deficiÊncia intelectual: um olhar sobre a … coninter 4/gt 14/05. deficiencia... · quando ela...

12
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES - VIEIRA, Sinai Bomcompanhe; FERNANDES, Edicléa Mascarenhas Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4 59 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES VIEIRA, Sinai Bomcompanhe Mestranda do CMPDI-Curso de Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão da UFF E-mail: [email protected] FERNANDES, Edicléa Mascarenhas Professora adjunta da UERJ e professora colaboradora do CMPDI da UFF E-mail: [email protected] RESUMO: A história da pessoa com deficiência mental/intelectual nos apresenta diversas etapas de vermos esse indivíduo e sua relação com o mundo. Várias terminologias foram usadas para classificá-los ao longo dos anos e variavam conforme o que a sociedade esperava e sabia sobre eles. Dessa forma procuramos nesse artigo apresentar uma breve retrospectiva histórica iniciada a partir do século XIX até os dias atuais dos conceitos de deficiência intelectual, tecendo comentários e considerações sobre o que cada um desses conceitos representou na vida dessas pessoas. Servimo-nos para isso de uma revisão bibliográfica, apoiada em autores que produziram material para que pudéssemos refazer essa trajetória. O que pudemos concluir é que avanços significativos aconteceram e acarretaram mudanças no conceito e atitudes que nos permitiram, em particular, redimensionar a educação desses sujeitos. Palavras-Chave: Deficiência Intelectual. Conceitos. Educação. ABSTRACT: The history of the person with mental / intellectual disabilities presents different ways of seeing this individual and his relationship with the world. Various terminologies were used to classify them over the years and varied as the company hoped and knew about them. Thus we seek in this article provide a brief historical retrospective started from the nineteenth century to the present day of intellectual disability concepts and considerations commenting on what each of these concepts represented in their lives. We employ to that of a literature review, supported and authors who have produced material so that we could redo this trajectory. What we can conclude is that significant advances have happened and led to changes in the concept and attitudes that allowed us, in particular, resize the education of these subjects. Key Words: Intellectual Disability. Concepts. Education. INTRODUÇÃO A história da humanidade é marcada por mudanças. A grande maioria delas trazidas por descobertas que não permitiram que se continuasse a ver o mundo e as pessoas da mesma forma. Tudo muda, se transforma, evolui. No cenário da história da pessoa com Deficiência

Upload: dinhxuyen

Post on 11-Nov-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A … Coninter 4/GT 14/05. DEFICIENCIA... · Quando ela deixa de ser vista simplesmente pelo aspecto nosográfico e ... com o auxílio de

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES - VIEIRA, Sinai Bomcompanhe; FERNANDES, Edicléa Mascarenhas

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

59

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO

DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES

VIEIRA, Sinai Bomcompanhe

Mestranda do CMPDI-Curso de Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão da UFF

E-mail: [email protected]

FERNANDES, Edicléa Mascarenhas

Professora adjunta da UERJ e professora colaboradora do CMPDI da UFF

E-mail: [email protected]

RESUMO: A história da pessoa com deficiência mental/intelectual nos apresenta diversas etapas de

vermos esse indivíduo e sua relação com o mundo. Várias terminologias foram usadas para

classificá-los ao longo dos anos e variavam conforme o que a sociedade esperava e sabia sobre eles.

Dessa forma procuramos nesse artigo apresentar uma breve retrospectiva histórica iniciada a partir do

século XIX até os dias atuais dos conceitos de deficiência intelectual, tecendo comentários e

considerações sobre o que cada um desses conceitos representou na vida dessas pessoas. Servimo-nos

para isso de uma revisão bibliográfica, apoiada em autores que produziram material para que

pudéssemos refazer essa trajetória. O que pudemos concluir é que avanços significativos aconteceram e

acarretaram mudanças no conceito e atitudes que nos permitiram, em particular, redimensionar a

educação desses sujeitos.

Palavras-Chave: Deficiência Intelectual. Conceitos. Educação.

ABSTRACT: The history of the person with mental / intellectual disabilities presents different ways of

seeing this individual and his relationship with the world. Various terminologies were used to classify

them over the years and varied as the company hoped and knew about them. Thus we seek in this article

provide a brief historical retrospective started from the nineteenth century to the present day of

intellectual disability concepts and considerations commenting on what each of these concepts

represented in their lives. We employ to that of a literature review, supported and authors who have

produced material so that we could redo this trajectory. What we can conclude is that significant

advances have happened and led to changes in the concept and attitudes that allowed us, in particular,

resize the education of these subjects.

Key Words: Intellectual Disability. Concepts. Education.

INTRODUÇÃO

A história da humanidade é marcada por mudanças. A grande maioria delas trazidas por

descobertas que não permitiram que se continuasse a ver o mundo e as pessoas da mesma

forma. Tudo muda, se transforma, evolui. No cenário da história da pessoa com Deficiência

Page 2: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A … Coninter 4/GT 14/05. DEFICIENCIA... · Quando ela deixa de ser vista simplesmente pelo aspecto nosográfico e ... com o auxílio de

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES - VIEIRA, Sinai Bomcompanhe; FERNANDES, Edicléa Mascarenhas

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

60

Intelectual1, não é diferente, ele se apresenta de variadas maneiras, dependendo do tempo em

que o olhamos. No decorrer dos anos, a deficiência vai tomando novo caráter, nova identidade e

segue avançando e se individualizando quando o homem consegue finalmente distingui-la de

outras condições. Quando ela deixa de ser vista simplesmente pelo aspecto nosográfico e passa

a ser analisada em função de suas peculiaridades, seus ajustes ou necessidades destes com o

mundo.

Neste artigo abordamos algumas fases e suas respectivas visões e ações oferecidas às

pessoas com Deficiência Intelectual. Nossa retrospectiva se inicia no século XIX e discorre

sobre alguns aspectos e nomes importantes para a construção de conhecimento necessário ao

ajustamento da sociedade a essas pessoas. Nossa metodologia é a revisão bibliográfica, onde

procuramos brevemente apresentar a história do emprego dos conceitos e suas implicações na

vida desses que foram por tantos séculos marginalizados.

O texto esta estruturado em três seções I- Conceitos e suas Implicações: onde fazemos o

recorte da história da pessoa com Deficiência Intelectual a partir do século XIX até o século

XXI, especificamente até o ano de 2010, II - Fundamentação Teórica: apresentação do

principal suporte teórico que nos moveu e que viabilizou a releitura de nosso objetivo e III-

Resultados Alcançados: Neste capítulo discutimos a relevância da pesquisa enquanto

elucidadora da necessidade de revermos nossa postura diante das pessoas com Deficiência

Intelectual, enquanto professores e principalmente, enquanto seres humanos.

1. CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES

No começo de nossa pesquisa, a partir do século XIX, as pessoas com deficiência

mental2 eram segregadas em instituições que pretendiam oferecer-lhes uma educação à margem

da sociedade de onde provinham. Dentro desse século temos a fase da institucionalização

configurada pela concepção organicista, que trazia a ideia de a deficiência mental ser

hereditária. Dessa forma a segregação era considerada necessária para combater e impedir a

propagação da “doença”. Nesta mesma ocasião, no nosso país, não existia nenhum interesse

1 Utilizaremos-nos desse termo todas as vezes que não apresentarmos definições/conceitos de outrem.

2 O termo deficiência mental começou a ser utilizado a partir do século XIX, e possuía um caráter estritamente

configurado pelo “modelo médico”, para nomear, classificar as pessoas que apresentavam problemas em seu

desenvolvimento mental, que repercutia negativamente em seu desempenho autônomo e independente, assim

como em sua adaptação ao meio social.

Page 3: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A … Coninter 4/GT 14/05. DEFICIENCIA... · Quando ela deixa de ser vista simplesmente pelo aspecto nosográfico e ... com o auxílio de

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES - VIEIRA, Sinai Bomcompanhe; FERNANDES, Edicléa Mascarenhas

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

61

pela educação das pessoas consideradas idiotas e imbecis, persistindo, deste modo, a era da

negligência (MENDES, 1995; DECHICHI, 2001).

A criação do “Instituto dos Cegos”, atual Instituto Benjamim Constant e o “Instituto dos

Surdos”, atual Instituto Nacional de Educação de Surdos foram marcadores da Educação

Especial, no século XIX. Ambas as iniciativas partiram do Governo Imperial e foram

implementadas no Rio de Janeiro. Marcava-se dessa forma o início da história da Educação

Especial no Brasil. (BUENO, 1993).

Apesar da significativa expressividade da criação desses centros de atendimento, às

pessoas cegas e surdas, a população de pessoas com as deficiências atendidas por esses

institutos era ínfima. Dos mais de 15.800 cegos e mais de 11.500 surdos, apenas 35 cegos e 17

surdos eram atendidos (MAZZOTTA , 1996, p.29). Esses números representam um percentual

de 0,22% e de 0,15% de atendimento respectivamente denotando uma realidade de dívida à

maioria dos necessitados

O que havia até então em termos de Educação Especial eram centros voltados à

deficiências, por assim dizer, de fácil detecção ( visual, auditiva, física) . A deficiência mental

mantinha-se sob a égide da medicina e no campo da educação, sob a do obscurantismo, até que

alguns nomes se destacam e prenunciam um avanço no conceito e na educação dessas pessoas .

Dentre eles podemos destacar, conforme quadro 1 abaixo.

Quadro 1 – Pontos de Vista sobre a Deficiência Intelectual no séc. XIX.

Jean-Jacques Gaspar Itard 3 Médico-Fundador da Psicologia Moderna e da

Educação Especial.

Considerava a idiotia4 uma deficiência cultural

Philippe Pinel5 Médico – Considerava a idiotia uma deficiência

biológica.

Fonte: Próprio autor.

O fato de Itard considerar a idiotia (um dos termos empregados à época) como uma

deficiência cultural e Pinel, uma deficiência biológica, suscita, ainda hoje, problemas na

avaliação de especialistas em determinar com mais precisão a origem da deficiência mental,

3Estudou durante três anos o menino Victor considerado o selvagem de Aveyron O relato dessa experiência está

ricamente descrito por Itard na obra Memoire sur lês premiers développements de Victor del´Aveyron. 4 Idiotia “A idiotia é uma enfermidade do sistema nervoso que tem por efeito radical subtrair todo ou parte dos

órgãos e faculdades da criança à ação regular de sua vontade e se aponta sob duas formas essenciais: 1- afecção de

toda ou parte das massas nervosas, que dá lugar a idiotia profunda; 2- afecção parcial ou total dos aparelhos

nervosos, que se ramificam pelos tecidos. Edouard Séguin. 5 Foi influenciado pelo estudo de Foderé- autor da obra “O tratado do bócio e do cretinismo”.

Page 4: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A … Coninter 4/GT 14/05. DEFICIENCIA... · Quando ela deixa de ser vista simplesmente pelo aspecto nosográfico e ... com o auxílio de

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES - VIEIRA, Sinai Bomcompanhe; FERNANDES, Edicléa Mascarenhas

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

62

considerando-se que tanto os aspectos biológicos quanto os ambientais podem se reunir em um

mesmo diagnóstico.

A figura do pedagogo se legitima na Educação Especial, através de Jean-Étienne

Esquirol, que influenciado por Pinel sugere a distinção dos termos “idiotia” e “cretinismo” 6.

Sendo o primeiro não mais considerado uma doença, e sim um estado, passível de mensuração

pelo rendimento escolar. Para Esquirol os idiotas eram o resultado de pessoas que passavam por

carências na fase da infância ou pré e peri-natais, fornecendo dessa forma uma breve distinção

entre doença e deficiência mentais.

O idiota sempre esteve no infortúnio e na miséria. O estado do homem louco

pode variar; o do idiota é sempre o mesmo. Este tem muitos traços da infância,

aqueles que conservam muito da fisionomia do homem feito. Em ambos, as

sensações nulas, ou quase nulas, mas o homem louco, na sua organização e

mesmo na sua inteligência demonstra qualquer coisa de sua perfeição de

outrora; o idiota é o que sempre foi, é tudo o que se pode ser relativamente à

sua organização primitiva... a idiotia começa com a vida ou na idade que

precede o desenvolvimento das faculdades intelectuais e afetivas; os idiotas

são o que virão a ser durante toda a sua vida; neles, tudo revela uma

organização imperfeita ou incompleta no seu desenvolvimento. Não se

concebe a possibilidade de alterar esse estado. Nada será, pois, capaz de dar

aos infelizes idiotas, por um instante que fosse, um pouco mais de razão, um

pouco mais de inteligência (Esquirol apud Giordano, 2000, p.27-28).

Para Esquirol, o idiota não era uma pessoa sem inteligência e sim uma pessoa sem meios

dela se servir. A origem da deficiência mental era, pois, uma consequência do déficit

intelectual.

Nessa ocasião as pessoas com Deficiência Intelectual ainda eram vistas como um perigo

ao meio social, pois estavam atreladas ao preconceito de possuírem caráter duvidoso, agressivo

ou até mesmo criminoso. Em decorrência dessa visão continuaram, como nos séculos

anteriores, sofrendo estigmas e recebendo, em sua maioria, tratamento idêntico ao dispensado

aos doentes mentais, exilados em asilos psiquiátricos.

Avançava, entretanto, com o auxílio de Itard, Pinel, Esquirol, entre outros, a caminhada

rumo à desconstrução do conceito de deficiência mental , que cabe lembrar não acontecia de

forma igualitária em todos os países de economia central e de periferia.

6 Segundo Foderé o cretinismo implica, sobretudo, na degradação intelectual maior ou menor, dependendo do

acometimento da doença.

Page 5: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A … Coninter 4/GT 14/05. DEFICIENCIA... · Quando ela deixa de ser vista simplesmente pelo aspecto nosográfico e ... com o auxílio de

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES - VIEIRA, Sinai Bomcompanhe; FERNANDES, Edicléa Mascarenhas

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

63

No século XX surgiram as organizações internacionais (ONU7, OMS

8, OIT

9, OEA

10,

AADM11

) de defesa dos direitos da população em geral. Originaram-se então lutas em favor da

garantia dos direitos políticos e sociais e na implantação de políticas protetivas e de cidadania

(BEHRING, 2007) para os trabalhadores e mesmo para aqueles que não constituam força de

trabalho, mas que mantinham seu status de cidadão.

Contudo, mesmo no modelo industrial, bem como no capitalismo financeiro, as pessoas

com deficiências não faziam parte do cenário produtivo e consequentemente não gozavam dos

benefícios sociais implantados pela política voltada para o mundo do trabalho. Foi somente

depois, principalmente, da Declaração Mundial dos Direitos Humanos, instituída pela ONU em

1948, considerada um marco para a humanidade, uma vez que a partir dela o homem teria seus

direitos assegurados não somente em seu país de origem, mas também em todos os outros

países membros que assinassem o documento (BOBBIO, 1992), que a diversidade, fator da

condição humana foi reconhecida, conforme esclarece o Artigo II da Declaração:

Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades

proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente

de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de

origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra

situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto

político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da

pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou

sujeito a alguma limitação de soberania (ONU, 1998).

A partir dessa Declaração, várias outras, também de caráter universal e especificas para

determinados segmentos da sociedade, até então relegados a um segundo plano, surgiram e

apoiadas por alguns setores da sociedade, como intelectuais com deficiências e familiares de

7 Organização das Nações Unidas (ONU) é uma organização internacional cujo objetivo declarado é facilitar a

cooperação em matéria de direito internacional, segurança internacional, desenvolvimento econômico, progresso

social, direitos humanos e a realização da paz mundial. 8 A Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma agência especializada em saúde, fundada em 1948 e subordinada

à Organização das Nações Unidas. 9 A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma agência multilateral ligada à Organização das Nações

Unidas (ONU), especializada nas questões do trabalho. 10

A Organização dos Estados Americanos (OEA) é uma organização internacional criada em 1948, cujos

membros são as 35 nações independentes do continente americano. 11

A American Association on Mental Deficiency (AAMD) – Associação Americana de Deficiência Mental

(AADM) trata de questões da deficiência intelectual. Fundada em 1876 é considerada a mais antiga e a maior

organização a tratar de assuntos relacionados a deficiência intelectual. Em 2006, membros da associação votaram

em mudar o nome da organização, passando a ser denominada American Association on Intellectual and

Developmental Disabilities (AAIDD).

Page 6: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A … Coninter 4/GT 14/05. DEFICIENCIA... · Quando ela deixa de ser vista simplesmente pelo aspecto nosográfico e ... com o auxílio de

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES - VIEIRA, Sinai Bomcompanhe; FERNANDES, Edicléa Mascarenhas

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

64

pessoas com deficiências fizeram coro em prol da garantia efetiva da afirmação da dignidade e

direitos já preconizados nas Declarações. Em países considerados subdesenvolvidos ou

emergentes, como o Brasil, os deficientes mentais/intelectuais tiveram seu reconhecimento de

sujeitos diferenciados na década de 1980.

No decorrer do século XX, organismos internacionais buscaram operacionalizar um

nome para melhor definir as pessoas com deficiência, em especial, as pessoas com deficiência

mental, que durante todo o processo histórico da humanidade, em variadas sociedades

estiveram qualificadas entre as pessoas com transtornos mentais. A população interessada se

organizou a passou a exigir do Estado novas políticas publicas que os reconhecessem como

sujeitos de direito e produtivo.

A Associação Americana de Deficiência Intelectual e Desenvolvimento (AAIDD),

considerada uma referência mundial na área da Deficiência Intelectual, apresentou em 2010, a

mudança do termo “Retardo Mental” para “Deficiência Intelectual12

”. Em 2007 já havia

alterado o nome de sua personalidade jurídica, anteriormente denominada Associação

Americana de Retardo Mental (AAMR). Tais alterações foram frutos de estudos que buscaram

uma melhor aplicabilidade dos termos às características por eles representadas, uma vez que o

construto do conceito não é mais baseado em modelos estáticos de condição humana. Assim a

AAIDD define a Deficiência Intelectual.

A Deficiência Intelectual é definida como limitações importantes que afetam

o funcionamento intelectual, significativamente abaixo da média,

acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em

pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, auto-

cuidados, competência doméstica, habilidades sociais, interpessoais, uso de

recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho,

lazer, saúde e segurança. O início deve ocorrer antes dos 18 anos (AAIDD,

2010, n.p)13

.

Essa definição, não considera apenas o Quociente de Inteligência (QI) baixo como era

diagnosticado na época de Binet,14

. A avaliação é bem mais abrangente, abarcando as

habilidades e dificuldades da pessoa deficiente na execução das atividades do dia a dia, em sua

12

O termo deficiência intelectual passou a existir e figurar na Declaração de Montreal sobre a Deficiência

Intelectual. Resultado das discussões feitas na Conferência Internacional sobre Deficiência de Saúde

(OPM/OMS). Disponível em <http://www.defnet.org.br/decl_montreal.htm>. Acesso 18/12/2015. 13

Tradução nossa. 14

Alfred Binet (1857-1911), pedagogo e psicólogo francês, que ficou conhecido por sua contribuição à

psicometria. Foi o inventor do primeiro teste de inteligência, a base dos atuais testes de QI.

Page 7: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A … Coninter 4/GT 14/05. DEFICIENCIA... · Quando ela deixa de ser vista simplesmente pelo aspecto nosográfico e ... com o auxílio de

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES - VIEIRA, Sinai Bomcompanhe; FERNANDES, Edicléa Mascarenhas

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

65

relação com o meio ambiente, nos cuidados pessoais, aprendizagem acadêmica e atuação

efetiva no meio onde vive.

As pessoas com deficiência intelectual se relacionam com os outros, com o mundo de

forma diferenciada da maioria das pessoas. Seu tempo de aprendizagem costuma ser mais lento

e nesse processo necessitam de suportes e apoios, que variam de acordo com o grau de

dificuldade que essas apresentem. As dificuldades consideradas mais leves costumam constituir

as mais difíceis de serem detectadas, comumente são percebidas na idade escolar.

Faz-se necessário entender quando se inicia o conhecimento cientifico da Deficiência

Intelectual e suas anteriores denominações na história da humanidade: sua associação à doença

mental (transtorno mental), sua separação com essa terminologia e o construto da Deficiência

Intelectual como uma característica da diversidade humana e não um estigma (GOFFMAN,

1999).

Mas, cabe aqui o seguinte questionamento? Por que a preferência da substituição do

termo “Retardo Mental” (RM), para “Deficiência Intelectual” (DI), se os sujeitos classificados

com RM ou candidatos ao “título”, continuariam a ser os mesmos?

Para compreender e tentar responder a essa questão é necessário que avaliemos o

conceito de incapacidade atribuído a essas pessoas e como esse se transformou em face de uma

visão mais ampla entre o sujeito e o meio em que este con(vive).

Segundo Hahn e Hegamin (2001) e Rioux (1997), os fatores orgânicos e sociais dão

origem a limitações funcionais que vão refletir numa incapacidade ou restrição em ambos,

funcionamento pessoal e desempenho de papéis e tarefas esperadas por um indivíduo no

ambiente social. Esta concepção ecológica social da deficiência se reflete também nas

publicações atuais tanto da AAIDD, quanto da Organização Mundial de Saúde (OMS). Da

mesma forma, a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF é

descrita como tendo a sua origem na condição de saúde (distúrbio ou doença) pessoal e

desenvolvimento de tarefas e funções esperadas por uma pessoa no ambiente de seu convívio

social.

Para Luckasson e Reeve (2004), cinco fatores importantes precisam ser considerados

quando se pretende selecionar um termo (elencados à esquerda no quadro 1 - abaixo) e segundo

Schalock et al (2007), há um consenso emergente de que o termo atenda a esses cinco critérios

(elencados à direita do quadro 1-abaixo).

Page 8: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A … Coninter 4/GT 14/05. DEFICIENCIA... · Quando ela deixa de ser vista simplesmente pelo aspecto nosográfico e ... com o auxílio de

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES - VIEIRA, Sinai Bomcompanhe; FERNANDES, Edicléa Mascarenhas

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

66

Quadro 2 – Fatores e consenso na seleção de um termo.

Luckasson e Reeve (2004) Shalock et al. (2007)

O termo deve ser específico e se referir a uma

única entidade ao mesmo tempo em que permite

a diferenciação de outras entidades e aprimora a

comunicação;

Reflete mudança na construção da

deficiência descrita pela AAIDD e OMS;

Deve ser usado de forma consistente pelas

diferentes partes ou grupos ( indivíduos,

famílias, escolas, médicos, advogados,

organizações profissionais, pesquisadores e

formuladores de políticas);

Alinha-se melhor com as práticas profissionais

atuais que incidem sobre os comportamentos

funcionais e fatores contextualizados;

O termo deve representar adequadamente o

conhecimento atual e ser capaz de incorporar novos

conhecimentos científicos, bem como os avanços

que ocorrem;

Fornece uma base lógica para a prestação

de suporte/apoio individualizado devido à base

teórica social e ecológica;

Deve ser robusto o suficiente em sua

operacionalização a fim de permitir seu uso para

fins múltiplos, incluindo a definição, o diagnóstico,

a classificação e o planejamento dos níveis de

suporte/apoio;

É menos ofensivo para pessoas com deficiência;

Deve refletir um componente essencial para nomear

um grupo de pessoas, que significa comunicar

valores importantes, especialmente para o grupo.

Está mais consistente com a terminologia

internacional.

Fonte :Revisão Bibliográfica , 2015

Este quadro nos mostra que a mudança do conceito de Deficiência Mental para

Deficiência Intelectual é o reflexo do avanço da compreensão da condição da pessoa deficiente

que deixa de ser vista pelas lentes das limitações e passa a ser vista através das suas

potencialidades, quando o meio em que vivem se tornam mais ajustados a elas ao contrário de

querer adaptá-las ao meio.

Importante analisar as definições que fazem Luckasson e Reeve, quando discorrem, por

exemplo, sobre a necessidade da especificidade do termo referir-se a uma única entidade, fator

que o diferencia de outras e aprimora a comunicação entre diversas pessoas ou grupos, como:

famílias, escolas, médicos entre outros. Quer dizer, quando falarmos de pessoas com

Deficiência Intelectual, estaremos nos reportando entre outros aspectos, a necessidade dessas a

algum tipo de suporte/apoio.

shalock et al nos apresentam bons motivos, também , para a alteração da nomenclatura:

ratificar mudanças na construção da deficiência descritas pela AAIDD e OMS, ser mais

compatível com as práticas profissionais atuais e no aspecto humanitário destaca a forma

menos ofensiva no trato com as pessoas com essa deficiência.

Page 9: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A … Coninter 4/GT 14/05. DEFICIENCIA... · Quando ela deixa de ser vista simplesmente pelo aspecto nosográfico e ... com o auxílio de

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES - VIEIRA, Sinai Bomcompanhe; FERNANDES, Edicléa Mascarenhas

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

67

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A American Association on Intellectual and Developmental Disabilities (AAIDD), que

na década de 2010, alterou o conceito de “Deficiência mental” para “Deficiência Intelectual”,

em meio a acirradas discussões sobre os termos, em função do aprofundamento nos estudos

sobre as características das pessoas com essa deficiência e sua forma de relacionarem-se com o

mundo foi a principal fundamentação teórica para que retomássemos o caminho de volta ao

século XIX e fizéssemos uma breve retrospectiva da situação desses indivíduos.

Refazer essa trajetória não é fácil, pois não existe literatura especifica, o que há são

autores que nos descrevem como era a vida dessas pessoas em determinados períodos da nossa

história e foi através deles que tecemos nosso recorte apresentado.

3. RESULTADOS ALCANÇADOS

Nossa revisão bibliográfica possibilitou-nos fazer um breve recorte da pessoa com

Deficiência Intelectual nos mostrando aspectos como a segregação, concepção organicista da

deficiência e o total desinteresse de nosso país pela educação dessas pessoas.

Destacamos alguns avanços como a criação de Institutos (IBC e o INES), implantados

no Brasil Império, com atendimento reduzido as pessoas com deficiência visual e auditiva, mas

que marcaram expressivamente o início do atendimento especializado no Rio de Janeiro.

Constatamos uma mudança no conceito de “deficiência mental”, através de Esquirol,

que a ela atribuiu a condição de estado, passível de mensuração pelo rendimento escolar,

introduzindo assim a figura do pedagogo na educação das pessoas com essa deficiência.

Apresentamos a criação de organismos internacionais, como a ONU, OMS, OIT,

AADM, promotoras dos direitos universais de algumas classes negligenciadas pela sociedade.

Inicia-se nessa época uma luta de intelectuais e membros da família de pessoas com deficiência,

na defesa da proteção dos direitos de cidadania e dignidade destas. Esse movimento é

fortalecido principalmente após 1948, conforme nos esclarece com a Declaração Mundial dos

Direitos Humanos, instituída pela ONU.

Seguimos nossa revisão bibliográfica com a AAIDD, Hahn e Hegamin (2001), Rioux

(1997), Luckasson e Reeve (2004), Schalock et al. (2007), que discutem as causas e

necessidades da alteração de determinados conceitos que em nosso caso particular, sustentam o

Page 10: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A … Coninter 4/GT 14/05. DEFICIENCIA... · Quando ela deixa de ser vista simplesmente pelo aspecto nosográfico e ... com o auxílio de

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES - VIEIRA, Sinai Bomcompanhe; FERNANDES, Edicléa Mascarenhas

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

68

posicionamento da AAIDD na mudança do termo “Deficiência Mental” para Deficiência

Intelectual” para nomear um mesmo grupo de pessoas, em função do progresso nos estudos que

buscaram uma melhor aplicabilidade dos termos às características por eles representadas.

CONSIDERAÇÔES FINAIS

Ao refazermos a trajetória da pessoa com Deficiência Intelectual, percebemos o quanto

importante foi e continua sendo, o desenvolvimento dos estudos na área e a contribuição das

políticas públicas, organizações não governamentais, famílias, intelectuais e dos próprios

sujeitos da questão, para que a inclusão efetiva destas seja efetivamente conquistada na prática.

Percebe-se nesse caminhar, que por muito tempo a deficiência foi atribuída somente ao

individuo e não ao meio em que este estava inserido. Consequentemente o preço pago por essa

concepção foi bastante caro para eles. Variou entre o abandono, segregação, tratamento

indevido, preconceitos, por longos anos.

Atualmente podemos enxergar essas pessoas dentro de uma perspectiva mais favorável

em vários aspectos da sociedade. E vale lembrar, particularmente aos professores que estamos

tratando de Deficiência e não de Incapacidade, diferença que se clarifica quando buscamos na

história os conhecimentos que nos sustentam e nos ajudam na promoção da escolarização

desses que por tanto tempo ficaram à margem da sociedade por falta de informações de quem

deveria trabalhar no desenvolvimento de suas potencialidades.

Já avançamos muito. Não há dúvidas. Temos registros científicos a respeito da

necessidade de Apoios e Suportes na promoção dos ajustes do meio, à pessoa com Deficiência

Intelectual. Temos Declarações, Leis, Notas Técnicas e afins. Também temos a consciência da

realidade que muito nos falta em termos práticos, desde as mudanças das escolas, tanto nos

aspectos materiais como nos humanos, seja na área da saúde, nas vezes em que seus serviços

são indissociáveis à obtenção de sucesso, seja da sociedade enquanto organismo inteiro.

Mas, podemos afirmar que houve evolução e certamente continuará havendo, e que cada um de

nós, envolvidos de alguma forma com as pessoas com Deficiência Intelectual somos

responsáveis por continuar a promovê-la.

Page 11: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A … Coninter 4/GT 14/05. DEFICIENCIA... · Quando ela deixa de ser vista simplesmente pelo aspecto nosográfico e ... com o auxílio de

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES - VIEIRA, Sinai Bomcompanhe; FERNANDES, Edicléa Mascarenhas

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

69

REFERÊNCIAS

AAIDD. Definition of Intellectual Disability. 2010. Disponível em:

<http://aaidd.org/intellectual-disability/definition#.VqZ5r0orLIU>. Acesso em 18 nov. 2015.

BEHRING, Elaine R. Política social no capitalismo tardio. SP: Editora Cortez, 2007.

BOBBIO, N. A era dos direitos. 11. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992.

BUENO, J. G. S.( 1993). Educação especial brasileira: integração/segregação do aluno

diferente. São Paulo: EDUC, 1993.

DECHICHI, C. Transformando o ambiente da sala de aula em um contexto promotor do

desenvolvimento do aluno deficiente mental. Tese de Doutorado. Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo, 2001. Disponível em:

<http://www.nuteses.temp.ufu.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1571&acordo=>.

Acesso em: 22 nov. 2015.

GOFFMAN, E. Manicômios, prisões e conventos. Editora Perspectiva: São Paulo, 1999.

GIODANO, B. W. (D)eficiência e trabalho: analisando suas representações. São Paulo,

Annablume: FAPESP, 2000. 168 p.

HAHN, H; HEGAMIN, A. P. Assessing scientific meaning of disability. Journal of Disability

Policy Studies, v. 12, p. 114–121, 2001. Disponível em:

<http://www.deathpenaltyinfo.org/documents/renamingMRIDDApril2007.pdf>. Acesso em:

12 out. 2015.

LUCKASSON, R. et al. Mental Retardation: definition, classification, and systems of

support. Washington, DC: American Association on Mental Retardation, 2002, 238 p.

Disponível em: <http://opensiuc.lib.siu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1485&context=tpr>.

Acesso em: 13 dez. 2015.

LUCKASSON, R.; REEVE, A. (2004) Naming, defining and classifying mental retardation.

In: Mental retardation, v. 39, p. 47-52, 2004. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11270213>. Acesso em: 21 dez. 2015.

MENDES, E. G. Deficiente mental: A construção cientifica de um conceito e

a realidade educacional. Tese (Doutorado em Psicologia Experimental)

- Universidade de São Paulo. 1995, 387 p. Disponível em:

<http://www.nuteses.temp.ufu.br/tde_busca/processaPesquisa.php?pesqExecutada=2&id=158

7&listaDetalhes%5B%5D=1587&processar=Processar>. Acesso em: 13 dez. 2015.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Declaração Universal dos Direitos

Humanos. Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. Brasília 1998.

Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001394/139423por.pdf>. Acesso em:

22 nov. 2015.

Page 12: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A … Coninter 4/GT 14/05. DEFICIENCIA... · Quando ela deixa de ser vista simplesmente pelo aspecto nosográfico e ... com o auxílio de

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UM OLHAR SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS E SUAS IMPLICAÇÕES - VIEIRA, Sinai Bomcompanhe; FERNANDES, Edicléa Mascarenhas

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

70

MAZZOTTA, M.J.S. (1987). Educação escolar: comum ou especial. São Paulo: Pioneira.

__________________(1996) . Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. São

Paulo: Cortez.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). CIF: Classificação Internacional de

Funcionalidade, Incapacidade e Saúde [Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde

para a Família de Classificações Internacionais, org.; coordenação da tradução Cássia Maria

Buchalla]. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo – EDUSP; 2003. Dísponível em:

<http://www.inr.pt/uploads/docs/cif/CIF_port_%202004.pdf>. Acesso em: 04 dez. 2015.

RIOUX, M. H. DISABILITY: The place of judgment in a world of fact. Journal of Intellectual

Disability Research, v. 41, p. 102–111, 1997. Disponível em:

<http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2788.1997.tb00686.x/abstract>. Acesso

em: 19 out. 2015.