de olho na zona

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De olho na zona ecoclics.com.br /2012/10/18/de-olho-na-zonaii/ 18 out Last Updated on 20 dezembro 2013 Escrito por admin O título deste blog foi o de uma exposição coletiva ocorrida em 2010, época na qual iniciavam-se as profundas mudanças, ora em andamento, na zona portuária do Rio de Janeiro. Trata-se, portanto, de um tempo de reflexão sobre os destinos da cidade. Também momento de registro das marcas de um passado, que, mesmo não desaparecendo por completo com a implantação do projeto Porto Maravilha , será apenas o de coadjuvante do novo papel da região. Este foi um dos principais motivadores da escolha do tema para a referida exposição. Algumas fotos obtidas com essa finalidade encontram-se apresentadas na seção Portfólio , outras são apresentadas no Ecoclics. A ocupação da região remonta aos primórdios da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, tendo um de seus morros, o da Conceição como um dos quatro baluartes da cidade antiga ainda no século XVII. Inicialmente área agrícola e de defesa militar, passou a ser um entreposto de mercadorias transportadas por embarcações pela Baía de Guanabara e porto de desembarque de escravos. De região de modestos, mas numerosos, trapiches, no início do século XIX, o local foi finalmente aterrado e transformado na sede do Porto do Rio no início do século XX, o maior e mais importante do Brasil e um dos mais modernos do mundo na ocasião. Toda esta história, que já dura quase cinco séculos deixou vestígios no espaço, alguns deles, verdadeiros marcos do Brasil colonial como o Mosteiro de São Bento , do século XVII, a Fortaleza da Conceição, do início do XVIII, a igrejinha de N. S. da Saúde de meados do século XVIII, o cemitério dos ingleses e as construções residenciais nos morros da Conceição, Saúde e do Livramento além da primeira favela do Brasil, no morro da Providência, todos construídos ao longo do século XIX. Do início do século XX restam os armazéns, o cais da Gamboa, os pátios ferroviários, o edifício A Noite (primeiro arranha-céu da América Latina), as dependências da Rádio Nacional e muitos outros, todos construídos sobre a área aterrada no início do século XX, na Gestão do Presidente Rodrigues Alves e do Prefeito Pereira Passos. No bairro do Caju, conhecido em seus primórdios como praia do Caju, onde se encontra hoje o Porto moderno. pode ser visitada a Casa de Banhos de D. João VI . Hoje lá se encontram, também, o Cemitério do Caju (século XIX), o Arsenal de Guerra, um conjunto de favelas cuja origem foi uma pequena colônia de pescadores Açorianos e a famigerada Estação de Tratamento de Esgotos da Alegria, que faz parte do famigerado Programa de Despoluição da Baía de Guanabara. De símbolo da renovação urbana do século XX o Porto poderá se transformar daqui para a frente em baluarte da transformação urbana da cidade do Rio no século XXI, como foram recentemente os casos de Barcelona e de muitas outras cidades do mundo. (Adaptação de texto intitulado “Porto do Rio. Um projeto fotográfico”, de autoria de Augusto Ivan de Freitas Pinheiro ; Fotos: Pedro Trindade)

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De olho na zonaecoclics.com.br /2012/10/18/de-olho-na-zonaii/

18 out

Last Updated on 20 dezembro 2013 Escrito por admin

O título deste blog foi o de uma exposição coletiva ocorrida em 2010, época na qual iniciavam-se as profundasmudanças, ora em andamento, na zona portuária do Rio de Janeiro.

Trata-se, portanto, de um tempo de reflexão sobre os destinos da cidade. Também momento de registro dasmarcas de um passado, que, mesmo não desaparecendo por completo com a implantação do projeto PortoMaravilha, será apenas o de coadjuvante do novo papel da região. Este foi um dos principais motivadores daescolha do tema para a referida exposição. Algumas fotos obtidas com essa finalidade encontram-seapresentadas na seção Portfólio, outras são apresentadas no Ecoclics.

A ocupação da região remonta aos primórdios da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, tendo um de seusmorros, o da Conceição como um dos quatro baluartes da cidade antiga ainda no século XVII. Inicialmente áreaagrícola e de defesa militar, passou a ser um entreposto de mercadorias transportadas por embarcações pelaBaía de Guanabara e porto de desembarque de escravos. De região de modestos, mas numerosos, trapiches, noinício do século XIX, o local foi finalmente aterrado e transformado na sede do Porto do Rio no início do século XX,o maior e mais importante do Brasil e um dos mais modernos do mundo na ocasião.

Toda esta história, que já dura quase cinco séculos deixou vestígios no espaço, alguns deles, verdadeirosmarcos do Brasil colonial como o Mosteiro de São Bento, do século XVII, a Fortaleza da Conceição, do início doXVIII, a igrejinha de N. S. da Saúde de meados do século XVIII, o cemitério dos ingleses e as construçõesresidenciais nos morros da Conceição, Saúde e do Livramento além da primeira favela do Brasil, no morro daProvidência, todos construídos ao longo do século XIX.

Do início do século XX restam os armazéns, o cais da Gamboa, os pátios ferroviários, o edifício A Noite (primeiroarranha-céu da América Latina), as dependências da Rádio Nacional e muitos outros, todos construídos sobre aárea aterrada no início do século XX, na Gestão do Presidente Rodrigues Alves e do Prefeito Pereira Passos.

No bairro do Caju, conhecido em seus primórdios como praia do Caju, onde se encontra hoje o Porto moderno.pode ser visitada a Casa de Banhos de D. João VI. Hoje lá se encontram, também, o Cemitério do Caju (séculoXIX), o Arsenal de Guerra, um conjunto de favelas cuja origem foi uma pequena colônia de pescadores Açorianose a famigerada Estação de Tratamento de Esgotos da Alegria, que faz parte do famigerado Programa deDespoluição da Baía de Guanabara.

De símbolo da renovação urbana do século XX o Porto poderá se transformar daqui para a frente em baluarte datransformação urbana da cidade do Rio no século XXI, como foram recentemente os casos de Barcelona e demuitas outras cidades do mundo.

(Adaptação de texto intitulado “Porto do Rio. Um projeto fotográfico”, de autoria de Augusto Ivan de FreitasPinheiro; Fotos: Pedro Trindade)