de pé no chão!

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De pé no chão CONTRIBUIÇÃO AOS DEBATES DO II CONGRESSO MUNICIPAL DA JPT | NATAL #UENOIS UNIÃO DE ESQUERDA | NÚCLEO ORGÂNICO DE IDENTIDADE SOCIALISTA

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Contribuição aos debates do II Congresso da JPT | Natal-RN.#UENOIS União de Esquerda | Núcleo Orgânico de Identidade Socialista

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Page 1: De pé no chão!

De pé no

chão

CONTRIBUIÇÃO AOS DEBATES

DO II CONGRESSO MUNICIPAL

DA JPT | NATAL

#UENOIS UNIÃO DE ESQUERDA | NÚCLEO ORGÂNICO DE IDENTIDADE SOCIALISTA

Page 2: De pé no chão!

De pé no chão também é um chamamento à reflexão da

história de luta de Natal. Fazemos menção à histórica

campanha “De pé no chão também se aprende a ler” que

buscou erradicar o analfabetismo em Natal, por meio da

educação popular, nos idos de 1960 e foi encerrada à força

pela Ditadura Militar, ceifando o sonho de uma cidade de

pessoas “letradas”, críticas e conscientes de seu papel

enquanto cidadãs. Nossa homenagem ao prefeito deposto

Djalma Maranhão e à todas que sonharam juntas e

empreenderam essa cruzada contra a ignorância em nossa

cidade!

Page 3: De pé no chão!

#UENOIS - quem somos?

Somos um coletivo de militância petista. Um conjunto de mulheres e homens, a

maioria jovens, que, após vivenciar um momento especial da luta política de Natal-RN e

apreender juntos diversas lições daquela ocupação de 11 dias que marcou nossa trajetória

e a história da cidade*, resolveram constituir um novo coletivo no PT que servisse de

abrigo a essa galera que queria experimentar essa novidade sem muitas amarras.

Nossa trajetória coletiva não começa no #PrimaveraSemBorboleta, afinal, muitas de

nós já se conhecia há anos e já tínhamos tido inúmeras construções políticas juntas.

Algumas de nós até já atuavam juntas devido a ter participado de outros agrupamentos

políticos de esquerda. Porém, construímos ali tamanha sinergia na proposta de ajudar o

PT a abrir-se cada vez mais a este novo momento político, que a intenção de militar juntas,

compartilhando ação e reflexão, se impôs, precipitando assim o surgimento do coletivo

União de Esquerda | Núcleo Orgânico de Identidade Socialista #UENOIS.

Somos um coletivo de ação política, petista. Não nos reivindicamos uma tendência

ou uma corrente. Não temos uma proposta cristalizada para o PT, a estamos construindo

na luta prática, porém, sabemos que o partido precisa avançar a cada dia para cumprir seu

papel na luta política brasileira e mundial:

precisa crescer e abarcar um número

mais significativo de brasileiras e

brasileiros, ou seja, ser um partido de

massas, com milhões de filiados e

militantes, especialmente jovens;

precisa ampliar os espaços de

discussão política, debater mais os

assuntos da vida nacional e promover

novos espaços de interação entre

militantes e filiados para a construção de

uma consciência mais coletiva;

precisa estar cada vez mais próximo

dos movimentos sociais, dos quais

depende fundamentalmente a

intensidade da agenda de reformas que

pretendemos consolidar, respeitando-se,

é claro, a autonomia dos movimentos;

precisa de uma ação mais sólida e

comprometida de seus

parlamentares, as bancadas petistas

devem estar em constante contato com

nossa militância e com os movimentos

sociais, precisamos ter mais incidência

na ação de nossos parlamentares, não

pode o PT liderar a luta contra os

retrocessos do código florestal, e, ao

mesmo tempo, ter a maioria de sua

bancada votando a favor do relatório

que combatemos;

precisa ser cada vez mais

democrático, devemos continuar

inovando a cada dia em nossa

democracia interna, criando novos

mecanismos que permitam um maior

controle do partido pelas filiadas e uma

maior incidência da militância nas

decisões do PT;

precisa ter mais diálogo e cooperação

com as forças de esquerda mundiais,

especialmente da América Latina

vermelha, no sentido de acelerar a

construção da alternativa socialista que

tanto almejamos.

* Nos referimos à histórica ocupação #PrimaveraSemBorboleta que durou 11 dias na Câmara Municipal de Natal e conseguiu a

instalação da #CEIdosContratos naquela casa. Desta ocupação extraímos diversas lições, a principal delas, talvez, é que é possível uma

atuação extremamente plural de cidadãs das mais diversas orientações políticas em prol de uma causa comum, desde que seja

realmente suprapartidária, que a horizontalidade e a autogestão sejam levadas a sério e que o respeito mútuo seja um compromisso!

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 2

#UENOIS - Nossos princípios.

Como todo coletivo de ação política, temos princípios que sustentam nossa atuação

conjunta, que nos dizem quem deve ou não estar conosco nessa empreitada. São

questões de fundo, maiores, com as quais a ação política não pode, em hipótese

nenhuma, colidir, sob-risco de descaracterização:

Somos #Anticapitalistas. Temos a convicção de que é o sistema capitalista o grande

responsável pela exploração e alienação da classe trabalhadora, pela miséria crescente,

pela violência urbana, pelos sangrentos conflitos pela posse da terra, pelas guerras e

genocídios, pelo trabalho infantil, insalubre, semiescravo e escravo, pela catástrofe

ambiental que ameaça a própria existência da humanidade e por tantos outros problemas,

seculares ou não. Por isso estamos a serviço da denúncia sistemática desse sistema e de

suas contradições, assim como estamos imbuídos na tarefa de construir na luta política

uma alternativa viável ao capitalismo.

Somos #Socialistas. Reafirmando a máxima de Engels: “O capitalismo traz consigo o

seguinte dilema: o socialismo ou a barbárie”. Compreendemos o socialismo como um

estágio superior de desenvolvimento econômico e social que conduzirá a humanidade a

um mundo social harmônico aonde prevaleça a fraternidade, igualdade, liberdade e justiça

social. O #UENOIS soma-se à missão de resgatar a concepção socialista da história e

atualizar o projeto de construção do socialismo no século XXI.

Somos #Revolucionárias. “Mil reformas não valem uma revolução, mas são importantes

para o processo revolucionário” afirmou Rosa Luxemburgo. Defendemos as reformas

reclamadas pelo nosso momento e nosso povo, é importante conquistar direitos e

melhores condições de vida para a classe trabalhadora, faz parte da luta pela

sobrevivência. Porém acreditamos que a revolução socialista é o caminho e ela virá com a

ruptura total com o sistema capitalista e sua ideologia. Entretanto não confundimos

revolução com tomada do poder a força, revolução é mudança qualitativa, de substância, a

qual só é possível em termos sócio produtivos e culturais se sustentada pela hegemonia

de um bloco histórico comprometido com o socialismo.

Somos #Democráticas. Assumimos o compromisso visceral do PT com a democracia.

Para nós isso pode ser resumido pela sentença: “Socialismo sem liberdade, socialismo não

é; liberdade sem socialismo, liberdade não pode ser”! Acreditamos na livre expressão e

não admitimos a repressão ao livre-pensar. Somos antiproibicionistas. No nosso agir de

coletivo buscamos combinar a prática horizontal com a necessária verticalização das

decisões.

Somos #Internacionalistas. “Trabalhadores de todos os países, uni-vos” falou Karl Marx

no Manifesto Comunista de 1848. Reconhecemos a luta nacional patriota, mas

acreditamos fundamentalmente na dimensão internacional da luta da classe trabalhadora

pelo socialismo. Por isso nos propomos a intensificar o movimento socialista entre todos os

povos do mundo.

Page 5: De pé no chão!

#UENOIS | De pé no chão Pág. 3

A questão da Conjuntura

O segundo congresso da JPT se realiza logo após o 4º congresso do Partido das

Trabalhadoras, o qual se configurou como um marco histórico da construção deste partido,

atualizando sua estrutura interna, nos posicionando diante do momento atual de crise do

capitalismo e reafirmando a sua opção visceral pela construção do socialismo democrático.

A resolução política emanada do congresso - leitura obrigatória para toda petista

que queira estar atualizada com o que pensa nosso partido - traz os principais elementos

da conjuntura nacional e internacional. Nosso debate de conjuntura para este II Congresso

da JPT foi todo orientado por essa resolução. Afora algumas poucas adições que surgiram

em nossa análise, o texto que segue traz um resumão dialogado com a Resolução.

O PT e a Conjuntura Internacional

Vivemos em um mundo em transição, marcado por “3 grandes variáveis”: a crise do

capitalismo neoliberal; o declínio da hegemonia estadunidense; e o deslocamento do eixo

geopolítico mundial (do norte para o sul; do ocidente para o oriente). Nesse cenário, o PT

identifica “duas grandes linhas de orientação político-econômico-social”, quais sejam: os

neoliberais (ainda sob-hegemonia dos EEUU) e os progressistas (multipolar, com

destaque para a América Latina), e localiza o Brasil que estamos transformando integrado

à segunda alternativa.

Essa “disputa” se dá justamente em um delicado momento de crise do sistema

capitalista, que agoniza diante do fracasso da política neoliberal e da decorrente tragédia

humanitária, que se traduz na exclusão e na expropriação de mais milhões de pessoas

como saída imposta para a crise da especulação financeira desregulada. Mas também, no

ápice de uma catástrofe ainda maior, que, embora causada pelo modo de produção e

consumo capitalistas, não ameaça apenas o sistema em si, mas sim a própria existência

humana, que é degradação completa e quase irreversível de nossos ecossistemas.

A hegemonia dos pressupostos neoliberais e a aplicação de suas medidas

financistas nos países do centro e da periferia do capitalismo geraram uma crise financeira

que se agrava a cada dia, desembocando em conflitos em variadas regiões do globo.

A resolução do IV Congresso faz uma análise marxista dos atuais conflitos que se

travam nos países árabes e no Oriente Médio, localizando-os como “produto regional da

crise internacional”, uma vez que “os problemas econômicos e o desemprego,

especialmente entre os jovens, potencializaram descontentamentos históricos com a

desigualdade social, e desembocaram em movimentos pela democracia contra ditaduras

de décadas”. Nesse sentido, o PT alerta que a falta de tradição democrática e participativa

nesses países é uma fragilidade que pode dificultar a tomada de rumos pelos seus

próprios povos, abrindo espaço para uma subordinação aos interesses dos países

centrais, os quais não se intimidarão em tomar proveito da crise que eles mesmos criaram,

implantando seus modelos neoliberais excludentes, sempre travestidos de liberdades

individuais.

Page 6: De pé no chão!

#UENOIS | De pé no chão Pág. 4

Caso análogo vemos hoje no Chile. As crescentes mobilizações

populares/estudantis que deságuam em sangrentos confrontos entre cidadãs e forças

repressoras do Estado são também resposta insurgente de uma juventude acachapada por

políticas neoliberais levadas a cabo naquele país. Políticas essas que transformaram bens

públicos, como Educação, em produtos de mercado a serem “distribuídos” mediante a

capacidade de pagar de cada indivíduo. Com o cenário de crise mundial repercutindo em

recessão e arrocho no Chile, a questão da educação privada ganhou centralidade na luta

política contra um governo neoliberal submisso aos interesses hegemônicos do capital.

Certamente, para o PT, esta crise não será debelada com medidas ainda mais

neoliberais, como propõem os conservadores, mas sim com um papel mais ativo dos

Estados nacionais na indução do desenvolvimento e na regulamentação dos ameaçadores

fluxos de capitais. A atual guerra cambial é um péssimo sinal de como as grandes

potências estão lidando com a crise, ou seja, buscando mais oportunidades de ganhos

financeiros rápidos para suas empresas e seus “investidores” e não se preocupando com a

saúde das transações comerciais. O PT reafirma a necessidade de uma articulação entre

as nações emergentes (com destaque para os países do Sul e dos BRICs) para reformar o

sistema financeiro internacional, combatendo a guerra cambial e a especulação financeira

e, inclusive, revendo os pressupostos da Conferência de Bretton Woods. Nesse debate,

vale destacar proposta da área econômica do governo petista de resgatar as negociações

pela criação de uma moeda internacional que substitua o dólar estadunidense como

padrão das transações comerciais.

Embora os desafios econômicos emirjam junto à crise econômica, os desafios

ambientais são tão centrais e urgentes quanto estes. O sistema capitalista vendeu a ilusão

de que poderíamos consumir o quanto imaginássemos sem se preocupar com os recursos

naturais, que sabemos serem finitos. O fato é que o planeta tem cobrado a fatura e os

recentes desastres naturais são, em grande parte, reflexo de nosso descaso com o meio-

ambiente, descaso este que tem impulsionado problemas graves como o aquecimento

global, o derretimento das geleiras, a poluição de nossos mananciais etc.

“Mexeram muito com o planeta, o planeta como um

cachorro eu vejo, se ele não aguenta mais as

pulgas, se livra delas no sacolejo” Raul Seixas

Nesse sentido, o PT reafirma que é necessário gerar recursos públicos para investir

no combate ao aquecimento global, ao desmatamento e à poluição, e garantir que as

nações desenvolvidas invistam na recuperação e na proteção do meio-ambiente

“proporcionalmente ao dano causado pelos seus padrões de produção e consumo”. Ganha

destaque nesse debate o papel que o governo brasileiro tem a jogar na Rio+20, assumindo

a liderança dessa mudança de orientação estratégica pela sustentabilidade.

O Brasil, gigante pela própria natureza, que abriga 60% daquela que é a maior

floresta tropical e a maior bacia-hidrográfica do mundo, a Amazônia, deve conclamar as

nações progressistas, especialmente da América Latina vermelha, a protagonizar um novo

momento na economia mundial, onde a saúde do meio-ambiente seja considerada um

ativo prioritário, assim como a igualdade e a solidariedade entre as humanas.

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 5

Falando em Amazônia, não podemos esquecer-nos da invasão mercantilista de

diversos “investidores” e ONGs, que, travestidos de “ambientalistas” promovem a

biopirataria e também a descaracterização cultural dos povos locais, os quais chegam a

ser submetidos a sistemas educacionais paralelos ministrados em línguas estrangeiras.

Esse alerta remete à necessidade dos países que integram a região amazônica se

articularem para promover medidas conjuntas que garantam a soberania dos povos

amazônicos e das nações que integram a região.

A América Latina sempre foi alvo da ganância das nações dominantes, dado o

potencial de suas riquezas naturais. Nesse momento em que a região experimenta um

movimento mudancista de caráter progressista e com nítidas opções à esquerda do bloco

hegemônico, o PT afirma a necessidade de articular políticas de defesa nacionais e

regionais que sejam capazes de garantir nossa integridade e a soberania de nossos povos.

O deslocamento geopolítico que trata a resolução do IV Congresso não é apenas

econômico, mas tem repercussões também no cenário político, especialmente para a

esquerda mundial. O PT é categórico ao afirmar que a esquerda europeia (que sempre foi

tida como referencial) capitulou diante da insuficiência de propor alternativas ao domínio

hegemônico dos neoliberais e que as atenções da Esquerda mundial devem voltar-se

especialmente para a nossa América Latina, que tem experimentado uma mudança de

orientação política a partir de sucessivas derrotas da direita neoliberal e das vitórias de

partidos e candidatos ligados às lutas populares e emancipatórias.

A América Latina está a cada dia mais vermelha e com ela revigoram-se as

esperanças de construir uma nova sociedade, baseada em outra visão de mundo e

pautada em outro modelo de desenvolvimento, com sustentabilidade ambiental e justiça

social, conforme propõe a resolução do IV Congresso: “Nesse cenário de crise mundial,

cabe ao Partido dos Trabalhadores, bem como às demais forças de esquerda do Brasil e

da América Latina, aprofundar seu compromisso com outra visão de mundo e com outro

modelo de desenvolvimento, reafirmando a defesa da construção do socialismo.”

O PT e o cenário brasileiro.

O cenário brasileiro é marcado pela recente experiência mudancista/progressista,

capitaneada por uma frente ampla, articulada pelo PT, que alcançou a Presidência da

República e, através deste órgão, vem liderando a implementação de um novo modelo de

desenvolvimento, marcado por uma maior presença do Estado, pela inclusão social de

milhões de brasileiras e por um forte incremento na produção nacional.

Fazendo uma distinção entre o governo federal e o partido, respeitando os limites e

contingências de cada um, o PT aponta uma série de diretrizes que julga fundamentais

para a construção de um Brasil mais democrático, mais igualitário, mais soberano e mais

integrado à América Latina. São quatro as questões de fundo que o Partido das

Trabalhadoras aponta como prioridades da luta nacional: a reforma agrária, a reforma

urbana, a superação da regressividade tributária e a proteção do meio-ambiente.

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 6

Para o PT a reforma agrária é fundamental para o desenvolvimento econômico, a

produção de alimentos, o desenvolvimento regional, o fortalecimento dos pequenos

centros urbanos, a inclusão social e o combate à fome e à miséria nas zonas rurais.

Mesmo reconhecendo que reforma agrária, agricultura familiar e agronegócio podem

“coexistir dentro de um planejamento econômico orientado para os interesses nacionais”, o

IV Congresso orienta a luta pela revisão dos “caducos índices de produtividade” e a

rediscussão da função social da terra, além da massiva utilização de terras públicas, como

medidas necessárias ao avanço da reforma agrária no Brasil. Nós que fazemos o

#UENOIS apontamos também como fundamental a reivindicação dos movimentos

sociais pela adoção de um limite constitucional para a extensão da propriedade de

terra, abrindo ainda mais possibilidades de utilização de terras para a Reforma Agrária.

A reforma urbana é também um desafio central em um país no qual 80% da

população vive nas cidades. Como prioridades, o PT aponta para um planejamento urbano

que priorize a manutenção de áreas verdes e a construção de espaços de convivência,

bem como que vise à eliminação das situações de risco ambiental tão presentes nas

grandes cidades. Também propõe que se altere a matriz de mobilidade urbana, priorizando

o transporte público coletivo e que se invista massivamente em habitação de interesse

social sem que se reproduzam o padrão sócio espacial segregacionista que empurra

enormes contingentes humanos de pessoas pobres para as periferias das cidades,

totalmente órfãs de infraestrutura e serviços públicos de qualidade.

O sistema tributário brasileiro precisa ser reformado, pois é uma das maiores

marcas de uma nação desigual e injusta. Nossa estrutura tributária é altamente regressiva,

ou seja, penaliza aquelas cidadãs que ganham menos. É preciso romper com a atual

estrutura tributária e priorizar a taxação da renda e da propriedade, reduzindo o peso

tributário dos produtos, especialmente os da cesta básica, e ampliando os patamares de

cobrança de imposto das grandes rendas, fortunas e heranças.

A questão ambiental é para o PT “parte essencial de nosso projeto de

desenvolvimento, que combina inclusão social com o uso sustentável de nossas riquezas

e biodiversidade”. Nesse aspecto, é fundamental destacar a importância da batalha, ainda

em curso no congresso nacional, por uma revisão do código ambiental que não signifique

retrocessos na proteção do meio-ambiente, nem benefícios para os desmatadores. É

preciso mobilizar a sociedade brasileira para frear a sanha do agro-business, que busca

flexibilizar as normas ambientais e abrir caminho para a ampliação dos já extraordinários

lucros do setor em cima de uma ainda maior degradação ambiental. É um absurdo que não

podemos permitir!

Além destas quatro questões de fundo, que entravam o pleno desenvolvimento

nacional, temos outros desafios que compõem a agenda política do PT para o Brasil e

que também foram reafirmados na oportunidade do IV Congresso do PT:

Continuar ampliando o mercado interno, com base em políticas de distribuição

de renda e elevação do salário mínimo, por exemplo;

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 2

Elevar a capacidade científica e tecnológica do país, dando maior

competitividade à indústria nacional;

Universalizar a educação de qualidade; e

Equalizar os gargalos que impedem a implementação do Sistema Único de

Saúde | SUS, do Sistema Único de Assistência Social | SUAS, do Sistema

Nacional de Segurança Pública, do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e

Nutricional e do Sistema de Prestação de Justiça.

Também se faz necessário combater a desigualdade em suas mais diversas frentes,

para tanto o PT reafirma seu compromisso com:

A redução da jornada de trabalho (p/ 40h semanais) sem redução de salários;

O desenvolvimento regional e um mais avançado desenvolvimento para as regiões

Nordeste, Norte e Centro-oeste;

O combate ao racismo, à homofobia, à intolerância e a toda forma de preconceito e

discriminação, bem como a toda e qualquer violação dos direitos humanos

reconhecidos internacionalmente.

Outro desafio importante para o PT e o projeto petista para o Brasil diz respeito às

juventudes, parcela significativa da sociedade brasileira e latino-americana, que vivem mais

fortemente a exclusão social capitalista. Também alerta para uma necessária disputa ideológica,

de valores, com os que propõem o individualismo, o consumismo, a futilidade e até mesmo o

autoritarismo para as juventudes. É necessário aproximá-las cada vez mais da construção da

nova sociedade que propomos, “disputando-as fortemente para as ideias e práticas vinculadas à

luta democrática e à construção do socialismo”.

Além de um necessário recorte geracional nas políticas públicas universais, para que estas

deem conta das especificidades das juventudes, para o PT é urgente a priorização de uma

agenda que busque reverter a dupla exclusão que acomete a juventude negra, parcela mais

vulnerável no atual quadro de desigualdade social, econômica e política do Brasil. “[...] fica

evidente que para pensar um projeto de desenvolvimento para o Brasil é indispensável garantir

políticas específicas a este segmento”.

Ainda no sentido de orientar a intervenção dos petistas na luta política brasileira, o PT traz

recomendações ao nosso governo no tocante às questões da saúde, educação e cultura:

Na saúde defende os esforços para recompor o financiamento do SUS, apontando

como prioritária a aprovação da emenda 29 no congresso nacional;

Na educação defende a continuidade dos avanços trazidos pelo Plano de

Desenvolvimento da Educação - PDE e a aprovação de um Plano Nacional de

Educação - PNE que garanta a universalização com qualidade e, para tanto,

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 8

assegure, progressivamente, a meta de investimento de 10% do PIB em educação;

Para o PT, cultura é um direito social e o Estado deve assumir seu papel de “indutor

e gestor das ações de cultura”, destacando também seu “compromisso com a

liberdade de criação e com as novas formas de manifestação político-cultural que

estão sendo possíveis por meio da utilização dos novos instrumentos de informação

e comunicação”.

O combate à corrupção também se coloca como um desafio prioritário. Nesse sentido,

destacam-se as ações empreendidas no governo Lula de fortalecimento dos órgãos públicos

voltados para tal combate, como a Controladoria Geral da União - CGU e a Polícia Federal. Uma

vez fortalecidas, tais instituições foram fundamentais para revelar esquemas instalados que

drenaram bilhões de reais de seu leito natural, as políticas públicas, para os cofres privados.

Contudo, a resolução do IV Congresso alerta para a necessidade de não incorrermos no

erro da generalização, na armadilha de criminalizar os políticos coletivamente, de desmoralização

da política, “que em outros momentos da vida nacional desembocou no autoritarismo”.

Enfim, são muitos os desafios identificados na construção do Brasil que sonhamos. O PT

sabe que não os alcançaremos sem uma profunda radicalização democrática, que envolva: a

reforma política, a democratização dos meios de comunicação e as necessárias mudanças na

natureza do estado.

As mudanças que almejamos estão muito além das possibilidades de ação da Presidenta

da República, ou mesmo de uma maioria parlamentar no congresso nacional. Será necessária

uma hegemonia política, construída na sociedade civil e no aparelho do Estado e sustentada por

uma opinião pública favorável às mudanças qualitativas que propomos, e também uma

organização popular capaz de exercer pressão e influência, determinantes na luta política.

A democratização dos meios de comunicação é fundamental para o aprimoramento da

democracia brasileira. O PT denuncia o “clima de imposição de uma única versão” e localiza na

concentração em grandes grupos econômicos; nas práticas ilegais de falseamento da verdade;

nos obstáculos gerados ao direito de resposta; no desrespeito aos direitos humanos ainda tão

presente na mídia; e na crescente partidarização de setores da comunicação; os problemas-

chave a serem enfrentados por um “marco regulatório capaz de democratizar a mídia no País”.

O sistema político representativo brasileiro apresenta nítidos sinais de falência, traduzidos

em um descompasso entre o que pensa a sociedade e o que defendem os eleitos. Tal

distanciamento se dá principalmente devido à influência do poder econômico no resultado das

eleições e à despolitização do voto, que tem se confundido com preferências pessoais e

aceitação carismática. Tamanho fosso reflete-se em uma atitude de deserção política, o que

potencializa um ciclo vicioso que leva a uma privatização ainda maior das decisões e dos

recursos públicos.

No tocante à reforma política, o PT tem priorizado a desprivatização das eleições (com a

Page 11: De pé no chão!

#UENOIS | De pé no chão Pág. 9

adoção do financiamento público exclusivo de campanha), a despersonificação do voto (com a

adoção do voto em lista pré-ordenada, o voto partidário) e a participação mais efetiva das

pessoas nas decisões políticas (através da remoção de obstáculos que dificultam a apresentação

de projetos de lei de iniciativa popular e da realização constante de plebiscitos e referendos que

democratizem as grandes decisões nacionais).

Consciente de que a proposta de financiamento público e voto em lista fortalece o papel

dos partidos, o PT, além de apontar a necessidade de democratização das estruturas partidárias,

dá o exemplo. No IV Congresso, as petistas protagonizaram uma reforma estatutária que ampliou

o peso da militância nas decisões do partido e forçou a renovação constante, com a adoção da

paridade de gênero, de cotas étnicas e geracionais e do limite de reeleições consecutivas para

parlamentares petistas. Ou seja, o PT, que já era considerado o partido mais democrático do

Brasil, dá mostras de sua disposição de avançar a cada dia na construção de um ambiente ainda

mais democrático.

Para além da reforma política, o PT também trata em sua resolução congressual de

necessárias mudanças na natureza do estado, apontando para a “profissionalização dos serviços

públicos, o fortalecimento das carreiras de Estado, uma maior autonomia gerencial, a adoção de

instâncias colegiadas, e a participação ativa das cidadãs nas políticas públicas.” Sem tais

mudanças poderíamos incorrer no erro de tratar a cabeça e manter o corpo apodrecido, ou seja,

de tentar democratizar a política sem repensar a ação do Estado.

Enfim, está claro para o PT seu compromisso com o socialismo democrático e está mais

claro ainda que “este projeto de civilização requer a construção histórica de um novo Estado

democrático, republicano e popular no Brasil”. Para tanto, é importante a “ascensão de partidos

de esquerda, progressistas e democráticos”, a formação de “maiorias eleitorais sob a liderança da

esquerda”, a dinamização da “formação de uma consciência pública afim aos valores do

socialismo democrático” e a construção de uma “rede de comunicação social capaz de expressar

e dar voz publica plural a este bloco histórico”.·.

O IV Congresso do PT e a convocação à militância

A resolução do IV Congresso conclui-se com várias convocações à militância petista,

dentre as quais julgamos necessário enfatizar:

# A convocação para “construir uma plataforma comum com os movimentos sociais em

torno de nossos desafios urbanos e agrários, de modo a estreitar ainda mais nossa relação

com as forças organizadas do nosso povo e de sintonizar nosso partido ainda mais com as

demandas dos trabalhadores e das trabalhadoras”.

# E a convocação para “manter uma luta político-cultural permanente em torno de nossos

valores socialistas e democráticos, que sustente nossas posições por uma sociedade

solidária, fraterna, que repudie quaisquer preconceitos e discriminações, que valorize a luta

pela igualdade sem nunca esquecer o respeito indispensável à diversidade. A luta pela

hegemonia passa por uma batalha constante em torno de valores”.

Page 12: De pé no chão!

#UENOIS | De pé no chão Pág. 10

A última frase do documento trata de uma “interação constante com a militância, que não

deve ser convocada tão somente nas campanhas eleitorais, mas também para traçar e decidir os

rumos de nosso partido”. E é isso que estamos fazendo ao propor essa tese ao Congresso

Municipal da JPT. #UENOIS na construção do PT socialista, democrático e de massas!

Para nós do #UENOIS “o novo mundo é mesmo possível!” e a aceitação desta afirmação

trás para o PT a grande tarefa de organizar o bloco socialista, pautando-se em uma forma

libertária de fazer política: a emancipação popular, com o povo sendo o principal condutor da sua

própria historia, pois, como dizia Paulo Freire, “a historia não e algo inexorável, mas sim

construída pelo sujeito condutor da sua forma”.

Page 13: De pé no chão!

#UENOIS | De pé no chão Pág. 11

A Conjuntura Regional

Natal vive situação desesperadora, marcada pelo “caos urbano” que foi criado por uma

inapetência nunca dantes vista na prefeitura municipal. As ruas e avenidas estão cheias de

buracos, a iluminação pública é extremamente precária, o aumento da violência é crescente,

assim como a falta de medicamentos e de condições de trabalho dos postos de saúde e escolas

municipais já virou lugar-comum no imaginário popular.

A crise financeira também é emergente. Diversos fornecedores e empresas prestadoras de

serviço alegam não receber em dia os pagamentos e estão, inclusive, cessando o fornecimento à

prefeitura. Milhares de trabalhadoras destas empresas veem-se com salários atrasados e direitos

trabalhistas sem serem cumpridos devido a esta situação. Além disso, a prefeitura tem sua

capacidade de endividamento comprometida por inadimplência recorrente, o que ameaça a

obtenção de novos financiamentos para os necessários investimentos públicos.

Neoliberalismo, incompetência e corrupção.

Três características sobressaem-se quando analisamos a atual situação da prefeitura:

neoliberalismo inconsequente às avessas, incompetência generalizada e corrupção latente.

O ideário neoliberal é o corolário do pensamento privatista que tomou conta da prefeitura

com a posse de Micarla de Souza e Paulinho Freire. Tendo sua eleição basicamente sustentada

por grupos econômicos que buscavam na dupla Micarla/Paulinho o passaporte para se reinstalar

no comando dos recursos públicos municipais, essa gestão fez o que pode (e o que não podia)

pra beneficiar agentes econômicos privados com o nosso dinheiro público.

As terceirizações na saúde são o mais claro exemplo dessa política. Com o objetivo de

justificar o desvio da gestão do dinheiro da saúde para empresas privadas (ainda que travestidas

sob o manto de OSCIPs), a prefeitura promoveu o desmonte administrativo da rede de atenção

básica, fazendo “cair-aos-pedaços” os postos de saúde e inundando os cofres da empresa que

administra a UPA de recursos, para que a população comparasse o péssimo serviço dos postos

com o “exemplar” serviço das UPAs e pudesse creditar na conta do “serviço público” a ineficiência

da saúde.

Mas não pára por aí a engenhosidade dessa turma (a qual batizamos de

#quadrilhanatalina durante a ocupação da Câmara Municipal) para se apropriar de nosso suado

dinheiro. Ainda podemos citar os escabrosos Decretos de Emergência, sempre seguidos de

contratações sem licitação e também o fenômeno das ONGs de consultoria, a nova moda

administrativa da prefeitura.

Alegando incapacidade de seus auxiliares, Micarla e Paulinho têm optado por contratar

OSCIPs para prestar consultorias para a prefeitura, sem licitação, é claro. Basta citar dois

exemplos: a contratação por R$ 1 milhão da ONG “De peito aberto” para “ensinar” a cidade a se

preparar para receber os jogos da copa; e outro contrato, também de R$ 1 milhão, para uma

consultoria elaborar um “edital” para a licitação das linhas de transporte coletivo por ônibus.

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 12

Fica clara a intenção da atual prefeita Micarla e de seu vice Paulinho de desmontar os

serviços da prefeitura e encontrar nisso a justificativa para transferir cada vez mais recursos e

responsabilidades para empresas privadas. Uma lógica privatista neoliberal.

Como nada dá certo com relação a esta gestão, até a nossa análise fica contraditória

quando taxamos Micarla de “neoliberal”, por isso adotamos a expressão “neoliberalismo

inconsequente às avessas”. Sim, porque por mais que cumpra o pressuposto de privatização, a

gestão atual não coaduna com o outro pressuposto neoliberal de redução da máquina do Estado.

Não há notícia de que Micarla tenha enxugado a máquina, com a diminuição de cargos

comissionados ou a redução dos impostos, por exemplo. Ao contrário, a cada dia surgem novos

“jabutis em armários”, cada vez mais desqualificados, ocupando cargos municipais com o único

objetivo de bajular a prefeita, o vice, o general ou até os seguradores de bolsa de plantão. Quanto

à redução dos impostos, outra receita neoliberal, essa passa ao largo das intenções de Micarla.

Neste ano, por exemplo, a prefeitura “deu um jeito” de “cobrar direito” o IPTU e multiplicou, até

por 10, o valor de pagamento dos carnês de IPTU das cidadãs natalenses.

Pelo visto, de neoliberalismo Micarla e Paulinho só entendem a parte de “ajudar os amigos

empresários”, nada de ser eficiente ou reduzir os custos operacionais do Estado e a cobrança de

impostos das cidadãs.

Mas nem só de más intenções vive esta gestão municipal. Também se caracteriza pela

incompetência. A situação dos Buracos de Natal é ilustrativa: todo mundo, cremos que até a

prefeita, se incomoda e denuncia a situação, mas a prefeitura, mesmo com 3 empresas

contratadas (mais de R$ 1,5 milhão em contratos), não consegue eliminá-los e nem criar uma

operação eficiente, haja vista que algumas crateras já foram tapadas “n” vezes e “teimam” em

reaparecer no mesmo lugar.

Outro caso emblemático é o dos notebooks da E. M. Herly Parente. A prefeitura recebeu a mais

de um ano 452 notebooks para as e os estudantes da escola, por meio do projeto “Um

Computador por Aluno”, e os mesmos ficaram 12 meses na estante, e ainda estão, esperando

que sejam realizados reparos na rede elétrica da escola. Dá pra engolir tamanha incompetência?

Até a prefeita sabe de sua incompetência e de sua equipe, basta lembrar o número de trocas de

auxiliares: nesses intermináveis 33 meses, houve surpreendentes 50 trocas no primeiro escalão

municipal, cuja dança-tema virou a “dança das cadeiras”. Por falar em auxiliares, não dá pra

deixar de citar o emblemático caso da Casa Civil, ocupada pelo “homem forte de Micarla”, um

indivíduo que materializa a truculência e o autoritarismo nas relações com os movimentos sociais

e as entidades da sociedade civil organizada. Aquele que tem sido carinhosamente chamado de

General Kalazans.

Além do festival de incompetências ainda somos obrigados a conviver com a festa da corrupção.

Não há nada comprovado ainda, mas é difícil encontrar alguém que tenha coragem de negar a

pilhagem que a dupla Micarla/Paulinho e seus aliados/subordinados está promovendo na cidade.

A questão dos aluguéis é a mais batida. Ao invés de recuperar os prédios públicos, ou mesmo de

construir um Centro Administrativo para o município, Micarla e Paulinho usam dos contratos

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 13

milionários de aluguel para beneficiar seus “amigos” donos-de-imóveis. A coisa é tão feia nesse

sentido que todos os esforços foram feitos para evitar que uma CEI fosse instalada para

investigar os contratos de aluguel da prefeitura.

O próprio Ministério Público entrou na luta e moveu uma ação de improbidade contra a prefeita

pela mudança das secretarias de saúde e educação para o Novotel, num escabroso caso de

favorecimento do empresário Haroldo Gaspar que muito ajudou Micarla em sua campanha. A

justificativa dada pela controladora geral do município, em depoimento à CEI dos Contratos, é

risível e inaceitável: “precisamos mudar porque aquele prédio [no caso o Ducal, onde

funcionavam as secretarias] era redondo e atrapalhava a interação dos funcionários.” Dá pra

acreditar na seriedade ou inocência diante de tal argumento?

Como chegamos a este caos?

Para melhor entendermos como nossa cidade chegou a esta situação, é importante

recapitularmos o que ocorreu em Natal nas eleições de 2008.

Afora o desgaste natural de repetidas gestões do mesmo partido, no caso o PSB, e a decorrente

vontade de “inovar” da população, a principal característica das eleições de 2008 foi o

esvaziamento do debate político e a prevalência do Marketing.

Nesse cenário, sem discutir com profundidade os problemas da cidade, a candidatura PV-PP

assumiu a encenação da representação do novo na disputa pelo executivo, aliando a imagem da

mulher empresária, bem sucedida e mãe, como sendo a solução para uma gestão empresarial

dos órgãos públicos municipais que solucionasse entraves da administração local e permitisse o

desenvolvimento de Natal.

O bloco econômico que deu sustentação campanha Micarla/Paulinho, do qual destacamos o

papel do Sindicato das Empresas de Ônibus | SETURN, soube financiar a construção de uma

imagem polida e, principalmente, desviar a atenção do debate político para a questão da imagem.

Nessa disputa de imagem, Micarla soube muito bem explorar o viés conservador e

preconceituoso da cultura local, ao polarizar a eleição entre o Bem e o Mal, onde ela mesma

representava o “bem” (família, mulher, empresária, católica) contra o “mal” (militante, lutadora,

mulher, mulher, trabalhadora e sindicalista) representado por Fátima Bezerra.

Foi também via esta polarização que Micarla conseguiu atrair pra si uma miríade de políticos

conservadores, que se viram alijados do poder com a possível ascensão petista à prefeitura e

trataram de unir-se àquela que podia fazer frente ao PT, são eles: Rogério Marinho, José Agripino

e Felipe Maia, João Maia, Robinson e Fábio Farias e outros.

Sendo assim, fica mais fácil compreender como Natal fez essa opção. A opção verdadeira foi não

discutir a cidade e seus problemas, não levar a sério a eleição e votar comodamente naquela

candidata que, na TV, lhe pareceu mais simpática e carismática. Deu no que deu.

Por falar em opções, a guinada eleitoral no âmbito local para o campo das forças conservadoras

repetiu-se em 2010, quando os potiguares resolveram fortalecer ainda mais esse bloco histórico

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 14

da direita em nosso estado e elegeram a governadora Rosado Ciarlini e os senadores José

Agribaldi Maia e Garipino Alves Filho, retomando o controle do executivo estadual.

Tão evidente o receituário do DEM nas suas administrações que logo nos seus primeiros meses

eclodiram varias paralizações do funcionalismo público, as quais se fizeram presentes nas redes

sociais sob a hashtag #RioGREVEdoNorte, que alçou entre os assuntos mais comentados no

país. A luta de classes se evidenciou muito claramente na intransigência por parte do governo em

negociar as pautas das trabalhadoras, levando as mais variadas categorias profissionais a

somarem-se às juventudes na construção de um dos momentos mais belos nas lutas sociais

potiguares.

O #ForaMicarla e a revolta popular em Natal.

A insatisfação popular com os desmandos da prefeitura que causaram o caos urbano em

natal podem ser sentidos nos índices de rejeição da prefeita, que têm variado entre inacreditáveis

87 e 93% de reprovação popular. Não foi muito difícil a rejeição irromper em revolta e tomar conta

das ruas da cidade.

O Fórum Municipal Contra o Aumento da Passagem foi o incipiente das lutas presenciadas

nesse período. Essa articulação ascendeu às primeiras fagulhas contestatórias, através de uma

grande mobilização cidadã no dia 24 de fevereiro, quando um ato público em frente à sede da

administração municipal tomou forma.

Logo depois nasce o Movimento #ForaMicarla, das redes sociais (Twitter, Facebook, Orkut,

MSN entre outros) às ruas. Depois de 2 grandes atos noturnos de rua, que paralisaram o trânsito

da cidade, o movimento toma força e ocupa a Câmara Municipal de Vereadores de Natal para

cobrar a instalação de uma Comissão Especial de Investigações que investigasse as inúmeras

denúncias de irregularidade.

Em seu formato plural, autogestionado e horizontal, o movimento #PrimaveraSemBorboleta

acampa durante 11 (onze) dias na Câmara Municipal. Durante a ocupação, as cidadãs de Natal

organizam-se em comissões de cultura, segurança, formação política, comunicação, limpeza,

alimentação e ciranda (infância); e começa um verdadeiro espetáculo para a população

natalense: repleto de lições de cidadania.

A principal reivindicação dos manifestantes era a reinstalação da CEI (Comissão Especial de

Inquérito) dos Aluguéis, que tinha como objeto de investigação os contratos de locação de

imóveis privados para o funcionamento de secretarias e demais órgãos municipais.

Mesmo enfrentando uma dura “guerra da informação”, que incluiu o forjamento de materiais

incriminatórios e ameaças diárias do uso da força policial para a retirada dos ocupantes, o

movimento se fortalece, se consolida e, aos 17 (dezessete) dias do mês de junho de 2011, o

#ForaMicarla desocupa a Câmara Municipal de Natal com o atendimento de todas as pautas de

reivindicações do movimento que incluía: a reinstalação da CEI, a composição da presidência ou

relatoria da comissão pela bancada da oposição e uma audiência pública acerca da mesma.

Além da vitória prática, várias lições ficaram de legado daquela histórica ocupação, a principal

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 15

delas, talvez, seja a certeza de que uma reforma política é possível, que as manifestações são

indispensáveis, que combater a corrupção é fundamental, mas que fiscalizar as ações de nossos

representantes é o primeiro passo para aniquilação dos corruptos e sua execração do quadro

político do nosso estado.

A fuga dos aliados de Micarla/Paulinho

Os aliados de primeira hora há muito perceberam o rumo de naufrágio e abandonaram aliança

eleitoral Micarla/Paulinho. As indicações desse caminho mostraram-se claramente na repartição

dos cargos e orçamentos das secretarias nos primeiros meses da gestão do partido da atual

prefeita de Natal.

A busca por verbas junto ao governo federal e o apoio de parte significativa do PV nacional

(inclusive o diretório local) no 2º turno a Dilma Rousseff, foi a desculpa procurada pelo líder

‘demista’ José Agripino Maia, em ausentar-se de culpa pelo apadrinhamento da pior gestão da

cidade na história.

Se Agripino (DEM) encontrou no “apoio” a Dilma a justificativa pra seu desvencilhamento,

Robinson e Fábio Farias (PSD) nem procuraram justificar a ruptura, tentam passar a imagem de

que nunca compuseram a aliança. Estratégia análoga usa Rogério Marinho (PSDB), fingindo não

ter nada-a-ver com Micarla e o caos que ela criou. Já João Maia (PR), também se argumento,

recorreu a um singelo “pedido de desculpas” por ter ajudado Micarla a se eleger.

Caso mais emblemático vem do próprio vice-prefeito Paulinho Freire. Fingindo-se discreto, o

mesmo evita aparições e até mesmo ser lembrado como vice. Alega que também tem suas

críticas, mas não rompe com a prefeita. Uma leitura atenta das movimentações de Paulinho

sugere que o mesmo, embora seja uma das peças-chaves do esquema Micarlista na prefeitura,

está apenas aguardando uma quase inevitável cassação da prefeita para assumir o posto, como

se nada tivesse acontecido.

Como nenhum desses “espertos” que ajudaram Micarla e Paulinho a se eleger querem “segurar

alça de caixão”, todos eles estão se movimentando para rearticular o campo de forças e “inventar”

outra saída para a cidade, que não inclua, é claro, a mudança de prioridades, do privado para o

público, que representaria uma vitória da esquerda.

O PT e as eleições de 2012.

Ciente de que fez o seu papel para evitar que esse caos fosse criado, com a autoridade de quem

se apresenta como alternativa desde as eleições de 1992, o PT rearticula-se para disputar, pra

valer, as eleições de 2012.

O Partido das Trabalhadoras iniciou este ano um processo no qual discute um novo projeto para

a cidade do Natal, pautado, em primeiro lugar, pela voz ativa de seus filiados, por indivíduos, por

grupos formadores de opinião na cidade, por universitários, jovens, adultos, idosos, enfim,

tentando articular o conjunto da população e propor à sociedade natalense o “modo petista de

governar” como alternativa concreta para nossa cidade.

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 16

É papel do PT construir uma alternativa real, que vá além da denúncia e possa oferecer um

caminho seguro a ser trilhado por nossa cidade rumo ao desenvolvimento. Para isso, os

Diretórios Zonais estão realizando suas plenárias e discutindo a realidade da região; os Setoriais

do partido também estão mobilizados e levantando as principais experiências do modo petista em

cada área de atuação; o Diretório Municipal espera também terminar o ano de 2011 com pelo

menos 50 núcleos de base espalhados pela cidade, ativados na discussão da realidade de Natal

e das prioridades da gestão petista que esperamos iniciar em 1º de Janeiro de 2013.

#Natal2013 tem sido a palavra de ordem do PT. Nosso objetivo é consolidar um roteiro de

políticas públicas que oriente a recuperação dos serviços públicos e a retomada do

desenvolvimento de nossa cidade a partir de 2013, quando, efetivamente, teremos a

oportunidade de fazer a diferença.

Nós que fazemos o #UENOIS nos somamos a este esforço e aproveitamos a oportunidade da

realização do 2º Congresso da JPT para apresentar um conjunto de diretrizes que elaboramos

como contribuição ao debate do Plano de Governo de nossa candidatura. Trata-se de um

conjunto de diretrizes, divididas em 13 temas, que esperamos tê-las debatidas pela nossa

militância e, quem sabe, vê-las incorporados ao #Natal2013.

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 17

Diretrizes do #UENOIS para o debate do #Natal2013

1. Mobilidade urbana.

Nossa cidade está a cada dia mais travada e fica cada vez mais penoso se

deslocar de um canto para outro em Natal. Isso se deve, principalmente, à

ausência de planejamento viário e à prioridade dada ao transporte individual

(automóveis) em detrimento a um sistema eficiente de transporte coletivo. É

preciso superar essa realidade. É inaceitável que gastemos tanto dinheiro e

percamos tanto tempo em nossos deslocamentos na cidade, uma vez que

moramos na menor capital do país (169 km2), a qual tem no setor de serviços

o seu maior potencial econômico.

PRIORIDADES:

Priorizar a realização das obras de Mobilidade Urbana previstas para acontecer até o

mundial da FIFA 2014, com vistas a garantir um legado positivo da copa para a cidade;

Construir soluções técnicas para o impasse que impede a realização das obras do PRÓ-

TRANSPORTE, projeto que contempla várias adequações viárias, especialmente na Zona

Norte de Natal e que são fundamentais para a integração da região e desta com as demais

zonas da cidade;

Readequação da estrutura viária da cidade, priorizando o transporte de massa com o

estabelecimento de novos corredores exclusivos para transporte coletivo;

Implantação de uma rede de ciclovias em toda a cidade que permita o transporte por

bicicleta como opção viável em Natal;

Construção de um novo Sistema de Transporte e Mobilidade Urbana, mais eficiente,

democrático e transparente e que garanta: a redução da emissão de poluentes, a melhoria

das condições de trânsito e a garantia de mobilidade urbana com segurança, eficiência,

dignidade e bem-estar para toda a população:

o Realizar a licitação para escolha das empresas que oferecerão o serviço público de

transporte coletivo de passageiros por ônibus, realizando as adequações propostas

pelo Ministério Público Estadual na minuta do edital, com vistas a garantir a segurança

e a acessibilidade a todas as usuárias;

o Integração intermodal, ou seja, integrar alternativos, ônibus, trem (ou VLT) e demais

modalidades que venham a existir, visando uma melhor eficiência do sistema a partir da

real complementação entre estas diferentes modalidades, o que tornará a mobilidade

urbana em nossa cidade mais eficiente;

o Gestão Plena do Município sobre o Sistema de Transporte e Mobilidade Urbana, a

partir de uma regulamentação transparente e de mecanismos de controle social que

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 18

garantam a participação efetiva das usuárias na gestão do sistema; e

o Funcionamento do transporte durante 24hs por dia, para a população de toda

cidade, a partir de uma regulamentação e fiscalização mais efetiva por parte da

SEMOB e da população.

Criação de Consórcio Público Metropolitano e do Plano Diretor de Mobilidade da

Região Metropolitana, buscando a integração dos sistemas de transporte e a garantia de

uma mobilidade mais eficiente na Região Metropolitana de Natal, o que é essencial ao

desenvolvimento da região.

2. Políticas de Juventudes.

As juventudes de Natal são invisíveis para a prefeitura. Não há uma política

séria voltada para a inclusão das juventudes. O órgão gestor criado pela

prefeita Micarla não passa de um “aparelho” da juventude do PV instalado na

SECOPA. Não há um Plano ou política de Juventude, nem mesmo programas

e ações que atenda esse público em suas especificidades. Enquanto isso há

centenas de grupos, movimentos e organizações juvenis fazendo a diferença,

seja lutando por direitos ou mesmo promovendo ações de valorização da

cultura, do esporte e de proteção do Meio Ambiente. Para a prefeitura, esses

grupos não existem!

PRIORIDADES:

Criar o Sistema Municipal de Juventude e adotar um conjunto de medidas concertadas

no sentido de reduzir e exclusão social da juventude, garantir os direitos das pessoas

jovens, promover oportunidades para o desenvolvimento humano, econômico, social e

político das jovens e criar um ambiente favorável à intervenção autônoma das juventudes

nos processos de desenvolvimento socioeconômico da cidade.

o Transferir o órgão gestor municipal de juventude (Secretaria-adjunta da

Juventude) para a estrutura organizacional do Gabinete Civil, dando-lhe a missão

promover a sinergia das Políticas Públicas de Juventude, por meio da coordenação

de esforços entre as instituições do executivo municipal, de forma a potencializar as

suas ações e de implementar políticas específicas de identidade juvenil e

valorização do protagonismo juvenil.

o Criar o Conselho Municipal de Juventudes, com garantia de estrutura e

orçamento, para promover a devida participação autônoma dos movimentos e

representações juvenis na formulação, execução, monitoramento e avaliação das

políticas públicas.

o Formular de forma participativa o Plano Integral de Direitos e Oportunidades para

as Juventudes - Plano Municipal de Juventudes - com diretrizes e metas para o

atingimento nos próximos dez anos.

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 19

Construir Centros de Referência Cultural das Juventudes, e destinar espaços públicos

mal utilizados para esse fim, especialmente nas regiões periféricas e/ou de fácil acesso às

jovens das periferias, garantindo apoio, espaço e oportunidades para o desenvolvimento

das pessoas jovens e dos grupos e movimentos autônomos das juventudes.

Realizar, anualmente, o Festival Municipal das Juventudes, de modo a permitir o

reconhecimento da sociedade natalense do potencial, da diversidade e da qualidade da

produção intelectual, artística e social das jovens.

Construir o “Juventudes pelo Desenvolvimento” (programa público de apoio às

iniciativas de interesse público por parte de organizações, grupos e movimentos

autônomos das juventudes) com o lançamento de editais anuais para apoio técnico-

financeiro a projetos das juventudes de Natal.

3. Educação pública, gratuita e de boa qualidade para todas.

A educação municipal de Natal sofre, há muito, com a falta de planejamento e

prioridade. Na gestão Borboleta não foi diferente, ao contrário, conseguiu-se

piorar aquilo que já não era bom. Os prédios escolares sofrem com falta de

manutenção, alguns estão caindo aos pedaços. A prefeitura não consegue

implementar a contento sequer o Plano de Cargos que ela mesma implantou,

desvalorizando o profissional da educação. Os projetos de melhoria

educacional simplesmente não saem do discurso e a grande “novidade” de

Micarla para as estudantes é, acreditem, a emissão gratuita da carteira de

estudante. Piada de mau gosto que merece um basta. É preciso priorizar, de

verdade a educação de nossas crianças.

PRIORIDADES:

Promover a reformulação do papel e da prática da escola, levando-a a se comportar

como centro de formação integral da pessoa jovem, oferecendo oportunidades nas

áreas: esportiva, cultural, técnico-científica, social e política;

Promover a ressignificação da Escola para a comunidade onde está inserida,

tornando-a pólo de cidadania e de oportunidades para a toda população,

especialmente no tocante a inclusão digital e ao uso das novas tecnologias de informação

e comunicação.

Implementar, em estreita articulação com as educadoras, um Programa de Formação

Continuada com foco na vivência com juventudes e com os problemas sociais

decorrentes do atual modelo social que é excludente;

Adotar medidas que garantam manutenção permanente na estrutura das escolas,

envolvendo gestão e comunidade escolar, além da comunidade do entorno, com as ações

de conservação e preservação do patrimônio escolar;

Fomentar o protagonismo juvenil, como o apoio a criação e funcionamento de Grêmios

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 20

Estudantis, rádios escolares e outras iniciativas que impulsionem a socialização pessoa

jovem e sua formação enquanto cidadã ativa, preparada para intervir na realidade;

Dotar todas as escolas municipais de Laboratório de Informática e mantê-los em pleno

funcionamento e abertos à população nos fins de semana;

Realizar parcerias com universidades e organizações da sociedade civil para a adoção

pela rede municipal de conteúdos de Direitos Humanos, ética e cidadania, visando à

formação da estudante crítica e consciente de seu papel na sociedade;

Fortalecer o papel da escola na promoção da cultura de paz a partir da tolerância e do

respeito mútuo, buscando desarmar as micro-violências que permeiam o universo escolar;

Promover uma integração mais efetiva da escola com os programas direcionados a

jovens, tais como: Mais educação, Projovem adolescente, Projovem trabalhador, Iniciação

científica e outros, visando à formação integral da pessoa jovem, ao intercâmbio de boas

práticas e à otimização de recursos públicos.

Expandir a rede de creches, visando à universalização do atendimento, acompanhada de

medidas que assegurem a melhoria das condições de atendimento, a realização de

concursos públicos e a garantia de acompanhamento médico e psicopedagógico das

crianças.

Criar programa municipal de educação de mães, com o objetivo de melhorar sua

capacidade de contribuir com o desenvolvimento das capacidades cognitivas de seus

filhos, afinal, está provado que o desempenho das crianças na escola depende

fundamentalmente do nível de escolaridade das mães.

Ampliar progressivamente o investimento do município em educação visando chegar

em 2016 ao patamar de 33% do orçamento da prefeitura.

4. Radicalizar na gestão democrática da cidade.

“É na cidade onde vivem as pessoas” bradam os “defensores” do

municipalismo, justificando uma prioridade das políticas públicas nos

municípios, onde a proximidade maior entre representantes-representados

contribuiria para uma melhor gestão da coisa pública. Acontece que, na

prática, se não houver um compromisso do poder público de abrir-se à

participação das cidadãs, de nada vale essa pretensa “proximidade” e é isso

o que observamos em Natal. As pessoas em geral não se envolvem com os

assuntos que dizem respeito à cidade e a prefeitura não faz nenhum esforço

em democratizar sua relação com as cidadãs, mantendo-se tão ou mais

distante que os outros níveis de governo. Uma gestão petista só respeitará o

“modo petista de governar” se for capaz de radicalizar na gestão democrática

da cidade.

Page 23: De pé no chão!

#UENOIS | De pé no chão Pág. 21

PRIORIDADES:

Construir um Fórum Municipal da Cidadania que elabore uma proposta de revitalização

dos Conselhos de Política Pública já existentes e um calendário de criação dos novos

conselhos que são necessários para garantir uma participação real, efetiva e autônoma

das cidadãs na formulação, gestão e avaliação das políticas públicas.

Alcançar a transparência nos atos da prefeitura, garantindo o acesso público em tempo

real às informações decorrentes da execução orçamentária do município, inclusive com o

registro das despesas, fornecedores e valores pagos.

Criar o Orçamento Participativo Municipal, garantindo a participação no âmbito

comunitário, macrorregional (Zonas Administrativas) e setorial (áreas de governo), e uma

maior integração com a internet para tornar-se mais transparente e participativo, permitindo

a participação ampla da população e da sociedade civil organizada em significativa parcela

do orçamento municipal.

Criar a Ouvidoria Municipal, órgão ligado ao Gabinete Civil que será responsável por

interagir permanentemente com a população sobre a qualidade dos serviços públicos

municipais, recebendo denúncias, críticas e sugestões, via internet, telefone ou

pessoalmente e ainda por realizar audiências e consultas públicas para a

discussão/aprofundamento de soluções para problemas recorrentes.

Rever a política de comunicação da prefeitura, adotando uma característica mais

dialógica e menos propagandística. O objetivo da publicidade municipal deve ser informar

as cidadãs, ou seja, oferecer insumos para o debate público e promover a transparência e

não o proselitismo político em favor do governante. Também com relação à verba de

publicidade, deve-se reduzi-la e descentralizar, anunciando também em jornais

comunitários, sociais e nas mídias digitais.

5. Reforma Urbana.

Natal reproduz o padrão de segregação sócio espacial das grandes cidades

brasileiras, com um detalhe: há uma maior conjunção entre periferias e

subúrbios, fazendo-se esconder dos turistas e dos próprios natalenses as

favelas e loteamentos precários da Cidade. O fato é que regularização

fundiária, saneamento básico e ambiental, mobilidade, acesso aos serviços

públicos, espaços de convivência e áreas verdes ainda são problemas

extremamente sensíveis em nossa cidade. É preciso promover em Natal uma

reforma urbana que permita o desenvolvimento das funções sociais da cidade

e garanta dignidade e bem-estar às mais de 800 mil natalenses.

PRIORIDADES:

Construir uma mobilização institucional que acelere a regularização fundiária dos imóveis

que não dispõe de escritura pública, com o apoio da prefeitura e outras instituições para

garantir a escrituração gratuita à população de baixa renda;

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 22

Formular, de forma participativa, Planos Comunitários de Urbanização que visem dotar

as periferias de melhores condições de moradia e de espaços de convivência coletiva,

especialmente para a prática esportiva, a produção e difusão cultural, a organização social

e o entretenimento gratuito e que busquem uma forte articulação com o Orçamento

Participativo;

Ampliação da cobertura, visando à universalização, dos serviços de saneamento

básico e ambiental da capital.

Elaborar projetos da prefeitura para construção de Habitação de Interesse Social com

recursos do Programa Minha Casa Minha Vida, vale destacar que Natal é a única

capital do país que não implementou nenhum projeto habitacional do MCMV por meio da

prefeitura.

Estabelecer parcerias com universidades que permitam a oferta gratuita de assessoria à

população para o melhoramento das suas condições de moradia, oferecendo

informações e apoio técnico para que sejam adotadas melhores técnicas de construção,

aproveitamento de luz solar, ventilação, aproveitamento de material e recursos locais e/ou

alternativos na construção etc;

Implantar programa de melhorias habitacionais nas comunidades periféricas,

garantindo mais recursos públicos para o financiamento das melhorias habitacionais;

Garantir a equidade na construção de espaços públicos de convivência, esporte e

lazer. A prefeitura deve priorizar a construção destes espaços de socialização nas

comunidades com maior carência destes tipos de equipamento, afinal, as disparidades

entre as zonas centrais e periféricas da cidade são tão gritantes que exigem um

investimento diferenciado e prioritário nas comunidades periféricas.

Reabilitação da Zona Leste de Natal para fins de moradia. Esta região concentra a maior

parte dos investimentos em infraestrutura realizados no século XX e hoje é a menos

povoada da cidade, esse contra senso só será superado com ações de revitalização da

região e investimentos em habitação de interesse social na área.

6. Sustentabilidade e proteção do meio ambiente.

Um dos maiores ativos econômicos de nossa cidade, bastante explorado pelo

setor de turismo, são nossas belezas naturais. Infelizmente, Natal não parece

ter plena consciência disso, basta ver a situação da poluição, da degradação

dos mangues e do completo abandono do Rio Potengi. Poucas cidades

desprezam tanto seu rio, como fazemos com este que ajudou a batizar nosso

Estado. É necessária uma ação firme e articulada da prefeitura, com o

objetivo de superar este e outros desafios para a promoção do meio ambiente

equilibrado e sustentável.

PRIORIDADES:

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#UENOIS | De pé no chão Pág. 23

Criação do Programa de Despoluição e Revitalização do Rio Potengi:

o Promover uma fiscalização efetiva que combata o despejo de dejetos e resíduos

sólidos no leito do rio.

o Promover medidas de revitalização das áreas degradadas pelos viveiros de

camarão e promover incentivos para a transferência dos atuais viveiros legalizados

para outras áreas com menor impacto ambiental.

o Construir calçadões e outros equipamentos públicos que possibilitem uma

maior interação das natalenses com seu rio.

Construir um programa articulado de coleta seletiva de materiais recicláveis, com o

objetivo de reduzir os problemas socioambientais de nossa cidade a partir da geração de

ocupação e renda, da redução da emissão de poluentes decorrentes da decomposição de

tais materiais e da redução dos problemas de saúde pública decorrentes da má destinação

dos resíduos sólidos.

o Incentivar a coleta seletiva em todas as empresas com mais de 100 funcionários

e fiscalizar o recolhimento adequado do lixo químico e hospitalar de Natal aos

respectivos aterros sanitários.

o Implementar a coleta seletiva em todas as escolas e repartições públicas

municipais e incentivar a adoção de medida similar em todos os espaços públicos

com o objetivo de despertar a consciência da população para a necessária mudança

de hábitos;

o Ampliar a cobertura da coleta seletiva voluntária, com a regularização da coleta

e incentivos para a adoção por condomínios e empresas.

Realizar uma campanha de conscientização contra o uso de agrotóxicos na região de

Gramorezinho e demais áreas produtoras dos alimentos consumidos pelas natalenses.

Promover ações de cogestão comunitária de espaços públicos e áreas verdes da

cidade, com o objetivo de diminuir a incidência de lixões em terrenos baldios e permitir o

surgimento de novos espaços comunitários autogestionados e até autossuficientes.

Promover uma ampla campanha de educação ambiental com foco nas escolas,

instituições comunitárias e sociais e organizações juvenis.

7. Vida saudável.

Em Natal, saúde se confunde com hospital, sofrimento e agonia. É preciso

superar a visão de saúde como ausência ou controle de doenças e pensar na

promoção da qualidade de vida que permita uma vida saudável. Além disso,

será necessário todo um esforço da próxima gestão para retomar o

desenvolvimento do SUS na cidade, reaparelhando a rede de atenção básica

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e desprivatizando os serviços terceirizados.

PRIORIDADES:

Promover o reordenamento da rede de atendimento básico e ambulatorial da cidade,

construindo uma integração efetiva dos postos de saúde, garantindo o funcionamento

regular de pelos menos uma AME e uma UPA em cada região administrativa e adotando

medidas de gestão compartilhada com os usuários do SUS.

Promover ações educativas que enfatizem a corresponsabilidade de homens e mulheres

no que se refere à saúde sexual e reprodutiva, assim como ações nas escolas, unidades

de saúde e em espaços comunitários e de assistência social;

Propor uma nova abordagem com relação ao problema da gravidez precoce de

adolescentes jovens, buscando gerar a consciência da importância dos projetos de vida e

o impacto que a maternidade/paternidade pode ter nessa fase de formação humana da

pessoa e, ao mesmo tempo, atuar no sentido de contribuir com a maternidade segura das

jovens que engravidarem de forma não planejada:

o Propor a inclusão no planejamento pedagógico das escolas da abordagem

sistêmica sobra a importância do planejamento de vida e familiar;

o Promover ações de acompanhamento de adolescentes jovens que

engravidaram de forma não planejada;

o Propor a criação de Casas de Apoio a jovens que engravidaram de forma não

planejada, para garantir amparo, evitar o abortamento clandestino (muitas vezes

exigido pela família) e ajudar às e aos jovens a readequarem seus projetos de vida,

intermediando ou oferecendo oportunidades de conclusão de estudos,

profissionalização, inserção no mundo do trabalho etc.

Articular a criação de um Hospital-referência para Idosas e Idosos, fortemente articulado

com a rede de atenção básica a saúde, e a realização de atividades sócio culturais

dedicadas à “melhor idade” nas comunidades periféricas, devido à facilidade de locomoção

e à necessária integração das mesmas à comunidade em que residem;

Propor a adoção de uma política de Educação alimentar em escolas e demais espaços

e iniciativas públicas visando à promoção de mudanças de hábitos alimentares da

população e à prevenção e ao combate de doenças, permitindo uma melhor qualidade de

vida às natalenses.

Implementar o projeto Consultórios de Rua, de forma a oferecer orientação para

redução de danos aos usuários e dependentes químicos, visando reduzir os riscos de

saúde decorrente do abuso de tais substâncias e uma maior proteção do próprio corpo por

parte dos usuários.

Implantar programa municipal de acolhimento voluntário, com consequente

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implantação de Centros Públicos para a Reabilitação dependentes químicos.

8. Valorização da diversidade.

Nossa cidade é marcada ainda por fortes preconceitos. Não são raras as

violações de direitos humanos que atingem negras e negros, mulheres,

homossexuais, usuários de drogas, pessoas com deficiência e demais grupos

marginalizados. É compromisso ético do PT a valorização da diversidade e o

respeito aos Direitos Humanos.

PRIORIDADES:

Promover a formulação participativa e a implantação de políticas públicas de combate à

discriminação étnico-racial, machismo, homofobia e lesbofobia;

Garantir o cumprimento da Lei que permite a utilização do Nome Social para

identificação em órgãos públicos.

Promover ações sistemáticas junto à rede municipal de educação no sentido de

reformular conteúdos e práticas pedagógicas discriminatórias em relação ao sexo,

raça, identidade de gênero, orientação sexual e religiosa assim como combater junto aos

meios de comunicação os estereótipos que reforçam a submissão e a desqualificação das

mulheres.

Promover campanhas e ações afirmativas que deem visibilidade às pessoas e às

demandas dos grupos sociais marginalizados;

Promover medidas que ajudem a assegurar o cumprimento da Lei Estadual Nº. 6.999

de 16/01/97 que prevê garantias de salário igual por tarefa igual e punição de todas as

formas de discriminação praticadas pelas empresas, em função de sexo, raça, estado civil,

religião, grupo geracional e orientação sexual;

9. Vida segura.

A segurança é também um problema recorrente em nossa cidade. Embora a

área seja de competência do Estado, algumas ações podem e devem ser

empreendidas pela prefeitura para dar mais segurança às natalenses.

PRIORIDADES:

Implantar uma política de enfretamento ao tráfico de pessoas e ao turismo sexual

infanto juvenil, assim como articular medidas com a rede de proteção para intensificar

periodicamente ações de investigação e otimização do sistema de punição aos

agenciadores.

Promover ações coordenadas entre poder público e organizações locais com vistas a uma

maior integração e efetividade das ações de segurança desenvolvidas nas

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comunidades de Natal.

Implantar programa de acompanhamento e segundas oportunidades a pessoas

jovens egressas de medidas sócio educativas.

Investir em iluminação pública, principalmente em comunidades periféricas, visando

reduzir a incidência de áreas de risco devido à falta de luminosidade.

10. Promoção da cultura.

Cultura em Natal é sinônimo de espetáculo, e nada mais. Prova disso foi o

anúncio com alarde por parte da prefeitura quando conseguiu oferecer

cortesias dos espetáculos do Circo Thyanny e da Disney World no Teatro

Ricahuelo para alunos das escolas municipais. Não há a valorização do

artista local, muito menos da cultura popular e de nossas tradições. É um

completo abandono e descaso com nossa cultura. A gestão petista precisa

reverter esse quadro.

PRIORIDADES:

Valorizar a produção cultural local, em especial das comunidades periféricas e povos

tradicionais, que compõe a identidade da cidade;

Realizar auditoria na FUNCARTE e pagar todas as artistas que têm valores a receber

da prefeitura;

Promover, de forma participativa, a revisão da Lei Municipal Djalma Maranhão de

incentivo à cultura, com vistas a democratizar o acesso aos incentivos fiscais criados pela

Lei e o apoio a uma gama maior de produtores locais;

Oferecer apoio às culturas alternativas, visando fomentar o desenvolvimento de grupos

e a realização de eventos nas quatro zonas de natal;

Criar a Escola Municipal de Culturas Populares, Urbanas e Alternativas;

Promover a revisão da Lei de Meia-Entrada, visando ao estabelecimento de uma melhor

estrutura de fiscalização e à garantia de cumprimento dos dispositivos legais que

asseguram o direito aos e às estudantes;

11. Igualdade de gênero.

Em Natal as mulheres encontram os mesmos desafios que no resto do país

para se colocarem em igualdade com os homens. É preciso avançar na

garantia da igualdade de gênero e a prefeitura deve entrar nesse combate.

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PRIORIDADES:

Promover ações que estimulem a adoção universal dos procedimentos de parto

humanizado, que valoriza a mulher, a família e a humanidade das pessoas.

Ampliação dos investimentos nos centros de referência da mulher.

Propor investimento e a ampliação dos serviços de atendimento e acompanhamento

às vítimas de violência doméstica e sexual, garantindo o atendimento psicológico aos

agressores.

Propor a uma parceria com as universidades para desenvolver um trabalho permanente

de estudo, pesquisa e elaboração de projetos para monitoria da situação das

mulheres no município;

Defender políticas de infraestrutura para facilitar o acesso das mulheres ao mercado

de trabalho, incentivando a implantação e a normatização de equipamentos sociais como

lavanderias, creches em tempo integral e serviços de alimentação em locais de trabalho e

nas comunidades periféricas.

12. Esporte e lazer para todas.

Paradoxalmente nossa cidade será palco dos jogos do mundial de futebol da

FIFA 2014 e a grande reinvindicação de nossa juventude, especialmente na

periferia, é por espaços para prática de esportes e lazer. A especulação

imobiliária devastou os espaços antes destinados às peladas, queimadas e

afins e está cada vez mais difícil para as juventudes encontrar novos

espaços, principalmente com alguma infraestrutura e facilidade de acesso.

PRIORIDADES:

Valorizar e respeitar a diversidade de práticas esportivas, trabalhar com foco maior na

inclusão e menos na competição, apoiando jogos de rua e outras modalidades

cooperativas;

Priorizar os investimentos nas comunidades periféricas da cidade, dotando-as de

espaços públicos como campos e quadras de esportes;

Construir o tão reivindicado Skate Park, com a participação das tribos de skatistas na

elaboração do projeto;

Criação de novos espaços, e melhorias nos já existentes, destinados à prática de

bicicross e demais esportes radicais.

Articular ações de apoio e patrocínio aos atletas competitivos de Natal nas diversas

modalidades de rendimento;

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13. Trabalho, desenvolvimento econômico e economia solidária.

Nossa cidade precisa dinamizar sua base econômica e romper com a

dependência de renda do funcionalismo público e dos programas de

transferência e também do turismo como único setor dinâmico de nossa

cidade. Entre os caminhos está incentivar os negócios associativos baseados

na economia solidária, que podem ser alternativa eficiente para a inclusão

sócio produtiva.

PRIORIDADES:

Criar o Mercado Municipal de Arte de Rua, aonde os e as artistas e artesãs poderão

expor sua arte e se configurará em mais um equipamento cultural, de lazer e

entretenimento e turístico da cidade;

Criação do programa SERES - Sistema de Emprego, Renda e Economia Solidária,

direcionando parte dos recursos municipais destinados a “Ações para o trabalho” para o

estímulo e apoio à criação e sustentabilidade administrativa e produtiva de

empreendimentos com base nos princípios da Economia Solidária, para a criação de

Centros Comunitários de Economia Solidária e para a formação de feiras e o apoio a redes

de economia solidária.

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Proposta do #UENOIS para o fortalecimento da JPT em Natal

A JPT vive um momento especial em nossa cidade. Somos parte daqueles que se

levantam contra a gestão municipal e, ao mesmo tempo, estamos vivenciando um rico momento

de construção política e fortalecimento do PT em Natal. A lição que tiramos desse momento é que

é possível crescer com qualidade. Várias puderam conhecer de fato e se encantar pelo nosso PT

nesse momento crucial e muitas outras podem vir.

A parte que acompanhamos desta atual gestão foi marcada por um ambiente altamente

politizado e de construção coletiva. Esperamos que este clima continue sendo nossa marca e que

possamos radicalizar na construção compartilhada de nossa JPT.

É reconhecido por todos que o grande avanço neste último período para a JPT local foi a

construção por consenso. Sabemos que agora podemos dar novos passos. A tese Socialismo ou

Barbárie deu um passo à frente quando propôs a composição paritária da secretaria; a Avante

deu outro quando propôs o rodízio entre as forças internas no exercício do cargo de Secretária de

Juventude. Simples assim.

Para nós do #UENOIS a disputa pelo aparelho não pode sobrepujar a construção política.

Concordamos com o consenso, com a paridade e com o rodízio. Sabemos que este rodízio, em

última instância deverá construir a despersonificação da condução da juventude, esvaziando em

parte o status dado ao cargo e, a nosso ver, desarmando uma disputa muitas vezes

desnecessária e injustificada.

Por isso é que nos somamos politicamente àquelas que desejam levar às últimas

consequências a gestão compartilhada e coletiva da JPT. Cremos que seja um brinde ao

momento atual que vivenciamos!

Em termos práticos, propomos que a JPT assuma um compromisso consigo mesmo de

crescer e qualificar sua intervenção política no próximo período, para isso propomos a meta de

multiplicar, no mínimo por 2 (dois), o número de filiados no próximo período. Pensamos na

realização, no período de 1 (um) ano, de uma campanha de crescimento da JPT | Natal,

composta por 6 (seis) etapas bimestrais:

1. Participação.

Participação política da juventude; cidadania

ativa, participação em conferências,

acompanhamento de políticas públicas,

movimentos sociais.

2. Formação Formação política, debates e reflexões

diversas.

3. Organização

Organização de Grêmios Estudantis, Centros

Acadêmicos, ONGs, grupos e movimentos

diversos, mobilizações e manifestações,

campanhas etc.

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4. Alistamento eleitoral

Campanha pelo voto aos 16; voto consciente;

transferência eleitoral de quem mora em

Natal e aqui não vota etc.

5. Filiação ao PT

Campanha saia do armário! Exposição do

partido, dos documentos básicos e históricos,

da dinâmica partidária, das correntes, dos

setoriais e núcleos etc.

6. Empreendedorismo

social

Projetos de intervenção social. Elaboração,

gestão e avaliação de projetos, mobilização

de recursos, estabelecimento de parcerias

para o desenvolvimento.

Cada uma destas etapas comporta uma miríade de atividades e campanhas específicas, a

ideia é planejar um roteiro de atividades que contemplem essas 6 (seis) dimensões propostas, as

quais podem nos ajudar a fazer crescer nossa JPT, quantitativa e qualitativamente.

Além dessa meta de crescimento, trazemos ao debate algumas propostas que julgamos

fundamentais para o fortalecimento da JPT em Natal:

Realização semanal, em data, horário e local fixos, de um debate político sobre um tema

pré-determinado, o Café com Política! Este encontro semanal deve institucionalizar-se e

independer das agendas de cada um. A ideia é ter aquele debate fixo, onde saibamos que

encontraremos algumas de nós dispostas a debater política por umas duas ou três horas.

Além disso, também podemos usar o Café com Política como “porta de entrada”, ou seja,

um espaço para as simpatizantes se relacionarem com o partido no mais privilegiado dos

momentos, o do debate político.

Criar a Biblioteca da JPT Natal.

Adotar uma política eficiente de comunicação:

o Blog como espaço central de divulgação / repositório de informações;

o Boletim mensal impresso

o Produção de conteúdos para as redes sociais;

Adotar uma política de Planejamento Anual Participativo, inclusive com o planejamento de

um orçamento anual a ser discutido com o PT e que garanta um mínimo de previsibilidade

dos limites e possibilidades de ação da JPT.