débora dias, selma pereira e vera rocha

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DÉBORA DIAS, SELMA PEREIRA E VERA ROCHA A CRIANÇA AUTISTA E A LINGUAGEM UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA PÓS –GRADUAÇÃO FORMAÇÃO ESPECIALIZADA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL: DOMÍNIO COGNITIVO E MOTOR TURMA 3 2010 Ponta Delgada

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Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha. A CRIANÇA AUTISTA E A LINGUAGEM UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA PÓS –GRADUAÇÃO FORMAÇÃO ESPECIALIZADA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL: DOMÍNIO COGNITIVO E MOTOR TURMA 3 2010 Ponta Delgada . CAUSAS. DEFINIÇÃO. DIAGNÓSTICO . A CRIANÇA AUTISTA E A LINGUAGEM. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

DÉBORA DIAS, SELMA PEREIRA E VERA ROCHA

A CRIANÇA AUTISTA E A LINGUAGEM

UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA

PÓS –GRADUAÇÃO FORMAÇÃO ESPECIALIZADA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL: DOMÍNIO COGNITIVO E MOTOR

TURMA 3 2010

Ponta Delgada

Page 2: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

DEFINIÇÃO

A CRIANÇA AUTISTA E A LINGUAGEM

CAUSAS DIAGNÓSTICO

INTERVENÇÃO E TRATAMENTOCARACTERÍSTICAS

AVALIAÇÃO

Page 3: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

AUTISMO: SEMPRE UNICO, TOTALMENTE INTERESSANTE, ÀS

VEZES MISTERIOSO

Page 4: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

AUTISMO ... O que é?

Desordem neurológica que afecta o modo

como o cérebro recebe, processa, usa e/ ou

transmite informação.

Integra o grupo de perturbações

colectivamente designado por

PERTURBAÇÕES GLOBAIS DO

DESENVOLVIMENTO

Page 5: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

PGD

Perturbação Autista

(Autismo)PGD não autistas

Síndrome de

Asperger

Síndrome X frágil

Síndrome de Rett

Perturbação desintegrativa da segunda infância

Perturbação global do desenvolvimento

SOE

Page 6: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

Diferentes abordagens às causas do autismo

Teoria Psicogenética

Rejeição precoce da criança por parte dos pais.

Actualmente é pouco credível

Teoria Biológica

Combinação de factores: • Genéticos; • Complicações durante o parto e gravidez

Anomalia na estrutura e

funcionamento do cérebro

Page 7: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

DSM-IV (Diagnostic and

statistical Manual of Mental Disorders)

O indivíduo tem de responder

positivamente a seis dos doze

critérios

Dois critérios positivos na área das actividades e

interesses atípicos

Dois critérios positivos de

dificuldade na área da comunicação

Dois critérios positivos de

dificuldade na área social

AUTISMO: DIAGNÓSTICO

Page 8: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO(1)

· Dificuldade quanto ao relacionamento com pessoas, objectos ou eventos;· Uso invulgar de brinquedos ou objectos;· Incapacidade de estabelecer interacções sociais com outras crianças;· Incapacidade de ter consciência dos outros;· Relacionamento em que os outros são tratados como objectos inanimados;· Contacto visual difícil sendo normalmente evitado;· Incapacidade para receber afectividade;· Intolerância a contactos físicos;· Dependência de rotinas e resistência à mudança;· Comportamento de auto-estimulação;· Comportamentos que conduzem danos próprios, como bater persistentemente com a cabeça;· Vocalizações não relacionadas com a fala;· Ecolália imediata ou retardada.

Existem síndromes que apresentam características comportamentais semelhantes às do autismo, conduzindo a falsos diagnósticos.

Page 9: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO (2)

Não existem duas crianças com autismo

iguais

Os indivíduos não apresentam todos os sinais e

sintomas associados ao

autismo

SÍNDROMA

Page 10: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

A criança autista apresenta:

Dificuldade na interação

social

Competências de

comunicação pobres

Défice intelectual

Comportamentos ritualistas/

compulsivos

Vinculação a determinados objectos;Preocupação fixa numa parte de um

objecto;Ansiedade perante mudanças de

ambiente;Maneirismos motores estereotipados

e repetitivos;Interesses muito restritos e

estereotipados

Page 11: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

Auto-isolamento socialEU

• Falta de interesse em estabelecer amizades

PARES

• Ausência de consciência dos sentimentos dos outros• Dificuldade em imitar

CONTACTO INTERPESSOAL

• Relação instrumental

• Vinculação atípica

PAIS

DESENVOLVIMENTO SOCIAL NO AUTISMO

Page 12: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

Comunicação não verbal (ausência de)• Gestos;• Olhar persistente;• Uso do espaço;• Expressão de emoções;

Comunicação verbal

• Atraso e perda da linguagem;• Ecolália e uso anormal da linguagem;• Pragmática linguística;

DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM NA CRIANÇA

AUTISTA (1)

Page 13: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL A criança autista não possui uma teoria da mente, que consiste na capacidade de saber que o que está a pensar está a ser transmitido a alguém, através de expressões faciais ou dos gestos, e sem o uso de palavras.

A criança com autismo desenvolve o conduzir pela mão ao invés do apontar. Ou seja, pega na mão do adulto e o dirige para aquilo que quer que a mão manipule – utilização instrumental da mão.

Ausência de contacto ocular: a criança apresenta um contacto ocular anormal, que pode assumir a forma de olhar ausente ou de olhar muito breve.

Para a criança com autismo aproximar-se demasiado de outras pessoas parece ser difícil e ameaçador; Crianças com autismo tendem a manter distâncias maiores entre elas e os outros; Numa actividade a criança com autismo tem maiores probabilidades de se manter de costas viradas para os outros.

A criança autista expressa pouca emoção; Sorriso sem significado social; Tom de voz atípico:

• Atonal;• Monótono;• Estridente;

• Sem modulação;OU SEJA

A criança não consegue compreender o significado emocional que o tom de voz confere ao que está a ser dito

DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM NA CRIANÇA

AUTISTA (2)

O USO DO GESTOOLHAR

PERSISTENTEO USO DO ESPAÇO EXPRESSÃO DE EMOÇÕES

Page 14: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

• Desenvolvimento inicial da linguagem lento;• Verbalização de palavras associadas a centros de

interesse ou objectos afectivos (palavras estereotipadas);

• Perda ou estagnação da linguagem;• Linguagem instrumental e provocada em vez de

expressiva e espontânea;• Mutismo.

IMEDIATA: repetição daquilo que a criança acabou de ouvir;

RETARDADA: Ocorre quando aquilo que foi ouvido num determinado momento do passado é repetido pela

criança;• Uso do “tu” em vez do “eu”;

• Falta de iniciativa para iniciar ou manter um diálogo;• Ausência de imaginação e de fantasia.

• Verifica-se a presença dos conteúdos necessários para a conversação, mas o indivíduo autista não compreende bem a forma como deve expressar o pode ter para dizer.

DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM NA CRIANÇA AUTISTA (3)

COMUNICAÇÃO VERBAL : ASPECTOS ATÍPICOS

ATRASO E PERDA DA LINGUAGEM

ECOLÁLIA E USO ANORMAL DA LINGUAGEM PRAGMÁTICA LINGUÍSTICA

Page 15: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

Apesar do atraso intelectual não ser global verificam-se alteração em várias funções cognitivas:

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NA CRIANÇA AUTISTA

Défice intelectual

Défice de abstracção e compreensão

de regras

Dificuldade em processar e

elaborar sequencias temporais

Défice na consciência das emoções e dos

sentimentos dos outros

Dificuldade para

compreender estímulos

multissensoriais

Page 16: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

80% das crianças com autismo apresenta um certo grau de deficiência mental

Deficiência mental ligeira a moderada

Uma percentagem menor apresenta uma deficiência mental grave ou profunda

Dos 20% das crianças que não apresentam deficiência mental, cerca de

dois terços denota níveis normais de inteligência não verbal , apresentando

défices no domínio da inteligência verbal

Quando crescem, 10% das crianças com autismo denota um funcionamento

normal no domínio não verbal e verbal.

DADOS: DÉFICE INTELECTUAL

Page 17: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

A avaliação permite apurar

Quais os comportamentos que fazem parte

do quadro de autismo

Quais os comportamentos associados a um

certo grau de deficiência

mental

Grau de autismo do indivíduo

Quais os comportamentos

que constituem um reflexo da maneira de como a criança age como forma de compensar os seus

défices

Quais os blocos

específicos a desenvolver

Quais os comportamentos que constituem

traços de personalidade

A AVALIAÇÃO NA CRIANÇA AUTISTA (2)

Page 18: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

A AVALIAÇÃO NA CRIANÇA AUTISTA (1)

Aplicação de provas estandardizadas, tais como:

CARS

PEP (Perfil Psicoeducacional)

WISC (Weschsler Intelligence Scale for Children)

Portage (escala de desenvolvimento)

Teste de Brunet-Lézine

Page 19: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

INTERVENÇÃO NA ÁREA DE COMUNICAÇÃO E INTERACÇÃO

1º REQUISITO: o educador tem de existir no mundo da criança autista, de modo que esta seja capaz de compreender tudo aquilo que lhe é pedido.

· Manter um relacionamento facilmente compreendido pela criança, com rotinas estruturadas e estabelecidas;· Estabelecer os limites necessários, fornecendo instruções verbais e não verbais claras;· Ser claro em ordens de instruções;· Ter uma atitude directa na planificação e na duração das atitudes;· Promover jogos e actividades que envolvam interacção social e contacto físico;· Tentar manter um contacto visual enquanto interage com a criança, não o force, ou seja, evite dizer “Olha para mim” enquanto tenta falar com ela;· Modelar comportamentos adequados para actividades lúdicas, começando no seu nível de desempenho.

COMO?

Page 20: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

ENSINAR COMPETÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO A CRIANÇAS COM AUTISMO (1)

Terapeuta da fala

ESTIMULAR A LINGUAGEM: UM DESAFIO

Page 21: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

ENSINAR COMPETÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO A CRIANÇAS COM AUTISMO (2)

COMO?“O primeiro passo na aprendizagem de como ensinar competências de comunicação a crianças com autismo é reconhecer que o momento em que a criança deseja algo é o momento em que a janela de acessibilidade à aprendizagem da língua está mais aberta” (Siegel, 2008, p. 329)

Partir sempre de centros de interesse da criança como factor motivacional para a comunicação

Page 22: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

·Acompanhar a linguagem verbal com acções físicas e sinais não verbais;·Encorajar a linguagem social; ·Falar com a criança ao nível da sua idade linguística; · Usar desenhos para aumentar o vocabulário da criança e para contar histórias;· Cantar instruções à criança;· Contar e reproduzir histórias sociais a fim de preparar a criança para situações reais;· Realizar jogos que envolvam cantar e entoar cantilenas;· Usar fantoches;· Ler histórias simples, atribuindo particular importância à sequência;· Usar jogos de associação;· Providenciar experiências visuais e tácteis, sempre que introduzir uma ideia nova; · Apresentar objectos reais.

ENSINAR COMPETÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO A CRIANÇAS COM AUTISMO (3)

Page 23: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

Jogos com sequencias fixas de objectos

Jogos para reprodução de objectos em sequências

fixas

Jogos de faz de conta

Jogos de simulação de actividades que se

realizam com um objecto dado em sequencias fixas

ou variáveis

Jogos para reprodução de objectos em sequências

variáveis

Jogos com objectos que apresentam poucas semelhanças mas que desempenham as mesmas funções que um objecto dado, em sequencias fixas ou variáveis

Promover o processo de

simbolização e o jogo simbólico pela

via do lúdico

ENSINAR COMPETÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO A CRIANÇAS COM AUTISMO (4)

Page 24: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

O uso de métodos alternativos de comunicação incentiva a linguagem verbal em crianças com autismo.

SISTEMAS AUMENTATIVOS DE COMUNICAÇÃO

INCLUEM O USO DE:

Gestos naturais: orientação do corpo, apontar, tocar, olhar fixamente , makaton, e língua

gestual

Tabelas de comunicação

bidimensionais e tridimensionais

Intercâmbio de figuras ou objectos . A criança consegue o que quer mostrando a figura

ao adulto para que este a troque pelo original.

Quadros com fotografias que ilustram diferentes

actividades da rotina diária

Quadros com figuras em que a criança diz o que quer apontando para a

figura

Page 25: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

Não esquecer ...(1)

· Não espere grandes períodos de concentração durante a aprendizagem. Recompense esses períodos com coisas do agrado da criança, tais como:

- Música- Livros- Brinquedo preferido- Cadeira de baloiço

· Use a repetição e diferentes meios para assegurar que o conceito foi compreendido correctamente.

Page 27: Débora Dias, Selma Pereira e Vera Rocha

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bautista, R., (1993). Necessidades Educativas Especiais. Lisboa: Dinalivro.

Paasche, C., et alii (2010). Crianças com Necessidades Educativas Especiais em Contexto de Educação de Infância. Porto: Porto Editora.

Siegel, B., (2008). O mundo da criança com autismo: compreender e tratar perturbações do espectro do autismo. Porto: Porto Editora.