decreto 157/15 o adeus ao dr. lanari do val

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twitter.com/spradiologia facebook.com/sociedadepaulistaderadiologia @spradiologia Informativo da Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem POLÍTICA Decreto 157/15 Deputados, representantes do governo e de entidades médicas irão propor uma nova redação para o decreto que regulamenta o Cadastro Nacional de Especialistas. Página 23 A força do interior As seis reuniões anuais do Clube Manoel de Abreu ajudam a promover a atualização científica aos profissionais que residem no interior do Estado e promovem a integração entre todos. Acompanhe o calendário do evento e participe! Neste mês, o encontro será em Botucatu. Página 9 Setembro de 2015 | Edição 445 MEMÓRIA O adeus ao Dr. Lanari do Val No dia 2 de agosto, a radiologia brasileira perdeu Dr. Francisco Lanari do Val. Conheça a trajetória do médico que ajudou a criar a SPR. Página 27

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Page 1: Decreto 157/15 O adeus ao Dr. Lanari do Val

twitter.com/spradiologia facebook.com/sociedadepaulistaderadiologia @spradiologia

Informativo da Sociedade Paulista de

Radiologia e Diagnóstico por Imagem

POLÍTICA

Decreto 157/15Deputados, representantes do governo e de entidades médicas irão propor uma nova redação para o decreto que regulamenta o Cadastro Nacional de Especialistas.

Página 23

A força do interior

As seis reuniões anuais do Clube Manoel de Abreu ajudam a promover a atualização científica aos

profissionais que residem no interior do Estado e promovem a integração entre todos.

Acompanhe o calendário do evento e participe! Neste mês, o encontro será em Botucatu.

Página 9

Setembro de 2015 | Edição 445

MEMÓRIA

O adeus ao Dr. Lanari do ValNo dia 2 de agosto, a radiologia brasileira perdeu Dr. Francisco Lanari do Val. Conheça a trajetória do médico que ajudou a criar a SPR.

Página 27

Page 2: Decreto 157/15 O adeus ao Dr. Lanari do Val

Presidente Dr. Antônio Soares Souza

Vice-Presidente Dr. Carlos Homsi

Secretário-Geral Dr. Mauro José Brandão da Costa

1º Secretário Dr. César Higa Nomura

2º Secretário Dr. Henrique Simão Trad

Tesoureiro-Geral Dr. Décio Roveda Jr.

1º Tesoureiro Dr. Gustavo Kalaf

2º Tesoureiro Dr. Douglas Jorge Racy

DiretorCientífico Dr. Renato Adam Mendonça

Diretor de Defesa Dr. Jaime Ribeiro Barbosa Profissional

Diretor de Patrimônio Dr. Cyro Padilha Balsimelli

Diretor de Assuntos Dr. Eloísa de Mello Gebrim Culturais

Diretor de Tecnologia Dr. Marcelo de Maria Félix da Informação

Presidente do Clube Dr. Pablo Rydz Pinheiro Santana Roentgen

Presidente do Clube Dr. Nelson Gomes Caserta Manoel de Abreu

Presidente SPR Jr. Dr.RenatoHoffmannNunes

Presidente do Dr. Antônio José da Rocha Conselho Consultivo

CONSELHO Dr. Antônio José da Rocha CONSULTIVO Dr. Ricardo Emile Baaklini Dr.TufikBauabJr. Dr. Marcelo D’Andrea Rossi Dr. André Scatigno Dr. Adelson André Martins Dr. Renato Adam Mendonça Dr. Celso Hiram de Araújo Freitas Dr. Aldemir Humberto Soares Dr. Nestor de Barros Dr. Jaime Ribeiro Barbosa Dr. Luiz Antônio Nunes de Oliveira Dr. Giovanni Guido Cerri Dr. José Michel Kalaf

Diretores do Dr. Aldemir Humberto Soares Jornal da Imagem Dr. Celso Hiram de A. Freitas Dr. Cássio Ruas de Moraes

DIRETORIA PARA O BIÊNIO 2015/2017

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores enãorefletemnecessariamenteaopiniãodaSPR.

Edição Lilian Mallagoli MTb. 30.443-SP

Redação Tatiana Gentina – [email protected]

Marketing Mayra Leal – [email protected]

DesignGráfico Marco Murta – Farol Editora [email protected]

Impressão HawaiíGráficaeEditora São Caetano do Sul, SP

SociedadePaulistadeRadiologia eDiagnósticoporImagem

Av. Paulista, 491 – 3º andar CEP 01311-909 – São Paulo – SP

Tel. (11) 5053-6363 – Fax (11) 5053-6364www.spr.org.br

Filiada ao Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) • Departamento de Diagnóstico por Imagem da Associação Paulista de Medicina (APM)

2 • OPINIÃO

O Jornal da Imagem é um espaço aberto aos sócios da SPR. Todos podem enviar sugestões, críticas quanto ao jornal, artigos científicos e crônicas para o e-mail da redação do veículo – [email protected].

Canal do leitor

O primeiro Encontro de Residentes realizado no Brasil deixou em mim um sentimento de surpresa agradável, desde a organização ex-celente, a todos os detalhes, destacando o trabalho das secretárias que rapidamente perceberam a dinâmica do evento, a participação do Dr. Nelson Caserta, com quem formei uma equipe muito boa, e o Júri que teve o compromisso de selecionar os melhores trabalhos entre muitos de excelente qualidade, realizando a tarefa mais difícil. Tudo funcionou perfeitamente, como se eles tivessem anos de experiência com o evento e já tivessem aprendido com seus próprios erros.

Quero destacar principalmente a participação dos residentes, tanto dos que subiram ao palco para apresentar seus casos, como aqueles que de seus lugares se animaram a opinar, às vezes acertando; outras, errando o diagnóstico, mas fundamentalmente captando o objetivo dessa atividade, que é “aprender a pensar gerando discussão”, trans-formando-se nas peças principais para o êxito do encontro.

Foi um importante primeiro passo, dando-se as condições ne-cessárias para a realização das próximas edições desta grata expe-riencia, crescendo e fomentando a participação de residentes de outros países, como este ano ocorreu com a delegação da Argenti-na, que manifestou seu agradecimento por fazer parte deste início.

Outra enorme e agradável supresa foi o Curso Feres Secaf, com sua organização sem erros. As conferências a que pude as-sistir se incluíram todos os conceitos e tipos que devem conhecer quem em um futuro vai exercer nossa especialidade, um curso de semelhante magnitude e eficiência merece perdurar no tempo e deve ser um exemplo para nossa região.

O que é um encontro de residentesO “Encontro de Residentes” pretende ser um ESPAÇO COMUM, informal, onde os residentes

de todas as escolas de diagnóstico por imagen tenham um lugar para se expresar, questionar, opinar e fundamentalmente fraternizar com os demais membros desta comunidade. Durante seu desenvol-vimento (geralmente realizado no primeiro dia dos congressos FAARDIT), médicos em formação de nossa especialidade representando suas respectivas escolas-sociedades apresentam casos clínico--radiológicos de interesse para serem discutidos junto a seus companheiros residentes, coordenados por radiologistas experientes.

O Encontro NÃO É UMA PROVA, tampouco uma AULA MAGNA. Trata-se de compartilhar um caso interessante com nossos colegas em um ambiente divertido; “NÃO É ERRADO APREN-DER SE DIVERTINDO, APRENDEMOS A PENSAR GERANDO DISCUSSÃO”. Nós, que não conhecemos a patologia ou erramos o diagnóstico, somos os mais beneficiados porque aprendemos algo novo e isso nos causa a inquietude e a necessidade de se aprofundar; por isso, ao fim da apresenta-ção, quem expõe deve fazer uma breve resenha da patologia e citar a bibliografia.

Essa atividade nasceu no Mar del Plata no início da década de 1980 como iniciativa dos Drs. Rogelio Moncada e Carlos Giménez. Em uma segunda etapa, foi levada a Ciudad de Rosario com o auspício da Fundación Villavicencio e ao longo de vários anos de trabalho e de experiências diversas se realiza no ano de 2004, o marco do Congresso Internacional de Diagnóstico por Imagens de Córdoba, um encontro com o atual formato e participação de 14 escolas de radiologia. No dia 27 de agosto, realizamos a 33ª edição na cidade de Buenos Aires, onde contamos com a presença de 42 escolas, e a participação de resi-dentes do Brasil, Chile e Uruguai, sendo o primeiro prêmio uma bolsa de estudos para as próximas JPRs.

Finalizo agradecendo com profunda sinceridade aos organizadores por terem me convidado a fazer parte desta experiência incrível, e por me fazerem sentir como mais um do grupo, pelo qual me sinto orgulhoso.

Sobre o 1º Encontro de Residentes no Brasil

Dr. Hugo R. Guerra é coordenador de Médicos em Formação – SORDIC

Page 3: Decreto 157/15 O adeus ao Dr. Lanari do Val

Edição 445 – Setembro de 2015 PALAVRA DO PRESIDENTE • 3

Já conhece o Programa de Relacionamento da SPR?

Um jeito novo de conectá-lo ao que a Radiologia tem de melhor

Programa de Relacionamento da SPR

ValorizaçãoO membro é prioridade na SPR. Os associados

têm direito a um período exclusivo de inscrição na JPR e no Curso de

Atualização em Imagem (Prof. Dr. Feres Secaf) e estão isentos das taxas

de inscrição.

RelacionamentoQueremos reforçar a parceria firmada e

a confiança construída nestes anos de atuação da entidade e valorizar

os esforços em promover o conhecimento na área da Radiologia.

ConteúdoNossa missão é

promover excelência em Radiologia e Diagnóstico por

Imagem, e isso inclui o associado como

figura central desse cenário.

ConfiançaO que nos une é uma relação de confiança

mútua, renovada e ampliada nesse novo modelo de relacionamento mais inclusivo e

próximo.

Acesse o site da SPR e conheça os benefícios específicos para cada categoria de asssociação

www.spr.org.br

Dr. Antônio Soares Souza, presidente da Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR)

A virada do mês de julho para agosto perfez mais um marco na história de nossa Sociedade Paulis-ta de Radiologia. A XIX edição do Curso de Atualização em Imagem – Prof. Dr. Feres Secaf trouxe gran-des surpresas, novidades, permitiu interação com colegas de diversas regiões e proporcionou aos partici-pantes momentos únicos!

Inicialmente, contamos com mais de 2 mil pessoas no Maksoud Plaza, o que mostra a força de nosso curso – seguramente, é hoje o segundo maior evento organizado pela SPR, perdendo apenas para a JPR. Ti-vemos a participação expressiva de médicos e residentes de diversas regiões brasileiras e também de es-trangeiros, intensificando a troca de experiências e a relação social.

Pela primeira vez, realizamos a avaliação dos casos inscritos para o Concurso SPR-AIRP durante o Feres, possibilitando acompa-nhamento das apresentações dos casos, todos de grande qualidade e muito bem apresentados pelos participantes. Os jurados, da SPR e do AIRP, se reuniram logo após as apresentações para apresentar o nome dos dois participantes vence-dores, que ganharam a bolsa para o Curso de Quatro Semanas na sede do instituto norte-americano. Sem dúvidas, a qualidade dos casos, aliado a dinâmica do novo formato de apresentação, tornou o processo

muito mais dinâmico e participati-vo. Sucesso absoluto!

E as inovações não pararam por aí! No mesmo evento, contamos com a realização do Primeiro En-contro de Residentes e Aperfeiço-andos em Radiologia e Diagnóstico por Imagem da SPR, organizado e realizado em parceria com a FAAR-DIT. O Dr. Hugo Guerra, que as-sina a página ao lado desta com seu artigo, nos fornece detalhes de todo o processo, e muito nos honrou com sua presença e animada participa-ção! Ao lado do Dr. Nelson Caserta, provocou os participantes a partici-par das discussões dos casos apre-sentados pelos residentes, de forma dinâmica e muito divertida.

A interação entre palco e plateia foi única e renovou o modo como condu-zimos os eventos. A fórmula agradou a todos e a tendência é de repetirmos essa iniciativa em outros de nossos

congressos! Ao final, dois residentes foram premiados com a viagem para participar do Congresso de Imagens da FAARDIT na Argentina, onde no fim do mês de agosto apresenta-ram seus casos aos colegas de lá.

Também pudemos prestigiar a apresentação de dois radiologistas argentinos, que ganharam o Con-curso de Residentes em seu país e receberam como prêmio a passagem e a hospedagem para vir ao nosso evento, compartilhar conosco seus achados. Um momento único!

Finalmente, foi lançado durante o Feres Secaf o Projeto Diventerò, uma iniciativa da SPR e da Funda-ção Bracco, que oferecerá estágio para três jovens radiologistas brasileiros em serviços de referência em Ultrassono-grafia, Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética na Itália.

Em todas as ações, podemos perceber o esforço da SPR em pro-mover iniciativas em prol dos radio-logistas – sobretudo, favorecendo a atualização científica e o desenvolvi-mento de todos. O intercâmbio com outros países se torna nossa marca registrada, ao possibilitarmos as idas e vindas de residentes para essa troca magnífica de conhecimento.

Tantas iniciativas a favor do co-nhecimento é motivo de comemo-ração! Parabéns a todos os envolvi-dos nas atividades e que muitos ou-tros residentes se juntem a nós nas próximas oportunidades!

Tantas iniciativas a favor do conhecimento é motivo de comemoração! Parabéns a todos os envolvidos nas atividades e que muitos outros residentes se juntem a nós nas próximas oportunidades!

Atualização e intercâmbio marcam nosso Curso Feres Secaf

Page 4: Decreto 157/15 O adeus ao Dr. Lanari do Val

4 • DEFESA PROFISSIONAL

Sindhosp negocia índices para correção salarial de técnicos

O Sindicato dos Hospitais, Clí-nicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Sindhosp) reúne pequenos, médios e grandes esta-belecimentos de serviços de saúde privados. Entre suas responsabili-dades, está a negociação do dissídio coletivo com os sindicatos dos tra-balhadores em radiologia.

Dr. Carlos Tomanini é advoga-do da entidade e, nesta edição, fala sobre o papel do Sindhosp, o an-damento das negociações para este ano e o acordo econômico firmado pelo Sindicato das Santas Casas  e Hospitais Filantrópicos (Sindhos-fil), que fechou um índice de rea-juste próximo a 23% para o piso dos técnicos em radiologia.

Negociações do dissídio coletivo

A negociação do dissídio coletivo visa chegar a um acordo para a cor-reção salarial do piso da categoria de trabalhadores e é feita em reuniões entre empresas e trabalhadores, com intermédio dos respectivos sindica-tos. A data-base do sindicato dos técnicos, tecnólogos e auxiliares em radiologia é 1º de agosto.

De acordo com Dr. Tomanini, são feitas negociações administrativas a partir dos pedidos dos trabalhadores. “Nós levamos as reinvindicações dos trabalhadores até as empresas, para discussão e votação.” Ele explica que se não houver acordo na fase admi-

nistrativa, se inicia a fase judicial, e a ação passa a ser avaliada pelo tribu-nal. A negociação em questão tinha previsão de ser finalizada em agosto.

“A correção salarial é feita de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE, que acompanha os índices de inflação, de-finido, neste ano, entre 8,5 e 9%”, diz ele, criticando o índice de correção fir-mado entre o Sindhosfil e o sindicato dos técnicos: “O acordo definiu um re-ajuste de quase 23% para o piso do téc-nico em radiologia, e não há condições de se conceder um reajuste como esse”.

Participação faz uma entidade forte

As melhores negociações depen-dem de entidades fortes. O lema “a união faz a força” é verdadeiro também para associações empresa-riais, e não apenas para sindicatos de trabalhadores.

O Sindhosp é formado de em-presas de todos os portes; no en-tanto, a participação das pequenas empresas ainda é fraca. “Além de contribuir nas negociações de dis-sídio, elas podem usufruir de todos os serviços que oferecemos. Nós, brasileiros, precisamos participar de nossas associações. Os médi-cos acabam deixando de atuar em lugares que são importantes”, co-menta o Dr. Tomanini.

FehoespA  Federação dos Hospitais,

Clínicas, Casas de Saúde, Labora-tórios de Pesquisas e Análises Clí-nicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo (Fehoesp) é a união do Sindhosp a mais cinco sindicatos e reúne cerca de 42,8 mil associa-dos; destes, 38 mil pelo Sindhosp, o maior sindicato empresarial da América Latina.

Luiz Fernando Ferrari Neto, vi-ce-presidente do Sindhosp, explica que a Federação oferece diversos be-nefícios a seus associados. “O depar-tamento jurídico patrocina as causas dos associados e atua nos dissídios coletivos, na NR 32 (norma regu-lamentada que estabelece diretrizes para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde), nas causas trabalhistas, pro-põe ações, terceirizações, tudo com advogados especializados”, diz.

A entidade também possui um departamento de comunicação que produz um jornal mensal, e um Instituto de Pesquisa, que organiza cursos e eventos. Ainda, o Projeto Instruir é um tira-dúvidas da área contábil, pelo qual profissionais esclarecem questões apresentadas pelos associados.

Outra iniciativa é o Sistema Bús-sola, que visa formar uma metodo-logia de medição de qualidade em clínicas. Um projeto-piloto foi desen-volvido com sete clínicas de diferentes especialidades para formatar um guia de atuação. Neste ano, haverá duas turmas com 14 clínicas cada e uma es-pecífica para home care. A metodologia pode ser aplicada em outros estados.

A partir da esq.: Drs. Roberto Muranaga, Carlos Tomanini e Ricardo Mendes (Sindhosp); Tomas Howard (APM); Gilberto Bergstein (CBR); e Jorge Fanan (SPR)

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Edição 445 – Setembro de 2015 CONEXÃO DIGITAL • 5

Congresso Mundial de Informática Médica em São Paulo

Dr. Thiago Julio, radiologista intervencionista e pós-graduando em Informática em Saúde. Coordenador Médico de Tecnologia e Inovação, Hospital Sírio-Libanês. Diretor-fundador do IHE Brasil.

Aconteceu no final de agosto em São Paulo, o 15º MedInfo, Congres-so Mundial de Informática em Saúde e Biomedicina, realizado pela pri-meira vez em solo latino-americano.

O evento bienal, realizado pela IMIA (International Medical In-formatics Association) e organizado localmente pela SBIS (Sociedade Brasileira de Informática Médi-ca) contou com a participação de cerca de 1200 pessoas de 70 países diferentes. Aproximadamente 40% dos congressistas vieram de paí-ses da América Latina, mostrando a importância de se organizar tais eventos também fora do eixo Eu-ropa-América do Norte. Em 2017, o congresso será realizado em Pe-quim, na China.

Comentarei brevemente alguns destaques da programação:

finalidades. Se não reorganizar-mos a arquitetura da informa-ção médica, teremos muita difi-culdade em analisar esses dados em conjunto (Big-data).

Departamento de Informática em Saúde do Hospital Italiano de Buenos Aires

Liderados por Fernan Gon-zalez Beraldo de Quiros, que foi um dos homenageados do evento, um time de cerca de 10 pessoas (médicos, informatas e enfermeiras) compartilhou com os participantes apresentações e papers, resultados dos 15 anos de existência do departamen-to, que conta inclusive com uma residência em informática médica. É impressionante até mesmo para os participantes dos países desenvolvidos o grau de maturidade que os sistemas desse hospital atingiram.

Educação em Informática biomédica

Tema de diversos painéis e workshops, além de um ótimo keynote de Melchor Sánchez--Mendiola, da Universidade Autônoma Nacional do Mé-xico: quanto mais treinamos profissionais de TI em saúde, mais precisamos deles!

Infraestrutura para Dados de Saúde

Em seu keynote, Amnon Shabo, PhD, ex-IBM, pro-pôs uma nova abordagem de infraestrutura de armazena-mento dos dados de saúde em uma instituição, permitindo a utilização de informações de diferentes origens (prontuário eletrônico, sistemas de pesqui-sa clínica, imagens médicas, bancos genéticos etc.) por dife-rentes equipes, para diferentes

Perspectiva da OMS para a e-Saúde

Najeeb Al-Shorbaji, diretor de Conhecimento, Ética e Pesqui-sa da OMS, encerrou o even-to com uma excelente visão de como a informática é essencial para as Metas de Desenvolvi-mento Sustentável da ONU, inclusive para aquelas não dire-tamente relacionada à saúde.

OpenEHR

A plataforma de domínio livre para sistemas de saúde foi muito bem representada, e surpreendeu a quantidade de trabalhos que a utilizavam. Parece que, mesmo em meio a grandes vendors, a co-munidade open source tem papel indispensável no cenário atual, sendo adotada oficialmente por diversos países, entre eles o Brasil (portaria 2.073/2011 do Minis-tério da Saúde).

Processamento de Linguagem Natural

Cresce muito o número de apli-cações usando NLP (sigla em inglês) para mineração e extra-ção de informações das bases de dados. Ao menos três dos trabalhos propostos envolviam a radiologia (laudos radiológicos), mostrando que o potencial para nossa área é enorme!

Referências e links emhttp://goo.gl/1w1bF2

Page 6: Decreto 157/15 O adeus ao Dr. Lanari do Val

6 • EVENTOS SPR

O radiologista brasileiro João A.C. Lima vive há 35 anos no Estados Uni-dos e, atualmente, é professor de me-dicina e radiologia na tradicional Jonhs Hopkins School of Medicine. Depois de concluída a graduação na Univer-sidade Federal da Bahia, fez um ano de residência e seguiu para os Estados Unidos para se dedicar à sua pesquisa em métodos de imagem. Concluído o trabalho, voltou para Brasília, onde trabalhou no CNPq por dois anos. “A essa altura eu já era casado com uma americana (Sandy) e resolvemos re-tornar para lá, inclusive para a mesma instituição para a qual eu fui a pri-meira vez, a Jonhs Hopkins”, lembra o professor. Ex-integrante do board da Sociedade de Ressonância Magnética Cardiovascular (SCMR), o brasileiro destaca a importância da parceria entre a SPR e a SCMR e elogia o trabalho daqueles que ajudaram a construir a “ponte” entre as duas sociedades.

Com uma visão mais distanciada, é possível o senhor fazer uma análise da radiologia brasileira atual?

A especialidade no Brasil vai muito bem. Em termos de tecnologia é muito avançada, há dois importan-tes congressos, a JPR e o CBR, que têm um nível excelente. Portanto, em termos de tecnologia e técnica a radiologia nacional vai muito bem. Mas é claro que ainda tem problemas macros, que envolvem e influenciam tudo. Mas no que diz respeito a qua-lidade e acesso à tecnologia de ponta a radiologia nacional se destaca em relação a de países emergentes.

Qual o balanço que o senhor faz das aulas que deu no ENRC?

Como eu dedico muito tempo à pesquisa, minhas aulas são ge-ralmente enviesadas para o lado de investigação. Mas o “realce tardio”, que é a técnica básica da ressonância aplicada ao coração, foi o objetivo principal da primeira aula. Busquei

Mas do ponto de vista objetivo, a qua-lidade do encontro foi muito alta.

Qual a análise que o senhor faz da parceria entre a SPR e a SCMR?

Eu estava no encontro em que nas-ceu a SCMR há muitos anos e depois tive o privilégio de fazer parte do board desta entidade por vários anos e conti-nuo tendo uma relação com a SCMR muito forte. A SCMR tem um vínculo muito forte com o Brasil porque trata--se de um país muito desenvolvido em ressonância cardíaca. O Brasil é um país muito importante nesta área. Eu sei disso porque nos Estados Unidos as pessoas me dizem que vieram para cá e se surpreenderam com o número de ressonâncias que são feitas aqui. Nós temos um desenvolvimento muito ex-pressivo nesta área e é preciso destacar o papel de profissionais como os Drs. Carlos Eduardo Rochitte, César Higa Nomura, o Clério Azevedo, o Ilan Gotlieb e tantas pessoas que se dedica-ram a isso e o resultado está aí.

Confira os destaques do Encontro de CardioRealizado de 21 a 23 de agosto, o VIII Encontro Nacional de Radiologia Cardíaca foi coordenado pelos Drs. Cesar Higa Nomura, Walther Ishikawa, Marcelo Souto Nacif, Carlos Eduardo Rochitte e Roberto Caldeira Cury, e contou com mais de 250 participantes. O evento foi realizado simultaneamente ao V SCCT Brazil Annual Meeting, da Sociedade de Tomografia Computadorizada Cardiovascular (SCCT), e ao III SCMR Brazil Annual Meeting, da Sociedade de Ressonância Magnética Cardiovascular (SCMR), ambas dos Estados Unidos

Professor João Lima destaca parceria SPR-SCMR

Dr. João A. C. Lima

mostrar como as coisas evoluíram para as pessoas terem uma ideia do passado para poderem ver como o futuro pode vir a ser. Nas demais, dei enfoque especial ao estudo MESA (Multi-Ethnic Study of Atherosclero-sis), o maior do mundo em termos de ressonância magnética cardíaca.

O evento, em geral, foi excelente, muito atual, de ponta e com discussões de alto nível. Eu fiquei muito satisfeito por ter vindo e por ter contribuído. É claro que eu vejo tantos amigos aqui que só por isso já seria maravilhoso.

O Revolution CT foi o tema de destaque durante o lunch meeting patrocinado pela GE Healthcare, no segundo dia do ENRC. Coube ao Dr. Mario Cabrera fazer as devidas apresentações do equipa-mento que foi lançado no Brasil

durante a JPR’2014. Na opinião do Dr. Cabrera, gerente de pes-quisa em tomografia computado-rizada para a América Latina da GE, trata-se de um marco por reunir a visão tradicional em um único produto.

O tomógrafo possibilita captar os movimentos do coração em ape-nas uma pulsação, além de oferecer qualidade de imagem, velocidade de captura e ampla cobertura da anato-mia estudada. Outro diferencial é a abertura de 80 cm, que torna mais

fácil receber pacientes de tamanhos maiores. “Todo o sistema de dados também foi completamente dese-nhado para dar o máximo neste novo aparelho, que se caracteriza por per-mitir exames rápidos e com resolu-ção altísisma”, afirma Cabrera.

Revolution CT é apresentado durante Lunch Meeting

Por Oldair de Oliveira

Page 7: Decreto 157/15 O adeus ao Dr. Lanari do Val

Edição 445 – Setembro de 2015 EVENTOS SPR • 7

Duas workstations foram mon-tadas no Maksoud Plaza para re-ceberem os interessados em parti-cipar dos hands on oferecidos pelas empresas Toshiba e Siemens. A primeira ofereceu os cursos “Aná-lise de vasos na rotina de pós--processamento de angiotomo-grafias coronariana” e “Perfusão do miocárdio (protocolo e pós--processamento). Já a companhia alemã preparou uma aula prática cujo tema foi “CT Siemens – so-lução para cardiologia que otimiza a rotina de exames e maximiza o workflow com baixa dose”. Em comum ambas ofereceram uma breve introdução teórica, condu-zindo em seguida os participantes para uma experiência real com os softwares ali apresentados. Do lado da Toshiba, o destaque ficou por conta da Vitrea, enquanto que a Siemens trouxe a sua Syngo.via.

Da parte de quem participou dos hands on a experiência foi muito positiva. Um deles foi Le-onardo Sara, médico cardiologis-ta especialista em tomografia car-diovascular e ressonância magné-tica do CDI de Goiânia (GO). “Estou aqui para entrar em con-tato com análise de perfusão, ver realmente o processamento de imagem e manipulação do sof-tware”, revelou. Já Daniel Quei-roz Neves, cirurgião vascular do Hospital Universitário Antonio Pedro, de Niterói (RJ) aprovei-tou os três cursos e recebeu infor-mações que julgou adaptáveis ao seu serviço. “Usamos outro siste-ma, mas acho válido estar aqui, pois algumas coisas são aplicáveis à minha rotina. Além disso, lá a gente aprendeu na raça e aqui tive aulas a respeito, o que faz toda diferença”, opinou.

Em visita pela primeira vez ao País, o alemão Steffen Petersen se surpre-endeu positivamente com o a realida-de da radiologia praticada no Brasil. Desde 2009 vive e trabalha em Lon-dres, no Barts Heart Centre, um dos mais importantes do mundo, que trata anualmente cerca de 80 mil pacientes.

Qual o balanço que o senhor faz de sua participação?

Eu estou muito feliz de ter sido convidado e de ter vindo. Sou o re-presentante da SCMR. Essa socie-dade tem uma grande abrangência e seu alcance vai além dos Estados Unidos e Europa, como ao próprio Brasil. Essa foi uma das razões que me trouxe até aqui. Coube a mim dar duas aulas. A primeira foi sobre laudos de ressonância magnética cardíaca, na qual dei orientações para garantir a elaboração de rela-tórios de alta qualidade, de forma a estabelecer uma boa comunica-

ção com os médicos para que eles possam tomar decisões com base no que foi visto. Falei também sobre não compactação do ventrículo es-querdo, dando dicas de como inves-tigar essa condição e como o diag-nóstico impacta no tratamento dos variados tipos desse problema. Fi-nalizei minha participação falando sobre os principais ensaios clínicos sobre ressonância magnética cardí-aca ao redor do mundo.

Qual a impressão que o senhor leva da radiologia desenvolvida no Brasil?

Fiquei muito impressionado com os colegas radiologistas que encon-trei aqui. Alguns trabalham em um dos melhores centros do mundo. Os números de exames por ano são im-pressionantes. Ver os residentes e jo-vens profissionais aqui e participan-do da forma como fizeram realmente foi muito positivo. Na verdade, isso pode indicar o porquê da SCMR

Steffen Petersen elogia nível da radiologia brasileira

Vitrea e Syngo.via são temas de hands on

apoiar esse encontro, e eu nem estou certo de que vocês (a radiologia bra-sileira) realmente precisam, pois, o nível aqui já é muito alto. Eu gostaria de parabenizar os radiologistas brasi-leiros. Não estava esperando por um

evento com essa qualidade, por inter-médio do qual se realiza um trabalho fantástico em radiologia cardíaca, ajudando a treinar jovens médicos a se tornarem aptos para exercerem a radiologia cardíaca.

Dr. Steffen Petersen

Page 8: Decreto 157/15 O adeus ao Dr. Lanari do Val

8 • EVENTOS SPR

Page 9: Decreto 157/15 O adeus ao Dr. Lanari do Val

Edição 445 – Setembro de 2015 EVENTOS SPR • 9

CMA: Botucatu abraça a Neurorradiologia

A 240 quilômetros da capital, a cida-de de Botucatu será a anfitriã do próxi-mo Clube Manoel de Abreu, de 18 a 20 de setembro. A coordenação geral está a cargo dos Drs. Seizo Yamashita, Sérgio Marrone Ribeiro e Paulo Eduardo H. Antunes, e a coordenação de ensino, fo-cada em Neurorradiologia, está sob res-ponsabilidade do Dr. Lázaro Amaral.

O evento será realizado no Anfiteatro da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB UNESP), mas atenção: as refei-ções e atividades sociais serão divididas entre a Associação dos Docentes de Bo-tucatu, ao lado da Faculdade de Medici-na (Rubião Junior), e o Hotel Chaillot.

Confira endereços e outros detalhes em nossa página spr.org.br/clube-manoel-de--abreu-botucatu-2015 e, ao lado, a pro-gramação de aulas do evento.

18/09/2015 – SEXTA-FEIRA

20hHappy Hour de Boas-VindasLocal: Hotel Chaillot

19/09/2015 – SÁBADO

8h 9hCredenciamentoLocal: Anfiteatro da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB UNESP)

9h 9h30Sinais Radiológicos Mais Frequentes das Patologias do Sistema Nervoso Central pela TC e RM Dr. Antônio José da Rocha – São Paulo, SP

9h35 10h05Tumores Cerebrais Supratentoriais Mais Frequentes - Aspectos por Imagem x Atualizações Dr. Bruno Siqueira Campos Lopes – São Paulo, SP

10h05 10h35 Intervalo

10h35 11h05Tumores Cerebrais Infratentoriais Mais Comuns- Aspectos por Imagem x Atualizações Dr. Bruno Siqueira Campos Lopes

11h10 11h35Bulging, Protrusões e Extrusões Discais - Como DiferenciarDr. Renato Adam Mendonça – São Paulo, SP

11h35 12hColuna Operada: O que Devo SaberDr. Renato Adam Mendonça

12h 14h Almoço – Local: Associação dos Docentes da FCMB – ao lado da Faculdade de Medicina (Rubião Júnior)

14h 14h30Importância da Espectroscopia por RM, Difusão, Perfusão e Curvas de Perfusão nos Tumores Cerebrais Dr. Bruno Siqueira Campos Lopes

14h35 15h05Doenças Infecciosas Mais Comuns do SNCDr. Antônio José da Rocha

15h05 16hDoenças Desmielinizantes Mais Comuns - O que Devo Saber x AtualizaçõesDr. Antônio José da Rocha

18h 24hTrucochope/Futechope Especial Local: Associação dos Docentes da FCMB - ao lado da Faculdade de Medicina (Rubião Júnior)

20/09/2015 – DOMINGO

9h 12hApresentação e discussão de casos selecionadosLocal: Anfiteatro da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB UNESP)

12h 14hAlmoço de EncerramentoLocal: Associação dos Docentes da FCMB - ao lado da Faculdade de Medicina (Rubião Júnior)

Programe-se

Entre os dias 30 de outubro e 1º de no-vembro o Clube Manoel de Abreu estará na cidade de Ribeirão Preto! Garanta já a sua reserva no Hotel do evento: Hotel JP – www.hoteljp.com.br  – (16) 2101-1400 ou 3629-1351. A programação será disponibi-lizada em breve no site da SPR, acompanhe.

EMPRESAS PARCEIRAS

Confira os contatos destas empresas na página

31 desta edição.

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10 • EVENTOS SPR

Avaliação dos Gliomas foi tema de aula em agosto

A aula do Dr. Lázaro do Amaral, intitulada Novos Métodos de Imagem na Avaliação dos Gliomas, apresenta-da no dia 12 de agosto, reuniu mais de 70 pessoas presencialmente e por meio da transmissão via web, reali-zada em parceria com a Pixeon.

Após a apresentação, quatro casos nas áreas de neuro, abdome, tórax e musculoesquelético foram debati-dos pelos Drs. Felipe Nascimento, José Fernandes, Marcos Guimarães e Jorge Pedroso e, confirmando ou não os diagnósticos apresentados pelos debatedores, os representantes do Hospital Sírio-Libanês, sob co-ordenação do Dr. Diego de Olivei-ra, expuseram seus pareceres finais.

O próximo encontro do Clube Roentgen será no dia 9 de setem-bro, segunda quarta-feira do mês,

com aula do Dr. Gustavo Meirelles e tema História da Imagem Toráci-ca – O Futuro da Imagem Torácica: Previsões e Desafios. A mini CCRP trará casos cedidos pela Med Ima-gem sob coordenação do Dr. Dou-glas Racy. A participação é livre e gratuita e o evento se inicia às 20h, no Hotel Golden Tulip Paulista

Plaza, localizado na Alameda San-tos, 85 – São Paulo.

Todas as reuniões do Clube Ro-entgen também podem ser acom-panhadas pela internet por meio da transmissão realizada em parceria com a Pixeon. Acesse www.spr.org.br/cursos-via-web e confira o link de acesso no dia do evento. Participe!

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Edição 445 – Setembro de 2015 CURSOS SPR • 11

Em agosto, os alunos inscritos no Curso de Radiologia puderam assis-tir às aulas dos Drs. Denise Tokechi do Amaral, Heitor Castelo Branco Rodrigues Alves e Lázaro Faria do Amaral com os temas: Doença De-generativa da Coluna Vertebral, Mie-lopatia Não Neoplásica e Tumores da Coluna e Medula Espinal. Na primei-ra semana do mês de setembro, o Dr. Renato Adam Mendonça falou sobre Trauma Raquimedular encerrando a programação de Neurorradiologia.

A partir da segunda quinzena de setembro, o módulo de Radiologia da Cabeça e Pescoço começa no Curso de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da SPR presencial. No dia 16 o Dr. Carlos Jorge da Silva falará sobre o tema Anatomia Básica do Pescoço – Espaços Cervicais. A Dra.

curso. Para participação avulsa a uma determinada aula, a taxa será de R$ 50,00 (cinquenta reais), com direito a lanche no local, se houver vaga na sala. Para esse participante não será conferido certificado.

Soraia Ale Souza dará aula no dia 23 sobre Rinofaringe e Base do Crânio e, no dia 30 Linfonodos Cervicais serão apresentados pela Dra. Silvia Mar-çal Benício de Mello.

Confira a programação completa em nosso site: www.spr.org.br/curso--de-radiologia/programacao-2015.

As reuniões começam às 20h30 no

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza, localizado na Alameda Santos, 85. A apresentação da carteirinha de sócio da SPR é obrigatória na entrada da sala e a tolerância para atrasos é de dez minutos após o início da aula. Os certificados serão conferidos somen-te aos participantes que obtiverem, no mínimo, 75% de frequência no

Módulo de Cabeça e Pescoço inicia neste mês

Curso Online de Radiologia reúne mais de 900 residentes

O Curso Online de Radiologia foi lançado oficialmente no início de maio, durante a JPR’2015, apresen-tando um programa científico bas-tante similar ao do tradicional curso presencial organizado há anos pela SPR. Este ano, 35 aulas divididas nos módulos de Neurorradiologia, Cabeça

e Pescoço e Neuropediatria serão dispo-nibilizadas como videoaulas. Ele tem uma metodologia própria de ensino, um ambiente de estudo inovador e um sistema de avaliação distinto.

Em junho foi iniciada a primeira turma do Curso com aulas dispo-nibilizadas na Internet, por  meio

do Ambiente Virtual de Aprendi-zagem da SPR.

As 400  vagas de participação se esgotaram logo no primeiro mês de inscrições. A lista de espera para a segunda turma atingiu mais de 300 nomes, confirmando o grande inte-resse pelo Curso e hoje, temos mais

de 900 participantes. A programa-ção de aulas da segunda turma ini-ciou no dia 2 de setembro e novas turmas serão abertas de acordo com a demanda. Confira o programa de aulas das turmas 1 e 2 no endereço: http://spr.org.br/curso-on-line-de--radiologia/programacao-2015.

Conheça impressões dos participantes

Através do Curso Online encontrei uma fonte contínua de revisão e atualização dos mais diversos temas da especialidade, através de aulas didáticas ministradas por profissionais muito qualificados. Eu já era sócio da SPR antes de ingressar no Curso Online, inclusive tive a oportunidade de participar do Curso presencial em 2013. O principal benefício que a modalidade oferece é a flexibilidade de poder acessar as aulas no horário e lugar mais conveniente, permitindo assim um aproveitamento integral de todo o material disponível. Acredito que o curso além de atender o objetivo principal com as aulas, o mesmo também me permite acesso ao STATdx, que é uma ferramenta de pesquisa de fácil acesso que concentra um amplo material didático. Além disso, dentro da plataforma do Curso Online são disponibilizados os artigos fontes das aulas, que facilitam o estudo dos temas.

Deivis da Silva Brito – São Paulo, SP

Participar do curso da SPR sempre foi um desejo meu desde os tempos da residência, pois sabia que era um curso estruturado, didático e com excelentes professores. Mas como moro aqui em BH nunca foi possível fazer o curso presencial. Conversando com o Dr. Antônio Rocha, perguntei se a SPR não tinha planos de fazer um Curso Online. Qual foi a minha surpresa quando ele disse que o curso seria lançado já este ano, na JPR. Fui uma das primeiras a fazer minha inscrição. O curso tem me ajudado a manter um plano regular de estudo, estimulado a fazer revisões e me atualizar semanalmente. Isto só e possível pela facilidade de poder assistir e rever as aulas de acordo com a minha disponibilidade de tempo. Gasto em média 4 horas por semana com o curso. Antes eu não era sócia da SPR, me tornei sócia a partir da nova modalidade.

Beatriz Morais e Rodrigues da Cunha – Belo Horizonte, MG

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12 • ATUALIZAÇÃO

O uso de contrastes iodados no mieloma múltiplo

Apesar de os exames tomográfi-cos contrastados não serem rotinei-ramente realizados no estadiamento do mieloma múltiplo (MM), mui-tas vezes o uso do contraste iodado pode auxiliar na detecção de com-plicações secundárias da doença, como de tromboembolismo pul-monar1. O uso do contraste iodado nesses pacientes muitas vezes gera preocupações, visto que pode indu-zir à somatória de dois principais fa-tores de risco: a própria doença renal ocasionada pelo MM e o potencial efeito nefrotóxico do contraste2.

Em relação à nefropatia do mieloma múltiplo:

a) Qual a sua incidência?Cerca de 15 a 40% dos pacientes

com MM desenvolvem nefropatia durante o curso da doença3, sendo considerada a segunda causa de morte nesses pacientes4. O comprometi-mento renal como primeira manifes-tação da doença deve ser considerado como uma emergência médica, uma vez que a recuperação da função renal é associada a uma melhor sobrevida. A causa mais comum de injúria renal aguda (IRA) no MM é a nefropatia por cilindros (cast nephropathy/ “rim do mieloma”), representando cerca de 90% dos casos3,5.

b) Qual a fisiopatologia da ne-fropatia do MM?

Basicamente todo o processo de nefropatia é desencadeado pela pre-sença de grande quantidade de pro-teínas de cadeia leve (PCL) no inte-rior do néfron. Uma vez absorvidas pelo glomérulo, as PCLs são mas-sivamente reabsorvidas pelo túbulo proximal, o que leva à ativação de uma cascata inflamatória, que induz à apoptose das células tubulares e à fibrose do interstício. Além disso, a parcela das PCLs que não conseguiu ser reabsorvida pelo túbulo proxi-mal acumula-se no túbulo distal, onde interage com as proteínas de Tamm-Horsfall e produz os cilin-dros do mieloma. A presença dos ci-lindros determina obstrução tubular, com consequente bloqueio/redução do fluxo glomerular, podendo tam-bém causar atrofia tubular proximal. Histologicamente, a nefropatia é ca-

racterizada por alterações típicas de: nefropatia tubulointersticial crônica com atrofia tubular marcada, cilin-dros intratubulares e fibrose inters-ticial. É interessante ressaltar que o risco de nefropatia aguda aumenta com a quantidade de PCLs na urina, entretanto não são todas as proteínas que são nefrotóxicas. A nefrotoxici-dade parece ser uma propriedade in-trínseca de cada proteína, dependen-do também de fatores do ambiente, como pH, concentração da ureia e proteólise local tecidual5,6.

c) Quais os principais fatores de risco que contribuem para a IRA no MM?

Pacientes com MM apresentam fatores de risco para o desenvolvi-mento de doença renal não apenas pela injúria renal causada pela doença, mas também pelos fatores concomi-tantes que podem contribuir para a degradação da função renal5. Alguns desses fatores são: comorbidades (do-ença renal crônica, diabetes, idade avançada, hipertensão e doença car-diovascular), hipovolemia, hipercalce-mia, hiperuricemia, infecções, drogas nefrotóxicas (anti-inflamatórios não esteroidais, diuréticos em altas doses, aminoglicosídeos, contraste iodado) e síndrome da hiperviscosidade1,3,5.

Em relação à nefropatia induzida pelo contraste iodado (NIC) nos pacientes com MM:

a) Existem casos relatados? E qual a repercussão no meio médico?

Em 1954, Bartels et al. 7 publica-ram os primeiros relatos da associação de injúria renal aguda após o uso de contraste iodado iônico em pacien-tes com MM submetidos à urogra-fia excretora e pielografia retrógrada. Desde então, alguns casos também foram descritos4, o que gerou certa preocupação e consequente atitude conservadora em relação ao tema. Uma vez perguntados sobre a inje-ção intravenosa do contraste iodado em pacientes com MM, 36% dos radiologistas americanos submetidos à pesquisa afirmaram nunca admi-nistrar o contraste nesses pacientes e 47% afirmaram injetar às vezes8. Cerca de 58% dos médicos não-ra-diologistas entrevistados consideram os pacientes portadores de MM com

função renal normal como um fator de risco para eventos adversos rela-cionados ao contraste iodado9.

b) Existem casos de NIC em MM após o uso de contrastes ioda-dos não-iônicos?

Sim, pelo nosso conhecimento, apenas um artigo estudou a relação de NIC com esse tipo de contras-te. Em 2011, Pahade et al.1 avaliou retrospectivamente pacientes com MM e função renal normal que fize-ram uso de contraste não-iônico iso/hipo-osmolar, evidenciando uma in-cidência de NIC de cerca de 5% nos pacientes avaliados. Observou-se um baixo risco para NIC nos pacientes em estudo, com risco praticamen-te nulo quando os níveis séricos de b2-microglobulina são menores que 2,8 mg/dL (valor preditivo negativo de 100%), sendo segura a adminis-tração do contraste não-iônico nesse grupo de pacientes1.

c) Qual a incidência da IRA após o uso do contraste iodado no MM?

É de cerca de 0,6 a 1,25%, en-quanto que o da população em geral é de cerca de 0,15%4. Pahade et al.1 demonstraram uma incidên-cia um pouco maior no grupo de pacientes estudados: 5%.

d) O MM é um fator de risco significante e comprovado para o desenvolvimento de NIC?

Não. Apesar de já ter sido consi-derado um fator de risco significante para a NIC10, principalmente relacio-nado com o uso de contraste iônico, recentemente é considerado como um fator de risco conflitante e não rigorosamente comprovado1,5,11-13. Doença renal prévia, desidratação, infecção, hipercalcemia, proteinúria de Bence Jones, drogas nefrotóxicas (quimioterápicos, anti-inflamatório não esteroidal, aminoglicosídeos) e anemia são condições muito associa-das com MM e que devem ser consi-deradas como fatores de risco primá-rios para o desenvolvimento de IRA após o contraste no MM5,14.

e) Qual a conduta frente aos pacientes com MM que irão fazer exame com contraste iodado?

Além de o MM não ser um fator de risco rigorosamente comprovado

para NIC1,5,11-13, ainda não existem condutas bem estabelecidas para esses pacientes. De acordo com o Consenso do ESUR12, a adminis-tração do contraste não-iônico pa-rece ser segura, visto o baixo risco esperado para o desenvolvimento da NIC, mas sempre se devendo ava-liar os potenciais benefícios do uso do contraste nesses pacientes.

Basicamente, a conduta no MM é semelhante à aplicada aos pacientes com risco de NIC5, que, segundo ao KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury13, é mandatório o conhecimento prévio da função renal do paciente, através da mensuração da creatinina sérica e da taxa de filtração glomerular (fórmula do grupo Chro-nic Kidney Disease Epidemiology Collaboration - CKD-EPI) ou pela aplicação de um questionário simples (p.ex. questionário de Choyke). Além disso, é importante a realização de medidas preventivas, como: uso pre-ferencial de contraste de baixa osmo-laridade (nível de recomendação 1B), uso de pequeno volume de contraste, expansão de volume durante a admi-nistração do contraste com cloreto de sódio isotônico ou soluções com bicarbonato de sódio (nível IA), des-continuar medicações nefrotóxicas, uso de N-acetilcisteína quando inje-ção intravenosa de solução isotônica de cristaloides (nível 2D)13.

Especificamente, em relação aos pacientes com MM, cuidados especiais a serem tomados são: hi-dratação adequada, alcalinização da urina e manejo da hipercalcemia3. É interessante dosar os níveis séri-cos de b2-microglobulina, uma vez que pode servir como marcador dos pacientes de risco para NIC1,5. A redução dos níveis sérios de PCLs (quando maiores que 500mg/dL) e correção da anemia podem auxiliar, visto que a incidência de nefropatia nesses subgrupos é maior6,16.

Dra. Bruna Garbugio Dutra é Fellow em Neurorradiologia na Santa Casa de Misericórdia, São Paulo.

*Com colaboração dos Drs. Claudia Castilho, Fernando Poralla, Marcelo Amaral, Marco Lauzi, Pablo Rydz, Raquel Macedo e Tufik Bauab Jr. (Grupo de Estudo de Meios de Contraste – SPR).

Para obter as Referências Bibliográficas envie um e-mail para [email protected].

Por Dra. Bruna Garbugio Dutra(*)

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Edição 445 – Setembro de 2015 EVENTOS SPR • 13

Em agosto as reuniões de diversos Grupos de Estudos tiveram salas cheias com médicos radiologistas interessados em discutir casos com seus colegas de pro-fissão. Confira as fotos do Gera, Germe, Gema, Geto, Gene, Gecape, Geus e Geped nesta página. Todo mês, os coor-denadores do Grupo de Estudos de Neu-rorradiologia selecionam os dois melhores casos apresentados. Ao final do ano, os casos serão reavaliados por uma comis-são e os melhores ganharão um prêmio que será entregue durante a JPR do ano seguinte. Os dois melhores casos apresen-tados em agosto foram: Angiíte primária SNC, do Dr. Thiago Luiz Pereira Donoso Scoppetta, e Vanishing Bone Metastasis, do Dr. Samuel Brighenti Bergamashi. Di-vulgaremos os selecionados dos meses de fevereiro a julho no fim do ano.

Na primeira semana de setembro, os Grupos Gera*, Germe e Gema se encontram no Hotel Golden Tulip Paulista Plaza; no dia 10, é a vez dos Grupos de Cardio* e Neurorradio-logia (Gene) se reunirem na Sede da SPR e no Hotel; dia 15, profis-sionais da área de ultrassonografia (Geus*) poderão assistir às aulas dos Drs. Cláudio Pires e Ayrton Pastore com os temas State of the art: Ultras-sonografia do Útero e Endométrio e Ul-trassonografia dos Ovários na sede da SPR e, no dia 22, acontece o encontro do Grupo de Radiologia Pediátrica (Geped*) também na Sede da SPR.

Fique por dentro da programação da SPR acessando o site www.spr.org.br e a página do Facebook www.facebook.com/sociedadepaulistaderadiologia.

Encontros dos Grupos de Estudos reúnem cada vez mais profissionais da área

*É possível acompanhar estas reuniões pela internet; confira a tabela com os links de acesso em nosso site: www.spr.org.br/cursos-via-web.

Gema

Geped

Germe

Gene

Gera

Geto

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14 • EVENTOS SPR

Revisões abrangentes e inovações no Curso Feres Secaf de 2015Inovações marcaram o XIX Curso de Atualização em Imagem da SPR (Prof. Dr. Feres Secaf), realizado de 31 de julho a 2 de agosto, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, SP. Além dos temas de revisão direcionados aos residentes, a grade de aulas contou com a participação de três palestrantes do AIRP (American Institute for Radiologic Pathology) – Dr. Mark Murphey, de Musculoesquelético, Dr. Brent Wagner, de Abdome, e Dr. Robert Shih, de Neurorradiologia. Outra inovação foi a sessão de casos dedicada especialmente aos residentes, liderada pelos Drs. Hugo Guerra, da Argentina, e Nelson Caserta.

O diretor e responsável pelo setor de Musculoesquelético do Ameri-can Institute for Radiologic Pathology (Airp) realizou uma verdadeira mara-tona ao longo de dois dias do evento; foi responsável por sete aulas. Abriu sua participação abordando o tema Imagem de tumores em partes moles: uma abordagem sistemática e ofereceu exemplos pontuais para ilustrar suas aulas. “Devemos começar o diagnós-tico com a radiografia. Não podemos esquecer o exame de raios X antes de partir para a ressonância magnética.”

Ele falou sobre tumores malignos (como fibrossarcoma), tumores sub-cutâneos (como lipoma e lesões an-giomatosas) e intermusculares (como sarcomas sinoviais e tumores neuro-

logistas e patologistas. “Na escola de medicina nos ensinam que a patolo-gia é o padrão ouro. Mas eu digo que não é tão ouro assim, apenas ama-relo. Precisamos trabalhar em con-junto”, aconselhou. Para os casos de tumores de osso, ele prefere usar os termos “agressivo” e “não agressivo” ao invés de maligno ou não.

Outra aula por ele apresentada foi a de RM dos Meniscos, em que listou as principais razões para a realização do exame e os protocolos utilizados em seu serviço, além dos motivos de usá-los. Sobre a técnica para fazer a RM dos joelhos, especificou: “O campo de visão (FOV) tem que ser no máximo de 16 cm, e a espessura do corte, de 3 mm a 4 mm”, disse,

frisando também os planos de corte sagital, coronal e axial.

Ele ressaltou a importância de se obter ao menos um plano com a se-quência T1. Também especificou as características das técnicas PD, T2 e gradiente. “A principal função do menisco é absorver o choque, além de distribuir as forças compressivas e torcionais”, afirmou ao discorrer sobre todas as suas funções.

Apresentou as características de uma imagem de RM coronal nor-mal de um menisco médio e de uma axial, discorrendo, em seguida, sobre a anatomia normal do menisco late-ral, que possui o raio da curvatura menor, e sua imagem no corte coro-nal. Apresentou também as caracte-

gênicos). “É preciso que se faça uma abordagem sistemática. Gosto de simplificar as coisas porque isso me ajuda no diagnóstico”, enfatizou. “Se alguém disser que tem uma massa e você não vê imediatamente, o diag-nóstico é lipoma subcutâneo; se é sólido e não sabe o que é, precisa-se fazer biópsia. Mas nem tudo precisa ser biopsiado se formos bem exatos na nossa investigação”, destacou. Para isso, recomendou atenção aos sinais, às características intrínsecas da lesão, a morfologia, a idade do pa-ciente, a localização e a extensão.

Ao falar sobre os tumores ósseos, Dr. Murphey destacou a relevância do diagnóstico diferencial e do tra-balho multidisciplinar entre radio-

Mark Murphey cumpre maratona no Feres

Com reportagem de Oldair de Oliveira e fotos de Carolina Cassiano

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Edição 445 – Setembro de 2015 EVENTOS SPR • 15

O professor do AIRP especia-lizado em neuro abriu suas aulas falando sobre Artefatos de Neu-roimagem. Para surpresa da pla-teia, sua aula apresentava slides também em português.

O profissional explicou a im-portância de se estudar artefatos e sua definição. Apresentou sete casos: Sangue na Fossa Superior?, Acidente Vascular Pontino?, Arte-fato de Movimento, Metástase ou Artefato?, Aperfeiçoamento da ór-bita ou artefato?, Massa na Ima-gem Localizadora? e Sangue no Canal Espinhal?.

Ao fim, mostrou tela com todos os artefatos de neuroima-gem citados na apresentação: medida de volume, feixe de en-durecimento, artefato de movi-mento, artefato de pulsação, sus-cetibilidade, artefato envolvente e artefato de fluxo CSF.

Em outra aula, Doenças da Substância Branca, iniciou com a exibição de três casos para, em seguida, apresentar sua abor-dagem a lesões de substâncias brancas, subdivididas em:

• Comuns: esclerose múltipla (MS), doença dos pequenos vasos (SVD);

• Incomuns: leucoencefalopatia multifocal progressiva (PML), mielinólise pontina central (COM);

• Inespecíficas: o acrônimo VITAMIN C, formado por categorias de doenças, como as autoimunes, infecciosas, vasculares, metabólicas e tóxicas, entre outras.

Cobrindo a esclerose múlti-pla, abordou a esclerose múl-tipla primária e autoimune, a inflação perivenular, ou “Dedos de Dawson”, as lesões multifo-cais perivenulares, a interface calosseptal e o aprimoramento de anel incompleto, e lesões da medula periférica. Apresentou, na sequência, os tópicos dos

critérios revisados de McDonald e reforçou, como ponto de ensino da esclerose múltipla, a disseminação no espaço e no tempo.

Discorreu também sobre outras doenças autoimunes, como a des-mielinização tumefativa, e lembrou que sua lesão pode ser confundida com glioma de alto grau. Ressal-tou, como variantes raras da escle-rose múltipla, a esclerose de Baló, a de Shilder, em crianças, e a de Marburg, em adultos. Fez, ainda, uma comparação entre o HIV e a Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (Lemp).

Finalizou reforçando algumas das categorias de doenças da subs-tância branca, reforçando o acrôni-mo VITAMIN C. “Embora as do-enças da substância branca possam se sobrepor à aparência, o histórico e a distribuição podem perfazer o diagnóstico em muitos casos. Em outros, a neurologia e o acompa-nhamento podem ser seus melho-res amigos.”

No segundo dia do evento, coube a ele falar sobre lesões intraventricu-lares, que, por suas peculiaridades,

formam um subgrupo importante das lesões intracranianas. Nos 45 minutos de sua aula, o chefe da Neurorradiologia do Walter Reed National Military Medical Center abordou temas como Ependi-moma Supratentorial, Subepen-dimoma Hipovascular, Tumores do Plexo Coroide, Neurocitoma Central e dos Meningiomas (in-traventricular e psamomatoso). Orientou sobre como diferenciar Carcinoma do Plexo Coroide (CPC) do Papiloma do Plexo Coroide (CPP). O mesmo fez ao tratar dos cistos, confrontan-do dermoides e epidermoides. Destacou ainda o acometimento do sistema nervoso central pela forma cística da Taenia solium, parasita que tem como hospe-deiro intermediário o porco. O último tema da palestra foi o xan-togranuloma, nódulo de caráter geralmente benigno e que só afeta crianças. “Xantogranulomas do plexo coroide ou cistos são muitas vezes vistos no átrio ou trígono dos ventrículos laterais”, destacou o neurorradiologista.

Dr. Robert Shih: slides em português

rísticas do menisco lateral discoide, mais comum na população asiática, e os sinais do menisco divididos em grau 1 (degeneração mixoide, hiali-na, mucinosa), 2 (bandas de dege-neração) e 3 (lágrima no menisco).

Sobre a lágrima no menisco, Dr. Murphey especificou o sinal linear intramenisco e a morfologia anor-mal, além de exibir a acurácia da imagem de ressonância. Mostrou, também, os tipos de lágrima – ho-rizontal, vertical, radial, fragmentos deslocados e complexos -, e deta-lhou as características de cada um.

Descreveu os achados associados, como o cisto poplíteo, além de abor-dar o menisco pós-cirúrgico. Dis-cutiu as técnicas de artrografia, os falsos positivos e os falsos negativos.

“A correlação entre a quantidade de tecido do menisco removido e as forças transmitidas para a cartila-gem articular está entre as principais implicações cirúrgicas”, ressaltou. Quanto à lágrima do menisco, disse que é preciso caracterizá-la, deter-minar se está estável ou instável e se é ou não reparável, além de identifi-car o defeito condral associado.

“O cirurgião quer saber a anato-mia normal, identificar o menisco anormal e a localização da lágrima, e esses dados precisam estar em nosso laudo”, especificou.

No segundo dia do curso, Dr. Murphey abriu seus trabalhos falando sobre Infecções osteomusculares comuns. Discorreu sobre cenários clínicos da osteomielite, osteomielite hematogê-nica em crianças e adultos, pé diabéti-co e uma comparação entre osteomie-lite e diabetes mellitus neuropática.

Encerrou sua participação no evento com mais duas aulas sobre artrite. Na primeira dedicou grande espaço para falar da artrite reumatoi-de, tipo mais comum em mulheres, destacando os critérios de diagnós-tico e classificação estabelecidos em 2010 pelo American College of Radio-logy e pela European League Against Rheumatism (ACR/Eular-2010).

Em sua última participação, fez uma abordagem de osteoartrite, artropatia decorrente de doença por deposição de cálcio pirosfato dihidrato (CPPD) e neuropatias. Ele lembrou que a os-teoartrite é a artropatia mais comum, representando cerca de 80% dos casos em pacientes com mais de 75 anos: “É uma importante causa de incapacidade para o trabalho e tem como principais fatores de risco hereditariedade, obesi-dade, no caso do joelho, e tabagismo”.

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16 • EVENTOS SPR

Tumores do Testículo foi o tema da primeira aula do Prof. Brent Wagner, chefe da Seção de Diagnóstico por Imagem do Reading Hospital and Medical Center, e Presidente do West Reading Radiology Associates, em West Reading, PA, EUA. Começou ci-tando a porcentagem de cada tipo de tumor. Indicou que a ultrassonografia é usada para determinar sua localiza-ção (extra ou intratesticular) e se é um tumor cístico ou sólido.

Ainda, mostrou a histologia de neoplasias de células germinais – “o mais comum é o tumor de célula germinal misto, que representa 62% do total”. Frisou que o diagnóstico diferencial baseado em ultrassom é muito variável, mas demonstrou ca-racterísticas específicas de semino-mas, de neoplasmas de célula germi-nal não-seminomas, e de linfomas.

Explicando o cisto epidermoi-de, afirmou que não é originário de celular germinal, mas não pode ser diferenciado de tumores de célula germinal: “O que o bem define é o fato de tipicamente ter cápsulas, entre outras características”.

Sobre o linfoma dos testículos, disse ser mais comum depois dos 60 anos; representa 5% de todos os tumores de testículos e é bilateral em mais de 40% deles. “Os cistos testiculares usualmente são achados incidentais. Há dois tipos; devem ser diferenciados dos neoplasmas císticos. Procurem por componen-tes sólidos associados”, aconselhou.

Sobre as calcificações dos testí-culos, disse haver controvérsias; de um neoplasma, variam de micro a grandes, e são difusas dentro dos testículos. Apresentou a microlitíase testicular: 40% dos casos têm tumo-res de célula germinal associados, geralmente bilaterais. “Considere o acompanhamento anual via ultras-sonografia para procurar por malig-nidade em desenvolvimento – mas atente-se para o fato de que esta é uma recomendação controversa.”

Outro de seus temas foi Revisão ilustrada de uma abordagem sistemáti-ca de massas anexiais. Nesta aula, Dr. Brent iniciou mostrando o histórico: massas císticas ou parcialmente cís-

ticas anexiais em mulheres na pré--menopausa são um achado ultras-sonográfico comum na prática diária. O desafio: a necessidade de uma abordagem que reconheça a vasta gama de aparências da fisiologia nor-mal balanceada contra o imperativo de evitar um diagnóstico perdido ou tardio de malignidade ovariana.

“As diretrizes e recomendações sobre o acompanhamento para di-versas lesões císticas foram publica-das em 2010. O uso delas serve para prevenir a ansiedade do médico e do paciente e para limitar o número de exames de acompanhamento”, frisou.

Descreveu os diagnósticos fisio-lógicos, patofisiológicos e outros diferenciais de lesões císticas. Citou, como características morfológicas a considerar, aspectos da parede, formação de septos, modularidade, tamanho e ecogenicidade interna, e, em seguida, descreveu a aparên-cia normal na idade reprodutiva e na pós-menopausa. Especificou os cistos com características benignas como os simples e os hemorrágicos, e questionou: “Por que enfatizar os cistos corpus luteum hemorrágicos? São comuns e podem às vezes lem-brar neoplasmas”.

Na aula Casos interessantes em geni-turinário, abordou o Carcinoma Adre-

fibrovascular; entre outras. Citou dados de adenoma na radiologia: achados de TC, com e sem contras-te, e reforçou que alguns adenomas são “pobres de lipídio”.

No mesmo dia, Dr. Brent lecio-nou ainda sobre Massas renais: tópi-cos selecionados na correlação radioló-gico-patológica. “Não seria possível cobrir tudo sobre massas renais em uma hora, mas espero visitar alguns tópicos. Há dez anos, toda massa renal era tratada da mesma forma, e agora há ferramentas e novos pro-cedimentos, que fazem a imagem delas mais complicada e também mais divertida”, anunciou.

Dividiu a aula em quatro tópicos; o primeiro foi patologia básica, em que forneceu uma visão geral do car-cinoma de célula renal, carcinoma urotelial, angiomiolipoma, linfoma, metástase e nefroma cístico. Em morfologia geral, separou o conteú-do por “ball” e “bean”.

O terceiro tópico, de caracterís-ticas de imagem intrínsecas, deta-lhou as células claras e papilares, além de abordar o angiomiolipoma e as lesões císticas de gordura ma-croscópica. Finalizou descrevendo o rastreamento da Doença de von Hippel Lindau e das doenças císti-cas renais adquiridas.

Dr. Brent Wagner cobre de massas renais a tumores do testículo

nal – “cresce tanto que ainda temos di-ficuldades em nos manter atualizados. É raro, heterogêneo, geralmente gran-de – mais do que 10 cm, e a biópsia percutânea não é confiável”.

Apresentou um caso de Carcino-ma Adrenal Cortical, com caracte-rísticas do “degenarating adenoma” – calcificação na TC de 40%; “par-cialmente ou completamente cístico em 45% dos casos, entre outras ca-racterísticas”, frisou Dr. Brent.

Sobre o feocromocitoma, disse que 10% são extra-adrenais, 10% são bilaterais e 10% são malignos, e que o PET ou rastreamento por MIBG vão geralmente demonstrar alta sen-sibilidade para ele. Demonstrou as características sob a TC e a RM.

Descreveu os elementos do mie-lolipoma: precursor de sangue e gordura; nenhum potencial malig-no; pequenas lesões muito impro-váveis de sangrar; achados geral-mente incidentais; podem ser diag-nosticados por biópsia com agulha (raramente necessário); um terço tem calcificação; raramente extra--adrenal (diagnóstico diferencial – lipossarcoma); entre outros.

Sobre o adenoma, o descreveu como não hiperfuncional (grande maioria); patologia microscópica: células claras e cordões de tecido

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Edição 445 – Setembro de 2015 EVENTOS SPR • 17

Dr. Antônio Rocha, presidente do Conselho Consultivo da SPR, abriu o evento, reforçando que se trata de iniciativa oferecida pela SPR há 15 anos, a qual premia resi-dentes com o Curso de Quatro Se-manas no AIRP – American Institute for Radiologic Pathology.

A comissão julgadora, compos-ta pelos Drs. Gustavo Kalaf, Renato Hoffman e Maria Helena Mendonça, havia feito uma pré-seleção com cinco finalistas, que fizeram apresentações resumidas no evento. Os representan-tes do AIRP – Drs. Mark Murphey, Robert Shih e Brent Wagner – tam-bém participaram e ajudaram na defi-nição dos dois ganhadores.

“É uma honra estar aqui hoje. Gos-taríamos que todos vocês pensassem na possibilidade de ir para os cursos, desfrutar da oportunidade de ver a di-dática dos professores, estar em outro país, aprimorar outro idioma e seguir a disciplina deles. Pensem que isso fará a diferença na carreira de cada um”, apontou Dra. Maria Helena.

Dr. Murphey, por sua vez, agrade-ceu a SPR por “essa aventura” e refor-çou ser uma reunião focada na forma-ção do residente. “Jovens me dão ener-gia, então agradeço por estarem aqui. Os dois vencedores vão receber patro-cínio da SPR para ir ao AIRP, e outros três receberão 50% off, então queremos agradecer todos os apresentadores e vocês por estarem aqui”, anunciou.

Dr. Antonio Soares também se expressou: “Agradeço muito ao Dr. Mark Murphey pelo trabalho e pela parceria de muitos anos, extremamen-te frutífera, além dos participantes, da comissão e de todos presentes. A co-missão trabalhou muito na seleção dos casos! Quero estimulá-los a participar cada vez mais. Queremos incrementar e fortalecer mais essa parceria, e ofe-recer melhores condições e facilidades para que vocês, residentes, possam participar de cursos tão bons”.

Dr. Rocha, em seguida, frisou a premiação adicional anunciada mo-mentos antes pelo Dr. Murphey, agra-decendo-o pela iniciativa que simbo-liza, para ele, um reconhecimento ao trabalho de todos. Agradeceu, ainda, o apoio financeiro oferecido pela Bayer.

Em seguida, iniciaram-se a apre-sentação dos cinco casos finalistas:

• Dr. Deivis Brito, R3, da ISCMSP, apresentou um caso de Abdome: torção uterina secundária a um teratoma ovariano maduro que também estava torcido. Caso raro, sem incidência estimada na literatu-ra, e não há relatos de torção de útero relacionado a teratoma;

• Dra. Fernanda Meirelles, R3, da ISCMSP, exibiu um caso de lesão intramedular com expansão da medula. Os achados de imagem não foram suficientes para a defini-ção de um diagnóstico entre epen-dimoma e astrocitoma;

• Dr. Igor Gomes Padilha, R2 da ISCMSP, discutiu o caso de malfor-mação linfático-venosa;

• Dra. Mariana Rodrigues, R2 do HIAE, abordou um caso de ro-tura uterina associada por placenta perfecta;

• Finalmente, Dr. Pedro Panizza, R2 do Hospital Sírio-Libanês, mos-trou o caso de apendagite aguda do apêndice cecal.

A comissão avaliadora foi com-posta pelos Drs. Carlos Homsi, Douglas Racy, Gustavo Kalaf, Mark Murphey, Maria Helena Mendon-ça, Pablo Ridz, Renato Hoffmann e Robert Shih. Confira os vence-dores, anunciados pela Dra. Maria Helena, nas imagens.

Concurso SPR-AIRP: pela primeira vez, disputa no Feres

1º lugar – Dr. Pedro Panizza 2º lugar – Dra. Fernanda Meirelles

Da esq. p/ dir.: Drs. Maria Helena Mendonça, Gustavo Kalaf, Antônio Soares Souza, Mark Murphey e Renato Hoffmann

Ao encerramento do Concurso SPR-AIRP, finalistas e coordenadores se reúnem no palco do anfiteatro

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18 • EVENTOS SPR

As atividades reservadas ao lunch meeting, que tiveram como modera-dor o Dr. Tufik Bauab Jr., levaram grande número de interessados à sala Mato Grosso do Maksoud durante os dois dias de programação. No primeiro dia, o destaque ficou por conta do Dr. Pablo Soffia, da Clínica Alemana da Faculdade de Medicina da Universidade del Desarollo de Santiago (Chile). O experiente ra-diologista falou sobre o problema da dose em tomografia computadoriza-da (TC) e dos avanços tecnológicos ocorridos neste campo voltados para a otimização da dosagem, incluindo as reconstruções interativas.

Para alcançar os objetivos de oti-mização e redução da dosagem em TC, o professor chileno recomendou a revisão dos protocolos de dose dos pacientes se pautando por referên-cias internacionais; implementação do controle automático de exposição,

Lunch meetings se destacam

seletor automático de kV e as recons-truções interativas; usar a técnica de baixo kV para as angiotomografias; e que o radiologista “atreva-se” a aceitar um maior nível de ruído.

Para o segundo dia também ficou reservada uma intensa pro-gramação, desta vez tendo como tema central os meios de contras-te. Dr. Tufik relacionou o tema com a função renal, apresentou um levantamento histórico da evolu-ção dos contrastes e das incertezas e conclusões em torno do tema;

Dra. Bruna Dutra abordou o tema Amamentação, extravasamento, dis-funções tireoidianas e metformina; enquanto coube ao Dr. Renato Hoffmann Nunes falar sobre De-posição encefálica de gadolínio.

Desde que, em 2006, a Food and Drug Administration (FDA) asso-ciou este contraste à fibrose nefro-gênica sistêmica, o mundo radioló-gico acompanha a questão de perto e com bastante atenção.

Mais de 350 pessoas participaram dos lunch meeting

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Edição 445 – Setembro de 2015 EVENTOS SPR • 19

O encontro, inédito no Brasil, foi conduzido pelo Dr. Nelson Caser-ta, presidente do Clube Manoel de Abreu, e Dr. Hugo Guerra, membro da Faardit, que tem um programa parecido com o CMA na Argentina.

Dr. Antônio Soares afirmou: “Tivemos oportunidade de estar no ano passado no encontro da Fa-ardit e presenciar esse encontro de residentes, o que nos impressionou muito. E é isso que queremos – um encontro em que o residente traga os casos, discuta e participe conosco. Também queremos aprender com a Faardit, além de criar a oportunida-de para que os residentes da Améri-ca do Sul possam se encontrar e dis-cutir, criando um elo de amizade”.

Além dois oito casos inscritos, houve ainda a apresentação de dois

radiologistas residentes da Argentina. Durante a apresentação dos casos,

os Drs. Caserta e Guerra andavam pela plateia com microfones, com o objetivo de obter as impressões dos residentes sobre o que era discuti-do no palco. Com muito humor, os professores tornaram a sessão extre-mamente descontraída.

Os oito apresentadores foram: • Luiz Antonio Jorge Junior, Faculdade

de Medicina de Botucatu; • Thiago Luiz Scoppetta, Santa Casa –

ISCMSP; • Daniel Dias de Souza Porto, Unicamp; • Daniel de Paula Garcia, Documenta

(Ribeirão Preto); • Laiz Laura de Godoy, Hospital de

Base de São José do Rio Preto; • Renata Gama Barbosa, MedImagem; • Gerda Feitosa Nogueira, InRad-

HCFMUSP; • Bruno Jucá Ribeiro, UNIFESP.

Descontração no Primeiro Encontro de Residentes

Os dois casos premiados no con-gresso similar realizado em Tu-cuman, na Argentina, receberam como premiação a viagem para apresentar seus conteúdos no Curso de Atualização da SPR.

Depois dos brasileiros, foi a vez dos residentes argentinos exporem seus estudos. “É uma grande honra estar aqui e ter contato com a ra-

diologia brasileira, muito avança-da! Essa troca de experiências nos permite ainda mais conhecimen-to e progresso”, afirmou a Dra. Susana Torres, da Clínica Mo-guillansky, de Rio Negro, Neu-quen, que apresentou um caso de Síndrome de Susac (SS).

Dr. Federico Matias Peliquero, da mesma instituição, foi o segun-

do vencedor, e conduziu a histó-ria do Cisto Broncogênico Infradia-fragmático: “Acho que o evento ultrapassou nossas expectativas. Fizemos um grande esforço para desenvolver um caso diferenciado e ganharmos a oportunidade de vir ao Brasil participar do evento da SPR. Sem dúvida, valeu muito a pena!”, concluiu.

Premiados argentinos no Brasil

Drs. Federico Peliquero e Susana Torres

Dra. Gerda Feitosa Nogueira, em 1º lugar, e Dr. Thiago Luiz Scoppetta, em 2º; ambos ganharam a viagem à Argentina para apresentar seus casos no Congresso da FAARDIT

Interatividade: Drs. Caserta e Guerra andavam pela plateia com microfones, com o objetivo de obter as impressões dos residentes sobre o que era discutido no palco

Organizadores, professores e premiados se reúnem para o registro oficial do encontro

Os primeiros lugares, anunciados pela comissão julgadora, foram:

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20 • EVENTOS SPR

JPR’2015: Leste europeu e parceria com a SogespFinalizamos, nesta edição, a cobertura da 45ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR’2015), o maior evento do setor de Diagnóstico por Imagem realizado no País. Apresentamos a história da radiologia no Leste europeu, contada pelo Dr. Josef Vymazal, professor do Departamento de Radiologia do Hospital Homolce, de Praga, e a sessão Hot Topic: o que o Radiologista Precisa Informar, realizada em parceria com a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), uma das novidades na programação científica, sob a coordenação dos Drs. Jacob Szjnfeld e Antônio José da Rocha.

Ginecologistas dizem o que esperam dos radiologistasA sessão Hot Topic: o que o Ra-

diologista Precisa Informar, realizada com a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), foi uma das novi-dades na programação científica da JPR’2015. Sob a coordenação dos Drs. Jacob Szjnfeld e Antônio José da Rocha, o evento contou com as participações dos Drs. Sérgio Pod-gaec, professor livre docente da dis-ciplina de ginecologia da FMUSP; Vilmar Marques de Oliveira, pro-fessor adjunto doutor da FMUSP;

Jesus de Paula Carvalho, professor do Departamento de Obstetrícia da FMUSP e coordenador do Ser-viço de Ginecologia Oncológica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp); e César Eduardo Fernandes, professor titular da Fa-culdade de Medicina do ABC.

Estes especialistas deram sua visão sobre o que esperam dos ra-diologistas quando solicitam exames de pacientes com endometriose pro-funda, câncer da mama, câncer de colo do útero. Conforme resumo do

Dr. César Fernandes, em comum, o que o ginecologista espera ser infor-mado sobre questões como localiza-ção, extensão, invasão e bilateralida-de (em casos como mamas).

Com reportagem de Alex Mirkhan, Oldair de Oliveira e Verônica Valois

Jornada abre janela para o Leste Europeu

“É importante que fique claro que, muitas vezes, nos laudos das imagens que vocês colhem podem estar o di-recionamento de tratamento. Então, a responsabilidade do radiologista no dia a dia do ginecologista é enorme, no sentido de colher a imagem apro-priada, escolher o método adequado e enviar imagem e relatório bem elabo-rados. Isso vai contribuir para o êxito terapêutico e resultar em benefício para o paciente”, afirmou Dr. César Fernandes, ex-presidente da Sogesp e presidente eleito da Febrasgo.

A 45ª Jornada Paulista de Radio-logia também foi um ponto de passa-gem para os interessados em conhecer a história da radiologia no Leste euro-peu, mais precisamente na República Checa. Para abordar o tema, o convi-dado foi o Dr. Josef Vymazal, profes-sor do Departamento de Radiologia do Hospital Homolce, de Praga, per-tencente à Charles University, desde 2008. Antes, este especialista em to-mografia computadorizada foi pro-fessor associado de neurorradiologia desta mesma instituição.

O palestrante revelou de maneira didática a evolução da especialidade naquela região ao longo das últimas décadas, apresentando um panorama geográfico e histórico do seu país natal. Ali, em janeiro de 1896, a população local viu pela primeira vez a imagem de uma radiografia (um dedo portando um anel), publicada no jornal Ziva. A

nista. Este momento histórico marca a introdução da medicina moderna no país, que resultou inclusive na re-dução da mortalidade por causas car-diovasculares ou cerebrovasculares. “A radiologia e a radiologia intervencio-nista também se desenvolveram rápi-do e foram estabelecidos limites claros entre cada especilidade. Vimos tam-bém o número de tomógrafos crescer, e hoje está em torno de 150”, afirma.

Ainda assim, sobram desafios no país. Um deles é justamente aumentar o número de PET-CTs e o de médi-cos e enfermeiros, e dar a equipamen-tos e profissionais uma distribuição mais homogênea. Uma batalha ainda maior é segurar a mão de obra espe-cializada formada dentro da própria República Checa, que são facilmente atraídos para o lado mais ocidental de suas fronteiras. “Os jovens médicos de hoje não são tão entusiastas quan-to antes e buscam outros mercados dentro da Europa, seduzidos por sa-lários melhores”, finaliza.

façanha coube ao Dr. Karel Domalip, da Universidade Checa de Tecnologia, que projetou e construiu o equipamen-to usado na aquisição daquele exame.

Apesar desta conquista, em perí-odo muito próximo ao do pioneiro mundial Wilhelm Roentgen, a antiga nação do Império Autro-Húngaro foi ficando para trás, principalmente a partir do fim da II Guerra Mundial e, consequentemente, da consolida-ção do comunismo no seu território. “Eu era aluno na época da Guerra

Fria. Tínhamos uma realidade bem complicada, com número limitado de equipamentos e com troca mínima de informação. Até publicações cien-tíficas eram censuradas”, revelou Dr. Vymazal. Segundo ele, o primeiro to-mógrafo chegou à Praga em 1977 e, dez anos depois, foi a vez de um equi-pamento de ressonância magnética.

Apesas das claras limitações, a atual República Checa sempre se primou pelo bom nível de sua educação e de sua medicina. É motivo de orgulho que, já em 1960, o país tenha se tornado o primeiro do mundo a erradicar a po-liomielite. Neste período de “Cortina de Ferro” (domínio da extinta União Soviética sobre os países do Leste da Europa), muita gente encontrou na Medicina uma tábua de salvação, uma vez que este campo estava minima-mente poluído pelos aspectos políticos que dominavam o Leste europeu.

Mas, enfim, em dezembro de 1989, a chamada ‘Revolução de Veludo’ pôs fim pacificamente ao governo comu-

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Te vimos na JPREdição 445 – Setembro de 2015 EVENTOS SPR • 21

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NOTÍCIAS • 23Edição 445 – Setembro de 2015

Comissão propõe texto final para decreto das especialidades médicas

Deputados, representantes do governo e de entidades médicas pro-puseram uma nova redação para o decreto que regulamenta o Cadastro Nacional de Especialistas, que revo-garia o Decreto 8.497/2015.

Formada por quatro deputados, entre base e oposição, representan-tes da Associação Médica Brasilei-ra (AMB), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Ministério da Saúde e da Educação, a comissão de-senvolveu o texto final e apresentou em 26 de agosto à Presidência da Câmara dos Deputados. O novo decreto aguar-dará, agora, assinatura da Presidência da República, prevista para ocorrer na primeira quinzena de setembro.

O Projeto de Decreto Legislati-vo 157/15, de autoria dos deputados

Mandetta (DEM-MS) e Mendon-ça Filho (DEM-PE), que estava para votação em regime de urgên-cia, suspendia os efeitos de decre-to do Executivo que regulamenta o Cadastro Nacional de Especialistas, previsto no programa Mais Médi-cos (12.871/13). Uma proposta do ministro da Saúde, Arthur Chioro, prevê a criação de uma comissão para rever a redação do decreto, o que fez com que a votação do decreto saísse do regime de urgência.

A ideia de Chioro é recolher mais informações sobre as especialidades médicas de cada profissional para a elaboração de políticas que visem a distribuição de médicos pelo País de forma mais justa. Mas esse decreto foi criticado pela oposição, que con-

siderou exagerados os poderes que permitem a interferência nas compe-tências em órgãos como o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a As-sociação Médica Brasileira (AMB).

“Como o próprio decreto prevê que o cadastro será implementado em 120 dias, a comissão terá tempo para revisar os termos do decreto. Creio que esse acordo é o melhor para solu-cionar a questão”, afirmou o líder do PMDB, deputado Leonardo Piccia-ni, relator da proposta de Chioro.

Divergência de informações

Estudo feito pelo Ministério da Saúde a partir de dados recolhidos em órgãos do setor mostra informações divergentes nestes órgãos a respeito

da formação de médicos especialistas. Em oftalmologia, primeira área anali-sada, a variação de dados foi de 75,6%.

Para o Ministério da Saúde, a dife-rença ultrapassa 80% nas regiões Nor-deste e Sudeste, o que impede uma avaliação precisa sobre a distribuição dos médicos especialistas pelo País. Em Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e Amazonas encontram--se as maiores diferenças de dados.

As informações avaliadas são pro-venientes dos documentos da De-mografia Médica do Brasil (CFM/Cremesp), do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES/MS) e do Conselho Brasileiro de Oftalmologias (CBO), e ainda da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

CBR 2015 apresenta atividades práticasDe 8 a 10 de outubro, se realizará a 44ª edição do Congresso Brasileiro de Radiologia (CBR 15), no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro (RJ). Durante o evento, serão ministrados cursos em diversas áreas. Acompanhe a programação:

nFísica em Ressonância Magnética

Princípios fundamentais na interpreta-ção e execução dos exames e sua uti-lização é o tema desse curso. Haverá aulas práticas nos conteúdos básicos.

nDensitometria Óssea – 8 e 9 de outubro

Ministrado por profissionais da Associa-ção Brasileira de Avaliação Óssea e Os-teometabolismo (Abrasso), o curso tra-tará aspectos práticos da densitometria óssea da coluna, fêmur e antebraço e o estudo da composição corporal.

nSimpósio CBR-Flaus de Ultrassonografia Musculoesquelética – 8 de outubro

Promovidas pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem

(CBR) e pela Federação Latino-Ame-ricana de Sociedades de Ultrassono-grafia em Medicina e Biologia (Flaus), o módulo traz aulas de professores estrangeiros, com os temas: Ultrasso-nografia do Joelho – Técnica de Exame e Lesões Traumáticas; Ultrassono-grafia: Eficácia nas Lesões de Menis-co; Ultrassonografia nas Lesões do Manguito Rotador; Tendão do Bíceps: Anatomia Ultrassonográfica e Lesões; Avaliação das Lesões Ligamentares e Tendíneas do Tornozelo pela Ul-trassonografia; Ultrassonografia do Ombro: Técnica de Exame e Anato-mia; Avaliação Ultrassonográfica do Ombro Operado e Avaliação Ultrasso-nográfica do Quadril Infantil.

nSimpósio Padi – 8 de outubro

Com o tema “Norma do Programa de Acreditação em Diagnóstico por Ima-gem (Padi)”, o curso visa qualificar ser-

do País; As Novas Regulamentações como a Lei do Ato Médico; o Progra-ma Mais Médicos; a Legislação para o Teletrabalho e o Novo Código de Ética Médica.

nGestão de Clínicas – 10 de outubro

A abordagem “Aumento da efeti-vidade da relação comercial com as operadoras” é uma compactação do Curso de Gestão, do módulo 1, rea-lizado anteriormente em diversas capitais brasileiras. No conteúdo, está o tópico “Overview da Medicina Diagnóstica no Brasil”, em que serão apresentadas as resoluções norma-tivas que impactam as clínicas, entre outros temas.

nRadiologia Intervencionista – 10 de outubro

O módulo abrange Oncologia e Emer-gências Vasculares, com os tópicos: Aci-dente Vascular Cerebral (AVC), Aneuris-mas Cerebrais e Malformações Arterio-venosas Cerebrais (MAVs).

nRadiologia em Emergências – 10 de outubro

A rotina do radiologista que trabalha em pronto-socorro, com casos que precisam de uma rápida investiga-ção, é o tema do curso Radiologia em Emergências.

viços, públicos ou privados, por meio de avaliações do cumprimento de re-quisitos mínimos de qualidade, segu-rança e sustentabilidade.

nDefesa Profissional e Mercado Atual – 9 de outubro

Em Defesa Profissional, serão discu-tidos: O Impacto da Telerradiologia no Mercado Radiológico do Interior

Interessados podem se inscrever pelo site 

www.congressocbr.com.br  até 29 de setembro

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24 • SPR GLOBAL

SPR e ACR fortalecem parceriaO Congresso Colombiano de Radio-

logia (CCR 2015), realizado em agos-to, possibilitou a reunião das lideranças da SPR e da Associação Colombiana de Radiologia (ACR), que puderam discutir próximos passos em conjunto. Primeiramente, alguns dos represen-tantes da sociedade paulista estiverem presentes para dar palestras e contribuir para o enriquecimento da atualização científica dos presentes no evento.

Os Drs. Antonio Soares Souza, Mauro Brandão, Tufik Bauab Jr., Fe-derico Lubinus (presidente da ACR), Jaime Madrid (ex-presidente) e Ana Patricia Castro Sabogal (ex-presidente) conversaram sobre a possível parceria que ambas as entidades farão com a França para seus respectivos eventos em 2017.

Também foram confirmadas as bol-sas que a SPR oferece aos colombianos ganhadores dos melhores trabalhos científicos – cinco bolsas para a JPR e duas para o Curso de Atualização Prof. Dr. Feres Secaf. Ainda, o Dr. Anto-nio Soares apresentou ao Dr. Federico Lubinus e demais presentes o conceito do projeto LatinoSafe – relacionado ao controle de dose –, contando o histó-rico da ação na JPR e as expectativas dos envolvidos sobre o assunto. Ele também convidou a ACR a indicar um representante colombiano para ajudar no projeto. Na reunião, o convite foi bem recebido, e a ACR ficou de enviar o nome posteriormente.

Serviço oferecido pela entidade há anos, a Videoteca está agora reformu-lada, em um movimento para respon-der as necessidades de agilidade e pra-ticidade dos profissionais modernos.

Produto voltado à educação conti-nuada exclusivamente dos associados, a Videoteca Digital, lançada neste mês de setembro, oferece comodidade, economia e conteúdo de qualidade.

As apresentações registradas nos principais eventos da SPR passam a ser disponibilizadas em formato de streaming (vídeos na Internet), no website da Sociedade. Antes em re-solução comum, agora as aulas serão gravadas em alta resolução (HD), ofe-

recendo melhor definição de imagem.É possível assistir aos vídeos da

Videoteca Digital por meio de tablets e celulares, e as aulas são compatíveis com a tecnologia Android e Apple.

“Valorizar os membros é um dos objetivos da SPR, e esse obje-tivo reforça a missão de promover educação continuada entre seus as-sociados. Agora, eles terão acesso exclusivo ao conteúdo da Videoteca Digital”, explica Dr. Antônio Soa-res, presidente da entidade.

Custo reduzidoPara desmitificar qualquer inten-

ção de lucratividade da SPR com o

serviço, o valor de acesso às aulas foi bastante reduzido em comparação aos valores anteriores. Na Videote-ca Digital, para assistir a uma aula, o membro pagará apenas R$ 4,99, sendo que esse pagamento permitirá que ele assista à aula quantas vezes quiser, durante três dias. A partir de setembro, todos os membros da SPR

já podem acessar o serviço por meio da área restrita aos associados.

Com relação ao conteúdo, para via-bilizar a gravação das aulas em resolu-ção HD (uma tecnologia que requer muito mais investimentos) e ao mesmo tempo respeitar a decisão de professo-res que eventualmente não autorizam a gravação de suas aulas, a SPR optou por selecionar previamente sempre o equivalente a 70% do conteúdo apre-sentado no evento em questão.

A videoteca no formato antigo funcionará até o fim deste ano, so-mente com aulas de eventos anterio-res a 2015 e que não estejam dispo-níveis na Videoteca Digital.

SPR apresenta Videoteca em formato digital

A partir da esq.: Dr. Jaime Madrid, Priscila Figueiredo, Drs. Mauro Brandão, Federico Lubinus, Patricia Sabogal, Antônio Soares e Tufik Bauab Jr.

Dr. Soares entrega pin comemorativo a ex-presidente da ACR

Professores internacionais em sessão de homenagens – a partir da esq.: Drs. Seung H. Kim (presidente da Sociedade Coreana), Jose Luis del Cura (Seram), Alfredo Buzzi (SAR), George Bisset III (RSNA) e Antônio Soares

Dr. Lubinus, presidente da ACR, entrega homenagem a Dr. Soares, presidente da SPR

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Edição 445 – Setembro de 2015 SPR GLOBAL • 25

Inscrições abertas para o Projeto Diventerò até 23/10

Durante o Curso de Atualização em Imagem (Prof. Dr. Feres Secaf), realizado em São Paulo, foi apresen-tada a nova parceria da SPR com a Fundação Bracco, da Itália, que per-faz o Progetto Diventerò.

Três residentes serão contem-plados com um programa de trei-namento naquele país por seis se-manas, em serviços de referência em TC, US e RM. Para se ins-crever é necessário encaminhar os documentos solicitados para a SPR (consulte mais informações no site da Sociedade).

Durante o lançamento, Fernan-do Poralla, da Bracco, afirmou: “Agradecemos muito essa parceria que será muito boa para os resi-dentes, pois se trata de uma opor-

mentor, que vai promover o cresci-mento profissional e pessoal do seu ‘protege’. Os jovens que participam do projeto fazem parte de uma co-munidade de alunos da Fundação, uma rede de excelência”, frisou.

O treinamento será realizado em março e abril de 2016. Mais informações em: www.spr.org.br/progetto-diventero.

tunidade especial de treinamento e liderança, apoiados pela SPR”.

As inscrições se encerram em 23 de outubro, e todos os detalhes e condições estão relacionados no site. Em 23 de novembro, serão selecionados os três médicos que farão parte desse programa no pró-

ximo ano. Seu objetivo é contribuir para a formação avançada dos ra-diologistas brasileiros do futuro.

Poralla fez uma apresentação sobre a Fundação Bracco, suas ativi-dades e projetos, e especificamente sobre o Diventerò, uma iniciativa plurianual. “Cada aluno tem um

Dr. Fernando Poralla, da Bracco

A partir da esq.: Dr. Antônio Soares, Dr. Fernando Poralla, Jaime Atalaia, da Bracco, e Dr. Antônio Rocha

Em agosto de 2015, em São Paulo, Brasil, durante a XIX edição do Curso de Atualização em Imagem da SPR (Prof. Dr. Feres Secaf), a Fundação Bracco, em parceria com a SPR, anuncia o Progetto Diventerò. O objetivo é a contribuição para a formação cientificamente avançada dos radiologistas brasileiros do futuro.

Regulamento:

O candidato deve enviar a documentação abaixo, via e-mail, em formato Word ou PDF para [email protected], até 23 de outubro de 2015:ü Curriculum vitae (CV) detalhado;ü Carta de recomendação da chefia do centro de trabalho/estudos atual;ü Carta de motivação do candidato: • Explicando o seu interesse na área (Ultrassonografia, Tomografia Computadorizada ou

Ressonância Magnética) e tópicos de estudo de seu interesse na área, para o pe-ríodo da bolsa;

• Confirmando a disponibilidade de partida para a Itália em março de 2016 (em data que será divulgada pela Fundação Bracco e SPR juntamente com a lista/elenco de aprovados em 23 de novembro de 2015).

Premiação:

O projeto visa agraciar três radiolo-gistas brasileiros com uma bolsa de estudos de seis semanas em insti-tuição de excelência na Itália nas áreas de Ultrassonografia, Tomogra-fia Computadorizada e Ressonân-cia Magnética. Para cada bolsista será atribuído um mentor, que irá fornecer orientação, pareceres científicos e técnicos durante a es-tadia de seis semanas na Itália.

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26 • EMPRESAS

Empresas apresentam novidades no Encontro de Cardio

Circle Cardiovascular Imaging Inc.A empresa esteve presente em mais

uma edição do evento apresentando suas soluções. Trata-se de uma companhia de imagem médica estabelecida mundialmen-te, com desenvolvimento próprio e comer-cialização independente de software para avaliação e laudo de TC e RM Cardíaca. 

Os produtos da Circle, como o cvi42®, cmr42®, ct42® ou report42® são atu-almente o software de eleição para os maiores centros de excelência mundiais em imagem cardiovascular.

A Circle encontra-se atualmente re-presentada em mais de 30 países e mais de 700 instalações a nível mundial, in-cluindo no Brasil, onde possui certificação ANVISA desde 2014. A missão da empre-sa é contribuir para a qualidade da ima-gem cardiovascular, quer clínica, quer de pesquisa, comprometendo-se a fornecer as ferramentas analíticas mais eficientes no mercado de imagem cardiovascular, bem como as ferramentas de pesquisa mais atuais, alinhadas com o  state-of--heart, nesta área. 

Bayer HealthCareReforçou no evento seu compromisso

em oferecer soluções integradas aos mé-dicos e pacientes e seu posicionamento em ciência para uma vida melhor.

Segundo a empresa, na área de diag-nóstico, ela é pioneira em meios de con-traste para raios X, tomografia e resso-nância magnética. No Brasil, introduziu o conceito de contraste órgão-específico, visando diagnósticos mais precoces de

forma não invasiva de patologias hepáti-cas focais.

Durante o evento, o destaque foi para o meio de contraste Gadovist, extracelu-lar macrocíclico usado para o diagnóstico por ressonância magnética que, devido às suas qualidades físico-químicas, tornam possível uma concentração duas vezes mais alta de Gd por volume que a de qual-quer outro meio de contraste disponível no mercado, de acordo com a divulgação feita pela empresa. É usado em medicina interna (como no fígado, rins), em neuror-radiologia (crânio e medula espinhal) e em imagens vasculares (angio-ressonância).

BraccoO Iomeron® 400, iomeprol, (400mg de

iodo por mL), disponível nos mercado no exterior há vários anos, chegou agora ao Brasil trazendo a maior concentração de iodo por mL atendendo às necessidades modernas, mantendo a segurança en-quanto incrementa a eficácia nos exames de Angio-TC e Radiologia Cardíaca.

Atualmente a Bracco possui no Brasil um portfólio de produtos que inclui inje-tores automáticos de alta eficácia como a Empower MR e a Empower CTA, e também uma linha de meios de contraste.

O ProHance®, meio de contraste à base de Gadolínio, com cadeia macrocíclica, tem um alto perfil de segurança/estabilidade e eficácia para exames de RM.

O SonoVue® é o meio de contraste de microbolhas utilizado em US que permite a opacificação das câmaras cardíacas e con-trastação/deliniação das bordas endocár-dicas do VE, Doppler da macrovasculatura

para aumentar a acurácia no diagnóstico de anormalidades no cérebro, carótidas, abdo-me, artérias periféricas e Doppler da micro-vasculatura para visualização da vasculari-zação das lesões do fígado e da mama.

A Bracco mantém disponível o tradicio-nal Iopamiron® 300 e o Iopamiron® 370, iopamidol, meios de contraste com aceita-ção no mercado nacional e internacional há várias décadas, com ótimo desempenho e segurança, segundo registros da empre-sa, mantendo a excelente contrastação nos exames radiológicos, sendo o Iopa-miron® 370 de 500mL muito bem aceito em clínicas e hospitais que trabalham com grandes volumes nos exames de Angio--TC e radiologia cardíaca. A empresa pôde, assim, reforçar sua parceria com a SPR e com a comunidade médica.

GE“Para a empresa, é de fundamental

importância participar do ENRC, evento que congrega os grandes especialistas da área no país. Desta forma podemos in-teragir com os formadores de opinião em um ambiente que respira ciência, onde todos estão absolutamente focados no tema e bastante atualizados. Além disso, é uma grande oportunidade para darmos visibilidade a marca GE e mostrar o quan-to este segmento é importante para nós”, relatou Luiz Augusto de Castro e Paula, Diretor de Marketing de Tomogra-fia Computadorizada e Imagem Molecu-lar para a América Latina.

Em uma palestra presidida por Mario Cabrera, a GE apresentou o equipamento Revolution CT, que, segundo sua divulga-

ção, traz grandes inovações tecnológicas e se tornou o equipamento de referência em tomografia computadorizada mun-dialmente. De acordo com Cabrera, “o Revolution CT permite imagens cardía-cas feitas em apenas um batimento de qualquer paciente, mesmo os mais de-safiadores. E isso é feito com excelente qualidade de imagem, no exclusivo modo high definition, com doses de radiação incrivelmente baixas.” Segundo divul-gado pela empresa, a GE entende como fundamentalmente importante este tipo de interação com a SPR pela qual, juntas, a indústria e as comunidades médica e científica fomentam o progresso da me-dicina em prol da saúde no Brasil.

SiemensDemostrou durante o evento a nova

versão de seu sistema de pré e pós-pro-cessamento de imagens,  syngo.via, que traz uma interface redesenhada e novas funcionalidades  como perfusão do mio-cárdio e aplicações de Dual Energy utili-zando equipamentos com uma ou duas fontes de radiação.

Foram apresentadas imagens cardía-cas geradas no Brasil dos tomógrafos SO-MATOMPerspective 128, SOMATOM De-finition AS e SOMATOM Definition Flash, todos focados em cardiologia e aplica-ções de duas energias.

Também foi realizada uma sessão de hands on, mostrando aos participantes todo o workflow de processamento de imagens de cardiologia para tomografia computadorizada  com baixa dose, além do planejamento automático TAVI.

Após a aquisição da MedicWare, especializada em Sistemas de Infor-mação para Hospitais (HIS), a Pixeon informou que, de acordo com seus registros, se tornou uma das maiores provedoras de softwares completos para uma melhor gestão de hospitais, clínicas e laboratórios.

O HIS possibilita a integração entre os processos do hospital e promove uma

gestão inteligente da rotina. Os hospi-tais que utilizam os softwares de gestão hospitalar tornam sua rotina mais ágil e aumentam o número de atendimentos realizados por otimizar tempo e ativida-des envolvidas.

A empresa enfatiza que, para que exista um bom andamento da roti-na e dos controles de um hospital, as atividades precisam ser organizadas e

documentadas, o que evita problemas tanto com o paciente, como com uma possível glosa com o convênio, e tam-bém com processos administrativos e financeiros da instituição. Neste mo-mento, um sistema de gestão hospita-lar faz toda a diferença.

Geração de prontuário eletrônico (PEP), emissão de registros clínicos, exames, evoluções médicas, detalhes

médicos e de enfermagem (como pe-didos e prescrições medicamentosas), assim como a baixa dos estoques após a retirada dos medicamentos, todos estes processos também podem passar pelo sistema  HIS. Dessa forma, é pos-sível ter controle financeiro, adminis-trativo, de pessoal e suprimentos, além de prestar um serviço organizado e de qualidade aos pacientes do hospital.

Pixeon divulga programa de integração de processos

O curso contou com a presença de empresas parceiras no setor de produtos e equipamentos: GE, Bayer, Bracco, Toshiba, Siemens e Circle, além da Livraria Imagem Médica

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Edição 445 – Setembro de 2015

O radiologista Francisco Lanari do Val visitou pela última vez a sede da SPR em 4 de outubro de 2012. Naquela quente tarde de quinta--feira, chegou feliz por estar no lugar que ajudou a criar e engrandecer. Embora estivesse a poucos meses de se tornar um nonagenário, trouxe consigo uma memória cheia de lem-branças, que pouco a pouco foi apre-sentando aos jornalistas que estavam ali para entrevistá-lo. Parte dessas histórias foi relatada do livro História da Sociedade Paulista de Radiologia – uma jornada em construção, que cobre os primeiros 45 anos da entidade. Outra parte, porém, agora está de-finitivamente perdida com o faleci-mento deste médico singular, vítima de atropelamento a poucos metros de sua residência, no dia 2 de agosto.

Dr. Lanari tem uma importân-cia ímpar não só para a SPR, como também para o florescimento, ex-pansão e fortalecimento da espe-cialidade em São Paulo. Em 1958, fazia parte do Grupo dos Cinco (que tinha ainda Rubens Marcondes Pereira, Raphael Caccese, Álvaro Magalhães e Afonso Vitule Filho), que iniciou o processo de fundação do Clube Roentgen, idealizado para congregar os radiologistas da Capi-tal. Lanari foi escolhido o primeiro presidente (condição que exerceu por um bom tempo), redigiu os es-tatutos da nova entidade e se dedi-cou com afinco para atrair novos co-legas para o clube. Dez anos depois, os esforços conjuntos do Roentgen e do seu similar do interior, o Clube Manoel de Abreu, levariam à cria-ção da própria SPR.

Nascido em 25 de março de 1923, no Bairro de Santa Cecília, Francis-co Lanari do Val era o sexto filho de uma família de nove irmãos. Veio ao mundo pelas mãos do habilido-so cirurgião José Ayres Netto, que tempos depois seria também o res-ponsável por sua condução à Radio-logia. “Presta atenção, Francisco! Se você for clínico vai precisar de pelo menos dez anos para conseguir uma carteira de pacientes. Por que não

faz Radiologia? Estamos precisan-do de radiologistas na Santa Casa e não há profissionais nesta área”, foi o conselho dele ao jovem médico, recém-formado da Escola Paulista de Medicina, em 1949. Começou então a atuar no Serviço de Radio-logia da Santa Casa, sob a chefia do Dr. José Maria Cabelo Campos. Mas um mal-entendido quase in-terrompeu a carreira. Uma troca de

exames que haviam sido realizados por Lanari e outro colega fez com que um paciente fosse operado de um câncer no estômago que se reve-lou inexistente. “Eu fui impedido de fazer exame de estômago e fui para casa arrasado. Durante uns três dias não fazia nada, além de ler livros e analisar relatório dos outros”, lem-brou Dr. Lanari. Para alívio dele, tudo foi posteriormente esclarecido.

Da Santa Casa, foi para o Hos-pital das Clínicas da FMUSP, onde ficou de 1950 a 1952 e cujo serviço de radiologia estava entregue aos cuidados do Prof. Raphael de Bar-ros. Depois se dedicou ao consul-tório, localizado em Higienópolis. Por fim, desistiu de lutar contra os grandes grupos que começaram a ganhar espaço na região. E quando caminhava para a aposentadoria de-

finitiva, em 1998, aos 75 anos, foi convidado pelo Dr. Luiz Karpovas para retornar ao HC.

“Fazia muito tempo que o papai tinha fechado o consultório e fui eu quem falou com o Dr. Karpo-vas sobre ele. Ele achou que meu pai estava velho para trabalhar aqui. Eu sugeri que ele ficasse três meses sem receber, mas com pouco mais de um mês ele estava contratado”, lembra a filha, a ultrassonografista Dra. Carmen Sílvia Cerqueira do Val Fausto. Assim ficou responsá-vel por dividir sua vasta experiência com alunos da FMUSP e residentes do InCor e neste período escreveu seu único livro, Manual de Técni-ca Radiográfica, graças ao estímulo do Prof. Giovanni Cerri. “Foi uma aposentadoria honrosa. Aos 75 anos ele viveu a melhor fase de sua vida profissional e o serviço inteiro se aproveitou da experiência dele”, declara a Dra. Carmen.

Nada mal para aquele que já es-tudante de Medicina tinha fobia de injeção e pavor de assistir às cirurgias. Isso foi resolvido com cinco anos de psicanálise. Quanto ao medo de falar em público, a solução foram as aulas de oratória de Reinaldo Polito. A prova de fogo se deu na JPR de 1986, quando foi escolhido patrono daquela jornada e, nesta condição, se viu obri-gado a discursar na sessão inaugural do evento, no Maksoud Plaza.

Carismático, Dr. Lanari fez mui-tas amizades. Uma das últimas foi firmada com Rock, vira-lata preto, presente de um dos filhos. Com este cão como companhia saiu para seu último passeio até uma praça próxima de sua casa, como fazia todos os dias. Ao retornar, quando atravessava a Av. Heitor Pentea-do foi atingido por um automóvel, cujo ocupante seguiu caminho sem prestar socorro. Era um melancóli-co final de tarde de domingo. Ali se encerrava a jornada do grande ra-diologista, um dos edificadores da especialidade em São Paulo e cujo legado deve servir de inspiração para as novas gerações. Tinha seis filhos, 13 netos, 92 anos e uma le-gião de amigos e admiradores.

PERFIL (IN MEMORIAM) • 27

A última jornada do Dr. Francisco Lanari do Val

Dr. Lanari tem uma importância ímpar não só para a SPR, como também para o florescimento, expansão e fortalecimento da especialidade em São Paulo

Por Oldair de Oliveira

Page 28: Decreto 157/15 O adeus ao Dr. Lanari do Val

28 • TÚNEL DO TEMPO

Na edição de setembro de 1985, dentre os diversos assuntos aborda-dos no Jornal, como os eventos que aconteceram no mês anterior e os que estavam por acontecer, alguns temas foram destaque.

Os Drs. Luiz Karpovas e Sidney de Souza Almeida prestaram “ho-menagens” aos sete anos do Jornal da Imagem com textos que resumi-ram a trajetória das 85 edições pu-blicadas ao longo desse tempo.

A conclusão da reforma da nova Sede da SPR, marcada para inau-gurar no dia 4 de outubro daque-le ano, foi tema de um artigo do então presidente, Dr. Karpovas, que agradeceu todas as empresas parceiras nesse projeto.

O ex-presidente da SPR, Dr. José Marcos Pires de Oliveira, foi nomeado naquele mês representan-te do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) do Es-tado de São Paulo.

Uma comitiva com os Drs. André Camargo, Feres Secaf, Marcelo Secaf, Paulo Wiermann, Carlos Oli-veira, Sidney Almeida, Felix Beste-ne, Leonardo Noronha, Boris Be-reinstein e Aldineia foram ao Japão no mês de setembro daquele ano.

O Congresso Brasileiro de Ra-diologia, em sua 20ª edição, foi

realizado na cidade de Belo Hori-zonte simultaneamente com o II Congresso Latino-Americano de Ultrassonografia e o IV Congresso Brasileiro de Físicos em Medicina. Mais de 20 professores estrangeiros vindos dos Estados Unidos, Europa e América Latina foram convidados para participar do Congresso.

HÁ 30 ANOS

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Edição 445 – Setembro de 2015 CRÔNICA • 29

Os tempos são outrosNão há uma única vez, quando

tenho de ir a São Paulo, em que não enfio na bagagem um agasalho para me precaver das mudanças sú-bitas de temperatura. No entanto, faz muitos anos de Jornada Paulista de Radiologia que não acontecem essas mudanças, nem me lembro de quando foi a última vez.

Lembro-me bem, sim, de um frio que passei em São Paulo num remoto feriado de 7 de setembro. Estava no 2º ano da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto quando houve na ca-pital um congresso estudantil, não sei se da União Estadual de Estudantes ou da UNE, em que fomos como re-presentantes do Centro Acadêmico. Naquele tempo, não se ia a São Paulo sem ser de terno, mesmo que fosse para uma reunião de estudantes cujo alojamento seria no Estádio do Pa-caembu. Com o calor de Ribeirão já instalado por essa época, fui com meu surrado terno de linho, mais camisa e gravata, num moderno, para aquele tempo, ônibus Mercedes-Benz, em substituição às antigas jardineiras.

O fato é que chegamos a São Paulo em plena frente fria, com sua umidade, o vento cortante, o céu nu-blado. O terno era leve demais, não adiantava fechar as golas, erguê-las no pescoço, encolher-me todo, eu tremia caminhando pela Avenida Dr. Arnaldo nas imediações da Facul-dade de Medicina. De repente, em meio aos passantes desconhecidos, encontro-me por acaso com a prima de meu pai que trabalhava no Adolfo Lutz e que, derramando-se em afetos e beijos, me repreendeu, em primei-

ro lugar, por ter vindo a São Paulo sem avisar a família e, em segundo, ao olhar minha indumentária, espan-tava-se: você não está com frio?! Não trouxe mais agasalho? Você não sabe que aqui em São Paulo precisa sem-pre ter um agasalho à mão?

Não sei como consegui explicar o que tinha ido fazer e como me des-vencilhei, pois naquela fase da vida eu queria era independência, nem me havia passado pela cabeça avisar os parentes que ali moravam da minha viagem. Também sem me lembrar como, arranjaram-me uma velha capa de chuva, daquelas de tecido imper-meável com grandes botões, que pas-sei a usar sobre o terno e trouxe algum alívio até o fim da estadia.

Quando se observam fotografias das ruas do centro de São Paulo

dos anos quarenta ou cinquenta, encontram-se muitos homens com terno e sobretudo, além do chapéu, numa elegância londrina. Hoje a burguesia contenta-se com o que acha nos outlets de Miami.

Nestes anos, durante a Jornada Paulista de Radiologia e o Curso Feres Secaf, os termômetros têm marcado praticamente o mesmo nível de tem-peratura em São Paulo e em Ribeirão Preto. É como se a capital tivesse se mudado da zona temperada para a zona tropical. Na realidade, é a zona tropical que se expandiu e já alcança São Paulo, com o aquecimento global.

Mas sempre, num canto da mala, encontrarei um agasalho. Nunca me esqueci do encontro com nossa querida e saudosa prima num dia típico paulistano.

Dr. Cássio Ruas de Moraes é diretor do Jornal da Imagem

Quando se observam fotografias das ruas

do centro de São Paulo dos anos quarenta ou

cinquenta, encontram-se muitos homens com

terno e sobretudo, além do chapéu, numa

elegância londrina. Hoje a burguesia contenta-se com o que acha nos

outlets de Miami

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30 • NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Vende-se aparelho da GE modelo voluson 730 Expert. 3D/4D com cinco transdutores (convexo 2 a 5 MHz/, linear 6 a 12 MHz/ 4D, convexo 4 a 8 MHz/4D, endocavitário 5 a 9 MHz/ e endocavitário 5 a 9 MHz) e guia de biópsia para o transdutor endocavitário. Valor R$ 48 mil. Contato: (61) 3346-2828. (1)

Vende-se aparelho da PHILIPS, modelo Invisor Performance com três transdutores (convexo 2 a 5 MHz/, linear 3 a 12 MHz/ e endovavitário 4 a 8 MHz) e guia de biópsia para o transdutor endocavitário. Valor R$ 25 mil. Contato: (61) 3346-2828. (1)

Vende-se ressonância magnética Oni (extremidades) - modelo AB 1.0 T - com seis bobinas, instalada em Campinas - ano 2008. Contato com Ronald: (19) 99603-7763 / [email protected]. (3)

Vendo/passo o ponto de clínica radiológica, empresa sem passivo, estabelecida há mais de 25 anos no centro de Araruama (RJ), região dos Lagos. Alugo o imóvel de 210 m², em terreno de 580 m². Casa praticamente térrea, rua principal, ótima visibilidade. Boas instalações com possibilidade de expansão. Contato: [email protected]. (1)

Precisa-se de um CR usado da Kodak. Entrar em contato pelo telefone: (44) 9104-0608.

Vende-se mamógrafo digital Hologic Modelo Selenia DR - Estação aquisição CPU Sun 3 GB. Armazenamento de quatro a seis mil imagens, monitor tela plana 21 polegadas. Um ano e meio de uso. Contrato de manutenção com a empresa Sul Imagem. R$ 500 mil. Aceita parcelamento. Contato com Flavia: (19) 3753-5708. (3)

Vende-se aparelho de ressonância magnética da Siemens modelo Magneton C em funcionamento e em excelente

A Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem não se responsabiliza, nem cível, nem criminalmente, pelas informações inseridas nesta seção, sendo estas única e exclusivamente respon-sabilidade do anunciante. A SPR também não possui qualquer participação ou interesse econômico nos negócios efetuados em decorrência dos anúncios.

Como ANUNCIAROs sócios da SPR que estiverem em dia com a semestralidade poderão publicar seus anúncios nesta seção gratuitamente. Os radiologistas que não forem sócios devem pagar uma taxa. Para sócios em dia do CBR, o ônus por publicação é de R$ 200. Já para os radiologistas que não forem sócios nem da SPR nem do CBR, o ônus por anúncio é de R$ 250. O anúncio deve ser enviado até o dia 10 de cada mês, para publicação no mês subsequente. Outras informações: [email protected].

Equipamentos estado de conservação. Valor a combinar. Contato com Paulo: (14) 99754-5900 | 3496-7720. (1)

Vende-se equipamento de Hemodinâmica Advantx LC 2001 – General Eletric, em perfeito estado de conservação, para exames de Cardiologia, Neurologia e Vascular, com nota fiscal em nome da nossa empresa, pois somos únicos proprietários. Contato com Elisabete: 95447-9090. (1)

Vende-se aparelho de densitometria óssea - ano 2014 da marca Hologic, modelo Discovery Wi, Fan Beam. Faz avaliação de massa gorda/magra. Equipamento novo, pouquíssimo uso. Contato com Luciana: (19) 3867-5735. (3)

Vende-se aparelho de ultrassonografia da Toshiba, modelo SSA-580A com Doppler colorido, três transdutores: convexo (eletrônico multifrequencial PVM-375AT), linear (eletrônico multifrequencial PLM-805AT) e endocavitário (multifrequencial PVM-651VT). Guia de biópsia para transdutor endocavitário PVM-651VT, UAGV-024A com função APLIPURE. Ano: 2012. Valor a combinar. Contato com Christiane: (11) 99946-4607. (2)

Vende-se Video Printer Sony preto e branco (R$ 1 mil) e oito chassis de mamo seminovos em excelente estado (R$ 500 cada). Contato com Guarino: (11) 99603-3548 | (11) 45536498. (2)

OportunidadesO Centro de Diagnóstico por Imagem de Porto Ferreira-SP contrata ultrassonografista. Interessados entrar em contato: [email protected]. (2)

Clínica em Campinas com vagas para médicos ultrassonografistas. Interessados devem enviar currículo para: [email protected]. (3)

Procura-se profissional para agendas exclusivas de USG Doppler, em Praia Grande (SP). Sala com ar condicionado, auxiliar e digitador. Remuneração por produtividade. Contato com Rodolpho: (11) 99211-5491 | [email protected]. (2)

Precisa-se de médicos com título de especialista em ultrassonografia para trabalhar em clínica de diagnóstico por imagem localizada em Bragança Paulista. Favor enviar currículo resumido, CRM e diplomas de certificação e especialização para: [email protected]. (2)

Page 31: Decreto 157/15 O adeus ao Dr. Lanari do Val

Edição 445 – Setembro de 2015 AGENDA • 31

EVENTOS DA SPR

Informações sobre eventos da SPR: www.spr.org.br ou (11) 5053-6363.Hotel Golden Tulip Paulista Plaza: Al. Santos, 85, São Paulo.Sede da SPR: Av. Paulista, 491, cj. 41, São Paulo.

*Evento com transmissão via web em parceria com a Pixeon; agenda completa das transmissões em: www.spr.org.br/cursos-via-web

OUTROS EVENTOS

15 a 17Santiago, Chile

Congresso Chileno de Radiologia XVIII Congresso Latinoamericano de Radiologia Pediátrica SLARP

sochradi.cl/congreso2015/index.php

8 a 10Centro de Convenções SulAmérica, Rio de Janeiro, RJ

CBR 15 – 44º Congresso Brasileiro de Radiologia / Simpósio CBR-FLAUS de Ultrassonografia Musculoesquelética

www.congressocbr.com.br

11 a 14Montreal, Canadá25º Congresso Mundial de Ultrassonografia em Obstetrícia e Ginecologia

www.isuog.org/WorldCongress/2015

15 a 19Paris, FrançaJornada Francesa de Radiologia

http://jfr.radiologie.fr

OUTUBRO

6 a 7Conselho Regional de Medicina - João Pessoa - Paraíba

I Simpósio Paraibano de Radiologia Pediátrica spedpb.com.br/eventos

NOVEMBRO

Grupos de EstudosÀs 20h, nos dias:

3 Gera*, Germe e Gema – Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

10 Cardio* – Sede da SPR Gene – Hotel Golden Tulip Paulista Plaza15 Geus* – Sede da SPR22 Geped* – Sede SPR

Grupos de EstudosÀs 20h, nos dias:

1 Gera, Germe e Gema* – Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

15 Geto e Gene* – Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

20 Geus* – Sede da SPR Gecape – Hotel Golden Tulip Paulista Plaza27 Geped* – Sede SPR

Clube Roentgen*Às 20h, no Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

9 História da Imagem Torácica – O Futuro da Imagem Torácica: Previsões e Desafios – Dr. Gustavo Meirelles

MINI CCRP com casos cedidos pela Med Ima-gem sob coordenação do Dr. Douglas J. Racy

Clube Roentgen*Às 20h, no Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

14 Processos Inflamatórios / Infecciosos da Região Cervical – Dra. Eloísa Gebrim

MINI CCRP com casos cedidos pela Santa Casa de São Paulo sob coordenação do Dr. Alexandre Marchini

SETEMBRO OUTUBRO

Curso Online de Radiologia

Disponível somente para alunos inscritos. Favor conferir a programação no site da SPR.

spr.org.br/curso-on-line-de-radiologia/programacao-2015

Curso Online de Radiologia

Disponível somente para alunos inscritos. Favor conferir a programação no site da SPR.

spr.org.br/curso-on-line-de-radiologia/programacao-2015

Clube Manoel de Abreu

18 a 20Botucatu, São Paulo, SP

www.spr.org.br/clube-manoel-de-abreu-botucatu-2015

Clube Manoel de Abreu

30 a 01/11Ribeirão Preto – São Paulo

spr.org.br/clube-manoel-de-abreu

Curso de RadiologiaÀs 20h30, no Hotel Golden Tulip Paulista Plaza, nos dias:

2 Trauma Raquimedular – Dr. Renato Adam Mendonça

16 Anatomia Básica do Pescoço – Espaços Cervicais – Dr. Carlos Jorge da Silva

23 Rinofaringe e Base do Crânio – Dra. Soraia Ale Souza

30 Linfonodos Cervicais – Dra. Silvia Marçal Benício de Mello

Para participar, o aluno deverá estar inscrito no curso e apresentar, obrigatoriamente, sua car-teirinha de sócio da SPR na entrada do evento.

Curso de RadiologiaÀs 20h30, no Hotel Golden Tulip Paulista Plaza, nos dias:

7 Lesões Cervicais Congênitas - Dr. Marcio Ricardo Taveira Garcia21 Glândulas salivares – Dra. Regina Lúcia E. Gomes28 Orofaringe e Cavidade Oral – Dr. Ricardo Pires de Souza

2 a 5Cidade do México, MéxicoXIV Curso Anual de Ultrassom

www.smri.org.mx

5 e 6Centro de Convenções do Hotel Windsor Plaza – Brasília, DFCurso Internacional de Neurorradiologia

http://cbr.org.br/5-e-6-de-setembro-curso-internacional-de- neurorradiologia-brasiliadf

10 a 12Buenos Aires, ArgentinaCAR 2015 – Congresso Argentino de Radiologia

www.congresosar.org.ar

SETEMBRO

SERVIÇO

Alko do Brasil www.alkodobrasil.com.br (21) 2435-9335 / Fax. (21) 2435-9300

• Bird Solution (11) 5016-5509 / www. birdsolution.com.br • Carestream 0800

770 1540 • Digitalmed (11) 2376-0515 / www.digitalmed.com.br • Distrifilm (11)

3043-9400 / www.distrifilm.com.br • E-people (11) 3562-2970 / www.epeople.

com.br • Fujifilm (11) 5091-4000 / 5091-4999 • IBF (11) 2103-2000 / www.

ibf.com.br • Imagem Sistemas Médicos (11) 4133-0053 / www.imagem.med.br

• Konica Minolta (11) 2186-0244 / www.konicaminolta.com.br • Konimagem (11)

2950-1971 / www.konimagem.com.br • Livraria Imagem Médica (11) 5873-3811

/ www.livrariaimagem.com.br • Macsym (11) 2957-7735 / www.macsymtec.com.br/

medica • Mallinckrodt 0800 178 017 • Merge [email protected] / www.

merge.com • Pixeon (48) 3205-6000 / www.pixeon.com / (11) 2146-1300 / www.

medicalsystems.com.br • Toshiba (11) 4134-0000 / www.toshibamedical.com.br

• WTT Tecnologia e Consultoria (11) 4304-7303 / [email protected] • 2M

Solutions (11) 4438-6891 / www.2msolutions.com.br.

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