debate sobre conflito promove a pazgoso/que a palma da tua mão mostrou”. arte, debate e reflexão...

11
Foto: Felipe Farias www.joaoxxiii.com.br #32 Jornal do Colégio João XXIII - Novembro de 2019 Um cabo de guerra vira varal de palavras e a primeira a ser pendurada é “paz”. Assim encerrou o “Seminário Educação em Tempos de Conflito” que celebrou os 55 anos do Co- légio João XXIII. Realizado no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa do Esta- do do Rio Grande do Sul, o encontro reuniu cerca de 500 participantes interessados em debater os desafios do atual momento bra- sileiro. Como chamou a atenção o educa- dor espanhol Miguel Arroyo – palestrante do evento – “é preciso olhar para dentro e para fora, abrir portas e janelas se quisermos nos entender”. Em outras palavras: o debate so- bre o conflito promove a paz. Debate sobre conflito promove a paz

Upload: others

Post on 14-Oct-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Debate sobre conflito promove a pazgoso/Que a palma da tua mão mostrou”. Arte, debate e reflexão Tanto a mostra de arte do saguão quanto o cortejo anunciaram aos parti-cipantes

Fo

to: F

elip

e Fa

rias

www.joaoxxiii.com.br

#32Jornal do Colégio João XXIII - Novembro de 2019

Um cabo de guerra vira varal de palavras e a primeira a ser pendurada é “paz”. Assim encerrou o “Seminário Educação em Tempos de Conflito” que celebrou os 55 anos do Co-légio João XXIII. Realizado no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa do Esta-do do Rio Grande do Sul, o encontro reuniu cerca de 500 participantes interessados em debater os desafios do atual momento bra-sileiro. Como chamou a atenção o educa-dor espanhol Miguel Arroyo – palestrante do evento – “é preciso olhar para dentro e para fora, abrir portas e janelas se quisermos nos entender”. Em outras palavras: o debate so-bre o conflito promove a paz.

Debate sobre conflitopromove a paz

Page 2: Debate sobre conflito promove a pazgoso/Que a palma da tua mão mostrou”. Arte, debate e reflexão Tanto a mostra de arte do saguão quanto o cortejo anunciaram aos parti-cipantes

Fotos Seminário (pg. 2-11): Felipe Farias e Matheus Piccini.

32

No meio do caminho tinha uma florUma flor descobre uma rachadura e

teima em nascer, desafiando a dureza do cimento. A imagem-símbolo do “Semi-nário Educação em Tempos de Conflito” resumiu o evento realizado no sábado chuvoso de 31 de agosto. Com esta co-rajosa e plural reflexão, o encontro cele-brou os 55 anos da Escola, fundada em 1964, ano do golpe civil-militar brasileiro. Na ocasião, palestrantes com reconhe-cido trabalho na área educacional no país e no exterior falaram a profissio-nais de educação, instituições de ensino e estudantes, contando, inclusive, com tradução para linguagem de sinais (Li-bras). Além dos debates, música, arte e

FALA, JOÃO - Jornal do Colégio João XXIIIEdição 32 - novembro de 2019

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL JOÃO XXIIIPresidente: Aline Carraro Portanova Diretora de Comunicação: Cristina Toniolo Pozzobon Dir. de Obras e Patrimônio: Ricardo de Almeida Collar Diretor Financeiro:denilson Gonçalves De Oliveira Diretor Jurídico: Amarildo Maciel Martinsn

EQUIPE TÉCNICA DO JORNALReportagens e Redação: Rosina DuarteAssessoria de Imprensa: Luana D. de Castro AlvesDiagramação e Editoração: D. MedeirosColaboração: Miguel Cury, Auxiliar da BibliotecaFotos: Audiovisual João XXIIIRevisão: Profa. Carmen Lucia Pacheco de Araújo

poesia produzidas pela comunidade es-colar traduziram a proposta pedagógica do Colégio, uma obra educacional em permanente construção protagonizada por mentes livres.

A arte saudou os quase 500 partici-pantes do Seminário que, já no saguão de entrada, depararam-se com uma exposição de trabalhos dos estudan-tes organizada pelas professoras Cla-risse Normann e Luciana Beckel. Pouco depois, foram chamados para o início das atividades por uma sineta – anti-go símbolo das escolas e também da resistência dos professores durante manifestações reivindicatórias, muitas

delas lideradas por uma das fundadoras do Colégio, Zilah Totta.

“A educação é o ponto em que deci-dimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável, não fosse a renovação e a vinda dos novos e dos jovens”. A frase de Hannah Arendt deu início e o tom do Seminário, apresentado por Paolo Fran-ciozi Pinto e Melissa Klein Abreu, ambos professores do João XXIII. Na sequên-cia, foi apresentado um vídeo, narran-do a história e a filosofia pedagógica do Colégio. O som do tambor– no ritmo da batida de um coração - ao final da filma-

gem, fundiu-se a outro toque de percus-são capaz de surpreender os presentes por ter soado bem ao fundo, na porta de entrada do teatro.

Mas o tambor não vinha só. Ele mar-cava o compasso de um alegre cortejo integrado por estudantes, professores, pais e funcionários com roupagens co-loridas, fitas ondulantes, flores nos ca-belos, chapéus e sombrinhas nas cores do arco-íris, simbolizando a diversida-de. Montada à imagem e semelhança dos espetáculos de saltimbancos, a fa-rândula invadiu o auditório cantando e convidando os presentes a acompanhar a contagiante “Ó Abre Alas”, a primeira marchinha de carnaval da história, com-posta por Chiquinha Gonzaga.

No meio do caminho, fizeram alto e

entoaram uma espécie de convocatória: “Abram alas para a arte!”; “Abram alas para a paz!”, “Abram alas para a Edu-cação!”, “Abram alas para a liberdade!”, “Abram alas para a vida!”, “Abram alas para a solidariedade!”, “Abram alas para a diversidade!”, “Porque sem diversidade, não há vida ... e sem diversão, também não!”. Depois desta curta parada, segui-ram para o palco, onde cantaram e dan-çaram “Eu quero é botar meu bloco na rua”, de Sérgio Sampaio. Terminada a pri-meira parte do espetáculo, os integran-tes da banda J23, ensaiados pelo pro-fessor Marcello Soares. A música “Bete Balanço”, de Cazuza, traduziu a voz da adolescência, marcada pelo sonho, pela ousadia e pela incerteza: “Pode seguir a tua estrela/O teu brinquedo de star/

Fantasiando em segredo/O ponto aonde quer chegar/ O teu futuro é duvidoso/ Eu vejo grana, eu vejo dor/No paraíso peri-goso/Que a palma da tua mão mostrou”.

Arte, debate e reflexãoTanto a mostra de arte do saguão

quanto o cortejo anunciaram aos parti-cipantes que os debates não seriam as únicas formas de refletir sobre o tema em questão – Educação em Tempos de Conflito. A arte, como meio de expres-são e transformação estaria presente em todo o evento, protagonizada pelos estudantes e pelos professores, como acontece no João.

Assim, todos os temas abordados foram mesclados com poesia, música e mensagens de crianças e adolescentes. O discursos da Diretora do Colégio, Már-cia Valiati, marcou a abertura do Semi-nário antes da primeira mesa da manhã, “Diversidade na educação: uma discus-são necessária”. Logo após o almoço, os participantes foram recebidos por um recital de flauta no saguão. Como o flautista Hamelin, Leonardo Winter – in-tegrante da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) – conduziu os presentes ao auditório, ao som de “Trenzinho cai-pira”, de Heitor Villa-Lobos.

No palco, ainda antes da aguarda-da palestra do professor Miguel Arroyo “Imagens quebradas – Trajetórias e tem-

A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável, não fosse a renovação e a vinda dos novos e dos jovens

Hannah Arendt

Page 3: Debate sobre conflito promove a pazgoso/Que a palma da tua mão mostrou”. Arte, debate e reflexão Tanto a mostra de arte do saguão quanto o cortejo anunciaram aos parti-cipantes

54

Precisamos falar sobre racismo, homofobia e infâncias roubadas

pos de alunos e mestres”, nova surpresa estava reservada aos presentes. Franco Premaor Gullo e Théo Flores Ferrari de Lima, ambos do 6C, recitaram um cordel escrito por eles e a contadora de histó-rias Fabiana Souza apresentou uma per-formance em torno da poesia “Era uma vez um sonho”, de sua autoria, acompa-nhada pelo percussionista Beto Silva.

Miguel Arroyo, foi aplaudido de pé antes e depois de sua fala direta e des-temida. “Outro dia me convidaram para falar sobre a paz nas escolas e eu não fui. Mas quando soube que o tema, aqui, era o conflito, eu pensei: vou lá, porque os conflitos fora da escola sempre chegam à escola e precisamos falar sobre eles”.

Jovens voltaram ao palco após a ins-tigante mensagem de Arroyo. “Elas deci-dem suas atitudes/ Não têm medo nem das maiores altitudes/ Não precisam de ninguém pra dizer suas virtudes/Podem ser dóceis ou podem ser rudes”, decla-mou Isabela Carello Becker (8C), criadora da poesia “As Garotas do Século Vinte Um”. Isabela dividiu o palco com Stella Ziliotto Farias (1A) que, em nome dos es-tudantes do Colégio, deixou sua mensa-gem lembrando a participação ativa da meninada na vida escolar por meio de seus órgãos de representação: Grêmio

estudantil (Gej) e Conselho de Alunos.A próxima mesa – “Educação, Vi-

vências e Aprendizagens” – arrematou os debates, seguindo-se a fala da Pre-sidente da Fundação Educacional João XXIII, Aline Portanova. Ainda não era a despedida. A tarde reservava uma sur-presa. O gran finale do Seminário ficou por conta do poeta, cancionista, ins-

trumentista, doutor em Escrita Criativa Aplicada à Canção (UFRGS) e vencedor do prêmio Açoriano de Música 2019 (ca-tegoria MPB/disco) Richard Serraria, pai da Escola. A apresentação foi uma prévia de seu show – então inédito - “Poesia para todo sampler”. A canção e a pala-vra ganharam uma dimensão sensorial na forma de paisagens visuais/sonoras criadas a partir da voz, da percussão, do violão e do sampler (equipamento que armazena sons em uma memória ele-trônica e, posteriormente, os reproduz um a um ou de forma conjunta). Entre as músicas executadas, uma era quase profética. Falava na Amazônia em cha-mas exatamente na semana em que a floresta queimava devido aos incêndios criminosos.

Mesmo atuando em uma apresenta-ção solo, Serraria não estava sozinho. Crianças e adolescentes o cercaram no palco, dançando e fazendo mímicas das brincadeiras infantis, incluindo um cabo de guerra logo transformado em varal de palavras-mensagens escritas por elas e também pela plateia, que recebeu pa-peis brancos e canetas coloridas das mãos dos estudantes, enquanto o mú-sico cantava “Palavra gota de sereno”. “Paz”, “amor”, “solidariedade”, “empatia” “diversidade”, “liberdade” pediu a guriza-da. “Liberdade”, “diversidade”, “empatia”, “solidariedade”, “amor”, “paz”, ecoaram os participes do seminário.

Malala Yousafzai, a me-nina paquistanesa – que de-safiou a morte pelo direito de estudar – costuma dizer que “A diversidade promove a tolerância e garante que as crianças possam sonhar”. Por isso, “Diversidade na Educa-ção: uma discussão necessá-ria” foi o tema escolhido para abrir o Seminário “Educação em Tempos de Conflito”. A primeira mesa do encontro reuniu a Dra. Leni Dornelles, professora e pedagoga (UFR-GS); o Dr. Gerson Pinho, pro-fessor e psicanalista; e a Dra. Gladis Kaercher, professora (UFRGS); Coordenadora da UNIAFRO e PNAIC, contando com mediação da psicóloga e orientadora educacional do Colégio João XXIII, Maria Fernanda Hennemann.

Infâncias. No plural. As-sim os primeiros anos de vida dos brasileiros precisam sem compreendidos, pois exis-tem múltiplas formas de ser criança. Identificar esta diver-sidade e compreendê-la na

complexidade dos contextos sócio-históricos foi a fala de Leni Dornelles, que desta-cou os grupos que merecem atenção especial por parte das escolas e da sociedade como um todo.

Há meninos e meninas à margem de tudo, sobrevi-vendo em lugares insalubres, sem família e mendigando ali-mentos. Existe quem traba-lha desde cedo ou se pros-titua antes da puberdade; os “diferentes” excluídos na sociedade e nas escolas; os submetidos ao perigo cons-tante, seja por maus tratos familiares, seja por viverem em locais de risco; os “filhos

da guerra”; os submetidos ao fundamentalismo religioso; os filhos de indígenas e de famílias negras; os institucio-nalizados, que têm seus cor-pos controlados e vigiados. É preciso considerar, ainda, a chamada Cyberinfância - em que as novas tecnologias as-sumem papéis de babás ele-trônicas – assim como a uti-lização dos brinquedos como meios de “normalizar” corpos e mentes. Isso sem falar nas duas pontas equivocadas da educação familiar – libera-lização geral ou submissão absoluta.

Em muitos casos, inter-preta Leni, trata-se de uma

nova versão da Roda dos Expostos, onde os órfãos, in-desejados e rejeitados eram despachados à porta das ca-sas de caridade. Ao retratar tal situação, ela citou o dile-ma histórico do “Fazer viver ou deixar morrer”.

Identidade de gêneroEntre os inúmeros fatores

que constituem o desenvol-vimento humano, existe a identidade de gênero, como destacou Gerson Pinho, que compartilhou a primeira mesa do Seminário com Leni. “En-quanto o sexo é anatômico e biológico, o gênero é deter-minado por muitas variáveis”, chamou a atenção. A adoles-cência é um grande momento paradigmático: “O adolescen-te é uma tecelagem, a verda-deira metamorfose ambulan-te de Raul Seixas, já tirou a roupagem da infância, mas ainda não colocou a roupa definitiva do adulto. Vive en-

Page 4: Debate sobre conflito promove a pazgoso/Que a palma da tua mão mostrou”. Arte, debate e reflexão Tanto a mostra de arte do saguão quanto o cortejo anunciaram aos parti-cipantes

76

tre um duplo movimento de se individualizar e de se co-letivizar. Está aberto a todas as possibilidades, pode ima-ginar qualquer coisa. É um tempo de grandes liberdades e grandes angústias”. Para Pi-nho, tanto o trabalho clínico quanto o da escola deve au-xiliar este delicado processo de travessia.

Ele citou Judith Butler – professora universitária esta-dunidense ao ressaltar que o gênero é um ato performa-tivo, sendo constituído por meio de atos, palavras e dis-cursos. Atualmente, disse, os gêneros deixaram de ser bi-nários e se tornaram plurais.

Combate ao racismoSe as infâncias e as iden-

tidades de gênero são plurais, a situação não é diferente com relação às questões ra-ciais. Ao falar sobre o tema, a professora – que faz questão de ser assim apresentada – Gládis Kaercher – utilizou o termo “heterofonia do racis-mo”. “No Brasil, o racismo tem

Pequena grande ZilahGreve do magistério, Porto Alegre, governo Amaral de Souza, anos 80, último suspiros da Ditadura Militar. A menina caminhava ao lado da mãe, professora, que segurava a sua pequena mão de uma forma nervosa, diferente do habitual. Ela tinha vencido a resistência do marido, policial, que, ao saber de sua intenção de levar a criança à manifestação, havia protestado: ‘Tá maluca? É muito perigoso!’. Não deu ouvidos. Queria a filha assis-tindo àquele momento histórico. Na praça, a multidão, a sineta, as palavras de ordem, PMs armados por todo o lado. A guriazinha, de olhos arregalados, sentia o coração batendo forte. De repente, a multidão explodiu em palmas quando uma senhori-nha franzina pegou o megafone. A mãe apertou a sua mão ainda mais forte, enquanto murmurava emocionada: ‘Olha bem, esta é a grande Zilah”. Mesmo sem entender como uma pessoa tão baixinha po-deria ser grande, acreditou na mãe, porque a praça inteira calou para ouvir a voz da pequena-grande mulher. Já adulta, saberia que aquele momento exato a constituiu professora. Anos mais tarde, seria convidada a falar em um encontro organizado por uma escola fundada por Zilah. (Recordações de Gládis Kaercher contadas durante o Seminário)

muitos sons que parecem destoar, mas funcionam de forma harmônica”, disparou. Estes sons estão divididos em dois movimentos: individual e institucional. Ela exemplifi-cou: “Quando alunos de uma escola escrevem um bilhete, chamando uma colega de ‘macaca’, trata-se de racis-mo individual, mas torna-se institucional quando a escola não toma uma atitude”.

Gládis desconstruiu di-versas armadilhas racistas camufladas na sociedade brasileira e disse que é mais confortável fugir do tema ar-gumentando que o racismo é uma causa ideológica. Para a professora, é impossível ne-gar que as famílias cresceram e foram educadas na lógica do racismo. Reverter tal pro-cesso é doloroso e deve ser ensinado. “Precisamos fazer o exercício do ventilador de pa-rede, de virar o pescoço para os lados. Por que vemos pou-cas professoras negras aqui neste seminário? Por que não existem negros no restauran-te onde nós vamos? Temos que enxergar o filigrana, as

rendas do racismo”, provocou. Tratando-se de educa-

ção, a postura de redescobrir a educação humanista e de admitir “sim, somos uma so-ciedade racista e temos que adotar uma postura mais hu-milde” é fundamental, prega Gládis. Ela reconhece a difi-culdade de mediar os con-flitos raciais na sala de aula, sem agir como avestruzes, escondendo a cabeça num buraco e deixando o tema passar batido, à espera de uma solução milagrosa. É absolutamente imprescindí-vel ficar alerta, não apenas

na sala de aula, como nas atividades cibernéticas dos jovens, acredita.

Ao responder um ques-tionamento da plateia sobre possíveis atitudes práticas, ela respondeu: “Nomear sem medo é um início promissor. Não é preciso chamar as pes-soas de racistas, mas tem que ser dito: ‘Esta tua fala – ou atitude – é racista’. E o diálogo não pode se limitar aos envolvidos diretamente, devendo se ampliar no am-biente. Preconceito não se desconstrói com sermão e sim com diálogo”.

A educação brasileira entrou no túnel do tempo e voltou ao período do “Ter-ra à vista”, diagnosticou o sociólogo e educador Miguel Arroyo. Em sua pales-tra “Imagens Quebradas –Trajetórias e Tempos de Alunos e Mestres” o mestre espanhol defendeu a necessidade de en-frentar conflitos, posicionar-se contra as injustiças e de combater os preconceitos contra oprimidos e segregados. “A escola não é um quintal rodeado de bandeirolas brancas onde reinam as flores e o amor. Não é um lugar pacífico. Precisamos enfrentar os conflitos sem reduzi-los ao terreno interpessoal, pois eles são gera-dos pelo Estado, na brutalidade do viver mal, do oprimir. Nossa pedagogia deve ser a da indignação. Tomem partido, por favor!”, provocou.

Durante a palestra – que contou com a mediação de Ianne Ely Godoi Vieira, Coordenadora Pedagógica da etapa de 1º a 5º ano do Ensino Fundamental do Colégio João XXIII – Arroyo fez uma lis-ta das “desumanidades” geradoras dos conflitos desde o momento em que os europeus chegaram ao Brasil. “Como foi feita a representação da primeira mis-sa, por exemplo? Com indígenas subi-dos nas árvores como animais. Como foi a educação dos jesuítas? Eles não vieram para educar, mas para ensinar submissão. E isso está ocorrendo no-vamente”, disparou.

Ao analisar o momento atual bra-sileiro, manifestou indignação. “Hoje

“Tomem partido, por favor!”

se decreta qual a vida que merece ser vivida e a que não merece ser vivida”, interpretou. Para ele, antes de qualquer direito, deve-se lutar pela vida: “Nós lutamos pela educação, porque a edu-cação é vida. Uma mãe de periferia não leva o filho à escola para aprender. Ela leva para viver. A educação existe para cuidar de vidas”.

Por isso, destacou, a educação é sempre a primeira a ser “reformada”. Arroyo fez um chamamento: “Quando vidas estão ameaçadas, a pedagogia da escola está ameaçada. É nosso de-ver reagir à visão passada pela mídia de que a escola é um lugar de violência. A escola não é violenta, os pobres não são violentos. A sociedade é violenta. Temos que combater a pedagogia do medo, pois é terrível propagar o medo para justificar a violência de Estado”.

O palestrante relacionou o des-monte da educação pública com a manutenção dos privilégios de alguns sobre outros: “Quando a universidade é atacada pelo governo, não é a uni-versidade que está sendo alvo, mas quem deveria ser subordinado e luta para ser reconhecido”. Ele finalizou com um conselho provocativo: “Se você não aguenta mais o seu aluno porque ele é violento, se você critica uma mãe pobre por deixar seus filhos sozinhos em casa enquanto trabalha e por não compare-cer à escola ao ser chamada, troque de profissão, por favor!”

Page 5: Debate sobre conflito promove a pazgoso/Que a palma da tua mão mostrou”. Arte, debate e reflexão Tanto a mostra de arte do saguão quanto o cortejo anunciaram aos parti-cipantes

98

“Aquele que entrar por esta porta deixará para trás toda a esperança”. Essa é a inscrição da porta do infer-no no livro “Divina Comédia”, de Dante Alighieri, conforme citou o Dr. Cézar Nunes, his-toriador, filósofo, pedagogo, professor e chefe do Depar-tamento de Filosofia e Histó-ria da Educação da Unicamp. Para ele, a desesperança e o pessimismo são “um tiro no pé”. Mas tampouco é o momento de disseminar o otimismo ingênuo. “Nossa redenção não virá pela vonta-de pessoal, tem que ser pela política e tem que ter histó-ria”, opinou, na última mesa do Seminário – compartilha-da com a Dra Jaqueline Moll, Especialista em Educação Integral.

Contando com a media-ção da Orientadora Educa-cional da Educação Infantil e Coordenadora do Serviço de Orientação Educacional (SOP) do João XXIII, Hildair Camera, a palestra da dupla de edu-cadores foi um passeio guia-do pela história da educação brasileira com voos rasantes pelos principais momentos desta saga. “No Brasil, existe um apartheid cultural. Tive-mos intervalos democráticos, mas não somos uma demo-cracia consolidada. E, quando falamos em democracia, fa-lamos de escola para todos e em um mundo onde todos caibam. Falamos de educação integral, falamos sobre um desenho de política educati-

Passeio guiado pela história da educação

colas-fábricas, formadoras de operários na emergente sociedade industrializada.

A “Reforma do Ensino” proposta pela Ditadura Civil--Militar, nos anos 60, tam-pouco redimiu a educação brasileira. Tendo como es-trela-guia o modelo estadu-nidense – por meio do acordo MEC/USAID – ocorreu uma colonização e um desmonte dos salários e da formação dos professores. Nada disso, portanto, pode servir de ins-piração nos tempos atuais, chamou a atenção Nunes, citando a música de Belchior: “O passado é uma roupa que não nos serve mais”.

“Em um momento de pro-funda crise como a que es-tamos vivendo, precisamos olhar o passado para ter cora-gem de reinventar o presente e possibilitar o futuro”, resu-miu Jaqueline Moll. Na con-dição tanto de especialista em educação quanto de mãe da Escola, ela construiu uma ponte entre a história brasi-leira da educação e a histó-ria do João XXIII. “Aqui nes-te Seminário passa um filme na minha cabeça. Depois de

va”, resumiu Jaqueline. Nunes pontuou os prin-

cipais ciclos educativos do Brasil, começando pelos je-suítas e seus assustadores princípios. Fazendo citações em latim e depois traduzin-do, mencionou técnicas de adestramento à obediência, competição e até mesmo práticas cruéis, como o isola-mento dos alunos nos dias da prova. Isso sem falar nas prá-ticas evangelizadoras dentro das escolas, usadas para cris-tianizar os povos originários. A próxima era da educação chegou com a República e não flexibilizou a rigidez dos religiosos. Pelo contrário, sur-giram as escolas-quartéis, tendência que perdurou até o governo de Getúlio Vargas, quando despontaram as es-

nove anos vivendo em Brasí-lia, voltamos a Porto Alegre e começamos a procurar uma escola. Foi justamente Dadá (Hildair, a mediadora do de-bate), minha amiga de longa data, quem intermediou esta aproximação. Nada acontece por acaso. Essa escola é mais do que uma escola. É uma obra em educação, um local de aprendizado, de convivên-cia e de pluralidade inspirado na liberdade das ideias e na solidariedade humana. Nosso desafio é manter viva a chama deste caráter público, mesmo sendo uma escola particular”.

Jaqueline fez questão de frisar que a escola não pode ser jamais um aparelho de do-minação e de domesticação e que a educação não trata apenas do desenvolvimen-to intelectual. “A gente não lida com máquinas, mas com crianças/adolescentes e seus projetos. É preciso desnatu-ralizar o olhar”, enfatizou. E para sublinhar seu ponto de vista, deu um exemplo: “Como vamos saber se uma pessoa sem recursos, de chi-nelo, não é um Beethoven ou um Picasso?”

Poema de CordelÉ a história de dois reinosQue não tinham amizadeBrigavam todo diaSem nada de lealdade

A guerra era esquisitaPor gostos diferentesUm era do chá e outro do caféBem coisa de gente!

Todo dia a mesma coisaGuerreavam sem pararA intriga era absurdaDá pra acreditar?

Existia um MaoO Mago do RespeitoFoi a um dos reinosDizer que respeito é um direito!

Esse mago era velhoTinha mil anos de idadeParava muitas guerrasCom sua lealdade

Esta guerra era bobagemTanta bobagem que matavaS[o com um feitiçoA guerra parava

No início não entenderamO feitiço do respeitoPara que guerra parasseEsse era o grande jeito!

A guerra parouGraças ao Mago do RespeitoEsse velho sábioQue sabia sobre direito!

Era uma vez um sonhoEra uma vez um sonhoUm sonho de fazer diferenteEm uma época em que era proibido pensarQuatro pessoas se armaram... de coragem para transformarTransformaram um sonho em realidadeCriaram uma escola que inspi-rasse l-i-b-e-r-d-a-deLiberdade de pensarLiberdade de errarLiberdade para serE crer que é possívelQuando ninguém solta a mão de ninguémNão viramos refénsDaqueles que querem nos ver prisioneiro de um sistema au-toritárioNÃO SOMOS OTÁRIOSEm tempos sombriosFiquem atentos aos sinaisMentes livres e corações aber-tos para continuar lutando pe-los nossos ideaisSim. Eles não esperam pelo revideEnquanto eles amam com ar-masNós amamos e nos amamos com livrosEnquanto eles querem aprisio-nar, nós lutamos por libertarMentes cada vez mais livres...Corações cada vez mais aber-tos

Curriculum Vitae de um Seminário de Educação

Proposição:Diretoria de Comunicação da Fundação João XXIII, Diretora Cristina Pozzobon

Organização:Comitê de Comunicação da Escola com participação especial da Direção e Coordenação Pedagógica

Apoio:• Todos os setores do Colégio

Produção:• Rosane Furtado

Assessoria de imprensa:• Ana Lúcia Medeiros

Arte e Produção gráfica:• D. Medeiros

Documentação:• Felipe Farias

edição e fotos

• Matheus Piccinifotos

• Bumbá Produçõesedição e filmagem

Roteiro• Adriano Bassegio

A_Barca Escola de Teatro

• Rosina Duarte

Direção de Arte:• Adriano Bassegio

A_Barca Escola de Teatro

Figurino: • Lisiane de Medeiros

A_Barca Escola da Teatro

Direção musical:• Marcello Soares

Som e luz:• Celito Sonorização

Cofee-breack:• Cantina Zanona

com participação das crian-ças do 1º ano com a nutri-cionista Joseane Mancio Ruschell

Exposição Curadoria:• Clarisse Normann• Luciana Beckel

A poesia é musa inspiradora de diversos projetos pedagógicos da Escola. O cordel, por exemplo, é desenvolvido no 5º ano e, em 2019, foi lançado na Feira do Li-vro de Porto Alegre, em 2 de no-vembro. No mesmo dia, também aconteceu o lançamento da obra Poemundo, do 2º ano

Mestres de cerimônia:• Paolo Franciozi Pinto• Melissa Klein Abreu

Tradução em Libras:• Simone Dornelles• Luiz Daniel Dinarte

Artistas convidados:• Beto Silva• Leonardo Winter• Richard Serraria

Mediadoras:• Maria Fernanda Soledade Hennemann

Orientadora Educacional

• Ianne Ely Godoy VieiraCoordenadora Pedagógica

• Hildair Garcia CameraCoordenadora do Serviço de Orientação Educacional

Palestrantes:• Miguel Gonzalez Arroyo

PhD em Educação pela Stan-ford University e professor titular emérito da Faculdade de Educação da Universida-de Federal de Minas Gerais (UFMG)

• César NunesDoutor em Filosofia e Educa-ção, Livre-Docente em Edu-cação e professor titular de Filosofia e História da Educa-ção da Faculdade de Educa-ção da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

• Jaqueline MollDoutora em Educação pela UFRGS, tendo realizado parte dos estudos na Universidade de Barcelona, e professora ti-tular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

• Leni Vieira DornellesDoutora pela Pós-Graduação em Educação da FACED, Pós-Doutora em Estudos da Criança pela Universidade do Minho em Braga (Portugal) e professora titular da Facul-dade de Educação da UFRGS.

• Gladis KaeercherDoutora em Educação pela UFRGS e coordenadora do UNIAFRO/UFRGS – Política de Promoção da Igualdade Racial.

• Gerson PinhoMestre em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS, psi-canalista membro da Asso-ciação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA), e professor de Pós-graduação nos cursos de especialização em Proble-mas do Desenvolvimento na Infância e Adolescência, Esti-mulação Precoce e Psicomo-tricidade desenvolvidos pelo Centro Lydia Coriat de Porto Alegre.

Page 6: Debate sobre conflito promove a pazgoso/Que a palma da tua mão mostrou”. Arte, debate e reflexão Tanto a mostra de arte do saguão quanto o cortejo anunciaram aos parti-cipantes

1110

É com a esperança de educa-dora que, em nome de toda comu-nidade do Colégio João XXIII, aco-lho cada um e cada uma de vocês neste Seminário que nos convida a um corajoso e dialógico percurso pelos desafios, e pelas possibilida-des da Educação no tempo em que vivemos.

Gosto de pensar que somos to-dos únicos e diversos neste encon-tro. Diversidade que nos convoca ao reconhecimento e ao encontro nas diferenças .

Gosto também de lembrar que aquilo que nos une, acima de toda e qualquer diferença, é a universal e inerradicável condição humana. Somos todos, essencialmente, hu-manos.

Humanos aprendendo a viver e a conviver neste mundo que não só nos é dado, mas é por nós cons-truído.

Temos uma força própria que pulsa dentro de cada singularidade, e nos tornamos mais fortes quando

estamos juntos. Touxe até aqui quatro palavras

que são, não somente, o slogan do Colégio João XXIII, são palavras que traduzem nossa potencialidade no mundo: “únicos, diversos, humanos e fortes”.

É nesta potencialidade que esse Seminário ganha vida, tal qual a semente que brota irrompendo o chão. A vida insiste. Apesar de tudo. Nas rachaduras, nas quebras, nos vãos ... A vida insiste em viver.

Educação em Tempos de Con-flito, assim como a própria vida, remete-nos à imagem da flor rom-pendo a dureza do asfalto.

Assim como a flor, a educação insiste, rompe o terreno árido da incompreensão, brota nas frestas onde germina o diálogo, a empatia e a aprendizagem, sempre buscando a vida. Sejamos flores!

Márcia Valiati

A Diretora do Colégio João

XXIII, Márcia Valiati, e a Pre-

sidente da Fundação Edu-

cacional João XXIII, Aline

Portanova, ofereceram flores

aos presentes no “Seminá-

rio Educação em Tempos de

Conflito”. Foram flores-pa-

lavras, porém. Confira como

cada uma delas acolheu e se

despediu dos participantes

em nome da Escola.

As flores de Márcia e Aline

AcolhidaBoa tarde a todos e a todas! Nós so-

mos uma comunidade!Comunidade de estudantes, educa-

dores, pais, mães, familiares há 55 anos. Nascemos em 23 de agosto de 1964.

Aloysio Achutti, o primeiro presidente da Fundação Educacional João XXIII , nos contou que a escola foi criada para ser uma escola comunitária, mas de fato ela existia nos moldes de uma escola priva-da. Em dado momento, com apenas 400 alunos, passava por dificuldades. O erro estava na origem. Saber disto possibilitou uma mudança que aconteceu em uma noite na casa da ZilahTotta idealizadora do Colégio João XXIII. Ali nasceu a Fun-dação Educacional João XIII, o que pos-sibilitou a escola ser de fato comunitária e a comunidade permitiu a continuidade.

E esse foi um momento de coragem que nos trouxe até aqui.

Ambas iniciativas – criação da escola e a sua transformação em escola comu-nitária ocorreram em meio a um Estado de Direito, não democrático presente a ditadura militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985.

O que demonstra a posição vanguar-dista da escola sempre pugnando pela democracia, pela pluralidade, pelo res-peito à diversidade, à liberdade de ensi-nar e aprender, à pesquisa, à música, à arte, à religiosidade e ao respeito a iden-tidade, pilares da democracia.

Paradoxalmente tais pressupostos que sempre nortearam o João XXIII es-tão hoje em pleno Estado Democrático de Direito ameaçados. Ameaçados por determinados setores retrógrados da so-ciedade que têm como projeto impedir o acesso à educação e reduzir a impor-tância dos processos de conhecimento.

Mas, para nós, a educação sempre foi e continuará sendo um direito social com a função de diminuição das desi-gualdades.

Para a busca do direito à educação a todos os cidadãos, é dever da escola garantir e possibilitar a pluralidade de ideias, descentralizar o conhecimento, sendo facilitadora das conexões entre o estudante e mundo que vive.

Segundo o filósofo iluminista Condo-cet “A verdadeira educação faz cidadãos indóceis e difíceis de governar”. O que significa indivíduos autônomos capazes de crítica de reflexão e questionadores

da injustiça e da desigualdade tão pre-sentes em nossa sociedade.

Estamos aqui para ir além das nos-sas fronteiras físicas e redimensionar o nosso ideário de educação. O desafio agora é reafirmar o compromisso com a educação livre e plural. Manter a esco-la viva e ativa, transformando-se com a comunidade.

“... todos nascemos filhos de mil pais e de mais mil mães, e a solidão é sobretudo a incapacidade de ver qual-quer pessoa como nos pertencendo, para que nos pertença de verdade e se gere um cuidado mútuo. Como se os nossos mil pais e mais as nossas mil mães coincidissem em parte ,como se fôssemos por aí irmãos, irmãos uns dos outros. Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós.” Walter Hugo Mãe.

Agora vocês também fazem parte dessa comunidade!

Obrigada a todos e a todas.

Aline Portanova

“Flor que desabrocha no sertãoTem que ser toda como areiaQue vive ao seu redorConstante solOu então,vai ser mais uma sóMais uma sóMais uma só”(Poema de Nico Nicolaiewsky)

Despedida

Page 7: Debate sobre conflito promove a pazgoso/Que a palma da tua mão mostrou”. Arte, debate e reflexão Tanto a mostra de arte do saguão quanto o cortejo anunciaram aos parti-cipantes

Imagens Matéria (pg. 12-14): Montagens D. Medeiros (fotos Pixabay).

1312

O Comitê Socioambinetal se organi-zou como um grupo de articulação e de saberes voltados para o cuidado pesso-al com a Escola e com a comunidade. Dentro desta proposta, um dos objeti-vos foi repensar e qualificar a gestão de resíduos dentro do Colégio, buscando alternativas junto à Cooperativa Paulo Freire, responsável pela coleta de re-síduos eletrônicos. Também tem como

O futuro é aqui e agora

O Planejamento Estratégico do Colégio João XXIII não foi apenas um Planejamento Estratégico. Ou melhor: foi isso e muito mais. Verdadei-ro mutirão, envolvendo toda a comunidade escolar em torno da idéia de aprimorar o Colégio em todos os senti-dos, acabou tomando a fei-ção de um fórum de diver-sidade, reunindo saberes, opiniões, consultas, pes-quisas, propostas, debates, discussões e, em especial, aproximando os segmentos, pois os comitês se consti-tuíram como grupos mistos de famílias, coordenadores, professores, funcionários e estudantes.A empreitada épica contri-buiu para revigorar o ori-ginal espírito comunitário da escola. Findo, portanto, o assim chamado Planeja-mento Estratégico, no final de 2018, agora o processo responde pelo nome de Projeto 2023 (evolução do Comitê 2023), que tem a missão de avaliar, ajustar e implementar as propos-tas de cada comitê, assim como projetar a Escola em um futuro próximo, ou seja, no ano de 2023. O núme-ro, caso alguém ainda não tenha percebido, é uma alusão e uma homenagem ao próprio nome do Colégio. Acompanhe aqui uma breve descrição dos comitês.

Comitê Socioambiental

proposta qualificar ações no entorno da área escolar, além de produzir um Regi-mento Socioambiental para o João XXIII e um documento sobre Política Alimentar e Nutricional que contou com a partici-pação da comunidade escolar. Dentro deste processo, o comitê intermediou, ainda, uma parceria entre a Cantina Za-nona com produtores da Feira Orgânica do Colégio.

Com a colaboração dos diversos seg-mentos da comunidade escolar, o Comitê de infraestrutura desenvolveu indicado-res capazes de medir a qualidade da in-fraestrutura do Colégio. A partir dessas medições, foram traçadas metas desde 2017 até 2023. Diversas ações já foram realizadas, entre elas o projeto do Prédio 10 (Joãozinho Legal e Educação Infantil), sete salas-estúdios, renovação elétrica do prédio 4 e mudanças no quadro elétrico da Escola.

A comunicação foi um dos primeiros setores da Escola a trabalhar no forma-to de Comitê, reunindo integrantes de vários segmentos para pensar a utiliza-ção das diversas linguagens de forma criativa. Com a proposta de promover a integração da comunidade e divulgar o Colégio – tanto externa quanto interna-mente –, utiliza canais como jornal (Fala João), jornal virtual (Foca), jornal mural (Comelê), Facebook, Instagram e conta-tos com a mídia por meio da assessoria de imprensa. Também se encarrega da produção dos folders, da agenda anual e

No começo do PE, foram formados dois comitês distintos: um de Capaci-tação e outro de Fidelização. Ambos desenvolveram atividades próprias. Ao longo do processo, identificaram-se afi-nidades entre os dois trabalhos e ocorreu a fusão. Entre as ações desenvolvidas, destaca-se um levantamento de dados feito a partir da aplicação de uma ficha de identificação e o projeto da Ouvidoria, ainda em processo de elaboração. O co-

mitê também investiu no mapeamento das visitas das famílias e na identifica-ção de indicadores capazes de orientar para que o acolhimento seja direcionado e melhorado. Outra frente – desenvolvi-da junto com o pedagógico – focou na recepção dos alunos e nas grandes pro-moções da Escola como Mostra Cultural, Festa Junina e Feira do Livro.

Comitê de Inovação e Qualidade de Ensino-apredizagem

O Comitê de Inovação e Qualidade de Ensino-apredizagem se compro-meteu com um processo transforma-dor, ou seja, com uma metodologia intimamente ligada ao projeto peda-gógico da Escola. Assim, desenvolveu uma série de ações e atividades para colher opiniões e montar roteiros de prioridades, bem como de acompa-nhamento do trabalho. Protagonismo, participação, comunicação e identida-de profissional foram alguns dos eixos norteadores do trabalho do comitê, o qual realizou pesquisas com os estu-dantes desde a Educação Infantil até o Ensino Médio com o objetivo de mape-

ar as ideias e necessidades tanto das crianças quanto dos adolescentes. A próxima etapa será a consulta aos professores.

Com relação à infraestrutura do Colégio, destacou-se a necessidade de espaços capazes de proporcionar um ambiente ainda mais criativo de aprendizagem e resultou a demanda das Salas Estúdios, em 2018, e, nes-se ano, das novas salas da 3ª série do Ensino Médio. Em 2019, a equipe do Conselho de Alunos (CA) participa na reestruturação do corredor dos armá-rios e das salas de estudos, espaços priorizados pelos estudantes.

Comitê de Infraestrutura

Comitê de ComunicaçãoComitê de Capacitação e Fidelização

das campanhas promocionais, criando e produzindo peças publicitárias para utili-zação virtual ou física (banners, cartazes, cards, painéis, frontlights, adesivações das vans, anúncios nos jornais, etc), sem-pre norteadas pela proposta pedagógica do Colégio. Em 2019, propôs e articulou, ainda, um grande encontro – Seminário Educação em Tempos de Conflito - que contou com a participação de represen-tantes de toda a comunidade escolar, promovendo a reflexão e o debate sobre o atual momento, assim como o futuro da educação no Brasil.

Antes do Planejamento Estratégico, o Colégio João XXIII já tinha uma Comissão de Filantropia dentro do Conselho Deli-berante. Com a instalação do Comitê de Filantropia, o trabalho cresceu em torno do objetivo de promover a inclusão plena de todos os estudantes, sejam eles bolsistas ou não bolsistas, gerando diferentes ações e atividades.

Comitê de Filantropia

Page 8: Debate sobre conflito promove a pazgoso/Que a palma da tua mão mostrou”. Arte, debate e reflexão Tanto a mostra de arte do saguão quanto o cortejo anunciaram aos parti-cipantes

1514

Comitê de Governança Comitê de Custos

Comitê de Satisfação e Qualificação

O amor foi o personagem principal da 17ª Mostra de Curtas do Colégio João XXIII, que faz parte do projeto multidisci-plinar “João XXIII – Uma escola de cine-ma”. A Mostra – realizada na noite de 10 de outubro no Ginásio de Esportes – con-tou com a participação do Terceirão (3ª série do Ensino Médio) que tomou a ini-ciativa de vender pipoca para arrecadar fundos para a formatura. Mas esta não foi a única novidade do evento. Enquanto os jurados decidiam os vencedores da noite, foi apresentado um documentário com a retrospectiva das edições desde 2002, protagonizado pela estudante Laura Danesi que, com apoio da profes-sora Helena César (de Língua Inglesa), produziu e editou o material, revelando

O amor em cartaz na Mostra de Curtas

talento na área da linguagem visual.Nos curtas participantes, o amor não

se limitou ao romantismo, ele se apre-sentou com as várias faces – lindas, di-versas e perversas – deste sentimento que arrebata os seres humanos desde sempre. Inspirados em contos literários de diversos autores de variadas nacio-nalidades e de diferentes tempos históri-cos, os filmes da meninada levaram à tela interpretações e dramas da vida con-temporânea. As nove produções foram inteiramente produzidas pelos grupos de estudantes da 1ª série do Ensino Médio, incluindo roteiro, figurino, produção, di-reção, atuação e montagem A supervisão e orientação ficou por conta da coorde-nação Pedagógica, dos professores de

Língua Portuguesa, Língua Espanhola, Língua Inglesa, Literatura, Redação, Arte e, ainda, da colaboração de profissionais da área cinematográfica.

Além de serem submetidos ao Júri ofi-cial, os trabalhos também foram assistidos e avaliados pelo Júri Popular, integrado pelos estudantes do 9º ano, 2ª e 3ª serie do EM. Mas, como explicou o professor Ibi-rá Costa, logo no início da cerimônia, bem mais importante do que os prêmios, são as ricas experiências compartilhadas pelos participantes que mergulham fundo nas dores e nas delicias da produção coletiva. Até mesmo o papel de mestre de cerimô-nias foi dividido em quatro estudantes da 2ª série do EM: Amália Garcez, Pietro Bos-colo, Sofia Kiefer e Cecília Bernal.

O Comitê de Satisfa-ção e Qualificação con-sidera imprescindível o engajamento de todos os envolvidos no proces-so de repensar o João. Para isso, focou seu tra-balho no bem estar e no desenvolvimento de to-dos os profissionais da Escola. Entre as ações, destaca-se a aplicação de uma pesquisa de cli-

ma e a devolução de um planejamento de ações pensadas em cima dos resultados da consulta. Foi instalada uma Urna de Escuta para colher ideias norteadoras do trabalho e sugerido um sistema de capacitação dos gestores.

O Comitê de Governança propôs uma espécie de lente analítica capaz de transpor a dissociação. Ou seja: a cria-ção de um organograma na perspectiva de intersecção entre o trabalho pedagógi-co e o apoio administrativo da Fundação, capaz de fazer a Escola fluir. Atualmente, também, está sendo feita a revisão de todo o Estatu-to da Fundação. Uma das

ações que traduz o trabalho é a criação do Fapit (Forma-ção, Atualização, Pesquisa, Inovação e Tecnologia); a proposta foi inspirada no antigo Cetrein, referência em formação de professores no Estado do Rio Grande do Sul. Conforme a avaliação do co-mitê, esse é um trabalho es-sencial e, inclusive, teve sua proposta ampliada e qualifi-cada por meio do Fapit.

O Comitê de Custos não se limita a focar suas ações e propostas na redução de gastos, enfatizando a importância de repensar e qualificar todo o ciclo de vida do processo em cada área do Colégio João XXIII. A excelência processual aliada ao desenvolvimen-

to dos Recursos Humanos produz uma operação mais enxuta com menos des-perdício. Entre as ações realizadas destacou-se um trabalho junto à equipe de manutenção que diminuiu os estoques de insumos, resultando em significativa economia à Escola.

Page 9: Debate sobre conflito promove a pazgoso/Que a palma da tua mão mostrou”. Arte, debate e reflexão Tanto a mostra de arte do saguão quanto o cortejo anunciaram aos parti-cipantes

Fo

tos

Mat

éria

: Isa

bel

a B

ecke

r.

1716

PROFESSORES• Letícia Finkenauer

Língua Espanhola

• Ana Amada e Helena CésarLíngua Inglesa

• André Luís da Rocha (Caju)Arte

• Ibirá Costa (Bira)Literatura

• Aline Braga, Andrea Machado e Rafaela Barros

Língua Portuguesa e Redação

Vestidos à caráter – alguns com detalhes dos figurinos de personagens – os participantes subiram ao palco antes mesmo das projeções para relatar suas sagas cinematográficas. Sem deixar de sublinhar as dificuldades e o estresse para cumprir a desafiante tarefa, manifesta-vam inegável orgulho, registrando a grandeza da experiência. “Não é só um trabalho escolar, é uma experiência de vida”, resumiu Vitor Peres Schimitt. O anúncio das premiações revelou ver-dadeiras torcidas organizadas e os mais estron-dosos aplausos foram para o ator coadjuvante – Bruno Gonçalves de Souza. “Eu te amo, eu te amo”, saudavam os colegas. Tratava-se de um trocadilho com o nome da produção estrelada por Bruno, escolhida como Melhor Filme da noi-te: “Nunca diga eu te amo”, baseado no conto homônimo do cubano Senal Paz.

FILMES VENCEDORES

A bRINCADEIRA

Melhor atriz [Carolina Nygard] emelhor fotografia.

A APOSTA

Melhor figurino.

UM ENCONTRO FRACASSADO Melhor ator [Rodrigo Leal] e melhor roteiro.

NUNCA DIgA EU TE AMOMelhor ator coadjuvante[Bruno Gonçalves], melhor trilha sonora,melhor filme, melhor filme júri popular.

TODO DIA

Melhor atriz coadjuvante[Rafaela Webster].

JURI• Heloísa Marschal • Pedro Spiker• Tiago Rezende• João Pedro Maestri• Rodrigo de Albuquerque Wi-lasco• Cristina Pozzobon• Arion Engers Moreira

Dança e esportes se encontram nos Jogos Intersériesdo JoãoO corpo em movimento é a morada

da dança e dos esportes. Essas ativida-des marcaram encontro nos Jogos In-terséries do 6º ao 8º ano do Ensino Fun-damental, realizados em 5 de outubro no Colégio João XXIII. A apresentação de dança do Grupo Expressar – projeto social realizado com os jovens da Vila Cruzeiro e fundado pela professora e mãe de estudante do João, Vanessa Rodrigues –, abriu a programação no sábado. Em seguida, vieram as core-ografias dos cinco grupos de torcida. A nova modalidade foi sugerida pelos estudantes do 9º ano, acabou também entrando na disputa, sendo avaliadas pelos jurados Daniela Dutra, Tiago Diehl e João Filipe Johnson, todos ligados à dança e membros da comunidade escolar. As vivências de Badminton e Hóquei na grama envolveram famílias e estudantes na manhã chuvosa em que os torneios de Futmesa, Ping pong e Xadrez finalizaram a programação.

Atividades lúdicas celebram as infâncias

Empatia, solidariedade e amor pela natureza também se aprende na Es-cola. E quanto mais cedo, melhor. Por isso, a Semana da Criança foi come-morada com ações beneficentes por meio da 4ª Gincana Solidária, da etapa de 1º ao 5º ano. Os pequenos da Edu-cação Infantil, por sua vez, comemo-ram o mês de outubro inteiro e, en-tre as atividades, participaram de um passeio ao Jardim Botânico com muita brincadeira ao ar livre, piquenique, vi-sitas ao Museu de Ciências Naturais e ao Serpentário, além de troca-troca de brinquedos.

Durante o mês de outubro, as pro-fessoras da Educação Infantil visitaram a Creche Boa Esperança para compar-tilharem com as crianças momentos de alegria e ludicidade. Renata Martelet, Camila Bettin, Ana Paula Nunes Stoll, Luciana Colussi e Nathália Cagnin apresentaram as “Cenas Poéticas”, um espetáculo criado por elas para o Pla-neta Literatura 2019. Segundo a dire-tora do Colégio, Márcia Valiati “O que nossas professoras encantadoras fize-ram naquela manhã foi dedicar tempo e talento a uma causa: a(s) infância(s). Foi um encontro permeado de poesia, corporeidade, ludicidade e afeto. Um movimento possível para sonhar um mundinho melhor para todas as crian-ças. O encerramento deste momento foi, também, muito especial. As 300 crianças que lá estavam experimen-taram um delicioso bolo de chocolate feito pela cantina da Escola. Tudo isso traduziu o carinho da nossa comuni-dade e um pouco dos nossos valores

comunitários, solidários e humanos”. “Poesias e brincadeiras, corpos

dançantes que se inspiram na alegria das crianças, nos gestos e nos jogos de uma infância que brinca. E, porque brinca, é universal. Crianças e adultos que se encontram nas palmas, nas ri-mas e nas cantigas. Bola, boneca, cor-da, pano e telefone sem fio completam a cena, aproximando os mundos que, às vezes, parecem tão distantes... mas, hoje vimos, está aqui, do nosso lado”, escreveu Clara Coelho, coordenadora da Educação Infantil, após acompa-nhar a atividade na creche. Em outu-bro aconteceu, ainda, a apresentação das cenas poéticas pela equipe de professoras e a tradicional recepção festiva, na qual crianças e educadoras encarnam personagens.

Já a Gincana envolveu todos os professores da etapa 1º ao 5º, ocorren-do entre os dias 7 e 28 de outubro, no turno de aula. Mesclando consciência e diversão, a Gincana estimulou a visão humanista, desenvolvendo o respeito e a integração entre séries diferentes. Brincadeiras, atividades esportivas e ações solidárias – além de lanche co-letivo comemorativo à data, em 15 de outubro – envolveram os estudantes, responsáveis pela arrecadação de do-nativos para a ONG Raça pra quê?, de Viamão; a Creche Arapeí (Escola Muni-cipal de Educação Infantil) e o Projeto de Assistência ao Adolescente – Ass-musol, ambos localizados na Vila Cru-zeiro. Nesta edição, as entregas das doações foram semanais e cada equi-pe contribuiu com todas as entidades.

Page 10: Debate sobre conflito promove a pazgoso/Que a palma da tua mão mostrou”. Arte, debate e reflexão Tanto a mostra de arte do saguão quanto o cortejo anunciaram aos parti-cipantes

Fotos Evento (pg.18-19): Matheus Piccini.

1918

O Festival de Música do Colégio João XXIII não coube mais em si. Com 47 can-didatos, se dividiu em duas etapas, rea-lizadas nas noites de 4 e 5 de novembro no Gazebo, junto à Cantina. A primeira, envolveu 18 músicos do 5º ao 7º ano do Ensino Fundamental. A segunda, 29 par-ticipantes do 8º ano do Ensino Funda-mental e do Ensino Médio. Organizado pela equipe de Música e Coordenação Pedagógica do João XXIII, o Festival foi marcado pela diversidade. Ganhou ares internacionais ao apresentar canções em inglês, italiano e francês, mas tam-bém transbordou brasilidade por meio de sambas, Bossa Nova e MPB.

Na primeira noite, a chuva castigou o Gazebo, mas ninguém arredou pé. A me-ninada surpreendeu com suas escolhas originais que foram desde uma canzo-netta (Bella Ciao) até uma execução ex-perimental em teclado, passando por um solo de gaita, um acompanhamento de

ukulele e uma música cantada a capela. No segundo dia, os adolescentes não

deixaram por menos. Garimparam músi-cas estrangeiras e nacionais de diversas épocas e gêneros musicais. Canções ori-ginalmente interpretadas por Édith Piaff, Lady Gaga, Cazuza, Elis Regina, Caetano, Tom Jobim, Rita Lee, John Lennon e até Ritchie – entre outras – ganharam novos arranjos nas vozes das crianças e dos adolescentes.

Mesmo sendo uma competição, o Festival tem uma característica singu-lar: os músicos podem subir ao palco diversas vezes, acompanhando outros concorrentes, cantando em bandas, ou enquadrados em mais de uma mo-dalidade. Isso confere ao evento uma feição mais de show do que de torneio. As torcidas se mesclam, não há vaias e, ao final, ninguém parece frustrado, após o veredito do júri, formado por pais que trabalham na área musical e

ex-alunos músicos. Os anúncios dos premiados, po-

rém, não foram os únicos momentos emocionantes do Festival. O auditório vibrou quando Nathália Ross pediu ao público para não esquecer “de lutar pe-los nossos direitos e pelos dos outros, também”. Os meninos do 10CincoZero , igualmente, deram seu recado: “Nes-te momento sombrio, ninguém solta a mão de ninguém e nem baixa a cabeça”. Mas a emoção maior ficou por conta da mensagem final do jurado Jottagá, de-dicada ao funcionário falecido poucos dias antes do evento: “Neste momento bonito, humano e comunitário, queria solicitar uma salva de palmas para o nosso querido Delmar Flores”. Nenhum dos vencedores recebeu aplausos tão longos quanto Delmar.

Festival de Música cresce e diversifica Dia 4/11

Infanto-juvenil5º ao 7º ano do EF

Banda Cover:1º lugar: Banda Mix2º lugar: AB/CD e 4 Gorilas

Solo Cover:1º lugar: Beatriz Lumertz2º lugar: Laura Fridel

Instrumental:1º lugar: Maurício Chavannes2º lugar: Mashed Topato e Pedro Winter

Jurados:• Camila Orsatto• Caroline Soares de Abreu• Heloísa Marshall• João Pedro Abarno Dias

PremiadosDia 5/11Juvenil

8º ano do EF ao EM

Banda cover1º lugar: Tsunami dos amores2º lugar: Os cubos de gelo

Música Original Intérprete Solo

1º lugar: Clara BaracatNão houve segundo lugar

Cover Intérprete Solo1º lugar: Renata Campos2º lugar: Ricardo Orsatto

Jurados:• Heloísa Marshall• Jorge Hugo Souza Gomes (Jottagá)• Tiago Antoniolli• Frederico Roberto V. Ritter• Gabriela Lery Borges

Page 11: Debate sobre conflito promove a pazgoso/Que a palma da tua mão mostrou”. Arte, debate e reflexão Tanto a mostra de arte do saguão quanto o cortejo anunciaram aos parti-cipantes

20

Confira as edições anteriores do Fala, João em:

fala.joaoxxiii.com.br

O João apóia o Instituto do Câncer Infantil (ICI) por meio da venda de cami-setas da entidade e coleta de tampinhas. Comercializadas na secretaria da Escola, as camisetas valem como ingresso para a caminhada em prol do ICI, marcada para o dia 24 de novembro. A atividade faz parte da 26ª Corrida pela Vida, organizada em parceria com o Clube de Corredores de Porto Alegre (Corpa).

Neste ano, há três possibilidades de participação: a tradicional caminhada de 3 quilômetros, com largada às 10h30min; a corrida competitiva de 3km, 5km ou 10km, com saída às 8h30min; e a corrida kids nas categorias de 3 e 4 anos (50m); 5 e 6 anos (60m); 7 e 8 anos (80m); 9 e 10 anos (100m); 11 e 12 anos (200m); 13 e 14 anos (300m), com início às 10h. Quem partici-par estará contribuindo com a aquisição de equipamentos para o Laboratório de Pesquisa do Instituto.

TampinhasPelo 4º ano consecutivo, o João tam-

bém participa da campanha de arrecada-ção de tampinhas para o ICI, realizada pelo turno integral Joãozinho Legal. A entre-ga do material coletado é feita em duas etapas e a expectativa de Michelle Zatar, coordenadora do Joãozinho Legal, é bater

Camisetas, tampinhas e corrida apóiam Instituto do Câncer Infantil

Que mundo é esse? Desafia o Dez a dez

O Dez a dez 2019 ultrapassa as fronteiras da zona de conforto e desafia os estudantes da 2ª sé-rie do Ensino Médio a responder “Que mundo é esse?” Lançada em 30 de agosto, o projeto transdis-ciplinar propõe um estudo sócio antropológico sobre diversas realidades que compõem o es-pectro da contemporaneidade, promovendo o protagonismo dos adolescentes e dos professores, além de incentivar a reflexão.

Os participantes formaram seis grupos de 10 estudantes, encarregados de desenvolver pesquisas diretas e indiretas, in-cluindo levantamento de dados e informações; reconhecimento e coleta de objetos do recorte social escolhido; construção de espaços para expor o material e promover situações de interação cultural. Além disso, deverão elaborar um artigo sobre o trabalho realizado seguindo os moldes dos textos publicados em revistas cientí-ficas. Os grupos sociais eleitos pelos estudantes são imigrantes econômicos, refugiados, ciganos, movimento Hip-hop, LGBTTQI+ e tatuados/tatuadores.

Aline Carraro Portanova foi re-conduzida ao cargo de Presidente da Fundação Educacional João XXIII em 29 de outubro passado. Aprovada por unanimidade, a chapa única liderada por Aline também conta com Denilson Gonçalves, Vice-presidente; Amarildo Maciel Martins, diretor Jurídico; Lucia Vianna Xavier, diretora de Comunica-

ção; Odila Maria Wunderlich dos Santos, diretora de Obras e Patrimônio e Maria Luiza Pont, diretora Financeira. Com mandato de dois anos, a nova composi-ção da Diretoria Executiva assume em janeiro de 2020. A votação antecedeu a reunião mensal ordinária do Conselho Deliberante, que aprovou, também, o novo Estatuto Social da Fundação.

Fundação renova diretoria

as 92.058 tampinhas entregues em 2018. As primeiras 87.936 tampinhas, arma-

zenadas em 192 galões de cinco litros, foram entregues em setembro por 12 crianças e três auxiliares do turno inte-gral. Agora, o material será vendido para unidades de reciclagem pelo Rotary Club de Gravataí e o recurso obtido será rever-tido para projetos do Núcleo de Atenção ao Paciente do Instituto.

No João XXIII, os galões seguem dispo-níveis para a coleta que deve se estende até dezembro. Junto as dinamizadoras do turno integral, as crianças se revezam na tarefa de esvaziar os galões e separar as tampinhas por cores, pois a seleção valo-riza o produto. A atividade se transformou em um momento de brincadeira, explora-ção e descobertas para a meninada.