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Dirigente Cristão O Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa do Rio Grande do Sul Nº 184 - Ano XXII - Junho/ 2013 Impresso fechado. Pode ser aberto pela ECT. Beirute: a união das diferenças e os novos presidentes Divulgação

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O Dirigente Cristão é publicação da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa do Rio Grande do Sul - ADCE/RS

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DirigenteCristão

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Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa do Rio Grande do SulNº 184 - Ano XXII - Junho/ 2013

Impresso fechado. Pode ser aberto pela ECT.

Beirute:a união das diferenças e os novos presidentes

Divulgação

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O Dirigente CristãoÓrgão Informativo da Associação de Dirigentes Cristãos

de Empresa do Rio Grande do Sul (ADCE-RS)Filiada à ADCE/UNIAPAC/Brasil

PresidenteAntonio D’AmicoVice Presidente

Juarez PereiraEduardo Albershein DiasAssessoria Doutrinária

Pastor Carlos DreherPe. Martinho Lenz, SJ

Editores In MemoriamFulvio de Silveira Bastos

Renato Cardoso

SedeCentro Arquidiocesano de Pastoral

Praça Monsenhor Emílio Lotterman 96, conj 12Bairro Floresta CEP 90560-050 Porto Alegre/RS

Fones (51) 3332.0811e-mail: [email protected]

Conselho DiretorFernando Coronel (Porto Alegre)Sérgio Kaminski (Porto Alegre)

Milton José Cemin - Serra (Caxias do Sul)Jairo Antunes - Serra (Caxias do Sul)

Sergio Ricci - Planalto Médio (Passo Fundo)Ubiratan Oro - Planalto Médio (P. Fundo)

José Gonçalves de Lima (Santa Maria)Izair Antonio Pozzer (Santa Maria)

Gaspar Biasibetti - Vale do Rio Pardo (Sta. C. do Sul)Dilmar Carvalho - Vale do Rio Pardo (Sta. C. do Sul)

ComissõesAlecio Ughini - Baptista Celiberto

Carlos Egídio Lehnen - Luiz Roberto PonteFrancisco Moesch - Gilberto Lehnen

José Antonio Célia - José Juarez Pereira Luiz Arthur Giacobbo - Ricardo Jakubowski

Rita Campos Daudt - Sergio Kaminski

Edição:

Rua Jerusalém, 415 - CEP 91420-440 - Porto Alegre/RSFone: (51) 3392.0055

[email protected]: Carlos Damo

Reportagem e Diagramação: Cíntia Machado DRT/RS 14080

Tiragem 4500 exemplaresCirculação Bimestral - Distribuição Gratuita

É permitida a reprodução total ou parcial das matérias aqui publicadas, desde que conservada a forma e citados a fonte e o autor. As matérias assinadas são de responsabilidade de

seus autores.

Novos líderes para a UniapacOs presidentes eleitos da Uniapac LA e Internacional são, respectivamente, um brasileiro e um argentino

Durante a Conferência de Beirute, ocorrida em março, foram esco-lhidos os novos presidentes da Uniapac Latino-americana e Uniapac Internacional. Os nomes que ocuparão os cargos são, respectivamente, Sérgio Cavalieri e José Maria Simone. Para conhecer as perspectivas dos mandatos e também os resultados da conferência, O Dirigente Cristão entrevistou os dois eleitos. Cavalieri é brasileiro e preside a ADCE Bra-sil e ADCE Minas Gerais. Simone, argentino, ocupa atualmente a vice-presidência da Uniapac Latino-americana.

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Entrevista: José Maria SimonePresidente eleito da Uniapac Internacional

DC: Quais os objetivos para o período como presidente da Uniapac Internacional? Que projetos pretende desenvolver? Simone: Os objetivos principais para a Uniapac são continuar promovendo, de acordo com a Doutrina Social da Igreja, a visão e implementação da Responsabilidade Social Empresarial (RSE), focada na pessoa e buscando o desenvolvimento do bem comum no mundo.

Durante os últimos anos, temos trabalhado fortemente no desenvolvimento de uma forma de gestão que consideramos que permitirá às nossas associações e empresários alcançarem um nível mais profundo na relação com seus colaboradores e stakeholders, dentro e fora da empresa. Essa forma de condução empresarial se baseia em valores pesso-ais, que promovem a dignidade humana através de melhor desempenho e profi ssionalismo. Devemos levar em conta que nem o capital, nem os benefícios empresariais são objetivos em si mesmos, se não se voltam ao fortalecimento da dignidade humana e do bem comum. Se formos capazes de gerar um mundo de negócios equilibrado, centrado na pessoa e no bem comum, o mundo dos negócios será melhor, mais feliz e nós também. Nosso amor fraternal se completará através do vínculo entre todos.

DC: Tal como a Igreja Católica, com a escolha do novo Papa, a Uniapac terá como seu representante principal, um membro latino-americano. É apenas

uma coincidência ou acredita que haja uma causa comum para esses dois fatos? Simone: A eleição do Presidente da Uniapac é uma decisão tomada muito tempo antes de a mesma ocorrer. Há dois períodos presidenciais foi decidido que a presidência seria rotativa e para esse período havia sido escolhida a América Latina. É uma grata coincidência com a eleição do Papa, mas não deixa de ser um grande momento para a Igreja Católica e para a Uniapac que o Papa Francisco seja latino-americano, ele, sem dúvida, continuará gerando mudanças profundas na nossa igreja. Nós empresários da Uniapac devemos fi car muito atentos a essas mudanças, pois, sem dúvida, trarão ajuda inestimável para cumprir os objetivos que mencionei anteriormente.

Simone, argentino e atual vice-presidente da Uniapac LA

“Se formos capazes de gerar um mundo de negócios equilibrado, centrado na pessoa e no bem comum, o mundo dos negócios será melhor, mais feliz e nós também”, Simone

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O crescimento econômico da nossa região nos coloca em posição de grande responsabilidade. É uma oportunidade de mostrar ao resto do mundo nossa capacidade de desenvolvimento, logo após passarmos por diversas crises ao longo dos últimos 50 anos. Sem dúvida podemos colaborar fortemente para encontrar um caminho que ajude a resolver a crise atual, com base em nossa experiência.

DC: Como você vê o impacto das ações de grupos cristãos, como a Uniapac e as associações que a compõem, na sociedade? Que resultados tais ações trazem?Simone: O impacto das associações e das organizações como a Uniapac se evidencia através das ações diárias dos empresários e dirigentes membros das nossas associações. Sem dúvida suas ações geram impacto direto na sociedade, porque ao tentar implementar uma forma de gestão empresarial baseada em valores humanos e ética, provocam uma mudança no processo empresarial. Eles mostram que é possível desenvolver empresas com esses princípios básicos, ainda que nas condições atuais de mercado. Ao fazê-lo, promovem a sustentabilidade necessária para que a empresa seja exitosa no aspecto econômico, social e ambiental. Essas empresas tem grande vantagem com relação às outras, porque, além de alcançarem o objetivo planejado, promovem grande crescimento pessoal, que retroalimenta a mesma empresa e se transforma em um círculo virtuoso: o do crescimento sustentável.

DC: O impacto citado na questão anterior é o mesmo nos diversos continentes?Simone: Esse impacto é semelhante em outros continentes, mas é preciso considerar que as regiões do mundo têm realidades diferentes. Por isso o impacto pode ser semelhante, mas não igual. É possível que alguns países obtenham resultados diferentes. Os princípios básicos é que devem ser iguais. Aplicando os mesmos de forma criteriosa

será possível avançar na geração de mudança de cultura e de forma de gestão, conforme mencionado anteriormente.

Isso é o que nos une em uma fortaleza única. Estamos convencidos de que o desenvolvimento da pessoa em todos os sentidos é o objetivo que não devemos perder. A fortaleza para os dirigentes surge de duas fontes: da Doutrina Social da Igreja e de nossos talentos como dirigentes empresariais ao implantarmos os princípios nas empresas onde atuamos.

DC: Que aspectos destaca como tendo sido mais importantes na Conferência de Beirute, realizada recentemente?Simone: O mais importante da Conferência de Beirute foi descobrir que duas religiões (Cristã e Muçulmana) podem ter aspectos semelhantes de respeito, ética e valores no mundo dos negócios e que são parecidas. Pudemos comprovar através das exposições na conferência que é possível dialogar, compartilhar e transferir experiências gerenciais. Todos os painéis de apresentação foram uma mescla muito interessante de pessoas de vários países e regiões. Ficou evidente que possuímos conceitos similares sobre visão de longo prazo. Deve-se destacar o alto nível de profi ssionalismo de todos os expositores.

DC: O que a Conferência de Beirute representou e quais as perspectivas?Simone: A Conferência de Beirute foi o começo de um caminho de intercâmbio entre diferentes regiões do mundo. Apesar da grande distância geográfi ca, um objetivo comum nos aproxima, ao trabalharmos juntos: o desenvolvimento de uma ética de negócios que permita alcançar um mundo melhor para todos.

Seguiremos esses esforços com outras regiões e religiões. A Uniapac pode ser a ponte que une as pessoas, dirigentes e empresários que tem objetivos comuns. As associações da Uniapac nos 32 países trabalham nesse sentido.

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Entrevista: Sérgio CavlieriPresidente eleito da Uniapac LA

DC: Quais são as perspectivas para o seu mandato como Presidente da Uniapac Latino-americana? Cavalieri: É ao mesmo tempo uma honra e um desafi o o fato de ter sido indicado para essa missão. É a primeira vez que o Brasil ocupa esse cargo, anteriormente brasileiros haviam sido vice-presidentes, mas presidentes nunca. É um desafi o muito grande, pois a América Latina é um dos continentes mais ativos da Uniapac, não apenas pelo número de associações, que representam 10 países e, em curto prazo, devem chegar a 16, mas também pela visibilidade que a entidade vem conquistando, nos países em que está presente. Está crescendo o reconhecimento na comunidade empresarial, em ONG’s, igrejas, governos e na sociedade em geral. Assim, temos a possibilidade de sermos mais ouvidos, temos presença maior dentro dos países e maiores possibilidades de implantar os princípios cristãos nas empresas da AL.

A Uniapac tem recebido forte apoio da Igreja Católica e de empresas cristãs. Honduras, último país, até então, a contar com a entidade, é um exem-plo. Os empresários católicos daquele país foram estimulados fortemente pela igreja. A Igreja Cató-lica tem visto a Uniapc como uma grande parceira nesse processo de mudança de direção da economia no mundo inteiro e principalmente na América La-tina. Todas as difi culdades que o mundo enfrenta em termos sociais, como fome, trabalho escravo, fal-ta de habitação, etc, necessitam da participação de empresários para serem resolvidas. A AL ainda tem muitos problemas como esses.

DC: Como será a nova diretoria?Cavalieri: Tendo em vista o grande movimento, o dinamismo da Uniapac na América Latina, formamos uma diretoria mais robusta, com representantes em seis países, assim podemos conduzir com maior velocidade. Além do Brasil, estão no grupo representantes do Paraguai, Equador, Chile, Argentina e México.

DC: Quanto aos projetos da Uniapac, o que esperar?Cavalieri: O livro Rentabilidade dos Valores, editado pela Uniapac, em 2008, teve repercussão mundial e muito forte na América Latina. Como prosseguimento do mesmo, foi desenvolvido o Protocolo de Responsabilidade Social Empresarial

Cavalieri, brasileiro, presidente da ADCE/BR e MG

“Todas as di culdades que o mundo enfrenta em termos so-ciais necessitam da participação de empresários para serem re-solvidas”, Cavalieri

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(RSE), que está em fase fi nal. O objetivo desse é implantar e medir nas empresas o impacto das mesmas no ser humano. O projeto, que tem forte apoio do México, está em fase piloto e começa a ser implantado em todos os países que contam com a presença da Uniapac. A nova gestão será responsável por dar continuidade a essa iniciativa.

DC: O que representa para o Brasil o fato de a Uniapac Latino-americana ter agora um presidente brasileiro?Cavalieri: Espero que a ADCE aqui no Brasil também seja alavancada. Há um refl exo, o país ganha sim mais visibilidade. Além disso, há reuniões de Board marcadas para esse ano, em São Paulo e o 25º Congresso Mundial da Uniapac/ADCE, marcado para 2015, em Belo Horizonte. De novo, são oportunidades de dar mais visibilidade para o país.

DC: De forma geral, qual foi o grande resultado da Conferência de Beirute?Cavalieri: Foi quase unanime entre todos os palestrantes o reconhecimento da necessidade de diálogo e da prática dos valores. Há confl itos nos países do oriente, complicações para encontrar a paz, todos reconhecem essa difi culdade e o importante papel do diálogo para resolvê-la. Todas as religiões têm valores que podem ajudar.

Entendendo que o mundo não é igual e nunca será, compreende-se a necessidade do respeito. Se a humanidade souber usar essa diversidade na cons-trução de algo positivo, será de uma riqueza inigua-lável. Um exemplo real disso é o Vale do Silício, na Califórnia, onde existe gente do mundo todo tra-balhando em prol da tecnologia. Pessoas de países, crenças e religiões diferentes que conseguem tra-balhar juntas e gerar uma riqueza de produtos que servem à humanidade. É necessária a cooperação, a prática do amor, para que o mundo encontre dias mais tranquilos, de mais paz e prosperidade e essa prosperidade possa alcançar todas as pessoas.

POSSE

A posse dos novos presidentes da Uniapac LA e Uniapac Internacional ocorrerá na cidade de São Paulo, em outubro. Veja programação:

05/10, manhãReunião do Conselho da Uniapac LA

05/10, tarde e 06/10Tour de convivência

07/10, manhãReunião de Board Internacional

07/10, tardeReunião com empresários e imprensa

CONFERÊNCIA DE BEIRUTE

A Conferência de Beirute ocorreu durante os dias 25 e 26 de março, na cidade que dá nome ao evento. A iniciativa reuniu empresários cristãos e muçulmanos com o objetivo de encontrar so-luções práticas para uma economia mundial à serviço do homem e dos propósitos do bem co-mum, da solidariedade, da ética e da justiça.A diversidade foi representada: estiveram presen-tes cerca de 400 pessoas vindas dos cinco conti-nentes, com as mais diversas culturas e religiões; os 35 palestrantes do evento vieram de 15 países diferentes. Participaram ainda ministros e outros representantes públicos, assim como grandes empresários do mundo. Foram abordados temas como globalização, paz, avanços da tecnogia, crise, entre outros.

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Na minha infância, às vezes ouvia alguém di-zer: “isto é coisa de católico”. Outras vezes ouvia alguém dizer “isto é coisa de protestante”. Mais tarde entendi que estas palavras tinham uma car-ga negativa. Porém, este “estranhamento” não interferia em nada na vida da comunidade, pois as pessoas se visitavam, conviviam nas festas, ajudavam-se. Até mesmo uma pequena igreja era usada por luteranos e por católicos. Com esta ex-periência, aprendi que certas heranças do passa-do não podem nos separar diante dos desa os da vida comum.

Na época da minha catequese conheci al-gumas diferenças entre católicos e protestantes, especialmente sobre os santos e a Virgem Maria. Aparentemente, estas diferenças impunham um juízo sobre a Igreja Católica. No entanto, ao des-cobrir que ambas as igrejas tinham o foco em Cristo, tais assuntos perderam em importância. Com isso compreendi que quando nos atemos às diferenças e esquecemos as semelhanças caímos, facilmente, no antagonismo, fechando-nos sobre nós mesmos, esquecendo que estamos todos liga-dos à mesma grande causa.

Na universidade encontrei-me com pessoas das mais diversas igrejas e religiões e, juntos, discutí-amos as questões da sociedade e trabalhávamos em prol da mesma. Anos mais tarde, já estando em trabalho pastoral, com padres e outras lideran-ças católicas, trabalhamos juntos, lutando contra os problemas da área social e do meio ambiente; lutando pela ética na política, pela saúde pública e no combate à pobreza. Sabíamos das nossas di-ferenças religiosas, mas isso não nos distanciou da cooperação e da convivência fraterna. Temos desa- os comuns que estão acima das nossas crenças.

O cristianismo e a esperança que se renova pela eleição de um novo Papa

Por m, nos tempos de capelão universitário em instituição de orientação luterana, tive como maior colaborador na pastoral universitária, um profes-sor católico. Fomos amigos e parceiros em não medir esforços para a evangelização. No mesmo campus, o coordenador do curso de Odontologia, devoto de Santa Apolônia (padroeira dos dentis-tas), foi o coordenador de maior parceria em pro-jetos de espiritualização e humanização para com a comunidade acadêmica.

Agora, com a eleição do Papa Francisco, le-vando em conta suas primeiras a rmações como Papa, teço algumas impressões, expectativas e de-sejos quanto aos rumos do Cristianismo, da igreja católica e do relacionamento ecumênico.

Este Papa é jesuíta. Se perdurasse a visão de outros tempos, não seria muito simpático para um protestante. A ordem jesuíta foi fundada jus-tamente para fazer frente à Reforma religiosa do século XVI. Antecipou-se ao protestantismo na evangelização do Novo Mundo. Mas estamos em outros tempos, então esse espírito “guerreiro” de um jesuíta, direcionado para um novo ímpeto de conquistar para Cristo, será bom para a Igreja Católica e bom para toda a igreja cristã, visto que estamos diante de um ambiente de secularização e descristianização. Todo cristão, comprometido com o reino de Deus, estima que aconteça esta revitali-zação para conquistar para Cristo.

O Papa adotou o per l ou ideal franciscano – algo relevante para uma igreja menos burocrática e mais espontânea, simples, “pé no chão”. Aqui a esperança se renova para todos os que tem um compromisso com os mais pobres e necessitados do mundo. Que bons sinais deu Francisco, de que deseja uma igreja que alcance sempre mais e me-

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lhor os esquecidos, os mais fragilizados. Esta luta por um mundo melhor aproxima crentes e não crentes!

O Papa Francisco declarou que, se não con-fessar a Cristo, a igreja será apenas uma ONG piedosa. Nos alegra ver ressaltada a centralidade em Cristo. É nisso que toda a igreja cristã se fun-damenta! E Cristo no centro é o ponto de conver-gência para a melhor aproximação e cooperação entre os cristãos. Na medida em que somos lem-brados de que somos do mesmo corpo espiritual em Jesus Cristo, outros pontos de divergência tornam-se de menor importância.

Quanto ao diálogo ecumênico e do diálogo com outras religiões, entendo que o Papa é um homem de vocação especial para servir no reino de Deus e lidera a instituição de maior tradição cristã. As demais igrejas cristãs tem o seu governo próprio e, igualmente, servem ao reino de Deus. Elas não são irmãos menores que precisam ser levados de volta para serem uma só instituição eclesial. O unionismo – união externa da igreja - não é necessário, nem possível. Parece-me que o Papa já adotou esta postura de diálogo com outras denominações cristãs, dando sinais de respeito à identidade de cada uma e reconhecendo seu valor para o Reino de Deus.

A eleição de um novo Papa renova a espe-rança! Sim! É um alento, um sopro do Espírito; é demonstração de que a obra do reino de Deus continua. De que o cristianismo está vivo e ativo. Há muitas forças e muitos inimigos carnais e es-pirituais que querem ver a igreja católica e todo o cristianismo enfraquecido e até destruído. Então cada passo que dá sequência à história de vida e à obra de uma instituição que prega o evangelho é uma vitória que tem que ser celebrada por todos os cristãos.

A eleição de um novo Papa sempre renova a esperança em relação a mudanças, melhorias. No entanto, a igreja católica e toda a igreja cristã, representada pelas diferentes instituições, sempre

será uma igreja militante. Nunca chegaremos a uma igreja perfeita e a um papa perfeito. Perma-neceremos como igreja santa e pecadora. Mas é muito importante a determinação de buscar santi-dade!

Enquanto participante da igreja cristã, não tenho como não querer o melhor para o Papa Francisco e para toda a igreja católica. Também atendo o pedido de oração em seu favor. Não há como não orar em favor de um homem e de uma instituição que quer que Jesus seja anuncia-do no mundo, e quer atuar para estabelecer uma sociedade digna, justa e fraterna; uma sociedade pautada no amor (caridade) para com o ser hu-mano e para com toda a criação divina. Pequenas diferenças não me fazem desviar o olhar; antes, o foco no essencial me faz olhar na mesma direção. E com minha identidade espiritual e institucional respeitada, posso e devo caminhar junto na evan-gelização do mundo para Cristo e na construção do bem-estar da humanidade.

Assim, estamos juntos para levar Cristo para todos; estamos juntos em favor da vida, em oposi-ção ao aborto, juntos em defesa do casamento en-tre homem e mulher, juntos em fazer da igreja cris-tã uma instituição de credibilidade. Estamos juntos na luta contra o materialismo e o relativismo ético que destitui o Criador. Estamos juntos nas frentes de batalha contra os inimigos do reino. Estamos juntos para trabalhar pela boa ordem e conserva-ção da nossa casa comum que é o planeta Terra. Estamos juntos pelo reino de Deus! Desejo a bên-ção sobre Francisco e toda a Igreja Católica.

Eliseu Teichmann, é pastor luterano Comunidade Evangélica Luterana Cristo Porto Alegre/RSwww.comcristo.org.br

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Em seu primeiro pronunciamento em matéria econômica e nanceira, o Papa Francisco

criticou a especulação nanceira e a idolatria do dinheiro. Para o Papa, “o dinheiro deve servir, não governar”. Falando a embaixadores, no palácio Apostólico do Vaticano, por ocasião da apresenta-ção de suas credenciais, no dia 16-05-2013, o Papa Francisco citou os progressos registrados em vários âmbitos, mas lamentou que a maior parte da popu-lação do planeta continue a viver “numa precarieda-de quotidiana com consequências funestas”. Muitos vivem no medo no desespero e os pobres lutam para viver, muitas vezes, “para viver com pouca dignida-de”.

Uma das causas desta situação, na opinião do Papa, está na “relação que temos com o dinheiro, ao aceitarmos o seu domínio sobre nós e sobre nossas sociedades”. A crise nanceira, que atravessamos, tem raiz antropológica: “a negação da primazia do homem. Criamos novos ídolos”. A adoração do novo bezerro de ouro (cf. Ex 32,15-34) projeta “uma nova e impiedosa imagem do fetichismo do dinheiro e da ditadura da economia sem rosto nem objetivo real-mente humano”. Esta deformação “reduz o homem a uma única exigência: o consumismo”, um bem de consumo que se pode usar e em seguida descartar. A solidariedade, tesouro dos pobres, é considerada “contraproducente, contrária à racionalidade nan-ceira e econômica”, a rma o Papa Francisco.

Enquanto a renda de uma minoria aumenta exponencialmente, a da maioria enfraquece. Esse desequilíbrio tem origem em ideologias que “promo-vem a autonomia absoluta dos mercados e a espe-culação nanceira”, opondo-se a quaisquer controles por parte dos Estados, instalando “uma nova tirania invisível, às vezes virtual”, que impõe suas leis e suas regras. A isto se acrescenta o endividamento público,

a corrupção e a evasão scal egoista, que assumem dimensões mundiais.

Atrás dessas atitudes “oculta-se a rejeição da ética, a rejeição de Deus”. A ética incomoda, porque relativiza o dinheiro, o poder e a manipulação das pessoas. Deus é considerado como incontrolável e até perigoso, porque induz o homem a sua plena realização e a opor-se a qualquer escravidão. A ética permite ”criar um equilíbrio e uma ordem social mais humanos”.

A reforma nanceira, salutar para todos, exige uma “corajosa mudança de atitude dos dirigentes po-líticos”. “O Papa ama todos, ricos e pobres”, mas re-corda aos ricos “seu dever de ajudar o pobre, respei-tá-lo, promovê-lo”. Exorta os governantes a estarem a serviço do bem comum de suas populações e os dirigentes do mundo das nanças a “levarem em con-sideração a ética e a solidariedade”. Conclama todos a promoverem uma ética do bem comum, não como simples acréscimo, mas como meio para criar “uma nova mentalidade política e econômica, a m de con-tribuir para transformar a dicotomia absoluta entre a esfera econômica e a social em uma sã convivência”. Termina sugerindo que os dirigentes do mundo nan-ceiro “se dirijam a Deus para inspirar seus desígnios.” (Nota preparada por Martinho Lenz, SJ).

Papa critica especulação financeira:“criamos novos ídolos”

CONSTRUTORA PELOTENSE LTDA.

Comprometimento com o desenvolvimento social,

respeitando e valorizando o ser humano.

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FAS 2013

Diferentemente dos anos anteriores, em 2013 o Fórum ADCE para Sustentabilidade (FAS) ocorrerá no segundo semestre. As datas do evento já estão marcadas: será na terça-feira, 8 de outu-bro e na quarta-feira, 9 de outubro, durante os dias inteiros. Agende-se e acompanhe as novida-des da terceira edição do fórum!

Da posse para o FASO FAS acontecerá na mesma semana em que

estão agendadas as reuniões da Uniapac Latino--Americana e Uniapac Internacional, em São Paulo. Nessa ocasião, ocorrerão também as posses dos novos presidentes das respectivas unidades da Uniapac. Dessa forma, diversos empresários, de todo o mundo, fi liados à entidade, terão maior facilidade para comparecer ao FAS, em Porto Ale-gre. Assim, muitos empresários já se programa-ram para prestigiar tanto o evento de São Paulo, como o do Rio Grande do Sul.

As atividades da Uniapac em São Paulo acon-tecerão nos dias 5, 6 e 7 de outubro, desde sábado até segunda-feira. Saiba mais na reportagem de abertura dessa revista.

Espaço

Para melhorar as condições na cidade

Em São Paulo, um grupo de jovens colocou em prática, há três meses, uma iniciativa voltada à sus-tentabilidade urbana. É oGangorra, um ambiente de coworking que reúne iniciativas voltadas a me-lhorar as condições de vida e convivência na capital paulista.

Trata-se de um espaço voltado a alugar estações de trabalho para pessoas, grupos e empresas. No entanto, oGangorra é um coworking diferente, por ser temático. “Todas as iniciativas têm ligação com boas práticas. Arte, cultura, cinema, mobilidade ur-bana, mas tudo ligado a repensar a cidade. Em geral, são iniciativas focadas em repensar São Paulo”, ex-plica Aline Cavalcante, umas das sócias.

Como funciona

A ideia inicial do projeto era reunir ações volta-das à mobilidade urbana. Não por acaso, no primei-ro andar da casa onde está sediado oGangorra, fun-ciona o bar e bicicletaria Las Magrelas, mas os dois negócios são independentes um do outro.

O conceito foi desenvolvido e abrigou outras vertentes da busca da qualidade de vida na cida-de. “Temos muitas iniciativas em São Paulo que já acontecem, mas estavam atuando separadamente. Então fomos atrás dessas pessoas, para trazê-las para trabalharem daqui”, explica Aline. “Ainda tem bancada, quisemos deixar um espaço em aberto para novas atividades”, acrescenta.

Gente que FAS

Fique por dentro

SUA LÍNGUANUNCA SE DIVERTIUTANTO

SE TEMBIB’S TEMDIVERSÃO

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I O DIRIGENTE CRISTÃO I 11 I

Depois que oGangorra foi inaugurado, outras pessoas e grupos aderiram ao projeto. Novos parti-cipantes passam por uma conversa. O grupo quer garantir que todas as iniciativas estejam realmente ligadas ao objetivo central do espaço. O local dispo-nibiliza também uma bancada diária. Para essa ban-cada não há seleção.

“Já fi zemos diversas atividades: encontros li-terários, ofi cinas de jardinagem... Em três meses conseguimos movimentar muitas pessoas e passar conhecimento”, conta Aline.

oGangorraSegunda a Sexta-feira, das 9h às 21hMourato Coelho, 1344, Vila Madalena, São Paulo/SPwww.ogangorra.com.br

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Acima: local onde está a sede d’oGangorra; no meio: elaboração de horta no sofá; abaixo: o cina da plantação em caixotes

8x sem entradae sem acréscimo*.

8x sem entradae sem acréscimo*.

*8x somente no Cartão Ughini.

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