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Richard Jakubaszko

Decifra-me ou te devoro. O desafio mile-nar da esfinge tem origem na filosofia gre-co-romana, teatralizada por Sófocles na pe-ça Édipo Rei, através do oráculo, e parecemais atual e futurista a cada dia que a hu-manidade avança em direção ao futuro. Nocampo, ou se desvendam os segredos dasmensagens recebidas nos novos universosdo conhecimento que se descortinam diari-amente ou o produtor será excluído inexo-ravelmente de participar desse novo mun-do. Um novo futuro se abre para a agricul-tura contemporânea: chama-se Agriculturade Precisão, conhecida mais simplesmentecomo AP.

AAP com GPS (Global Position System)não chegou hoje, num repente, ela envioumensagens desde meados dos anos 90. Ouso do GPS por satélite foi liberado peloexército americano após a guerra do Golfo,

no início dos anos 90. Servia para espiona-gem e obtinha precisão de localização commargens de erro de poucos centímetros.Até lenda se criou em torno do assunto: da-ria para saber qual jornal um espionado es-taria lendo. Exagero, é claro, mas o sistemapermite a localização precisa, pelos cruza-mentos de dados de quatro satélites, comcoordenadas de latitude e longitude. Dessatecnologia de ponta nasceu a Agricultura dePrecisão e, hoje, nos EUA e na Europa, hácentenas de usuários em áreas comerciaisque envolvem todo o seu ciclo.

Ela chega ao Brasil agora, em forma deuma segunda onda, pois a primeira (nosanos 95 e 96) desvaneceu-se, e por pouconão caiu no esquecimento pela tentativaaçodada de sua implantação por gentecom pouca prática em processos de comu-nicação com o homem do campo. Dessaforma, a AP não é uma nova tecnologia pa-ra se fazer agricultura: é simplesmente um

novo jeito de se olhar e praticar a agricultu-ra, e que dá garantias reais de aumento deprodutividade, ao lado de redução nos cus-tos dos insumos, tudo por conta de se ad-ministrar a lavoura com novos olhos e quepermitirá decisões gerenciais diferentesdas tomadas até aqui. O círculo completoda AP, mostrado ao lado, com todas as eta-pas de uso, indica que se pode adotar ape-nas uma delas para começar a fazer AP,enquanto se vai aprendendo sobre o as-sunto.

O que é – A agricultura de precisão é a in-formática e a informação precisa a serviçodo agricultor. Com a AP, se tem pleno co-nhecimento de onde estão os melhores epiores locais, em termos de produtividade,nas diversas áreas de plantio. Intuitivamen-te, o produtor sabe que uma área de terre-no é mais produtiva que a outra, apesar deambas receberem tratos culturais iguais, amesma semente e adubação. Tão impor-tante quanto isso, indica as razões dessasdiferenças, pela análise detalhada do solo edas deficiências ou problemas que eleapresenta em cada trecho.

Nesse sentido, a AP é uma ferramentaessencial, chamada informação. Informa-ção exata e no momento preciso, para au-xiliar na tomada da decisão certa. O perigodessa ferramenta é que ela pode trazer no-vos problemas se não for usada adequa-damente ou se manejada por mãos nãoprofissionais. Ainda é uma tecnologia carae, por isso mesmo, deve-se ter cuidadosespeciais para sua adoção. O primeiro de-les: desconfiar quando alguém tentar ven-der a AP como uma panacéia, algo capazde resolver todos os problemas do campo.Ainda há poucos especialistas nessa áreano País: em sua quase totalidade, ou leci-onam em faculdades ou trabalham em em-presas fabricantes de máquinas, desenvol-vendo equipamentos e aprimorando o usoda tecnologia. Isso nos leva a prever queexiste imenso campo de trabalho paraagrônomos e técnicos agrícolas se espe-cializarem nessa nova área na casa dedois a três mil empregos diretos sem con-tar os que serão gerados nos laboratóriosde análise de solos.

Quem conhece a fundo a AP, porém,afirma: se manejada por especialistas elapossibilita fazer agricultura sem dar moti-vos para erros humanos, ou seja, agriculto-res e tratoristas não cometeriam mais erros

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AGRICULTURA DE PRECISÃO

Plantar e colhersem perda nem erro

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na dose ou aplicação de adubo e agrotóxi-co, nem haveria motivo para aplicação in-correta desses insumos por imperícia.Coma AP, uma lavoura só perderia produção sechovesse demais, se a seca fosse muitosevera, e não houvesse o recurso à irriga-ção, ou se a semente utilizada fosse debaixa qualidade.

Como funciona – AAP se inicia com o usode um aparelho, o GPS – com leitura debarra de luz ou não -, acoplado ao trator oucolheitadeira. Por meio de uma antena quese comunica com o satélite, ele dará as in-formações necessárias para se fazer agri-cultura de forma precisa. Esses aparelhos –com base em um mapeamento de localiza-ção que se pode fazer das áreas de plantio,após a coleta e análise do solo em váriospontos da área plantada – dão as indicaçõ-es e informações necessárias, que apare-cem impressas num papel ou na tela do

computador. O computador faz as superpo-sições em cada área. A partir daí, um espe-cialista realiza a análise final.

O mapeamento é como que uma radio-grafia aérea da lavoura, hectare por hecta-re, com incrível precisão, e indica (pelaanálise de cada amostra de solo) se ele éácido, onde há deficiências de nitrogênio,fósforo e potássio, onde há presença dealumínio em excesso etc. Indica ainda sehá maior ou menor infestação de ervas da-ninhas, se são de folhas largas ou gramí-neas, se há ocorrência de pragas ou doen-ças, e em quais pontos as infestações sãomais intensas.

Com base nesses informes, é possívelfazer-se o tratamento indicado, com preci-são cirúrgica: quanto usar de calcário paraa correção, que quantidade de adubo se re-quer ou quanto pulverizar em cada pontodo solo para controlar pragas, doenças ouervas daninhas. Tudo isso é feito pelo apa-

relho de GPS, que transmite as ordens deforma precisa para o pulverizador ou para aplantadeira, sem a interferência do tratoris-ta. Usado na colheita, o GPS apontará, pe-lo mapeamento, qual a produtividade decada trecho, medirá o grau de umidade, nocaso dos grãos, permitindo que, na safraseguinte, cada trecho de plantio possa ga-nhar em produtividade, pela correção deeventuais erros de adubação ou nos tratosculturais. Acada ano se terá, assim, um his-tórico cumulativo das áreas que apresen-tem maior ou menor produtividade, e se te-rá a possibilidade de pesquisar e entenderas causas da variabilidade das diversasáreas, ou seja, itens que influenciam no au-mento ou na redução da produção e daprodutividade (ver texto abaixo).

Perguntar vaiajudar muito

a entenderAntes de comprar qualquer aparelho de

GPS, é conveniente que o interessado visi-te feiras e exposições onde se demonstremesses equipamentos, e converse bastantecom fabricantes de máquinas e com outrosagricultores que já usam a AP de algumaforma. O objetivo será esclarecer dúvidas,expor problemas, verificar custos, enfim co-nhecer o mais possível para se iniciar-se natecnologia.

Um aparelho simples de GPS, com ante-na e monitor, para acoplar ao trator, custahoje por volta de US$ 8.000 e se paga já naprimeira safra, em áreas superiores a 500hectares, considerando-se que, na prática,o uso de um único trator, equipado com oaparelho, poderá arar, gradear, semear,adubar e até pulverizar à noite, sem erros emantendo-se na curva de nível, com umaprecisão de até 14 cm entre as linhas. Se otratorista sai do caminho certo, o monitoremite uma luz ou sinal sonoro (conforme otipo de equipamento), que induz à correçãoimediata. Seu trabalho, assim, passa a sersomente o de manobrar o trator nas cabe-ceiras das linhas de plantio e vigiar o moni-tor do GPS, liberando-se da atenção ao pul-verizador, à semeadeira ou à adubadeira.Se o trabalho tiver de ser interrompido por

Deve-se entender o solo como algovivo, em que a presença ou ausência decertos elementos pode influenciar a pro-dutividade. Esses fatores referem-se àscaracterísticas físico-químicas e biológi-cas do solo e podem variar de ano paraano, dizem respeito à genética e depen-dem do tipo de solo.

O agrônomo Amílcar Centeno, daJohn Deere, pergunta: “O que estamostentando saber quando fazemos ummapa de produtividade?” Ele mesmocomplementa que “podemos constatarque o solo é variável de área para área;com o passar dos anos, e depois de

muitos mapas, vamos saber que issomuda de ano para ano”. Todavia, per-gunta de novo, “e quais são as causasda variabilidade do solo? No Brasilachamos que é adubação ou matériaorgânica, mas nos EUA constatou-seque a drenagem da água é a primeiracausa da variabilidade. Em anos secos,as áreas mais baixas são mais produti-vas que as altas, e nos anos úmidos é ocontrário. Temos de nos reciclar, apren-der a olhar com outros olhos, e teremosde ter cuidado com essa tecnologia daAP, pois informação em excesso podecomplicar em vez de resolver”.

Variabilidade do solo influencia a produtividade

Classe Intervalo de IntervaloProdução de de MatériaMilho (Kg/Ha) Orgânica % (M/V)

1 3701 a 6700 0,25 a 1,252 6701 a 9700 0,25 a 1,253 3701 a 6700 1,25 a 2,254 6701 a 9700 1,25 a 2,255 9701 a 12700 1,25 a 2,256 3701 a 6700 2,25 a 3,257 6701 a 9700 2,25 a 3,258 9701 a 12700 2,25 a 3,25

PRODUÇÃO DE MILHOX

MATÉRIA ORGÂNICA

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AGRICULTURA DE PRECISÃO

qualquer razão (em caso de chuva, de que-bra do trator, para reabastecimento de com-bustível ou de um dos insumos etc.), é sómarcar o local no aparelho de GPS. Horasou mesmo dias depois volta-se no pontoexato anterior e recomeça-se o trabalho in-terrompido. Na AP o stand da lavoura é uni-forme e no capricho, certo e preciso, exata-mente como se vê nas fotos de lavourasamericanas que aparecem em alguns fo-lhetos de propaganda.

Os equipamentos de GPS podem seradquiridos tanto isoladamente dos importa-dores como dos fabricantes de máquinas,ou a título de acessório opcional, e forne-cem uma série de outras informações pre-ciosas. Além de percorrer o traçado precisodas curvas de nível, permitem o mapea-

mento detalhado do solo na área de plantio,por exemplo. Vários tipos de mapas podemser feitos identificando as áreas com pro-blemas de deficiência, após as coletas eanálises de solo, ou com infestações depragas e ervas daninhas.

Assim será possível corrigir cada proble-ma a seu tempo e conforme as necessida-des e prioridades de cada lavoura.

As figuras que ilustram este texto são demapas produzidos pelo sistema dosojicultor Luciano Sulzbach. Um deles, porexemplo, no alto da página, revela que aanálise das amostras de solo indica defici-ência de potássio numa lavoura de milho.Os pontos azuis apontam ausência de po-tássio, e devem ser corrigidos com aplica-ção localizada desse mineral, em quantida-

des previamente planejadas, enquanto ospontos vermelhos recebem dosagens me-nores, permitindo economia na adubação.

Da mesma forma, se faz com relação aoutros minerais. O resultado será não ape-nas a economia nesses elementos, mastambém o aumento médio de até 10% naprodutividade, que poderá ser medido nacolheita, com o aparelho de GPS acopladoà colheitadeira. Ele também dará a medi-ção da umidade e da massa, ou volume,dos grãos colhidos, dispensando sua pesa-gem posterior, cujos números estarão dis-poníveis desde então.

As dúvidasmais comunstêm resposta

São inúmeras as dúvidas dos agriculto-res sobre o GPS, que tem suas vanta-gens e desvantagens. Uma das dúvidasmais comuns se refere às chamadas adu-bações a “taxas diferenciadas”, na termi-nologia comum entre os especialistas daAP. Na prática, essa taxa diferenciadaquer dizer que o agricultor terá de fazertrês aplicações de adubo com dosesespeciais para cada trecho do terreno.Para cada componente do NPK precisaráfazer uma passagem específica, além daaplicação do calcário, se for o caso.

Classes Teor Determinaçõesdo Solo do Potássio (mg/l)

1 Limitante < 202 Muito Baixo 21 a 403 Baixo 41 a 604 Médio 61 a 805 Suficiente 81 a 1206 Alto > 120

2200.00

2400.00

2600.00

2800.00

3000.00

3200.00

3400.00

3600.00

3800.00

Classes: (ha)

00 2.39

1.40 17.58

2.80 15.92

4.20 9.21

5.60 7.84

7.00 1.79

8.40 1.30

9.80 0.40

11.20 0.43

12.60 0.45

Classes: (ha)

POTÁSSIO

SOJA 2003PRAGAS(Diabrótica)

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Destacando o resultado da AP, oengenheiro agrônomo José PauloMolin, professor de Máquinas Agríco-las da Escola Superior de AgriculturaLuiz de Queiroz (Esalq), de Piracica-ba, SP, – ele será o coordenador do1º Conbap, o Congresso Brasileiro deAgricultura de Precisão, marcado pa-ra maio no campus da Esalq -, costu-ma repetir que “não se deve tratarigual coisas diferentes”. Com issoquer demonstrar aquilo que o agricul-tor já sabe, mas que nem sempre ob-serva. Diz Molin que uma mesma la-voura apresenta diferenças de produ-ção, mas, “mesmo assim, o agricultorcontinua adubando e dando tratosculturais iguais a essas áreas diferen-

ciadas, trata pela média, quando de-veria tratar diferente”.

Já o professor aposentado Luiz Fer-nandes Coelho de Souza – que lecio-nava na cátedra de MecanizaçãoAgrícola e Departamento de Solos daUniversidade Federal do Rio Grandedo Sul, em Porto Alegre, e coordenadesde 1983 Prêmio Gerdau Melhoresda Terra – afirma, entusiasmado, que“a AP veio para ficar, mas teremosque trabalhar muito ainda, aprendermais para tirar o melhor proveito datecnologia, porque os custos são ele-vados”. Coelho de Souza alerta que,no Mato Grosso, os mapeamentos jácomeçaram, mas, quando uma co-lheitadeira dá problema, tem de entrar

outra, porque a colheita não pode pa-rar, e os dados se perdem”. Outra ob-servação do especialista: em geral,há certa lentidão nas ações dos fabri-cantes, “apenas os esforços da Mas-sey Ferguson são mais fortes”.

Fábio Torres, agrônomo da Jacto eresponsável pela área de AP, informaque o GPS tem sido comercializadodesde 2000 como opcional pela em-presa e que “o autopropelido é um su-cesso em vendas, pagando-se em umano”. Mas não revela o número deequipamentos vendidos “porque aconcorrência também não fornece es-se número”. Torres acrescenta que“as colheitadeiras automotrizes de ca-fé da Jacto já saem de fábrica com

À primeira vista, isso vai contra uma dasgrandes vantagens do plantio direto, queeconomiza entradas na lavoura e reduz acompactação do solo, mas deve-se aten-tar para o fato de que, em leguminosas co-mo soja e feijão, não se usa nitrogênio. As-sim, em termos práticos, se estará aumen-tando apenas uma passagem adicionalem relação ao plantio direto. O gasto decombustível adicional, nesse caso, seráamplamente compensado pela economiado insumo e pelo aumento da produtivida-de na lavoura.

De outro lado, as aplicações do NPK oudo calcário, isoladamente, podem ser feitaspor aplicadoras a lanço, com até 30 metrosde área de aplicação, com economia decombustível e redução da compactação,quando comparada à adubação em linha.Isto deverá ser feito assim até a entrada noPaís, talvez já em 2005, de uma nova plan-tadeira com tecnologia nacional que a Sta-ra Sfill, de Não-Me-Toque, RS, está desen-volvendo, como informa Felipe van SchaikWillig, da empresa.

Dessa forma, pode-se imaginar que, apartir da entrada na AP de precisão, o in-teressado não precisará mais compraradubo em sacos e com formulação prévia,mas cada elemento mineral isoladamente,passando a ser o formulador do seu pró-prio adubo. Na Argentina, atualmente, sóse compra adubo em grandes embala-gens (os big-bags com 500 kg), como re-

lata Gregory Riordan, especialista da Mas-sey Ferguson em AP.

O mesmo sentido prático se aplica aospulverizadores, principalmente os autopro-pelidos, que já contam com grande númerode usuários no Brasil, em especial nasgrandes áreas de plantio no Brasil Central.A Agricultura de Precisão, porém, no casode pulverizações realizadas com misturasde inseticidas, fungicidas e herbicidas depós emergência, não será capaz de “admi-nistrar” essa prática muito comum dos agri-cultores brasileiros. A aplicação individualde cada item, no entanto, poderá ser feitade forma adequada nas áreas apontadas

pelo GPS como pontos-problema.Uma solução prática e interessante que

agricultores têm usado, destaca Felipe Wil-lig, “é usar um equipamento de GPS numtrator-líder, que direciona o trabalho de qua-tro ou cinco outros, posicionados sempre àdireita e atrás do líder, com distância de uns5 metros um do outro. O segundo trator ali-nha sua área de trabalho à esquerda pelolimite de posição à direita do trator-líder nalinha, e da mesma forma os demais, suces-sivamente. A grande vantagem é que umúnico aparelho de GPS é utilizado nessaoperação simultânea, seja de plantio ou dequalquer trato cultural”.

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Classes Teor Determinaçõesdo Solo do Fósforo (mg/l)

1 Limitante < 1,02 Muito Baixo 1,1 a 2,03 Baixo 2,1 a 4,04 Médio 4,1 a 6,05 Suficiente > 6,06 Alto > 8,0

FÓSFORO

Especialistas apontam o fundamental a saber

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GPS” e ainda que, “no Brasil, es-tamos com o mesmo avanço e osmesmos problemas do EUA nessatecnologia, apenas os números de lásão maiores”. E diz que, “aqui, temostecnologia de ponta, inclusive equipa-mentos que eles não têm lá, como os

sensores ultra-sônicos de altura debarra (não é GPS, mas para substitu-ir marcadores de espuma) ou o mape-amento da colheita de café comGPS”.

José Carlos Bassetti, tambémagrônomo e responsável pela área de

treinamento e assistência técnica deoutro grande fabricante de pulveriza-dores autopropelidos, a Montana,afirma que “a venda de autopropeli-dos com GPS tem sido um sucessonos últimos 18 meses, já vendemosmais de 300”. O equipamento deGPS usado pela Montana é o CenterLine, fabricado pela Tee Jet, que tam-bém produz bicos para pulverização,e tem seu uso facilitado por ter moni-tor e manual em português. Nasgrandes áreas de pulverização, con-forme Bassetti, “o GPS foi a salva-ção, porque os marcadores de espu-ma não estavam mais funcionando,mesmo trabalhando na velocidademáxima, a 18 km/h, porque, na voltado autopropelido, não havia mais es-puma”.

A Serv Spray, de Itu, SP, pioneirana fabricação de autopropelidos – aprodução começou em 1987, com onome Mac Spray -, também “tem ven-dido, e com sucesso, um bom núme-ro de equipamentos com GPS, masmuita gente ainda o usa apenas parasubstituir marcadores de espuma, oque é um uso menor do equipamentode GPS”, diz o agrônomo Ruy Silvei-ra, da empresa. Razão: “falta genteno campo que conheça AP e, quandotem, é gente cara, e o agricultor, poruma questão cultural, não gosta dedepender de especialistas”.

O agrônomo Gastão Moraes da Sil-veira, do Centro de Engenharia Agrí-cola do Instituto Agronômico de Cam-pinas, SP, acredita na AP como umanova tecnologia capaz de trazer to-dos os benefícios prometidos, porémé céptico em relação à aplicação de-la pelos agricultores brasileiros. Paraele, “agricultor tem medo de compu-tador, e a AP sem computador nãoexiste. Além disso, se terá de vencera barreira cultural do brasileiro, quenão gosta de pagar por serviços”.Complementa que “não há no Brasilmais do que uma centena de agricul-tores com capacidade de uso plenoda AP, de todo o seu ciclo”, e afirmatambém que “não há ainda nenhumagricultor com uso de todo o ciclo daAP”, tornando mais difícil a difusãodo uso dessa tecnologia. Problema éigualmente, em sua opinião, o fato de

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AGRICULTURA DE PRECISÃO

Para o especialista Ariovaldo Luchia-ri, da Embrapa, além dos grãos, a fruti-cultura de perenes deverá quase queobrigatoriamente ser uma grande usuá-ria da AP, pela questão da rastreabilida-de que importadores do Mercado Co-mum Europeu passarão a exigir. Expli-ca ainda que “no Nordeste, nas lavou-ras irrigadas de uva e manga, onde pre-dominam áreas de no máximo 6 hecta-res, a AP pode ser feita manualmenteou por GPS manual, basta ter o contro-le de localização e de fiscalização”. Nasáreas de frutas perenes do Sul e do Su-deste, como figo, pêssego, maçã etc.,se terá de usar a AP, sob pena os pro-dutores de serem excluídos dentro embreve como exportadores.

O que Luchiari informa tem relaçãocom o acordo recente firmado entreas redes de 13 supermercados euro-peus, que darão garantias ao consu-midor através de um selo de qualida-de fixado nas embalagens dos produ-tos in natura que vendem, em especi-al frutas produzidas no Terceiro Mun-do. Qualquer reclamação do consu-midor terá amplas garantias, inclusive

indenizações. Para isso os supermer-cados querem saber as condições emque foram produzidas as frutas, e amaneira de identificação é através deum número afixado junto ao selo. Poresse número chega-se ao importadore ao país exportador, e daí até a coo-perativa ou produtor, de forma rápida.

Para ter o OK como exportador paraesses supermercados , o agricultor de-ve atender a determinadas exigências,como não causar prejuízos ao meioambiente, não usar agrotóxicos proibi-dos ou em excesso, e até mesmo com-provar o respeito às leis trabalhistas.Esse controle seria impossível sem ouso da AP, daí a necessidade de al-guns produtores passarem a usar atecnologia, garantindo seu nome na lis-ta de exportadores certificados. Serámuito mais eficiente aos importadoresfiscalizar por satélite do que pela análi-se dos produtos em si. Assim, rastrea-bilidade na agricultura será uma pala-vra ouvida e comentada com freqüên-cia no agronegócio brasileiro, graças àAgricultura de Precisão, que tornará is-so exeqüível.

Indispensável para a rastreabilidade

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“os especialistas não conhe-cerem a AP como um todo,mas apenas as etapas emque são especialistas”.

Outro que faz restrições àforma como a questão estásendo encaminhada é o agrô-nomo Amílcar Centeno, ge-rente de Planejamento deMercado da John Deere. Paraele, “já estamos pensandonas respostas quando aindanem entendemos a pergunta”.Com isso, Centeno quer dizerque, em vez de se lançar o ci-clo completo, se deveria pen-sar em introduzir a AP por etapas. Ecita, como exemplo, que “a John Dee-re recomenda o sistema de direciona-mento do trator por GPS, pois se pagarápido, e não os mapeamentos de pro-dutividade”. Nos EUA, acrescenta, “e-les iniciaram pelo mapeamento, o quefoi um erro dos americanos, pois émuito caro, deveria ser a última etapapara quem tem o domínio da tecnolo-gia, e não é a mais importante”. AJohn Deere lançará nos Agrishows deRondonópolis, MT, e Ribeirão Preto,SP, seu sistema de posicionamentopor satélite, equipado com sensorespara medir a umidade dos grãos,acompanhados de componentes co-mo o display e o processador, que po-dem passar do trator para a colheita-deira ou para o pulverizador autopro-pelido. Centeno destaca que nesseslançamentos, a empresa mantém umapreocupação básica, “de quais resul-tados vai trazer ao cliente, pois os ma-pas de produtividade necessitam deinvestimentos altos e podem trazerbaixo retorno”. A John Deere aindanão tem os preços desses equipa-mentos, mas informa que serão “com-petitivos”.

Centeno explica ainda que, “nosEUA, hoje em dia, o tratorista só faz acabeceira, depois o sistema faz tudosozinho, e dentro em breve o próximopasso será acabar com o tratorista,vai ser ligar o trator e pronto”. Mas faztambém uma advertência: “todo mun-do vai ter de se reciclar, agrônomo,agricultor e as empresas, a AP é umatecnologia nova, que precisa e trazmuita informação, e por isso devemos

ter cautela”.Na Valtra Tratores, o engenheiro

mecânico Jak Torretta, gerente deprodutos, admite que “não temos ain-da participação forte em GPS, masvamos substituir os três equipamen-tos atuais por um só, o modelo de na-vegação – NavSat – é por barra deluz, onde se visualizam as linhas deaplicação com precisão de 15 a 30cm”. E explica que, com ele, o tratoris-ta pode fazer as correções, quandose desviar do caminho. O equipamen-to permitirá, igualmente, obter mapas,via palm-top. A Valtra está avaliandoum outro equipamento de GPS, deno-minado Autopilot, de alta sofisticação,que alcança precisão de até 2 cm dedesvio. Com ele, o tratorista só vaiprecisar ligar a máquina. Sua libera-ção para venda deve demorar no mí-nimo um ano. O engenho encontra-seem testes de campo na Usina Catan-

duva, no interior de São Pau-lo. Se estivesse disponível,custaria ao redor de US$40.000.

Gregory Riordan, da Mas-sey Ferguson, especialistaem mecânica com eletrônicapara automação industrial,responsável pela AP na em-presa, afirma que “a MasseyFerguson recomenda ao agri-cultor iniciar-se na AP pelosmapas de rendimento e nãopelos mapas de análise desolo”. E justifica: “O mapa deprodutividade direciona a co-

leta das amostras de solo nos lugaresem que há baixa produtividade, etambém permite realizar a manuten-ção da lavoura, repondo os nutrientesque foram removidos pelo cultivo, enas áreas de alta produtividade se co-letaria menor números de amostras”.Como argumento, Riordan usa umaanalogia. Diz que, “quando vamos aomédico com uma dor no pé, ele man-da tirar uma radiografia apenas do pée não do corpo todo”.

Para Riordan, “a grande amostra-gem de pontos no mapa de produtivi-dade garante um mapa preciso e con-fiável da área, e a facilidade de cole-tar estes dados durante a operaçãode colheita também favorece estaidéia. Dentro deste processo, a amos-tragem de solo auxilia na interpreta-ção das áreas problemáticas. Diz queesta ferramenta será uma nova fontede informações dentro da agricultura,abrindo um espaço muito grande paraprofissionais que interpretam as infor-mações e permitindo chegar a umaagricultura cada vez mais profissiona-l”.O especialista da Massey Fergusontambém reconhece que “um dos gar-galos para a introdução da AP no Bra-sil ainda é a inexistência no campo deagrônomos com conhecimentos”.

Atenta para as diversas orientaçõestécnicas dos fabricantes de máquinasa Fundação ABC, de Castro, PR, ór-gão de pesquisa privada mantida pe-las cooperativas Arapoti, Batavo eCastrolanda, faz, há cinco anos, umcompleto estudo da AP. A conclusãoestá prevista para este ano e. confor-me informa o agrônomo Leandro

Ariovaldo Luchiari: nos EUA,30% do Cinturão do Milho usa a AP.

Gustavo Streiff: custosdos equipamentos de GPS já

baixaram bastante.

Gregory Riordan: Masseyrecomenda começar pormapa de rendimento.

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AGRICULTURA DE PRECISÃO

Gimenez, coordenador do projeto, oobjetivo é atender exclusivamenteaos cooperados, mas ainda não háresultados que possam ser definidoscomo otimistas. São poucos os coo-perados que estão com testes emárea comercial, diz Gimenez, quetambém acentua: “a AP é uma tecno-logia que demanda ter e receber mui-ta informação, e por isso mesmo de-vemos ir com cuidados redobrados”.

Outro especialista, o agrônomo eprofessor Ulisses Antuniassi, da ca-deira de Máquinas Agrícolas e Meca-nização da Unesp- Botucatu, de SãoPaulo, também responsável pela áreade informática na entidade, diz que,“na primeira fase de lançamento daAP, houve exagero de expectativa ese esperava que a AP fosse uma tec-nologia milagrosa”. Complementa que“a AP, assim como o plantio direto, an-tes de dar lucro, tem o valor da infor-mação em quantidade e qualidade.Muitos desandam a fazer mapa de tu-do e depois não sabem o que fazer”,destaca. Para Antuniassi, “a simplesaplicação traria redução de custos deinsumos e aumentaria a produtivida-de, mas isso não é sempre o mais va-lioso da tecnologia, o que agrega va-lor é conhecer o sistema, a terra, osolo, a área de produção, para podermanejar essas informações no futuro,e isso nem sempre faz lucros imedia-tos”. Destaca também que, nesta se-gunda fase da AP, “estamos fazendoa coisa certa, precisamos entenderque o retorno não é imediato, é a mé-dio e longo prazo”.

Antuniassi informa que “estamosiniciando cursos de mestrado naUNESP, mas um curso desses levaseis meses, e o de doutorado é decinco anos”, e recomenda que, “en-quanto não tivermos especialistas emnúmero suficiente, devemos nos inici-ar na AP pelas etapas que se pagam,e ir aprendendo, esperando que oscustos dos equipamentos de GPS te-nham uma redução, o que deve acon-tecer ano a ano. Temos que conside-rar os primeiros passos como investi-mento”. Outra consideração importan-te feita por Antuniassi é que, “em AP,devemos sempre ter uma visão sistê-mica de todo o processo, seja no as-

pecto agronômico seja no gerencial”.Em termos práticos, José Paulo

Molin explica que “na AP devemosmedir sempre o que se tira e o que sepõe na terra, buscando o equilíbrio”.Por causa das sutilezas desses con-ceitos, e pela complexidade da tecno-logia, ele acredita que “a introdução eaplicação da AP no Brasil depende daexistência de três pressupostos bási-cos no nível de uso de tecnologias emque se encontra o agricultor interes-sado, que deve ter, o domínio do plan-tio direto, precisa da consultoria deum agrônomo como consultor e ne-cessita saber usar a informática, nomínimo para poder abrir os arquivoscom as informações. “Caso contrário,pode dar com os burros n'água”, sen-tencia.

O engenheiro agrimensor e técnicoagrícola Gustavo Streiff, gerente deVendas da Santiago & Cintra, informa

que “os custos dos equipamentos deGPS baixaram bem. Custavam US$13.000, hoje já saem por menos deUS$ 8.000. E destaca: os equipa-mentos atuais são mais completos,antes o interessado tinha de pagarassinatura de um provedor, que cus-tava US$ 1.500 anuais, e hoje não hámais essa necessidade, deixando deser uma barreira às vendas. A Santi-ago & Cintra está há 25 anos no ramode topografia e equipamentos comoteodolitos etc., entrou na AP desde1998 – quando passou a representarcom exclusividade no Brasil marcascomo a Trimble e AgLeader, maioresfabricantes mundiais de equipamen-tos de GPS, – e é fornecedora de em-presas como a Valtra e a Jacto, mastambém faz vendas diretas a agricul-tores, que representam 65% dos ne-gócios, dando assistência técnica etreinamento a todos os seus clientes.A empresa vai lançar no AgrishowComigo o GPS 110 Plus com barra deluz fabricado pela Trimble, dos EUA,equipamento com display e manualem português. A expectativa é venderem 2004 um mínimo de 3.000 equipa-mentos de GPS para a indústria eagricultores.

O agrônomo Ariovaldo Luchiari, di-retor de Comunicação e NegóciosTécnicos da Embrapa em Jaguariú-na, SP, fez doutorado nos EUA e tra-balhou no Labex – laboratório virtualda entidade para pesquisas de tecno-logias e processos emergentes, emque uma das áreas contempladas eraa AP. Ele informa que, “nos EstadosUnidos, cerca de 6% da área planta-da de grãos já usa a AP, e que noMeio Oeste, também conhecido co-mo Cinturão de Milho, formado pelosEstados de Nebraska, Iowa, Illinois,Indiana e Ohio, o índice chega a30%”. De outro lado, constata que,“lá como cá, todo mundo quer umafórmula mágica, mas eles têm maiorfacilidade de assimilar a tecnologiada AP pelo convívio mais íntimo coma informática, porém no Brasil temosde nos conscientizar de que a sofisti-cação por si só não resolve, tem deconhecer as melhores práticas demanejo para aplicar de forma ade-quada a AP”.

José Paulo Molin: não sedeve tratar igual áreas que

são bem diferentes.

Gastão da Silveira:não há um agricultor noPaís que use todo o ciclo.

Page 8: DBO Agricultura de Precisao

Liderado pela Massey Ferguson, oProjeto Aquarius é pioneiro e tem parcei-ros como a Bunge Fertilizantes, a StaraSfill, a Dekalb (Monsanto), a Universida-de Federal de Santa Maria, RS, e a Fa-zenda Santa Anna, numa área de 256hectares de plantio direto em Não-Me-Toque, RS, onde estão implantadas áre-as de teste comercial em soja e milho. Oobjetivo é introduzir a AP como ferra-menta para gerenciar propriedades agrí-colas, e durante a realização da Expodi-reto, em todo o mês de março, carava-nas de agricultores são levadas a visitaras lavouras e conhecer detalhes de co-mo funciona a AP com ciclo completo.

O agrônomo Eduardo G. Sousa Filho,coordenador do projeto na Massey,destaca que, “pelo quarto ano consecu-tivo, comparamos os resultados de pro-dutividade, que sempre mostram evolu-ção média maior, de 2 a 8 sacos de so-ja por hectare a cada safra. Neste anonos voltamos para lucratividade, e tive-mos um lucro 6% superior, na compara-ção com as áreas de plantio sem usoda AP, confirmando que, em um ano, osistema se paga”. Sousa Filho informaque “a entrada da Universidade de San-ta Maria como parceira no projeto trou-xe vários pontos positivos, como umaárea de análise de custos, que antesnão havia, e também a adoção de umnovo software em português, de ambi-ente amigável, já disponível para treina-mento e uso, além de equipes com no-vas áreas específicas de trabalho, co-mo as de solo (análise, compactaçãoetc.) e meio ambiente”.

Para Sousa Filho, “os entraves paradar maior velocidade ao tempo de im-plantação da AP estão na baixa famili-aridade dos agricultores com a infor-mática e a inexistência de agrônomos

especializados”. Mesmo assim, ele de-monstra otimismo, pois, “depois dequatro anos do Projeto Aquarius, hámais consistência nos dados e infor-mações”. Isso porque, como explica,antes só se analisavam questões rela-cionadas com as máquinas e fertilizan-tes, e hoje há outros focos em estudoe análise, como manejo de solo, dacultura e de custos. “Falta só fortalecera área de agrotóxicos, que ainda nãotem maior participação nos estudos doprojeto”, acrescenta.

Os resultado divulgados pelo ProjetoAquarius têm sido promissores, e se re-ferem às médias obtidas nas lavourasde milho e soja da Fazenda Santa Anna:

Em todas as áreas de AP foram feitascoletas de amostras de solo para análi-

se, de 5 em 5 hectares, com 10 suba-mostras por ponto, indicados pelo ma-peamento feito com GPS. As análisesde solo representaram 0,5% dos custosfinais de produção.

Além de se obter um aumento naprodutividade, houve redução de gas-tos com insumos como adubo e calcá-rio, permitindo ao sistema de AP pa-gar-se no primeiro ano de sua implan-tação e projetando maiores lucros nassafras futuras.

Agricultor aprova – O administrador deempresas com mestrado em engenhariaagrícola pela UFSM e também sojicultorLuciano Sulzbach, conhecedor da áreade informática, faz o que recomenda empalestras: implantou a AP há quatro anosnos 300 hectares de sua lavoura de sojaem Palmeiras das Missões, RS. Come-çou pelos mapas de fertilidade e já temum histórico de toda a área. Neste ano,completará o ciclo no uso da AP.

Dividiu sua lavoura em três zonas demanejo, a que denominou de baixa,média e alta produtividade. A zona debaixa já está na zona de média, e a demédia foi para alta devido às aduba-ções com taxas diferenciadas e locali-zadas. Sulzbach diz que, “em média, aprodutividade aumentou 10%, e a redu-ção dos insumos aplicados ficou poucoabaixo de 10%”.

Na propriedade, Sulzbach utiliza doisaparelhos de GPS, um dos quais é ma-nual, com o qual faz a marcação de lo-calização. Gosta de registrar que “temde mudar o paradigma de que AP é pa-ra grandes áreas”. Acredita que “a APvai trazer valorização ao agrônomo co-mo profissional”.

Projeto Aquarius demonstraas vantagens do sistema

Eduardo Sousa Filho: medida,lucratividade foi 6% maior na AP.

Luciano Sulzbach: produtividadeestá crescendo a cada nova safra.

Locais de medição Produtividade – milho Produtividade – sojaMédia da região 78 sacos/ha 34 sacos/ha

Média da fazenda 84 sacos/ha 42 sacos/haMédia do talhão/AP 98 sacos/ha 47 sacos/ha

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