de encontro a jesus

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Página 1 de 31 Bem, amados (as), quero neste trabalho dar minha contribuição através dos vários testemunhos que serão descritos nestas páginas, sabendo que Deus é mais em nossas vidas acima de qualquer prova que venha e inquietar nossa vida, nosso caminhar com Deus. Não sou nenhum dono da verdade, mas creio ter dado alguns passos na direção de Deus e, exatamente por isso, o Senhor me dê a graça de transmitir isso tudo que leremos no decorrer de cada página. Deus sempre está sedento de encontrar-nos, com pequenos e grandes detalhes, com pequenas e grandes situações, com pessoas notórias ou simples... Deus sempre está vindo ao nosso encontro e nunca deixa de estar caminhando na nossa direção para encontrar nosso olhar, nossas misérias, nossa pequenez. Veremos através da Bíblia e através de testemunhos que acompanharão cada página a beleza delicada com que Deus nos encontra. Muitas vezes em situações delicadas, outras em situações bobas, outras ainda, em situações sérias, que nos fazem até questionar se realmente Deus existe, se realmente caminha conosco. Tive a graça de testemunhar muitos destes encontros e, por isso, estas páginas são o resultado de todo um processo de Deus a meu respeito. Boa leitura aos irmãos. Paz e fogo.

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Bem, amados (as), quero neste trabalho dar minha contribuição através dos vários

testemunhos que serão descritos nestas páginas, sabendo que Deus é mais em nossas vidas

acima de qualquer prova que venha e inquietar nossa vida, nosso caminhar com Deus.

Não sou nenhum dono da verdade, mas creio ter dado alguns passos na direção de

Deus e, exatamente por isso, o Senhor me dê a graça de transmitir isso tudo que leremos

no decorrer de cada página.

Deus sempre está sedento de encontrar-nos, com pequenos e grandes detalhes, com

pequenas e grandes situações, com pessoas notórias ou simples... Deus sempre está vindo

ao nosso encontro e nunca deixa de estar caminhando na nossa direção para encontrar

nosso olhar, nossas misérias, nossa pequenez.

Veremos através da Bíblia e através de testemunhos que acompanharão cada página

a beleza delicada com que Deus nos encontra. Muitas vezes em situações delicadas, outras

em situações bobas, outras ainda, em situações sérias, que nos fazem até questionar se

realmente Deus existe, se realmente caminha conosco.

Tive a graça de testemunhar muitos destes encontros e, por isso, estas páginas são o

resultado de todo um processo de Deus a meu respeito.

Boa leitura aos irmãos.

Paz e fogo.

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CAPÍTULO 1

Desde os primórdios da humanidade Deus tem vindo ao encontro do ser humano de

forma simples e ao mesmo tempo espetacular em seus detalhes.

Comecemos por Adão.

Que coisa maravilhosa foi o encontro de Deus com Adão, visto que, Deus criou-o do

barro, soprou vida em suas narinas, contemplou a criação depois de criar o gênero humano.

Passeava pelo Jardim de Éden, portanto, era íntimo de Adão e Eva.

Fico imaginando como o autor sagrado idealizou o Gênesis, nesta cena, onde Deus

contempla Sua criação maior: O homem.

A perfeita harmonia com a natureza era a demonstração de carinho de Deus para

conosco.

Pois veja bem: Da mesma forma que com Adão e Eva, também conosco Deus vem ao

nosso encontro no momento da gestação, tecendo-nos como nos diz o salmista (cf. Sl

139(138), 13), com delicadeza, já não mais com barro, mas com o óvulo fecundado pelo

espermatozoide...

Que encontro maravilhoso! Quando Adão abriu os olhos e Deus na frente dele,

“ansioso” por ver aqueles olhos abrindo... Deus é assim conosco, irmãos!

Ele anseia para que abramos os olhos a Ele quando nos afastamos Dele.

Quando achamos que Deus é “algo” distante, impessoal, simplesmente algo que eu

tenho de acreditar ou que nem acredito mais, Deus anseia pela abertura de nossos olhos

como se estivéssemos no barro, sendo moldados, colocando água nessa argila para dar

forma, apertando ali, tirando excessos acolá, nos segura no colo como a criancinhas e até nos

ensina a andar (cf. Os. 11, 3-4).

Esse cuidado de Deus existe em todos os momentos, irmãos, pois Deus não esquece

dos filhos Dele, não se esquece das nossas necessidades, não se esquece de que somos

dependentes Dele, ainda que não admitamos que é assim. Deus nos quer encontrar sempre!

Como ao pai que sai de manhãzinha, vai trabalhar, fica o dia todo fora e na hora de

sair do trabalho, anseia por chegar logo em casa para ver seu filhinho recém-nascido. No

nosso caso, recém-criado.

Atualizando isso: RECÉM-ENCONTRADOS!

Irmãos, Deus anseia em nos encontrar como filhos criados com amor, pelo amor e por

amor. Amor incondicional, incansável, que apesar de desobedecermos, distanciarmos, nos

escondermos, não se cansa de chamar: “Adão! Onde estás?” (cf. Gen. 3, 9). Preocupado

como um pai que procura seu filho em perigo, talvez perdido, quem sabe rebelde, mas Deus

não desiste, corre atrás, chama, questiona, pergunta com o coração apertadinho: “... Comeste,

então, da árvore que te proibi de comer?” (cf. Gen. 3, 11)

Como quem diz: “Porque fizeste isso...?”. Mas sem mágoa, apenas com a ciência de

que isso seria prejudicial ao seu filho tão amado, que carrega a imagem, a semelhança que

nenhuma criatura Dele tinha até então, sabia das consequências que trariam tal atitude, sabia

o quanto Sua criação sofreria com isso.

Fato. Sofremos muito com isso até hoje.

E até hoje damos ouvidos aos muitos frutos do conhecimento que nos oferecem como

“novidades”, como “moda” e isso vai nos fazendo esquecer que não somos imagem da moda

ou da novidade, mas de Deus! Deus que vem ao nosso encontro na nossa liberdade, não

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impondo regras como fazem as modas, como fazem as novidades, como se não estivermos

conforme elas, não fazemos parte, somos excluídos.

Assim como Adão e Eva perderam o sentido do Paraíso, também nós, estamos

perdendo o sentido do Paraíso que Deus nos oferece como nosso Criador e Pai, dando

preferência aos modismos e novidades, inovações, etc.. E Deus ali, vindo ao nosso encontro,

buscando-nos dentro do esconderijo de nosso egoísmo, de nosso ciúme, de nossa vaidade...

Estamos perdendo o selo da criação que Deus nos selou. O selo do amor, do cuidado

de Deus conosco.

Estamos perdendo o selo da divindade profanado por nossos caprichos e sendo

arrastados por um outro selo que não nos conduz ao Éden, mas a outro lugar sem a harmonia

de Deus, sem o amor da criação que pode nos dar a segurança de estarmos no lugar certo.

Peçamos a esse Pai criador que nos dê hoje, nesse momento a graça de estarmos no

Éden, no paraíso da harmonia divina que nos dá a certeza de termos nossa sede de amor

saciada pelo amor de Deus...

Oremos:

Pai santo, querido e amado, queremos nesse momento agradecer-te pela vida que

nos foi soprada em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado, agradecer-Te

pela graça de sermos Teus filhos, amados e projetos concretos do Teu amor infinito.

Sela-nos com o amor divino que não se esgota em nossas decisões erradas e

opções pelo erro da sedução... Sela-nos com Teu olhar que nos transpassa a alma e nos

faz ter a certeza de que nosso lugar é no Éden da harmonia do Teu infinito e incansável

amor e não na ausência eterna de Tua presença... Amém.

CAPÍTULO 2

Vamos ver agora o encontro de Moisés.

Como avaliar este homem? Impulsivo? Violento? Inseguro?

Não sei se você que lê estas linhas se sente num destes adjetivos, mas sei que existe

um Deus que prefere olhar a possibilidade positiva de resposta, apesar de nossas limitações.

Apesar de nossas inseguranças, impulsividade, violência, agressividade, enfim, Deus prefere

colocarmos num outro prisma para nos olhar.

Moisés, colocado num cesto e encontrado por uma egípcia, que, por sinal, era a filha

do Faraó que fora banhar-se.

Obra do acaso? Não!

Providência de Deus.

Porque, veja bem, Moisés foi adotado pela filha do faraó.

Moisés sabia do dia-a-dia dos israelitas, do trabalho duro e sabia que era hebreu!

Mas quando ele defendeu aquele israelita, assassinando o egípcio sem medir

consequências... Ainda olhou para os lados para ver se havia alguém olhando!

Desde então a missão de Moisés se inicia. Que missão?

Libertar o povo do Egito, das mãos do faraó. Mas ele nem tinha ideia disso. Tanto que

fugiu, foi para Madiã, sentar-se num poço.

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E aí ele repete a dose: Defende as filhas do sacerdote Jetro de Madiã de uns pastores

que quiseram expulsá-las de junto do poço, dá de beber aos animais e depois ainda recebe

uma de suas filhas por esposa: Séfora.

Deus sempre honra aqueles que tomam a defesa dos pequeninos Dele. “... Todas as

vezes que fizeste isso a um destes meus irmãos mais pequeninos foi a mim mesmo que o

fizestes.” (cf Mt. 25, 40)

Irmãos, Moisés não sabia desse trecho da Escritura, pois Jesus ainda não viera ao

mundo! Mas sabia que devia tomar partido dos pequeninos de Deus!

E então, depois disso, Moisés está apascentando o rebanho de seu sogro, conduziu o

mesmo para o deserto, pertinho do monte Horeb.

Se por um lado, Adão precisou ouvir uma pergunta de Deus para encontrar-se com

Deus, Moisés foi encontrado pelo Senhor através da sua curiosidade atiçada.

Uma sarça começa a arder no meio do deserto sem se consumir... O que seria aquilo?

Como é que podia isso acontecer?

Aquilo era humanamente impossível! Por isso ele decide aproximar-se, lentamente...

Passo a passo.

Então, o Senhor toma a inciativa de chama-lo pelo nome, dizendo que era necessário

tirar as sandálias dos pés pois o lugar em que estava pisando era santo, pois ali estava Deus,

santificando o lugar!

Que maravilha!

Onde Deus coloca seus pés, Sua presença, ali se alcança a santificação do local!

Que dizer, irmãos, quando Deus começa a dialogar com Moisés? Ele (Moisés), nem se

atrevia a levantar o rosto e então Deus mostra o motivo de estar ali, exatamente para Moisés

ver os detalhes.

Deus inicia seu diálogo dizendo que VIU a aflição do seu povo, os israelitas, o povo

que ele defendeu no Egito na pessoa daquele que estava sendo agredido.

Ali se dá a promessa de libertação, somente em duas frases ditas pelo Senhor!

Deus é objetivo, irmãos. Não fica enrolando no que Ele quer de nós, e vai direto ao

ponto e por isso o encontro de Moisés com Deus é tão impressionante, pois, Deus não fica

circulando no que quer de Moisés, e por outro lado, Moisés tenta se esquivar deste propósito

que Deus lhe oferece. Mesmo assim, dá as ferramentas para Moisés onde há necessidade.

Quando Deus nos encontra, irmãos, tem propósitos de salvação para seu povo e nos dá

todas as ferramentas necessárias para que esse propósito seja realizado, porque? Porque é

incapaz de fazer sozinho? Não.

Quis precisar de nós e agir de forma concreta em meio ao seu povo.

E o melhor de tudo isso: NUNCA NOS CHAMA SEM DAR AS FERRAMENTAS

NECESSÁRIAS!

A Moisés deu o Nome Dele para saber quem o enviava, deu sinais de que estaria com

ele através de uma simples vara, deu um intérprete da voz Dele para que Moisés não fosse

envergonhado de sua limitação de boca e língua pesadas.

O encontro de Deus com Moisés é fascinante! Pois mesmo limitado, o Senhor não deu

oportunidade de fuga a Moisés, mas não o obrigou a nada! Apenas mostrou as ferramentas

que estavam à disposição de Moisés para que Sua obra acontecesse.

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Deus fez questão de chamar a atenção de Moisés com a sarça ardente sem consumir-

se, pois sabia que Moisés era curioso. O Senhor sempre vai se usar de nossas virtudes – que

muitas vezes são consideradas defeitos por nós – para que Sua vontade aconteça, pois, usou-

se do pastoreio de Moisés para conduzir o povo até a terra prometida, usou-se da

simplicidade de Moisés, pois quem vive pastoreando ovelhas, animais que não têm senso de

direção, para pastorear um povo todo no meio do deserto, usou da simplicidade de um cajado

para abrir um Mar Vermelho e proporcionar uma grande libertação ao seu povo!

Deus quer se utilizar de nossa curiosidade para investigarmos a Sua vontade, nossa

simplicidade para convencer a complicação do mundo em que vivemos, quer usar do cajado

que tivermos em mãos, e muitas vezes, esse cajado se chama EUCARISTIA!

Até isso Deus concede, irmãos...

Não há motivo para desculpas em não assumirmos que somos chamados por Deus.

Pois, quando Moisés tentou dar desculpas, Deus cobriu com a graça Dele, sinais visíveis da

presença de um Deus invisível! Que Deus é esse???

Capaz de fazer o simples o maior motivo de manifestar Sua glória! Pois um pedaço de

madeira, tida como cajado, foi batido na beira da praia para abrir o Mar Vermelho e afogar

os egípcios que queriam matar os israelitas a mando do Faraó.

Deus tremendo que se usa da reclamação do povo para prefigurar a Eucaristia no maná

descido do céu sem explicação!

Deus providente que faz nascer de uma rocha água para saciar a sede de seu povo,

prefigurando o lado aberto de Jesus na cruz, pois se cristo é a Pedra Angular, pedra = rocha,

portanto, a rocha prefigurava que uma Rocha seria aberta e de lá sairia Água, junto com o

sangue – vermelho – prefigurando que onde Deus abre sai a água que purifica e o Sangue

que dá vida!

Irmãos, Deus está indo ao seu encontro nessa hora, sem enxergar os limites e seus

defeitos, preferindo ver a possibilidade positiva de resposta que eu e você podemos dar. Ele

conhece nossos pecados. Conhece nossa situação na vida. Conhece nossos medos. Conhece

nossas feridas que surgiram no decorrer de nossa história.

Deus é Onisciente, portanto, tudo conhece. Por isso te encontra nessa hora, dando-lhe

as ferramentas necessárias para a missão a ti confiada.

Tua limitação em falar não segura a vontade de Deus em pregar a Boa Nova!

Teu medo da aceitação das pessoas não barra a vontade de Deus de revelar-se aos que

tu ires ao encontro!

Tua vergonha em perceber a rejeição das pessoas a respeito do que anuncias não fecha

as portas para o Evangelho que você está vivendo, pois não há portas fechadas que Deus não

possa abrir! E quando Ele abre, ninguém fecha! (cf, Ap. 3, 7)

Limitações, todos temos, amados.

E, por isso mesmo, Deus escolhe os fracos para confundir os fortes. (cf. I Cor. 1, 27)

Paremos de inventar desculpas esfarrapadas para o Evangelho, como falta de tempo,

falta de capacidade, indignidade, ora, se Deus fosse escolher por causa destes atributos, então

Moisés era o menos indicado, e não! Deus fez questão de chamar a atenção de Moisés,

acender sua curiosidade e então dar a Missão junto com as ferramentas necessárias para tal.

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Vamos orar:

Pai santo, querido e amado, da mesma forma com que encontrastes a Moisés e o

capacitaste à missão de libertar seu povo, assim também comigo, Senhor. Encontra-me

no caminho que eu trilhei, querendo descobrir coisas novas, que eu Te descubra,

chamando-me a atenção por uma “sarça” que arde, me atraindo na Tua direção,

dando-me as ferramentas necessárias para desempenhar bem Teu chamado que me

fazes ao me encontrar....

Cura-me dos sentimentos negativos que me fazem pensar que sou a pior pessoa

que Tu possas escolher para algo que queiras de mim. Incapacidade, indignidade,

sentimentos de culpa, rejeição, menos valia e menosprezo... Cura meu coração de tais

sentimentos, Pai, em nome de Jesus na força do Teu Espírito Santo.

Levanta-me do abatimento que me faz pensar que não sirvo pra nada, que meus

defeitos são predominantes em mim acima das virtudes que Tu me deste.

Cura-me desta depressão que me isola e não me deixa descobrir e assumir o novo

que me proporcionas descobrir a cada sarça ardente que encontro pelo caminho que

trilho... Amém...

CAPÍTULO 3

Sabe, caríssimos, um dos encontros mais significativos que eu gosto muito de meditar

e contemplar é o encontro de Samuel com Deus.

Como sempre, Deus toma a inciativa com este menino que ainda não conhecia o

Senhor, portanto não conhecia sua voz.

Impressionante como existem ainda pessoas assim em nosso meio, que Deus tem

chamado, mas como não conhecem a voz do Mestre, não conseguem atender ao Seu divino

chamado.

E o detalhe desta passagem e deste encontro é que a Escritura nos diz que naquele

tempo, as visões e a voz de Deus estava escassa, era rara.

Por isso, talvez, o menino Samuel não conhecia a voz de Deus. Contanto que a

Escritura afirma que Samuel não conhecia o Senhor (cf. I Sam. 3, 7).

Mas que maravilha!

Deus dá o discernimento dos Espíritos a Eli, que era servido por Samuel, e então dá a

receita a Samuel para dar uma resposta à voz que estava sendo escutada no coração de

Samuel.

O impressionante é que Samuel era ouvido por todo o Israel (I Sam. 4, 1)

Quando Deus nos encontra, sempre tem um propósito para nós e Ele mesmo

providencia o sucesso da nossa missão.

Deus mesmo, ao nos encontrarmos com Ele, sabe do que somos capazes e até onde

podemos chegar e assim é comprovado com Samuel, que, filho de uma mulher tida como

estéril, demora cerca de meia hora para descobrir-se chamado por Deus para ser profeta de

Israel.

Depois disso, disse o que faria e para que o escolhia.

E isso se via pelos frutos que ocorriam. Filisteus vencidos depois de Samuel falar a

Israel que se convertesse. (cf. I Sam. 7, 3)

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Deus assim fez.

Samuel aprendeu a ouvir a Deus e esse é o segredo: Saber ouvir e obedecer as ordens.

O sucesso de Samuel era ditado pela obediência às ordens que Deus lhe dava sem

questionamentos. Ia e fazia o que lhe ordenava e assim Deus honrava a palavra do profeta.

Hoje em dia, além de ouvirmos pouco a Deus, quando O ouvimos, das duas uma: Se

não escutamos as ordens de forma deturpada, achando que é do Senhor, sem discernimento

algum, ouvimos a voz de Deus, que acaba indo contra o que sonhamos, almejamos e assim,

deixamos de executar as ordens de Deus para nós. Aí nada conseguimos e reclamamos,

reclamando, sentimos a animosidade a estar em oração, animosidade de estar nos ambientes

em que a glória de Deus se manifesta...

Não tem como ver a glória de Deus se manifestar sem obedecer a sua voz.

Samuel descobriu isso logo que foi chamado, não deu vazão a nenhum imprevisto e

ainda ungiu Saul como rei de Israel, depois conferiu a queda de Saul, foi ungir a Davi,

verificou todo o sucesso de Davi e por fim acabou morrendo.

Ainda aparece depois numa invocação de uma necromante, que invoca a Samuel – já

morto – e então dá a sentença de Deus a Saul. O reino deixou de pertencer a Saul por causa

da desobediência do mesmo.

Quantos não estão sofrendo isso, irmãos?

Não há crescimento em seu chamado, sua vocação porque não são obedientes a Deus

no que Ele ordena.

Não há evolução na vida de intimidade com Deus porque Deus fala algo e a ordem

não é cumprida, não se segue à risca o que Ele ordenou e aí vem a reclamação, aí vem a

murmuração, quando não acontece de se afastar do grupo ao qual faz parte, e até da Igreja! E

isso é muito sério.

Pois Deus nunca dá uma ordem que nos seja prejudicial, sempre é para nosso bem,

sempre nos educará segundo o Seu coração e jamais isso pode causar dano, mas sim a

felicidade. Não podemos esperar que as coisas sejam conforme queremos, pois a vontade de

Deus não é como a nossa (Is. 55, 8).

O problema é que queremos comodidade com as coisas de Deus. Samuel não pensou

assim.

Samuel se desinstalou, seguiu as ordens de Deus sem pestanejar, foi além, transcendeu

e muitos hoje, fracassam exatamente porque não olham além, não transcendem em seu

chamado, não almejam o “algo a mais” que pode vir das mãos de Deus, e por isso, arrumam

culpados – quase sempre a Igreja, o grupo, etc. – e nunca voltam ao Senhor com o coração

dócil aos planos Dele.

É ou não verdade que muitos têm dito: “Não consigo ouvir a Deus.”?

E quando O escutam, fazem o que? Dizem: “Não sinto isso no meu coração...”

Mas não queria que Deus falasse?

Não queria escutar a vontade de Deus?

É claro que hoje em dia existem falsos profetas em tudo que é lugar, mas isso não quer

dizer que não existam profetas autênticos, que falam o que Deus manda sem mandar

recado...

Não queremos ser incomodados... Queremos que Deus se acomode nos nossos limites.

Nas nossas comodidades, pois afinal temos direito ao lazer, descanso... E é verdade. Mas não

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significa que não temos de dar um passo a mais a cada progresso que Deus nos permite! E

entre salvar almas e distração, a opção em Deus são as almas!, Ainda que isso nos doa na

alma, a verdade é essa! Por isso Jesus se aniquilou pelas almas, por nossa causa, porque nos

ama!

E esse amor pelas almas é transferido a nós depois de Pentecostes, irmãos!

Caiu o fogo em forma de línguas de fogo para afoguear nosso coração por amor às

almas!

Não é para sermos acumulados de funções ou dons, mas, cooperarmos com Jesus na

salvação das almas.

Isso foi o que aconteceu com Samuel.

Apaixonou-se pelo Senhor e pelo Seu projeto e por isso foi contra Saul em sua

desobediência, ainda que gostasse de Saul. Amava mais a vontade de Deus do que Saul.

E nós? E nós, irmãos?

Temos esse ardor pela vontade de Deus sem pestanejar? Atenciosos com a forma que

Deus quer fazer as coisas?

A nossa forma pode até ser correta, mas Deus tem a forma perfeita!

Seguir o que? O correto ou o perfeito?

Pessoalmente, eu prefiro o perfeito.

Vamos orar:

Pai santo, querido e amado... Queremos agradecer-Te pelo dom da vida e a

liberdade de escolha que nos deste, e por isso queremos hoje decidir em ouvir a sua voz.

Cura nossos ouvidos e coração de toda a surdez espiritual que nos faz não

ouvirmos a Tua voz, a Tua vontade.

Sara nosso coração de todo o medo de Ti, Senhor, que nos afasta de Teus

propósitos e por isso achamos que o que nos pedes é só para contrariar o que sonhamos

e nos esquecemos de deixar o Senhor sonhar em nós.

Vem de encontro aos meus cuidados excessivos com o que é passageiro sem

cuidar do que é eterno, minha alma.

Ajuda-me, Espírito Santo a ouvir a voz de Deus em meu chamado, em minha

vocação, sem entraves em meus ouvidos e na forma com que temos ouvido a vontade de

Deus em nossa vida.

Em nome de Jesus, Senhor, arranca-me do meu comodismo e coloca pessoas de

discernimento dos espíritos em meus caminhos para te ouvir melhor e melhor atender

Teu chamado a meu respeito.

Não me permita ser surdo e alheio à tua voz, Pai.

Acende em mim o amor pela Tua vontade, sem pestanejar ou praguejar, duvidar

ou mesmo ser indiferente quando percebo que não vem de encontro ao que EU

QUERO.

Que meu querer seja o Teu querer e meus sonhos sejam sonhados por Ti em

mim.

Amém.

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CAPÍTULO 4

Ano 740 antes de Cristo mais ou menos.

Um tal Isaías está vendo a imagem de um Trono, anjos, serafins e um coro de vozes

dizendo: “Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra inteira proclama a sua

glória!” (cf. Is. 6, 2-3)

Sente-se indigno, de lábios impuros, e um dos serafins voa na direção dele, trazendo

na mão uma tenaz com uma brasa acesa retirada do altar, toca os lábios de Isaías com esta

brasa acesa e diz que seus lábios estão purificados. (cf. Is. 6, 5-7)

Deus vem ao encontro de Isaías neste momento com uma pergunta: “Quem enviarei

eu? E quem irá por nós?”.

Aqui temos uma teofania, uma manifestação poderosa e sobrenatural de Deus a um ser

humano que se atreveu a confiar em Deus. Atreveu-se a responder ao chamado de Deus.

Como eu disse anteriormente: Deus nunca nos chama, nos encontra sem um propósito para

quem é chamado.

Uma coisa louca esse encontro!

Deus se revela a Isaías em Sua glória, no Trono, revela seus serafins, dá uma brasa que

queima no altar para purificar os lábios de Isaías. E se contemplarmos o Livro de Isaías

totalmente, perceberemos que as profecias são recheadas de sentimentos. E se Isaías fala em

nome de Deus, os sentimentos são divinos... Ou será que não?

A partir da teofania vem a consagração de Isaías. Ele responde a Deus para enviar ele

mesmo.

É uma resposta de fé, de ousadia, de esperança, pois ele iria falar em nome do Deus

todo-poderoso que queria dar a mensagem de esperança ao seu povo, que iria restaurar seu

povo, que não estava abandonando seu povo, que iria enviar seu ungido, seu Messias...

Que Deus é esse que nos envia mensageiros que falam em Seu nome?

Que Deus é esse que troca reinos?

O Deus de Isaías. Que estava assentado no trono, diante do altar onde havia brasas

incandescentes, serafins adorando-O.

Esse Deus é o Deus que quando nos encontra, nos dá a certeza da fé no coração do

chamado que Ele nos faz e, para mim, este é o maior milagre: Certeza do que Deus quer de

mim.

Esse é o Deus que coloca em nós uma confiança que nós mesmos não colocaríamos

em nós mesmos.

Logo depois desta consagração, Isaías vai para a missão de falar aos povos.

Encomendada por Deus, a missão tem tudo para dar errado, pois, não entende quem ouve

Isaías, não compreende a mensagem, coração endurecido, olhos cegados para a mensagem

divina... O importante para Isaías não era quem iria ouvir sua mensagem, mas a quem estava

agradando: Deus.

O mesmo Deus que havia se apresentado a Moisés na sarça era o Deus que enviava

Isaías, era o Deus que encontrava Adão com perguntas, que se preocupa com aqueles que

lhes são íntimos, é o Deus que prometeria um Messias através dos lábios desse mesmo

Isaías.

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Isaías foi apaixonado pelo Deus de Abraão, Isaac e Jacó. Aquele chamado era

irrevogável, não havia mais volta para Isaías, ter contemplado o céu e a santidade de Deus o

levaram a amar esse Deus de forma incondicional, sem limites, e por isso começa a sua

missão, e, segundo Deus, até a catástrofe de desmoronamento de cidades despovoadas,

campos desolados até sobrar a semente santa da esperança divina...

Caríssimo (a), você que lê estas linhas agora, consegue se imaginar na pele de Isaías?

Consegue perceber o tamanho da responsabilidade que esse homem estava

assumindo?

Independente do que sejamos chamados por Deus, sempre haverá a responsabilidade

de representar, falar em nome Dele, sempre haverá a grande responsabilidade de ser um

embaixador da presença de Deus em meio ao seu povo, a quem Ele nos envia.

O amor de Isaías ainda o conduz pela sua vida toda lutando contra as heresias da

época, contra as injustiças sociais, até ele chegar ao topo de sua missão, chegando ao

martírio por defender a causa de Deus sendo serrado ao meio como conta a tradição judaica.

Amado (a), Deus nos chama a esse amor missionário como o de Isaías!

Deus nos quer amantes do amo Deus que é amante da criatura amada!

Deus nos quer em chamas ardentes de amor pelo povo que Ele escolheu para ouvir-

nos, ainda que de forma silenciosa, com nosso testemunho de vida, sendo uma profecia viva

desse amor transformador, exigente na liberdade que damos a ele.

Deus está se manifestando agora em nossa vida como fez com Isaías. Manifestando a

Sua glória, sentado no trono como Rei, permite que um serafim que O adora leve uma brasa

do altar de Deus para purificar os lábios do seu escolhido...

Imagine como é esse altar! Imagine o que é celebrado ali!

Como seria essa brasa? Foi retirada desse altar!

Que beleza teria este serafim? Incomensurável... Seis asas... E nem o próprio serafim

se atreve a pegar a brasa com as mãos limpas! Com uma tenaz pega esta brasa e leva até

Isaías para tocar nos lábios dele... Meu Deus!!!

Irmãos, isso é fantástico!

Que calor havia naquela brasa?

Que sensação experimentou Isaías tendo seus lábios purificados pelo próprio Deus?

Que tipo de adoração Isaías pôde contemplar?

Irmãos (as), são pérolas que nunca são descobertas para que eu e você descubramos

como fez Isaías!!!!

Ousadia em se consagrar a Deus de forma total, 100%, sem medidas, sem reservas, e

aí, claro, dentro de suas possibilidades e dentro de seu chamado e vocação!

A de Isaías era falar em nome de Deus. E a sua?

A minha é a mesma: Falar em nome de Deus. E a sua?

Irmãos, nos incomodemos com este chamado de Isaías. Se você ainda não descobriu o

seu, convido-te a orar comigo nessa hora:

Pai santo, querido e amado, te louvamos e bendizemos pela santidade de Teu

nome e pela Tua presença em nosso meio.

Queremos nessa hora estarmos naquele mesmo lugar que Isaías pôde contemplar

Sua glória e sentir o chamado de Tua santidade a meu respeito. Quero meus lábios

purificados pela brasa de Teu altar e aprender com este serafim a Te adorar, Senhor.

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Permita-me ouvir esse coro celestial a cantar Teus louvores, quero experimentar

esta epifania e alimentar minhas forças para consagrar-me por inteiro ao Teu

chamado.

Quero dizer meu sim como Isaías, reconhecendo minha pequenez e meu pecado

que está sempre à minha frente, contando com o encontro esplêndido com Tua

misericórdia infinita, que me leva a amar mais e mais este chamado que me fazes, a

zelar pelo que me conduzes, Pai.

Em nome de Teu Filho Jesus, na força do Teu Espírito Santo, que a brasa

ardente que tocou os lábios de Isaías, agora toque meu coração, minha alma, levando-

me a flutuar na Tua majestosa presença... Quero mergulhar no mistério desta

purificação santificadora pela qual passou Isaías, ser também purificado, me consagrar

à missão que me confias, ainda que seja eu conduzido ao martírio, ainda que seja

serrado ao meio, ainda que meu coração seja apedrejado, ainda que minha vida seja

criticada e condenada pelos homens, seja eu, Senhor, sinal de Tua glória aos povos, às

gentes...

Afina na harmonia celestial minhas palavras e atitudes daqui para frente, senhor,

em nome de Jesus na força do Espírito Santo. Amém.

CAPÍTULO 5

Irmãos, que Deus é esse?

Veja o que aconteceu com um homem chamado João Batista: Deus veio ao encontro

dele ainda sendo gestado.

E o detalhe é que Deus também estava sendo gestado no ventre da Santíssima Virgem

Maria.

E João Batista foi um privilegiado com mais de um encontro fortíssimo com Deus.

Deus o encontrou ainda sendo gestado no ventre de Isabel. Jesus acabara de ser

fecundado pelo Espírito Santo no ventre da Virgem Maria e quando esta última visitou

Isabel, eis que somente a saudação chegou aos ouvidos desta mãe e a criança sentiu a força

do Espírito Santo que ali havia feito o maior milagre da história da salvação: Gestou no

ventre da Santíssima Virgem o salvador do mundo!

Não precisou olhar com os olhos da carne, mas com os olhos do coração o que estava

acontecendo. Aquelas duas mulheres receberam milagres que jamais seriam esquecidos.

Uma gera o precursor, a outra gera a Salvação. Uma gera a voz que clama no deserto, a outra

gerou a Palavra que esta voz gritava!

Que Deus estupendo!

Encontrou seu escolhido, que aplainaria os caminhos do Senhor ainda no ventre de sua

mãe, para mostrar como foi com Jeremias, quando Deus o chamou ao ministério.

Algo de intrigante neste encontro entre o Batista e Jesus: Depois de 30 anos somente

eles se encontram de novo.

Agora num contexto diferente.

João já era bem conhecido. Jesus não.

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João já havia adiantado sobre Jesus. Mas Jesus – no anonimato – encontra-se

novamente com João, que outrora, encontrara-o no ventre de sua mãe, encontra sua voz para

unir a ela a Palavra, o Verbo que se fez carne.

João batizava, mergulhava o povo de Israel no arrependimento, e Jesus veio santificar

esse arrependimento tornando-o a primeira condição para voltar-se a Deus. Jesus nem tinha

esse problema!

Mas fez questão de passar para abrir as portas da bênção do arrependimento para que

eu e você seguíssemos Seu caminho.

E João pôde conferir o sinal celestial da pombinha descendo sobre Jesus, João viu a

glória de Deus no seu segundo encontro com Jesus! Irmãos, quando nos encontramos com

Deus, crendo piamente que ele é o que batiza com o Espírito Santo e com o fogo, assim

como João Batista, nós também vemos a glória de Deus, não em pombas, não em céus

abertos, mas vemos essa glória em nosso coração! Não vemos línguas de fogo sobre nossas

cabeças, mas experimentamos essas línguas de fogo em nossa alma! Em nossos corações!

João teve a promessa de ser cheio do Espírito Santo – e foi! – ainda no ventre de sua

mãe quando Nossa senhora visitou Isabel. A criança estremeceu com a efusão que havia

acontecido! Ficou sua mãe cheia do Espírito Santo e como João estava sendo gestado, ficou

cheio também, desfrutou da graça!

Irmãos, todo e qualquer encontro com Jesus nos traz uma experiência nova, mas a

mais significativa é aquela que experimentamos por primeiro e a de João Batista foi essa...

Ficou marcado... Por isso, quando Jesus veio se batizar nas águas do Jordão, João sabia

quem Jesus era e que esse segundo encontro marcava uma nova etapa de sua missão, da

escolha que Deus havia feito. A partir dali ele – João – iria diminuir e Cristo crescer... Que

humildade e consciência! Que Deus é esse, gente, que dá esse tipo de virtude a um filho

Dele?

O encontro de João Batista com Deus precisa ser o modelo do nosso encontro com

Jesus.

João Batista foi ameaçado a se calar, mas seu encontro com aquele Deus tinha sido tão

profundo, tão intenso que não havia como deixar de ser o que Deus o tornou: Profeta!

Herodes não conseguiu calá-lo.

Herodíades não conseguiu intimidá-lo.

Os soldados não conseguiram silenciá-lo.

A cabeça dele na bandeja trazia naquele recinto o grande sinal de que um encontro

verdadeiro com Deus, ainda no ventre e renovado anos depois, jamais se apaga ou esfria,

mas alimenta a vontade de ser mais divino na nossa humanidade, mais santo em nosso

caminhar e mais esforçado em nossos limites!

Com certeza, a força que conduzia João Batista naquele momento era a força do

Espírito Santo que o fazia profetizar sem medo. Denunciar o adultério de Herodes e

Herodíades foi apenas o pretexto que Deus se usou para dar livre curso na salvação que Jesus

faria. Cumpriu-se o que João dissera ao batizar Jesus nas águas do Jordão: “Importa que Ele

cresça e eu diminua” (cf. Jo 3, 30).

João profetizou, pois sabia que seu encontro no ventre havia sido um encontro que na

sua repetição, trinta anos depois ditaria o restante de sua missão... Todo encontro com Deus

gera em nós uma missão!

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O encontro de João Batista e Jesus nos dá esta certeza divina no coração!

Quantas vezes nós não nos encontramos com Jesus e queremos ficar “bebendo” da

graça sem sair do lugar, sem se movimentar e movimentar a graça de Deus recebida neste

encontro? Ficamos colocando empecilhos para não nos mexermos, pois geralmente a missão

confiada por Deus vai de encontro com algo que não desejamos fazer, ou que nos parece ser

difícil demais para nós, grande demais para que se realize através de nós e Deus é quem faz!

Não devemos ter medo do que vem pela frente, mas ter medo de dizer não ao projeto de

Deus através de nós que ninguém vai realizar a não ser nós mesmos!

Amados, que nosso encontro com Deus gere a coragem que foi gerada em João de

assumir o projeto de Deus sem medidas, sem medos, sem reservas.

Oremos irmãos e façamos um exercício nesse momento:

Retire-se para um lugar silencioso, onde você tenha privacidade, onde ninguém te

incomode ou interrompa.

Pai Santo, querido e amado, nessa hora, colocamo-nos na Tua presença querendo

te ouvir.

Assim como João Batista se retirou para o deserto a fim de ouvir as tuas

instruções a respeito da missão a ele confiada, assim também, eu, Senhor, quero, nesse

momento, ouvir Tua voz em nome de Jesus na força do Espírito Santo.

Curai os meus medos e traumas que me impediram até agora de assumir que Tu

me encontraste e me chamaste a executar Teu plano de amor em favor das almas...

Sara o meu coração de todo respeito humano que me priva da ousadia...

Vem e derrama esse Espírito Santo derramado no ventre de Isabel no primeiro

encontro de João Batista contigo Jesus, e me faça estremecer dos pés à cabeça na Tua

graça, para te ouvir e me dispor de tudo o que tenho de excesso e tudo o que sou que

ainda precisa ser moldado.

Quero a ousadia e a coragem de João Batista. Quero levar o Batismo no Espírito

Santo onde eu pisar, incomodar os que estão no erro com minha retidão de vida.

Curai em mim os temores e libertai-me das amarras do ódio contra pessoas que

não quiseram me ouvir, liberta-me do rancor, do comodismo que não me deixa sair do

lugar, da paralisia do “costume” de ver Tua ação sem me dar conta de que eu preciso

me mexer na Tua direção como fez João Batista...

Amém.

CAPÍTULO 6

Um dos encontros mais profundos e cheios de detalhes que pouco damos importância

é este: Encontro do Arcanjo Gabriel com Maria.

Todas as vezes que venho para a passagem de Lucas 1, na anunciação, percebo o

grande carinho de Deus para com seu povo e como Deus se importa com detalhes em nossa

vida que, muitas vezes, achamos que é algo tão comum, algo que já ouvimos tantas vezes

que perdeu-se o sentido desse belo encontro do divino com o humano.

Bem, com Nossa Senhora aconteceu algo extraordinário ao extremo!

Deus encontrou Maria com o maior evento extraordinário que se possa imaginar.

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Difícil para nós, hoje com tanta tecnologia penetrar esse mistério, mas naquele tempo,

era mais difícil ainda!

Naquele tempo havia ameaças de apedrejamento como já sabemos... Havia pessoas

que esperavam deste casamento entre Nossa Senhora e José. O povo judeu inteiro esperava o

Messias, mas não de Maria e José.

E quando o anjo penetrou naquele quarto de Maria, o coração dela temeu, e o anjo, no

anúncio já a tranquilizou, dizendo para não temer e começou a anunciar tudo o que

aconteceria a Maria.

Assim que terminou o anúncio, Gabriel esperou a resposta.

Quando veio a resposta afirmativa de Nossa Senhora, deixou-a. E assim conosco,

irmãos!

Quando o Senhor nos encontra nos anuncia o que teremos pela frente, não deixa-nos

desinformados do que teremos Dele, somos preparados por Deus para tudo o que Ele tem

para nós!

Já pensou se Maria fosse como nós?

“Não estou preparado, preciso de um tempo para que isso caia no meu coração e eu

também sinta...”

Se Maria fosse esperar sentir, estaríamos numa bela enrascada! Não teríamos Jesus!

Maria não precisou se preparar, pois Deus a preparou!

O encontro com Deus nos prepara irmãos, ficamos na expectativa pelo que vem pela

frente, somos moldados a uma docilidade tal que não compreendemos, assim como Maria

Santíssima, mas nos dispomos para Deus e é isso que Ele espera quando nos encontra.

Maria é o grande modelo de uma alma encontrada por Deus, escolhida... Pois se

deixou guiar em todos os seus passos.

Sua primeira atitude é ir até o milagre da gestação de João Batista no ventre de sua

prima Isabel, idosa, estéril, um verdadeiro milagre, pois não havia recursos de fertilização in

vitro na época, não havia bebês de proveta, nada disso. Havia no coração de Maria o desejo

de estar a serviço deste milagre que Deus proporcionou à sua prima.

Serviu de empregada doméstica, deve ter trocado muita fralda de pano, pois não havia

fralda descartável na época. Temos muitos confortos que essas pessoas não tiveram na época

que Deus as encontrou, mas elas tinham algo que muitas vezes nos falta: Fé.

Fé para acolhermos a proposta que Deus nos faz como aconteceu com Maria, como

aconteceu com João Batista, Moisés, Isaías e muitos outros personagens da Bíblia.

O encontro nosso com Deus, sem fé, é um encontro com qualquer outra pessoa que

nada teria a oferecer para nós. Não tem como se encontrar com Deus sem dispor-se, pela fé,

a estar nos caminhos de Deus, assumir a missão sem saber o que virá, tendo a certeza de que

Deus está na frente das coisas!

Como Maria, devemos nos encontrar com Deus e responder de forma satisfatória os

anseios de Deus para nós!

Imagine se Maria dissesse não! Seria uma infelicidade para nós, mesmo sabendo que

se Deus quisesse ele mesmo faria as coisas acontecerem...

Mas Deus quis encontrar-nos para contar conosco! Que dignidade! Que graça!

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Deus quis contar com a humanidade e a maior prova disso é o encontro Dele com

Maria!

Contou com o ventre santo e imaculado de Maria...

Contou com a disponibilidade de Maria...

Contou com a docilidade de Maria...

E quer contar com a nossa disponibilidade, sendo dóceis e santos para sermos gestados

no ventre de Maria, da mesma forma que o Verbo encarnado, e vir à vida de forma santa, que

agrade a Deus...

Coisa linda essa...

Deus quer enxergar as mesmas qualidades de Maria em nós para ter um encontro

conosco com a mesma intensidade que foi este magnífico encontro divino com Maria!

A humanidade de Maria reflete a nossa humanidade nesse encontro!

Ou pelo menos deveria. Já que esperamos um encontro sobrenatural com Deus nas

mesmas proporções que foram as teofanias na Bíblia, mas nem sempre é assim. Essa teofania

acontece no coração, interiormente, intimamente... Por isso é necessário ser íntimo de Deus

como Maria foi, dócil a Deus como Maria foi, disponível a Deus como Maria foi, obediente

a Deus como Maria foi.

Deus espera de nós tudo isso, caríssimos, mas ainda espera as atitudes “pós-encontro”

com Deus.

Espera a disponibilidade, agora para servir os necessitados de dois braços para

trocarem fraldas de compreensão, para auxiliarem nos serviços domésticos de ausências

paterna e materna. Deus espera a coragem de atravessarem vales e montanhas escuras numa

caminhada que vai durar a vida toda, auxiliando, ajudando, ouvindo, saudando, levando a

graça do Espírito Santo como fez Maria na visitação a Isabel.

Deus espera sempre o que temos de melhor para ofertar como fez Maria... Deus

sempre espera de nós atitudes como a de Maria que se deu por completa, não fez questão de

direito nenhum, livremente escolheu pela vontade de Deus, que é a expectativa de Deus

quando nos encontra.

O encontro de Deus com Maria nos revela o segredo do anseio de Deus a nosso

respeito: Deus espera nossa resposta afirmativa sem pensar em consequências, sem nosso

pensamento egoístico de somente olhar para direitos, sonhos particulares...

Deus respeita nossos sonhos e não é necessário abrir mão deles ou requerer direitos

diante de Deus, pois Ele nos honra! Honra nossas escolhas na direção Dele! Se nos

posicionamos com Ele, Ele se posiciona conosco!

Assim Deus fez com Maria Santíssima.

Não permitiu que ela fosse apedrejada, envergonhada pela proposta aceita por Maria

diante do Arcanjo Gabriel.

Não permitiu que Seu Filho nascesse ao relento.

Não permitiu que Maria fosse envergonhada em nenhum momento, somente preveniu

Maria e José que uma espada de dor transpassaria sua alma, e assim aconteceu, mas preparou

Maria para isso! Deus nos honra quando optamos por Sua vontade.

Precisamos ter um encontro verdadeiro como o de Maria com Deus!

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Sincero, que transforma as vidas, nos faz ter opções por Deus sem reservas, sem

nenhuma restrição, pois Deus sabe até onde podemos ir, conhece nossos limites... Sabe de

nossas condições... Caramba, Deus conhece tudo!

Por isso, quando nos chama, sabe as ferramentas necessárias para bem

desempenharmos nosso chamado!

Deus é tão amoroso conosco e tão cuidadoso, que também enviou a José o anjo, para

que nada desse errado na trilha de Nossa Senhora!

E Maria teve outros encontros que nos ensinam muito a respeito do nosso encontro

com Deus.

Por exemplo, quando se encontrou com Jesus no Templo em Jerusalém quando perdeu

de vista o menino-Jesus.

A única aflição de Maria na Bíblia foi ter perdido Jesus de vista no meio da multidão.

Quantos de nós não temos sofrido por este mesmo motivo? Perdemos Jesus de vista e

nossas decisões começam a tomar rumos opostos do que esperávamos, nossos passos

começam a fraquejar na caminhada rumo ao céu e então percebemos – graças a Deus! – que

perdemos Jesus de vista e então, é hora de voltar. É hora de tomar o rumo de Jerusalém de

novo, onde perdemos o olhar de Jesus, onde pensávamos que estávamos seguros com a

família, com os amigos, enfim, Jesus acabou ficando e nós nem percebemos...

Maria passou por isso irmãos! E a Bíblia não esconde isso! Para eu e você

percebermos a grandeza do amor de Deus quando Ele nos encontra!

Não tenhamos medo de voltarmos pelo mesmo caminho para consertarmos as coisas,

até Maria fez isso, irmãos! E levou São José ainda! Mostrando-nos que nosso exemplo

arrasta, não afasta. Maria nos ensina a cada vez que se encontra com Jesus na Bíblia! Quando

se encontra com Jesus nas Bodas de Caná em João 2, Maria tem um encontro fantástico com

Deus!

Mostrando que quando Deus nos encontra vai de encontro às nossas necessidades, não

nos deixando ser envergonhados, testemunhando Seu divino poder quando nos encontra...

Irmãos, vejam que beleza!

Maria estava na festa antes de Jesus, sabia dos detalhes da festa, Jesus chega com os

discípulos – os primeiros – fica de canto, e Maria, percebendo que aquele casamento seria

um fiasco, pois em pleno o quarto dia, numa festa que duraria sete dias, seria o mico da vida

daquele casal. Porém, estava lá a Mulher detalhista, que confiou até o último momento, que

sabia em quem confiar, sabia quem poderia fazer algo para que a vergonha não pairasse

sobre a cabeça dos noivos, sabia quem estava ali e poderia fazer a alegria tomar o lugar da

preocupação. Esse “alguém” é Jesus.

E então, olhar de Mãe e Filho se encontram, ela segue até esse Jesus, afirma que eles

não têm mais vinho.

Veja bem, Maria afirma, não pede nada.

O lindo é isso: Nada precisa pedir, pois quando Deus nos encontra, não precisamos

pedir, Ele nos dá o necessário!

Quando Deus vem ao nosso encontro, irmãos, Ele já vem com muita coisa pronta para

eu e você nos surpreendermos e aí está o lindo desse encontro de Jesus com Maria: Ela

simplesmente confia em Jesus e vira as costas diante da resposta de Jesus, que, a princípio

parece ser malcriada, mas não. Não havia chegado o tempo de realizar milagres.

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Mesmo assim Jesus realizou com a ajuda dos servos.

Assim é conosco! Muitas vezes nem chegou o nosso tempo, mas Jesus, sempre

misericordioso, não resiste à sua Mãe, àquele olhar que Ele bem conhecia como quem diz:

“Confio em você.”.

Quando vamos ao encontro de Jesus, num grupo de oração, nem percebemos, mas

Maria está também com o olhar voltado para Jesus por nós. Portanto, esse encontro de Maria

com Jesus se perpetua até hoje para nós!

Deus não tem limites, irmãos quando quer nos encontrar!

Deus não tem reservas... Exagera... Nos dá talhas cheias de vinho que, antes, era água

de mesmice, de tédio, de uma vida amargurada, cheia de pecados e vícios... Nos encontra

como encontrou Maria: Confiante!

Maria é o grande exemplo de confiança que devemos seguir para encontrarmos esse

Deus!

Oremos, amados (as):

Pai santo, querido e amado, te louvamos e bendizemos pelo Teu grande amor que

nos envolve e nos faz seguros que não estamos sozinhos.

Queremos estar na Tua direção sempre, Pai, pois Tu não fazes acepção de

ninguém, nos aceitas como somos, nos acolhe e quer nos encontrar como fizeste com

Maria.

Acende em nosso coração esta confiança de Maria Santíssima, Pai, em nome de

Jesus, na força do Teu Espírito Santo, acende a segurança que ainda não temos em Ti.

Ensina-nos a estarmos em Tua presença sem reservas, a responder afirmativamente

seu chamado, cheio de expectativas a nosso respeito. Cura-nos deste medo que temos

em dar uma resposta e depois nos arrependermos, esse sentimento de receio, de medo,

de pânico, de desconfiança de Ti, Senhor.

Liberta nossa alma para responder ao Teu chamado com confiança, com

segurança, com fé.

Não nos permita tirar o olhar de Teu Filho Jesus, e, se o fizermos, leva-nos

rapidamente a olhar novamente na direção correta, na direção do céu, Pai, vencendo a

aflição de perder nosso olhar de Ti, de Tuas pegadas, curando nossos passos e decisões

tomadas de forma egoísta, sem pensar na Tua vontade a meu respeito.

Derrama Teu Espírito Santo sobre mim, assim como fizeste com Maria,

envolvendo-nos com esta força do alto, gerando Jesus vivo dentro de nós, nos ensinando

a amar e não perder Jesus der vista... Dá-nos desta graça, Pai, de sermos cheios,

transbordantes do Teu Espírito Santo, assim como Maria transbordou para Isabel e

João Batista, assim como transbordou de confiança nas Bodas de Caná...

Transbordemos nós, Senhor, em nome de Jesus, esse Espírito Santo por onde

passarmos e nos proporcione este encontro de confiança como foi o de Maria

Santíssima, amém.

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CAPÍTULO 7

Eu fico impressionado com quantas pessoas eu vejo e encontro hoje em dia, por onde

eu vou pregar o quanto as pessoas têm sofrido com a tal da depressão.

Neste capítulo eu quero trazer a Boa Nova para estes que sofrem disso.

Deus é maravilhoso! Fantástico!

Pois acabara de ser fecundado no ventre de Maria Santíssima, e a mesma, vem ao

encontro de Isabel, sua prima, já idosa, triste pela condição de esterilidade que fora

sucumbida durante sua vida.

Provavelmente era uma mulher de expressão triste, de olhar distante, sem brilho, pois

não havia realizado seu sonho de ser mãe, já que o povo judeu considera os filhos, bênçãos

de Deus para o casal.

Seu marido era Zacarias, sacerdote do Templo. Provavelmente trazia consigo um olhar

tristonho também, o sonho frustrado de não ter um filho, talvez um relacionamento muito

desgastado com sua esposa, mas mantinha-se fiel à sua condição de sacerdote. E numa das

vezes que estava servindo no templo, eis que surge um anjo e anuncia que ele seria pai. Claro

que ele ficou sem acreditar. Como disse no capítulo anterior, o povo de Israel era meio cético

com essas coisas.

Então Deus vem ao encontro – mais uma vez – de seus filhos!

Isabel engravida. “Aquela que era tida por estéril...” vai dizer o anjo a Maria. (cf. Lc 1,

36)

O encontro de Deus com Isabel foi no anonimato, sem ela perceber, pois Zacarias não

poderia dizer, já que estava mudo. Isabel provavelmente deu pulos de alegria ao saber que

estaria grávida de João Batista, mas com certeza não sabia que o anjo havia visitado Zacarias

e a ele dado a notícia.

Toda a depressão desta mulher, toda a tristeza dela por não ter um filho foi vencida

pela alegria de Deus, o Deus da vida! Deus que gera a vida! Gerou uma vida naquele ventre

estéril, infrutífero, vencendo a frustração de Isabel como mulher em não poder dar um filho a

seu marido... Que Deus é esse que não se faz de rogado e vai até seus filhos e dá a vida onde

ninguém enxerga a vida. Deposita a vida onde a morte do desânimo já desencadeou uma

epidemia de gente fracassada e desistente de seus sonhos!

Deus não permitiu que isso acontecesse com Isabel. Encontrou-a e deu a ela a razão de

sorrir novamente, de se realizar como mulher e esposa... Deus havia feito um milagre na vida

de Isabel e Zacarias porque quis operar Sua majestosa misericórdia e arrancar o olhar triste

daquele casal, dando-lhes a alegria da presença divina através daquele menino que seria

gestado naquele ventre outrora infértil.

Que maravilha!

Deus quando vem ao nosso encontro já vem com as mãos repletas, na medida certa,

com milagres necessitados por nós!

Já vem com tudo o que necessitamos para iniciar uma jornada divina com Ele.

Deus não nos quer de olhar cabisbaixo, com sensação de fracasso, impotência, não!

Deus nos quer felizes, fomos criados para isso!

Não fomos criados para a esterilidade, mas para a fertilidade!

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Ele provou isso a Isabel e Zacarias, Prova agora a nós que lemos estas linhas. Éramos

– muitas vezes – infelizes antes de encontrar o Senhor, infecundos em nossa alegria, sempre

frustrados pelos sonhos desfeitos por motivos de força maior, estávamos à beira do caminho

da felicidade e Deus veio ao nosso encontro e nos colocou no caminho da verdadeira

felicidade...

Deus fecundou nosso coração com vida e vida em abundância! Não nos quer abatidos,

olhar cabisbaixo, depressivos.

Levante a cabeça, meu irmão (ã), pois Deus sempre tem algo debaixo das mangas de

Sua misericórdia reservado para nós em forma de milagre. Permite-nos as situações que são

consequências de nossas escolhas, mas sempre está disposto a nos dar o necessário para

superar tais situações.

Precisamos acreditar nisso!

Precisamos acreditar nesse encontro único de Deus conosco que se renova a cada

momento em que nos colocamos em sua presença. Precisamos acreditar que nos visita o

Senhor a cada momento de docilidade!

Isabel acreditou nisso... Ela descobriu que, apesar dela ser limitada, de estar frustrada

com sua condição estéril, Deus não olhou o que ela tinha de pior, mas preferiu investir no

que Isabel tinha de melhor: Sua fé.

Apesar de tudo, ela tinha fé. Pois, se ela não acreditasse, ela mesma não diria a Maria

Santíssima que estava acolhendo a mãe do Seu Senhor! Não teria pronunciado aquele grito

que se tornou parte da Ave Maria que tanto oramos!

Isabel acreditou! Ela exaltou o que Maria havia acreditado, mas acreditou no que

estava acontecendo com ela. Ela percebeu a criança estremecendo no ventre dela!

Que fantástico! Deus provocou a fé de Isabel fazendo estremecer a criança no ventre

dela através da presença Dele em Jesus no ventre ainda da Santíssima Virgem.

Aí aconteceu a cura daquele coração deprimido, triste, cheio de desânimos, frustrado

pela condição de esterilidade que ela estava presa... Deus a libertou! Deus a fez livre de

frustrações, fracassos, tristezas, depressão, abatimento...

E é isso que quer fazer conosco! Quer fazer com você talvez, nesta condição de

abatimento que você se encontra, dando lustro nos problemas, enxergando-os enormes além

do que eles realmente são! Existe um Deus maior! Existe um Deus que está além desta

tristeza, desta depressão, deste abatimento... Existe um Deus que nos quer livres!

Existe um Deus que nos faz lutar com tudo o que temos e somos! Existe um Deus

capaz de nos levantar, de nos fazer vitoriosos pela virtude de Cristo! Existe um Deus além de

nossos problemas, que não enxerga-os, prefere enxergar somente a força que nos faz livres

deles! Prefere enxergar o lado positivo, nossas virtudes, nossa capacidade de crescimento na

graça Dele!

Por isso, quando Ele vem ao nosso encontro, já vem com Suas mãos cheias de graças,

milagres para depositar em nossos corações, engrandecer nossa alma, fazer-nos vitoriosos

pela presença Dele.

Ele sabe do que precisamos, sabe como pedimos, sabe de nossas deficiências, sabe de

nossos limites, sabe de tudo isso e mais além, mas não enxerga o negativo, mas o que temos

de positivo.

Deus não nos olha com olhar negativo, pois é Pai!

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Jesus não mexe conosco para nos diminuir, mas para nos reerguer de nosso

abatimento!

O Espírito Santo não nos impulsiona para sairmos do lugar somente, mas para sermos

testemunhas da grandeza desse Deus!

Maria não nos leva a presença do Espírito Santo somente para ser um momento

histórico na nossa conversão, mas para revelar a grandeza de Deus, a manifestação poderosa

Dele em nossas vidas!

Que Deus é esse? É o Deus que dá a vida onde só existe morte!

É o Deus que mostra caminhos quando tudo parece perdido!

É o Deus que opera milagres quando achamos que uma situação está perdida!

O encontro de Deus com Isabel tem de ser o nosso encontro com Ele também! Nas

mesmas proporções e mesma intensidade...

Oremos, amados (as):

Pai santo, querido e amado, adoramos o Teu majestoso e poderoso nome e

desejamos neste momento entregar nossas tristezas, decepções amorosas, frustrações

com a vida e situações que mesma nos impôs.

Perdão Senhor por não acreditar que Tu és um Deus poderoso, capaz de operar

impossíveis em nossas vidas e em qualquer situação. Quero acreditar e ter a fé de

Isabel, acolher Tua presença num simples cumprimento, ainda que me venha de

alguém que não conheça, eu quero ter o Espírito Santo a me fazer gritar de alegria e

unção, assim como fez Isabel.

Curai, Pai, em nome de Jesus na força do Espírito Santo meu olhar triste, sem

brilho e esse sentimento de tristeza que paira em meu coração me tornando uma pessoa

de cara amarrada, irada, explosiva, impaciente, depressiva, solitária... Me leve senhor

nas asas de Tua misericórdia e encontra-me na situação em que me encontro, pois creio

agora que Tu não enxergas o meu pior, mas o melhor que tenho a oferecer. Adoramos-

te pela confiança que colocas em nós, sabendo de nossa imperfeição, prefere nos dar em

forma de milagre o que necessitamos, e assim, alimentar nossa fé.

Gesta Senhor a vontade de te encontrar, mesmo que achemos impossível tal

encontro! Cura Nosso coração de toda a descrença, de toda a amargura pelo fracasso

que tivemos no passado. Sarai nosso coração de todo o sentimento de impotência e

frustração por não termos preenchido as expectativas das pessoas que estão ao nosso

redor e leva-nos a perdoar as Tuas demoras, mesmo quando parece-nos que Tu não nos

escutas... Misericórdia de nossas limitações, Pai.

Liberta nossa alma do medo das coisas não darem certo quando nos deparamos

com o impossível que se levanta em nossa vida! Pois Tu és um Deus imenso, sem rival,

que tudo pode na abertura de nosso coração.

Bendito seja Pai, por estes milagres que derramas sobre nós, independente do que

trazemos conosco... Bendito seja pelos milagres que estão sendo derramados agora em

meu coração... Bendito seja pela graça de ser visitado por Vós através dos irmãos...

Amém.

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CAPÍTULO 8

Um dos encontros mais significativos de Deus com o homem se dá quando no nosso

cotidiano, fazendo coisas tão simples, que acontecem no simples do dia-a-dia...

E é preciso encontrar-se com Deus nesse cotidiano.

Deus precisa tomar as rédeas de nossa vida em todos os sentidos.

Foi o que aconteceu naquele dia ensolarado, quente em que Jesus deixa a Judéia e

parte para a Galiléia e em pleno meio dia, passa pela Samaria, numa aldeia chamada Sicar.

Havia ali um poço, onde Jesus, cansado, senta-se enquanto seus discípulos foram comprar

mantimentos.

Nesse meio tempo vem uma mulher tirar água naquele poço. Era uma samaritana.

Os judeus rejeitavam os samaritanos devido a questões religiosas do passado e, por

isso, a samaritana estranhou um judeu falar com ela.

Jesus é Deus conosco!

Não foi por acaso que Ele parou naquele poço. Não foi por acaso que puxou conversa

com aquela samaritana. Não foi por acaso que esse diálogo se deu!

Nada é por acaso em Jesus!

Inicia-se aqui um belo encontro de Deus com o ser humano na sua pior forma:

Afundado em pecado.

Aquela mulher acha estranho um judeu puxar assunto com ela e pedir água, vendo que

ela acabara de chegar e não tinha nem sequer puxado água do poço. Mas dá ouvidos àquele

judeu. Questiona-O sobre como poderia Ele, sendo judeu, falar com ela que era samaritana, e

o evangelista ainda frisa que os judeus não queriam nada com os samaritanos.

Jesus é um Deus que quebras paradigmas! É um Deus que não liga para preconceitos,

é um Deus que não quer saber de rejeitar ninguém por causa de brigas passadas e falsos

conceitos religiosos! É um Deus que quer salvar e buscar o que estava perdido! Aquela

samaritana estava perdida, afundada em paradigmas, em preconceitos, em religiosidades

fundamentadas em fatos passados que ela nem sequer sabia quem havia determinado!

E Jesus não enxerga isso, mas enxerga a alma daquela pobre pecadora que tinha sede

de amor! Tinha sede de Deus! Tinha sede ser enxergada como filha de deus! Tinha sede de

amor divino!

Jesus preferiu enxergar nela uma possibilidade positiva de resposta como havia feito

com Pedro. Preferiu enxergar nela uma possibilidade de salvação!

Por isso Jesus dá a ela uma novidade: “Se conhecesses o dom de Deus...”.

Ele mesmo era esse dom de Deus!!!!

Que Deus é esse que se revela aos mais infelizes pecadores sem perspectiva de vida?

Que Deus é esse que não tem reservas preconceituosas, mas tem acolhida a todos,

inclusive os que estão em pecado mortal e não sabem que à frente está um Deus conosco,

que para diante de nós, na nossa história, para dar uma “guinada”, fazer um desvio violento

de conduta na direção de Deus!

Mesmo aquela mulher entendendo de forma humana o que Jesus dizia, Jesus fez

questão de gastar tempo com ela, que pensou que Jesus era “doido”. Nem sequer balde Ele

trazia! Como pode se colocar acima de Jacó, que havia deixado aquele poço para toda a

aldeia? Que disparate!

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Jesus diz que a água que ela estava pegando naquele poço deixaria que ela e todos os

que a bebessem teriam sede novamente, mas a água que Ele trazia como Dom de Deus, se

tornaria fonte que jorraria para a vida eterna. Mais do que depressa ela pediu daquela água,

não para se tornar fonte, mas para saciar sua sede... Aquela mulher apenas pensava nela

ainda, pois não queria se esforçar para tirar água daquele poço novamente... Um interesse até

que justo, já que ela tinha de viver às escondidas, pois se ela era uma mulher adultera como

dirá Jesus mais à frente, então suas ações eram feitas na escuridão e no esconderijo da noite,

onde aquele que não era marido dela não fosse pêgo de surpresa pela esposa verdadeira!

Então, acorda tarde e meio-dia vai buscar água... Jesus já enxergava aquela mulher!

Já enxergava a situação dela! Já sabia que precisaria salvar mais uma alma naquele

momento...

O detalhe é que Jesus atiçou a curiosidade dela e conseguiu envolve-la, e então, ela já

está interessada naquela conversa. Pede dessa água! Jesus aí dá o “xeque-mate”:

“Vai, chama o teu marido e volta aqui.” (conf. Jo 4, 16)

Jesus havia chegado no ponto chave daquela mulher, onde a ferida estava aberta e

doía.

A mulher confessa não ter marido e Jesus, manifestando a Palavra de Ciência revela a

verdade daquela pobre samaritana, ferida, usada e abusada em todos os seus sentimentos,

sem saber ao certo o que ela pode ter como certeza de fé até que Jesus revela que ela já havia

tido cinco maridos e o atual ainda não era dela, portanto, adultério.

Aquela mulher estava encontrando a libertação daquela situação, então mostra a

pequenez de sua fé, a confusão que aquela briga entre os povos havia causado na cabeça

dela, mas a revelação da profecia mexe com ela. Ela percebe em Jesus o profeta, ainda não

reconhecia-O como Messias, mas já começava a adquirir um respeito por Jesus que não

havia ocorrido anteriormente... Jesus até então era somente um judeu, agora era profeta!

Aquela mulher começou a ser uma mulher livre de tudo o que a afligia por causa da

presença de Jesus, por causa daquele encontro! Jesus estava curando-a e libertando-a dos

malefícios daquela vida que ela levava, cheia de feridas e machucaduras que apunhalavam

seu coração sedento de amor, sedento de ser amada por alguém, de forma verdadeira, sem a

necessidade de abrir mão daquela companhia porque não era a verdadeira mulher... Que dor

deveria ela estar passando! Jesus estava encontrando-a e curando-a pelo amor dele por ela,

salvando aquela alma do adultério, libertando-a daquele amor falso, que apenas queria uma

parte dela e, portanto, dava somente parte de si.

Quando Jesus nos encontra, amados (as), sempre sabendo de nossa situação atual, vem

antes com Sua misericórdia, curando-nos onde há necessidade, libertando-nos onde estamos

cativos, como ele fez com aquela samaritana!

Somos os samaritanos que Jesus quer encontrar nesse momento, com nossas feridas,

nossos medos, desconfianças, inseguranças e incertezas... Somos os adúlteros que Jesus quer

curar! Somos as feridas abertas que Jesus quer fechar!

Todas as vezes que Deus vem ao nosso encontro traz com Ele o necessário para que

este encontro seja curador, impulsionador, fortalecedor, para que a este encontro, saiamos de

nós mesmos ao encontro dos nossos e transbordarmos esta graça a eles...

Como Jesus é maravilhoso!

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Aquela mulher descobre que Jesus não a deseja como os homens a haviam desejado

até então, mas que Ele desejava salvar sua alma, que ela tinha jeito!

Jesus ensina-a a adorar a Deus em Espírito e em verdade, porque Ele – Jesus – é a

verdade que ela precisava descobrir!

Então Jesus se revela a ela dizendo ser Ele o Messias que ela sabia que viria! E então

chegam os discípulos.

Aquela mulher está extasiada... Havia descoberto e se encontrado com o Messias

prometido desde os seus ancestrais, que ela nem entendia direito quem e de onde sairia, e de

repente, Jesus a encontra! Ela tem uma verdadeira trombada com um Deus que não viu seus

limites e nem deu atenção aos pecados que ela cometeu... Ela está curada de sua carência.

Está liberta do adultério e tem que ir levar aos seus esta graça!

Ela faz o que todo o missionário precisa aprender com esta samaritana: Fez a aldeia

toda ir até Jesus!

Simplesmente falando que Jesus havia contado tudo o que ela havia feito, revelado

todos os seus pecados! “Não seria Ele o Messias?” (cf. Jo 4, 29).

E o testemunho da aldeia foi um só: “Já não cremos pelo que nos contaste, pois nós

mesmos escutamos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo” (Jo 4, 42)

É este o testemunho que Jesus nos proporciona quando nos encontra!

Bendito seja Deus que vem ao encontro do seu povo, não se importando se somos

pagãos, pecadores, ateus... Deus vê o coração e além do que se apresenta a Ele, por isso sabe

quanto pode investir em nós.

Jesus não olha os limites, não olha os pecados, não olha nossas vestes... Olha o desejo

de nosso coração de conhecer a Verdade, de viver esta Verdade e de ser plenamente Dele.

Aquela samaritana teve a experiência que Jesus quer proporcionar a mim e a você.

Esse encontro é nosso!

Às vezes estamos com tanta pressa das coisas e não temos tempo de parar neste poço

com Jesus.

Jesus quer somente um pouco de nossa atenção e assim ter um encontro verdadeiro

comigo e com você.

Deixe-se encontrar com Jesus nesse momento como fez aquela samaritana... Pare o

que estiver fazendo, sente-se à beira do poço com Jesus... Não ligue para o que os que

convivem com você falam ou deixam de falar... Pois neste encontro cai por terra aquele

velho ditado: “Santo de casa não faz milagre”. Realmente não faz, mas sim Jesus faz e

aquela samaritana comprovou isso... Deixou-se sentar no poço com Jesus, deixou-se curar

por Jesus... Deixou-se envolver por Jesus... Testemunhou Jesus...

O balde que ela trouxe vazio de água está levando cheia do amor verdadeiro que Deus

tem por nós!

Aquele coração carente de amor, vazio da água do Espírito Santo está cheio agora de

amor verdadeiro, incondicional...

As feridas daquele coração adulterado nos valores agora está fielmente preenchido de

um amor verdadeiro, sem adultérios...

Oremos:

Pai santo, querido e amado, nesta correria que estamos em pegar água do poço de

nossas vidas, queremos descansar agora num diálogo com Teu filho Jesus...

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Jesus, nós temos tido tantas pressas na nossa vida e na minha história que não

temos tempo mais para sentar-nos pertinho de você, deixar-nos olhar por você...

Temos procurado falsos amores que só roubam de nós a dignidade de filhos de

Deus que temos... Temos corrido tanto atrás das coisas que nunca ficamos à frente para

receber as vitórias reservadas a nós. Jesus, amado, Teu olhar nos transpassa a alma e

revela nossos segredos que ninguém até hoje se importou em saber.

Ah, Jesus, neste poço de minha vida que nós temos passado correndo, queremos

parar e sentarmo-nos nele para encontrar esse olhar que nos faz desmontar de nosso

orgulho ferido pelas situações que vivemos de pecado, que nos envergonha diante das

pessoas... Nosso balde de amor está vazio. Tu nos pedes água, Jesus!

Precisamos desta água viva de Teu Espírito Santo para fazer-nos fonte que

jorram para a vida eterna, Jesus!

Cura nosso coração de toda a carência afetiva que nos leva a buscar amores

irreais que querem somente um pedaço nosso e não a nós por completo... Cura nosso

coração de toda a amargura por ter perdido a dignidade diante das pessoas que nos

rodeiam e que só enxergam em nós o que trazemos de pior em nossa vida e tu vens com

Tua misericórdia enxergar o melhor, sempre o melhor e nos restaura a dignidade e

confiança. Sara nosso coração de todos os relacionamentos que nos trouxeram feridas

de traições, mentiras, abusos...

Cura-nos de todo trauma Senhor que ficou enraizado em nossa alma, fazendo

nossa personalidade adoecida e transparecendo em nosso caráter arredio, amargo,

cheio de mau humor, de desconfiança... Cura-nos Senhor como fizeste com a

samaritana...

Bendito sejais, Jesus, por nos encontrar na beira do poço de nossa vida, mesmo

com o balde de nosso coração vazio de amor, sair deste encontro cheio do Teu amor

incansável, incondicional e pleno...

Amém.

CAPÍTULO 9

Irmãos, em nossa vida sempre encontramos situações que nos colocam à beira do

caminho, onde as pessoas, por ocasião do impulso da sociedade, vai nos excluindo aos

poucos de nossos sonhos, projetos... Enfim, acabamos por ficar à beira do caminho e não NO

caminho.

Quando nos encontramos em meio a tribulações, provas, situações sérias de

enfermidade ou, hoje em dia, as finanças ditam muito o quanto sentimos as coisas... Às vezes

até levam ao suicídio, devido ao desequilíbrio financeiro que a pessoa chega e acaba se

torturando, até chegar ao cúmulo de querer resolver as dívidas acabando com a própria vida.

Absurdo! Mas acontece.

Deus, em Sua infinita bondade, muitas vezes, nos permite tais situações e intervém em

nosso favor, nos retirando da beira do caminho para que nos coloquemos no caminho.

É disso que esse encontro trata: Sair da beira do caminho para estar no caminho.

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Saindo de Jericó, Jesus se depara com uma multidão e S. Marcos destaca que havia um

homem À BEIRA DO CAMINHO mendigando, destacando que era filho de um tal Timeu =

Bartimeu. Esse encontro nos ensina muita coisa.

O evangelista destaca que era “filho de...”, portanto, o Pai dele era conhecido entre

aquele povo, então deduzimos que, devido à cegueira, Bartimeu foi lançado à beira do

caminho, talvez, expulso de casa devido à cultura do povo judeu, que considerava maldição

de Deus as doenças adquiridas.

O segundo destaque é a cegueira de Bartimeu. “... Bartimeu, QUE ERA CEGO, filho

de...”.

São Marcos destaca a condição de cego daquele homem abandonado à beira do

caminho e aqui eu vejo algo muito importante.

Algumas traduções bíblicas, no caso a CNBB e da Ave-Maria, trazem o cego dizendo

a Jesus: “... Que eu veja”. (cf. Mc 10, 51).

Nas traduções de Jerusalém e do Peregrino, trazem no mesmo versículo: “... Que eu

recobre a visão”.

Estudando no grego, a palavra usada no Evangelho – que foi escrito no grego – é:

ἀναβλέπω que é um verbo no discurso. Pronuncia-se: (an-ab lep’-o) que significa: olhar para

cima, recuperar a visão.

Ou seja, Bartimeu SE TORNOU CEGO, não nasceu cego.

Sendo assim, irmãos, ele já havia sentido qual era a sensação de ver as cores das

coisas... Já havia sido alguém que conseguira, em outros tempos, conferir as pessoas,

distinguir quem era ou deixava de ser... Talvez por isso, foi excluído pela família, se tornou

mendigo, acabando assim por ficar à beira do caminho.

Pois agora, não teria o que dar a não ser problemas... Teria de ser guiado, conduzido.

A Palavra não diz da família desse homem, apenas que ele era filho de um tal

Bartimeu, portanto, o pai dele era conhecido e por causa do pai dele ele foi reconhecido.

O mesmo acontece em nossos dias.

Nos tornamos cegos para muitas coisas e quando incomodamos, damos trabalho, então

somos rejeitados, levados a ficar à beira do caminho, ficar isolados e isso, irmãos, de ambos

extremos: Quando estamos em Deus e quando não estamos no Senhor!

Quando estamos distantes, somos rejeitados pelos nossos vícios, manias, rebeldia,

distanciamento mesmo das coisas celestiais.

Quando estamos na graça de Deus, nos encontramos com Ele, aí a coisa muda de

figura também. As pessoas nos rejeitam dizendo que estamos ficando fanáticos, “bitolados”,

que deveríamos levar nossas coisas para Igreja e morarmos lá de uma vez, por quê? Porque,

a luz chega e ilumina as trevas, ardem os olhos das pessoas quando veem a claridade e

gravidade das coisas, mas no caso de Bartimeu, ele havia sido excluído de seu convívio

familiar pela cegueira, ninguém via nele utilidade nenhuma, ninguém queria cuidar daquele

cego, ninguém o queria no caminho!

Mas, ele, sabendo que Jesus estava passando... Como assim? Ele era cego!

Quando uma pessoa é ou torna-se cega, ela acaba por desenvolver os outros sentidos

de forma mais aguçada, como se fosse uma autodefesa do organismo para suprir a ausência

de um dos sentidos, e, com certeza, isso deve ter acontecido com Bartimeu.

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Portanto, ele colheu informações sobre o tumulto, pois, onde Jesus passava, causava

alvoroço, a multidão comprimia, apertava, estava reunida, então ele perguntou a alguém o

que estava acontecendo. Alguém o informou que era Jesus de Nazaré que estava passando, e

como as notícias corriam, ele sabia que Jesus fazia milagres, o que poderia fazer com ele

então?

Ele poderia recobrar a visão!

Por isso, dentro daquele coração à beira do caminho, nasce um grito que flui da alma

dele:

“- Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” (cf. Marcos 10, 47)

Irmãos, ele gritou!

Não cochichou, não recorreu a ninguém para que chamassem a atenção de Jesus para

ele, mas gritou algo que ninguém, até então, havia dito: “FILHO DE DAVI”.

Como Bartimeu sabia que Jesus descendia da tribo de Davi?

De onde ele tirou este “nome” de Jesus?

Contanto que, como nunca haviam ouvido tal nomenclatura de Jesus, estranharam e

até por isso repreenderam, ele não estava no caminho, não era conhecido, não tinha que

chamar o Mestre, não tinha que dizer aquilo que ninguém havia dito ainda, tinha que ficar

quieto!

As pessoas andam mandando-nos calarmos a boca quando o assunto é Jesus. Não é?

Pois olhem a lição de Bartimeu: “Ele, porém, gritava mais ainda: ‘Filho de Davi, tem

compaixão de mim!’” (cf. Marcos 10, 48)

Não se abateu pelos comentários, pelas repreensões...

Não deu ouvidos aos que não queriam ele no caminho...

Não se importou com quem era contra...

Ele simplesmente gritou mais forte para chamar a atenção daquele que realmente ele

queria atenção: Jesus.

Ele não queria os apóstolos, não queria seus companheiros de mendicância, não queria

sua família... Naquele momento ele queria Jesus!

O segundo grito, mais forte, mais potente, demonstrava sua necessidade e desejo de

ser curado.

Contanto que, Jesus para, manda chamar o cego.

Quando somos sinceros com Jesus e deixamos sair de dentro de nós uma oração

profunda e sincera, deixando a verdade do nosso coração vir à tona, então chamamos a

atenção de Jesus e Ele para. Nos chama. Quer olhar nos nossos olhos, enxergar pelas janelas

de nossa alma, onde não tem como mentir.

O detalhe é que, no caminho, Bartimeu deixa sua capa, que denotava sua cegueira, que

o distinguia como um cego!

Ele deixa esta capa... Joga ela fora, já tomando posse de sua visão!

Que Deus é esse que num chamado simples nos devolve a visão daquilo que perdemos

de vista, que devolve a dignidade àqueles que se deixam tocar?

Que Deus é esse que precisa ser chamado de uma forma única para nos dar a atenção

que nós necessitamos em determinado momento?

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Bartimeu deixa a capa, vai até Jesus. Ele não sabia o cheiro que Jesus tinha, não sabia

o tom de voz de Jesus, não conhecia nada a não ser que Ele fazia diversos sinais de poder

entre o povo.

O momento é de pura intensidade de emoções!

Por um lado os apóstolos ansiosos de saber o porquê aquele cego havia chamado Jesus

de “Filho de Davi”, porque ele deixara sua capa antes de estar diante de Jesus...

Por outro, o cego estava na expectativa: “O que acontecerá comigo? Eu deixei minha

capa lá atrás e se esse Jesus não fizer nada em meu favor?”

Jesus percebe isso, reconhece o esforço do cego que deixou sua capa ao chão depois

de levantar-se para ir ao seu encontro.

A pergunta de Jesus a Bartimeu chega a ser irritante: “Que queres que eu te faça?”.

Naquela hora, será que Bartimeu pensou em ser irônico? Sarcástico?

“É, Jesus, eu queria ver se era possível o Senhor me providenciar uma bengala e um

cão guia para que eu não me perca, não fique à deriva... Uns óculos escuros...”.

Jesus perguntou para saber de detalhes da fé daquele homem...

Queria ver a medida da abertura daquele coração...

Queria se deliciar com aquela fé sem barreiras que acreditou que Ele poderia devolver-

lhe a visão...

O cego é ousado e tem certeza do poder de Jesus.

“Rabúnni! Que eu possa ver novamente!” (cf. Marcos 10, 51).

Aqui está o segredo do milagre: Como se abre o coração?

Do jeito que Bartimeu fez: Detalhando o que ele queria.

Se todos nós chamássemos a atenção do Senhor da forma correta e abríssemos o

coração para o milagre detalhando-o, com certeza, o encontro com Jesus entre nós seria

muito mais intenso, teria um significado maior, pois saberíamos que Nele podemos esperar...

Sem reserva nenhuma...

Bartimeu nos ensina a chamar a atenção do Senhor quando nos encontramos com Ele.

Vamos orar:

Pai amado, queremos abrir nosso coração nesse momento como Bartimeu e

chamar a atenção de Teu filho Jesus que passa pela nossa vida enquanto estamos à

beira do caminho...

Queremos e precisamos nos colocar no caminho verdadeiro por onde Jesus está

passando e nos deixar tocar por Ele, nos deixar olhar por Ele, chamar a atenção Dele

com nosso grito de socorro, com nosso pedido de misericórdia, Senhor...

Cura-nos nesse momento dos obstáculos que nós temos colocado entre nós e o

Senhor, cura-nos dos comentários que não nos ajudaram a manter o foco, apenas nos

sugaram o que de melhor nós tínhamos e acabamos por sermos cegados por estes

comentários.

Que nossa voz não se cale a partir de hoje quando quisermos nos encontrar

contigo sem pensar no que os outros pensam ou falam de mim, mas que nossos olhos

queiram se abrir para Ti Jesus...

Que nosso caminho seja por onde Tu andas sem perder-Te de vista.

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Ajudai-nos a te encontrar sem reservas ou medos, com coração aberto, sabendo o

que queremos de Ti sem esconder com uma falsa humildade o milagre que tanto

almejamos.

Queremos te enxergar de novo, Senhor!

Que possamos ver-Te, amado Jesus.

Amém.

CAPÍTULO 10

Ainda temos uma infinidade de encontros maravilhosos das pessoas com Deus na

Bíblia, nós sabemos disso.

Os apóstolos, homens e mulheres do Antigo Testamento que valeria a pena estarem

aqui descritos.

Mas quero finalizar por aqui com um encontro em especial.

Eu me recordo como se fosse hoje, quando eu fugia de Deus.

Já havia feito um encontro para jovens em abril de 1996, mas não queria compromisso

com Jesus, havia apenas dado um esbarrão Nele.

Minha mãe havia falecido há pouco mais de um mês.

Eu namorava com uma das meninas do encontro. Levava uma vida marital já com ela.

Apesar da espiritualidade dela ser avançada em relação à minha - que não existia –

mas chegou um momento em que as coisas começaram a tomar um novo rumo a partir de um

retiro vocacional na Comunidade Canção Nova em Cachoeira Paulista.

Uma irmã muito amada em Cristo me arrumou uma ficha para o referido retiro de

última hora, coisas que só a providência de Deus explica e eu fui com a cara e coragem, sem

conhecer ninguém que fora comigo no ônibus.

Foi um retiro muito bom para mim. Foi um impacto muito grande cada palestra, cada

momento de partilha, saber da realidade de outras pessoas que passavam então, pela mesma

problemática que eu, confusos na vocação, querendo saber o que Deus estava querendo com

cada um de nós.

Voltei com a certeza de que Deus me queria padre. Doce ilusão. Eu não sabia escutar a

voz de Deus direito.

Num encontro de carnaval que se deu alguns dias depois a voz de Deus se fez ouvir

por mim então através de pessoas que caminhavam conosco no mesmo encontro. Como

agradeço as palavras de discernimento do Vinaldo: “Lucio, será que Deus te quer realmente

Padre?”.

Aquelas palavras mexeram comigo de uma forma que me causou mal estar no

princípio e, no decorrer do encontro então, meus olhos se abriram como os do cego

Bartimeu...

Não conseguiria definir com palavras o que sucedeu em meu coração depois, mas algo

cresceu dentro de mim como uma bomba atômica, foi explodindo, me dando uma alegria,

uma certeza absoluta de que Deus me queria e eu precisava tomar uma decisão naquele

momento.

Um turbilhão de pensamentos começaram a pipocar em minha cabeça, mas Deus

estava no foco, na frente das coisas...

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Não sabia discernir ainda aquilo tudo, e o que eu poderia fazer naquele momento era

tomar decisões, cortar excessos e foi o que fiz ao sair dali.

Terminamos o relacionamento promíscuo.

Eu sabia o que estava fazendo, mas a menina não entendia direito tudo aquilo e alguns

meses depois um namoro surgiu, de forma errada também, e acabou me arrancando do grupo

de oração onde eu caminhava, mas tudo foi Providência Divina e eu entendi essas coisas

depois...

Terminei meu crisma, fiquei um ano sem qualquer contato com grupos de oração e

acabei por conhecer um que até hoje é aos domingos, às 18:00 hrs no Jardim Conquista.

Ali Deus me envolveu mesmo com todos os erros que trazia do meu passado, eu tenho

um filho que veio antes de eu ir ao encontro vocacional... O que não impediu de eu seguir

meu caminho com o Senhor.

Lembro-me de uma confissão que fiz, onde o sacerdote me deu a absolvição... Voltei-

me a Deus de forma total...

Muitos condenaram-me dizendo que eu havia virado as costas, que estava dando uma

de covarde... Enfim, tive de viver a realidade de Bartimeu de diversas formas pelas

circunstâncias que eu estava vivendo naquele exato momento.

Mas Deus me abraçou neste grupo de oração e ali tudo começou a se endireitar.

Minha sexualidade começou a se equilibrar, os vícios já não existiam, e comecei a

voltar meu olhar somente para Jesus.

O que havia acontecido com a Samaritana, com Pedro, com Bartimeu, com todos

aqueles que Jesus encontrou, aconteceu comigo também.

Pare um pouco a leitura.

Deus está em você. Você também traz a essência celestial de Deus dentro de você pelo

fato de sermos imagem e semelhança desse Deus... Pegue um espelho pequeno ou vá à frente

de um espelho próximo a você.

Olhe em seus olhos e encontre a Deus em você!

Ninguém é um caso perdido!

Se você é batizado, tem Deus todo em você, pois carrega dentro de si o Espírito Santo

dado completamente no batismo.

Chore aí se seu coração perceber que seus olhos não carregam mais o brilho de

outrora.

Deixe cair junto com as lágrimas as ausências que você sofria quando achava que

ninguém se importava com você, pois Deus estava aí!

Deixe a baixa autoestima dar lugar a uma certeza de que Deus te fez vencedor(a)!

Deus veio ao nosso encontro, mas nessa hora está encontrando você em si mesmo,

com a experiência do filho pródigo que teve toda a sua parte da herança, mas o Pai havia

guardado a festa, anéis, roupa nova e o CORDEIRO para a festa!

Desenhe as novas feições que queres carregar nessa hora e viaje dentro de seu olhar

encontrando o Senhor a te esperar desde sempre por este encontro, ou mesmo, reencontro

para você que havia se encontrado já com Jesus e deixou-se levar pelo relaxamento de

conduta, deixando=se envolver com as tentações mundanas e o encontro ficou esquecido no

tempo e no espaço, afinal você tinha o direito de se divertir! Você estava cansado de tanta

perseguição, incompreensão das pessoas pelo fato de você ter decidido estar com Cristo.

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Passe a querer de volta o brilho do olhar, o brilho do sorriso que antigamente era

constante e deu lugar a um semblante sombrio, sem vida, sem sorrisos, sem alegria,

tristonho...

Faça o Cristo sorrir em você nessa hora, diante da imagem do espelho, não tire os

olhos desta imagem!

Traga o Cristo que te levantou do chão! Que te defendeu nos momentos em que as

pessoas tacaram pedras de incompreensão, de arrogância, prepotência porque você estava

chegando agora, fazia tão pouco tempo! Mas nem por isso as pessoas tinham esse direito...

Isso feriu, foi arrancando seu desejo de constância, foi tirando a sua vontade de ir ao grupo

de oração, de estar com os irmãos, de viver em comunidade, até fugindo do contato constante

com os irmãos quando ia à Santa Missa!

Quanto esse olhar do espelho não tem servido para condenar as pessoas...

Quanto esse olhar não tem focado somente o que é superficial...

Quanto meu olhar não tem focado o desnecessário...

Quanto meu olhar não se desviou de Jesus...

Ah, Senhor... Coloca Tua mão nos meus olhos nessa hora e faz que eles te vejam,

te foquem e não se percam de Ti...

Que eu não fique mais na beira do caminho, ou me escondendo de Ti, amado

Jesus...

Que eu não me negue em dar a água que eu tenho para se tornar vinho contigo...

Ensina-me a deixar-me amar por Ti, Senhor, pois esse rosto que contemplo há

muito tempo está precisando encontrar teu rosto de novo, encontrar teu olhar na

minha direção, contemplar Tuas mãos e me sustentar...

Deixa-me contemplar Teus olhos para perder a insegurança e ter a segurança de

te encontrar sempre, mesmo quando meus olhos não te veem.

Permita-me contemplar no meu olhar a sarça ardente de Teu chamado para

mim, particular, único em favor das almas.

Sara meus medos de abrir mão do que tenho, do que vivo, pensando estar

deixando minha vida toda em vão...

Curai meu coração de todas as dúvidas que dentro do meu coração gritam pela

Tua certeza...

Encontrai-me, amado Jesus, no silêncio do meu coração que muitas vezes não tem

palavras (encare o espelho), mas tem um desejo muito grande de ser melhor, de ser

mais Teu, de pertencer muito mais, Jesus, e muitas vezes eu prefiro olhar para o que

passa ao invés de olhar para a eternidade que ganho contigo.

Encontra-me Senhor Jesus nos meus sentimentos, tão confusos, às vezes, tão

cheios de conflitos...

Encontra-me Senhor, na escuridão de meus pecados como Tu já me ergueste

tantas vezes e me encontraste tantas e tantas vezes, fazendo-me deprimido, Jesus... Sara

esta depressão... Como tem doído em mim Jesus esta escuridão que não me deixa

encontrar Tua luz... Encontra-me Jesus!

Devolve a luz nos meus olhos!

Que a escuridão do que eu vejo, tenha fim nessa hora, que olho para onde só o

Senhor tem acesso, só o Senhor conhece além de mim, amado Deus, sopra

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poderosamente as escamas de meus olhos que insistem em me cegar, deixar-me

enxergar somente o que me interessa o que me satisfaz temporariamente e não na

eternidade...

Encontra-me na sede que tenho de uma água viva, que me fortaleça contra

minhas tentações e carências...

Encontra-me nos medos que sinto em dar minha vida pela verdade como fez João

Batista...

Olha-me nos meus olhos amado Deus, pois tenho dificuldade de encarar meus

problemas de frente e resolvê-los, prefiro atalhos e não o caminho da cruz...

Encontra-me na cruz, amado Jesus... Onde eu evito o sofrimento, prefiro a

facilidade a aprender no sofrimento, prefiro tirar os olhos da cruz para correr e fingir

que não te conheço como fez Pedro...

Eu prefiro a comodidade, Senhor... Encontra-me aqui neste olhar que se perde no

espelho, Jesus, pois Tu estás aí!

Tu estás aí, Jesus! Preciso encontrar-te em meu olhar e não perder-te de vista

mais!

Não quero mais angustiar meu coração por te perder de vista, como Maria.

Não quero mais perder tua presença, Senhor! Encontra-me no espelho do meu

coração com teu poder majestoso e transformador...

Não quero mais ser orgulhoso em não reconhecer Tua grandeza...

Não quero mais ser depressivo para desprezar teu poder...

Não quero mais me perder de teu olhar, Jesus, me encontra agora, eu te suplico...

Não meus olhos no espelho, Jesus, mas os teus olhos nos meus olhos, me olhando,

para que eu te encontre novamente...

Que meu olhar te receba para que eu te encontre, amado Jesus, pois Tu estás

comigo e dentro de mim pela força de seu Espírito Santo...

Amém...

“Procurai a Iahweh enquanto pode ser achado, invocai-o enquanto está perto.”.

(Isaías 55, 6)

FIM