decreto-lei n.º 82/2015

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  Diário da República, 1.ª série — N.º 94 — 15 de maio de 2015 2521 Artigo 8.º Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 16 de abril de 2015. —  Pedro Passos Coelho  Maria Luís Casanova Morgado Dias de Albuquerque — José Pedro Correia de Aguiar-Branco — Anabela Maria Pinto de  Miranda Rodrigues. Promulgado em 28 de abril de 2015. Publique-se. O Presidente da República, A  NÍBAL CAVACO SILVA. Referendado em 11 de maio de 2015. O Primeiro-Ministro,  Pedro Passo s Coelho. MINISTÉRIO DO AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E ENERGIA Decreto-Lei n.º 82/2015 de 15 de maio O Decreto-Lei n.º 42/2015, de 26 de março, qualificou como serviço público o exercício da atividade de explora- ção e administração do equipamento Oceanário de Lisboa, atendendo aos fins pedagógicos, científicos e culturais que lhe estão subjacentes e que integram o elenco das necessidades coletivas de interesse geral, e estabelece que esse serviço público deve ser adjudicado nos termos de um Contrato de Concessão. O equipamento Oceanário de Lisboa é atualmente pro-  priedade do Estado por tuguês. A continuidade da atividade de serviço público de ex-  ploração e administração do equipamento Oceanário de Lisboa justifica que a concessão seja adjudicada à socie- dade Oceanário de Lisboa, S. A., que, por outro título, tem explorado este equipamento desde a Exposição Interna- cional de Lisboa de 1998. A concessão é adjudicada através do presente decreto- -lei, que aprova, igualmente, as bases que precedem a outorga do Contrato de Concessão. Com a aprovação das  bases d a con cessão, pretende-se subordinar a atividade de exploração e administração do equipamento Oceanário de Lisboa a um regime de direito público que impõe à sociedade Oceanário de Lisboa, S. A., um conjunto de obri- gações do serviço público, designadamente a prossecução dos objetivos estabelecidos no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 42/2015, de 26 de março. Pretende-se, por outro lado, desenvolver um modelo moderno e eficaz de gestão e de exploração da atividade,  bem como apontar um conjunto estável de regras que regulem, entre outros aspetos, o desenvolvimento dos pi- lares de atividade do Oceanário de Lisboa, o regime dos ativos afetos à concessão e a interação da Concessionária com o Estado.  Neste contexto, prevê-se a transmissão da integral responsabilidade pelos riscos da concessão para a Con- cessionária, nomeadamente quanto ao risco referente à exploração do serviço concessionado, aí se incluindo todos os serviços a prestar. Refira-se, ainda no que respeita às matérias de respon- sabilidades da Concessionária, aquelas que decorrem do regime de penalidades por incumprimento das obrigações emergen tes do Contrato de Concessão. De acordo com as bases da concessão que agora se aprovam ficam a cargo da Concessionária a exploração e administração do equipamento Oceanário de Lisboa, para além da responsabilidade pelo cumprimento das obrigações de segurança — safety  e  secur ity —, as obrigações de qua- lidade e ambientais e os prejuízos causados a terceiros no exercício das atividades da concessão e os causados pelos terceiros por si contratados. As bases da concessão, que ora se aprovam, consti- tuem um instrumento essencial à celebração do Contrato de Concessão, que configura um elemento determinante  para o desenvo lvimento da s atividade s da Concessionária de forma transparente, dando cumprimento aos objetivos identificados para a prossecução do serviço público de exploração e administração do equipamento Oceanário de Lisboa. Assim:  Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- tituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º Objeto O presente decreto-lei aprova as bases da concessão das atividades de serviço público de exploração e administra- ção do equipamento Oceanário de Lisboa e determina a adjudicação do respetivo contrato. Artigo 2.º Bases da concessão 1 — São aprovadas em anexo ao presente decreto-lei, do qual faz parte integrante, as bases da concessão das ati- vidades de serviço público de exploração e administração do equipamento Oceanário de Lisboa. 2 — Integram ainda o objeto da concessão, a explora- ção de espaços e outros equipamentos existentes ou que venham a existir no «Oceanário de Lisboa». Artigo 3.º Adjudicação 1 É adjudicada à sociedade Oceanário de Lisboa, S. A., a concessão das atividades de serviço público de explora- ção e administração do equipamento Oceanário de Lisboa nos termos definidos nas presentes Bases. 2 — A concessã o mencionada no artigo anterior é esta-  belecida em regime de exclusivo à s ociedade Oceanário de Lisboa, S. A., mediante a celebração do respetivo contrato, nos termos do presente decreto-lei e das respetivas bases da concessão. 3 — A Concessionária tem por atividade principal ao longo de todo o período da concessão, a exploração e ad- ministração do equipamento Oceanário de Lisboa. 4 — Ficam os membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e do ambiente ordenamento do território e energia autorizados, com a faculdade de delegação, a aprovar a minuta do Contrato de Concessão, bem como a proceder à sua outorga em nome e representação do Estado.

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Bases da concessão das atividades de serviço público de exploração e administração do equipamento «Oceanário de Lisboa»

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  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 94 15 de maio de 2015 2521

    Artigo 8.Entrada em vigor

    O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicao.

    Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 16 de abril de 2015. Pedro Passos Coelho Maria Lus Casanova Morgado Dias de Albuquerque Jos Pedro Correia de Aguiar -Branco Anabela Maria Pinto de Miranda Rodrigues.

    Promulgado em 28 de abril de 2015.Publique -se.O Presidente da Repblica, ANBAL CAVACO SILVA.Referendado em 11 de maio de 2015.O Primeiro -Ministro, Pedro Passos Coelho.

    MINISTRIO DO AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITRIO E ENERGIA

    Decreto-Lei n. 82/2015de 15 de maio

    O Decreto -Lei n. 42/2015, de 26 de maro, qualificou como servio pblico o exerccio da atividade de explora-o e administrao do equipamento Oceanrio de Lisboa, atendendo aos fins pedaggicos, cientficos e culturais que lhe esto subjacentes e que integram o elenco das necessidades coletivas de interesse geral, e estabelece que esse servio pblico deve ser adjudicado nos termos de um Contrato de Concesso.

    O equipamento Oceanrio de Lisboa atualmente pro-priedade do Estado portugus.

    A continuidade da atividade de servio pblico de ex-plorao e administrao do equipamento Oceanrio de Lisboa justifica que a concesso seja adjudicada socie-dade Oceanrio de Lisboa, S. A., que, por outro ttulo, tem explorado este equipamento desde a Exposio Interna-cional de Lisboa de 1998.

    A concesso adjudicada atravs do presente decreto--lei, que aprova, igualmente, as bases que precedem a outorga do Contrato de Concesso. Com a aprovao das bases da concesso, pretende -se subordinar a atividade de explorao e administrao do equipamento Oceanrio de Lisboa a um regime de direito pblico que impe sociedade Oceanrio de Lisboa, S. A., um conjunto de obri-gaes do servio pblico, designadamente a prossecuo dos objetivos estabelecidos no artigo 3. do Decreto -Lei n. 42/2015, de 26 de maro.

    Pretende -se, por outro lado, desenvolver um modelo moderno e eficaz de gesto e de explorao da atividade, bem como apontar um conjunto estvel de regras que regulem, entre outros aspetos, o desenvolvimento dos pi-lares de atividade do Oceanrio de Lisboa, o regime dos ativos afetos concesso e a interao da Concessionria com o Estado.

    Neste contexto, prev -se a transmisso da integral responsabilidade pelos riscos da concesso para a Con-cessionria, nomeadamente quanto ao risco referente explorao do servio concessionado, a se incluindo todos os servios a prestar.

    Refira -se, ainda no que respeita s matrias de respon-sabilidades da Concessionria, aquelas que decorrem do regime de penalidades por incumprimento das obrigaes emergentes do Contrato de Concesso.

    De acordo com as bases da concesso que agora se aprovam ficam a cargo da Concessionria a explorao e administrao do equipamento Oceanrio de Lisboa, para alm da responsabilidade pelo cumprimento das obrigaes de segurana safety e security , as obrigaes de qua-lidade e ambientais e os prejuzos causados a terceiros no exerccio das atividades da concesso e os causados pelos terceiros por si contratados.

    As bases da concesso, que ora se aprovam, consti-tuem um instrumento essencial celebrao do Contrato de Concesso, que configura um elemento determinante para o desenvolvimento das atividades da Concessionria de forma transparente, dando cumprimento aos objetivos identificados para a prossecuo do servio pblico de explorao e administrao do equipamento Oceanrio de Lisboa.

    Assim:Nos termos da alnea a) do n. 1 do artigo 198. da Cons-

    tituio, o Governo decreta o seguinte:

    Artigo 1.Objeto

    O presente decreto -lei aprova as bases da concesso das atividades de servio pblico de explorao e administra-o do equipamento Oceanrio de Lisboa e determina a adjudicao do respetivo contrato.

    Artigo 2.Bases da concesso

    1 So aprovadas em anexo ao presente decreto -lei, do qual faz parte integrante, as bases da concesso das ati-vidades de servio pblico de explorao e administrao do equipamento Oceanrio de Lisboa.

    2 Integram ainda o objeto da concesso, a explora-o de espaos e outros equipamentos existentes ou que venham a existir no Oceanrio de Lisboa.

    Artigo 3.Adjudicao

    1 adjudicada sociedade Oceanrio de Lisboa, S. A., a concesso das atividades de servio pblico de explora-o e administrao do equipamento Oceanrio de Lisboa nos termos definidos nas presentes Bases.

    2 A concesso mencionada no artigo anterior esta-belecida em regime de exclusivo sociedade Oceanrio de Lisboa, S. A., mediante a celebrao do respetivo contrato, nos termos do presente decreto -lei e das respetivas bases da concesso.

    3 A Concessionria tem por atividade principal ao longo de todo o perodo da concesso, a explorao e ad-ministrao do equipamento Oceanrio de Lisboa.

    4 Ficam os membros do Governo responsveis pelas reas das finanas e do ambiente ordenamento do territrio e energia autorizados, com a faculdade de delegao, a aprovar a minuta do Contrato de Concesso, bem como a proceder sua outorga em nome e representao do Estado.

  • 2522 Dirio da Repblica, 1. srie N. 94 15 de maio de 2015

    Artigo 4.Entrada em vigor

    O presente decreto -lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicao.

    Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 16 de abril de 2015. Pedro Passos Coelho Maria Lus Ca-sanova Morgado Dias de Albuquerque Jorge Manuel Lopes Moreira da Silva.

    Promulgado em 13 de maio de 2015.Publique -se.O Presidente da Repblica, ANBAL CAVACO SILVA.Referendado em 14 de maio de 2015.O Primeiro -Ministro, Pedro Passos Coelho.

    ANEXO

    (a que se refere o artigo 2.)

    Bases da Concesso

    CAPTULO I

    Disposies gerais

    Base IDefinies

    1 Nas presentes bases, sempre que iniciados por maiscula, e salvo se do contexto claramente resultar sentido diferente, os termos abaixo indicados tm o sig-nificado que a seguir lhes apontado:

    a) Atividades Comerciais, as atividades acessrias relacionadas com as atividades integradas no objeto da concesso, desenvolvidas pela Concessionria no plano da consultadoria e assessoria tcnica, bem como as atividades acessrias, de natureza comercial, que a Concessionria desenvolve nos equipamentos abrangidos pela Concesso, tais como a gesto ou a explorao, direta ou indireta, de espaos comerciais, de escritrios, de centros de confern-cias, de restaurantes, de cafetarias e similares;

    b) Oceanrio de Lisboa, aqurio pblico de refern-cia, sito em Lisboa, composto pelo conjunto de bens e de equipamentos que integram trs edifcios, o Edifcio dos Oceanos, o Edifcio do Mar e um edifcio de apoio;

    c) Concedente, o Estado Portugus;d) Concesso, a concesso de servio pblico atri-

    buda sociedade Oceanrio de Lisboa, S. A., por fora do presente decreto -lei;

    e) Concessionria, a sociedade Oceanrio de Lis-boa, S. A.;

    f) Contrato de Concesso, o contrato que estabelece os termos da Concesso, a aprovar;

    g) Entidade Financiadora, instituies de crdito ou outras entidades com atividade de concesso de crdito;

    h) Estatutos, os estatutos da Concessionria;i) Parte ou Partes, o Concedente e ou a Concessio-

    nria;j) Plano Estratgico, o plano de desenvolvimento

    das atividades que integram o objeto da Concesso, a apresentar pela Concessionria nos termos referidos na base XIV;

    k) Utentes, os visitantes e outras pessoas que acedem e utilizam as Infraestruturas, equipamentos e instalaes do Oceanrio de Lisboa e aquelas que lhe estejam afetas no mbito das atividades compreendidas na Concesso.

    2 Os termos definidos no nmero anterior no sin-gular podem ser utilizados no plural e vice -versa, com a correspondente alterao do respetivo significado, salvo se do contexto resultar claramente o inverso.

    Base IILei aplicvel

    1 O Contrato de Concesso e respetivos contratos a ele anexos ficam sujeitos lei portuguesa e aos princpios gerais de direito administrativo.

    2 O Contrato de Concesso e respetivos documentos a ele anexos so redigidos em lngua portuguesa.

    Base IIIInterpretao e integrao

    1 O Contrato de Concesso rege -se pelo seu clausu-lado e pelos respetivos anexos.

    2 Em caso de dvida sobre o alcance e o contedo dos textos contratuais, ou em caso de eventuais divergn-cias que existam entre os vrios documentos que compem o Contrato de Concesso, que no possam ser soluciona-das mediante o recurso e a aplicao das regras gerais de interpretao, prevalece o estabelecido no clausulado do Contrato de Concesso sobre o que constar dos respetivos anexos.

    CAPTULO II

    Objeto, natureza e prazo da Concesso

    Base IVObjeto e natureza

    1 A Concesso tem por objeto as atividades de ser-vio pblico de explorao e administrao do equipa-mento Oceanrio de Lisboa e estabelecida em regime de exclusivo.

    2 O objeto da Concesso compreende, ainda, as Atividades Comerciais que possam ser desenvolvidas no equipamento Oceanrio de Lisboa e nas demais reas afetas Concesso, em complemento s atividades de explorao e administrao do mesmo.

    Base VServio pblico

    1 A Concesso exercida em regime de servio p-blico, devendo esse servio ser prestado de modo a atender satisfao do interesse pblico, direcionado promoo do conhecimento dos Oceanos e sensibilizao dos cida-dos em geral para o dever de conservao do Patrimnio Natural.

    2 A Concesso deve ser exercida em obedincia aos princpios de universalidade, igualdade, continuidade, re-gularidade, acessibilidade de preos, eficincia, segurana e qualidade na sua prestao.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 94 15 de maio de 2015 2523

    3 A concesso do servio pblico de explorao e administrao do equipamento Oceanrio de Lisboa deve acautelar os objetivos essenciais previstos no artigo 3. do Decreto -Lei n. 42/2015, de 26 de maro.

    4 A Concessionria deve assim exercer o servio p-blico concessionado garantindo a preservao da vocao do equipamento Oceanrio de Lisboa, com a manuteno e reforo do estatuto e ativo reputacional do equipamento Oceanrio de Lisboa como um dos melhores aqurios p-blicos do mundo, promovendo e assegurando um modelo de explorao com sustentabilidade econmica e ambien-tal, o bem -estar das exposies vivas e a qualidade das no vivas no respeito pela natureza e biodiversidade, dando cumprimento e concretizao aos objetivos subjacentes prossecuo do Pilar de Atividade do Oceanrio de Lisboa concernente ao Aqurio Pblico.

    5 Na prossecuo do servio pblico concessionado, a Concessionria deve tambm desenvolver iniciativas e projetos tendentes promoo de um programa educa-tivo ambiental, apoiando a conceo, desenvolvimento e explorao de programas educativos de excelncia no mbito da cultura martima nacional, em concretizao do Pilar de Atividade do Oceanrio de Lisboa concernente Educao e Literacia Azul.

    6 Constitui, ainda, um dos objetivos primordiais subjacentes prossecuo das atividades de servio pblico concessionadas a promoo de uma poltica sustentada de conservao dos Oceanos, que tenha presente o objetivo de assegurar a biodiversidade marinha e a governana dos recursos marinhos, enquanto fundamento do Pilar de Atividade do Oceanrio de Lisboa concernente Conser-vao dos Oceanos.

    7 A Concessionria deve igualmente desempenhar as atividades concessionadas em concretizao dos objeti-vos e medidas que caraterizam os Pilares de Atividade do Oceanrio de Lisboa, nos termos definidos no Contrato de Concesso, garantindo a sua total interseo e procurando elevar o potencial de desenvolvimento de novas atividades e concretizar a criao e ou reafirmao de uma instituio de referncia nacional e internacional nos domnios da Conservao dos Oceanos, Educao e Literacia Azul e Aqurio Pblico.

    8 A Concessionria deve desempenhar as atividades concessionadas de forma regular, contnua e eficiente, adotando, para o efeito, as medidas impostas no Plano Estratgico, bem como os padres de qualidade e de segurana exigveis por lei ou pelos regulamentos apli-cveis, a todo o momento e nos termos do Contrato de Concesso.

    9 A Concessionria deve exercer o servio pblico concessionado promovendo em contnuo a excelncia dos servios prestados, devendo, para esse efeito, ga-rantir o nvel dos recursos humanos afetos, data da assinatura do Contrato de Concesso, explorao e administrao do equipamento Oceanrio de Lisboa, atendendo ao know -how altamente especializado e qualificado de que aqueles so detentores na rea dos aqurios pblicos, sem prejuzo do disposto nos termos do Contrato de Concesso.

    10 O Concedente obriga -se a prestar, em qualquer momento ao longo da concesso, por iniciativa prpria ou a solicitao da Concessionria, a pronta e mxima colaborao na prossecuo dos objetivos subjacentes ao servio pblico concessionado.

    Base VIPrazo da Concesso

    O prazo da Concesso de 30 anos a contar da data de assinatura do Contrato de Concesso.

    CAPTULO III

    Sociedade Concessionria

    Base VIIObjeto social, sede e forma

    1 A Concessionria tem como objeto social o exerc-cio das atividades que, nos termos do Contrato de Conces-so, se consideram integradas na Concesso e as referidas nos respetivos Estatutos.

    2 A Concessionria deve manter, ao longo de toda a vigncia da Concesso, a sua sede em Portugal.

    3 A Concessionria tem a denominao de Ocean-rio de Lisboa, S. A., e deve adotar a forma de sociedade comercial annima regulada pela lei portuguesa, durante toda a vigncia da Concesso.

    Base VIIIRegime jurdico

    A Concessionria rege -se pelas normas especiais aplic-veis, pelo Cdigo das Sociedades Comerciais, pelos seus Estatutos e pela demais legislao aplicvel.

    Base IXCapital social e alteraes estatutrias

    1 Encontram -se sujeitas a autorizao fundamentada do Concedente quaisquer alteraes estatutrias, nomea-damente as relativas ao capital social da Concessionria que impliquem:

    a) A reduo do respetivo capital social;b) O aumento do capital social sempre que deste resulte

    alterao dos respetivos acionistas ou a alterao das res-petivas propores no capital social;

    c) A onerao, a transmisso e a converso de aes representativas do capital social da Concessionria.

    2 Para efeitos do disposto na alnea c) do nmero anterior, a autorizao de transmisso depende da demons-trao do mrito do projeto estratgico apresentado para a explorao do equipamento Oceanrio de Lisboa e da capacidade tcnica para o efeito exigvel.

    3 Excetua -se do disposto no n. 1 a onerao de aes efetuadas em benefcio das Entidades Financiadoras da atividade que integra a concesso e no mbito dos contra-tos de financiamentos que venham a ser celebrados pela Concessionria para o efeito.

    4 Sem prejuzo do disposto no n. 1, durante o perodo da concesso ficam, ainda, sujeitas a autorizao do Conce-dente as deliberaes da Concessionria relativas alterao do objeto social e transformao, fuso, ciso ou dissoluo da sociedade.

    5 As operaes referidas nos nmeros anteriores efetuadas em violao do disposto nas presentes bases ou nos estatutos da Concessionria so nulas.

  • 2524 Dirio da Repblica, 1. srie N. 94 15 de maio de 2015

    CAPTULO IV

    Estabelecimento da Concesso

    Base XBens da Concesso

    1 O estabelecimento da concesso composto pelos bens mveis e imveis afetos quela, bem como pelos respetivos bens intangveis e, ainda, pelos direitos e obri-gaes destinados realizao do interesse pblico sub-jacente celebrao do contrato, nos termos devidamente identificados no Contrato de Concesso.

    2 Para efeitos do disposto no nmero anterior, consideram -se afetos concesso todos os bens existentes data de celebrao do Contrato de Concesso, assim como os bens a criar, construir, adquirir ou instalar pela Concession-ria na execuo do Contrato de Concesso, que sejam indis-pensveis para o adequado desenvolvimento das atividades concedidas, independentemente de o direito de propriedade pertencer ao Concedente, Concessionria ou a terceiros.

    3 A Concessionria no pode por qualquer forma ceder, alienar ou onerar quaisquer dos bens referidos nos nmeros anteriores, os quais no podem igualmente ser objeto de arrendamento ou de qualquer outra forma que titule a ocupao dos respetivos espaos, nem de arresto, penhora ou qualquer providncia cautelar, sem prejuzo do disposto no Contrato de Concesso.

    4 Os bens mveis a que se refere o n. 1 podem ser substitudos, alienados e onerados pela Concessionria, com as limitaes resultantes do nmero seguinte no que respeita sua alienao.

    5 A Concessionria apenas pode alienar os bens men-cionados no nmero anterior se proceder sua imediata substituio por outros com condies de operacionalidade, qualidade e funcionamento idnticas ou superiores, exceto tratando -se de bens que comprovadamente tenham perdido funo econmica.

    6 Os negcios efetuados ao abrigo do nmero ante-rior devem ser comunicados ao Concedente no prazo de 30 dias aps a data de realizao do negcio em causa, sem prejuzo do disposto no nmero seguinte.

    7 Nos ltimos cinco anos de durao da Concesso, os negcios referidos no n. 5 devem ser previamente co-municados pela Concessionria ao Concedente com uma antecedncia mnima de 30 dias, podendo este opor -se, fundamentadamente e de acordo com critrios de razoa-bilidade, sua concretizao no prazo de 10 dias contados da receo daquela comunicao.

    Base XIOutros bens utilizados na Concesso

    1 Os bens e direitos da Concessionria no abrangi-dos na base anterior que sejam utilizados no desenvolvi-mento das atividades integradas na Concesso podem ser alienados, onerados e substitudos pela Concessionria.

    2 Os bens mveis referidos no nmero anterior podem ser adquiridos pelo Concedente no termo da Concesso, pelo seu justo valor, a determinar por acordo das partes.

    Base XIIManuteno dos bens que integram a Concesso

    1 obrigao da Concessionria a realizao de todas as obras de reparao e de conservao decorrentes

    da normal utilizao dos bens afetos Concesso, devendo assegurar a permanncia destes bens em boas condies de explorao.

    2 ainda obrigao da Concessionria a realizao de todos os investimentos de substituio dos bens afe-tos Concesso que sejam necessrios ou convenientes de acordo com a vida til desses mesmos bens, as boas prticas e o cumprimento dos padres de desempenho, de qualidade e de segurana exigidos de acordo com o Plano Estratgico adotado, nos termos constantes do Contrato de Concesso.

    Base XIIIAutorizaes do Concedente

    1 Salvo disposio em contrrio nas presentes Bases e ou no Contrato de Concesso, o prazo de resposta do Concedente a pedidos de autorizao ou aprovao feitos pela Concessionria de 60 dias.

    2 Todos os prazos de emisso, pelo Concedente, de autorizaes ou aprovaes previstos nas presentes Bases e no Contrato de Concesso contam -se a partir da submisso do respetivo pedido, desde que devidamente instrudo pela Concessionria.

    3 Se a deciso do Concedente no for comunicada, por escrito, Concessionria, at ao primeiro dia til se-guinte ao termo do prazo previsto para a emisso da auto-rizao ou aprovao solicitada, consideram -se os pedidos devidamente instrudos pela Concessionria tacitamente deferidos apenas nos casos em que tal seja previsto no Contrato de Concesso.

    CAPTULO V

    Avaliao de desempenho da Concessionria

    Base XIVPlano Estratgico

    1 A Concessionria obriga -se a elaborar um Plano Estratgico para o desenvolvimento das atividades que integram o objeto da concesso, nos termos e de acordo com os parmetros fixados no Contrato de Concesso, contendo os objetivos a cumprir na concretizao de cada um dos seus trs pilares de atividade, o qual deve ser sub-metido aprovao do Concedente no prazo de 12 meses aps a assinatura do Contrato de Concesso, com validade de cinco anos.

    2 O Concedente deve pronunciar -se, de forma ex-pressa, quanto ao Plano Estratgico apresentado pela Concessionria, no prazo de 60 dias aps a sua receo, aprovando -o ou solicitando alteraes devidamente fun-damentadas ao respetivo contedo, as quais devem ser adotadas pela Concessionria e submetidas aprovao final do Concedente, no prazo de 30 dias a contar da soli-citao do Concedente.

    3 A Concessionria envia ao Concedente um relatrio bienal contendo a evoluo, nesse perodo, da implemen-tao da estratgia apresentada e eventuais revises ao Plano Estratgico.

    4 De cinco em cinco anos, a Concessionria deve apresentar um novo Plano Estratgico referente aos ob-jetivos propostos atingir nos trs Pilares de Atividade do Oceanrio de Lisboa, a vigorar para o perodo de cinco anos subsequente.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 94 15 de maio de 2015 2525

    5 O no cumprimento pela Concessionria das obri-gaes estabelecidas nos nmeros anteriores d origem aplicao de penalidades, nos termos definidos no Contrato de Concesso.

    Base XVMonitorizao e avaliao do desempenho

    1 A Concessionria deve definir e implementar sis-temas que permitam aferir, em cada momento, a qualidade dos servios prestados, por si e por terceiros, no equipa-mento Oceanrio de Lisboa, e a adequao desses mesmos servios sua procura efetiva e ao cumprimento do Plano Estratgico vigente, nos termos previstos no Contrato de Concesso.

    2 A monitorizao da qualidade e da adequao dos servios, tal como referido no nmero anterior, bem como da qualidade de servio das instalaes, das infraestrutu-ras e dos equipamentos diretamente relacionados com as atividades concessionadas, feita tendo em conta o Plano Estratgico vigente.

    3 O incumprimento das medidas previstas no Plano Estratgico vigente em cada momento d lugar aplicao de penalidades pelo Concedente, nos termos previstos no Contrato de Concesso.

    4 A Concessionria deve assegurar a todo o tempo a monitorizao do desempenho dos servios prestados por si ou por terceiros, de acordo com os padres de qualidade estabelecidos.

    5 A Concessionria deve manter um registo atuali-zado de avaliao do desempenho nos termos referidos nos nmeros anteriores, do qual constem as falhas, a respetiva gravidade e qual a entidade responsvel pela realizao desse servio.

    6 A Concessionria deve elaborar e apresentar ao Concedente relatrios anuais de desempenho e de quali-dade dos servios, fornecendo indicadores operacionais e de explorao do servio pblico, bem como relativos situao econmica e financeira da Concesso, quali-dade dos servios prestados e ao nvel de satisfao dos visitantes, demonstrando, por essa via, o cumprimento dos requisitos e medidas impostas no Plano Estratgico vigente.

    7 A Concessionria pratica todos os atos necessrios manuteno dos pressupostos que conduzam s certifi-caes existentes nas reas da qualidade, do ambiente, da sade e da segurana no trabalho e responsabilidade social, assim como corrige as eventuais desconformidades detetadas no mbito destas certificaes.

    Base XVIFiscalizao da Concesso

    A concesso objeto de fiscalizao pelo Concedente, por forma a verificar o cumprimento das obrigaes legais e contratuais da Concessionria, nos termos legal e contra-tualmente previstos.

    Base XVIIPublicidade e informao

    1 A Concessionria deve adotar um sistema eficiente de tratamento e de consulta de elementos informativos relativos explorao e administrao do equipamento Oceanrio de Lisboa, de modo a poder facult -los com

    prontido ao Concedente e a quaisquer outras entidades com legitimidade para os solicitar.

    2 A Concessionria deve fornecer ao Concedente todos os elementos necessrios avaliao do cumpri-mento das normas e dos regulamentos de segurana e de ambiente.

    3 As contrapartidas aplicadas pela Concessionria pela prestao das atividades concessionadas, as normas regulamentares de explorao e todas as demais infor-maes relevantes quanto s suas atividades devem ser permanentemente atualizadas e adequadamente publici-tadas, nomeadamente atravs da sua divulgao no stio na Internet da Concessionria.

    4 A Concessionria deve entregar ao Concedente, no prazo de 30 dias aps a respetiva aprovao, os Rela-trios e Contas e, bem assim, os Planos de Atividades e Oramento.

    5 A Concessionria deve dar conhecimento imediato ao Concedente de todo e qualquer evento que possa vir a prejudicar ou impedir o cumprimento pontual e atempado de qualquer das obrigaes emergentes do Contrato de Concesso e que possa constituir causa de sequestro da Concesso ou de cessao do Contrato de Concesso.

    CAPTULO VI

    Condio econmico -financeira da Concesso

    Base XVIIIReceitas da Concesso

    1 As receitas da Concesso consistem, designada-mente, em:

    a) Receitas de bilheteira, recebidas pela Concessionria oriundas da explorao das atividades concessionadas;

    b) Receitas auferidas pela Concessionria em resultado do desenvolvimento das Atividades Comerciais acessrias relacionadas com as atividades de explorao e adminis-trao do equipamento Oceanrio de Lisboa;

    c) Comparticipaes em taxas ou outros tributos a que a Concessionria tenha direito por lei;

    d) Juros ou remuneraes de capitais e de aplicaes financeiras efetuadas pela Concessionria.

    2 Os preos dos bilhetes de acesso e visita ao equi-pamento Oceanrio de Lisboa, em todas as suas vertentes, so livremente fixados pela Concessionria, sem prejuzo das obrigaes de servio pblico e da execuo da pol-tica de responsabilidade social definidos no Contrato de Concesso.

    Base XIXAssuno do risco

    A Concessionria assume integral responsabilidade por todos os riscos inerentes Concesso durante o prazo da sua durao, exceto nos casos em que o contrrio resulte expressamente do Contrato de Concesso.

    Base XXFinanciamento

    1 A Concessionria responsvel pela obteno dos financiamentos necessrios ao desenvolvimento de

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    todas as atividades que integram o objeto do contrato, de forma a garantir o exato e pontual cumprimento das suas obrigaes.

    2 Com vista obteno dos financiamentos neces-srios ao desenvolvimento das atividades concedidas, a Concessionria pode contrair emprstimos, prestar garan-tias e celebrar com as entidades financiadoras os demais atos e contratos que consubstanciam as relaes jurdicas de financiamento.

    3 No so oponveis ao Concedente quaisquer ex-cees ou meios de defesa que resultem das relaes con-tratuais estabelecidas pela Concessionria nos termos do nmero anterior.

    CAPTULO VII

    Contrapartida financeira

    Base XXIContrapartida financeira

    Pelo estabelecimento, explorao e administrao do servio pblico concessionado, devida pela Concession-ria ao Concedente uma contrapartida financeira composta por:

    a) Uma componente de pagamento inicial, nos termos definidos no Contrato de Concesso; e

    b) Uma componente financeira anual, a qual pode ser integrada por uma componente financeira varivel e ou fixa, sem prejuzo de um montante mnimo de contrapartida anual, nos termos definidos no Contrato de Concesso.

    CAPTULO VIII

    Obrigaes de segurana, qualidade,ambiente e responsabilidade social da Concessionria

    Base XXIIObrigaes da Concessionria

    1 A Concessionria obriga -se a implementar as nor-mas, os procedimentos e as boas prticas constantes da legislao e da regulamentao nacional, europeia e in-ternacional, de carcter vinculativo aplicveis segurana em geral e, em particular, segurana das atividades dos parques zoolgicos, segurana contra atos ilcitos e segu-rana no trabalho, bem como a proporcionar as estruturas e os meios necessrios que permitam uma eficiente gesto da segurana do equipamento Oceanrio de Lisboa.

    2 A Concessionria promove, segundo critrios de razoabilidade, a adoo de normas, de procedimentos e de prticas de segurana e de qualidade que constem de regulamentos nacionais ou internacionais de aplicao no vinculativa, bem como de disposies que regulem a atividade dos parques zoolgicos.

    3 A Concessionria obriga -se a assegurar a m-xima qualidade do equipamento Oceanrio de Lisboa, garantindo a permanente disponibilidade para investir na sua manuteno e elevao a nveis de excelncia, assim como a manter e elevar aos nveis de excelncia o servio de atendimento ao cliente e a limpeza das insta-laes da concesso.

    4 A Concessionria obriga -se a garantir o bem--estar animal e a qualidade das exposies viva e no viva, procurando, ainda, a permanente realizao de in-

    vestimentos na manuteno e elevao da qualidade de vida dos animais do Oceanrio de Lisboa, com vista reafirmao deste equipamento como lder ao nvel da excelncia expositiva.

    5 A Concessionria deve garantir a manuteno das certificaes e acreditaes existentes atualmente, estando vinculada ao cumprimento de todos os melhores standards da indstria dos parques zoolgicos e, bem assim, a manter e reforar a sua acreditao nas associaes internacionais da indstria dos parques zoolgicos.

    6 A Concessionria, no cumprimento do Contrato de Concesso, compromete -se a orientar as suas atividades de forma a proporcionar condies favorveis para que o desenvolvimento da explorao do equipamento Oceanrio de Lisboa ocorra de forma socialmente equilibrada e em benefcio dos cidados em geral.

    CAPTULO IX

    Responsabilidade da Concessionria e garantias

    Base XXIIIResponsabilidade da Concessionria perante o Concedente

    A Concessionria , face ao Concedente, responsvel pelo atempado e perfeito cumprimento das obrigaes constantes do Contrato de Concesso e as decorrentes de normas, de regulamentos ou de disposies administrativas que lhe sejam aplicveis, sem que, para excluso ou limi-tao da sua responsabilidade, possa opor ao Concedente qualquer contrato ou relao com terceiros.

    Base XXIVResponsabilidade da Concessionria perante terceiros

    A Concessionria responde, nos termos da lei, por quaisquer prejuzos causados a terceiros no exerccio das atividades que constituem o objeto da Concesso, pela culpa ou pelo risco.

    Base XXVExcluso e limitao da responsabilidade

    Sem prejuzo do disposto no Contrato de Concesso, as Partes no podem, reciprocamente, excluir ou limitar a sua responsabilidade em caso de morte ou leses corporais resultantes de atos e omisses, negligentes ou dolosos.

    Base XXVIResponsabilidade por prejuzos

    causados por entidades contratadas

    1 A Concessionria responde, ainda, nos termos em que o comitente responde pelos atos do comissrio, pelos prejuzos causados pelos terceiros por si contratados para o desenvolvimento das atividades compreendidas na Con-cesso.

    2 Constitui especial dever da Concessionria pro-mover e exigir a qualquer terceiro, com quem venha a contratar, que assegure as medidas necessrias para sal-vaguarda da integridade fsica do pblico e do pessoal afeto Concesso, devendo ainda cumprir e zelar pelo cumprimento dos regulamentos de higiene e de segurana em vigor a cada momento.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 94 15 de maio de 2015 2527

    Base XXVIIGarantias

    Para garantir o exato e pontual cumprimento das suas obrigaes contratuais ou extracontratuais inerentes con-cesso, incluindo as relativas a penalidades contratuais, a Concessionria obriga -se a prestar cauo nos termos definidos no Contrato de Concesso.

    Base XXVIIISeguros

    A Concessionria obriga -se a manter em vigor os con-tratos de seguros necessrios para garantir uma efetiva cobertura dos riscos segurveis inerentes Concesso, nos termos devidamente fixados no Contrato de Concesso.

    CAPTULO X

    Modificaes subjetivas da Concesso

    Base XXIXSubcontratao

    A Concessionria pode subcontratar a prestao de ati-vidades e servios no mbito das atividades de explorao e administrao do equipamento Oceanrio de Lisboa, nos termos expressamente previstos no Contrato de Con-cesso.

    Base XXXSubconcesso

    1 A Concessionria no pode, salvo autorizao pr-via do Concedente, subconcessionar, no todo ou em parte, as prestaes objeto do Contrato de Concesso.

    2 A autorizao referida no nmero anterior deve, sob pena de nulidade, ser expressa e anterior ao auto de subconcesso.

    3 Em caso de subconcesso devidamente autorizada, a Concessionria mantm os direitos e continua sujeita s obrigaes emergentes do Contrato de Concesso.

    Base XXXIRemunerao da Concessionria

    Sem prejuzo do disposto na Base XXI, como contra-partida da realizao das prestaes objeto da concesso pela Concessionria, esta tem direito s receitas auferidas na explorao do servio concessionado, bem como s receitas resultantes do desenvolvimento das Atividades Comerciais e demais receitas obtidas no mbito da con-cesso, nos termos identificados na Base XVIII.

    CAPTULO XI

    Incumprimento

    Base XXXIIIncumprimento da Concessionria e penalidades contratuais

    Sem prejuzo do previsto na lei, o incumprimento tem-porrio ou definitivo, bem como o cumprimento defeituoso pela Concessionria de quaisquer obrigaes emergentes do Contrato de Concesso ou das determinaes do Con-

    cedente emitidas no mbito legal ou contratual, originam a aplicao Concessionria de penalidades, nos termos constantes do Contrato de Concesso.

    CAPTULO XII

    Extino e suspenso da Concesso

    Base XXXIIIResoluo do Contrato de Concesso

    1 Sem prejuzo dos fundamentos gerais de resoluo do Contrato de Concesso e do direito de indemnizao nos termos gerais, em caso de violao grave no sanvel das obrigaes da Concessionria decorrentes do Contrato de Concesso, o Concedente pode resolver o Contrato de Concesso.

    2 Constituem causas de resoluo por parte do Con-cedente, designadamente:

    a) O desvio do objeto e dos fins da Concesso;b) A cessao ou suspenso, total ou parcial, pela Con-

    cessionria da gesto do servio pblico, sem que tenham sido tomadas medidas adequadas remoo da respetiva causa;

    c) A reiterada desobedincia s determinaes das en-tidades competentes, sempre que se mostrem ineficazes outras sanes;

    d) A repetida oposio ao exerccio da fiscalizao exer-cida pelo Concedente ou por outras entidades;

    e) A repetida verificao de situaes de indisciplina do pessoal ou dos Utentes, que tenham ocorrido por culpa da Concessionria e das quais possam resultar graves pertur-baes no funcionamento dos servios;

    f) A obstruo requisio, ao sequestro ou interven-o do Concedente em caso de emergncia grave;

    g) Ocorrncia de deficincia grave na organizao e desenvolvimento pela Concessionria das atividades concedidas, em termos que possam comprometer a sua continuidade ou regularidade nas condies exigidas pela lei e pelo contrato;

    h) O incumprimento de quaisquer obrigaes, legais ou contratuais, que pela sua reiterao ou gravidade tenham determinado um prejuzo para o interesse pblico subja-cente concesso;

    i) O incumprimento das obrigaes previstas no n. 1 da base IX, no obstante o disposto no n. 5 da referida base.

    3 A resoluo do Contrato de Concesso s pode ser declarada aps prvia audincia, por escrito, da Con-cessionria e, uma vez declarada, produz imediatamente efeitos, sem precedncia de qualquer outra formalidade, logo que comunicada quela por escrito.

    4 A resoluo do Contrato de Concesso implica a reverso dos bens afetos Concesso para o Concedente, nos termos fixados no Contrato de Concesso.

    Base XXXIVResgate da Concesso

    O Concedente pode resgatar a Concesso quando moti-vos de interesse pblico o justifiquem, aps o decurso do prazo de 10 anos sobre a data do incio da Concesso, nos termos constantes do Contrato de Concesso.

  • 2528 Dirio da Repblica, 1. srie N. 94 15 de maio de 2015

    Base XXXVExtino do servio pblico

    O Concedente pode extinguir o servio pblico conces-sionado por razes de interesse pblico devidamente funda-mentadas, fazendo cessar, automaticamente, a Concesso e conferindo Concessionria o direito a ser indemnizada nos termos estabelecidos para o resgate, no Contrato de Concesso.

    Base XXXVISequestro

    Em caso de incumprimento grave pela Concession-ria das suas obrigaes contratuais, ou estando o mesmo iminente, o Concedente pode, mediante sequestro, tomar a seu cargo o desenvolvimento das atividades concedidas e assumir a explorao do servio concessionado, nos termos estabelecidos no Contrato de Concesso.

    Base XXXVIIExtino por acordo

    O Concedente e a Concessionria podem, a qualquer momento, acordar na extino total ou parcial da Conces-so, definindo os seus efeitos.

    Base XXXVIIIReverso

    1 Extinguindo -se a Concesso, por qualquer motivo, revertem para o Concedente todos os bens e os direitos afetos Concesso, livres de quaisquer nus ou encargos, sejam ou no propriedade da Concessionria, obrigando--se a Concessionria a entreg -los em perfeitas condies de funcionamento, de conservao e de segurana, sem prejuzo do normal desgaste inerente sua utilizao, no sendo legtimo invocar, com qualquer fundamento, o di-reito de reteno.

    2 Caso a Concessionria no cumpra as obrigaes estabelecidas no nmero anterior, o Concedente promove a realizao dos trabalhos e aquisies que sejam necessrios reposio dos bens a referidos, correndo os respetivos custos pela Concessionria.

    3 Para efeito da reverso, o Concedente realiza uma vistoria na qual participa um representante da Concession-ria para aferir do estado de conservao e de manuteno dos bens revertidos e da qual lavrado auto.

    4 Com a reverso devida Concessionria, pelo Concedente, uma indemnizao correspondente ao valor lquido contabilstico, descontados os subsdios, dos bens por esta criados, construdos, adquiridos ou instalados no cumprimento do Contrato de Concesso e que, data da reverso, se encontrem afetos Concesso.

    5 O disposto no nmero anterior no aplicvel caso o motivo que d origem extino da Concesso seja imputvel Concessionria.

    Base XXXIXCaducidade

    1 O Contrato de Concesso caduca quando se ve-rificar o fim do prazo da Concesso, extinguindo -se as relaes contratuais existentes entre as Partes, sem prejuzo

    das disposies que, pela sua natureza ou pela sua letra, se destinem a perdurar para alm daquela data.

    2 O Concedente no responsvel pelos efeitos da caducidade do Contrato de Concesso nas relaes contra-tuais estabelecidas entre a Concessionria e terceiros.

    CAPTULO XIII

    Resoluo de diferendos

    Base XLResoluo de diferendos

    Para a resoluo de qualquer litgio emergente do Con-trato de Concesso a outorgar, podem as Partes celebrar convenes de arbitragem.

    CAPTULO XIV

    Disposies finais

    Base XLIInvalidade parcial do Contrato de Concesso

    A eventual nulidade, anulabilidade ou ineficcia de qual-quer das clusulas do Contrato de Concesso no implica s por si a sua invalidade total, devendo o Concedente e a Concessionria, se tal se verificar, procurar por acordo modificar ou substituir as clusulas invlidas ou inefica-zes por outras, o mais rapidamente possvel e por forma a salvaguardar a plena validade e eficcia do Contrato de Concesso, de acordo com o esprito, as finalidades e as exigncias daquele.

    Base XLIISubstituio de acordos anteriores

    1 Sem prejuzo do disposto sobre a interpretao e integrao do Contrato de Concesso, este substitui inte-gralmente todos e quaisquer anteriores acordos, verbais ou escritos, celebrados entre o Concedente e a Concessionria, relativos ao seu objeto.

    2 No podem ser invocados, nem tm qualquer validade ou eficcia, quaisquer documentos ou acordos que no sejam considerados pelo clausulado do Contrato de Concesso como fazendo parte integrante do mesmo, salvo como eventual elemento de interpretao ou de in-tegrao.

    Base XLIIIExerccio de direitos

    Sem prejuzo do disposto na base XL quanto resolu-o de diferendos, o no exerccio ou o exerccio tardio ou parcial de qualquer direito que assista ao Concedente ou Concessionria ao abrigo do Contrato de Concesso no importa a renncia a esse direito e no impede o seu exerccio posterior nem constitui moratria ou novao da respetiva obrigao.

    Base XLIVComunicaes e notificaes

    1 Sem prejuzo de poderem ser acordadas outras re-gras quanto s notificaes e comunicaes entre as partes

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    do contrato, estas devem ser dirigidas para os respetivos endereos, devidamente identificados no contrato.

    2 Qualquer alterao das informaes de contacto constantes do contrato deve ser comunicada outra parte.

    Base XLVPrazos e a sua contagem

    Os prazos fixados no Contrato de Concesso so con-tnuos, no se suspendendo aos sbados, domingos e dias feriados.

    Base XLVIEntrada em vigor do Contrato de Concesso

    O Contrato de Concesso entra em vigor na data da sua assinatura.

    Portaria n. 133/2015de 15 de maio

    O Decreto -Lei n. 172/2006, de 23 de agosto, alterado pelos Decretos -Leis n.os 237 -B/2006, de 18 de dezem-bro, 199/2007, de 18 de maio, 264/2007, de 24 de julho, 23/2009, de 20 de janeiro, 104/2010, de 29 de setembro, e 215 -B/2012, de 8 de outubro, que procedeu sua re-publicao, estabelece o regime jurdico da atividade de produo em regime especial, prevendo, por um lado, o regime remuneratrio geral, em que os produtores vendem a eletricidade produzida em mercados organizados ou atra-vs da celebrao de contratos bilaterais com clientes finais ou com comercializadores de eletricidade, e, por outro, o regime de remunerao garantida, em que a eletricidade produzida entregue ao comercializador de ltimo recurso, contra o pagamento da remunerao atribuda nos termos a definir por portaria do membro do Governo responsvel pela rea da energia.

    Neste contexto, veio a Portaria n. 243/2013, de 2 de agosto, estabelecer o regime jurdico da atribuio de re-serva de capacidade de injeo na rede eltrica de servio pblico (RESP) e do licenciamento da atividade de pro-duo de eletricidade no mbito do referido regime de remunerao garantida, concretizando as regras e prin-cpios estabelecidos com a alterao operada atravs do Decreto -Lei n. 215 -B/2012, de 8 de outubro.

    Verificando -se, no entanto, a necessidade de rever as disposies da referida portaria que regulam as disciplinas quer da atribuio de reserva de capacidade de injeo na RESP e dos prazos para apresentao de pedido de atribuio de licena de produo, quer das alteraes aos centros eletroprodutores, incluindo a matria relativa determinao dos descontos a apresentar pelos respetivos promotores, vem a presente portaria proceder alterao da Portaria n. 243/2013, de 2 de agosto.

    Em concreto, procede -se simplificao do procedi-mento de atribuio da referida reserva de capacidade de injeo, o qual passa a assemelhar -se ao previsto pelo Decreto -Lei n. 172/2006, de 23 de agosto, para a produo em regime especial ao abrigo do regime remuneratrio geral, prevendo -se ainda prazos mximos mais alargados para apresentao do pedido de atribuio de licena de produo, nos casos em que os centros eletroprodutores estejam sujeitos aos procedimentos de avaliao de im-pacte ambiental, de avaliao de incidncias ambientais,

    de obteno de ttulos de utilizao de domnio hdrico ou de espao martimo, ou de contratao pblica.

    Finalmente, estabelece -se um regime de alteraes aos centros eletroprodutores com procedimentos de controlo prvio simplificados, definindo ainda as regras de deter-minao dos descontos a aplicar sobre a remunerao garantida aplicvel aos mesmos, salvaguardando -se, no entanto, os casos em que as alteraes de mudana de ponto de receo solicitadas decorram de razes rela-cionadas com a disciplina de ordenamento do territrio prevalecente, da DIA ou RECAPE ou DIncA negativos, ou quando se trate de alteraes no substanciais, sujeitas a comunicao prvia com prazo ou a mera comunicao prvia.

    Assim:Ao abrigo do disposto nos n.os 4, 5 e 6 do artigo 33. -G

    do Decreto -Lei n. 172/2006, de 23 de agosto, alterado pelos Decretos -Leis n.os 237 -B/2006, de 18 de dezem-bro, 199/2007, de 18 de maio, 264/2007, de 24 de julho, 23/2009, de 20 de janeiro, 104/2010, de 29 de setembro, e 215 -B/2012, de 8 de outubro, que operou a sua republi-cao, manda o Governo, pelo Secretrio de Estado da Energia, o seguinte:

    Artigo 1.Objeto

    A presente portaria procede primeira alterao da Portaria n. 243/2013, de 2 de agosto, que estabelece os termos, condies e critrios de atribuio da reserva de capacidade de injeo de potncia na rede eltrica de servio pblico (RESP), bem como do licenciamento da atividade de produo de energia eltrica no mbito do regime especial da remunerao garantida, respetivos pra-zos de durao, condies de manuteno e de alterao, concretizando o disposto no Decreto -Lei n. 172/2006, de 23 de agosto, alterado pelos Decretos -Leis n.os 237 -B/2006, de 18 de dezembro, 199/2007, de 18 de maio, 264/2007, de 24 de julho, 23/2009, de 20 de janeiro, 104/2010, de 29 de setembro, e 215 -B/2012, de 8 de outubro, que operou a sua republicao.

    Artigo 2.Alterao Portaria n. 243/2014, de 2 de agosto

    So alterados os artigos 3., 5., 7., 9., 10., 11., 12., 14., 16., 20., 25., 27., 28., 29., 30., 32. e 35. da Portaria n. 243/2013, de 2 de agosto, que passam a ter a seguinte redao:

    Artigo 3.[...]

    1 [...]:a) [...];b) A escolha e promoo dos procedimentos concur-

    sais ou outros similares para a atribuio de reserva de capacidade de injeo na RESP, bem como aprovao dos respetivos regulamentos e peas procedimentais;

    c) Representar o Estado na assinatura do contrato de atribuio de reserva de capacidade de injeo de potncia na RESP, nos termos da presente portaria e da portaria referida no n. 2 do artigo 1.;

    d) [...].