dc aulas

134
Direito Canónico I Aula 1 - 2 /03/2012 Fátima Pimparel 1

Upload: sandra-vale

Post on 05-Jul-2015

205 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Dc aulas

Direito Canónico I Aula 1 - 2 /03/2012

Fátima Pimparel

1

Page 2: Dc aulas

Introdução.

Terminologia canónica.

O direito como instrumento que ordena a vida em

sociedade.

Direito natural, significado.

Direito divino.

Direito humano.

2

Page 3: Dc aulas

Os cânones preliminares

Aplicação exclusiva à Igreja Latina

O cânone 1 estabelece que a destinatária das

normas do CIC é somente a Igreja Latina. Assim,

a Igreja Latina ou Ocidental, que usa o rito latino

na administração dos Sacramentos rege-se pelo

código de direito canónico de 1983, promulgado

pelo Papa João Paulo II a 25 de Janeiro do

mesmo ano.

3

Page 4: Dc aulas

Considerações iniciais

A função de dar normas canónicas vinculantes

está atribuída pelo direito canónico aos órgãos

mais importantes da Igreja, que são os que têm

potestade legislativa.

4

Page 5: Dc aulas

Mas a potestade legislativa não é suficiente

para reger a totalidade da sociedade

eclesiástica e, por isso mesmo, a actividade de

governo da Igreja, também chamada de

potestade de regime, diversifica-se na função

legislativa, executiva e judicial.

5

Page 6: Dc aulas

•A potestade de regime não é a única

potestade que existe na Igreja.

•A Igreja herdou de Jesus Cristo a tríplice

missão: Profética (mestre-ensinar);

Sacerdotal (pastor-santificar) e Real

(pontífice-reger).

6

Page 7: Dc aulas

Para o cumprimento desta tríplice missão

existe aquilo a que chamamos de Potestade

Sagrada. É uma potestade que pertence à

hierarquia, porque se trata da potestade que

Cristo transmitiu aos Apóstolos e aos seus

sucessores, para que em seu nome ensinem,

santifiquem e governem a Igreja.

7

Page 8: Dc aulas

A potestade de ensinar ou múnus docendi -

também chamada de magistério, consiste na

faculdade para expor com autoridade, em

nome da Igreja, a doutrina revelada e os

princípios para a ordenação cristã da ordem

temporal. (C.747)

8

Page 9: Dc aulas

A potestade de santificar ou múnus santificandi

- a função santificadora (c.834) é cumprida pela

Igreja de modo peculiar através da liturgia, que

capacita para celebrar os sacramentos e oferecer

o sacrifício eucarístico.

9

Page 10: Dc aulas

A potestade de reger ou múnus regendi -

configura a missão de reger ou governar a

Igreja.

A potestade de reger é cumprida através da

potestade de regime ou jurisdição, que tem

como objecto ordenar a sociedade eclesial e

dirigir a vida crista dos seus membros.

10

Page 11: Dc aulas

Esta potestade de regime corresponde só aos

que receberam o sacramento da Ordem. O seu

exercício distribui-se entre diversas

autoridades que exercem diferentes funções.

(Legislar, administrar e julgar)

Poderes não tripartidos.

11

Page 12: Dc aulas

Potestade legislativa (c. 135/2)

A função legislativa tem como missão ditar as

normas obrigatórias e gerais mediante as quais

se há-de organizar a comunidade e pelas quais

se há-de reger a conduta dos seus membros. Os

actos próprios desta função são gerais,

obrigatórios e abstractos.

12

Page 13: Dc aulas

O poder legislativo deve ser exercício pelo

modo prescrito no direito.

O poder legislativo não pode ser delegado

validamente, sendo que o código não

contempla excepções a esta proibição geral.

13

Page 14: Dc aulas

A potestade executiva (c. 135/4)

A função executiva ou administrativa tem como

fim tomar todas as decisões necessárias para o

bom governo da Igreja.

Esta função deve ser atribuída a quem exerça

expressamente as outras duas.

(conceder dispensas, licenças, fazer nomeações)

14

Page 15: Dc aulas

Potestade judicial (c. 135/3)

A função judicial esta encarregada de resolver de

acordo com a lei, os conflitos jurídicos entre

pessoas e instituições.

15

Page 16: Dc aulas

O poder judicial reside nos juízes (pessoas

físicas singulares) e nos tribunais (pessoas

que formam um colégio).

O Papa e os Bispos podem exercer esta

potestade pessoalmente (como juízes natos

que são) ou através de vigários constituídos

em juízes, que adquirem a potestade ordinária

através do oficio.

16

Page 17: Dc aulas

Características gerais

Sujeitos hábeis ( c. 129 e 130)

Os cânones 129 e 130 caracterizam a Potestade

de regime nos seguintes termos:

- é de instituição divina;

- chamada também de potestade de jurisdição;

- é exercida por sujeitos hábeis, os que foram

assinalados pela Ordem sagrada : diáconos,

presbíteros e bispos

- os leigos podem cooperar nos seu exercício,

segundo o direito.

17

Page 18: Dc aulas

Sendo os leigos inábeis para o exercício da

potestade de regime, como se deve entender a

colaboração dos leigos? É necessária

autorização para que possam desempenhar

ofícios que requerem potestade de regime?

18

Page 19: Dc aulas

O cânone 1421/2 estabelece que a

Conferencia Episcopal pode permitir que leigos

sejam nomeados juízes.

De igual forma, o cânone 1435 permite o

acesso às funções de promotores de justiça e

de defensores do vínculo a leigos de boa fama,

doutores ou licenciados em direito canónico.

Finalmente o cânone 494 admite

implicitamente que um leigo seja ecónomo.

19

Page 20: Dc aulas

Podemos então concluir que apesar de os

leigos serem inábeis para a potestade de

governo, são em casos excepcionais,

habilitados pelo legislador para cooperar

no governo da Igreja.

20

Page 21: Dc aulas

Classes de potestade de regime: ordinária e

delegada c. 131 e 132

Toda a potestade de regime tem a mesma

natureza e efeitos, mas o código faz uma

distinção clássica, tendo como referência a sua

relação com o próprio oficio e o seu carácter

autónomo ou subordinado. Pelo que temos:

21

Page 22: Dc aulas

Potestade de regime ordinária

É aquela que está vinculada pelo próprio direito

(divino ou humano) à titularidade de um ofício.

22

Page 23: Dc aulas

Há ofícios capitais ou principais e, ofícios

auxiliares ou subordinados.

Os ofícios capitais ou principais têm uma

potestade originaria, recebida de Cristo por

mediação da Igreja (Papa, Bispos).

Os ofícios auxiliares participam da potestade

própria do ofício capital de uma forma limitada.

( o vigário geral, subordinado ao Bispo, tem

atribuída a mesma potestade de regime que

Bispo, mas limitada ao âmbito executivo)

23

Page 24: Dc aulas

Potestade de regime ordinária própria

É aquela que está anexa a um ofício autónomo

que se exerce em nome próprio. ( Papa, Bispos,

superiores maiores dos institutos religiosos de

direito pontifício)

24

Page 25: Dc aulas

Potestade de regime ordinária vigária

Aquela que esta anexa a ofícios auxiliares que se

exercem em nome ou representação do titular do

oficio principal. (administrador apostólico, vigário

judicial, vigário geral)

25

Page 26: Dc aulas

Potestade de regime delegada

É concedida à pessoa em si mesma,

independentemente de estar a desempenhar este

ou aquele ofício ou até mesmo nenhum.

26

Page 27: Dc aulas

O conceito de Ordinário (c.134)

O cânone 134 específica os termos "Ordinário" e

"Ordinário de lugar" pela sua importância em

relação à potestade de regime. Chamam-se

Ordinária porque são titulares da potestade de

regime ordinária.

27

Page 28: Dc aulas

São ordinários, para além do Romano

Pontífice (134/1)

- Os bispos diocesanos e aqueles que foram

nomeados para reger uma igreja particular

segundo o cânone 368.

- Os que foram nomeados para substituir

interinamente todos os anterior.

- Igualmente os vigários gerais e episcopais.

- Os superiores maiores dos institutos religiosos

clericais.

28

Page 29: Dc aulas

Direito canónico I

Aula 2 - 16/03/2013

Fátima Pimparel

Page 30: Dc aulas

A condição canónica das pessoas físicas (can.96 a 112)

A dignidade essencial de todo o ser humano provém do facto de

ser imagem e semelhança de Deus. O ordenamento jurídico,

pressupondo a dignidade da condição humana, procura regular

as consequências jurídicas da incorporação de uma pessoa na

Igreja, ou seja, a aquisição de direitos e obrigações e o modo de

exercitá-los e de as cumprir.

O Baptismo é determinante para a aquisição de personalidade

jurídica na Igreja.

Page 31: Dc aulas

Cânone 96 - Pelo baptismo o homem é incorporado na Igreja

de Cristo e nela constituído pessoa, com os deveres e os

direitos que, atendendo à sua condição, são próprios dos

cristãos, na medida em que estes permanecem na comunhão

eclesiástica, a não ser que se obste uma sanção

legitimamente infligida.

Page 32: Dc aulas

Cânone 96

Além do Baptismo, o cânone 96 prevê três previsões, a saber:

-Ter-se em conta a condição de cada um;

-Estar em plena comunhão eclesiástica;

-Não estar impedido ou limitado por nenhuma sanção

legitimamente imposta.

Page 33: Dc aulas

Circunstâncias que incidem na condição canónica

A Idade (cânones 97 a 99)

No ordenamento canónico, a idade é determinante na vida

jurídica da pessoa.

A Igreja defende a dignidade do ser humano desde o momento

da sua concepção. O nascimento para a vida é o momento que

determina a aquisição de personalidade humana. Se este

momento é suficiente para fazer da pessoa sujeito de direitos e

deveres, não o é para os exercer. É necessário que passe um

determinado período de tempo para que o sujeito tome

consciência da sua própria dignidade pessoal e esteja em

condições de poder assumir, com responsabilidade, os direitos e

Page 34: Dc aulas

O cânone 11 estabelece como princípio geral a idade mínima de

sete anos para exigir o cumprimento das leis eclesiásticas, ao

entender que por esta idade se pressupõe o uso da razão. No

entanto, isto não é suficiente para muitos actos da vida, por isso

o cânone 97 introduz uma distinção muito importante: A pessoa

maior; a pessoa menor; o infante.

Page 35: Dc aulas

Quem cumpriu 18 anos é maior. Tem pleno exercício dos seus

direitos, isto significa que a pessoa maior não só tem

personalidade jurídica, como é capaz de obrar; é o mesmo que

afirmar que pode exercer pessoalmente todos os seus direitos e

cumprir as suas obrigações. A personalidade jurídica liga-se à

pessoa, ainda que a capacidade de obrar esteja directamente

ligada à maioridade (18 anos).

Page 36: Dc aulas

O menor é aquele que não cumpriu 18 anos. Ainda que seja

titular de direitos e deveres para o exercício dos mesmos está

sujeito à potestade dos seus pais ou tutores, depende deles.

Estamos perante uma regra geral, porque podem existir

excepções assinaladas pelo direito divino ou canónico. Por

exemplo, a idade para o matrimónio (cânones 1058 e 1083); para

a aquisição do quase-domicílio (cânone 105); a possibilidade de

doar bens ( cânone 1299); o menor com 14 anos pode eleger o

rito ao ser baptizado (cânone 11 §2, 112 §1, 3º).

O tutor é quem exerce a potestade sobre o menor, na ausência

ou falta dos pais, cuida, representa e administra os seus

interesses. No que diz respeito à constituição dos tutores o

Page 37: Dc aulas

O infante é quem tem menos de 7 anos. O menor de sete

anos considera-se sem uso da razão para efeitos canónicos.

A partir desta idade presume-se o uso da razão (cânone 97

§2).

O demente permanente (quem carece do uso da razão)

equipara-se, sem possibilidade de discussão, ao infante,

(cânone 99) não se considerando responsável pelos seus

actos, pelo que carece de capacidade para exercer os seus

direitos, serão os seus pais ou tutores a exercê-los (ver

cânones 852 §2; 1478 §1...)

Page 38: Dc aulas

O território ( cânones 100 a 107)

A Igreja organiza-se territorialmente para o exercício da sua

missão. Os fiéis hão-de ter sempre um ponto de referência a

respeito de um lugar, seja o de nascimento, onde vive, ou o lugar

onde se encontram. O lugar há-de determinar a sua relação com

a comunidade paroquial, diocesana e com as suas autoridades

de maneira a exercer aí os seus direitos e cumprindo as suas

obrigações.

Page 39: Dc aulas

Termos gerais que relacionam a pessoa com o território

O Direito Canónico chama à pessoa:

Morador, no lugar onde tem seu domicílio;

Adventício, no lugar onde tem quase-domicílio;

Peregrino, se se encontra fora do domicílio e quase-domicílio

que ainda conserva;

Vago, se não tem domicílio ou quase-domicílio em nenhum lugar

(cânone 100). Estes conceitos são usados frequentemente pelo

Código, por exemplo para aplicar o âmbito da aplicação das leis

(c. 13); para determinar a potestade de dispensar (cânones 91 e

1196 §1); para estabelecer o âmbito pessoal e espacial da

potestade executiva (cânone 136).

Page 40: Dc aulas

O lugar de origem

O cânone 101 determina que o lugar de origem de um filho é

determinado pelo domicílio ou quase-domicílio dos seus pais. No

caso de os progenitores não possuírem o mesmo domicílio, fica

determinado pelo da mãe. Se os pais não possuírem nem

domicílio nem quase domicílio (vagos) o lugar de origem

coincidirá com o de nascimento. Se se trata de uma criança

abandonada, será o lugar onde foi encontrada. No CIC não há

nenhuma consequência concreta em função do lugar de origem.

Page 41: Dc aulas

O domicílio e o quase-domicílio voluntário:

normas sobre a sua aquisição.

O domicílio e o quase-domicílio são conceitos jurídicos

fundamentais utilizados pelo CIC para assinalar o vínculo de uma

pessoa com um território. A norma geral é dada pelo cânone 102.

O domicílio adquire-se automaticamente pela intenção de

manter perpetuamente a residência no território daquela paróquia

ou diocese, se nada o impedir. No caso de faltar esta intenção,

pelo facto real de permanência, há cinco anos. (cânone 102 §1).

Page 42: Dc aulas

Do mesmo modo, o quase-domicílio adquire-se

automaticamente pela intenção de manter a residência pelo

espaço de três meses e na falta desta intenção, por ter

transcorrido esse tempo (cânone 102 §2).

O domicílio e o quase-domicílio numa paróquia chama-se

paroquial, numa diocese, ainda que possa não ser paroquial,

chama-se diocesano (cânone 102 §3).Uma das consequências

mais importantes do domicílio ou quase-domicílio é a obtenção

de um pároco e de um ordinário próprio (cânone 107 §1). No

caso de alguém que apenas possua domicílio ou quase-domicílio

diocesano e não paroquial, o pároco próprio será o do lugar onde

se encontra em cada momento (cânone . 107 §3).

Page 43: Dc aulas

Condição pessoal por parentesco (cânones 108 a110)

O CIC estabelece alguns princípios gerais sobre o parentesco e a

sua incidência nas relações contempladas pelo Direito, sobretudo

no matrimónio.

O parentesco pode surgir por comunhão de sangue, pela

celebração de um matrimónio válido, ou por adopção. O primeiro

diz-se parentesco de consanguinidade, o segundo de afinidade, o

terceiro parentesco adoptivo ou legal.

Page 44: Dc aulas

Consanguinidade - É a relação que existe entre pessoas unidas

pela comunidade de sangue, procedente da geração, ou porque

procedem umas das outras (parentes em linha recta) ou tenham

um tronco comum (parentes em linha colateral).

Linha - É a relação dos consanguíneos entre si. Diz-se de linha

recta para descrever a situação de quem descende uns dos

outros sucessivamente (pais - filhos - netos - bisnetos, etc.) Diz-

se de linha colateral a relação dos consanguíneos que, sem

procederem uns dos outros, possuem um tronco ou cabeça

comum.

Page 45: Dc aulas

Grau - indica a distância entre gerações. O cânone 108 no § 1 e

§ 2 indica o modo de contar os graus em ambas as linhas.

O cânone 108 estabelece as seguintes normas para determinar o

grau de consanguinidade:

a.Na linha recta existem quantos graus quantas sejam as

gerações ou pessoas, descontando o tronco comum (cânone

108 § 2): por conseguinte, o filho dista do pai um grau; do avô,

dois, e três do bisavô; etc:

Page 46: Dc aulas

a. A linha colateral da legislação canónica actual adoptou o

sistema de contagem inspirado no Direito Romano e que é o

mais usual nas legislações civis: existem tantos graus quantas

pessoas em ambas as linhas, descontando o tronco (cân. 108

§ 3). Por conseguinte, entre irmãos existe o segundo grau de

consanguinidade; entre tio e sobrinha, terceiro grau; entre

primos em primeiro grau (direitos) ou carnais, quarto grau; etc.

Page 47: Dc aulas

O principal efeito de consanguinidade são os impedimentos

matrimoniais. O matrimónio será nulo em toda a extensão da

linha recta e até ao quarto grau da linha colateral (cânone 1091

§§ 1 e 2).

Afinidade - É a relação de parentesco que surge do matrimónio

celebrado validamente, seja sacramental ou não; seja ou não

consumado. Convertem-se em parentes por afinidade os

consanguíneos do marido a respeito da esposa e vice-versa, os

parentes da esposa em relação ao marido (cânone 109 § 1).

Page 48: Dc aulas

A afinidade é um vínculo perpétuo, só deixa de existir em caso de

nulidade de matrimónio. Não cessa, em caso de morte de um

cônjuge, nem por dispensa pontifícia de matrimónio rato e não

consumado. O cânone 1092 estabelece que a afinidade em linha

recta dirime o matrimónio em qualquer grau, o que significa que,

dissolvido o matrimónio ou por morte ou dispensa super rato, não

é possível o casamento com nenhum dos consanguíneos do

outro cônjuge em linha recta.

Page 49: Dc aulas

Direito canónico I

Lição 3

Page 50: Dc aulas

Obrigações e direitos de todos os fiéis

• Conceito de fiel cristão e da Igreja (c. 204)

• O cânone 204 com que se abre o "Estatuto dos fiéis",

mais do que definir e oferecer um conceito essencial do

fiel cristão, estabelece três notas ou elementos,

essencialmente unidos entre si.

• São fiéis cristãos: os batizados validamente, e por ele

mesmo incorporados como membros do Povo de Deus

que é a Igreja, e em consequência participes, cada um,

segundo a sua própria condição, da missão sacerdotal

de Jesus Cristo, e chamados a desempenhar a missão

que Deus encomendou.

Page 51: Dc aulas

Direito Canónico I

6 Abril 2013

Fátima pimparel

Page 52: Dc aulas

Direitos e Deveres comuns a todos os fiéis

• Princípios gerais

• Cânone 208 -Igualdade

• Cânone 209-A Comunhão da Igreja

• Cânone 210- Santificação na e para a Igreja

Page 53: Dc aulas

Igualdade

Cânone 208 – Igualdade essencial de todos os

Cristãos em dignidade e ação. Esta igualdade tem de

ser entendida desde a diversidade de funções e

ministérios e sua complementariedade.

Page 54: Dc aulas

Cânone 209 – A Comunhão da Igreja.

Contra o individualismo, fazer parte de uma igreja

significa formar parte de um povo, sendo enviados,

não a sós nem separados, mas em unidade essencial.

Essa unidade está constituída por uma fé, um culto e

um regime (c.205) à qual há que responder com uma

prática real na vida, no cumprimento dos deveres que

são próprios. Isto não só em relação à Igreja universal,

mas também em relação à Igreja particular onde

aquela está e atua.

Page 55: Dc aulas

Cânone 2010 – Santificação na e para a Igreja

A vocação à Santidade é algo que incumbe a todos,

nos termos do c.210, e é fundamento tanto de deveres

morais como jurídicos. Não é uma realidade reservada

a uns poucos como se afirmava em outras épocas,

mas sim uma vocação comum a todos os géneros de

vida.

Page 56: Dc aulas

“Sobre todos os discípulos de Cristo pesa a obrigação de

propagar a fé segundo a sua própria condição de vida” (LG

17) de anunciar o Evangelho e assumir iniciativas (c.211 e

216), mas desde o discernimento que corresponde à

hierarquia. Nada levará o nome de Católico se não tem o

consentimento daquela, para evitar abusos e ambiguidades,

é obrigatório pedir autorização quando há essa intenção.

• Direito e dever de compromisso apostólico de

assumir iniciativa

Page 57: Dc aulas

Dever de obediência cristã aos pastores

O elemento de subordinação é uma categoria que nasce

da dimensão hierárquica da Igreja e a veneração que

nos merecem os pastores como sucessores dos

Apóstolos. Não se trata de uma obediência passiva. Há

que partir do pressuposto de que os pastores atuam de

boa fé, mas sempre há uma possibilidade de recurso

contra a autoridade quando esta se excede.

Page 58: Dc aulas

Direito de petição

Segundo o c.212§2 o direito a expor as próprias

necessidades, principalmente espirituais mas

também materiais. Por isso este cânone convida ao

diálogo fluido entre pastores e fiéis: direito de petição

e propostas dos pastores. Um diálogo fundamentado

na confiança e na prudência.

Page 59: Dc aulas

Direito de opinião própria pública

Este é um direito que têm todos os fiéis no que diz

respeito ao bem da Igreja e dentro do marco do

Magistério (212§3). Por isso, convêm aclarar que a

liberdade de opinião interior e o direito de manifestar

aos demais essa opinião estão condicionados pela

busca e exposição da verdade, salvaguardando a

integridade da fé e dos costumes, com o respeito devido

à hierarquia e exercido sempre de forma a favorecer o

bem comum e a dignidade das pessoas.

Page 60: Dc aulas

Direito a ajudas espirituais

O fiel cristão precisa de ajudas espirituais (c. 213)

para crescer na fé, sobretudo da Palavra de Deus e

dos Sacramentos. Este direito está condicionado

por uma boa disposição e adequada preparação.

Page 61: Dc aulas

Direito ao rito e espiritualidade próprias

Nos termos do c.214, a Igreja deve respeitar as

diversas espiritualidade e sensibilidades, as formas

ricas e variadas de viver o evangelho. O Concílio

deixa inclusivamente a porta aberta à criação de

novos ritos que possam surgir no futuro de maneira

que foram reconhecidos como legítimos pela

autoridade da Igreja.

Page 62: Dc aulas

Direito de associação e reunião

O direito de associação tem o seu sentido em quanto meio

Os leigos, como os demais fiéis cristãos, estão

destinados ao apostolado e participam na triple missao

da Igreja de ensinar, santificar e reger. (C. 224), mas

segundo a peculiaridade própria da sua vocação.

•A sua característica essencial consiste na secularidade:

buscar o Reino de Deus tratando, segundo Deus, os

assuntos temporais nas condições normais da vida: na

família, na cultura, na economia, nas artes, na política,

mas relações internacionais...

•De um modo especial faz-se menção à vida matrimonial

por ser o estado de vida mais comum entre os leigos. (C.

226) para que o fiel cristão possa cumprir melhor os seus

Page 63: Dc aulas

Direito de dever e educação cristã

É direito primário e fundamental que nasce da aceitação

da fé: se se quer viver conforme a mensagem do

Evangelho há que conhecê-lo (c.217). É um direito que

se deve exigir aos pastores mas todos somos

responsáveis, especialmente os que se dedicam à

educação. É um direito primário de que depende a

liberdade dos indivíduos e que possibilita a maturidade

da pessoa humana.

Page 64: Dc aulas

Direito de investigação e de ensinar

O c. 218 prevê o direito à liberdade de cátedra, é um

direito que traz tensões e dificuldades tanto que se fala

num duplo Magistério: por uma parte o Magistério

autêntico dos pastores, como critério de verdade para

a proteção da fé; por outra parte o magistério

teológico, como instrumento de transmissão do

Evangelho.

Page 65: Dc aulas

Direito à eleição do estado de vida

Trata-se de um direito primário da pessoa a ser livre, a

não ser coacionado nem impedido na eleição do próprio

caminho vocacional (c.219). É evidente que também

reunindo as condições de idoneidade que a Igreja pede

para cada um desses estados de vida.

Page 66: Dc aulas

• Direito à boa fama e à intimidade

• Direitos processuais

• Dever de contribuir para o sustento das necessidades

materiais da Igreja

• Dever de promover a justiça social e a aridade

Page 67: Dc aulas

O estatuto jurídico dos leigos

• Até ao Concílio Vaticano II, a definição usual era sempre a

mesma: um leigo é aquele que não é sacerdote nem

religioso. Ou seja, definia-se um leigo pelo que não era e

não pelo que era.

• No Concílio Vaticano II, com a constituição Lumen Gentium,

procurou-se superar esta orientação negativa e definir de

forma positiva os leigos. Os caminhos que conduziram a

essa alteração podemos encontra-los no movimento

litúrgico que propunha uma maior participação do povo,

mas também no movimento bíblico que recuperou o

conceito de Povo de Deus.

Page 68: Dc aulas

O estudo jurídico dos leigos

• Ao falar-se em Povo de Deus, trouxe-se uma visão

eclesiologia renovada assente nos princípios de

comunhão, sendo os quais todos os membros da

Igreja somos participantes e co-responsáveis pela

mesma e única missão, todos somos membros de

pleno direito e somos iguais em dignidade.

Page 69: Dc aulas

O estatuto jurídico dos leigos

• Assim, o Concílio definiu os leigos pela sua tarefa

de transformação e evangelização do mundo.

Page 70: Dc aulas

Direitos e deveres

• Os leigos, como os demais fiéis cristãos, estão

destinados ao apostolado e participam na triple missão

da Igreja de ensinar, santificar e reger. (C. 224), mas

segundo a peculiaridade própria da sua vocação.

• A sua característica essencial consiste na secularidade:

buscar o Reino de Deus tratando, segundo Deus, os

assuntos temporais nas condições normais da vida: na

família, na cultura, na economia, nas artes, na política,

mas relações internacionais...

• De um modo especial faz-se menção à vida matrimonial

por ser o estado de vida mais comum entre os leigos.

(C. 226)

Page 71: Dc aulas

Direitos e deveres

• Isto não quer dizer sacralizar as coisas, mas sim imbuir

as suas actividades do espírito do evangelho. Por isso

mesmo, os leigos gozam de plena autonomia no

exercício da sua profissão (c. 227).

• Mas para que possa, viver segundo a doutrina cristã,

proclamá-la e defendê-la têm de a conhecer, e esse é

um direito dos leigos, (c. 229).

Page 72: Dc aulas

Direito canónico

13/04/2013

Fátima Pimparel

Page 73: Dc aulas

As associações de fiéis

• As associações de fiéis são sinal de comunhão e

unidade da Igreja e dão maior eficácia à tarefa

apostólica ( c. 215)

• Na actual codificação seguiu-se o princípio de

subsidariedade enunciando-se apenas o marco geral,

deixando o resto para os estatutos particulares de cada

associação.

Page 74: Dc aulas

Natureza e fins das associações de fiéis

• Ainda que os objectivos de todas as associações seja

comum - buscar uma vida mais perfeita - os fins são

múltiplos: promover o culto e a doutrina cristãs ou

diferentes obras de apostolado no campo da

evangelização, as obras de caridade... ( c. 298)

• Os seus elementos constitutivos são: um número

suficiente de membros que lhes permita conseguir

eficazmente os seus fins; uma finalidade comum bem

especificada, uma estrutura organizada reconhecida nos

seus estatutos; a necessária intervenção da autoridade

hierárquica como garante da eclesialidade dessa

associação e uma certa estabilidade ( c. 298, 301 e 304)

Page 75: Dc aulas

Os estatutos das associações de fiéis

• Os estatutos, obrigatórios em todas elas, devem definir

(304, 94/1) o nome adoptado, o fim ou objecto social

primordial e concreto da associação para evitar, a

determinação da sede, a descrição dos órgãos de

governo e modo de acção, as normas sobre a admissão

e expulsão dos membros (307-308) e sobre a

administração dos bens ( 319, 325, 326/2), assim como

o que se fazer em caso de dissolução.

Page 76: Dc aulas

Os estatutos das associações de fiéis

• Ademais, os estatutos podem estabelecer normas de

regime interno que determinem o modo de celebrar as

reuniões, as eleições, a forma de distribuir as tarefas, os

meios para a formação dos membros. Em todo o caso

há que aprovar os estatutos e é conveniente que a

associação se integre na legislação civil para poder

actuar e evitar problemas.

Page 77: Dc aulas

Membros de associações de fiéis

• Os que desejam formar parte de uma associação devem

pedir por si mesmos, ainda que possam vir a ser

apresentados por outros membros, e será o governo da

associação a decidir sobre a admissão. Os fiéis podem

participar de varias associações desde que os fins não

sejam incompatíveis.

• Para a expulsão dos membros requere-se que haja justa

causa.

• Os membros de um Instituto de Vida Consagrada

podem formar parte de ima associação com a

autorização dos superiores ( c. 307/3)

Page 78: Dc aulas

Tipos de associações

• Podemos classificar as associações segundo o tipo de

pessoas que as compõem:

• São clericais quando haja uma direcção laical e actuam

desde o exercício de funções derivadas da Ordem e são

reconhecidas pela autoridade competente com tal (

302).

• São associações de fiéis quando a direcção é de leigos

e actuam desde o exercício do apostolado dos leigos.

Page 79: Dc aulas

Associações públicas

• As associações públicas (c. 312-320) são aquelas que

foram constituídas por autoridade eclesiástica que as

erige como pessoas jurídicas por decreto escrito e

estabelece o regime interno. Só essa mesma autoridade

as pode suprimir.

• A erecção (c. 312) das associações públicas de carácter

nacional compete à Conferência Episcopal; a erecção

das de carácter diocesano ao Bispo da diocese em que

tem a sua sede principal.

Page 80: Dc aulas

As associações públicas

• Estas associações perseguem fins reservados à

autoridade hierárquica, como são o de transmitir a

doutrina cristã em nome da Igreja, o culto público, ou

aqueles que se movem na trilogia de funções em nome

de Cristo.

• Também podem realizar actividades dirigidas ao bem

público como é o caracter assistencial ou caritativo.

• Estas associações actuam em nome da Igreja, são

imagem da Igreja ainda que se representem a si

mesmas (c. 318) e estão sob a direcção da Igreja (c.

315, 394/1), algo distinto de uma mera vigilância.

Page 81: Dc aulas

Associações públicas

• Quanto ao regime necessitam da aprovação dos

estatutos (314-315) e economicamente estão sujeitas à

autoridade superior (319) pois os seus bens são

considerados bens eclesiásticos (c. 1275). Essa mesma

autoridade tem a faculdade de nomear o moderador e o

capelão, que não poderá nunca ser o presidente. Tão

pouco há de ser presidente quem desempenhe cargos

directivos em partidos políticos.

Page 82: Dc aulas

As associações privadas

• As associações privadas são aquelas que foram

constituídas por vontade dos fiéis, mas com a

necessária intervenção da autoridade que reconhece os

seus estatutos. Não podem perseguir fins reservados à

hierarquia embora possam ter personalidade jurídica por

meio de decreto formal da autoridade eclesiástica, e

nesse caso os estatutos têm de ser aprovados e não so

reconhecidos pelo autoridade eclesiástica (c. 312).

Podem levar o nome de católicas e até ser

recomendadas pela autoridade hierárquica.

Page 83: Dc aulas

Associações privadas

• Quanto ao regime, a diferença entre as associações

públicas e privadas é que estas têm uma maior

autonomia na elaboração dos seus estatutos, na

administração dos bens e na eleição livre de

moderadores, mas sempre sob a vigilância da

autoridade. Se têm personalidade jurídica têm de prestar

contas, se não, os bens são propriedade dos seus

membros.

Page 84: Dc aulas

Direito Canónico

Fátima pimparel

Page 85: Dc aulas

O Romano Pontífice e o colégio dos cardeais

• A base deste estudo é o cânone 330, um

cânone dogmático que se repete na LG (22), e

onde se estabelece um paralelismo entre o São

Pedro e os Apóstolos e o Romano Pontífice e o

colégio episcopal.

• Existe uma analogia entre Pedro e os apóstolos,

por uma parte, e São Pedro e os bispos, por

outra. O cânone quer afirmar o fundamento da

união entre os bispos e o Romano Pontífice

dizendo que é Iure Divino.

Page 86: Dc aulas

O Romano Pontífice

• O cânone 331 é também um cânone dogmático

porque descreve as consequências que se

enunciam no cânone 330 acerca da sucessão de

Pedro por parte do Romano Pontífice: este

pessoalmente é sujeito da suprema potestade da

Igreja, sendo a sua potestade de regime e de

magistério autêntico.

Page 87: Dc aulas

•Títulos do Romano Pontífice

Bispo da Igreja de Roma (330) – alguns

canonistas queriam que só se usasse este título

e não o de Romano Pontífice, este título

manifesta melhor a relação entre a sé romana e

o supremo pastor da Igreja.

Sumo Pontífice (usa-se 20 vezes) – tem a sua

origem na civilização romana. O verdadeiro

Sumo Pontífice é Cristo porque como Sumo

Sacerdote é o sumo mediador entre Deus e os

homens.

Romano Pontífice – é o título que se usa mais

Page 88: Dc aulas

• Cabeça do Colégio Episcopal – usa-se apenas 4 vezes

• Vigário de Cristo – Só se usa uma vez, no cânone 331.

Durante o primeiro milénio os Bispos também tinham

este título.

• Pastor da Igreja Universal ou Pastor Supremo – ( 4

vezes)

• Papa – NUNCA se usa no código. Vem da palavra grega

“papas” que quer dizer pai

Page 89: Dc aulas

O oficio do Romano Pontífice

• A Igreja edifica-se sobre Pedro porque é a

garantia da unidade na diversidade do colégio

episcopal. O colégio episcopal é uma

expressão eminente e verdadeiro instrumento

de comunhão entre as Igrejas, que formam a

Igreja universal. Onde não se reconhece o

sucessor de Pedro não existe colégio: ter-se-

á um conjunto de bispos, mas não um

colégio. O ofício do Romano Pontífice no

colégio é ser instrumento da unidade na fé e

na caridade.

Page 90: Dc aulas

• O Romano Pontífice representa o colégio para que se

conserve a integridade da fé que Cristo depositou na

Igreja, para proteger a verdade dos Sacramentos

instituídos por Cristo, para proteger a estrutura

fundamental da Igreja, e para defender os direitos dos

fiéis.

Page 91: Dc aulas

A potestade do Romano Pontífice

• Ordinária: (cc. 131§1; 145§1), porque conexa com o

oficio e porque sempre e em todas as partes se pode

exercer. A sua origem está na eleição e na aceitação.

Esta potestade governa a Igreja por si ou pela cúria

romana.

• Suprema: Porque o Romano Pontífice não está

submetido a nada. Ainda que possa exercer esta

potestade não o faz arbitrariamente (c.333§2): está

sobre o Direito Canónico porque pode dar leis com

carácter universal, mas não pode legislar contra a lei

divina e não pode prescindir o colégio episcopal. Tão

pouco pode ser limitado pela autoridade civil em matéria

eclesiástica.

Page 92: Dc aulas

• Plena: potestade executiva, legislativa e judicial.

• Imediata: sobre todos e cada um dos fiéis e também

sobre os pastores, sobre todas e cada uma das Igrejas

particulares e sobre os seus grupos (c.333§1) para o

bem comum da Igreja Universal e para promover o bem

das Igrejas particulares.

• Universal: Estende-se a todos os fiéis e âmbitos

eclesiásticos.

Page 93: Dc aulas

• O Romano Pontífice exerce a sua potestade primacial

em sentido amplo (c. 331 e 333):

• Preside ao Colégio e representa-o não porque a tenha

recebido dele, mas porque a recebeu de Cristo;

• Não depende do Colégio nem para iniciar a sua ação

nem para a continuar;

• Mas deve exercer a sua potestade em Colégio;

• Tem a potestade sempre e sem excepção;

• A sua potestade estende-se também a todas as Igrejas

Page 94: Dc aulas

A origem da potestade

• Existem duas opiniões sobre esta questão:

• A primeira defende, com o código de 1917, que o

Romano Pontífice, legitimamente eleito, no momento em

que aceita a eleição, recebe por direito divino a

plenitude da jurisdição, ainda que não tenham recebido

a consagração.

• A segunda sentença afirma que o Papa só pode ser

Cabeça sendo membro do colégio e, por tanto, aplicam-

se também a ele as exigências descritas na LG, para se

ser membro do Colégio: a consagração e a missão

canónica.

Page 95: Dc aulas

Cessação da potestade

• Em relação a este ponto, estabelecem-

se 4 princípios:

• a) Per mortem, é evidente.

• b) Per certame et perpetuam amentiam

(neste caso a sede fica vacante pela

incapacidade de praticar atos

humanos). Por exemplo, por uma

doença degenerativa como o Alzheimer.

Page 96: Dc aulas

Sede vacante e impedida

• Nestas circunstâncias nada pode ser alterado na Igreja

Universal: simplesmente o regime da Igreja fica nas

mãos do Colégio dos Cardeais apenas no que diz

respeito aos negócios ordinários ou inadiáveis e no que

se refere à preparação para a eleição do novo Romano

Pontífice.

Page 97: Dc aulas

• Cessam:

• O cardeal secretário de Estado; Todos os

cardeais prefeitos e arcebispos

presidentes e membros dos Dicastérios.

• Não cessão:

• O camerlengo e o penitenciário maior; o

substituto do Secretário de Estado, os

legados pontifícios e o esmoler;

Page 98: Dc aulas

A eleição do Romano Pontífice

• Nos termos do c. 349, o direito a eleger

compete aos cardeais segundo as normas

particulares. Têm direito: os cardeais criados

e publicados pelo Consistório e os patriarcas

orientais que sejas cardeais. Excluem-se

aqueles cardeais que voluntariamente

renunciaram ao cargo. Segundo a normativa

vigente.

• Ficam excluídos da eleição aqueles que

cumpriram 820 anos; só podem assistir 120

cardeais no máximo.

Page 99: Dc aulas

• Estão proibidos os pactos, bem como prometer votos,

• Esta recomendado que se reze em toda a Igreja para

que ilumine todos os eleitores.

• O eleito, não deve renunciar ao ministério a que é

chamado.

Page 100: Dc aulas

O desenrolar da eleição

• Celebradas a exéquias do defunto Pontífice, entre

os dias 15 e 20 deste a morte do Pontífice os

Cardeais eleitores reúnem-se de manhã na

Basílica de São Pedro no Vaticano para participar

numa solene celebração Eucarística com a Missa

«Pró eligendo Papa».

• Nessa tarde, desde a Capela Paulina, os Cardeais

eleitores com o hábito Coral vão em Procissão

para a Capela Sistina a cantar Veni Creator. A

Capela deve ser devidamente revistada para que

não restem quaisquer meios audiovisuais depois

de encerrar as portas. Já na capela, os cardeais,

Page 101: Dc aulas

• Para a eleição válida do Romano Pontífice requer-

se dois terços dos votos, calculados sobre a

totalidade dos eleitores presentes.

Page 102: Dc aulas

Direito Canónico

4 de Maio de 2013

Page 103: Dc aulas

O Colégio Episcopal

A existência do Colégio Episcopal é de direito divino, e

brota essencialmente da mesma natureza do ministério:

- entre os bispos existe uma unidade permanente, a

qual prolonga a sua existência no Colégio Apostólico.

Os seus elementos constitutivos são a sucessão - os

bispos, em continuidade histórica com os apóstolos ,

receberam destes a missão que eles mesmo haviam

recebido de Cristo - e a colegialidade, como o grupo dos

doze tem funções eclesiais, e não são um mero somar,

também o colégio episcopal é mais do que o simples

resultado da soma de cada um dos seus membros.

Page 104: Dc aulas

- Colégio quer dizer assembleia de iguais, neste caso uma assembleia

estável, cuja estrutura e autoridade se deduzem da Revelação.

- Existe uma relação de proporcionalidade entre o Romano Pontífice,

sucessor de Pedro, e os Bispos sucessores dos Apóstolos, assim as

relações primado-episcopado dentro do colégio hão-de ser similares às

relações existentes entre sao Pedro e os demais apóstolos. No Colégio

não se dá uma situação de igualdade entre todos os seus membros. Um

deles, o sucessor de Pedro, tem uma função especifica. No caso dos

Bispos a sucessão é colegial no caso do romano pontífice a sucessão é

pessoal. O Papa é Bispo com os demais bispos, e precisamente como

bispo de Roma ele é Papa.

Page 105: Dc aulas

- Faz-se parte do Colégio " em virtude da consagração

sacramental e mediante a comunhão hierárquica com a

cabelame membros do colégio" LG 22, c. 336

A consagração episcopal é a causa primeira, o primeiro

elemento insubstituível e de caracter sacramental, direito

divino, para ser membro do colégio episcopal. Pertence à

essência da Igreja, tal e qual como foi instituída por Jesus

Cristo, ainda que o seu exercício o regule o direito positivo.

Page 106: Dc aulas

A comunhão hierárquica é a causa segunda, o segundo elemento

insubstituível e de caracter jurídico, direito positivo, para

pertencer ao Colégio e para sua harmonização com a doutrina do

primado. A potestade e missão que se recebem hão-de exercer-

se dentro da comunhão eclesial e a seu serviço. Significa a

subordinação de cada membro do colégio à sua cabeça.

O colégio episcopal, em comunhão com a sua cabeça e nunca

sem essa cabeça, é também sujeito da potestade suprema e

plena sobre toda a Igreja. O colégio episcopal não se situa à

frente do Papa, mas com o Papa como cabeça e sob a sua

dependência. O colégio actua quando o Papa o chama a actuar.

Page 107: Dc aulas

Modos de exercer a colegialidade

É importante ter presente que o exercício da colegialidade não

termina nas suas actuações "plenárias". Não se pode aceitar nesta

matéria posições baseadas no tudo ou nada.

A acção colegial dos bispos manifestada de forma solene no

Colégio ecuménico é de direito divino como acção do colégio, mas

como concilio é de direito Eclesiástico. Consiste na reunião de

todos os bispos e outros pastores, convocada pelo Romano

Pontífice, que se debruça sobre temas de fé, costumes e disciplina.

O Concilio Ecuménico não é somente o lugar do exercício da

suprema potestade do Colégio Episcopal, é também o momento

privilegiado na vida da Igreja em que todos os responsáveis dela

tomam consciência da sua grande responsabilidade.

Page 108: Dc aulas

O romano pontífice nos termos dos cânones 338, 340 e 341 tem

direito a convocar o concilio ecuménico, presidindo-lhe, alterar a

data, suspender e dissolver.

A presidência do concilio ecuménico compete unicamente ao

Romano Pontífice e é de direito divino por ser ele o supremo pastor e

doutor de todos os fiéis.

As questões a tratar no Concilio cabe ao Romano Pontífice contudo

podem ser discutidas outras desde que este aprove essa discussão.

Os decretos emanados do Concilio Ecuménico somente têm força

obrigatória se aprovados pelos Romano Pontífice, confirmados

também por ele e promulgados por mandato seu nos termos do c.

341.

Page 109: Dc aulas

O sínodo dos Bispos

O sínodo dos bispos situa-se no âmbito da

colegialidade não plena. Trata-se de uma estrutura

recente e que é preciso evolucionar.

É um conselho estável de bispos, constituído em

Roma, para a Igreja Universal, e sujeito direta e

imediatamente a potestade do Romano Pontífice.

A 14 de Setembro de 1965, durante a quarta sessão do

Concilio Vaticano II, Paulo VI anunciava a instituição do

Sínodo e no dia 15 por moto próprio Apostólica

Sollicitudo promulgou-o e instituiu-o.

Page 110: Dc aulas

Natureza e fins do Sínodo dos Bispos

É uma instituição eclesiástica central referente ao governo

da Igreja, é a manifestação da colegialidade na Igreja, pois

representa o colégio episcopal, é permanente pela sua

natureza já que o Colégio existe estavelmente na Igreja,

ainda que a sua estrutura desempenhe o seu oficio somente

por determinado tempo, e é consultivo, corresponde-lhe dar

o seu parecer ao Romano Pontífice acerca das matérias que

submete a seu estudo.

Page 111: Dc aulas

Os seus fins são

- favorecer a união e ajuda entre o romano Pontífice e os

bispos de todo o mundo, confirmando os vínculos de

caridade, entre o oficio apostólico do Romano Pontífice e o

oficio de todos os Bispos, entre todos os bispos e a família

religiosa e os leigos;

- procurar que se tenha direto e verdadeiro conhecimento

das questões mais actuais na Igreja em todo o mundo;

-tornar mais fácil a concordância de opiniões entre os

bispos quanto aos capítulos essenciais da doutrina.

Page 112: Dc aulas

A potestade do Romano Pontífice

O sínodo dos bispos esta submetido directamente à autoridade

do Romano Pontífice, corresponde:

1. Convocar o sínodo, e determinar o lugar em que devem

celebrar-se as reuniões;

2. Determinar com a antecedência razoável o sínodo, bem como

os temas a nele serem tratados;

3. Estabelecer a ordem do dia;

4. Presidir ao sínodo pessoalmente ou por meio de outros;

5. Fechar o sínodo, mudar a data, suspender e dissolver.

Page 113: Dc aulas

Direito canónico

11 de Maio 2013

Page 114: Dc aulas

A cúria romana

• Para exercer o poder supremo, pleno e

imediato sobre a Igreja universal, o Romano

Pontífice vale-se dos Dicastérios da Cúria

Romana. Estes, por conseguinte, em nome e

com a autoridade dele, exercem seu ofício

para o bem das Igrejas e em serviço dos

Sagrados Pastores.

• CHRISTUS DOMINUS, 9

Page 115: Dc aulas

A cúria no código

• O código fala-nos da cúria romana apenas nos

cânones 360 e 361.

• Toda a matéria relacionada com a cúria romana esta

regulada em lei especial na Constituição Apostólica

Pastor Bonus de João Paulo II. Onde se encontra a

seguinte definição

Page 116: Dc aulas

• Conjunto de de dicastérios e organismos que

ajudam o Romano Pontífice no exercício da sua

suprema missão pastoral, para o bem e serviço

da Igreja Universal, e das Igrejas Particulares, de

modo a reforçar a unidade da fé e a comunhão

do Povo de Deus e promover a missão própria

da Igreja no mundo.

Page 117: Dc aulas

Os Dicastérios

• Para o exercício da sua potestade o Papa vale-se

dos dicastérios, são essencialmente órgãos

executivos de promoção e animação pastoral ou de

administração económica, que ajudam o Papa na sua

missão.

Page 118: Dc aulas

• O Papa como servidor de toda a Igreja. Universal e

Particular;

• A cúria tem carácter eclesial e ministerial.

• A cúria conecta-se com os bispos que sãos principais

beneficiários da cúria

Page 119: Dc aulas

• Os dicastérios como participantes da potestade de

regime;

• Os assuntos de maior importância devem ser

submetidos à decisão do Santo Padre;

• A função coordenadora da Secretaria de Estado;

• Os dicastérios têm como membros os Cardeais e os

Bispos que a eles pertencem e outras pessoas que

tanto podem ser leigos como clérigos;

Page 120: Dc aulas

Organização da cúria

• Secretaria de Estado

• Congregações

• Tribunais

• Conselhos pontifícios

• Outras instituições

• Instituições vinculadas à Santa Sé

Page 121: Dc aulas

Direito canónico

18 de Maio de 2013

Page 122: Dc aulas

As Igrejas particulares

• O código de 1917 não tratava directamente das Igrejas

particulares.

• O actual código dá destaque singular às Igrejas

particulares ao fazer girar a constituição hierárquica da

Igreja em torno de dois pólos fundamentais:

• O universal em torno do Romano Pontífice e do colégio

episcopal;

• E o particular em torno do bispo.

Page 123: Dc aulas

As Igrejas particulares

• O cânone 368 enumera de modo geral aquelas que são

consideradas Igrejas particulares que pela sua natureza

são as Dioceses e aquelas que se assimilam a esta:

vigararias, prelaturas territoriais, prefeituras apostólicas.

Page 124: Dc aulas

Igrejas particulares de regime ordinário

• Incluem-se aqui as circunscrições territoriais próprias da

organização pastoral ordinária da Igreja latina nos

lugares em que a Igreja está implantada.

Page 125: Dc aulas

Dioceses

• O canone 369 indica os elementos constitutivos das

dioceses:

• Porção de Povo de Deus;

• Congregada por meio do anuncio do Evangelho e da

celebração da Eucaristia;

• Encomendada ao bispo com a colaboração do seu

presbitério;

Page 126: Dc aulas

As Conferências Episcopais

• O concilio Vaticano II, no decreto Christus Dominus trata

especificamente das Conferências de Bispos. Assim,

julgou-se muito conveniente que em todo o mundo os

Bispos da mesma nação se reunião numa assembleia, a

fim de comunicarem experiências e perspectivas.

• O espirito colegial que inspira a constituição das

Conferências Episcopais e guia as suas actividades leva

também à colaboração entre Conferências de vários

países.

Page 127: Dc aulas

A Conferência Episcopal

• É uma instituição de caracter permanente, trata-se da

assembleia dos bispos de uma nação que se reúne a

fim de alcançar o bem da Igreja. Os seus fins

fundamentais são:

• Estudar e potenciar a acção pastoral nos assuntos de

interesse comum;

• Propiciar a mutua iluminação nas tarefas do ministério

dos bispos;

• Coordenar as actividades eclesiais de caracter nacional;

• Tomar decisões vinculares nas matérias a ela confiadas;

Page 128: Dc aulas

Membros das Conferências Episcopais

• Membros de direito (c. 450): os bispos diocesanos e

equiparados e coadjutores com voto deliberativo; os

bispos auxiliares e titulares com cargo especial com voto

consultivo ou deliberativo segundo os estatutos.

• Membros nãos de direito: outros bispos titulares e

legados pontifícios.

Page 129: Dc aulas

• Todos devem ter participação activa na Conferência

Episcopal.

• Outra das suas obrigações é a reunião: esta deve

realizar-se pelo menos uma vez por ano.

Page 130: Dc aulas

Actividade das Conferências Episcopais

• Quanto ao exercício da potestade, a Conferencia

Episcopal pode dar decretos gerais legislativos ou

executores:

• - nos casos prescritos pelo direito comum, por mandato

da Santa Se, ou a pedido da própria conferência

episcopal;

• - para a validade destes decretos é necessária a maioria

dos votos dos prelados que pertencem à conferencia,

realizando a votação em assembleia plenária e como

prescreve o c. 119. Não têm força obrigatória geral até

que, reconhecidos pela Sé Apostólicas e sejam

promulgados.

Page 131: Dc aulas

• - ao concluírem a reunião plenária, o presidente enviará

à Sé Apostólica as actas da Conferência para que sejam

conhecidas e seus decretos para que sejam

reconhecidos. C. 456

• São actos que juridicamente obrigam a todos, bispos e

fiéis.

Page 132: Dc aulas

Estrutura - órgãos colegiados

• Assembleia plenária;

• Comissão permanente;

• Secretaria geral;

• Comissões Episcopais;

• Conselho de Economia.

Page 133: Dc aulas

Órgãos pessoais

• Presidente;

• Secretario geral.

Page 134: Dc aulas

Os Bispos