dc saúde

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DC Saúde DIRECTOR ADRIANO LUCAS NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE 19 DE MAIO DE 2009 TERÇA-FEIRA SUPLEMENTO QUINZENAL Diário de Coimbra “Primeiras oito horas são essenciais no tratamento de queimados” IV Congresso Nacional de Queimados decorre entre 28 e 30 de Maio em Viseu Andrea Trindade Os primeiros cuidados presta- dos à pessoa com queimaduras são determinantes na recupera- ção. Uma vez que estes são presta- dos, na maior parte das vezes, por profissionais da emergência médica, dos centros de saúde ou hospitais distritais, é importante formar e informar para as suas especificidades. Os cuidados pré- -hospitalares nas queimaduras são um dos temas em destaque no IV Congresso Nacional de Queimados, que decorre de 28 a 30 de Maio no HotelMontebelo,emViseu. Celso Cruzeiro, presidente da Associação dos Amigos dos Quei- mados – uma das entidades orga- nizadoras –, explicou ao Diário de Coimbra que «é fundamental o tratamento dos doentes nas pri- meiras oito hortas e, dificilmente, estão nesse período de tempo em unidades especializadas, porque passam primeiro por outros ser- viços». A actuação nos níveis anteriores deve, assim, ser no sentido de «diminuir riscos». O primeiro dia do evento des- tina-se, então, a dois cursos, um sobre os cuidados pré-hospitala- res nas queimaduras (onde serão focados a abordagem inicial, a uniformização dos cuidados, a classificação e avaliação das quei- maduras, os materiais de penso e o modo de utilização, a analgesia, as sequelas físicas e psicológicas, a prevenção e protecção social) e outro curso teórico-prático de intervenção avançada de emer- gência no queimado, prestado por formadores do INEM. A abertura dos trabalhos do congresso, realizado em parce- ria com a Sociedade Portuguesa de Queimaduras, acontece na sexta-feira, dia 29, com a presen- ça de entidades oficiais. Na pri- meira mesa-redonda volta a estar em destaque o tratamento do doente queimado no ambula- tório, seguindo-se uma mesa a cargo do Conselho do Mediter- rânico sobre Desastres com Fogo. «Teremos um especialista libanês, William Gunn, e um grego, Michele Maselis, que falarão sobre a actuação em aci- dentes com fogo de grandes dimensões. Na vertente dos cuidados prestados nas unidades de quei- mados, os trabalhos de dia 29 e 30 focarão o controlo da infecção no doente queimado - «uma preocupação constante dos pro- fissionais» -, a importância de nutrição e a reconstrução cirúr- gica de sequelas. 3 mil queimados por ano De acordo com Celso Cruzeiro, responsável pela Unidade de Queimados dos Hospitais da Uni- versidade de Coimbra, todos os anos são internadas nas unidades de queimados entre 1.300 e 1.500 pessoas com queimaduras. Os especialistas calculam que estes representem apenas metade dos casos, uma vez que a outra meta- de – com menor gravidade - aca- ba por ser tratada em hospitais distritais e unidades menos dife- renciadas. A estimativa é, assim, de três mil pessoas vítimas de queimaduras todos os anos. No que se refere às unidades de queimados em hospitais cen- trais, as causas de queimadura são sazonais. «No Inverno são as más condições habitacionais do interior rural, as lareiras e as caldeiras; no Verão são mais habituais os acidentes com material pirotécnico, bem como os incêndios florestais, combati- dos por bombeiros ou por popu- lares», diz o cirurgião plástico. A chama é primeira respon- sável pela queimadura, seguido dos líquidos quentes e dos quí- micos, estes últimos resultantes, na maior parte das vezes, de aci- dentes de trabalho em áreas industriais. O IV Congresso Nacional de Queimados decorre de dois em dois anos e destina-se a todos os profissionais que lidam com queimados, sejam médicos cirur- giões, anestesistas, intensivistas, sejam enfermeiros e terapeutas, do lado da saúde, e também técni- cos de serviço social ou que traba- lhem na área da reinserção, advo- gados, psicólogos, etc.. De acordo com Celso Cruzeiro, estarão tam- bém, naturalmente, presentes os próprios doentes, para dar o seu testemunho e opinião. Mais informações sobre o evento podem ser obtidas junto da Associação dos Amigos dos Queimados (www.aaq.pt) ou da Sociedade Portuguesa de Quei- maduras, responsáveis pela organização. l AS UNIDADES de queimados do país internam cerca de 1.500 doentes por ano, mas outros tantos são tratados em hospitais menos diferenciados ARQUIVO Investigadores estudam efeitos do fumo nos bombeiros «A lesão inalatória, seja de fumo seja de ar quente, multi- plica por dois a mortalidade do doente com queimaduras», declara Celso Cruzeiro. O tema é objecto de estudo do “Projecto FUMEXP” sobre a exposição de bombeiros ao fumo e consequentes efeitos na saúde, que reúne especia- listas da Unidade de Queima- dos dos HUC e do Centro de Pneumologia da Universidade de Coimbra, a Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (pre- sidida por Xavier Viegas) e o Departamento do Ambiente e Ordenamento de Aveiro. No último dia do VI Con- gresso Nacional de Queima- dos, realiza-se uma mesa- redonda sobre este projecto, presidida pelo secretário de Estado da Protecção Civil. Segundo Celso Cruzeiro, têm sido feitos trabalhos de cam- po e simulacros, bem como analisadas situações clínicas, pelo que o objectivo será sugerir medidas de protec- ção mais adequadas. l

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Suplmento do dia 19 de Maio

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DCSaúdeDIRECTOR ADRIANO LUCAS NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

19 DE MAIO DE 2009 TERÇA-FEIRA SUPLEMENTO QUINZENAL DiáriodeCoimbra

“Primeiras oito horas são essenciaisno tratamento de queimados”IV CongressoNacional deQueimadosdecorre entre28 e 30 de Maioem Viseu

Andrea Trindade

� Os primeiros cuidados presta-dos à pessoa com queimadurassão determinantes na recupera-ção. Uma vez que estes são presta-dos, na maior parte das vezes, porprofissionais da emergênciamédica, dos centros de saúde ouhospitais distritais, é importanteformar e informar para as suasespecificidades. Os cuidados pré--hospitalares nas queimaduras sãoum dos temas em destaque no IVCongresso Nacional de Queimados,que decorre de 28 a 30 de Maio noHotel Montebelo, em Viseu.

Celso Cruzeiro, presidente daAssociação dos Amigos dos Quei-mados – uma das entidades orga-nizadoras –, explicou ao Diário deCoimbra que «é fundamental otratamento dos doentes nas pri-meiras oito hortas e, dificilmente,estão nesse período de tempo emunidades especializadas, porquepassam primeiro por outros ser-viços». A actuação nos níveisanteriores deve, assim, ser nosentido de «diminuir riscos».

O primeiro dia do evento des-tina-se, então, a dois cursos, umsobre os cuidados pré-hospitala-res nas queimaduras (onde serãofocados a abordagem inicial, auniformização dos cuidados, aclassificação e avaliação das quei-maduras, os materiais de penso eo modo de utilização, a analgesia,as sequelas físicas e psicológicas,a prevenção e protecção social) eoutro curso teórico-prático deintervenção avançada de emer-gência no queimado, prestadopor formadores do INEM.

A abertura dos trabalhos docongresso, realizado em parce-

ria com a Sociedade Portuguesade Queimaduras, acontece nasexta-feira, dia 29, com a presen-ça de entidades oficiais. Na pri-meira mesa-redonda volta aestar em destaque o tratamentodo doente queimado no ambula-tório, seguindo-se uma mesa acargo do Conselho do Mediter-rânico sobre Desastres comFogo. «Teremos um especialistalibanês, William Gunn, e umgrego, Michele Maselis, quefalarão sobre a actuação em aci-dentes com fogo de grandesdimensões.

Na vertente dos cuidados

prestados nas unidades de quei-mados, os trabalhos de dia 29 e30 focarão o controlo da infecçãono doente queimado - «umapreocupação constante dos pro-fissionais» -, a importância denutrição e a reconstrução cirúr-gica de sequelas.

3 mil queimados por ano

De acordo com Celso Cruzeiro,responsável pela Unidade deQueimados dos Hospitais da Uni-versidade de Coimbra, todos osanos são internadas nas unidadesde queimados entre 1.300 e 1.500pessoas com queimaduras. Os

especialistas calculam que estesrepresentem apenas metade doscasos, uma vez que a outra meta-de – com menor gravidade - aca-ba por ser tratada em hospitaisdistritais e unidades menos dife-renciadas. A estimativa é, assim,de três mil pessoas vítimas dequeimaduras todos os anos.

No que se refere às unidadesde queimados em hospitais cen-trais, as causas de queimadurasão sazonais. «No Inverno sãoas más condições habitacionaisdo interior rural, as lareiras e ascaldeiras; no Verão são maishabituais os acidentes commaterial pirotécnico, bem comoos incêndios florestais, combati-dos por bombeiros ou por popu-lares», diz o cirurgião plástico.

A chama é primeira respon-sável pela queimadura, seguidodos líquidos quentes e dos quí-micos, estes últimos resultantes,na maior parte das vezes, de aci-dentes de trabalho em áreasindustriais.

O IV Congresso Nacional deQueimados decorre de dois emdois anos e destina-se a todos osprofissionais que lidam comqueimados, sejam médicos cirur-giões, anestesistas, intensivistas,sejam enfermeiros e terapeutas,do lado da saúde, e também técni-cos de serviço social ou que traba-lhem na área da reinserção, advo-gados, psicólogos, etc.. De acordocom Celso Cruzeiro, estarão tam-

bém, naturalmente, presentes ospróprios doentes, para dar o seutestemunho e opinião.

Mais informações sobre oevento podem ser obtidas juntoda Associação dos Amigos dosQueimados (www.aaq.pt) ou daSociedade Portuguesa de Quei-maduras, responsáveis pelaorganização. l

AS UNIDADES de queimados do país internam cerca de 1.500 doentes por ano, mas outros tantos são

tratados em hospitais menos diferenciados

ARQUIVO

Investigadores estudam efeitosdo fumo nos bombeiros

� «A lesão inalatória, seja defumo seja de ar quente, multi-plica por dois a mortalidadedo doente com queimaduras»,declara Celso Cruzeiro. Otema é objecto de estudo do“Projecto FUMEXP” sobre aexposição de bombeiros aofumo e consequentes efeitosna saúde, que reúne especia-listas da Unidade de Queima-dos dos HUC e do Centro dePneumologia da Universidadede Coimbra, a Associaçãopara o Desenvolvimento daAerodinâmica Industrial (pre-sidida por Xavier Viegas) e oDepartamento do Ambiente eOrdenamento de Aveiro.

No último dia do VI Con-gresso Nacional de Queima-dos, realiza-se uma mesa-redonda sobre este projecto,presidida pelo secretário deEstado da Protecção Civil.Segundo Celso Cruzeiro, têmsido feitos trabalhos de cam-po e simulacros, bem comoanalisadas situações clínicas,pelo que o objectivo serásugerir medidas de protec-ção mais adequadas. l

I I 19 DE MAIO DE 2009 TERÇA-FEIRAWWW.DIARIOCOIMBRA.PT DiáriodeCoimbra

Laboratório Cruz de Celas assRealiza um conjunto de análises específicas, algumas únicas na região, desde testes de paternidade, à análise de intolerância alimentar e perfis genéticos de envelhecimento

Andrea Trindade

� O Coimbralab - LaboratórioCruz de Celas, Lda. completaeste mês 25 anos de actividade. Aum percurso de crescimentoexponencial e diferenciação nocampo das análises, acrescentaeste ano novos projectos, como acriação de novas unidades nodistrito, a aposta no recém-cria-do núcleo de investigação einformação e, para breve, a dis-ponibilização de resultados deanálises online.

A qualidade dos serviços, osresultados fiáveis e o atendi-mento personalizado norteiam,desde o início, a actividade dolaboratório, como atesta a direc-tora técnica, Helena da CunhaLeal, que ali trabalha desde oprimeiro dia. Décio Jonas eBranca Jonas, que adquiriram olaboratório em 1996 entendemque responder aos mais altospadrões de exigência passa porinvestigar e reforçar a formação.E tem sido esta a base do esforçode todos, sublinham.

Sobre a importância do aten-dimento personalizado, BrancaJonas dá um exemplo concreto:«Se uma análise der um resulta-do alterado, não colocamos ainformação num envelope àespera que o venham levantar.Para que não se perca tempo,contactamos o médico e o uten-te, se a situação é grave, pode atéser dada indicação pelo clínicopara o doente se dirigir ao hos-pital».

Por outro lado, é um facto quehoje as pessoas têm hoje maisacesso a informação sobre saú-de. «Tentamos esclarecer sem-pre as pessoas e desmistificar“conhecimentos” que trazem.

Temos mesmo uma sala paraeste diálogo, para evitar ansieda-de e angústia no conhecimentode resultados», acrescenta Bran-ca Jonas, sublinhando a pontefeita entre médico e utente.

O Coimbralab realiza todo otipo de análises, seja no seu labo-ratório seja através de subcon-tratação de serviços com quali-dade igual ou superior à sua(com as faculdades de medicinade Coimbra e do Porto, a Facul-dade de Farmácia de Lisboa ou ogrupo Endoclave, no Porto), refe-re Décio Jonas.

Desde o ano passado, o Labo-ratório Cruz de Celas ofereceum conjunto de análises especí-ficas, algumas únicas na região,o que tem permitido afirmar adiferenciação do seu trabalho eobter reconhecimento de uten-tes de fora de Coimbra. BrancaJonas aponta o teste de hiper-

sensibilidade a metais, que podeidentificar a causa a uma reac-ção nociva para a saúde, desen-cadeada por uma ou várias sub-stancias por nós utilizadas, des-de os conservantes de vacinas, ametais dentários ou de prótesesou mesmo à alimentação.

Pessoas sensíveis a estas sub-stâncias apresentam reacçõeslocais e sistémicas, com sinto-mas múltiplos que podem ir dafadiga crónica a doenças derma-tológicas. Há mesmo dados quesustentam a possibilidade de serum factor precipitante do qua-dro clínico de autismo.

Perfis genéticos “anti-aging”

É uma análise que tem registadoum “boom” de procura. As pesso-as não querem envelhecer, oumelhor, querem manter-se sau-dáveis e com um aspecto jovem omáximo de tempo possível.Além dos cuidados com alimen-tação, o exercício físico, a aboliçãode hábitos tabágicos ou consumode álcool, é hoje possível prevenira doença e o envelhecimento pre-coce conhecendo a susceptibili-dade genética individual.

Com os perfis genéticos “anti-aging”, disponíveis no Coimbra-lab, pretende-se avaliar a proba-

bilidade ou o risco de cada umdesenvolver doenças frequentesna idade adulta, para que possamser tomadas as medidas adequa-das. Estes testes podem analisar operfil genético da osteoporose, danutrigenética (alimentos queaumentam ou reduzem riscopara determinadas patologias,para cada pessoa), perfil genéticode nutrição e desporto, perfil der-matológico, farmacogenético,cardiovascular, etc.

Intolerância alimentar

Fazer alergia a determinado ali-mento é diferente de ser intole-rante, a primeira provoca umaresposta mais ou menos ime-diata, enquanto no segundocaso só o efeito cumulativo levaa uma reacção. Sendo assim,explica Décio Jonas, «é difícil,muitas vezes, as pessoas perce-berem quais os alimentos a quesão intolerantes». No Laborató-rio Cruz de Celas a o teste deintolerância é também bastantepedido, existindo um “screa-ning” de 217 alimentos para osadultos e 113 alimentos para aárea pediátrica.

«Muitas pessoas são intole-rantes a alguns alimentos e nemsabem. O mal-estar não identifi-cado – má digestão, enxaqueca,aumento de peso - que sentempode acabar assim que restrin-gem a ingestão de determinadoalimento», sustenta BrancaJonas sublinhando a importân-cia desta análise para a saúde equalidade de vida das pessoas.

Os testes de paternidade sãooutro exemplo de análise bas-tante procurada no Coimbralab,não só porque nem todos oslaboratórios fazem, mas tam-bém pela divulgação e informa-

�Décio Jonas espera aindaeste ano disponibilizar osresultados de análises viainternet para utentes e médi-cos. «Com toda a segurançade dados e através de umcódigo de acesso, a pessoapoderá ter acesso à informa-

ção e imprimi-la onde querque esteja. Este é um serviçoem que os clínicos têmdemonstrado bastante inte-resse», já que encurta o tempopara definir intervençõesterapêuticas, sustenta. «Esta-mos a fazer um grande inves-timento em recursos infor-máticos e em segurança», adi-anta, notando que, fora destapossibilidade ficarão os resul-tados mais graves, que impli-cam sempre uma informaçãopersonalizada. l

Resultados das análises online aindaeste ano

TESTE A INTOLERÂNCIA DE ALIMENTOS É BASTANTE PEDIDO AOS RECURSOS humanos qualificados juntam-se as mais modernas tecnologias e amplas instalações

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ção que tem sido feita no site epela confidencialidade com quetodo o processo é tratado, acres-centa a sócia-gerente.

Para Branca Jonas, a explica-ção de cada análise no sítio dainternet e a possibilidade demarcação de domicílios têmsido uma mais valia importante.

Núcleo para investigarO Laboratório Cruz de Celas criou já este ano um núcleo deinvestigação e informação que é,no fundo, um grupo de trabalhoque vai estudando e organizan-do informação sobre determina-

das áreas clínicas de interessepúblico, para disponibilizar napágina da internet. «Este núcleoterá um carácter transversal nanossa actividade diária e reuni-ões semanais. É um esforço

grande de estudo e investigação,mas achamos que compensa»,diz Helena Cunha Leal. A exis-tência deste núcleo permitiu já

participar num estudo nacionalsobre prevalência de síndromemetabólica em Portugal.

Branca Jonas destaca ainda aexistência de uma Seroteca, umreservatório de amostras de san-

gue das grávidas que ali fazemanálises, que permite ao médicoo estudo de factores de risco e dedoenças durante a gravidez.

«Uma importante ferramentapara o clínico datar e definir osproblemas», refere.

Em parceria com a internacio-nal Criosave, o Coimbralab tam-bém informa e disponibiliza aosfuturos pais o kit de criopreser-vação de células estaminais docordão umbilical. A mais-valiaem relação a outras empresastem a ver com o facto da Criosa-ve armazenar as células em qua-tro locais distintos (Bélgica, Suí-ça, EUA e Dubai), aumentando asegurança durante 20 anos dereserva, e ainda a larga experiên-cia da empresa. l

I I I19 DE MAIO DE 2009 TERÇA-FEIRAWWW.DIARIOCOIMBRA.PTDCSaúde

sinala 25 anos de actividade

�Toda a actividade desenvol-vida no laboratório é suporta-da por controlo de qualidadeinterno e externo, de forma agarantir a fiabilidade dosresultados, sublinham os res-ponsáveis do Coimbralab. Eesta preocupação já não é deagora. O Laboratório Cruz deCelas foi, em 2002, um dosprimeiros laboratórios dopaís a obter dupla certificação,pela Norma NP EN ISO

9001:2000 e pelas Normas doLaboratório Clínico da Ordemdos Farmacêuticos. O sistemade gestão da qualidade imple-mentado pelo laboratórioabrange toda a actividade deexecução de análises clínicasefectuadas em amostras bio-lógicas colhidas, tendo emvista a eficácia dos seus pro-cessos e a satisfação dos seusutentes. De acordo com DécioJonas, sócio gerente, o labora-tório foi o primeiro da regiãoCentro e o sexto do país aalcançar esta dupla certifica-ção, quando são mais de 800os laboratórios a funcionarem Portugal. l

Laboratório pioneiro na duplacertificação

�O Laboratório de AnálisesClínicas Cruz de Celas nasceuem Maio de 1984, na AvenidaCalouste Gulbenkian. Ao lon-go destes 25 anos, foi crescen-do e apostando na diferencia-ção dos serviços. Hoje estásedeado na zona do Vale dasFlores, onde dispõe de umespaço moderno e adequadoàs exigências dos seus merca-dos: «recursos humanos qua-lificados, instalações adequa-das e equipamentos que asse-guram a utilização das melho-res tecnologias disponíveis»,referem os seus responsáveis.

O laboratório registou «umcrescimento gradual e consis-tente entre 1997 e 2001, depoisentre 2002 e 2004 e, principal-mente, entre 2006 e 2008»,revela a mesma nota. De acor-do com os dados do Coimbra-lab, em 2008 a empresa factu-

rou 1,28 milhões de euros,ultrapassando os objectivostraçados, e este ano, até Abril,já se realizaram perto de 600mil euros.

Foi, aliás, esta evolução queconduziu à abertura de novasinstalações, na Rua AugustoMarques Bom. São 360metros quadrados que rece-bem a unidade central doCoimbralab. As instalaçõesoriginais mantêm-se em fun-cionamento, servindo todosos utentes de Celas, exclusiva-mente como posto de colhei-tas. Outros postos de colheitafuncionam em Vila Nova dePoiares, Brasfemes, Lousã,Penacova, S. Martinho do Bis-po, Taveiro e Santa Clara,além da sede. Nestes locais, «éfeito o atendimento de utentese recolha de amostras biológi-cas diversas, que são devida-mente acondicionadas e tran-sportadas para o laboratóriocentral, onde após manipula-ção adequada são submetidasàs diversas técnicas analíticassolicitadas». l

Crescimento e diferenciação em análises clínicas

OS PERFIS GENÉTICOS “ANTI-AGING” AVALIAM O RISCO DE CADA UM DESENVOLVER DOENÇAS FREQUENTES NA IDADE ADULTA. A MEDICINA PREVENTIVA GANHA TERRENO

DÉCIO JONAS, sócio-gerente, e Helena da Cunha Leal, directora técnica do Laboratório Cruz de Celas

BRANCA JONAS, sócia-gerente, sublinha a importância da comunicação de resultados aos utentes

NÚMEROS

25 anos de existência

do laboratório

47colaboradores

10 postos de colheita

1,28milhões de euros

facturados no ano passado

200 pessoas atendidas por dia

A UNIDADE central está na zona do Vale das Flores

Andrea Trindade

� A doença de Alzheimer, decausa ainda desconhecida, pro-voca a neurodegeneração e oconsequente agravamento, pro-gressivo e irreversível, das fun-ções cerebrais culminando natotal perda de autonomia. Esti-ma-se que, em Portugal, mais de70 mil pessoas sofram destadoença que atinge, maioritaria-mente, a faixa etária a partir dos60 anos. O aumento da esperan-ça média de vida leva a crer queesta doença terá uma incidênciacada vez maior.

Sabendo-se que mais de me-tade dos doentes com demên-cias, particularmente com Alz-heimer, tendem, no decorrer dasua doença, a ausentar-se re-pentinamente de casa e a deam-bular sem rumo certo, perden-do-se muitas vezes, a AMAZE,empresa de consultoria na áreada saúde, em parceria com aAlzheimer Portugal, lançou oprojecto Rumo Seguro. O seu

objectivo é permitir o rápido eseguro reencaminhamento daspessoas portadoras da doençapara junto dos seus cuidadores,proporcionando um acesso faci-

litado aos contactos destes. Mariana Nunes de Almeida,

uma das responsáveis do pro-jecto, explicou ao Diário deCoimbra como funciona o Ru-

mo Seguro. Na altura de inscri-ção do cuidador no programa, éfornecido um objecto de usopessoal (pulseira ou colar) para odoente, adorno esse que deverá

andar sempre com a pessoa eque tem impresso um códigoindividual que remete para aidentificação e contactos do cui-dador. A AMAZE gere o progra-ma, funcionando como agentede ligação entre o indivíduo quese perdeu, a pessoa que o encon-trou, as autoridades de saúde esegurança parceiras e o cuida-dor.

Parcerias públicasLançado em Dezembro passado,no âmbito da responsabilidadecivil da AMAZE, o Rumo Segu-ro é um projecto inovador quepretende minimizar as preocu-pações e angústias do cuidador,mantendo, ainda assim, a liber-dade da pessoa com doença deAlzheimer. Porque não se tratade localizar o doente, mas sim, apartir dele, localizar o cuidador,o Rumo Seguro pressupõe oapoio de terceiros, pessoas indi-viduais e autoridades, daí que seaposte agora numa acção dedivulgação do projecto.

Além da associação Alzhei-mer Portugal, a AMAZE contacom o apoio da Associação Por-tuguesa de Médicos de ClínicaGeral, da Associação Portuguesade Gerontopsiquiatria, da Asso-ciação Farmácias de Portugal, daNovartis Farma SA, da Guess-What Public Relations, da BugHealthcare, do Instituto Nacio-nal de Emergência Médica e daLiga dos Bombeiros Portugue-ses, estando em via de desenvol-ver protocolos também com aPSP e a GNR.

«Quando a pessoa se perde, ocuidador deve accionar os me-canismos comuns para a en-contrar, mas passa também apoder ligar para nós e contarcom o empenho do Rumo Segu-ro, que accionará os seus con-tactos e rede de parceiros», sus-tenta Mariana Almeida. A pro-va de fogo já aconteceu, em Lis-boa. «A cuidadora contactou--nos e foi possível encontrar odoente em cerca de uma horacom a ajuda dos bombeiros»,lembra a responsável. l

DCSaúde REDACÇÃO E PUBLICIDADE RUA ADRIANO LUCAS 3020-264 COIMBRA TELEFONE 239 499 90019 DE MAIO DE 2009 TERÇA-FEIRA

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Rumo seguro para doentes de Alzheimer

Serviço custa 60 euros e é válido por três anos

�O custo de adesão a este pro-grama de âmbito nacional é decerca de 60 euros, sendo a ins-crição válida por um períodode três anos. «Um valor simbó-lico, pois sabemos que as famí-lias – muitas de baixos recur-sos – estão já sobrecarregadascom os custos da medicaçãoque a doença exige», diz Maria-na Almeida. A informaçãosobre o Rumo Seguro está a serdistribuída junto de farmácias,corporações de bombeiros enúcleos da Alzheimer Portugalem todo o país, está ainda dis-ponível no site do projecto,www.rumoseguro.pt, ou atra-vés do serviço de apoio perma-nente do 808101212. l

BREVES

� A ASSOCIAÇÃO ALZHEI-MER Portugal apresentourecentemente o livro “AindaAlice”, que conta a história deuma mulher a quem foi diag-nosticada a doença de Alzhei-mer e da sua luta pelas suasmemórias e pela sua vidacomo a conhece. «Alice temuma vida perfeita, é uma pro-fessora brilhante, uma esposae mãe dedicada, que lutatenazmente contra as traiçõesda sua memória procurandoagarrar a ideia de si mesma,da sua vida e do seu amor. Olivro escrito por Lisa Genova,está à venda em diversaslivrarias do país e custa 16euros. Por cada exemplar ven-dido, um euro reverte em favorda Alzheimer Portugal.

� DOENÇA INFLAMATÓRIAdo intestino afecta sobretudopessoas em idade activa, pre-dominantemente entre os 30 eos 40 anos, sendo registados140 novos casos por ano emPortugal. De acordo com aAssociação Portuguesa deDoença Inflamatória do Intesti-no - que realizou uma acçãode sensibilização no passadodia 9 de Maio -, cerca de 10por cento dos doentes chega-ram a perder o emprego devi-do à doença, que englobaduas patologias: doença deCrohn e colite ulcerosa. Doen-ças não curáveis, mas queainda não foram classificadascomo doenças crónicas nonosso país.

� OS PORTUGUESES NÃO cui-dam da sua pele, revela umestudo recente realizado emPortugal Continental com oapoio da Vasenol. Ainda que89% reconheça que a peleprecisa de cuidados, apenas25 por cento os aplica diaria-mente. Uma das rotinas maispraticadas por ambos os sex-os é a lavagem, sendo que 21por cento dos homens portu-gueses não tem qualquer tipode cuidados com a pele (lava-gem, hidratação, esfoliação,tonificação). Além da higiene,devemos incluir nos nossoshábitos diários a aplicação decremes e loções com conteú-do rico em lípidos de forma a reforçar o filme lipídico (aquantidade de gordura natural)que existe à superfície da pele.

Lançado programa que facilita reencaminhamento de doentes para junto dos seus cuidadores

CERCA DE 60 por cento dos doentes tendem a ausentar-se de casa e a deambular sem rumo

D.R.