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DANIELA GOETEN LEVANTAMENTO POPULACIONAL DE LAGARTAS DESFOLHADORAS NA CULTURA DA SOJA NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ Rio do Sul 2016

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DANIELA GOETEN

LEVANTAMENTO POPULACIONAL DE LAGARTAS DESFOLHADORAS

NA CULTURA DA SOJA NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ

Rio do Sul

2016

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DANIELA GOETEN

LEVANTAMENTO POPULACIONAL DE LAGARTAS DESFOLHADORAS

NA CULTURA DA SOJA NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ

Relatório final da disciplina Trabalho de Curso

do curso de Agronomia, do Instituto Federal

Catarinense, Campus Rio do Sul, apresentado

como requisito final para aprovação na

disciplina.

Prof. Fernando Joly Campos, Dr.

Rio do Sul

2016

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DANIELA GOETEN

LEVANTAMENTO POPULACIONAL DE LAGARTAS DESFOLHADORAS

NA CULTURA DA SOJA NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ

Este relatório foi julgado adequado para

a aprovação na disciplina Trabalho de

Curso, do curso de Agronomia do

Instituto Federal Catarinense – Campus

Rio do Sul.

Rio do Sul (SC), 12 de julho de 2016

_________________________________________________

Prof. e orientador Fernando Joly Campos, Dr.

Instituto Federal Catarinense – Campus Rio do Sul

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

Prof. Dr. Cláudio Roberto Franco

Universidade Estadual de Santa Catarina – UDESC Lages

_________________________________________________

Prof. Dr. Gilmar Silvério da Rocha

Instituto Federal Catarinense – Campus Rio do Sul

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Este trabalho é dedicado à minha

família.

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AGRADECIMENTOS

Á Deus, pela oportunidade de estar realizando este trabalho.

Aos meus pais, Neide de Fátima Bortoli Goeten e José Hamilton Goeten,

por todo o incentivo, dedicação, amor e compreensão na luta para alcançar os meus

objetivos.

Ao meu namorado Joacir do Nascimento, por todo o carinho e apoio nos

momentos angustiantes.

Aos meus colegas pelas palavras amigas nas horas difíceis, e por estarem

comigo nesta caminhada tornando-a mais fácil e agradável.

Aos meus amigos e colegas de projeto Alan Roberto Hamm e Wilian

Odorizzi, pelo auxílio no trabalho.

Ao professor Dr. Fernando Joly Campos por sua orientação e por todos os

ensinamentos repassados nas disciplinas que ministrou durante a minha jornada

acadêmica.

Agradeço a todos de coração.

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“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um

objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará

coisas admiráveis.” (José de Alencar, 1829-1877).

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RESUMO

A soja é uma das principais culturas de grãos cultivadas no estado de Santa Catarina.

Nas pequenas propriedades rurais da região do Alto Vale do Itajaí, o plantio de soja tem

aumentado, sendo assim, faz-se necessária a realização do levantamento dos insetos-

pragas nesta região. O conhecimento sobre o complexo de insetos-pragas afeta

diretamente as estratégias de manejo, sendo que, a base para qualquer programa de

manejo é a identificação das pragas primárias e secundárias de cada região. Assim, o

presente trabalho foi conduzido com o objetivo de levantar quais são as espécies de

lagartas desfolhadoras que ocorrem na região e também como a população destas

lagartas varia em função do tempo. O trabalho foi conduzido em quatro áreas

comerciais localizadas no município de Ituporanga-SC. As lagartas foram coletadas

semanalmente a partir dos 20 DAE, com o auxílio do pano de batida vertical. As

mesmas foram acondicionadas em frascos contendo álcool 70% e encaminhadas ao

Laboratório de Entomologia do Instituto Federal Catarinense – Rio do Sul, para a

realização da triagem e identificação. A espécie C. includens foi a espécie mais

frequente na cultura da soja, na região do Alto Vale, seguido por Anticarsia gemmatalis

e Spodoptera spp. O pico populacional das duas espécies mais frequente ocorreu no

início do ciclo reprodutivo, em fevereiro. O levantamento do complexo de lagartas

desfolhadoras servirá como base para a implantação de estratégias de manejo de pragas

na cultura da soja na região.

Palavras chave: Levantamento populacional, lagartas, Chrysodeixis includens, soja.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 12

2.1 A CULTURA DA SOJA ............................................................................... 12

2.2 LAGARTAS DESFOLHADORAS DA CULTURA DA SOJA ................... 13

2.2.1 Complexo Plusiinae ....................................................................................... 14

2.2.1.1 Chrysodeixis includens .................................................................................. 15

2.1.1.1. Rachiplusia nu ............................................................................................... 15

2.2.2 Complexo Spodoptera ................................................................................... 16

2.1.1.2. Spodoptera eridania ....................................................................................... 16

2.1.1.3. Spodoptera cosmioides .................................................................................. 17

2.2.3 Complexo Heliothinae ................................................................................... 17

2.2.4 Anticarsia gemmatalis ................................................................................... 17

2.3 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS ........................................................ 18

3 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................... 19

3.1 ÁREA EXPERIMENTAL ............................................................................. 19

3.2 COLETAS ...................................................................................................... 21

3.3 IDENTIFICAÇÃO ......................................................................................... 21

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 22

5 CONCLUSÃO ............................................................................................... 30

6 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 31

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Localização e data de plantio das respectivas áreas monitoradas de soja

durante as safras 2015/2016 no municípios de Ituporanga – SC. ................................... 19

Tabela 2. Tratamentos fitossanitários nas respectivas áreas monitoradas de soja durante

as safras 2015/2016 no município de Ituporanga – SC. ................................................. 20

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Lado interno das mandíbulas de Chrysodeixis includens (a,c) e Rachiplusia nu

(b,d). ............................................................................................................................... 22

Figura 2. Porcentagem de lagartas desfolhadoras na cultura da soja na região do Alto

Vale do Itajaí – SC, safra 2015/2016. ............................................................................. 23

Figura 3. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, na safra

2015/2016 em Ituporanga - SC. ........................................ Erro! Indicador não definido.

Figura 4. Flutuação populacional total de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, na

safra 2015/2016 em Ituporanga - SC .............................................................................. 27

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1 INTRODUÇÃO

A soja [Glycine max (L.) Merril] pertence à família Fabaceae e é uma das

principais culturas de grãos cultivadas no Brasil ocupando mais de 56% da área

cultivável, sendo importante socialmente e economicamente para as diferentes regiões

de cultivo. No estado de Santa Catarina na safra de 2015/2016, a soja foi cultivada em

630,1 mil hectares, com uma produção total de 2.146,1 mil de toneladas, um incremento

de 11,8% em relação à produção da safra anterior, e um rendimento de 3.406 kg.ha-1

(CONAB 2016).

O Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina, é uma região onde predomina a

produção de culturas anuais, tais como: arroz, fumo, cebola, milho, beterraba, feijão,

mandioca. Porém, atualmente o cultivo da soja vem se destacando na região, pelo fato

de ser uma “commodities” agrícola, e pela necessidade de plantio de uma cultura

alternativa e rentável durante a entressafra das principais culturas, como o fumo e a

cebola. Vale ressaltar que a boa adaptabilidade da soja às condições edafoclimáticas, e o

seu emprego na rotação de culturas, justifica o porquê de muitos produtores optarem

pelo seu cultivo.

No entanto, o cultivo de soja na região do Alto Vale do Itajaí é uma

atividade recente com relação ao resto do estado, assim, não se conhece o complexo de

insetos-pragas existente na região e nem as épocas de ocorrência das mesmas. De

acordo com Bueno et al., (2012), o reconhecimento das pragas e de seus inimigos

naturais, bem como o monitoramento e os níveis de ação, são pontos fundamentais para

a tomada de decisões na condução da lavoura e dos quais dependem o sucesso de um

programa de manejo integrado de pragas.

O complexo de pragas da soja é grande, sendo que a importância de cada

praga varia de acordo com a variedade, região de cultivo, método cultural adotado, etc.

Entre os insetos-praga causadores da desfolha, na cultura da soja, destacam-se os

lepidópteros que na fase larval são responsáveis por danos durante todo ciclo da cultura,

podendo reduzir drasticamente a produtividade devido ao consumo da área foliar, o que

acarreta redução da área fotossintética da planta. As espécies mais importantes

registradas na região Sul do Brasil são: lagarta da soja, [Anticarsia gemmatalis, Hübner,

1818 (Lepidoptera: Noctuidae)] lagarta-das-vagens, [Spodoptera latifascia, Walker,

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1856 (Lepidoptera: Noctuidae)] (HOFFMAN-CAMPO et al., 2000), a broca-das-axilas

da soja, [Epinotia aporema, Wals., 1914 (Lepidoptera:Tortricidae)] lagarta-elasmo,

[Elasmopalpus lignosellus, Zeller, 1848 (Lepidoptera: Pyralidae)] (HOFMANN et al.,,

2012) e as lagartas-falsas-medideiras, [Rachiplusia nu, Guenée, 1852 (Lepidoptera:

Noctuidae)] (SOSA-GÓMEZ et al., 2014) e [Chrysodeixis includens, Walker, 1858

(Lepidoptera: Noctuidae)] (MORAES et al., 1991). No início da safra 2012/13 houve a

observação da incidência da lagarta da espécie, [Helicoverpa armigera, Hübner

(Lepidoptera: Noctuidae)] (SOSA-GÓMEZ et al., 2014), sendo esta, atualmente a

principal praga da cultura da soja nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.

O conhecimento de parâmetros populacionais dos insetos-praga permite que

sejam planejadas estratégias mais econômicas e sustentáveis de controle. Assim, o

presente trabalho tem como objetivo identificar a comunidade de lepidópteros

associados à cultura da soja, ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura, na região

do Alto Vale do Itajaí. Os dados resultantes deste trabalho serão utilizados em

programas de treinamento de agricultores e técnicos sobre implementação do Manejo

Integrado de Pragas da cultura da soja, que consistirá no treinamento para identificação

das pragas e de seus inimigos naturais, do monitoramento destas pragas e do

embasamento técnico para a tomada de decisão de que método de controle utilizar, se

houver necessidade.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 A CULTURA DA SOJA

A soja [Glycine max (L.) Merril] tem como centro de origem a costa leste da

Ásia, principalmente a região da Manchúria, na China (EMBRAPA, 2004). Nos dias

atuais a soja está amplamente distribuída pelo mundo e é bastante distinta das plantas

ancestrais que lhe deram origem. Nos seus primórdios, era uma planta rasteira e a sua

evolução ocorreu por meio de cruzamentos naturais entre espécies de soja selvagem,

quais foram domesticadas e melhoradas por cientistas da antiga China (DALL´AGNOL

et al., 2010).

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Conforme Dall’Agnol et al. (2010) apesar da soja ser conhecida como um

grão e explorada na dieta alimentar do Oriente há mais de cinco mil anos, o Ocidente

ignorou o seu cultivo até os anos de 1920, quando os EUA iniciaram sua exploração

comercial. A primeira referência de produção comercial de soja no Brasil foi em 1941 e

o primeiro registro internacional é de 1949, quando o Brasil foi indicado como produtor

de 25 mil toneladas.

No contexto das grandes culturas produtoras de grãos, a soja foi a que mais

cresceu nas últimas três décadas, tanto no Brasil quanto em nível mundial, sendo assim,

é considerada a oleaginosa mais cultivada e consumida, tornando, a sua cadeia

produtiva extremamente importante para o agronegócio brasileiro e mundial. O Brasil é

o segundo maior produtor mundial de soja em grão e o segundo maior exportador

mundial de soja, em farelo e óleo, garantindo ao país um papel de grande potencial para

o produto (SILVA et al., 2011).

A produção brasileira estimada para a safra 2015/16 foi de 96.905,1 mil

toneladas, representando um incremento de 0,7% em relação à safra anterior. Santa

Catarina teve um aumento de 6,5% de áreas plantadas em relação à safra 2014/15,

sendo assim, 600 mil hectares de área plantada, em 2015, contra os 640 mil hectares

plantados em 2016 (CONAB, 2016).

Nos últimos anos têm ampliado a importância da cultura da soja e o volume

de grãos produzidos, pela incorporação de novas áreas de cultivos nas Regiões Nordeste

e Norte e, principalmente, devido ao ganho em produção por área. Este aumento da

rentabilidade deve-se principalmente à maior adoção de tecnologias da cultura,

destacando-se as cultivares adaptadas às mais diferentes regiões do país.

Segundo o Censo Agropecuário de 2006, realizado e publicado pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2009), Santa Catarina possuía 63,4% de

sua área ocupada por estabelecimentos agropecuários, sendo que destes 69,7%

produziam soja, o que demonstra a importância do cultivo deste grão para os

agricultores do estado.

2.2 LAGARTAS DESFOLHADORAS DA CULTURA DA SOJA

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Apesar da expressiva produção de grãos na cultura da soja, a produtividade

ainda é limitada por diversos fatores bióticos, destacando-se os insetos-praga

desfolhadores, que podem causar danos significativos se não manejados eficientemente.

De acordo com Praça et al., (2006) o desfolhamento compromete o enchimento das

vagens, devido à diminuição da área foliar responsável pela fotossíntese, com

consequente redução da produção de grãos.

Entre os artrópodes que causam desfolha direta, estão as lagartas,

principalmente os noctuídeos, dentro deste, destaca-se a lagarta-da-soja (A.

gemmatalis), por sua abundância e ocorrência frequente em todas as regiões do país.

(HOFFMANN-CAMPO et al., 2012). Porém, na última década lagartas do complexo

Plusiinae, como as falsas-medideiras C. includens e R. nu, tornaram-se uma das

principais pragas da cultura no Brasil, bem como, outras espécies pertencentes ao

complexo de lagartas do gênero Spodoptera, passaram a ter ocorrência de altas

infestações, devido as alterações de manejo das lavouras (BUENO et al., 2010).

As lagartas, dependendo da intensidade de infestação e do estádio

fenológico das plantas, proporcionam um desfolhamento prejudicial à produção, ou

seja, danos acima de 30% de desfolha na fase vegetativa ou 15% a partir do

florescimento (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).

2.2.1 Complexo Plusiinae

As lagartas, pertencentes a subfamília Plusiinae, são comumente

denominadas falsas-medideiras, por se deslocarem como que “medindo palmos”,

devido aos dois pares de pernas abdominais, são de cor verde-clara com listras

longitudinais brancas e pontuações pretas (SOSA-GÓMEZ et al., 2014). Segundo

Moraes et al., (1991) fazem parte do complexo Plusiinae as espécies R. nu e a C.

includens, sendo a última, a mais importante, o autor ainda ressalta, que ambas são

encontradas na região sul do Brasil, porém a última em maior predominância.

O complexo Plusiinae era considerado pragas secundárias, porém, após as

safras de 2000/01 e 2001/02, as mudanças que ocorreram no sistema produtivo da soja

contribuíram para C. includens, ser considerada uma praga-chave em várias regiões

brasileiras (BUENO et al., 2010). Para Sosa-Gómez (2005) aplicações de fungicidas

podem estimular a incidência de maior número de lagartas por supressão de um dos

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inimigos mais importantes das lagartas, o fungo Nomuraea rileyi. Hoffmann-Campo et

al. (2012) reforça o ideal, ao afirmar que o uso de inseticidas, principalmente os não

seletivos como os piretróides em mistura com herbicidas pós-emergentes no sistema de

plantio direto, contribui para o desequilíbrio no agroecossistema da soja, favorecendo

assim o aumento da incidência das lagartas do complexo Plusiinae, pois prejudica o

controle biológico natural.

2.2.1.1 Chrysodeixis includens

A lagarta C. includens foi denominada, até a pouco tempo, como

Pseudoplusia includens. Estas, consomem o parênquima foliar deixando as nervuras,

conferindo aos folíolos um aspecto rendilhado (SOSA-GÓMEZ et al., 2014). Segundo

Bueno et al., (2011) os níveis de desfolha pode variar de 64 cm² a 200 cm².

As lagartas que eclodem são de coloração verde-clara com listras

longitudinais brancas e pontuações pretas, até o estádio larval final chegam a medir 40 a

45 mm, os adultos são mariposas com 35 mm de envergadura de asas dispostas em

forma inclinada, quando, recém emergida, apresenta manchas prateadas brilhantes na

parte central do primeiro par de asas. (SOSA-GÓMEZ et al., 2014).

Conforme Bernardi (2012), a C. includens nos últimos anos, tem se tornado

um sério problema fitossanitário no Brasil, com a ocorrência de vários surtos, de forma

isolada ou associada a A. gemmatalis, esses surtos foram favorecidos, provavelmente,

pelo aumento das pulverizações com fungicidas para o controle da ferrugem-asiática-

da-soja (Phakopsora pachyrhizi). No Brasil, C. includens pode ser encontrada em todas

as regiões produtoras de soja, desde o Rio Grande do Sul até Roraima (MARSARO et

al., 2010).

2.1.1.1. Rachiplusia nu

A R. nu é comumente chamada de lagarta-do-linho e está entre as espécies

de maior ocorrência e importância no Rio Grande do Sul. É polífaga e pode causar

danos severos na cultura da soja (VOGT, 2005). Os danos causados pela R. nu são

semelhantes aos danos da C. includens, atacando principalmente o parênquima e

deixando as nervuras, ocasionando um aspecto rendilhado dos folíolos da soja (SOSA-

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GÓMEZ et al., 2014). Cada lagarta consome em média um total de 1074 mg de folha

durante o desenvolvimento larval (PEREYRA, 1991 apud CLAUDINO, 2014).

As mariposas apresentam asas anteriores com envergadura de 14 mm,

encurvada com coloração castanho-escuro e duas manchas prateadas unidas, ao

contrário da C. includens onde as manchas são separadas (ARTIGAS, 1972 apud

HOFFMANN-CAMPO et al., 2012). O autor ainda ressalta que as lagartas emergidas,

apresentam geralmente corpo de cor verde-intenso com comprimento médio de 27 mm.

A diferenciação entre a R. nu e C. includens é feita observando-se a região

interna da mandíbula, sendo que, a diferenciação usual e feita a campo, através da

coloração das pernas torácias não é confiável (HOFFMANN-CAMPO et al., 2012).

2.2.2 Complexo Spodoptera

O uso abusivo e errôneo de inseticidas tem aumentado o surto de inseto-

pragas que anteriormente eram considerados sem importância econômica, como por

exemplo, o complexo de lagartas do gênero Spodoptera (BUENO et al., 2010).

As espécies Spodoptera eridania Cramer, 1782 e Spodoptera cosmioides,

Walk, 1858 são as mais importantes, entre as demais Spodopteras na cultura da soja,

atacando principalmente na fase reprodutiva (HOFFMANN-CAMPO et al., 2012). Os

autores ainda ressaltam, que além da fase reprodutiva, pode ocorrer ataques em plantas

recém-germinadas e. devido a voracidade, são de extrema importância por consumirem

o dobro de área foliar que as outras espécies de lepidópteros desfolhadores na cultura da

soja.

2.1.1.2. Spodoptera eridania

A mariposa pertencente a espécie S. eridania é de coloração cinzento-clara,

medindo 40 mm de envergadura, as asas anteriores são acinzentadas, com um ponto

preto no centro, já as posteriores, são de coloração esbranquiçadas (GALLO et al.,

2002).

Segundo Santos et al., (2005), cada mariposa pode colocar até 800 ovos e a

postura é realizada em massa de ovos cobertas por escamas provenientes do corpo da

mariposa. O período larval dura em média 18 dias. Em seus primeiros instares as lagartas

são verdes, os outros instares a coloração passa para marrom com um faixa lateral

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longitudinal amarela, qual é interrompida por uma mancha escura no tórax, as mesmas

podem chegar a 35 mm de envergadura (OLIVEIRA, 2014).

2.1.1.3. Spodoptera cosmioides

As mariposas da espécie S. cosmioides medem cerca de 40 mm de

envergadura, as fêmeas possuem coloração parda com desenhos brancos nas asas

anteriores, e as asas posteriores são de coloração esbranquiçada, já os machos

apresentam as asas anteriores amareladas com desenhos escuros, e as asas posteriores

brancas (GALLO et al., 2002).

De acordo com Hoffmann-Campo et al. (2012), as mariposas realizam a

postura em camadas sobrepostas, e podem colocar até 500 ovos. As lagartas emergidas

apresentam variações de cor desde amarelo-claro a preto, com listras ao longo do corpo,

podendo medir 50 mm de comprimento no último instar (SOSA-GÓMEZ et al., 2014).

2.2.3 Complexo Heliothinae

Lagartas da subfamília Heliothinae vem assumindo importância cada vez

maior no sistema produtivo, recentemente na safra 2012/13, foi identificada a presença

da espécie Helicoverpa armigera, até então considerada praga quarentenária no Brasil,

atacando hoje diferentes culturas do sistema de produção (CZEPAK et al., 2013). Ávila

et al. (2013) observou presença de mais duas espécies além da H. armigera, sendo

essas, Heliothis virescens, Fabricius, 1781 a Helicoverpa zea, Boddie, 1850, causando

danos na cultura da soja.

2.2.4 Anticarsia gemmatalis

A lagarta-da-soja A. gemmatalis causa grandes danos à lavoura, que vai

desde o desfolhamento até a destruição completa da planta. As lagartas se alimentam de

folhas jovens e em ataques severos, quando a folhagem é toda removida, atacam outras

partes da planta, como pecíolos e a haste (PRAÇA et al., 2006). O maior consumo das

folhas é realizado por lagartas do quarto ao sexto instar, sendo que cada lagarta

consome de 100 a 120 cm2. Em altas populações, esse inseto pode provocar desfolhas

maior que 30%, causando perdas de produtividade (SOSA-GÓMEZ et al., 2014).

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São insetos de hábitos noturnos e abrigam-se em áreas sombreadas durante

o dia, geralmente entre folhas ou abaixo delas, as mariposas medem cerca de cinco

centímetros de envergadura com coloração variável, parda, cinza, marrom, bege ou azul

(OLIVEIRA, 2014).

Os ovos da lagarta-da-soja são depositados individualmente e apresentam

cor verde-claro, colocando-os principalmente na face abaxial das folhas ou nos pecíolos

e ramos, e três dias depois as lagartas eclodem (SOSA-GÓMEZ et al., 2014).

De acordo com Hoffmann-Campo et al. (2012) a lagarta, com até 10 mm,

apresenta cor verde e quatro pares de pernas abdominais, nesta fase se locomove

“medindo palmos”, e assim, pode ser confundida com as lagartas do complexo

Plusiinae, quando a mesma está com 15 mm, podem apresentar-se com cores verdes ou

escuras e com três linhas brancas longitudinais no dorso.

No Brasil há indícios que este inseto migra das regiões de clima temperado

para regiões com clima subtropical e tropical, pois, segundo Corrêa et al. (1977) apud

Hoffmann-Campo et al. (2012) há populações elevadas do inseto na região do Centro-

Oeste, em meado dezembro, e apenas em fevereiro a março, está presento no Rio

Grande do Sul. Porém a dinâmica populacional, deste inseto, pode variar de região para

região, pela influência da temperatura, presença de plantas hospedeiras e o uso de

fungicidas, qual diminui a população de fungos entomopatogênicos favorecendo o

aumento na população da lagarta-da-soja (HOFFMANN-CAMPO et al., 2012).

2.3 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um sistema que tem como objetivo,

diminuir os impactos ambientais, econômicos e sociais, empregando métodos que

mantém a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar dano

econômico. O MIP baseia-se na premissa que nem todas as espécies de insetos

necessitam de controle e leva em consideração que níveis de infestação e injúria são

toleráveis pelas plantas, sem que ocorra redução econômica da produção final (BUENO

et al., 2010).

Na cultura da soja, o MIP vem sendo empregado desde a década de 1970 e

esta tecnologia tem orientado os agricultores quanto a tomada de decisões de controle

de pragas e na capacidade da cultura em tolerar danos. Para tanto o monitoramento da

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lavoura, a identificação correta das pragas e inimigos naturais, o conhecimento do

estádio de desenvolvimento da planta e dos níveis de ação são importantes componentes

do MIP-Soja (HOFFMAN-CAMPO et al., 2000).

O complexo de pragas de uma determinada cultura pode variar conforme a

técnica de manejo da cultura, à variedade utilizada, as condições edafoclimáticas, o

regime de utilização de agrotóxicos, os inimigos naturais presentes na cultura e as

diferentes culturas cultivadas em determinada região que afeta diretamente o complexo

de pragas, isso, se considerar apenas o número de hospedeiros (pragas monófagas ou

polífagas).

3 MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi conduzido em quatro áreas de cultivo de soja no município de

Ituporanga (região do Alto Vale do Itajaí), Santa Catarina, durante a safra 2015/2016.

3.1 ÁREA EXPERIMENTAL

O levantamento das lagartas desfolhadoras foi realizado durante a safra

agrícola de 2015/2016 e conduzidos em uma área na localidade de Rio do Norte, e em

três áreas na localidade de Rio Batalha, ambas situadas no município de Ituporanga-SC

(região do Alto Vale do Itajaí).

Os dados referentes à localização das áreas experimentais, cultivar, data de

plantio e culturas que antecederam a semeadura da soja são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Localização e data de plantio das respectivas áreas monitoradas de soja

durante as safras 2015/2016 no municípios de Ituporanga – SC.

Área Localização Cultura

Anterior

Data de

Plantio Cultivar

Espaçamento

entre linhas

(m)

Plantas.h

a-1

RN

7 ha

Ituporanga - SC

27°24’7,165’’ S

49°32’32,48’’ O

Cebola 17/12/15

BMX

Potência

(Brasmax)

0,45 350.000

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20

Tabela 1. Localização e data de plantio das respectivas áreas monitoradas de soja

durante as safras 2015/2016 no municípios de Ituporanga – SC (Continuação)

RB2

1,5ha

Ituporanga - SC

27°23’26,48’’ S

49°33’1,09’’ O

Fumo 03/01/16

BMX

Potência

(Brasmax)

0,45 350.000

RB3

1,8ha

Ituporanga - SC

27°23’50,63’’ S

49°33’42,36’’ O

Fumo 03/01/16

BMX

Potência

(Brasmax)

0,45 350.000

O manejo fitossanitário (Tabela 2), ou seja, o controle de plantas daninhas,

doenças e insetos-pragas, foram executados de acordo com as recomendações técnicas

para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e Santa Catarina (EMBRAPA, 2012).

Tabela 2. Tratamentos fitossanitários nas respectivas áreas monitoradas de soja durante

as safras 2015/2016 no município de Ituporanga – SC.

Área Inseticida Herbicida Fungicida

RN

7 ha

Lambda-Cialotrina

(Karate Zeon®)

+

Chlorantraniliprole

(Ampligo®)

Glifosato

(Roundup®)

Propiconazol+Difenoconazol

(Score Flexi®)

+

Trifloxistrobina+Protioconazol

(Fox®)

RB1

1,5 ha

Lufenuron

(Match EC®)

+

Tiametoxam+Lambda-

Cialotrina

(Engeo Pleno®)

Glifosato

(Roundup®)

Tebuconazole

(Rival 200 EC®)

+

Azoxistrobina+Ciproconazol

(Priori Xtra®)

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Tabela 2. Tratamentos fitossanitários nas respectivas áreas monitoradas de soja durante

as safras 2015/2016 no municípios de Ituporanga – SC. (Continuação)

RB2

1,5ha

Lufenuron

(Match EC®)

+

Tiametoxam+Lambda-

Cialotrina

(Engeo Pleno®)

Glifosato

(Roundup®)

Tebuconazole

(Rival 200 EC®)

+

Azoxistrobina+Ciproconazol

(Priori Xtra®)

+

Trifloxistrobina+Protioconazol

(Fox®)

RB3

1,8 há

Lufenuron

(Match EC®)

+

Tiametoxam+Lambda-

Cialotrina

(Engeo Pleno®)

Glifosato

(Roundup®)

Tebuconazole

(Rival 200 EC®)

+

Azoxistrobina+Ciproconazol

(Priori Xtra®)

3.2 COLETAS

As lagartas foram coletadas semanalmente, durante 12 semanas, a partir de

20 DAE (dias após a emergência). Para as coletas utilizou-se o pano de batida

constituído de dois bastões de madeira nas extremidades, ligados entre si por um tecido

branco, com 1 metro de comprimento por 0,5 metro de largura. O pano, devidamente

enrolado e sem sacudir as plantas foi disposto na entrelinha da cultura e estendido sobre

o solo e as plantas das duas fileiras de soja e as plantas foram sacudidas contra a

superfície do pano, a fim de deslocar os insetos-pragas presentes no pano (SOSA-

GÓMEZ et al., 2012).

Foram realizadas 10, 3, 3 e 4 pontos de amostragem, nas áreas RN, RB1,

RB2 e RB3, respectivamente. Para fins de amostragem, foram consideradas apenas

lagartas maiores que 1,5 cm de comprimento. As mesmas foram coletadas, sobre o pano

de batida, e colocadas em frascos contendo álcool 70%. Estes frascos foram enviados ao

Laboratório de Entomologia do Instituto Federal Catarinense – Campus Rio do Sul,

onde realizou-se a triagem dos insetos para posterior identificação e quantificação das

espécies encontradas.

3.3 IDENTIFICAÇÃO

Para a identificação das lagartas pertencentes ao complexo Plusiinae,

primeiramente, selecionou-se apenas lagartas com dois pares de pernas abdominais, em

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seguida, observou-se a região interna da mandíbula (Figura 1) conforme descrito Sosa-

Gómez et al., (2012), considerando a morfologia das mandíbulas das lagartas (figura 1).

Figura 1 Lado interno das mandíbulas de Chrysodeixis includens (a,c) e Rachiplusia nu

(b,d).

Fonte: Lucas Nataniel Wisch

A identificação das espécies de lagartas, excetuando às pertencentes ao

complexo Plusiinae, foi realizado conforme descrito por Soza-Gómez et al. (2010),

Moscard et al. (2012) e Zenker, Specht e Corseui (2013).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As principais espécies de lagartas desfolhadoras que ocorreram na cultura

da soja na safra 2015/2016, nas áreas avaliadas, na região do Alto Vale do Itajaí –

Santa Catarina, foram a Anticarsia gemmatalis, Chrysodeixis includens e lagartas

pertencentes ao complexo Spodoptera, coincidindo com os resultados encontrados por

Cagliari et al., (2011) no estado do Rio Grande do Sul, onde 58% das lagartas

amostradas eram A. gemmatalis, seguida de lagartas da subfamília Plusiinae, com 22%,

e por Spodoptera eridania, com 20%. No presente estudo (Figura 2), o complexo

Plusiinae, representado principalmente pela espécie C. includens, foi responsável pela

incidência de 61% do total de lagartas amostradas, seguida da A. gemmatalis,

representando 36% e por último as espécies do complexo de Spodoptera, representando

3%.

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Figura 2. Porcentagem de lagartas desfolhadoras na cultura da soja na região do Alto

Vale do Itajaí – SC, safra 2015/2016.

A. gemmatalis não foi a espécie mais frequente nas áreas amostradas,

diferindo dos resultados encontrados no Rio Grande do Sul por Cagliari et al., (2011) e

por Moraes et al., (1991). Os referidos autores encontraram como espécie predominante

na região Sul do país a espécie A. gemmatalis, seguida por lagartas da subfamília

Plusiinae e Spodoptera. Resultados semelhantes aos obtidos por Didonet et al., (2003)

na região de Gurupi no estado do Tocantins. No entanto, levantamentos realizados por

Marsaro et al., (2010), no estado de Roraima, as lagartas da subfamília Plusiinae

apresentaram-se com maior frequência, coincidindo com os resultados encontrados na

região do Centro-Sul de Goiás por Oliveira (2014).

Essa variação na frequência de insetos entre as regiões, está relacionada aos

diferentes sistemas de cultivo e de manejo dos insetos-praga, bem como, as condições

edafoclimáticas, que variam de região para região.

As lagartas do gênero Spodoptera ocorreram, em comparação aos demais

grupos de lagartas, em níveis populacionais relativamente baixos representando apenas

3% na safra 2015/2016. Segundo Hoffmann-Campo (2000) a maior ocorrência surgi na

fase reprodutiva da cultura, o que não ocorreu nas áreas levantadas, sendo que houve a

61%

36%

3%

Chrysodeixis includens

Anticarsia gemmatalis

Spodoptera sp

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presença da espécie nos estádios fisiológicos vegetativos, ainda para o autor, as espécies

S. eridania e S. cosmioides predominaram em relação às demais espécies.

Observa-se que a incidência da lagarta C. includens ocorreu em maior

número nos meses de fevereiro e março, diferindo dos resultados obtidos por Moraes et

al. (1991) no estado do Rio Grande do Sul, onde as maiores incidências de C. includens

ocorreram nos meses de dezembro e janeiro. Porém, a implantação da cultura da soja,

na região do Alto Vale do Itajaí, inicia-se nos meses de dezembro e janeiro, depois das

culturas principais, entre as quais destacam-se o fumo e cebola. Assim, a soja é uma

cultura alternativa durante a entressafra, além de ser rentável e utilizada como rotação

de culturas.

Nas áreas RN e RB1 observou-se que os maiores picos populacionais foram

de C. includens, que ocorreram na fase reprodutiva da cultura (Figura 3A, B), diferindo

dos resultados encontrados por Marsaro et al. (2010) no estado de Roraima, onde os

maiores picos de C. includens, foi na fase vegetativa da cultura. Entretanto, os

resultados obtidos coincidem com os resultados de tabulados por Moraes et al. (1991)

para o estado de Rio Grande do Sul, onde, a maior densidade populacional de lagartas

desfolhadoras ocorreu na fase reprodutiva da cultura, fato que pode ser justificado, pela

dificuldade de entrar na lavoura com o pulverizador.

Já os resultados obtidos nas áreas RB2 e RB2 coincidem com Marsaro et al.

(2010) e diferem de Moraes et al. (1991), sendo que os maiores picos populacionais

ocorreram na fase vegetativa. Sendo assim, as populações de lagartas desfolhadoras

podem ser influenciadas por inúmeros fatores, que vão desde a localização da lavoura

até as condições edafo-climáticas da região.

Cabe ressaltar, que as lagartas estavam em baixa densidade populacional,

não ultrapassando 17 lagartas.metro-1, mantendo-se, portanto, sempre abaixo do nível de

controle, que é de 20 lagartas.metro-1 (EMBRAPA, 2006). Possivelmente as baixas

densidades populacionais podem ser justificadas, pela existência de inimigos naturais,

como o fungo branco (Nomuraea rileyi), e de predadores como o percevejo da família

Reduvidae, quais foram observados durante as coletas. Ainda pode-se ressaltar, que as

culturas anteriores como o fumo e a cebola, não são hospedeiras dessas pragas, além, do

cultivo da soja tardio, que foge das condições climáticas que favorecem o surgimento

destes insetos-praga.

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Considerando a população total de lagartas C. includens em comparação

com as demais A. gemmatalis e Spodoptera sp., percebe-se que estas apresentaram as

maiores frequências, resultando em picos populacionais superiores na região do Alto

Vale do Itajaí durante a safra 2015/2016, conforme é possível verificar na Figura 3.

Estes resultados diferem dos encontrados por Moraes et al., (1991), onde constataram

que quando as lagartas desfolhadoras Plusiinae ocorreram simultaneamente com as A.

gemmatalis, sendo que as últimas sempre predominaram. Porém, os resultados

coincidem com os dados obtidos por Marsaro et al. (2010) que a espécie C. includens

predominou sobre a A. gemmatalis, visto que apresentou o maior número de indivíduos

coletados. Neste contexto, fica evidente, que cada região apresenta variações nas

interações que ocorrem na entomo-fauna associada à cultura, fazendo-se necessário o

levantamento das espécies que predominam em cada região, bem como, os picos

populacionais realizando-se assim um adequado controle.

Figura 3. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, na safra

2015/2016 em Ituporanga - SC.

Aplicação de Lambda-Cialotrina (Karate Zeon®)

Chlorantraniliprole (Ampligo®)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

08/jan 16/jan 22/jan 29/jan 05/fev 12/fev 19/fev 26/fev 04/mar 12/mar 18/mar

Laga

rtas

.m-1

Datas das Coletas

RN

Chrysodeixis includens Anticarsia gemmatalis Spodoptera sp

A

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Figura 3. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, na safra

2015/2016 em Ituporanga - SC. (Continuação)

Aplicação de Tiametoxam+Lambda-Cialotrina (Engeo Pleno®)

Aplicação de Tiametoxam+Lambda-Cialotrina (Engeo Pleno®)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

29/jan 05/fev 12/fev 19/fev 26/fev 04/mar 12/mar 18/mar 25/mar 02/abr 09/abr

Laga

rtas

.m-1

Datas das Coletas

RB1

Chrysodeixis includens Anticarsia gemmatalis Spodoptera sp

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

29/jan 05/fev 12/fev 19/fev 26/fev 04/mar 12/mar 18/mar 25/mar 02/abr 09/abr

Laga

rtas

.m-1

Data das Coletas

RB2

Chrysodeixis includens Anticarsia gemmatalis Spodoptera sp

B

C

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Figura 3. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, na safra

2015/2016 em Ituporanga – SC. (Continuação)

Aplicação de Tiametoxam+Lambda-Cialotrina (Engeo Pleno®)

Figura 3. Flutuação populacional total de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, na

safra 2015/2016 em Ituporanga - SC

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

29/jan 05/fev 12/fev 19/fev 26/fev 04/mar 12/mar 18/mar 25/mar 02/abr 09/abr

Laga

rtas

.m-1

Data das Coletas

RB3

Chrysodeixis includens Anticarsia gemmatalis Spodoptera sp

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Laga

rtas

.m-1

Data das Coletas

Chrysodeixis includens Anticarsia gemmatalis Spodoptera sp Total

D

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Na área RN (Figura 3A), a densidade populacional de lagartas C. includens

foi maior que todas as demais lagartas encontradas na área, inclusive em relação a A.

gemmatalis, resultado encontrado por Marsaro et al. (2010). Estas lagartas foram

observadas em maior número na fase reprodutiva. O número médio de C. includens

presente na área, representou 5,54 lagartas.m-1. As lagartas do gênero Spodoptera

mantiveram-se em baixos níveis populacionais até o final do ciclo da cultura, com

infestação oscilando de 0 a 1 lagarta.metro-1.

Na área RB1 (Figura 3B), a densidade populacional de lagartas A.

gemmatalis foi maior que as demais lagartas, principalmente em relação a C. includens,

diferente dos resultados obtidos na área RN. Estas lagartas foram observadas em maior

número na fase vegetativa, onde a maior população ocorreu antes do surgimento de C.

includens, diferente dos dados obtidos por Moraes et al. (1991). O pico de C. includens

presente na área, representou 3 lagartas.m-1. A área RB1 se manteve livre de infestações

de lagartas do complexo Spodoptera.

Na área RB2 (Figura 3C), as espécies predominantes foram C. includens e a

A. gemmatalis. A maior densidade populacional de C. includens, durante todo o ciclo da

cultura, foi de 6 lagartas.m-1, porém, não alcançou-se o nível de controle, entre tanto, os

resultados não impediu a aplicação do inseticida Engeo Pleno® (Tiametoxam 141 g.l-1 +

Lambda-Cialotrina 106 g.l-1) na dose de 150 ml.ha-1, onde o mesmo, foi aplicado

quando a infestação de lagartas era 0 lagartas.m-1, sendo assim, a justificativa da

aplicação foi para o controle de Diabrotica speciosa. A população de A. gemmatalis,

manteve-se abaixo de 5 lagartas.m-1, e o seu pico populacional, ocorre após a infestação

de C. includens, coincidindo com resultados obtidos no estado do Rio Grande do Sul

por Moraes et al., (1991). Assim como na área RB1, a área RB2 se manteve livre de

infestações de lagartas do complexo Spodoptera.

Na área RB3 (Figura 3D), a espécie predominante foi a C. includens,

atingindo um pico de 15 lagartas.m-1, não atingindo o nível de controle. Observa-se que

a maior densidade populacional ocorreu na fase vegetativa. O pico populacional de A.

gemmatalis, foi semelhante ao obtido na área RB1, antes da incidência de C. includens,

porém, não apresentou altos níveis de infestação durante todo o ciclo da cultura, sendo o

maior pico na fase vegetativa e com 4 lagartas.m-1. As espécies do complexo

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Spodoptera foram encontradas em nível baixo, sendo esse, 1 lagarta.m-1 e na fase

reprodutiva coincidindo com os resultados de Sosa-Gómez et al., (2012).

Foi possível observar que as populações de A. gemmatalis mantiveram-se

abaixo no nível de controle que é de 20 lagartas.metro-1 (EMBRAPA, 2006), para todas

as áreas monitoradas na safra 2015/2016, e seus, maiores picos populacionais ocorreram

no final da fase vegetativa e início da fase reprodutiva, e não passaram de 7

lagartas.metro-1 (Figura 3B), resultado bem abaixo dos índices normalmente registrados

para a espécie. Ao comparar a flutuação populacional de A. gemmatalis e de C.

includens na cultura da soja, pode-se observar que a espécie A. gemmatalis é a primeira

a aparecer nos cultivos de soja. Esta observação pode ser constatada nas áreas RB1 e

RB2 (Figuras 3B e 3C) que mostram infestações de A. gemmatalis logo no início do

estádio vegetativo da cultura, apresentando 7 e 4 lagartas.metro-1 respectivamente.

Porém, mesmo com a população de insetos baixa, o produtor inicia

estratégias de controle, pois realiza a aplicação ao observar a presença de lagartas e

qualquer desfolha aparente, ou ainda, aproveita o momento das aplicações de

herbicidas, para fazer aplicações de inseticidas. Isso ficou evidente na área RB1, onde o

produtor aplicou inseticida com níveis baixos da praga. Foi realizado o controle

químico da A. gemmatalis, utilizando Engeo Pleno® (Tiametoxam 141 g.l-1 + Lambda-

Cialotrina 106 g.l-1) na dose de 150 ml.ha-1, reduzindo a população de 7 para 4

lagartas.metro-1 e posteriormente para 0 lagarta.metro-1 (Figura 3B), devido à alta

persistência do produto no meio ambiente. Observou-se nos monitoramentos seguintes

um aumento populacional de A. gemmatalis atingindo até 4 lagartas.metro-1 isso se

deve, provavelmente, a eclosão dos ovos já instalados na área.

Para a safra avaliada, as lagartas do gênero Spodoptera apresentaram

pequenos picos populacionais de 1 lagarta.metro-1, com destaque na área RN (Figuras

3A). As espécies do complexo Spodoptera são comumente encontradas no final de

enchimento de grãos até a fase de senescência da cultura (SOSA-GÓMEZ et al., 2012),

o que não coincidiu com os resultados obtidos, quais os picos apresentaram-se durante

todo o ciclo da cultura, desde os estádios vegetativos até os reprodutivos.

A realização de levantamento de insetos-pragas e o estudo da flutuação

populacional destes é importante considerando que o complexo de insetos-pragas varia

de acordo com as condições climáticas, sistemas de produção adotados, histórico de

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plantio na área, entre outros fatores. Sendo assim, estes estudos subsidiam a

implementação de um programa de manejo integrado de pragas. Na realização deste

trabalho, apesar de ter sido realizado durante apenas uma safra, ficou evidenciado que

os agricultores não conhecem as pragas que atacam suas culturas e, consequentemente,

não conhecem também as medidas de controle que existem para controlar estas pragas,

a não ser o controle químico, que é utilizado de forma inadequada, com populações de

pragas abaixo do nível de controle, o que, além de aumentar o custo da produção,

resulta em maiores danos às populações de inimigos naturais e de contaminação do

ambiente.

5 CONCLUSÃO

A lagarta C. includens é a espécie mais frequente na cultura da soja, na

região do Alto Vale do Itajaí, representando 61%.

A flutuação populacional de A. gemmatalis apresentou picos populacionais

baixos, sendo que, o maior pico populacional representou 7 lagartas.m-1.

As lagartas pertencentes ao complexo Spodoptera foram menos expressivas,

representando 3% do total das lagartas coletadas.

O pico populacional das lagartas desfolhadoras na soja ocorreu no início da

fase reprodutiva da cultura.

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6 REFERÊNCIAS

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em: 30 maio. 2016.

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São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Quieroz”, São Paulo, 2012.

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