de onde vem a idéia de anjos caídos e demônios no novo testamento introducao por kenner roger...
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Origem da concepção de anjos caidos no novo testamento.TRANSCRIPT
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UNIVERSIDADE METODISTA DE SO PAULO UMESP FACULDADE DE FILOSOFIA E CINCIAS DA RELIGIO PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIAS DA RELIGIO
DE GUARDIES A DEMNIOS. A HISTRIA DO IMAGINRIO DO PNEUMA
AKATHARTON E SUA RELAO COM O MITO DOS VIGILANTES
Por:
Kenner Roger Cazotto Terra
Orientador: Prof. Dr. Paulo Augusto de Souza Nogueira
Dissertao apresentada em cumprimento parcial s exigncias do Programa de Ps-Graduao em Cincias da Religio, para obteno do grau de Mestre.
So Bernardo do Campo
2010
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BANCA EXAMINADORA
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Presidente: Dr. Paulo Augusto de Souza Nogueira
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Examinador: Dr. Jos Adriano Filho
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Examinador: Dr. Paulo Roberto Garcia
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"Deus come escondido, e o Diabo sai
por toda a parte lambendo o prato."
Guimares Rosa
Esta pesquisa foi realizada sob os auspcios da Capes.
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DEDICATRIA
minha querida esposa Marila, por tanta pacincia,
coragem, incentivo e amor.
minha me Dirlei, digna de meus sinceros
reconhecimentos.
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AGRADECIMENTOS
Este trabalho resulto das contribuies diretas ou indiretas de muitas pessoas amigas.
Sou grato a todas elas.
Agradeo a Deus por sua presena silenciosa, onde encontrei fora e esperana.
Aos meus pais, meu irmo e amigos que sempre me incentivaram. A Igreja Assemblia
de Deus em Aracruz, pelo apoio e pacincia. E tambm a minha esposa, a quem
dediquei este trabalho.
Aos Professores Jos Aparecido Buffon e Rutilene Ricato pela leitura e correo do
material.
Aos professores da Universidade Metodista, suas aulas e crticas foram fundamentais
para formulao do trabalho. Em especial ao professor e orientador Dr. Paulo Augusto
Nogueira, por sua amiga e academicamente refinada orientao.
Aos companheiros do grupo Oracula. Em especial ao Anderson, tambm pesquisador da
tradio enoquita. Nossas reflexes, trocas de bibliografias e crticas contriburam para
realizao das dissertaes. E tambm ao Cesar (Baino), pois sua amizade, crticas e
auxlio (especialmente em questes de informtica) foram fundamentais.
Tambm ao professor Florentino Garca Martnez, que com muita disponibilidade
respondeu meus emails e enviou artigos de sua autoria. E ao professor Csar Nez
Carbullanca pelas preciosas intuies e apontamentos.
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RESUMO
A obra compsita conhecida como I Enoque, formada por cinco livros, logrou muita
importncia para os Judasmos do segundo templo, como tambm para os Cristianismos
dos primeiros quatro sculos. Por isso, a inteno dessa pesquisa foi testar a
contribuio do Mito dos Vigilantes (I Enoque 6-11) para o imaginrio do demonaco
nos sinticos, em especial enquanto esprito imundo. Para esse intento, primeiramente
apresentamos as influencias do Mito dos Vigilantes na tradio enoquita e judaica em
geral, para depois analisarmos suas contribuies para o imaginrio do demonaco.
Depois, mostramos a presena de temas e idias desse mito em alguns textos
neotestamentrios. Comprovada a presena do mito nas comunidades crists,
analisamos as caractersticas e expresses simblicas que pintam o quadro
demonolgico nos sinticos, perguntando pela possvel relao com os demnios das
tradies judaicas. Com o acmulo de imagens dos seres malignos dessas tradies no
perodo do segundo templo, e a sua prxima relao com o Mito dos Vigilantes,
conclumos ser possvel a hiptese de que o demonaco ao ser chamado de esprito
impuro trs indcios e ecos do desenvolvimento, nas tradies de Enoque e na
apocalptica, do Mito dos Vigilantes. Possivelmente, podemos afirmar que as imagens e
idias geradas pelas releituras desse mito permeavam o imaginrio das comunidades
crists que geraram os sinticos, em especial na concepo dos demnios. Assim, a
influncia do Mito dos Vigilantes no se resume a utilizao literria, mas est no
mbito do imaginrio, apropriado de maneira muito mais sutil e dinmica.
Palavras-chave: I Enoque, Mito dos Vigilantes, Espritos Imundos, Impureza, Indcios.
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SUMRIO
INTRODUO......................................................................................................... 1
CAPTULO I:
O MITO DOS VIGILANTES E A TRADIO DE ENOQUE: RASTROS E IMAGENS DA QUESTO DO MAL NA LITERATURA ENOQUITA
1. O Livro Etope de Enoque: histria da pesquisa.................................................... 8
1.1. O personagem Enoque: de homem a homem divino.................................. 11
1.2 A relao de I Enoque com Gn 6,1-4........................................................... 12
2. Viso geral do Livro dos Vigilantes....................................................................... 15
3. Mito dos Vigilantes: o conceito do mal e do demonaco........................................ 22
3.1. O demonaco na Bblia Hebraica................................................................ 22
3.2. A questo do Mito: porta de entrada ao mundo do imaginrio.................. 26
3.2.1. Questes literrias do Mito dos Vigilantes: Semiaza e Azazel....... 32
3.2.2. Mito dos Vigilantes: mundo interpretado e preservao da
identidade................................................................................................... 34
3.3. De Vigilantes a Demnios na tradio do Livro dos Vigilantes:
impureza, ensinamentos imprprios e violncia................................................ 37
3.3.1 Questo do demonaco na tradio do Livro dos Vigilantes............ 37
3.3.2. impureza, ensinamentos imprprios e violncia.............................. 41
3.3.2.1. Impureza............................................................................... 41
3.3.2.2. Ensinos imprprios............................................................... 46
3.3.2.3. Violncia............................................................................... 48
4. Resumo e concluso................................................................................................ 50
CAPTULO II:
MOVIMENTO ENOQUITA E INDCIOS NA LITERATURA JUDAICA DO SEGUNDO TEMPLO: (RE) APROPRIAES E NOVOS CONTORNOS
1. O Judasmo Enoquita e a influncia do Mito dos Vigilantes.................................. 53
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2. Influncia do Mito dos Vigilantes na literatura judaica.......................................... 59
2.1. Citaes do Mito dos Vigilantes na literatura judaica................................ 60
2.1.1. Jubileus............................................................................................ 61
2.1.2. Testamento dos Doze Patriarcas...................................................... 63
2.1.3. Os Orculos Sibilinos...................................................................... 64
2.1.4. Textos de Qumran............................................................................ 65
2.1.4.1. O Documento de Damasco................................................... 66
2.1.4.2. Perodo da Criao (4Q180-4Q181)..................................... 67
2.1.4.3. Gnesis Apcrifo (1QapGn)................................................. 67
2.1.4.4. Livro dos Gigantes................................................................ 68
2.1.5. 2 Baruc............................................................................................. 68
2.1.6. 2 Enoque.......................................................................................... 69
2.1.7. Filo de Alexandria e Flavio Josefo.................................................. 71
2.2. Indcios em Jubileus: O imaginrio do demonaco e o mito dos anjos
cados.................................................................................................................. 73
3. Mito dos Vigilantes e os demnios na literatura de Qumran.................................. 76
3.1. Dualismo em Qumran e a tradio de Enoque............................................ 77
3.1.1. 11QMelquisedec: Dualismo, Belial e Mito dos Vigilantes.............. 80
3.1.2. O demonaco em Qumran e a narrativa dos Vigilantes................... 86
3.1.2.1. Orao de encantamento em Qumran................................... 87
3.1.2.1.1. Papiros Mgicos Gregos.......................................... 87
3.1.2.1.2. Oraes de proteo................................................. 89
3.1.2.2. Possesso demonaca em Qumran e a tradio
dos Vigilantes..................................................................................... 92
4. Concluso e resumo................................................................................................ 94
CAPTULO III:
O PNEUMA AKATHARTON NOS EVANGELHOS SINTICOS E SUA RELAO COM O DESENVOLVIMENTO DA NARRATIVA DOS VIGILANTES
1. Mito dos Vigilantes e a Literatura do Novo Testamento....................................... 97
2. O Demonaco nos Sinticos como Espritos Imundos........................................... 104
2.1. O Pnema Aktharton em Marcos e sua relao com os demnios........... 106
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2.1.1. Mc 1,21-28: episdio na sinagoga de Cafarnaum........................... 106
2.1.2. Mc 3,10-12: sumrio demonolgico................................................ 107
2.1.3. Mc 3,20-30: controvrsia e Belzebul............................................... 108
2.1.4. Mc 5, 1-20: episdio em Gerasa...................................................... 109
2.1.5. Mc 7, 24-30: episdio na regio de Tiro......................................... 110
2.1.6. Mc 9, 14-29: episdio ps-transfigurao....................................... 111
2.2. Anlise sintica da relao entre Esprito Imundo e os demnios.............. 112
2.3. Resultados da anlise da relao do Pnema Aktharton e o demonaco
nos Sinticos...................................................................................................... 117
3. O Pnema Aktharton e o Mito dos Vigilantes: fazendo as relaes
imagticas................................................................................................................... 120
3.1. A impureza dos demnios nos sinticos e o Mito dos
Vigilantes........................................................................................................... 124
4. Concluso e resumo............................................................................................... 126
CONSIDERAES FINAIS.................................................................................. 128
REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................... 132