residual do empreendimento após as reformas, a queda no faturamento e o aumento dos

custos unitários, assim como a extensão e o impacto das reformas da usina é diferente para

cada alternativa de escala. A Figura 38 mostra o perfil do empreendimento para a escala de

120 000 tpa Ni que pode ser comparado ao desempenho para a escala de 45 000 tpa Ni,

mostrado na Figura 34, por exemplo.

($3,000)

($2,500)

($2,000)

($1,500)

($1,000)

($500)

$0

$500

$1,000

$1,500

$2,000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

MU

S$/a

($5.00)

($4.00)

($3.00)

($2.00)

($1.00)

$0.00

$1.00

$2.00

$3.00

US$

/lb

faturamento investimentos + sustaining + capital de giro custos US$/lb

Figura 38: Elementos dos FCs Antes dos Impostos para 120 000 tpa Ni.

Page 109: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

91

Considerados estes aspectos, a melhor alternativa encontrada para as comparações

necessárias a fim de definir a capacidade ótima foi a extensão dos períodos de análise ao

longo de toda a vida útil correspondente a cada escala de produção, o que prescinde o uso

de fluxos equivalentes e ferramentas assemelhadas, atendendo ao objetivo do estudo e

simplificando o tratamento. A seqüência de gráficos mostrados entre a Figura 39 e a

Figura 42 mostra os fluxos de caixa livres para as opções de escala entre 60 000 tpa Ni e

300 000 tpa Ni e esclarece melhor o problema:

Page 110: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

92

($1,200)

($1,000)

($800)

($600)

($400)

($200)

$0

$200

$400

$6001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43

MU

S$/a

fluxo de caixa livre

($2,000)

($1,500)

($1,000)

($500)

$0

$500

$1,000

$1,500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

MU

S$/a

fluxo de caixa livre

Figura 39: Fluxos de Caixa Livres para 60 000 tpa Ni. Figura 40: Fluxos de Caixa Livres para 120 000 tpa Ni.

($2,500)

($2,000)

($1,500)

($1,000)

($500)

$0

$500

$1,000

$1,500

$2,000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

MU

S$/a

fluxo de caixa livre

($4,000)

($3,000)

($2,000)

($1,000)

$0

$1,000

$2,000

$3,000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

MU

S$/a

fluxo de caixa livre

Figura 41: Fluxos de Caixa Livres para 200 000 tpa Ni. Figura 42: Fluxos de Caixa Livres para 300 000 tpa Ni.

Page 111: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

93

A Figura 43 mostra o volume dos investimentos para as várias escalas de produção

estudadas:

($2,165)($2,599)

($4,055)

($5,632)

($7,315)

($8,000)

($7,000)

($6,000)

($5,000)

($4,000)

($3,000)

($2,000)

($1,000)

$00 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000

escala (tpa Ni)

inve

stim

ento

s (U

SD M

)

investimentos investimentos em reposição investimentos + sustaining + capital de giro VPI

Figura 43: Investimentos vs. Escala — Caso Base.

Os investimentos iniciais para as escala de 45 000 tpa Ni e 60 000 tpa Ni são da ordem

de USD 2,2 bilhões e USD 2,6 bilhões, respectivamente, valores elevados no contexto da

indústria de mineração. Para a escala de 120 000 tpa Ni, os investimentos são da ordem de

USD 4,1 bilhões, valores já muito elevados para uma única operação, tendo em conta os

riscos envolvidos. Para as escalas de 200 000 tpa Ni e 300 000 tpa Ni, o parâmetro atinge

USD 5,6 bilhões e USD 7,3 bilhões, respectivamente; estes valores não são encontrados na

indústria, o que limita, na prática, a escala de produção, conforme comentários feitos na

seção 6.2.

Para efeito de contextualização do valor dos investimentos, deve-se ter em conta as

informações da indústria sobre os projetos em estudos mais avançados e implementação

(mostrados na Tabela 12): os projetos de lixiviação ácida sob pressão em implementação,

Ravensthorpe e Goro, têm orçamentos de USD 2,8 bilhões e USD 3,2 bilhões,

respectivamente. A mediana da capacidade da relação dos projetos em desenvolvimento

Page 112: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

94

mostradas na Tabela 1 é 45 000 tpa Ni e não se encontra qualquer projeto com escala

superior a 60 000 tpa Ni como mostrado na Figura 17.

Os investimentos em reposição têm um comportamento que reflete a duração do

empreendimento, conforme discutido na apresentação da Tabela 14 e comentários

posteriores, e resultam economias expressivas para as escalas maiores, em função de a vida

útil ser menor.

A Figura 44 mostra a relação entre os custos operacionais detalhados e a escala de

produção:

$0.00

$10.00

$20.00

$30.00

$40.00

$50.00

$60.00

0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000

escala (tpa Ni)

cust

os o

pera

cion

ais

(USD

/t)

beneficiamento + hidrometalurgia custos do ácido custos de processamento (ex- ácido)custos de beneficiamento custos de lavra e remanejamento

Figura 44: Custos Operacionais Detalhados vs. Escala — Caso Base.

Como a incidência dos custos fixos é muito alta, 70% dos custos operacionais, exceto

os do ácido sulfúrico, de acordo com o que é estabelecido na seção 6.5.4 (nos comentários

à Tabela 16 e Figura 32), o decréscimo dos custos operacionais com o crescimento da

escala de produção é relativamente pequeno, o que atenua as economias de escala. Assim,

o comportamento dos custos operacionais tem crescimento marginal a escalas maiores,

favorecendo a escolha de escalas maiores até 120 000 tpa Ni e desestimulando a escolha de

escalas maiores daí em diante.

Page 113: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

95

A Figura 45 mostra os custos operacionais na primeira e segunda fases e os custos

operacionais ponderados pela quantidade de níquel produzida:

$0.00

$0.50

$1.00

$1.50

$2.00

$2.50

$3.00

$3.50

$4.00

0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000

escala (tpa Ni)

cust

os o

pera

cion

ais

(USD

/lb)

opex / 1a fase opex / 2a fase opex / pond

Figura 45: Custos Operacionais por Fase vs. Escala — Caso Base.

Os custos operacionais definem a condição de competitividade de uma dada operação

em relação aos demais produtores: em geral, a condição que se busca para novos projetos é

que estes operem no primeiro quartil da distribuição de custos acumulados crescentes, o

que costuma garantir a competitividade da operação mesmo durante as fases de baixos

preços. Na atual fase de preços de níquel muito altos, muitos custos represados estão sendo

executados e a situação está um tanto distorcida. Para o projeto em estudo, foi feita uma

calibração dos custos operacionais de acordo com dados recentes da indústria, conforme

discutido na seção 6.5.2.

Os custos operacionais na primeira fase são, por construção, sempre inferiores a

USD 2,0 / lb Ni. Os custos operacionais na segunda fase são altos em qualquer dos casos

estudados, superiores a USD 2,5 / lb Ni para qualquer das escalas, mas há que se

considerar que, nesta fase, os investimentos iniciais já estão depreciados, de forma que a

Page 114: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

96

competitividade não é tão comprometida. Entretanto, este patamar alto de custos pode

impossibilitar as reformas da usina nos últimos anos de operação, reduzindo a vida do

empreendimento. Considerando a flexibilidade existente, a decisão de reformar a usina

deve ser tomada na época da necessidade.

A Figura 46 mostra a relação entre o valor presente líquido e a taxa interna de retorno e

a escala de produção:

$0

$200

$400

$600

$800

$1,000

$1,200

$1,400

$1,600

$1,800

0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000

escala (tpa Ni)

VPL

(USD

M)

0.0%

5.0%

10.0%

15.0%

20.0%

25.0%

TIR

valor presente do fluxo de caixa livre taxa interna de retorno

Figura 46: Valor Presente Líquido e TIR vs. Escala — Caso Base.

A análise, tomando-se como parâmetro seja o valor presente líquido, seja a taxa interna

de retorno, indica como recomendável a escala de 200 000 tpa Ni. Entretanto, os

investimentos são muito altos neste caso e uma análise incremental da taxa interna de

retorno mostra que os ganhos entre 120 000 tpa Ni e 200 000 tpa Ni são marginais.

A taxa interna de retorno é de 14,6% para a escala de 45 000 tpa Ni — um valor no

limite inferior de aceitação na indústria de mineração. Para uma taxa de barreira (hurdle

rate), mais alta — de 20% — um pouco alta no contexto da indústria mineira, mas que

Page 115: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

97

pode se justificar em condições de maiores riscos —, a escala mínima aceitável seria pouco

superior a 100 000 tpa Ni11.

Considerando a natureza do estudo, em que não se definiu um operador específico — e,

portanto, seus custos de capital — e, de certa maneira, a locação do empreendimento

(definida apenas para efeito de taxação) e, assim, o perfil de risco ligado à localização do

empreendimento, o valor presente líquido, isoladamente, é um parâmetro que pouco

esclarece para a decisão sobre a escala a adotar no empreendimento.

11 É reconhecido que fluxos que apresentam mais de uma mudança de sinal ao longo do tempo — conforme é o caso para os fluxos de caixa livres para as opções de 45 000 tpa Ni e 60 000 tpa Ni, que apresentam mudanças em duas oportunidades, ver Figura 37 e Figura 39 —, podem ter mais de uma taxa interna de retorno, o que pode levar a erros quando este parâmetro é usado isoladamente como critério de escolha entre alternativas. Neste estudo, computou-se apenas uma das taxas de retorno do projeto. Não se pesquisou a existência das demais taxas internas de retorno que poderiam existir ou se procedeu o cômputo da taxa média para estes casos, o que não prejudica a comparação do desempenho entre as diferentes alternativas de escala. Ainda, deve ser comentado que a taxa interna de retorno não foi usada como indicador isolado, tendo sido em combinação com os demais indicadores de desempenho e os resultados são coerentes.

Page 116: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

98

A análise através da eficiência do uso do capital, mostrada na Figura 47, esclarece

melhor a situação:

-

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

0.40

0.45

0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000

escala (tpa Ni)

ef d

e ca

pita

l

0.0%

5.0%

10.0%

15.0%

20.0%

25.0%

TIR

eficiência de capital taxa interna de retorno

Figura 47: Eficiência de Capital e TIR vs. Escala — Caso Base.

Tendo em conta a situação indefinida quanto ao operador e locação do

empreendimento, a eficiência de capital é o fator mais decisivo para a escolha da escala

recomendável, na medida em que permite medir a geração de valor para os acionistas a

partir do capital empregado e não depende da definição de outros parâmetros (como o

custo de capital, por exemplo, necessário para uma avaliação conclusiva a partir do valor

presente líquido). Considerando a eficiência de capital, a escala recomendável é de

120 000 tpa Ni. Valem os comentários feitos na análise da Figura 46, de que o acréscimo

da taxa de retorno entre 120 000 tpa Ni e 200 000 tpa Ni é marginal.

Page 117: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

99

A Figura 48 mostra a relação entre o período de retorno e a escala de produção:

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000

escala (tpa Ni)

perío

do d

e re

torn

o (a

nos)

período de retorno

Figura 48: Período de Retorno e TIR vs. Escala — Caso Base.

Em todos os casos, o período de retorno é muito elevado, revelando o perfil de alto

risco do empreendimento, uma vez que é necessário prever o comportamento de certas

variáveis — notadamente aquelas ligadas às condições de mercado — com muita

antecedência em relação ao retorno dos investimentos. A queda do indicador para escalas

acima de 120 000 tpa Ni é pouco expressiva, estimulando a escolha de escalas abaixo deste

valor.

Page 118: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

100

7.2.1 Efeito da Alavancagem Financeira

A Tabela 20 mostra os principais indicadores para as várias escalas estudadas,

contrastando os parâmetros para os casos sem financiamento e com financiamento dos

investimentos iniciais e de reposição, segundo o estabelecido na seção 6.5.6:

Tabela 20: Efeitos do Financiamento.

referência / escala

1000 tpa Ni 45 60 120 200 300

sem financiamento

$20 $248 $844 $970 $698valor presente líquido a 12% (M USD) com

financiamento $283 $580 $1 363 $1 677 $1 619

sem financiamento

12,1% 13,5% 16,0% 16,1% 14,8%taxa interna de retorno

com financiamento

14,6% 16,7% 20,8% 22,2% 21,8%

sem financiamento

0,01 0,11 0,25 0,21 0,12eficiência de capital

com financiamento

0,15 0,26 0,40 0,37 0,27

A alavancagem financeira, que se traduz pela melhoria dos indicadores de desempenho

do empreendimento em se comparando as alternativas com investimentos a partir de

recursos próprios e a partir de recursos de terceiros, advém das conseqüências das

diferenças entre a taxa de desconto destes fluxos e as taxas de juros dos financiamentos

(mais baixas que a taxa de desconto) e dos benefícios fiscais auferidos em função de que os

juros do financiamento são considerados como custos para efeito do cômputo do imposto

de renda a pagar. Assim, quanto maior a diferença entre a taxa de desconto (12% para o

caso base) e a taxa efetiva de juros dos financiamentos (de 6.5% a.a., sobre a qual há que

se considerar a carência do financiamento, de 3 anos, e o período de amortização, de 5

anos), maiores os efeitos da alavancagem.

De outra parte, respeitados os limites de endividamento aceitáveis pelo mercado, os

riscos podem ser distribuídos entre o empreendedor e a instituição financeira, sem prejuízo

do custo de capital da empresa e a distribuição dos fluxos de caixa é menos volátil.

Page 119: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

101

Considerando os valores dos investimentos envolvidos em quaisquer dos cenários

apresentados, um empreendimento como o estudado só pode ser desenvolvido por

empresas de grande porte, que têm acesso a crédito e trabalham com recursos de terceiros

em situações como a estudada. Assim, embora se possa medir os efeitos da alavancagem

através dos dados da Tabela 20, na prática, não se coloca a decisão entre financiar ou não.

7.3 Análise de Sensibilidade

Tendo em conta as limitações dos procedimentos utilizados, discutidas na introdução

da seção 6.6, a análise de sensibilidade foi feita em duas etapas: na primeira etapa, cujos

resultados são mostrados na seção 7.3.1, foi feita a variação do tamanho do depósito e do

teor de alimentação em relação ao caso base, mantendo-se as demais condições constantes;

na segunda etapa, cujos resultados são mostrados na seção 7.3.2, foram utilizadas

simulações através da técnica de Monte Carlo.

7.3.1 Variação do Tamanho do Depósito e do Teor de Alimentação

A parametrização para a variação do tamanho do depósito foi feita como reportado na

seção 6.6.1.

Page 120: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

102

A Figura 49 mostra a comparação entre os custos operacionais por fase e ponderados

pela produção de Ni para as duas alternativas, para as várias escalas estudadas:

$0.00

$0.50

$1.00

$1.50

$2.00

$2.50

$3.00

$3.50

$4.00

0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000

opex / 1a fase opex / 1a fase 16 opex / 2a fase opex / 2a fase 16 opex / pond opex / pond 16

Figura 49: Custos Operacionais por Fase vs. Escala — Variação do Teor.

As variações dos custos unitários são quase proporcionais às variações dos teores de

alimentação: para uma variação do teor de alimentação na fase de alta produção (primeira

fase) de 26% (os teores de alimentação são de 1,27% Ni e 1,59% Ni, respectivamente), as

variações dos custos operacionais estão entre 20% para as escalas menores e 23% para as

escala maiores.

As variações observadas melhoram a posição de competitividade do empreendimento

em comparação com a concorrência, mas a alteração do teor de alimentação nas

proporções simuladas não altera a decisão por uma escala de produção ou outra.

Mais que isto, o comportamento estimula o uso do conceito de lavra alavancada por

teores ou de beneficiamento do minério antes da metalurgia (ver comentários no

capítulo 5), em sendo possível fazê- lo mediante uma perda de recuperação aceitável.

Page 121: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

103

A Figura 50 mostra a comparação entre o valor presente líquido e a taxa interna de

retorno para as duas alternativas, para as várias escalas estudadas:

$0

$500

$1,000

$1,500

$2,000

$2,500

$3,000

$3,500

0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000

VPL

(USD

M)

0.0%

5.0%

10.0%

15.0%

20.0%

25.0%

30.0%

TIR

VPL VPL 16 TIR TIR 16

Figura 50: VPL e TIR vs. Escala — Variação do Teor.

A escolha da escala balizada pelo valor presente líquido favorece as escalas maiores

com o aumento do teor de alimentação como o que se simulou, o que é um resultado

esperado. O comportamento oposto deve ocorrer para uma queda do teor. Todavia,

conforme já comentado na seção 6.2 e nos comentários à Figura 46, as escalas

recomendáveis tendo em conta apenas este parâmetro são muito altas. Interessa notar que

as diferenças incrementais dos indicadores entre escalas diferentes a partir de 120 000 tpa

Ni são maiores que as observadas para o caso base.

A escolha da escala parametrizada pela taxa interna de retorno tem o mesmo

comportamento e valem os mesmos comentários com respeito às escalas recomendadas,

embora as diferenças incrementais entre a taxa interna de retorno sejam maiores que as

observadas na Figura 46.

Page 122: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

104

A Figura 51 mostra a comparação entre a eficiência de capital e a taxa interna de

retorno para as duas alternativas, para as várias escalas estudadas:

-

0.10

0.20

0.30

0.40

0.50

0.60

0.70

0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000

escala (tpa Ni)

efic

iênc

ia d

e ca

pita

l

0.0%

5.0%

10.0%

15.0%

20.0%

25.0%

30.0%

TIR

eficiência de capital ef cap 16 taxa interna de retorno TIR 16 Figura 51: Eficiência de Capital e TIR vs. Escala — Variação do Teor.

A escolha da escala balizada pela eficiência de capital também mostra o

comportamento observado em favor das escalas maiores, mas um contraste menor entre as

alternativas, em comparação com o observado para o caso base: a escala recomendável

neste caso seria de 200 000 tpa Ni, mas os ganhos incrementais entre 120 000 tpa Ni e

200 000 tpa Ni não têm expressão.

O período de retorno não é sensível à variação do teor de alimentação, sendo reduzido

(ou aumentado) de forma insignificante para os teores maiores (ou menores).

7.3.2 Simulações pela Técnica de Monte Carlo

Os parâmetros para a análise de sensibilidade pela técnica de Monte Carlo foram

estabelecidos conforme reportado na seção 6.6.2, estudando-se a variação dos seguintes

parâmetros: taxa de desconto, preços do Ni, preços do Co, variação do volume dos

investimentos e variação dos custos operacionais. Os resultados encontrados são mostrados

e discutidos na apresentação feita nesta seção.

Page 123: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

105

A Figura 52 mostra a variação do valor presente líquido em função da variação dos

parâmetros de entrada, mostrando a relevância da variação de cada um dos parâmetros para

as escalas estudadas. Os valores são apresentados em ordem crescente das escalas de

produção estudadas (isto é, o conjunto de barras para cada parâmetro é mostrado para as

escalas de 45 000 tpa Ni, 60 000 tpa Ni, 120 000 tpa Ni, 200 000 tpa Ni e 300 000 tpa Ni,

nesta ordem):

coeficientes de correlação para o valor presente do fluxo de caixa livre

-100% -80% -60% -40% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

preços do Ni (US$/lba)

taxa de desconto

ajuste dos investimentos

ajuste dos custosoperacionais

preços do Ni (US$/lba)

Figura 52: Diagrama de Tornado para o Valor Presente Líquido.

Em primeiro lugar, não há variações expressivas dos resultados na medida em que se

variam as escalas de produção. Portanto, a análise de sensibilidade, embora permita

estabelecer cenários, contribui pouco para a definição de escala do empreendimento.

As variáveis de maior impacto sobre a variação do valor presente líquido são, pela

ordem: as variações dos preços do Ni — muito maiores que as variações em relação aos

demais parâmetros —, da taxa de desconto, dos custos operacionais, dos ajustes dos

investimentos e dos preços do Co. Inverteu-se a apresentação dos ajustes dos investimentos

e dos custos operacionais porque estas variáveis têm importância inversa na volatilidade

dos demais indicadores, como será mostrado na apresentação da Figura 53 e Figura 54. As

diferenças entre as influências são pequenas e não comprometem a discussão.

Page 124: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

106

A volatilidade do valor presente líquido com relação às variações dos preços de Ni e Co

é crescente com a escala de produção. As diferenças são pequenas, mas, se levadas em

conta, conduzem à escolha de escalas menores, que, se escolhidas, permitem maior

previsibilidade.

A volatilidade do valor presente líquido em relação à variação da taxa de desconto

decresce com a escala de produção, o que é um comportamento esperado em função de que

a vida do empreendimento diminui com o aumento da escala. As diferenças para as escalas

mais realistas são pequenas, mas, se levadas em conta, conduzem à escolha de escalas

maiores, onde o risco se distribui por um período de tempo menor.

A volatilidade do valor presente líquido em relação às variações dos custos

operacionais e ao ajuste dos investimentos não é sensível à variação da escala de produção.

Como os resultados para diferentes variáveis levam a escolha de escala em diferentes

sentidos, embora sua aplicação seja bem estabelecida como critério para decisão

econômica, a análise da variabilidade do valor presente líquido isoladamente pouco define

com relação à escolha da escala de produção.

Page 125: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

107

A Figura 53 mostra a variação da taxa interna de retorno em função da variação dos

parâmetros de entrada, mostrando a relevância de cada uma das variáveis para as escalas

estudadas. Os valores são apresentados em ordem crescente das escalas de produção

estudadas (isto é, o conjunto de barras para cada parâmetro é mostrado para as escalas de

45 000 tpa Ni, 60 000 tpa Ni, 120 000 tpa Ni, 200 000 tpa Ni e 300 000 tpa Ni, nesta

ordem):

coeficientes de correlação para a taxa interna de retorno

-100% -80% -60% -40% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

preços do Ni (US$/lba)

taxa de desconto

ajuste dos investimentos

ajuste dos custosoperacionais

preços do Ni (US$/lba)

Figura 53: Diagrama de Tornado para a Taxa Interna de Retorno.

O comportamento da variação da taxa interna de retorno face às variações de escala e

dos parâmetros de entrada não mostra qualquer tendência digna de nota.

Page 126: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

108

A Figura 54 mostra a variação da eficiência de capital em função da variação dos

parâmetros de entrada, mostrando a relevância de cada de cada uma das variáveis para as

escalas estudadas. Os valores são apresentados em ordem crescente das escalas de

produção estudadas (isto é, o conjunto de barras para cada parâmetro é mostrado para as

escalas de 45 000 tpa Ni, 60 000 tpa Ni, 120 000 tpa Ni, 200 000 tpa Ni e 300 000 tpa Ni,

nesta ordem):

coeficientes de correlação para a eficiência de capital

-100% -80% -60% -40% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

preços do Ni (US$/lba)

taxa de desconto

ajuste dos investimentos

ajuste dos custosoperacionais

preços do Ni (US$/lba)

Figura 54: Diagrama de Tornado para a Eficiência de Capital.

As variações da eficiência de capital têm o mesmo comportamento já observado quanto

às variações do valor presente líquido em relação ao conjunto de parâmetros que se fez

variar e as tendências em relação à escolha de escala também apresentam sentidos opostos

em se considerando a variação dos preços e da taxa de desconto.

Em resumo, a análise de sensibilidade não permite definir, de forma conclusiva, em

favor de escalas maiores ou menores, ou pela escolha de uma escala de produção em

particular, embora seja útil na medida em que permite estabelecer cenários que levam a

estas conclusões.

Page 127: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

109

A seqüência de gráficos entre a Figura 55 e a Figura 58 mostra os resultados das

simulações para os principais indicadores para as escalas estudadas, representados em

gráficos de distribuição de probabilidades acumuladas crescentes:

Page 128: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

110

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

$0.75 $1.00 $1.25 $1.50 $1.75 $2.00 $2.25 $2.50

opex / 1a fase (USD/lb)

freq

acu

m

opex / 1a fase / 45

opex / 1a fase / 60

opex / 1a fase / 120

opex / 1a fase / 200

opex / 1a fase / 300

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

($1,000) $0 $1,000 $2,000 $3,000 $4,000 $5,000

VPL (USD M)

freq

acu

m

VPL / 45

VPL / 60

VPL / 120

VPL / 200

VPL / 300

Figura 55: Custos Operacionais da 1a fase — Análise de Sens. Figura 56: Valor Presente Líquido — Análise de Sensibilidade.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

8% 10% 12% 14% 16% 18% 20% 22% 24% 26% 28% 30% 32% 34%

TIR

freq

acu

m

TIR / 45

TIR / 60

TIR / 120

TIR / 200

TIR / 300

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

(0.20) 0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00

ef cap

freq

acu

m

ef cap / 45

ef cap / 60

ef cap / 120

ef cap / 200

ef cap / 300

Figura 57: Taxa Interna de Retorno — Análise de Sensibilidade. Figura 58: Eficiência de Capital — Análise de Sensibilidade.

Page 129: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

111

Os custos operacionais na primeira fase, quando é feita a maior parte do retorno do

capital investido e os teores de alimentação são mais altos, são, em 70% dos casos,

inferiores a USD 2,0/lb, mesmo para a escala de 45 000 tpa Ni, e inferiores a USD 2,0/lb

para 60 000 tpa Ni para 85% dos casos. Há 75% de chance de que os custos sejam

superiores a USD 1,5/lb para 45 000 tpa Ni, e 85% de chance de que sejam inferiores a

USD 2,0/lb para 60 000 tpa Ni. A competitividade do empreendimento é boa em qualquer

dos casos, melhor para as escalas maiores devido às economias de escala modeladas.

O valor presente líquido é, na maior parte dos cenários, positivo para qualquer das

escalas. Para 45 000 tpa Ni, há pouco mais de 20% de chance de que o valor presente

líquido seja menor que zero, um risco relativamente alto. Para 60 000 tpa Ni, esta chance é

pouco inferior a 15%, no limite de aceitação no contexto de avaliação de projetos de

mineração. É interessante notar que os ganhos acima de 120 000 tpa Ni são marginais para

qualquer cenário de risco, o que reforça o argumento de que os investimentos em escalas

superiores a esta não se justificam.

Para a escala de 45 000 tpa Ni, a taxa interna de retorno é superior a 15% — uma taxa

de barreira muito comum no contexto de avaliação de projetos de mineração —, em apenas

35% dos casos, uma proporção muito baixa. Para a escala de 120 000 tpa Ni, este valor é

superado em 85% dos casos, um risco aceitável. Uma taxa de barreira de 20% —

agressiva, mas, por vezes utilizada — é superada em apenas 5% dos casos para a escala de

45 000 tpa Ni, em apenas 10% dos casos para a escala de 60 000 tpa Ni, e em 45% dos

casos para a escala de 120 000 tpa Ni. Uma vez mais, os ganhos acima de 120 000 tpa Ni,

quando existem, são marginais para qualquer cenário de risco, o que reforça o argumento

de que os investimentos em escalas superiores a esta não se justificam.

Valores de referência para a eficiência de capital não são comuns, mas pode-se fazer

uma correlação com o retorno total para o acionista, como foi estabelecido na seção 6.5.1.

Um patamar mínimo se situa, então, em 0,3 , superado em apenas 35% dos casos para

45 000 tpa Ni, 50% dos casos para 60 000 tpa Ni e 65% dos casos para 120 000 tpa Ni.

Levando em conta este parâmetro, também não se justifica a escolha de escalas maiores

que 120 000 tpa Ni em qualquer dos cenários de risco.

Page 130: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

112

A Figura 59 mostra os resultados das simulações para o período de retorno para as

escalas estudadas representados em um gráfico de distribuição de probabilidades

acumuladas crescentes:

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

5.0 6.0 7.0 8.0 9.0 10.0 11.0 12.0 13.0 14.0 15.0

período de retorno (anos)

freq

acu

m

per de ret / 45

per de ret / 60

per de ret / 120

per de ret / 200

per de ret / 300

Figura 59: Período de Retorno — Análise de Sensibilidade.

Os períodos de retorno são, sempre, muito altos. Os períodos de retorno são inferiores a

8 anos (5 anos de operação), valores altos, mas aceitáveis, em menos de 10% dos casos

para a escala de 45 000 tpa Ni, 20% dos casos para 60 000 tpa Ni e 70% dos casos

para 120 000 tpa Ni. Uma avaliação específica sob a ótica deste parâmetro para as

condições atuais de mercado poderia ser feita em se considerando preços decrescentes ao

invés de preços constantes, como modelado.

A seqüência de resultados para intervalos escolhidos entre a Figura 60 e a Figura 63

mostra o mesmo conjunto de parâmetros, eliminando-se os extremos e tomando-se

intervalos com maior nível de confiança para as distribuições dos resultados das

simulações. Foram adotados para a análise os pontos correspondentes a 20%,

50% (mediana) e 80% da freqüência acumulada crescente para cada uma das escalas

estudadas:

Page 131: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

113

$1.00

$1.25

$1.50

$1.75

$2.00

$2.25

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300

escala (1000 tpa Ni)

opex

/ 1a

fase

(USD

/lb)

opex / 1a fase (<80%)

opex / 1a fase (50%)

opex / 1a fase (>20%)

($500)

$0

$500

$1,000

$1,500

$2,000

$2,500

$3,000

40 80 120 160 200 240 280

escala (1000 tpa Ni)

VPL

(USD

M)

VPL (<80%)

VPL (50%)

VPL (>20%)

Figura 60: Custos Operacionais da 1a fase — Intervalos Selec. Figura 61: Valor Presente Líquido — Intervalos Selecionados.

10.0%

12.0%

14.0%

16.0%

18.0%

20.0%

22.0%

24.0%

26.0%

28.0%

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300

escala (1000 tpa Ni)

TIR

TIR (<80%)

TIR (50%)

TIR (>20%)

(0.20)

(0.10)

0.00

0.10

0.20

0.30

0.40

0.50

0.60

0.70

0.80

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300

escala (1000 tpa Ni)

ef c

ap

ef cap (<80%)

ef cap (50%)

ef cap (>20%)

Figura 62: Taxa Interna de Retorno — Intervalos Selecionados. Figura 63: Eficiência de Capital — Intervalos Selecionados.

Page 132: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

114

Os custos operacionais da primeira fase são inferiores a USD 2,0 /lb em 80% dos casos

para escalas superiores a 50 000 tpa Ni.

O máximo para o valor presente líquido em 80% dos casos está em 200 000 tpa Ni, e

em 50% dos casos os ganhos entre 120 000 tpa Ni e 200 000 tpa Ni são marginais.

A taxa interna de retorno tem um comportamento semelhante ao do valor presente

líquido: em 80% dos casos é superior a 20% para escalas superiores a 70 000 tpa Ni.

O máximo para a eficiência de capital para qualquer cenário está em

120 000 tpa Ni.

A Figura 64 mostra os resultados para o período de retorno para os intervalos

escolhidos:

4.0

5.0

6.0

7.0

8.0

9.0

10.0

11.0

12.0

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300

escala (1000 tpa)

perí

odo

de re

torn

o (a

nos)

PPB (<80%)

PPB (50%)

PPB (>20%)

Figura 64: Período de Retorno — Intervalos Selecionados.

O período de retorno é sempre muito alto, é inferior a 8 anos com 80% de confiança

para escalas maiores que 140 000 tpa Ni, e em 50% dos casos é inferior a 8 anos para

escalas superiores a 100 000 tpa Ni. Prevalecem os comentários que foram feitos na

discussão dos resultados mostrados na Figura 59 sobre a melhor forma de estabelecer este

parâmetro com maior precisão através do uso de uma série de preços decrescentes.

Page 133: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

115

8 CONCLUSÃO

A análise feita nas seções 7.2 e 7.3, isoladamente, não permite uma conclusão

definitiva sobre a escolha da escala de produção face às contradições entre o valor

recomendável encontrado para a escala de produção a partir da análise das relações entre

diferentes indicadores e a escala de produção e, ainda, face à limitação de recursos para os

investimentos iniciais discutida na seção 6.2 e na seção 7.2, riscos tecnológicos e

limitações em relação ao tamanho do mercado.

Embora a análise se restrinja aos parâmetros técnicos que intervêm na escolha da escala

de produção, conforme colocado na introdução ao capítulo 6, esta escolha somente é

definida após a ponderação dos parâmetros estratégicos intervenientes.

Assim sendo, considerando o disposto no capítulo 7 e, ainda, o porte dos investimentos

necessários em relação à disponibilidade de capital das empresas de mineração

(ver Figura 43, seção 7.2) e a quantidade produzida face à dimensão do mercado global

(ver Figura 10 no capítulo 4), a escala de produção recomendada para o empreendimento é

120 000 tpa Ni.

Deve-se considerar, ainda, o estágio de maturação da tecnologia de aproveitamento de

minérios lateríticos de Ni através de lixiviação ácida sob pressão: conforme discutido no

capítulo 5, esta tecnologia envolve um grau de complexidade maior que as condições

usualmente encontradas em mineração e é de aplicação recente, não estando

completamente amadurecida. Como conseqüência, há riscos tecnológicos envolvidos que

são maiores que a média encontrada para outras operações em mineração, mesmo no

aproveitamento de Ni — o assunto é abordado, por exemplo, por IMRIE, 2006, op. cit.

Outra ponderação que deve ser feita diz respeito a um possível viés para escalas

maiores devido à aplicação da (eq. 2) para a derivação dos custos dos investimentos

iniciais para as escalas muito maiores que 40 000 tpa Ni a 60 000 tpa Ni — faixa que foi

utilizada para a estimativa dos custos dos investimentos iniciais originais. Conforme

discutido na seção 6.5.3 nos comentários à Tabela 10, há uma chance de que os

investimentos estimados estejam subavaliados nas escalas a partir de 120 000 tpa Ni e que

Page 134: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

116

certas economias pressupostas para as escalas muito grandes possam não se materializar, o

que levaria à recomendação de escala para valores menores.

Ainda, o uso de valores constantes na análise leva a um viés para a escolha de escalas

maiores conforme discutido na nota de rodapé 4 (seção 6.5.1).

A recomendação é reforçada pela simulação do desempenho ao nível mínimo de preços

de Ni estabelecido na seção 7.3.2 (ver Tabela 18), mantendo os demais parâmetros

constantes, como mostrado na Figura 65 e na Figura 66:

($300)

($200)

($100)

$0

$100

$200

$300

$400

$500

$600

$700

0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000

escala (tpa Ni)

VPL

(USD

M)

10.0%

11.0%

12.0%

13.0%

14.0%

15.0%

16.0%

17.0%

TIR

valor presente do fluxo de caixa livre taxa interna de retorno

Figura 65: VPL e TIR vs. Escala — Preços do Ni a USD 4,5/ lb.

Page 135: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

117

(0.15)

(0.10)

(0.05)

-

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000

escala (tpa Ni)

efic

iênc

ia d

e ca

pita

l

10.0%

11.0%

12.0%

13.0%

14.0%

15.0%

16.0%

17.0%

TIR

eficiência de capital taxa interna de retorno

Figura 66: Eficiência de Cap. e TIR vs. Escala — Preços do Ni a USD 4,5/ lb.

A erosão de valor é grande em se comparando com a Figura 46 e a Figura 47, mas, uma

vez mais, o valor máximo para a eficiência de capital está em 120 000 tpa Ni e os ganhos

entre 120 000 tpa Ni e 200 000 tpa Ni para o valor presente líquido e a taxa interna de

retorno são marginais. O empreendimento ainda tem indicadores no mínimo do limite de

aceitação, mesmo neste patamar de preços, para as escalas superiores a 60 000 tpa Ni.

Em outros contextos, tais como para o aproveitamento de cobre e ouro, a abordagem

mais usual para grandes depósitos é delinear reservas e estabelecer os investimentos para a

implementação dos projetos, visando uma vida do empreendimento entre 15 e 20 anos, no

máximo — uma escolha que é arbitrária, mas é usual. Em ambos os contextos, porém, as

operações não costumam ser completamente verticalizadas e os valo res investidos são

significativamente menores. Adotando-se estes parâmetros para o tamanho de depósito

definido, o valor recomendável de escala seria de 90 000 tpa Ni a

120 000 tpa Ni de capacidade. Os valores convergem com a conclusão anterior.

Dentre as maiores operações existentes, a Norilsk produz cerca de 240 000 tpa Ni de Ni

em dois complexos (MORGAN, 2005), o que resulta em uma média de 120 000 tpa Ni

para cada complexo. As operações da CVRD Inco em Sudbury têm uma capacidade pouco

maior que 130 000 tpa Ni (HAND, 2006, op. cit.) e as operações da Falconbrigde, também

Page 136: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

118

em Sudbury, têm capacidade de cerca de 60 000 tpa Ni (Falconbridge Limited, 2005), as

demais operações de grande porte têm capacidade em tono de 50 000 tpa Ni, próxima da

capacidade mediana do conjunto de projetos em desenvolvimento e implementação (ver

Tabela 1 e Figura 17). Há que se considerar dois aspectos: as operações maiores citadas

são de aproveitamento de Ni a partir de sulfetos, através de tecnologia bem estabelecida, e

todas as operações foram implementadas a capacidades menores e, posteriormente,

expandidas. Portanto, o contexto é diferente daquele do estudo.

Havendo recursos suficientes, o empreendimento pode ser implementado a uma escala

de produção menor e, posteriormente, expandido, mas não corresponde à modelagem

estabelecida para os estudos presentes.

Adotando esta linha de raciocínio, cabe analisar a escala mínima rentável. Para a

situação do caso base, a escala mínima rentável é de 30 000 tpa Ni, conforme mostram as

extrapolações feitas na Figura 67 e Figura 68.

($600)

($400)

($200)

$0

$200

$400

$600

$800

$1,000

$1,200

$1,400

$1,600

$1,800

$2,000

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

escala (1000 tpa Ni)

VPL

(USD

M)

8.0%

10.0%

12.0%

14.0%

16.0%

18.0%

20.0%

22.0%

24.0%

TIR

valor presente do fluxo de caixa livre

taxa interna de retorno

Polinômio (taxa interna de retorno)

Polinômio (valor presente do fluxo de caixalivre)

Figura 67: Escala Mínima — Extrapolação para o VPL e para a TIR.

Page 137: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

119

(0.20)

(0.10)

-

0.10

0.20

0.30

0.40

0.50

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

escala (1000 tpa Ni)

efic

iênc

ia d

e ca

pita

l

eficiência de capital

Polinômio (eficiência de capital)

Figura 68: Escala Mínima — Extrapolação para a Eficiência de Capital.

Para a faixa inferior dos preços de Ni modelados (ver Tabela 18), a escala mínima teria

de ser maior: 60 000 tpa Ni.

Page 138: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

120

9 SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS

Volatilidade dos Parâmetros para a Análise de Sensibilidade

Muito embora a análise de sensibilidade não defina de forma conclusiva a escala de

produção recomendável e os resultados sejam convergentes com os encontrados a partir da

análise do caso base, a análise é uma ferramenta importante para o estabelecimento de

cenários para a tomada de decisão conforme já observado na seção 7.3.2, o que remete à

discussão dos intervalos de variação dos parâmetros incluídos na análise, principalmente os

preços.

Os intervalos para o estabelecimento dos cenários de preços foram obtidos a partir de

resultados do trabalho de NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.), correspondendo a uma

amplitude de 36% para os casos mais prováveis e até 64% para o extremo superior dos

preços, avaliada como suficiente.

Uma linha de raciocínio simples para esta estimativa é associar a volatilidade do preço

aos estoques de metal disponíveis — que, por sua vez, têm de ser estimados a partir do

equilíbrio entre demanda e oferta —, tal como feito por BRUNETTI e GILBERT (1996).

O assunto foi abordado sob esta ótica por RODRIGUES e RODRIGUES (2006), que

estudaram o comportamento recente do mercado de Ni, mas não fizeram previsão de

preços. Considerando que os resultados do primeiro estudo são muito antigos, e houve

mudanças nos fundamentos de mercado, uma atualização tem de ser feita para o uso da

metodologia em estudos futuros.

O assunto foi, ainda, estudado por SLADE e THILLE (2006), com base em dados da

década de 1990. Este estudo também tem de ser atualizado e ajustado para utilização no

futuro.

Estudos envolvendo a volatilidade do projeto — não apenas dos preços — foram

desenvolvidos por LIMA e SUSLICK (2006a, 2006b), que fizeram aplicações para ouro e

petróleo. A metodologia pode ser adaptada e empregada para operações como a estudada.

Page 139: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

121

Aplicação da Teoria das Opções Reais

A metodologia de avaliação de empreendimentos através da análise de estimativas de

fluxos de caixa descontados não captura todos os aspectos resultantes da flexibilidade na

tomada de decisão na implementação e operação de empreendimentos como o estudado.

Embora a definição de capacidade não seja comprometida pelo uso desta metodologia

mais tradicional, existem métodos alternativos que podem enriquecer a análise.

Conforme justificado no texto, o baixo teor de alimentação e a relação entre os custos

de lavra e de processo impõem a aplicação do conceito de lavra alavancada por teores para

o sucesso das operações de aproveitamento de lateritas de níquel por rotas de lixiviação

sob pressão (ver comentários na seção 6.3.1, seção 6.4, e seção 7.1). Os reflexos da

aplicação deste conceito sobre o desempenho da operação são mostrados na Figura 33 e

Figura 34 e, ainda, na seqüência de gráficos entre a Figura 39 e a Figura 42, configurando

um perfil do empreendimento que apresenta duas fases distintas para a operação.

Outro problema é a necessidade das reformas da usina, que têm peso expressivo, mas

têm de ser feitas para capturar o valor residual do depósito nos anos mais tardios da

operação (ver comentários na seção 7.1).

Uma abordagem para a avaliação específica da segunda fase do empreendimento pode

ser feita através da metodologia de avaliação através de estimativas de fluxos de caixa

descontados, focando na segunda fase e considerando-se o desconto dos fluxos de caixa a

partir do início desta, mas não é o melhor enfoque.

Ainda, como decorrência do perfil de risco, do porte dos investimentos e das limitações

de capital, as perspectivas de implementação deste tipo de empreendimento a uma escala

menor e expansão posterior para escalas maiores são grandes (ver comentários no

capítulo 8).

Esses aspectos da avaliação da operação podem ser abordados através da metodologia

de avaliação de ativos através da teoria das opções reais (MYERS — 1984, apud AMRAM

e KULATILAKA — 1999) tal como estabelecido, por exemplo, em DIXIT e PINDYCK

Page 140: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

122

(1994), complementando a análise através da metodologia de estimativa de fluxos de caixa

descontados.

Em qualquer caso, é fundamental que o modelo empregado não seja simplificado de

forma excessiva. O uso do conceito de lavra alavancada por teores e o reconhecimento de

suas relações com o comportamento do sistema mina-planta-refinaria, principalmente no

que tange às restrições de capacidade das unidades do sistema, é fundamental para garantir

a robustez do modelo de simulação e estimativa. Embora estes sejam os maiores

parâmetros complicadores do uso de ferramentas de otimização para um caso como o

estudado, a análise não pode prescindir de reconhecer estas relações.

Page 141: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

123

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Quadro 3: Referências sobre os Depósitos citados à Tabela 1.

Ambatovy SNC Lavalin/Dynatec. Ambatovy Project — Madagascar — Feasibility Study — Executive Summary — April 2006 (2006). Anglo American (2007). Anglo American — Creating Long Term Shareholder Value — 22 February 2006. Disponível em: <http://www.angloamerican.co.uk/static/uploads/2005%20Results%20presentation.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2006.

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Mount Margaret USGS, 2003 (op. cit.).

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Musongati

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Page 151: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

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USGS, 2003 (op. cit.). Pinares de Mayari West

Teores de Co obtidos a partir de ELIAS (2002, op. cit. p. 17).

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Page 152: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

134

Apêndice 1 : Aplicação da Legislação Sobre Taxação

Quadro 4: Aplicação da Legislação sobre Taxação.

imposto / taxa

aplicação no modelo

1 TRIBUTAÇÃO FEDERAL 1.1 Impostos federais 1.1.1 Imposto sobre a importação (II) 1.1.2 Imposto sobre a exportação (IE) 1.1.3 Imposto sobre produtos industrializados (IPI)

Inclusos nos custos.

1.1.4 Imposto de renda das pessoas jurídicas (IRPJ )

Na situação mais comum, a base de cálculo é o lucro líquido do exercício, com os ajustes previstos na legislação. A alíquota geral é de 15%, com um adicional de 10% sobre a parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder R$ 20 mil/mês. Os prejuízos podem ser compensados em qualquer período subseqüente, desde que a compensação não exceda 30% do lucro tributável em cada exercício. No entanto, prejuízos não operacionais não podem ser compensados contra lucros operacionais. Na apuração do lucro real, o custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente: I — o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção; II — o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive na supervisão direta, manutenção e guarda das instalações de produção; III — os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens

Page 153: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

135

aplicados na produção; IV — os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção; V — os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção. Exaustão de recursos minerais: Poderá ser computada, como custo ou encargo, em cada período de apuração, a importância correspondente à diminuição do valor de recursos minerais, resultante de sua exploração. A quota de exaustão será determinada de acordo com os princípios de depreciação — com base no custo de aquisição ou prospecção — dos recursos minerais explorados. O montante da quota de exaustão será determinado a partir do volume da produção no período e sua relação com a possança conhecida da mina, ou em função do prazo de concessão.

1.1.5 Imposto de renda retido na fonte (IRRF)

Não se aplica.

1.1.6 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro (IOF) Não se aplicou. 1.2 Seguridade social: contribuições Inclusas nos custos de mão-de-obra. 1.2.1 Contribuição para o financiamento da seguridade social (COFINS)

Isento, toda a produção é exportada. Sua alíquota é de 3% sobre a receita bruta mensal, isentas as exportações. Base de cálculo: o valor da receita bruta mensal, entendendo-se como tal a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. O segmento exportador conta, desde outubro de 1994, com o benefício do ressarcimento da COFINS (Medida Provisória no 674). Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da

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136

COFINS as receitas da exportação de mercadorias para o exterior (Medida Provisória no 1.858-9, de 24 de setembro de 1999).

1.2.2 Contribuição para o PIS/PASEP 1.2.2.1 PIS (aplicável a pessoas jurídicas de direito privado)

Isento, toda a produção é exportada. A alíquota é de 0,65% do faturamento mensal (empresas privadas e públicas), isentas também as exportações. O Programa de Integração Social foi criado pela Lei Complementar no 7, de 1970. Base de cálculo: O faturamento mensal, correspondendo à totalidade das receitas auferidas, sendo irrelevante o tipo de atividade e a classificação contábil das receitas. A partir de outubro de 1994, o segmento exportador contou com o benefício do ressarcimento das contribuições referentes ao PIS (Medida Provisória no 674). Atualmente, são isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas da exportação de mercadorias para o exterior (Medida Provisória no 1.858-9, de 24 de setembro de 1999).

1.2.2.2 PASEP Não se aplica (pessoas de direito público). 1.2.3 Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL)

Tem alíquota de 12% sobre o lucro líquido do exercício. A contribuição social sobre o lucro líquido foi instituída pela Lei no 7.689, de 15 de dezembro de 1988. Base de cálculo: O lucro líquido do exercício, ajustado, antes da provisão para o imposto de renda; no caso das pessoas jurídicas que houverem optado pelo pagamento do imposto de renda por estimativa, a base de cálculo da contribuição é o valor correspondente a 12% da receita bruta mensal, acrescido dos demais resultados e ganhos de capital.

1.3 Encargos trabalhistas Inclusos nos custos de mão-de-obra. 1.4 Contribuição provisória sobre movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira

Inclusa nos custos.

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137

(CPMF) 2 IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS)

Isento, toda a produção é exportada. ...as exportações de produtos primários (incluindo os minerais), de produtos semi-elaborados, bem como a prestação de serviços para o exterior, somente passaram a ter direito à isenção do ICMS com a aprovação da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996 (mais conhecida como Lei Kandir)... créditos de ICMS O ICMS constitui-se na principal fonte de arrecadação dos Estados e do Distrito Federal. O imposto incide de forma generalizada sobre atividades industriais, comerciais e de transporte. A alíquota básica nas operações internas é de 17%, e as exportações são isentas.

3 IMPOSTOS MUNICIPAIS Inclusos nos custos. Os municípios têm competência para instituir impostos sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU), sobre transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI), e sobre serviços não compreendidos no campo de incidência do ICMS (ISS). Todos esses impostos podem incidir sobre empresas de mineração. No entanto, apenas o IPTU é devido anualmente, constituindo-se num custo fixo para os proprietários de prédios e terrenos urbanos. Os demais têm caráter eventual.

4 COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS MINERAIS (CFEM)

O valor da CFEM varia entre 0,2% e 3% do faturamento líquido resultante da venda do produto mineral. Para a maioria das substâncias minerais, a alíquota é de 2%. A Lei no 7.990, de 28 de dezembro de 1989, em seu artigo 6o, determina que "a compensação financeira pela exploração de recursos minerais, para fins de aproveitamento econômico, será de até 3% (três por cento) sobre o valor do faturamento líquido resultante da venda do produto mineral, obtido após a última etapa do processo de beneficiamento adotado e antes de sua transformação industrial". A Lei no 8.001, de 13 de março de 1990, define que o faturamento líquido para cálculo da

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138

CFEM é o total das receitas de vendas, excluídos os tributos incidentes sobre a comercialização do produto mineral (ICMS, COFINS, PIS), as despesas de transporte e as de seguro. Fato gerador: No artigo 15 do Decreto no 1, de 1991, define-se como sendo a saída por venda do produto mineral das áreas da jazida, mina, salina ou de outros depósitos minerais de onde provém, ou de quaisquer estabelecimentos, sempre após a última etapa do processo de beneficiamento adotado e antes de sua transformação industrial. Alíquotas: Ferro, fertilizante, carvão e demais substâncias minerais: 2%, ressalvado o ouro.

5 PARTICIPAÇÃO DO SUPERFICIÁRIO Não se aplica, foi considerada a aquisição das terras nos custos dos investimentos iniciais. 6 TAXA ANUAL POR HECTARE EM ÁREA OBJETO DE ALVARÁ DE PESQUISA

Inclusa nas despesas de pesquisa geológica e desenvolvimento consideradas nos custos dos investimentos iniciais.

INCENTIVOS FISCAIS 1 INCENTIVOS FEDERAIS 1.1 Programas em vigor 1.1.1 Programas especiais de exportação (BEFIEX) — até 3 de junho de 1993 1.1.2 Programas setoriais integrados (PSI) — até 3 de junho de 1993

Não se aplica.

1.1.3 Programas de desenvolvimento tecnológico industrial (PDTI) 1.2 Imunidade tributária

Não se aplica.

2 INCENTIVOS FEDERAIS REGIONAIS 2.1 Fundos de investimentos regionais Não utilizado no modelo. 2.2 Incentivos de isenção, de redução e de re- investimento do imposto de renda

Page 157: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

139

2.2.1 Incentivos de redução do imposto de renda (empreendimentos industriais em operação e de interesse para o desenvolvimento da região)

Esses incentivos beneficiam empresas que estiverem operando nas áreas de atuação da SUDENE e da SUDAM, reduzindo o valor do imposto de renda devido e adicionais não restituíveis (Lei no 4.239/97 e Le i no 9.532/97, artigo 3o, § 2o, incisos I a III), incidente sobre o lucro da exploração, e por esses órgãos consideradas de interesse para o desenvolvimento da região, calculada de acordo com os seguintes percentuais: — De 1998 a 2003, 37,5% — De 2004 a 2008, 25% — De 2009 a 2013, 12,5%

2.2.2 Incentivos de isenção e redução do imposto de renda (projetos para instalação, modernização, ampliação ou diversificação)

A partir de 1o de janeiro de 1998 (Lei no 9.532/97, artigo 3o), a concessão da isenção passa a ser redução do imposto de renda e adicionais não restituíveis, observados os seguintes percentuais e prazos de instalação do empreendimento e obedecidas as demais normas em vigor aplicáveis à matéria: — De 1998 a 2003, 75% — De 2004 a 2008, 50% — De 2009 a 2013, 25%

2.2.3 Incentivos de redução do imposto de renda para re-investimento

Não utilizado no modelo.

Outros incentivos 3 INCENTIVOS ESTADUAIS Não se aplica, o ICMS sobre as vendas é nulo, toda a produção é exportada. 4 INCENTIVOS MUNICIPAIS Fonte: DNPM (2000).

Page 158: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

140

Tabela 21: Depreciação.

parâmetro % do valor investido em cada classe

valor para o caso de 45 000 tpa Ni (USD M)

classe de depreciação A B C A B C

número de anos para depreciação 5 10 20 5 10 20mina 80% 10% 10% $33 $4 $4homogeneização 0% 70% 30% $0 $40 $17beneficiamento 0% 70% 30% $0 $29 $12 autoclaves e H/X 0% 70% 30% $0 $206 $88 CCD e neutralização parcial 0% 20% 80% $0 $20 $79 MSP/H2S 0% 70% 30% $0 $80 $34 refinaria Ni 0% 70% 30% $0 $229 $98 instalações auxiliares 0% 70% 30% $0 $46 $20 peças, partes e inventário inicial 100% 0% 0% $41 $0 $0 EPC/EPCM 100% 0% 0% $188 $0 $0 outros custos de construção 0% 70% 30% $0 $115 $49 subtotal $262 $768 $402 utilidades planta de ácido 0% 70% 30% $0 $115 $49 planta de dessalinização 0% 70% 30% $0 $115 $49 planta de oxigênio 0% 70% 30% $0 $29 $12 planta de hidrogênio 0% 70% 30% $0 $40 $17 plantas de vapor e co-geração 0% 70% 30% $0 $52 $22 barragem de rejeitos 0% 0% 100% $0 $0 $49 subtotal utilidades $0 $349 $199 infra-estrutura porto 0% 0% 100% $0 $0 $0 energia elétrica 0% 0% 100% $0 $0 $33 estradas 0% 0% 100% $0 $0 $33 subtotal infra-estrutura $0 $0 $65 desenvolvimento e pré-operação pesquisa geológica e desenvolvimento 0% 0% 0% $49 $0 $0 outras despesas de desenvolvimento 0% 0% 100% $0 $0 $16 pré-operação da mina 100% 0% 0% $3 $0 $0 subtotal desenv. e pré-operação $52 $0 $16 total 12 $314 $1 118 $683

12 Para cada caso de escala estudada, foram definidas as proporções dos equipamentos que depreciam com: − 5 anos (classe A): equipamentos móveis, peças e partes de todos os equipamentos que compõem os estoques

iniciais, despesas com implementação — despesas com contratos de EPC/EPCM — e outras despesas com pré-operação;

− 10 anos (classe B): equipamentos fixos como partes dos reatores, bombas, partes dos tanques e tubulações, alguns equipamentos e instalações de infra-estrutura e utilidades e equipamentos de apoio (utilizados nos sistemas de controle, oficinas e outros), equipamentos elétricos de baixa e média tensão;

− 20 anos (classe C): parcela restante dos equipamentos da classe anterior mais transformadores e outros equipamentos elétricos de alta tensão, construções e outras despesas.

Page 159: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

141

As despesas com exploração e desenvolvimento foram lançadas na conta de exaustão e baixadas na proporção da exaustão do depósito, como justificado na seção 6.5.5.

Page 160: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

142

Apêndice 2 : Algoritmo para Cálculos dos Fluxos de Caixa e Parâmetros de Desempenho

Quadro 5: Cálculos dos Fluxos de Caixa e Parâmetros de Desempenho.

código parâmetro legenda unidades critério de projeto

cálculo

1 ano 2 fator de desconto 12% 2 = 1/ (1+i)^1 3 Ni Produzido tpa Ni 45 056 a partir do plano de produção 4 Co Produzido tpa Co 2 877 a partir do plano de produção 5 faturamento Ni USD/lb / USD M/ano $5,50 5 = p(Ni) * 3 6 faturamento Co USD/lb / USD M/ano $10,00 6 = p(Co) * 4 7 faturamento USD M/ano $610 7 = 5 + 6 8 investimentos USD M ($2 165) a partir da estimativa de capex 9 distribuição conforme Tabela 13, p. 65. 10 capital de giro ($58) 10 = 30%* 29 (6) 11 reposição USD M ($1 400) a partir da estimativa de reposição 12 investimentos +reposição + capital de

giro USD M ($3 564) 12 = 8 + 10 + 11

13 VPI USD M ($1 832) 13 = 2* 12 custos operacionais

14 lavra tpa ROM lavrado 7 680 307 a partir do plano de produção 15 tpa ROM movimentação de

estoques 3 722 994 a partir do plano de produção

16 tpa estéril 1 386 667 a partir do plano de produção 17 custos de lavra e remanejamento lavra USD/t / USD M/ano $2,34 17 = c(lavra) * 14 18 remanejamento USD/t / USD M/ano $0,29 18 = c(remanejamento) * 15 19 estéril USD/t / USD M/ano $1,44 19 = c(estéril) * 16 20 lavra USD M/ano $2,88 20 = 17 + 18 + 19 21 beneficiamento tpa alimentadas no beneficiamento 3 957 313 a partir do plano de produção 22 custos de beneficiamento USD/t beneficiada / USD M/ano $0,49 22 = c(beneficiamento) * 21 23 hidrometalurgia tpa alimentadas 3 957 313 a partir do plano de produção 24 custos de processamento (ex-ácido) USD/t alimentada / USD M/ano $21,52 24 = c(hidrometalurgia) * 23 25 ácido tpa ácido 1 541 292 a partir do plano de produção

Page 161: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

143

26 custos do ácido USD/t ácido / USD M/ano $31,32 26 = c(ácido) * 25 27 beneficiamento + hidrometalurgia USD M/ano $53,33 27 = 22 + 24 + 26 28 custos de comercialização e refino USD/t Ni $817,41 28 = c(refino) * 5 29 custos USD M/ano ($193) 29 = 20 + 27 + 28 30 USD/lb $1,95 30 = 43 / 15 31 despesas operacionais USD M/soma ($12 182) 31 = 29 + 12 32 receitas / despesas financeiras USD M/soma ($470) a partir dos fluxos de caixa dos financiamentos 33 fluxo de caixa antes dos impostos simples USD M/soma $11 593 33 = 7 - (31 + 32) 34 acumulado 34 (i) = 34 (i-1) + 33 35 depreciação USD M/soma a partir da estimativa de reposição 36 exaustão USD M/soma $50 a partir da estimativa de exaustão 37 depreciação + exaustão 37 = 35 + 36 38 lucro antes do imposto de renda simples USD M/ano $152 38 = 33 – 37 39 acumulado 39 (i) = 39 (i-1) + 38 40 parcela máxima do lucro tributável a

compensar 30% 40 = 30% * 38

41 lucro antes do imposto de renda, considerada a parcela a compensar

simples 41 = 38 – 40

42 acumulado 42 (i) = 42 (i-1) + 41 43 imposto de renda das pessoas jurídicas 43 = SE(41<0,0,25%*41) 44 redução do IRPJ 44 : SE(1<2013,(12.5%+ 25%) * 43,0) 45 IRPJ 45 = 43 – 44 46 COFINS / Contribuição para o

Financiamento da Seguridade Social isento / exportação

47 PIS / PASEP Contribuição ao Programa de Integração Social

isento / exportação

48 CSLL / Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

48 : =SE(38<0,0,12% * 38)

49 ICMS USD/lb isento / exportação 50 CFEM/ Compensação Financeira pela

Exploração dos Recursos Minerais 50 : SE(38<0,0,2%*7)

51 impostos USD M/soma ($3 224) 51 = 45 + 48 + 49 + 50 52 fluxo de caixa livre simples USD M/soma $7 903 52 = 33 – 51 53 acumulado 53 (i) = 53 (i-1) + 52 54 valor presente do fluxo de caixa livre USD M $283 54 = 2 * 52 55 taxa interna de retorno 14,6% 55 = TIR (52)

Page 162: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

144

56 período de retorno 9,9 56 =SE(SOMA(56(1):56(i))>0,0,SE(53<0,0,1-53/52)) 57 eficiência de capital 0,15 56 = 54 / 13

Page 163: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

145

Apêndice 3 : Ajuste das Distribuições de Entrada para a Simulação de

Monte Carlo

A taxa de desconto foi modelada através de uma distribuição tipo beta com os seguintes

parâmetros: BetaGeneral (0,85;2,7;0,08;0,21), cujo ajuste é mostrado na Figura 69:

8.6%

10.4%

13.4%

8.5%

10.1%

12.7%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 15% 16% 17% 18% 19% 20%

taxa de desconto

freq

acu

m

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

freq

sim

ples

freq acum beta / acum alfa_1 = 0.85 alfa_2 = 2.7

taxa de desconto / modelagem freq simples

beta / simples alfa_1 = 0.85 alfa_2 = 2.7

Figura 69: Modelagem da Taxa de Desconto.

Há um pequeno viés de cerca de 5% da freqüência acumulada, resultando num

modelamento a taxas entre 0,3% e 0,5%, maiores que as propostas na Tabela 18, que se

considerou pouco relevante face ao objetivo dos estudos.

Page 164: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

146

Os preços do níque l foram modelados através de uma distribuição lognormal com os

seguintes parâmetros: 3,4+Lognormal(0,5;0,5), cujo ajuste é mostrado na Figura 70:

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

$4.00 $4.50 $5.00 $5.50 $6.00 $6.50 $7.00 $7.50 $8.00

preços do Ni (USD/lb)

freq

acu

m

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

freq

sim

ples

freq acum lognormal / acum m = 0.5 s = 0.5

preços do Ni / modelagem freq simples

lognormal / simples m = 0.5 s = 0.5

Figura 70: Modelagem dos Preços do Níquel.

Apesar de existirem valores modelados que são pouco inferiores ao limite estabelecido na

Tabela 18, sua proporção é pequena e o ajuste obtido para o conjunto da distribuição é muito

bom.

Page 165: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

147

Os preços do cobalto foram, também, modelados através de uma distribuição lognormal

com os seguintes parâmetros: 6+Lognormal(1,2;0,4), cujo ajuste é mostrado na Figura 71:

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

$7.00 $8.00 $9.00 $10.00 $11.00 $12.00 $13.00 $14.00 $15.00

preços do Co (USD/lb)

freq

acu

m

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

freq

sim

ples

freq acum lognormal / acum m = 1.2 s = 0.4preços do Co / modelagem freq simpleslognormal / simples m = 1.2 s = 0.4

Figura 71: Modelagem dos Preços do Cobalto.

Há valores modelados pouco inferiores ao limite estabelecido na Tabela 18, mas sua

proporção é pequena e o ajuste do conjunto da distribuição é muito bom.

A variação dos investimentos em relação aos valores de referência para os projetos já

implantados (mostrados na seção 6.5.3 na Tabela 11) foi simulada através de uma distribuição

tipo beta com os seguintes parâmetros: BetaGeneral (0,7;1,6;0,22;0,9). O ajuste simulado e a

variação do valor do indicador são mostrados na Figura 72:

Page 166: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

148

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

ajuste dos investimentos

freq

acu

m

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

freq

sim

ples

freq acum beta / acum alfa_1 = 0.7 alfa_2 = 1.6ajuste investimentos / modelagem freq simplesbeta / simples alfa_1 = 0.7 alfa_2 = 1.6

modelagem

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

$15.00 $16.00 $17.00 $18.00 $19.00 $20.00 $21.00 $22.00 $23.00 $24.00 $25.00

indicador / US$/lba

freq

acu

m

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

freq

sim

ples

freq acum indicador / US$/lba freq simples

indicador

Figura 72: Modelagem do Ajuste dos Investimentos.

Page 167: definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico

149

Há um pequeno viés para valores mais baixos para as freqüências menores, o que se

considerou pouco relevante tendo em conta os objetivos do estudo.

Os custos operacionais foram modelados através de uma distribuição tipo beta com os

seguintes parâmetros: BetaGeneral (2,7;2,4;1,03;2,9). O ajuste é mostrado na Figura 73:

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

$1.25 $1.50 $1.75 $2.00 $2.25 $2.50 $2.75 $3.00

variação dos custos operacionais (USD/lb)

freq

acu

m

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

freq

sim

ples

freq acum beta / acum alfa_1 = 2.7 alfa_2 = 2.4

beta / simples alfa_1 = 2.7 alfa_2 = 2.4 variação dos custos operacionais / modelagem

freq simples

Figura 73: Modelagem dos Custos Operacionais.

Apesar de existirem valores modelados que são pouco inferiores ao limite inferior

estabelecido na Tabela 18, sua proporção é pequena e o ajuste do conjunto da distribuição é

muito bom.

A ÚLTIMA LINHA (TEM O INDICADOR DO NÚMERO DE PÁGINAS)