daniel sua vida e profecias

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As profecias de Daniel.

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DANIEL SUA VIDA E PROFECIAS Ezequiel Camilo da Silva

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DANIEL SUA VIDA E PROFECIAS Ezequiel Camilo da Silva

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DANIEL SUA VIDA E PROFECIAS Ezequiel Camilo da Silva

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DANIEL

SUA VIDA

E PROFECIAS

Ezequiel Camilo da Silva

DANIEL SUA VIDA E PROFECIAS Ezequiel Camilo da Silva

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FICHA TÉCNICA

CAPA: Foto em miniatura da escultura do profeta Daniel feita por Aleijadinho

DIREITOS AUTORAIS: Os textos que descrevem as biografias estão devidamente identificados com suas respectivas fontes em notas de rodapé e na bibliografia no final da obra.

FOTOS: As fotos que ilustram os subtemas estão identificadas ou estão disponíveis na Internet como domínio público.

© Ezequiel Camilo da Silva

© Copyright 2013 – Louveira – São Paulo – Brasil

E-MAIL: [email protected]

© Bubok Publishing S.L., 2013

1ª edição

ISBN:

Impresso em Portugal / Printed in PortugalImpresso por Bubok Publishing

Tipologia – Fonte: Verdana - corpo 12

DANIEL SUA VIDA E PROFECIAS Ezequiel Camilo da Silva

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AUTOR

Ezequiel Camilo da Silva - é natural de Tupã – Iacrí - Estado de São Paulo, professor graduado pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e Mestre em História, autor do livro “A Conquista da Amazônia”, “Que País é Esse?” e de vários projetos voltados para a área de Educação Ambiental, Ecologia, Turismo e Preservação da Natureza. Atualmente vem dedicando a pesquisas sobre temas bíblicos, direcionados a historiografia e a arqueologia bíblica. Tem ainda algumas dezenas de livros publicados em e-books através da INTERNET pela Livraria Bubok – Portugal, entre os quais: “Os Povos Bíblicos”,

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“Arqueologia Bíblica e As grandes Descobertas”, “Uma Jornada no Livro de Jó”, “O Bom Samaritano”, “Poemas e Poesias”, “A Montanha”, “A Grande Mentira”, “Fugindo e Viajando com Jonas”, “Estou Aposentado e Agora?”, “Ser Escritor. . . Um Sonho”, “Mulheres Bíblicas”, “Dicionário Brasileiro de Nomes”, “Brasáfrica”, “Viagem a Manaus – Impressões”, “Sonhos & Desejos”, “Viver com Esperança”, “Superando Fracassos e Frustrações”, “A Bíblia Entre os Dois Testamentos”, “Viagens e Aventuras”, “Apóstolo Paulo”, “Rei Manassés”, “Viagem à Belém e a Ilha de Marajó”, “Ser Escritor. . . Um Pesadêlo”. “Aconteceu no Colégio IAE”, “ISAÍAS PROFETA E POETA”, “O REI JOSIAS”, “MOISÉS”,“OS BÍBLICOS E CRUÉIS ASSÍRIOS”, “AOS MEUS AMIGOS ESPECIAIS”, “OS ROMANOS E A BÍBLIA”, “SÓ DEUS SABE!”, “OS FILÓSOFOS DA ANTIGA GRÉCIA” “OS FENÍCIOS NA BÍBLIA”, “OS GREGOS E A BÍBLIA”, “A BÍBLIA OS SUMÉRIOS CALDEUS E BABILÔNIOS”, “A BÍBLIA E OS PERSAS - Rainha Ester”, “O FIM DO MUNDO”, “A PROSTITUIÇÃO NO CONTEXTO BÍBLICO”, “APRENDENDO COM A CEGUEIRA”, “A EXPANSÃO URBANA DA CIDADE DE SÃO PAULO”, “PEQUENO DICIONÁRIO DE UM INCONFORMADO”, “COMO DERROTAR O EU", “O EGITO E A BÍBLIA”, “MEDO”, “SANSÃO E DALILA - Os Temíveis Filisteus”, “AVENTURAS NA ÁFRICA DO SUL E AUSTRÁLIA”, “QUEM É QUEM NA ARQUEOLOGIA BÍBLICA?”, “TEMPOS DE QUARTEL”, “REI MANASSÉS”, “ISRAEL "O ESTRANHO REINO DO NORTE", “O PODER DA ORAÇÃO E O - PAI NOSSO", “O POVO DE DEUS”

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SUMÁRIO

1 – APRESENTAÇÃO ........................... 9 2 - DANIEL BIOGRAFIA RESUMO HISTÓRICO ..................................... 13 3 - O CATIVEIRO BABILÔNICO E A ENTRADA EM BABILÔNIA .................. 21 4 - O LIVRO DE DANIEL .................... 23

5 - DANIEL NO CONTEXTO HISTÓRICO 25

6 - AS CAMPANHAS CONTRA OS REINOS DE CANAÃ E A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM E DO TEMPLO ................. 29

7 - A ORAÇÃO INTERSESSÓRIA DE DANIEL ......................................... 39

8 - A ORGANIZAÇÃO DO LIVRO DE DANIEL .......................................... 47

9 - ACHADOS ARQUEOLÓGICOS MANUSCRITOS DO MAR MORTO ......... 49

10 - PROFECIAS DE DANIEL PREVIRAM OS GRANDES IMPÉRIOS ................... 83

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11 - VISÃO DO CONTEXTO NARRADO COMO SÍMBOLO? ............................. 91

12 – ISAAC NEWTON E AS PROFECIAS DE DANIEL ........................................ 119

13 - CONCLUSÃO .......................... 129

14 – BIBLIOGRAFIA ........................ 131

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1 – APRESENTAÇÃO

O jovem Daniel participou do seleto grupo da nação judaica que foi levado cativo para a Babilônia. Nabucodonosor era um rei que aparentava possuir uma visão futurista para sua época, mas como era muito culto e bem informado, sabia que, aquele grupo de judeus que tinham sido levados como cativos, eram em última análise um povo que possuía suas origens na Mesopotâmia, exatamente sendo oriundo da cidade de Ur, da parte do Patriarca Abraão. Vejamos um pouco desta história, aqueles judeus eram descendentes diretos do patriarca Abraão, um cidadão da Cidade de Ur da Caldéia como era denominada a antiga terra dos sumérios, que deu origem aos babilônios. Sendo assim, o povo de Judá eram também os parentes dispersos e distantes do Rei Nabucodonosor.

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Por este ângulo de observar esta história, conclui se também que o rei Nabucodonosor estava trazendo de volta ou resgatando para a Babilônia, um povo muito especial que teve suas mesmas origens. Por causa disto, alguns historiadores insinuam que o monarca babilônico cuidou dos cativos do reino de Judá com certa parcimônia, tratando–os até como hospedes. Foi assim com a família do Rei Joaquim que foi retirado da prisão e passou a comer junto à mesa do rei. Se atentarmos para os relatos desta história observa se que os jovens Daniel e seus três companheiros também tiveram um atendimento somente dispensados àqueles que eram considerados como respeitáveis hóspedes da parte do rei e sua corte. Deve se também levar em conta que o rei havia adotado uma política cultural administrativa que aproveitava todos os sábios das nações conquistadas para servirem o rei na corte do palácio real.

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Todavia, aquelas pessoas que pertenciam ao povo de Judá que estavam sendo levados cativos, era o pior que poderia acontecer para esta nação. Tinham perdido sua liberdade, sua bela e amada cidade havia sido destruída e agora estavam numa situação de medo, incertezas, porém conscientes de que eles haviam praticado atos que eram reprovados por Deus. Os profetas haviam advertido o povo, para que sentissem o cativeiro, para que fosse visto como uma consequência da desobediência aos mandamentos divinos. Entretanto, para este povo que foi obrigado a realizar esta longa e penosa viagem rumo ao cativeiro em Babilônia, havia apenas uma promessa que eles voltariam para Jerusalém que seria reedificada juntamente com o templo. Esta promessa profética alimentava a esperança daqueles que foram levados para Babilônia.

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Iノ┌ゲデヴ;N?ラ S; さEミIキIノラヮYSキ; CラミエWIWヴざ マラゲデヴ; ラゲ テ┌SW┌ゲ

sendo conduzido ao cativeiro pelos soldados caldeus.

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2 - DANIEL BIOGRAFIA RESUMO HISTÓRICO

Daniel (em hebraico: ʬ ʒʠ ʑ̞ʰ ʕː ) é um dos considerados profetas menores, que escreveu um dos livros mais importantes no qual contém as profecias que revelam os acontecimentos futuros. Este livro que tem o próprio nome do profeta e compõe os livros do Antigo Testamento. Os relatos que registram os fatos importantes de sua vida, com seus sonhos e visões, estão contidos neste livro junto com as profecias, fazem parte da Bíblia e no Livro de Daniel que é também de sua autoria.

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O significado do seu nome é "Aquele que é julgado por Deus" ou "Deus assim julgou", ou ainda, "Deus é meu juiz" Na narrativa, quando Daniel era ainda um jovem, ele foi levado ao cativeiro babilônico junto do povo de Judá, quando o Reino de Judá foi dominado pelos caldeus e a cidade de Jerusalém com seu templo, foram logo depois destruídos. Em Babilônia, Daniel foi viver no palácio real e recebeu uma educação e instrução referente ao pensamento caldeu, porém não se desviou de sua formação judaica que estava fundamentada nos princípios das leis e orientações de sua nação. No entanto, nunca se deixou ser dominado pelas crenças babilônicas e nem se envolveu aos costumes neobabilônicos. Pela Sabedoria Divina e a fidelidade ao Senhor Deus, ele interpretou os sonhos e visões de reis, tornando-se uma figura notável e respeitada como um proeminente personagem naquela corte da Babilônia.

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Eventualmente, quando recebeu as visões que apontavam para os acontecimentos futuros, denominadas de apocalípticas. Os relatos de seu livro trazem as interpretações, descrevendo os futuros acontecimentos que iriam ocorrer com os quatro grandes reinos. Daniel relata no início de seu livro o episódio em que estiveram envolvidos seus três amigos e companheiros que foram atirados numa fornalha ardente por não se curvarem a uma estátua erguida em homenagem ao rei. Neste extraordinário acontecimento houve um grande milagre, seus companheiros saíram ilesos apesar de serem jogados numa fornalha que teria sido aquecida sete vezes mais, são impressionantes os relatos que estão em nota de rodapé.1 1 - E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus

deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.

Então Nabucodonosor se encheu de furor, e mudou-se o

aspecto do seu semblante contra Sadraque, Mesaque e

Abednego; falou, e ordenou que a fornalha se aquecesse sete

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vezes mais do que se costumava aquecer. E ordenou aos

homens mais poderosos, que estavam no seu exército, que

atassem a Sadraque, Mesaque e Abednego, para lançá-los na

fornalha de fogo ardente. Então estes homens foram atados,

vestidos com as suas capas, suas túnicas, e seus chapéus, e

demais roupas, e foram lançados dentro da fornalha de fogo

ardente. E, porque a palavra do rei era urgente, e a fornalha

estava sobremaneira quente, a chama do fogo matou aqueles

homens que carregaram a Sadraque, Mesaque, e Abednego. E

estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abednego, caíram

atados dentro da fornalha de fogo ardente. Então o rei

Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa; falou,

dizendo aos seus conselheiros: Não lançamos nós, dentro do

fogo, três homens atados? Responderam e disseram ao rei: É

verdade, ó rei. Respondeu, dizendo: Eu, porém, vejo quatro

homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem

sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante ao

Filho de Deus. Então chegando-se Nabucodonosor à porta da

fornalha de fogo ardente, falou, dizendo: Sadraque, Mesaque e

Abednego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Então

Sadraque, Mesaque e Abednego saíram do meio do fogo. E

reuniram-se os príncipes, os capitães, os governadores e os

conselheiros do rei e, contemplando estes homens, viram que

o fogo não tinha tido poder algum sobre os seus corpos; nem

um só cabelo da sua cabeça se tinha queimado, nem as suas

capas se mudaram, nem cheiro de fogo tinha passado sobre

eles. Falou Nabucodonosor, dizendo: Bendito seja o Deus de

Sadraque, Mesaque e Abednego, que enviou o seu anjo, e

livrou os seus servos, que confiaram nele, pois violaram a

palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que

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Estes amigos e companheiros eram: Ananias, Misael e Azarias, porém, estes nomes na língua dos caldeus eram: (Sadraque, Mesaque e Abednego). Anos mais tarde, Daniel foi chamado ao palácio para fazer a interpretação da escrita que uma mão misteriosa realizava, esta mão apareceu subitamente e escrevia frases na parede do palácio real, na noite em o rei Belsazar2 celebrava uma grande festa com suas mulheres. Outro fato marcante sem dúvidas ocorreu quando Daniel foi injustamente lançado na cova dos leões, acusado por seus colegas que eram também ministros do palácio real, de haver traído o rei. não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o seu

Deus. Por mim, pois, é feito um decreto, pelo qual todo o

povo, e nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de

Sadraque, Mesaque e Abednego, seja despedaçado, e as suas

casas sejam feitas um monturo; porquanto não há outro Deus

que possa livrar como este. Então o rei fez prosperar a

Sadraque, Mesaque e Abednego, na província de babilônia.

Daniel 3:18-30

2 - De acordo com os relatos e as pesquisas Belsazar era neto

de Nabucodonosor.

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Sucedeu claramente uma conspiração que foi tramada no interior do palácio pelos outros ministros que sentiam inveja de Daniel, por isso, tentaram armar uma cilada com o propósito de eliminar Daniel. Milagrosamente foi salvo e nestes momentos de livramento, o rei fez questão de colocar nesta mesma cova infestada por estas feras, os seus acusadores junto com suas famílias, todos foram devorados pelos leões.3

3 - Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Daniel na cova dos leões.

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Profeta Daniel に Escultura de Aleijadinho em pedra

sabão に Congonhas do Campo - MG

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3 - O CATIVEIRO BABILÔNICO E A ENTRADA EM BABILÔNIA

No terceiro ano de Jeoaquim como rei de Judá, o rei Nabucodonosor, da Babilônia, atacou Jerusalém, e os seus soldados cercaram a cidade. Nabucodonosor conquistou cidade e pilhou objetos de valor que estavam no Templo de Jerusalém. O soberano caldeu levou esses objetos para a Babilônia e mandou colocá-los no templo do seu deus, na sala do tesouro. O rei Nabucodonosor chamou Aspenaz, o chefe dos serviços do palácio, e mandou que escolhesse entre os prisioneiros israelitas alguns jovens da família do rei e também das famílias nobres.

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Todos eles deviam ter boa aparência e não ter nenhum defeito físico; deviam ser inteligentes, instruídos e ser capazes de servir no palácio. E precisariam aprender a língua e estudar os escritos dos babilônios. Entre os que foram escolhidos estavam Daniel, Ananias, Misael e Azarias, todos da tribo de Judá. Aspenaz lhes deu outros nomes babilônicos, isto é, Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego respectivamente. Daniel ficou no palácio real até o ano em que o rei Ciro começou a governar a Babilônia. Ele sempre foi respeitado, até mesmo pelos governantes, por sua sabedoria. Não existem registros da data e circunstâncias de sua morte. Mas, ele possivelmente teria morrido em Susã, com oitenta e cinco anos, local no atual Irã, onde existe uma provável tumba na qual estaria seu corpo, este lugar é conhecido como ‘'Shush-Daniel’'.

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4 - O LIVRO DE DANIEL

Daniel como profeta e servo de Deus, desde sua juventude a partir do momento que chegou a Babilônia como cativo, pertenceu a um grupo especial de jovens previamente selecionados pela sua inteligência capacidade e preparo. Atuou como ministro quase toda sua vida nas cortes da Babilônia e também nas cortes dos reis persas. Escreveu um dos mais importantes livros proféticos do Antigo Testamento da Bíblia. No entanto, há uma diferença na edição considerada bíblica canônica com a edição denominada vulgata latina na qual estão inclusos os livros apócrifos. Nessa edição específica além dos livros apócrifos há no livro de Daniel alguns capítulos a mais, inclusive a história de Suzana.

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Nestas duas edições, O livro recebeu seu nome, no qual Daniel foi o principal protagonista. Assim era a tradição, isto ocorreu com os autores, que foram os principais profetas escritores de vários livros do Antigo Testamento recebem o nome de cada um do seu principal personagem, como título, como por exemplo, os livros de Josué, Samuel, Ester, Jó e outros. Todavia, tal título não indica necessariamente que essa pessoa foi a autora do livro. No caso do Livro de Daniel além de protagonista ele foi o provável autor do Livro.

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5 - DANIEL NO CONTEXTO HISTÓRICO

O Livro de Daniel contém os registros de importantes acontecimentos históricos da vida de Daniel e de seus três amigos, que eram do reino de Judá, que foram deportados e que estava ao serviço da corte no palácio de Nabucodonosor, o rei da Babilônia. Neste período ocorreu a visão de Nabucodonosor, que havia esquecido e ficou demasiadamente perturbado, então, não havia na corte palaciana da Babilônia nenhum sábio que tivesse a capacidade de adivinhar esta visão e interpretá-la. Os relatos, dessa visão profética do rei Nabucodonosor, estão e seu livro, foi interpretado por Daniel, após receber revelação divina, era o mesmo sonho que o rei tivera; assim Daniel também recebeu a sua orientação.

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O livro sendo escrito na Babilônia durante o cativeiro, e pouco depois dele, não tinha o propósito de proporcionar uma história cativeiro judaico nem uma biografia de Daniel. O livro faz a narrativa dos principais e importantes e principais fatos da vida deste homem que se destacou como grande conselheiro e ministro no palácio real. Seus escritos foram copilados pelos escribas e mais tarde pelos essênios, com a confirmação destes escritos que encontrados na grande descoberto junto com outros manuscritos nas cavernas junto às margens do Mar Morto. No início do seu livro, o profeta Daniel apresenta uma breve informação a respeito da razão pela qual ele se achava ao serviço do rei de Babilônia (Daniel 1). Depois de terem sido levados para Babilônia no primeiro cativeiro no ano 605 a.C., durante a primeira campanha do rei Nabucodonosor contra Síria, Daniel e outros príncipes de sangue real foram

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escolhidos para serem preparados para prestarem serviços no palácio real. Os primeiros 19 anos da permanência de Daniel em Babilônia compreenderam os últimos anos da existência do reino de Judá, desde quando este reino já estava subjugado por Babilônia. A inútil política anti babilônica praticada pelos últimos reis de Judá, trouxe resultados nefastos ao reino, apenas atraiu catástrofe atrás de catástrofe sobre a nação judaica. Foi durante o reinado do rei Jeoaquim, que o jovem Daniel tinha sido levado cativo, permaneceu leal a Babilônia durante apenas alguns anos. No entanto, tempos mais tarde cedeu à influência da política dos partidários pró-egípcios que atuavam no reino de Judá, então também se rebelou. Esta atitude contrária aos interesses babilônicos provocou a ira do rei Nabucodonosor que enviou outra força

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militar para punir mais uma vez a rebeldia deste reino. O país sofreu invasões militares; seus cidadãos perderam a liberdade e foram levados para o cativeiro, e o rei perdeu a vida. O resultado foi a prisão da família real que foi levada como cativos para a Babilônia, deixando no lugar outro rei no seu lugar que deveria ser fiel aos caldeus.

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6 - AS CAMPANHAS CONTRA OS REINOS DE CANAÃ E A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM E DO TEMPLO Joaquim, seu filho e sucessor, depois de um breve reinado de apenas três meses, viu a volta dos exércitos babilônicos para castigar a deslealdade dos judeus. Junto com milhares dos principais cidadãos de Judá, foi levado cativo no ano 587 a.C. Seu sucessor, o rei Zedequias, no início, evidentemente tratou de permanecer leal a Babilônia.

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No entanto, devido a sua debilidade e vacilação não pôde resistir durante muito tempo às propostas do Egito e os sentimentos de ódio contra os babilônicos que permeavam entre de seus principais conselheiros. Como resultado disto, Nabucodonosor já cansado das repetidas revoltas dos reinos de Canaã, decidiu definitivamente por um fim com estes pequenos reinos e também com o reino de Judá. Durante dois anos e meio os exércitos da Babilônia assolaram Canaã e o reino de Judá, tomaram e destruíram as cidades, inclusive Jerusalém com seu templo e seus palácios, e levaram cativos à maioria dos habitantes de Judá, isto ocorreu no ano 586 a.C.

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5 - DANIEL PERMANECEU COMO UM FIEL SERVO DO REI DA BABILÔNIA

Daniel esteve na Babilônia durante esses dias agitados. Sem dúvida viu os exércitos babilônicos que se punham em marcha para levar a cabo suas campanhas contra o Reino de Judá. Ele foi testemunha de seu regresso vitorioso e da chegada dos cativos judeus. Entre os cativos esteve o jovem rei Joaquim com sua família (II Reis 24:10-16), e mais tarde o rei Zedequias, a quem tinham arrancado os olhos (II Reis 25:7). Durante esses anos Daniel deve ter estado inteirado da agitação política que existia entre os judeus deportados, que fez com que o rei mandasse queimar vivos a alguns dos principais instigadores.

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Foi esta agitação a que impulsionou a Jeremias a enviar uma carta a seus compatriotas exilados na que os aconselhava a levar uma vida de obediência aos caldeus e suas leis na Babilônia (Jeremias 29). Durante esses anos Daniel e seus três amigos cumpriram lealmente e sem alardes seus deveres como servidores públicos do rei e súditos do reino. Depois de sua esmerada instrução, chegaram a ser membros de um grupo seleto chamados de sábios. Aqueles que serviram ao rei Nabucodonosor no palácio como conselheiro. Foi então quando Daniel teve excepcional oportunidade de explicar a Nabucodonosor o sonho dos impérios futuros. Como resultado Daniel foi nomeado para um cargo importante, que aparentemente reteve durante muitos anos. Esse cargo lhe deu a oportunidade de fazer que o rei conhecesse o poder do

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Deus do céu e da terra, a quem serviam Daniel e seus amigos. Não se sabe quanto tempo exatamente permaneceu Daniel nesse importante cargo. Aparentemente, se houve algum registro, foram perdidos antes do ano 570 a.C. já que seu nome não se encontra no "Almanaque da Corte e o Estado", escrito em cuneiforme, que contém a lista dos principais servidores públicos do governo de Nabucodonosor nesse tempo. Não foram encontrados outros documentos ou "Almanaques da Corte e o Estado" que sejam do tempo do reinado de Nabucodonosor. Na verdade, não há registros mencionando Daniel em nenhum documento extra bíblico daquela época. A ausência do nome de Daniel neste documento não é estranha, já que não sabemos quanto tempo permaneceu Daniel desempenhando um cargo público.

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Todavia são mencionados no Livro de Daniel quatro acontecimentos principais do reinado de Nabucodonosor, em três desses aparece a figura de Daniel: Contudo isto se encontra mencionados no Livro de Daniel, a educação dos príncipes judeus durante os três primeiros anos de seu reinado, o que inclui no ano ascensional. A interpretação do sonho de Nabucodonosor no segundo ano do reinado do monarca. A grande cerimônia realizada com a dedicação da imagem na Planície de Dura e a libertação extraordinária dos amigos de Daniel, que ocorreu num ano não especificado. A interpretação do sonho de Nabucodonosor realizada por Daniel, quem anunciou que o rei perderia a razão durante sete anos, iria viver entres os animais do campo.

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Este estranho acontecimento, possivelmente tenha desenrolado durante os últimos anos de vida deste monarca.4 Nada consta nos relatos sobre as atividades de Daniel durante os anos quando Nabucodonosor esteve incapacitado.

4 - Ao fim de doze meses, quando passeava no palácio real de

babilônia, Falou o rei, dizendo: Não é esta a grande babilônia

que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e

para glória da minha magnificência?Ainda estava a palavra na

boca do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei

Nabucodonosor: Passou de ti o reino. E serás tirado dentre os

homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-

ão comer erva como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre

ti, até que conheças que o Altíssimo domina sobre o reino dos

homens, e o dá a quem quer. Na mesma hora se cumpriu a

palavra sobre Nabucodonosor, e foi tirado dentre os homens, e

comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho

do céu, até que lhe cresceu pelo, como as penas da águia, e as

suas unhas como as das aves. Mas ao fim daqueles dias eu,

Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a

vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei e

glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é um

domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em geração.

Daniel 4:29-34

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Também não sabemos o que fez Daniel depois de que o rei recobrou suas faculdades e seu trono, ou se prestou serviços durante os reinados dos reis posteriores: Amel-Marduk, Nergal-sar-usur, Labasi-Marduk, e Nabonido. No entanto, ele pode ver a decadência moral e a corrupção do poderoso império de Nabucodonosor, governado por reis rebeldes e de caráter duvidoso que tinham assassinado a seus predecessores. Daniel também deve ter observado com sumo interesse o rápido crescimento do rei Ciro de Pérsia no oriente, já que o nome 'Ciro' tinha sido mencionado na profecia como libertador de Israel (Isaías 44:28; 45:1).5

5 - Que digo de Ciro: É meu pastor, e cumprirá tudo o que me

apraz, dizendo também a Jerusalém: Tu serás edificada; e ao

templo: Tu serás fundado. Isaías 44:28 Assim diz o SENHOR ao

seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater

as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis,

para abrir diante dele as portas, e as portas não se

fecharão.Isaías 45:1

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É também possível que no ano 553 a.c. Daniel visse a Nabonido nomear a seu filho Belsazar como rei da Babilônia enquanto Nabonido ia à conquista de Tema, na Arábia. Foi durante os três primeiros anos do reinado de Belsazar que Daniel recebeu grandes visões (Daniel 7-8), e o profeta Daniel que até então tinha sido conhecido só como intérprete de sonhos e visões se transformou num dos grandes profetas de todos os tempos.. Os babilônios pediram novamente os serviços de Daniel durante a noite da queda de Babilônia no ano 539 a.C., para que lesse e interpretasse a escritura fatal no muro da sala de banquetes de Belsazar. Depois de que os Persas se apoderaram da Babilônia e de seu império, os novos governadores aproveitaram dos talentos e da experiência do ancião como grande conhecedor e fiel conselheiro da geração passada. Outra vez Daniel chegou a ser o principal conselheiro daquele império.

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Foi ele quem mostrou ao rei as profecias de Isaías, as quais influíram sobre o monarca persa para que promulgasse Declaração de Ciro, o decreto que terminava com o cativeiro dos judeus e lhes dava novamente uma pátria com a reconstrução de sua capital e seu templo. Durante esta última parte da atuação nas cortes palacianas de Daniel houve um atentado contra sua vida, promovido pela inveja de outros conselheiros que não aceitavam os sucessos de Daniel na corte real. Todavia, houve a pronta intervenção do Senhor e de forma maravilhosa e milagrosa, seu servo foi salvo das garras dos leões. (Daniel 6). Ademais recebeu outras visões importantes durante estes últimos anos de sua vida, primeiro durante o reinado de Dario o Medo e depois durante o de Ciro que estão registrados nos capítulos do Livro de Daniel 10, 11 e 12.

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7 - A ORAÇÃO INTERSESSÓRIA DE DANIEL

No cativeiro babilônico, Daniel expressou seu amor e dedicação ao seu povo. Durante toda sua vida demonstrara ser íntegro, fiel e obediente a ao Senhor Deus. Daniel conhecia bem a história do seu povo e sabia que aquela situação de difícil em que se encontravam era a consequência dos pecados que o povo havia praticado. Mesmo tendo a consciência de que ele não era individualmente o culpado por aquela situação de opressão e falta de liberdade; Daniel orou fervorosamente a Deus e de imediato foi atendido, quando o anjo Gabriel apareceu para confortá-lo e revelar mais acontecimentos futuros. O profeta teve uma extraordinária experiência e o privilégio de ouvir o anjo

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Gabriel enviado por Deus que afirmou sendo o profeta uma pessoa muito amada por Deus. No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus, No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos. E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza. E orei ao SENHOR meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; Pecamos, e cometemos iniqüidades, e procedemos impiamente, e fomos

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rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos; E não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, como também a todo o povo da terra. A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel, aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas rebeliões que cometeram contra ti. O Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque pecamos contra ti. Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia, e o perdão; pois nos rebelamos contra ele, E não obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas suas

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leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas. Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se para não obedecer à tua voz; por isso a maldição e o juramento, que estão escritos na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós; porque pecamos contra ele. E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito em Jerusalém. Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não suplicamos à face do SENHOR nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniqüidades, e para nos aplicarmos à tua verdade. Por isso o SENHOR vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; porque justo é o SENHOR, nosso Deus, em

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todas as suas obras, que fez, pois não obedecemos à sua voz. Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e ganhaste para ti nome, como hoje se vê; temos pecado, temos procedido impiamente. O Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porque por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós. Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor. Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome,

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porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias. O Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome. Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do SENHOR, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus, Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde. Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido.

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No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão. Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.

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E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador. Daniel 9:1-27

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8 - A ORGANIZAÇÃO DO LIVRO DE DANIEL

O livro se divide em duas partes fáceis de distinguir. A primeira (Capítulos 1 a 6) é principalmente histórica. A segunda (Capítulos 7 a 12) tem seus textos fundamentados em previsões proféticas. Apesar disto o livro constitui uma unidade literária. Para defender tal unidade podem apresentar-se os seguintes argumentos: As diferentes partes do livro estão mutuamente relacionadas entre si. Nota se que poderá compreender o uso dos copos do templo no banquete de Belsazar se for levado em conta como chegaram a Babilônia (Daniel 5:3; 1:1-2). A parte histórica contém uma profecia (Daniel 2) estreitamente relacionada com o tema das profecias que se encontram na última parte do livro (Daniel 7 a 12). O capítulo 7 amplia o tema tratado no capítulo 2. Há também uma relação evidente entre elementos históricos e proféticos.

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A seção histórica (Daniel 1 a 6) constitui uma narração do trato de Deus com uma nação, Babilônia, e o papel desta no plano divino. Este relato tem o propósito de ilustrar a forma em que Deus trata a todas as nações. A semelhança do que ocorreu com Babilônia, cada um dos impérios mundiais sucessivos que se descrevem graficamente na parte profética do livro, recebeu uma oportunidade de conhecer a vontade divina e de cooperar com ela, e cada um teria de ser medido pela fidelidade com que cumpriu o propósito divino. Desta maneira o surgimento e a queda das nações representadas na parte profética devem compreender-se dentro do marco dos princípios expostos na parte histórica, vistos em ação no caso da Babilônia. Este fato converte às duas seções do livro numa unidade e mostrando o papel desempenhado por cada um dos impérios mundiais.

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9 - ACHADOS ARQUEOLÓGICOS MANUSCRITOS DO MAR MORTO

Cavernas de Qumran.

Na primeira gruta de Qumran existiam três fragmentos do Livro de Daniel, os quais foram publicados por D. Barthélemy e J. T. Milik, em Discoveries in the Judaean Desert I: Qumran Cave I (Descobertas no deserto da Judéia l: Caverna 1 de Qumran), (Oxford, 1955), pp. 150–152. Os fragmentos provem de dois rolos ou de um mesmo livro, nos quais os capítulos 1 e 2 foram escritos por um escriba e o capítulo 3 por outro. Uma comparação deste texto com o texto massorético mostra 16 variantes, nenhuma das quais afeta o significado da passagem.

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As diferenças são tão insignificantes que não se notariam numa tradução. Este é um poderoso argumento para sustentar que o texto hebreu de Daniel está agora essencialmente na mesma forma em que estava pelo menos no tempo de Cristo. Também é interessante o fato de que o capítulo 2 inclui a passagem na qual ocorre uma mudança do idioma do hebraico para aramaico. Nesse ponto há um espaço em branco entre a última palavra em hebraico e a primeira em aramaico, o que faz uma distinção clara entre as seções dos dois idiomas. É também digno de notar que, da mesma maneira que o texto masorético, estes fragmentos não contêm o canto apócrifo dos três meninos. A quarta gruta de Qumran produziu fragmentos de couro de três manuscritos de Daniel (ainda não publicados em 1984), os quais, segundo se informou,

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estão em bom estado de conservação e representam porções consideráveis do livro.6 Da sexta gruta de Qumran procedem vários fragmentos de papiros de Daniel, os que representam os versos 8:20-21; 10:8-16; e 11:33-38 (contêm nove variações ortográficas menores). Foram publicados por M. Baillet em Discoveries in the Judaean Desert III: Les Petites rottes de Qumran (Descobertas no deserto da Judeia III: as pequenas grutas de Qumran), (Oxford, 1962).

AUTORIA DO LIVRO Opinião Tradicional A opinião tradicional, tanto de judeus como de cristãos, é que o livro foi escrito no século VI a.C., e que Daniel foi realmente o autor. As evidências em favor dessa opinião são as seguintes: 6 - F. M. Cross, em Biblical Archaeologist, 19 (1956), 85-86; em

Revue Biblique, 63 (1956), p. 58.

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Afirmações presentes no próprio livro. O profeta Daniel fala em primeira pessoa em muitas passagens (Daniel 8:1-7 e 13-19, 27; 9:2-22; 10:2-5; etc.). Afirma que recebeu pessoalmente a ordem divina de preservar o livro (Daniel 12). O fato de que existam seções nas quais o autor se refira a si mesmo em terceira pessoa não é estranho, já que esse estilo é frequente em obras antigas. O autor conhece bem a história. Somente um homem do século VI a.C., bem versado em assuntos babilônicos, poderia ter escrito quanto a alguns dos fatos históricos que se encontram no livro. O conhecimento desses fatos se perdeu depois do século VI a.C., pois não se registrou em outra literatura antiga posterior. Descobertas arqueológicas mais ou menos recentes trouxeram estes fatos novamente à luz.

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O depoimento de Jesus Cristo. Jesus mencionou a Daniel como sendo o autor (Mateus 24:15). Para todo cristão este depoimento é uma evidência convincente.

Daniel enquanto personagem fictício?

Desde que o filósofo Porfírio realizou os primeiros grandes ataques contra a historicidade de Daniel (233-304 d.c.), este livro tem estado exposto aos embates dos críticos, ao princípio só de vez em quando, mas durante os dois últimos séculos o ataque foi constante. Por isso muitíssimos eruditos cristãos de hoje consideram que o Livro de Daniel é obra de um autor anônimo que viveu no século II a.C. mais ou menos no tempo da revolta dos macabeus. Estes eruditos dão duas razões principais para localizar o livro de Daniel nesse século: Entendem que algumas profecias se referem a Antíoco IV Epífanes (175-163 a.c.), e que a maior parte das profecias -

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pelo menos daquelas cujo cumprimento foi demonstrado - teriam sido escritas depois de ocorridos os acontecimentos descritos, as profecias de Daniel devem localizar-se com posterioridade ao reinado de Antíoco IV. Segundo seus argumentos, as seções históricas de Daniel contêm o registo de certos acontecimentos que não concordam com os fatos históricos conhecidos de acordo com os documentos disponíveis, estas diferenças podem ser explicadas se o autor não tivesse vivido os acontecimentos, portanto, só possuísse um conhecimento limitado, a respeito do que havia ocorrido há 400 anos antes, nos séculos VII e VI a.C. Dentre essas incoerências entre relatos do Livro de Daniel e os fatos históricos, pode-se citar: Não houve uma deportação em 605 a.C; Belsalzar é filho de Nabonides e não de Nabucodonosor; Dario, que é persa e não medo, foi um dos sucessores de Ciro e não seu predecessor;

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O ambiente babilônico é descrito com termos de origem persa; Os instrumentos da orquestra de Nabucodonosor trazem nomes transcritos do grego; Daniel não é mencionado no Eclesiástico, que relaciona os profetas de Israel em 48:22 e 49:7-8.10. Além do que, a doutrina sobre os anjos, o costume de evitar o nome de Javé e outros elementos não são do período do Exílio na Babilônia, mas bem posteriores. O primeiro dos dois argumentos não tem validade para os que defendem existência concreta de Daniel, porque estes creem que os inspirados profetas realmente faziam predições precisas quanto ao curso da história. O segundo argumento merece um maior atendimento e por isso apresentamos aqui um breve estudo a respeito da validez histórica do Livro de Daniel.

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É verdade que Daniel descreve alguns acontecimentos que ainda hoje não podem ser verificados por meio dos documentos de que dispomos. Um desses acontecimentos é a loucura de Nabucodonosor, que não se menciona em nenhum registro babilônico que exista hoje. A ausência de comprovação de uma incapacidade temporária do maior rei do Império Neo Babilônico não é um fenômeno estranho num tempo quando os registros reais só continham narrações dignas de louvor. Dario, denominado como o “Medo”, cujo verdadeiro lugar na história não foi estabelecido por fontes fidedignas alheias à Bíblia, é também um enigma histórico. Encontram-se insinuações quanto a sua identidade nos escritos de alguns autores gregos e em informação fragmentaria de fontes cuneiformes. As outras supostas dificuldades históricas que confundiam aos comentaristas conservadores de Daniel, foram resolvidas pelo aumento do

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conhecimento histórico que nos proporcionou a arqueologia. Mencionaremos a seguir alguns destes problemas mais importantes que já foram resolvidos: A suposta discrepância cronológica entre Daniel 1:1 e Jeremias 25:1. Jeremias, que segundo o critério geral dos eruditos é uma fonte histórica digna de confiança, sincroniza o 4.º ano de Joaquim de Judá com o primeiro ano de Nabucodonosor da Babilônia. No entanto, Daniel fala que a primeira conquista de Jerusalém efetuada por Nabucodonosor ocorreu no terceiro ano de Joaquim, com o que indubitavelmente afirma que o primeiro ano de Nabucodonosor coincide com o terceiro ano de Joaquim. Antes da descoberta de registos dessa época que revelam os variados sistemas de computar nos anos de reinado dos antigos monarcas, os comentaristas tinham dificuldade para explicar esta aparente discrepância.

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Tratavam de resolver o problema supondo uma corregencia de Nabucodonosor com seu pai Nabopolasar ou pressupondo que Jeremias e Daniel localizavam os acontecimentos segundo diferentes sistemas de datas: Jeremias segundo o sistema judeu e Daniel segundo o babilônico. Ambas estas explicações já não são válidas. Resolveu-se a dificuldade ao descobrir que os reis babilônios, como os de Judá desse tempo, contavam os anos de seus reinados segundo o método do "ano de ascensão". O ano em que um rei babilônio ascendia ao trono não se contava oficialmente como seu primeiro ano, mas como o ano de ascensão ao trono. Seu primeiro ano, é o primeiro ano completo no calendário, não começava até o próximo dia de ano novo, quando, numa cerimônia religiosa, tomava as mãos do Deus babilônico Bel. Também sabemos por Josefo e pela Crônica Babilônica (documento que narra

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os acontecimentos dos onze primeiros anos de Nabucodonosor, descoberto em 1956) que Nabucodonosor estava empenhado numa campanha militar na Palestina contra Egito quando seu pai morreu e ele tomou o trono. Portanto, o profeta Daniel e o profeta Jeremias concordam completamente. Jeremias sincronizou o primeiro ano do reinado de Nabucodonosor com o quarto ano de Joaquim, enquanto Daniel foi tomado cativo no ano que subiu ao trono Nabucodonosor, ano que ele identifica como o terceiro de Joaquim. Nabucodonosor é conhecido e considerado como o grande construtor de Babilônia. Todavia, de acordo com os historiadores gregos, Nabucodonosor desempenhou um papel insignificante na história antiga. Nunca se referem a ele como um grande construtor ou como o criador de uma nova e maior cidade de Babilônia.

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Todo leitor das histórias clássicas gregas reconhecerá que esta honra é dada à sua esposa preferida a rainha Semiramis. No entanto, os registos cuneiformes dessa época, descobertos por arqueólogos durante os últimos cem anos, mudaram inteiramente o quadro apresentado pelos autores clássicos e confirmaram o relato do Livro de Daniel que atribui a Nabucodonosor a construção - em verdade reconstrução - da "Grande Babilônia" (Daniel 4:30). Descobriu-se agora que Semiramis era rainha mãe em Assiria, regente de seu filho menor de idade Adad-nirari III (810-782 a.c.), e não reinou em Babilônia como afirmavam as fontes clássicas. As inscrições mostraram que ela não teve nada que ver com a construção de Babilônia. Por outro lado, numerosas inscrições de Nabucodonosor que ficaram nas construções provam que ele foi o criador de uma nova Babilônia.

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Afirma que reedificou os palácios, templos e a torre-templo da cidade, e adicionou novos edifícios e fortificações. Já que essa informação se tinha perdido completamente antes da época helenística, nenhum autor poderia tê-la, salvo um neo babilônico. A presença de tal informação no Livro de Daniel é motivo de perplexidade para os eruditos críticos que não creem que o Livro de Daniel foi escrito no século VI, senão no II. Um exemplo típico de seu dilema é a seguinte afirmação de R. H. Pfeiffer, da Universidade de Harvard: "Provavelmente nunca saberemos como soube nosso autor que a nova Babilônia era criação de Nabucodonosor… como o provaram as escavações" - (Introduction to the Old Testament - New York, 1941). Belsazar, rei de Babilônia. O assombroso relato da descoberta feita por orientalistas modernos a respeito da identidade de Belsazar.

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O fato de que o nome deste rei não se tivesse encontrado em fontes antigas alheias à Bíblia, enquanto Nabonido sempre aparecia como o último rei de Babilônia antes da conquista dos persas, usava-se como um dos mais poderosos argumentos na contramão da historicidade do Livro de Daniel. Mas as descobertas efetuadas desde meados do século XIX refutaram a todos os críticos de Daniel neste respeito e têm vindicado de maneira impressionante o caráter fidedigno do relato histórico do profeta com respeito a Belsazar. Os idiomas do livro. Como Esdras, uma parte do livro de Daniel foi escrita em hebraico e outra parte em aramaico. Alguns explicaram este uso de dois idiomas supondo que no caso de Esdras o autor tomou documentos aramaicos, acompanhados com suas descrições históricas, e os incorporou a seu livro, o restante estava escrito em hebraico, o idioma nacional de seu povo.

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Mas tal interpretação não se acomoda com o livro de Daniel, onde a seção aramaica começa com o versículo 2:4 e termina com o último versículo do capítulo 7. A seguir há uma lista parcial das muitas explicações que oferecem os eruditos quanto a este problema, junto com algumas observações entre parênteses que parecem contradizer a validez dessas explicações: 1. O autor escreveu os relatos históricos para quem falavam aramaico, e as profecias para os eruditos de fala hebreia. (No entanto existe aramaico nos capítulos 2 e 7 - ambos contêm grandes profecias - indica que esta opinião não é correta.) 2. Os dois idiomas mostram a existência de duas fontes. (Esta opinião não pode ser correta porque o livro tem uma unidade marcante, coisa que até mesmo alguns críticos radicais reconheceram) 3. O livro foi escrito originalmente em um idioma, e mais tarde algumas partes foram traduzidas. (Este ponto de vista

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deixa sem contestar a pergunta quanto à razão pela qual se traduziram só algumas seções ao outro idioma e não todo o livro.) 4. O autor publicou o livro em duas edições, uma em hebreu, outra em aramaico, para que toda classe de gente pudesse lê-lo; durante as perseguições no tempo dos Macabeus, algumas partes do livro se perderam, e as partes que se puderam salvar das duas edições foram reunidas num livro sem fazer mudanças (esta ideia tem o defeito de não poder ser comprovada e de basear-se em demasiadas conjecturas.) 5. O autor começou a escrever em aramaico no ponto onde os caldeus se dirigiram "ao rei em língua aramaica" (Daniel 2:4), e continuou neste idioma enquanto escrevia nesse tempo; mas depois, quando voltou a escrever, usou o hebreu (Daniel 8:1). A última opinião aparentemente está bem orientada porque parecesse que as diferentes seções do livro foram escritas em diferentes ocasiões.

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Pelo fato de ser um ilustre e sábio conselheiro da corte no palácio real, Daniel era culto, falava e escrevia em vários idiomas. Provavelmente escreveu alguns dos relatos históricos e algumas das visões em hebreu, e outras em aramaico. Partindo desta suposição, o capítulo 1 teria sido escrito em hebreu, provavelmente durante o primeiro ano de Ciro, e os relatos do Livro de Daniel nos capítulos 3 ao 6 em aramaico em diferentes ocasiões. As visões proféticas foram registradas na maior parte em hebreu (Daniel 8 a 12), ainda que a visão do capítulo 7 foi escrita em aramaico. Por outro lado, o relato do sonho de Nabucodonosor (Daniel 2) foi escrito em hebreu até o ponto em que se cita o discurso dos caldeus (Daniel 2:4); e desde este ponto até o fim da narração o autor usou o aramaico. Ao final de sua vida, quando Daniel reuniu todos seus escritos para formar um

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só livro, é possível que não tivesse considerado necessário traduzir certas partes para dar ao livro unidade linguística, já que sabia que a maior parte de seus leitores entenderiam os dois idiomas.

Fragmentos dos Pergaminhos do Mar Morto.

Aqueles que datam a origem de Daniel no século II a.C. têm também o problema de explicar por que um autor judeu do período dos macabeus escreveu parte de um livro em hebreu e outra parte do mesmo em aramaico. Também as peculiaridades ortográficas das seções aramaicas do Livro de Daniel são parecidas com o arameu do Ásia ocidental dos séculos IV e III a.C., devido possivelmente a uma modernização do idioma, há diferenças notáveis. A ortografia não pode dizer-nos muito quanto à data quando se escreveu o livro, bem como a última revisão do texto da RVR não pode tomar-se como prova de

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que a Bíblia foi originalmente escrita ou traduzida no século XX d.C. No máximo, as peculiaridades ortográficas podem indicar quando se fizeram as últimas revisões da ortografia. Entre os Rolos descoberto no Mar Morto há vários fragmentos de Daniel que provem do século II a.c. Pelo menos dois deles contêm a seção do capítulo 2 onde se faz a mudança do hebreu ao arameo e mostram claramente o caráter bilingue do livro nessa data. O tema do livro segundo a perspectiva cristã Com justiça poderíamos chamar ao Livro de Daniel um manual de história e de profecia. A profecia é uma visão antecipada da história; a história é um repasso retrospectivo da profecia. Segundo a crença cristã o elemento previsível permite que o povo de Deus veja as coisas transitórias à luz da

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eternidade, põe-no alerta para atuar com eficácia em determinados momentos, facilita a preparação pessoal para a crise final e, ao cumprir-se a predição, proporciona uma base firme para a fé. Para os cristãos as quatro principais profecias do Livro de Daniel fazem ressaltar num breve esboço, e tendo como marco de fundo a história universal, o futuro do povo de Deus desde os dias de Daniel até o fim do tempo. Cada uma das quatro grandes profecias atinge um pináculo quando "o Deus do céu" levanta "um reino que não será destruído" (Daniel 2:44), quando o "filho do homem" recebe "domínio eterno" (Daniel 7:13-14), quando a oposição ao "Príncipe dos Príncipes" será quebrantada "não por mão humana" (Daniel 8:25) e quando o povo de Deus será livrado para sempre de seus opressores (Daniel 12:1). Portanto para os cristãos, as profecias constituem uma ponte divinamente construída desde o abismo do tempo até as ribeiras sem limites da eternidade,

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uma ponte sobre o qual aqueles que, como Daniel propôs em seu coração amar e servir a Deus, pela fé poderão passar desde a incerteza e a aflição da vida presente à paz e a segurança da vida eterna. A seção histórica do Livro de Daniel revela, em forma surpreendente, a verdadeira filosofia da história. Esta parte serve de prefácio para a seção profética. Ao dar-nos um relato detalhado do trato de Deus com Babilônia, o livro nos capacita para compreender o significado do surgimento e da queda de outras nações cujas histórias estão embaralhadas na porção profético do livro. Na seção histórica do livro encontramos a Daniel, cara a cara ante Nabucodonosor, o gênio do mundo pagão, para que o rei tivesse a oportunidade de conhecer ao Deus de Daniel, árbitro da história, e cooperasse com ele.

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Nabucodonosor não só era o monarca da nação maior desse tempo, mas, também era muito sábio e tinha um sentido inato do direito e da justiça. Em verdade, era a personalidade mais proeminente do mundo gentio, o "poderoso das nações" (Ez 31:11).7 Segundo Jeremias, dele Deus disse: "Agora eu pus todas estas terras em mãos de Nabucodonosor rei de Babilônia, meu servo" (Jer 27:6). Ao impor os judeus o cativeiro na Babilônia era desejável que existisse uma mão firme, mas que não fosse cruel, como eram as normas daquele tempo. A missão de Daniel na corte de Nabucodonosor foi a de conseguir a submissão da vontade do rei à vontade de Deus para que se realizassem os propósitos divinos.

7 - Eu o entregarei na mão do mais poderoso dos gentios, que

lhe dará o tratamento merecido; pela sua impiedade o lançarei

fora. Ezequiel 31:11

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Os primeiros quatro capítulos de Daniel descrevem os meios pelos quais, segundo Daniel, Deus conseguiu a obediência de Nabucodonosor. Em primeiro lugar, Deus precisava de um homem que fosse um digno representante dos princípios celestiais e do plano de ação divino na corte de Nabucodonosor; por isso escolheu a Daniel para que fosse seu embaixador pessoal ante Nabucodonosor. Os recursos que empregou Deus para atrair favoravelmente o atendimento do monarca para o cativo Daniel, e os meios pelos quais Nabucodonosor chegou a confiar primeiro em Daniel e depois no Deus de Daniel, ilustram a maneira em que o Altíssimo usa aos homens hoje para cumprir sua vontade na terra. Deus pôde usar a Daniel porque este era um homem de princípios, um homem que tinha um caráter genuíno, um homem cujo principal propósito na vida era viver para Deus. Daniel "propôs em seu

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coração" (Daniel 1:8)8 viver em harmonia com toda a vontade revelada de Deus. Antes de tudo, Deus havia colocado Daniel "numa posição de graça e de boa vontade" diante dos servidores que atuavam no palácio real da Babilônia. Isto preparou o caminho para um segundo passo, a demonstração da superioridade física de Daniel e de seus parceiros (Daniel 1:15 a 17).9 Depois seguiu uma demonstração de superioridade intelectual. "Deus lhes deu 8 - E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a

porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia;

portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se

contaminar. Daniel 1:8

9 - E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes

melhores, e eles estavam mais gordos de carne do que todos

os jovens que comiam das iguarias do rei. Assim o despenseiro

tirou-lhes a porção das iguarias, e o vinho de que deviam

beber, e lhes dava legumes. Quanto a estes quatro jovens,

Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as

letras, e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda a

visão e sonhos. Daniel 1:15-17

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conhecimento e inteligência em todas as letras e ciências", com o resultado de que se os considerou "dez vezes melhores" que a seus competidores mais próximos. Dessa maneira, tanto em sua personalidade como no aspecto físico e intelectual Daniel demonstrou ser muito superior a seus colegas; e foi bem como ganhou a confiança e o respeito de Nabucodonosor. Estes acontecimentos prepararam aquele soberano para que conhecesse ao Deus de Daniel. Uma série de acontecimentos dramáticos: o sonho do capítulo 2, a maravilhosa libertação do forno ardente (Daniel 3) e o sonho do capítulo 4 mostraram ao rei a sabedoria, o poder e a autoridade do Deus de Daniel. A inferioridade da sabedoria humana, exibida no capítulo 2, fez que Nabucodonosor admitisse ante Daniel: "Certamente o teu Deus é o Deus dos deuses, e Senhor dos reis, e o que revela os mistérios" (Daniel 2:47).

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O profeta Daniel feito em pedra sabão por Aleijadinho no adro do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas do Campo. Reconheceu espontaneamente que a sabedoria divina era superior, não só à sabedoria humana, senão ainda à suposta sabedoria de seus próprios deuses. O acontecimento da imagem de ouro e do forno de fogo ardente fez que Nabucodonosor admitisse que o Deus dos céus "livrou a seus servos" (Daniel 3: 28 e 29).10 Sua conclusão foi que ninguém em todo seu reino deveria dizer "blasfêmia

10

- Falou Nabucodonosor, dizendo: Bendito seja o Deus de

Sadraque, Mesaque e Abednego, que enviou o seu anjo, e

livrou os seus servos, que confiaram nele, pois violaram a

palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que

não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o seu

Deus. Por mim, pois, é feito um decreto, pelo qual todo o

povo, e nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de

Sadraque, Mesaque e Abednego, seja despedaçado, e as suas

casas sejam feitas um monturo; porquanto não há outro Deus

que possa livrar como este. Daniel 3:28-29

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contra o Deus" dos hebreus, em vista de que "não há deus que possa livrar como este". Então Nabucodonosor reconheceu que o Deus do céu não era só sábio senão poderoso, que não só era omnisciente como também omnipotente. O terceiro acontecimento, os sete anos durante os quais sua decantada sabedoria e poder lhe foram transitoriamente tirados, ensinaram ao rei não só que "o Altíssimo" é sábio e poderoso senão que exerce essa sabedoria e poder para reger os assuntos humanos (Daniel 4: 32).11 Tem sabedoria, poder e autoridade. É notável que o primeiro ato de Nabucodonosor depois de que recuperasse a razão foi alabar, engrandecer e glorificar ao "Rei do céu" e reconhecer que Deus "pode humilhar" a

11 - E serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com

os animais do campo; far-te-ão comer erva como os bois, e

passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o

Altíssimo domina sobre o reino dos homens, e o dá a quem

quer. Daniel 4:32

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"os que estão com soberba" como o tinha feito ele durante tantos anos. Mas as lições que Nabucodonosor aprendeu pessoalmente durante um período de muitos anos não beneficiaram a seus sucessores no trono de Babilônia. O último rei de Babilônia, Belsazar, - desafiou abertamente ao Deus do céu (Daniel 5:23)12 apesar de que conhecia o que lhe tinha sucedido a Nabucodonosor. Em lugar de fazer em harmonia com o plano divino, "Babilônia se converteu em orgulhosa e cruel opressora" e ao recusar os princípios celestiais forjou sua própria ruína. A nação foi pesada e foi achada em falta (Daniel 5: 27-28),13 e o domínio mundial passou aos persas.

12 - Este, pois, é o escrito que se escreveu: MENE, MENE,

TEQUEL, UFARSIM. Esta é a interpretação daquilo: MENE:

Contou Deus o teu reino, e o acabou. Daniel 5:25-26

13 - Este, pois, é o escrito que se escreveu: MENE, MENE,

TEQUEL, UFARSIM. TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste

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Ao livrar a Daniel do fosso dos leões, Deus demonstrou seu poder e autoridade ante os governantes do Império Persa (Daniel 6:20-23) como o tinha feito anteriormente ante os de Babilônia. Um edital de Dario na Média reconhecia ao "Deus vivente" e admitia que ele "permanece por todos os séculos" (Daniel 6: 26).14 Ainda "a lei na Média e de Pérsia, a qual não pode ser ab-rogada" (Daniel 6:8)15 deveu ceder ante os decretos do "Altíssimo" que "tem o domínio no reino dos homens", já citados em Daniel 4: 32.

achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino, e dado aos

medos e aos persas. 5:27-28

14 - Da minha parte é feito um decreto, pelo qual em todo o

domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o

Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e que permanece

para sempre, e o seu reino não se pode destruir, e o seu

domínio durará até o fim. Daniel 6:26

15 - Agora, pois, ó rei, confirma a proibição, e assina o edito,

para que não seja mudado, conforme a lei dos medos e dos

persas, que não se pode revogar. Daniel 6:8

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Ciro (Dario) foi favoravelmente impressionado pela milagrosa prova do poder divino exibida na libertação de Daniel do fosso dos leões. As profecias que falam de seu papel na restauração de Jerusalém e do templo (Isa. 44: 2616 a 45: 1317) também o impressionaram grandemente. Assim é como o Livro de Daniel expõe os princípios de acordo com os quais operam a sabedoria, o poder e a autoridade de Deus através da história das nações, para o cumprimento final do propósito divino. "Deus engrandeceu a Babilônia para que pudesse cumprir seu propósito".

16 - Que confirmo a palavra do seu servo, e cumpro o conselho

dos seus mensageiros; que digo a Jerusalém: Tu serás

habitada, e às cidades de Judá: Sereis edificadas, e eu

levantarei as suas ruínas; Isaías 44:26

17 - Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos

endireitarei; ele edificará a minha cidade, e soltará os meus

cativos, não por preço nem por presente, diz o SENHOR dos

Exércitos. Isaías 45:13

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Ela teve seu período de prova, "fracassou, sua glória se murchou, perdeu seu poder, e seu lugar foi ocupado por outra nação". As quatro visões do Livro de Daniel tratam da luta entre as forças do bem e do mal nesta terra, desde o tempo de Daniel até o estabelecimento do eterno reino de Cristo. Já que Satanás usa os poderes terrenos em seus esforços para frustrar o plano de Deus e destruir seu povo, estas visões apresentam aqueles poderes através dos quais o maligno atuou com muito empenho. A primeira visão trata principalmente de mudanças políticas. Seu propósito primordial era revelar a Nabucodonosor seu papel como rei de Babilônia e comunicar-lhe "o que tinha de ser no porvir" (Daniel 2: 29).18 18 - Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus

pensamentos, acerca do que há de ser depois disto. Aquele,

pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser.

Daniel 2:29

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A segunda visão do capítulo 7 aparenta ser um suplemento da primeira visão. Há em destaca as tribulações que o povo de Deus irá sofre durante a hegemonia dos poderes mencionados na primeira visão, e prediz a vitória final dos santos e o juízo de Deus sobre seus inimigos (Daniel 7: 14, 18, 25-27).19 A terceira visão em Daniel 8 e 9 complementa à segunda e faz ressaltar os esforços de Satanás por destruir a religião e o povo de Cristo.

19 - E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que

todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é

um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não

será destruído. Daniel 7:14 - Mas os santos do Altíssimo

receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, e de

eternidade em eternidade. Daniel 7:18 - E proferirá palavras

contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará

em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua

mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo. Mas

o juízo será estabelecido, e eles tirarão o seu domínio, para o

destruir e para o desfazer até ao fim. E o reino, e o domínio, e

a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao

povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino

eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão.

Daniel 7:25-27

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A quarta visão (cap. 10-12) resume as visões precedentes e trata o tema em forma mais detalhada do que qualquer das outras. Amplia o tema da segunda visão e o da terceira. Põe especial ênfase em "o que tem de vir a teu povo nos dias futuros; porque a visão é para esses dias" (Daniel 10: 14),20 e o "tempo fixado era longo" As profecias de Daniel estão estreitamente relacionadas com as do livro do Apocalipse. Em grande parte o Apocalipse trata do mesmo tema, mas faz ressaltar em forma especial o papel da igreja cristã como povo escolhido de Deus. Em consequência, alguns detalhes que podem parecer escuros no Livro de Daniel com frequência podem aclarar-se ao compará-los com o livro do Apocalipse.

20 - Agora vim, para fazer-te entender o que há de acontecer ao

teu povo nos derradeiros dias; porque a visão é ainda para

muitos dias. Daniel 10:14

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Daniel recebeu instruções de fechar e selar aquela parte de sua profecia referente aos últimos dias até que, mediante um estudo diligente do livro, aumentasse o conhecimento de seu conteúdo e de sua importância. Ainda que a porção da profecia de Daniel relacionada com os últimos dias foi selada (Daniel 12: 4),21 o apóstolo João recebeu instruções específicas de não selar "as palavras da profecia" de seu livro, "porque o tempo está perto" (Apocalípse 22:10).22 De maneira que para obter uma interpretação mais clara de qualquer porção do livro de Daniel do que seja difícil de entender, devêssemos estudar cuidadosamente o livro do Apocalipse em procura de luz para dissipar as trevas.

21 - E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao

fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o

conhecimento se multiplicará. Daniel 12:4

22 - E disse-me: Não seles as palavras da profecia deste livro;

porque próximo está o tempo. Apocalipse 22:10

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10 - PROFECIAS DE DANIEL PREVIRAM

OS GRANDES IMPÉRIOS

No período que é chamado de inter-bíblico ou entre os testamentos, as ocorrências políticas, a atuação das grandes potencias, além das mudanças de poder que transformariam o mundo, todos estes importantes acontecimentos futuros, foram reveladas por Deus ao Profeta Daniel.

Um estudo minucioso das profecias de Daniel é o caminho histórico deixado pela Bíblia que projeta e revela as significativas ocorrências futuras que iriam suceder neste período em questão. Por isso, devemos então, não deixar de percorrer este caminho para elucidar as mudanças ocorridas naquele cenário. Observamos com atenção o que está escrito, aproveitamos a oportunidade para

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deixar alguns textos pertinentes a este tema encontrados nas Escrituras Sagradas que julgamos ser de muita importância para compreender os desígnios divinos na vida e nas profecias deixadas por Daniel como um fiel servo de Deus. Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas. Amós 3: 7.23 Respondeu o rei a Daniel, e disse: Certamente o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis e revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério. Daniel 2:47 E te fizesse saber os segredos da sabedoria, que é multíplice em eficácia; sabe, pois, que Deus exige de ti menos do que merece a tua iniquidade. Jó 11:6 Mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez

23 - Este texto do Livro de Amós está bem de acordo e em conformidade com os relatos do Livro de Daniel.

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saber ao rei Nabucodonosor o que há de acontecer nos últimos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça que tiveste na tua cama são estes: Daniel 2:28 Aproximadamente no ano de 606 a.C, o Império Babilônico já dominava completamente o mundo de então. O poderoso monarca Nabucodonosor, o rei deste império, com seus vitoriosos exércitos havia subjugado o Reino de Judá e a grande maioria do povo foi levada para o cativeiro. Dentre estes cativos estava o jovem Daniel, da Tribo de Judá. Babilônia era uma cidade de beleza e luxo. Seus palácios e Jardins Suspensos se tornaram uma das sete maravilhas do mundo antigo. Era cercada por imensos muros e gigantescas portas, além de um profundo fosso rodeando os muros. Babilônia era uma cidade muito bem fortificada protegida por altas e largas

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muralhas, que muitos a consideravam como inexpugnável. O Rio Eufrates e seus afluentes cortavam a cidade em diagonal, sob os muros, fertilizando com suas águas os maravilhosos jardins suspensos. O território que Nabucodonosor governava tinha tido uma longa e variada história, havia permanecido sob o governo de diferentes povos e reinos. De acordo com o Gênesis, a cidade de Babilônia foi parte do reino fundado por Nimrod, bisneto de Noé. Nabopolasar (626-605 a.C.) foi o fundador do que se chama o Império Caldeu ou Império Neobabilônico, o qual teve sua idade de ouro, que atingiu seu apogeu, permanecendo como a mais bela e poderosa cidade da antiguidade nos dias do rei Nabucodonosor, este domínio durou até que Babilônia caísse nas mãos dos medos-persas no ano 539. Diante de tamanha beleza arquitetônica, o rei Nabucodonosor se

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encheu de soberba e se orgulhava de "sua Babilônia", que ele dizia ter criado por suas próprias mãos, com a força de seu poder, para glória de sua magnificência. Mas ele se preocupava em como seria quando ele não fosse mais o governante.

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Ilustração に Daniel na cova dos leões

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Ilustrações das visões e profecias de Daniel

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11 - VISÃO DO CONTEXTO NARRADO COMO SÍMBOLO?

Há uma edição bíblica que é chamada de Pastoral, faz uma interpretação das profecias de Daniel de maneira que, em nosso ver, consideramos errônea, por tratar as interpretações apenas como alegorias, por que rejeita as confirmações e os dados históricos, sustenta que a referência feita ao rei Nabucodonosor é alegórica, pois o autor queria criticar Antíoco IV que perseguia a comunidade judaica no século II a.C. Dessa forma esta interpretação procura confundir a interpretação desta visão, por isso, não explica apenas complica. Todavia, segundo o entendimento que a Bíblia nos revela e transmite a interpretação dos sonhos seguem essa

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perspectiva, a visão da estátua tem o seguinte significado:

- cabeça de ouro: Representava o Império Babilônico

- peito e braços de prata: Reino Medo Persa

- ventre e coxas de bronze: Império Grego

- pernas de ferro e pés de ferro/argila: Império Romano, depois dividido entre os povos bárbaros. Na Tradução Ecumênica da Bíblia, há uma errônea interpretação com a tentativa em desvirtuar a interpretação correta dessa profecia. Deve lembrar que Antíoco III procurou casar sua filha com Ptolomeu V que se refere a um reino dividido, ou seja, os sucessores de Alexandre (Império Selêucida e a Dinastia Ptolemaica). A pedra simboliza o reino messiânico, o reino divino de Cristo, definitivo, que destrói os poderes humanos. Esta é a pedra que esmaga todos estes reinos.

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RELATO BÍBLICO - O profeta Daniel interpretou o sonho do rei Nabucodonosor. Como todos os antigos, Nabucodonosor acreditava em os sonhos como um dos meios pelos quais os deuses revelavam os mistérios e sua vontade aos homens. Segundo a Bíblia, em uma noite Deus decidiu revelar a Nabucodonosor o futuro do seu grande império em uma Profecia, não só do império da Babilônia, mas também a história de toda a humanidade. O rei Nabucodonosor teve uma impressionante visão, sonhou com uma grande estátua, a cabeça era de ouro, o peito e os braços de prata, o ventre e coxas de bronze, as pernas de ferro e os pés eram parte de ferro e parte de barro. Enquanto admirava esta estátua, se impressionava com sua aparência, uma grande pedra veio do alto e acertou os pés desta estátua, que acabou sendo totalmente destruída. Depois disso a pedra cresceu até cobrir toda a face da terra.

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No dia seguinte ao pensar no sonho, o rei percebeu que não conseguia se lembrar de nada. Não conformado com o esquecimento procurou ajuda dos sábios de sua corte. Exigiu que eles o fizessem lembrar esse sonho e também dessem a sua interpretação Daniel não estava presente quando os sábios foram convocados e notificados da difícil tarefa. A ordem sumária do rei era, se o mistério não fosse solucionado todos os sábios seriam executados. A severidade do castigo não estava fora de tom com os costumes desses tempos. No entanto, era um passo temerário do rei porque os homens cuja morte tinha ordenado constituíam a classe mais culta da sociedade. Daniel pediu um tempo para buscar o auxílio de Deus e então solucionar o que parecia impossível.

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Segundo a Bíblia, naquela mesma noite Deus enviou a Daniel o mesmo sonho que o Rei havia sonhado. Na manhã seguinte Daniel foi levado até Nabucodonosor. Daniel descreveu o sonho com exatidão ao rei, contou até mesmo o que Nabucodonosor pensara antes de dormir. Nabucodonosor não tinha nenhuma dúvida que aquele era o sonho e que Deus havia revelado essas coisas a Daniel. Em seguida Daniel deu a interpretação do sonho. Daniel descreveu, segundo o relato bíblico, história da humanidade desde a babilônia até o dia do juízo final. Segundo Daniel as diferentes partes da estátua eram os grandes e diferentes impérios que se sucederiam no controle e domínio do mundo. As mais óbvias interpretações preteristas sobre a revelação do sonho de Daniel estão contidas nas próprias Escrituras Sagradas onde se tem revelações sobrenaturais bem como a do

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próprio jovem Daniel. Vejamos por partes:

1.a cabeça de ouro: as sagradas escrituras definem essa cabeça de ouro como o poder babilônico da época cujo rei era Nabucodonosor e todo seu império conquistador;

2.o peito e os braços de prata: seria um segundo reinado um pouco inferior ao babilônico;

3.o ventre e o quadril: seria um terceiro reino, um reinado de bronze que governaria toda terra;

4.o as pernas de ferro: se refere a um quarto reino forte como o ferro, pois o ferro quebra e destrói tudo; e assim como o ferro despedaça tudo também ele destruirá e quebrará todos os outros reinos que já existiram;

5.o os pés eram em parte ferro e parte barro: essa parte da revelação que Daniel revelara ao rei se

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refere aos dedos dos pés que eram em parte de ferro e em parte de barro. Sendo assim, por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil; quanto ao ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro. Referindo-se desta forma às alianças que as nações futuras tentarão fazer umas com as outras, mas sem grandes resultados;

6.a pedra que caiu sem auxílio de mãos: se refere ao Messias e Salvador da humanidade, o próprio Jesus Cristo, a quem as escrituras sagradas se referem (Daniel 2:44) Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre.

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INTERPRETAÇÃO - Segundo esta linha de interpretação, a profecia do capítulo sete cobre essencialmente o mesmo lapso histórico que o sonho do capítulo dois de Daniel. Ambos abarcam previsões desde os dias do profeta até o dia do juízo final.

Em Daniel 2, Nabucodonosor viu os poderes mundiais representados por uma grande estátua de metal, já no capítulo 7, Daniel os viu mediante o simbolismo de bestas e chifres. Os estudiosos que defendem esta linha de raciocínio entendem que tema do capítulo 2 de Daniel é essencialmente político. Foi dado, em primeiro lugar, para informar a Nabucodonosor e assim conseguir sua cooperação com o plano divino. Já a profecia do capítulo 7, como as do resto do livro, foram dadas especialmente para que o plano divino,

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através de todos os séculos, pudesse ser entendido e revelado. Estas profecias têm como pano de fundo a luta do bem contra o mal. Antes de prosseguir nesta leitura veja os artigos Simbologia Bíblica e Tabela de Símbolos Bíblicos.

A Cabeça de Ouro – Daniel dizendo ao Rei Nabucodonosor: Ele deu ao senhor o domínio em todo o mundo sobre os seres humanos, os animais e as aves. O senhor é a cabeça feita de ouro.

O Primeiro Reino - Nabucodonosor era a personificação do Império Neobabilônico. As conquistas militares e o esplendor arquitetônico de Babilônia se deviam, em grande parte, a suas proezas. Literalmente, Daniel diz que a destacada cabeça de ouro da estátua era o Império Babilônico representado por seu governante Nabucodonosor.

Ouro - Para embelezar a cidade de Babilônia se tinha usado ouro em abundância.

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Heródoto descreve com profusão de termos o resplendor do ouro nos templos sagrados da cidade. A imagem do deus, o trono sobre o qual estava sentado, a mesa e o altar estavam confeccionados inteiramente de ouro.

Cabeça - Nabucodonosor sobressaía entre os reis da antiguidade, era o primeiro pela ordem, então só poderia ser a cabeça, também pela ordem cronológica.

Peito e Braços de Prata - Depois do seu reino haverá outro, que não será tão poderoso como o seu.

O Segundo Reino - Dario Medo Persa e depois Ciro que permitiu que os judeus retornassem para a reconstrução de Jerusalém, das suas muralhas e do Templo do Senhor. Este segundo reino da profecia de Daniel é chamado às vezes Império Medo-Persa, incluía o mais antigo Império Medo

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e as aquisições mais recentes do conquistador persa Ciro. Império Medo caiu nas mãos de Ciro o persa antes da queda da Babilônia. O livro de Daniel se refere várias vezes à nação que conquistou a Babilônia, à qual Dario representava, como "os medos e os persas". Segundo Heródoto, Ciro venceu os medos e tornou se rei expandindo o poderoso império persa. havia dito que era parte Persa e parte Medo. Ciro, que tinha chegado a ser rei da Pérsia, derrotou a Astíages dos Medos no ano 553 ou 550 a.C. Todavia, que os persas governaram desde o tempo de Ciro em adiante, se os menciona normalmente como Império Persa. Todavia, o prestígio mais antigo se refletia na frase "Medos e Persas" que se aplicava aos conquistadores da Babilônia no tempo de Daniel e ainda mais tarde.

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Prata - Como a prata é inferior ao ouro, o Império Medo-Persa foi inferior ao Neobabilônico. Ao contrastar os dois reinos, notamos apesar do segundo reino, haver durado mais tempo, certamente foi inferior em luxo e esplendor. Os conquistadores medos e persas adotaram e assimilaram a cultura da complexa civilização babilônica, porque a sua estava muito menos desenvolvida.

Ventre e Coxas de Bronze - e depois desse reino haverá ainda outro, um reino de bronze, que dominará o mundo inteiro.

O Terceiro Reino - O sucessor do Império Medo-Persa foi o Império de Alexandre, o Grande e seus sucessores. Grécia estava dividida em pequenas cidades-estados que tinham um idioma comum, mas não unificada. A Grécia antiga, atingiu seu apogeu da civilização grega sob a liderança de Atenas, no século V a.C.

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Este florescimento da cultura grega seguiu ao período de maior esforço unido das cidades-estados autônomas, a exitosa defesa de Grécia contra a Pérsia, possivelmente no período da rainha Ester. A "Grécia" de Daniel 8:2124 não se refere às cidades-estados autônomas do período da Grécia clássica, mas ao posterior reino macedônico que venceu a Pérsia. Macedônia era uma nação consanguínea situada ao norte de Grécia territorial, propriamente dita, conquistou as cidades gregas e as incorporou pela primeira vez a um Estado forte e unificado. Alexandre “O Grande”, depois de ter herdado de seu pai, o recém-fortalecido e engrandecido reino grego macedônico, então pôs se em marcha para estender a dominação macedônica e a cultura grega para o oriente e venceu ao Império Persa.

24 - Mas o bode peludo é o rei da Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o primeiro rei; Daniel 8:21

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A profecia apresentou o reino da Grécia como um reino que viria depois da Pérsia, porque a Grécia nunca se uniu para formar um reino até a formação do Império Macedônico que substituiu a Pérsia como principal poder do mundo desse tempo. O último rei do Império Persa foi Dario III, que foi derrotado por Alexandre nas batalhas de Granico (334 ac), Issos (333 ac), e Batalha de Gaugamela (331 ac).

Bronze - O Império de Alexandre Magno: Os soldados gregos se distinguiam por sua armadura de bronze. Seus capacetes, escudos e machados eram de bronze. Heródoto nos diz que Psamético I do Egito viu nos piratas gregos que invadiam suas costas o cumprimento de um oráculo que predizia a "homens de bronze que saem do mar".

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Dominará o Mundo Inteiro - A história registra que o domínio de Alexandre se estendeu sobre Macedônia, Grécia e o Império Persa. Incluiu a Egito e se expandiu pelo oriente até a Índia. Foi o império mais extenso do mundo antigo até esse tempo. Seu domínio foi "sobre toda a terra" no sentido de que nenhum poder da terra era igual a ele, e não porque cobrisse todo mundo, nem ainda toda a terra conhecida nesse tempo. Um "poder mundial" pode definir-se como aquele que está acima de todos os demais, invencível; não necessariamente porque governe a todo mundo. As afirmações superlativas eram comumente usadas pelos reis da antiguidade. Ciro denomina a si mesmo "rei do mundo… e dos quatro bodes (regiões da terra)".

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Pernas de Ferro - Depois, virá um quarto reino, que será forte como o ferro, que quebra e despedaça tudo. E assim como o ferro quebra tudo, esse reino destruirá completamente todos os outros reinos do mundo.

O Quarto Reino - Esta não é a etapa posterior quando se dividiu o império de Alexandre, mas império que conquistou o mundo era de origem macedônica. Muito antes da tradicional data de 753 a.C, Roma já tinha sido estabelecida por tribos latinas que tinham vindo a Itália em ondas sucessivas arredor do tempo em que outras tribos indo europeias se tinham estabelecido na Grécia. Por volta do século VIII a.C. até o V a.C. a cidade-estado latina de Roma foi governada por reis que eram seus vizinhos. A civilização romana teve uma grande influencia etrusca, que vieram a Itália no século X a.C., e especialmente influenciados pelos gregos que chegaram

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dois séculos mais tarde. Pelo ano 500 a.C., o estado romano se converteu em república, e seguiu dessa forma por quase 500 anos. Em 265 a.C. toda Itália estava sob o domino romano. Em 200 a.C. Roma saiu vitoriosa da luta de vida ou morte, que havia sustentado com sua poderosa rival do norte de África, Cartago (originalmente uma colônia fenícia). Desde então Roma tornara se a senhora absoluta do Mediterrâneo Ocidental e era mais poderosa do que qualquer dos estados do oriente. Desde então Roma primeiro dominou e depois absorveu, um a um, os três reinos que sobraram dos sucessores de Alexandre, e assim chegou a ser o seguinte grande poder mundial depois de Alexandre. Este quarto império foi o que mais durou e o mais extenso dos quatro, porque no século II d.C. estendia-se desde Inglaterra até o Eufrates.

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Ferro - Edward Gibbon25 chamou muito adequadamente Roma de a "monarquia de ferro", ainda que não era monarquia no tempo em que chegou a ser o principal poder do mundo.

Quebrava e Despedaçava Tudo - Tudo o que se pôde reconstruir da história romana confirma esta descrição. Roma ganhou seu território pela força ou pelo temor que representava seu poderio armado. Ao princípio interveio em conflitos internacionais numa luta por sobreviver contra seu rival, Cartago, e se viu assim envolvida numa guerra depois de outra. Destruindo seus adversários um após outro, chegou a ser finalmente a agressiva e irresistível conquistadora do mundo mediterrâneo e da Europa Ocidental.

25 - Edward Gibbon (Putney, 27 de abril de 1737 — Londres, 16 de janeiro de 1794) foi um historiador inglês que expressou se dentro do espírito do iluminismo, autor de A História do Declínio e Queda do Império Romano.

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No princípio da era cristã, e um pouco mais tarde, o poder de ferro das legiões romanas respaldava à Pax Romana (a paz de Roma). Roma se transformou no império maior e mais forte do que o mundo até então tinha conhecido.

Dedos de Ferro e Barro - Na estátua que o Rei Nabucodonosor vira, os pés e os dedos dos pés eram metade de ferro e metade de barro. Isso quer dizer que esse reino seria dividido, mas terá alguma coisa da força do ferro; pois, como o senhor viu, o ferro estava misturado com barro.

O Quinto Reino - Ainda menciona sendo os dedos da estátua, Daniel não chama especificamente atenção a seu número. Declara que o reino seria dividido. Isso significa que esse Reino representa a forma de governo em que se encontra a sociedade humana dividida,

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com alguns reinos fortes como o ferro e outros frágeis como o barro. Os dois pés de ferro não misturado, mas em partes de ferro e em partes de barro, representavam os dez reinos dos povos bárbaros que atacavam Roma e enfraqueceram seus domínios, estes dedos também simbolizavam o que os dez chifres simbolizavam. Mas havia algo do qual os historiadores não gostam de falar, refere-se a pequena cabeça que falava com voz humana, de acordo com o texto de Daniel: Esta pequena ponta que surge com autoridade é uma referencia ao poder papal: E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo. Daniel 7:25

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Barro e Ferro, Fraco e Forte - Roma tinha perdido sua tenacidade e força férreas, e seus sucessores eram manifestamente débeis, isto significa que Roma permaneceria até os dias de hoje, contudo como mistura dela (Ferro) com o barro, sabemos que não existe mais atualmente o império Romano, e sim o que sobrou dele, o papado que se estendeu seu poder total durante toda a Idade Média. Vejamos o texto a seguir que é pertinente a este grande poder o papado: Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por

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um tempo, e tempos, e a metade de um tempo. Daniel 7:25 Daniel 7:826 Também existia entre aquelas nações que surgiram como uma parte forte. Os reinos bárbaros diferiam grandemente em valor militar, como o diz Gibbon ao referir-se a "as poderosas monarquias dos francos e os visigodos, e os reinos subordinados dos suevos e burgundios". Não Ficarão Unidos - Os versos 42 e 43 dizem: "Como os artelhos dos pés eram, em parte de ferro e em parte de barro, assim, por uma parte o reino será forte e, por outra, será frágil. Quando ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.". A profecia de Daniel suportou a prova do tempo.

26 - Esta pequena cabeça é o papado que foi instituído a partir do terceiro século de nossa era, uma fusão entre o cristianismo e o paganismo.

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A arqueologia comprovou a veracidade e a autenticidade destas profecias, quando foram encontradas cópias intactas destes textos entre outros textos nas cavernas junto ao Mar Morto em 1947. Algumas potências mundiais foram débeis, outras fortes. O nacionalismo continuou com vigor. As tentativas de converter num império único e grande as diversas nações que surgiram do quarto império terminaram no fracasso. Certas seções se uniram transitoriamente, mas a união não resultou nem pacífica nem permanente. Existiram também muitas alianças políticas entre as nações. Mas todas essas tentativas se frustraram. A profecia não declara especificamente que não poderia ter uma união transitória de vários elementos, por meio da força das armas ou de uma dominação política.

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No entanto, afirma que se tentasse ou se conseguisse formar tal união, as nações que a integrassem não funcionariam organicamente, e continuariam com seus receios mútuos e hostis. Uma federação formada sobre tal fundamento está condenada à ruína. O sucesso passageiro de algum ditador ou de alguma nação não deve assinalar-se como o fracasso da profecia de Daniel.

A Pedra - O verso 44 do

capítulo 2 de Daniel diz: No tempo desses reis, o Deus do céu fará aparecer um reino que nunca será destruído, nem será conquistado por outro reino. Pelo contrário, esse reino acabará com todos os outros e durará para sempre. É isso o que quer dizer a pedra que o rei viu vinda do espaço, sem que ninguém a tivesse atirado, e que despedaçou a

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estátua feita de ferro, bronze, prata, barro e ouro. O Grande Deus estava revelando ao rei o que vai acontecer no futuro. Foi este o sonho que a sua majestade teve, e esta é a correta explicação.

Fará Aparecer um Reino - Alguns estudiosos apresentam este detalhe da profecia uma predição da primeira chegada de Cristo e da posterior conquista do mundo pelo Evangelho. Outros estudiosos afirmam que isto é improvável porque este novo "Reino" não devia coexistir com nenhum daqueles quatro reinos; devia suceder à fase do ferro e barro misturados, que ainda não existiam quando Cristo esteve na terra. Segundo eles o reino de Deus ainda estava por vir, como Jesus afirmou a seus discípulos. Esta linha de interpretação defende a ideia que este último Reino será estabelecido quando Cristo voltar para

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resgatar aqueles que O aceitaram como Salvador. Também há outras especulações sugerindo a possibilidade de esta pedra ser um movimento intelectual como foi o helenismo, pode ser o domínio religioso universal, pode ser até um movimento político de nacionalismo, há muitas possiblidades não avaliadas pelos estudiosos que aceitam a interpretação cristã.

Significado para “Pedra” - Em Aramaico “ében”, é uma palavra idêntica a palavra “ében”' do Hebraico. Sua tradução é "pedra", e é usada para referir se a lousas, pedras para atirar com funda, pedras talhadas, vasilhas de pedra, pedras preciosas. A palavra ‘'rocha'’ é usada frequentemente na bíblia como uma referência a Deus (Deut. 32:4, 18;1 Sam. 2:2; etc.). Esta palavra “rocha” vem da palavra hebraica 'tsur'.

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A palavra que significa rocha, usada no original por Daniel foi 'tsur' e não 'eben'. Daniel é claro em sua interpretação para Nabucodonosor apresenta e descreve todos os símbolos usados na profecia.

Sem que Ninguém Tivesse Atirado - Muitos comentaristas acreditam que este é um indício de que este último reino tem origem sobre humana. Acreditam que o último reino não será fundado pelas hábeis mãos dos homens, mas pela poderosa mão de Deus. Assim como todo reino tem sua existência debaixo da vontade de Deus, este novo movimento também será estabelecido por Deus. Será um reino que se estabelecerá para durar para sempre, de forma abrangente atingirá toda a terra e será certamente será um reino universal.

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12 - ISAAC NEWTON E AS PROFECIAS DE DANIEL

O ilustre cientista inglês Sir Isaac Newton, como um profundo estudioso e conhecedor das Escrituras Sagradas, fez uma interessante interpretação das profecias contidas no Livro de Daniel.

Sir Isaac Newton,27 autor da física clássica foi um devoto cristão, nesta 27 - Isaac Newton - Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Sir Isaac Newton. Nascimento 4 de janeiro de 1643 Woolsthorpe-by-Colsterworth, Inglaterra – Morte 31 de março de 1727 (84 anos) Londres – Nacionalidade – Inglês – Ocupação Cientista. Principais interesses Ciência, química, física, mecânica e matemática, foi o descobridor de Ideias notáveis Lei Fundamental da Dinâmica, Lei da Gravitação Universal, Cálculo embora tenha sido também astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo.

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interpretação do Livro de Daniel, está fornecendo as introspecções que ainda hoje são consideradas como profundas. A seguir estamos considerando em nossos registros trechos do livro escrito por Isaac Newton; na primeira parte este cientista destaca uma descrição detalhada e minuciosa de como foram escritos os livros das Escrituras Sagradas e cita algumas ocorrências pertinentes ao período pós-cativeiro babilônico que estão registrados nos Livros apócrifos dos Macabeus, na segunda parte há comentários sobre as interpretações dos sonhos e visões do Livro de Daniel: As Profecias escritas pelo próprio Daniel em diferentes ocasiões; os seis primeiros, uma coleção de escritos históricos de outros autores. O quarto capítulo é um Decreto de Nabucodonosor. O primeiro capítulo foi escrito depois da morte de Daniel, pois aí se diz que

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Daniel viveu até o primeiro ano do reinado de Ciro, isto é, até o primeiro ano do domínio deste rei sobre os Persas e os Medos e o terceiro ano sobre a Babilônia. E, pelo mesmo motivo, o quinto e sexto capítulos também foram escritos após a morte de Daniel, pois terminam com estas palavras: "E Daniel permaneceu sempre em dignidade, durante o reinado de Dario e o reinado do persa Ciro" (Daniel 6:28). Também estas palavras deveriam ter sido adicionadas pelo coletor dos escritos, que suponho tenha sido o próprio Ezra. Parece que os Salmos, compostos por Moisés, Davi e outros, foram colecionados por Ezra (Esdras) pois, na coleção, encontro alguns até da época do cativeiro de Babilônia, mas nenhum posterior. Ezra os reuniu num grande volume que conhecemos atualmente como livro dos Salmos. Depois disto, Antíoco Epifânio saqueou o Templo, proibiu os Judeus de respeitar a

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Lei, sob pena de morte, e mandou queimar todos os livros sagrados que fossem encontrados. Nesses distúrbios, é bem provável que o livro das Crônicas dos Reis de Israel se haja perdido por completo. Passada a opressão, Judas Macabeu recolheu todos os escritos que foi possível encontrar (cf. 2 Macabeus 2:14).28 “As profecias de Daniel ligam-se todas umas às outras, como se fosse simples parte de uma profecia geral, dadas em várias épocas”. A primeira deve ser compreendida em primeiro lugar; e cada uma das que se seguem adicionam algo de novo às anteriores.

28 - OBSERVAÇÕES SOBRE AS PROFECIAS DE DANIEL E O APOCALIPSE DE SÃO JOÃO, POR Sir Isaac Newton. TRADUZIDAS DA EDIÇÃO INGLESA DE 1733, POR JULIO ABREU FILHO - RUA ALFERES MAGALHÃES, 304 SÃO PAULO – BRASIL, p. 14.

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A primeira foi dada num sonho a Nabucodonosor, rei da Babilônia, no segundo ano de seu reinado. Tendo o rei esquecido do sonho que havia tido, a mesma foi dada novamente a Daniel, também num sonho, que o revela então à Nabucodonosor. Assim Daniel tornou-se famoso por seu saber e pela faculdade de revelar coisas secretas, de tal modo que Ezequiel, seu contemporâneo, no décimo nono ano do reinado de Nabucodonosor, assim fala ao rei de Tiro: "Porque és mais sábio que Daniel, nenhum segredo há oculto para ti" (Ezeq. 28:3). E o mesmo Ezequiel, noutra passagem, reúne Daniel a Noé e a Jó, como os mais distinguidos pelos favores de Deus (Ezeq. 14:14, 16, 18, 20). E no último ano de Baltazar, dele disse a rainha-mãe ao rei:

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"No teu reino há um homem que tem em si o espírito dos deuses santos; e no tempo de teu pai, manifestaram-se nele a ciência e a sabedoria; por isto até o rei Nabucodonosor, teu pai, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus e dos agoureiros; porque um espírito superior aos dos outros, e prudência, e inteligência, e interpretação de sonhos, e declaração de segredos, e solução de dificuldades, tudo se achou nele, isto é, Daniel, a quem o rei pôs o nome de Baltazar" (Daniel v. 11, 12). Tinha Daniel o maior prestígio. . .” 29

29 - OBSERVAÇÕES SOBRE AS PROFECIAS DE DANIEL E O APOCALIPSE DE SÃO JOÃO, POR Sir Isaac Newton. TRADUZIDAS DA EDIÇÃO INGLESA DE 1733, POR JULIO ABREU FILHO - RUA ALFERES MAGALHÃES, 304 SÃO PAULO – BRASIL, p. 26.

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Newton retratado por Godfrey Kneller, 1689,

46 anos de idade

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Ilustrações sobre as visões e a profecias

interpretadas pelo profeta Daniel

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A visão era de uma grande estátua de um homem de aspecto terrível, sua cabeça era de ouro, o peito e os braços de prata, o quadril de bronze, as pernas de ferro e os pés em parte de ferro e barro. Uma pedra arremessada sem mãos golpeou a estátua em seus pés e a reduziu a pó. Transformando-se numa montanha que encheu a terra. O senhor disse a Daniel a interpretação que as quatro partes representaram quatro reinos que dominarão o mundo. O primeiro reino é o da Babilônia sob o reinado de Nabucodonosor e aqueles outros três reinos seguintes seria cada vez mais inferior, como indicado pelo valor dos metais. Todavia, o reino do ferro seria muito forte e destruirá muitos outros reinos. O barro e o ferro que compõe os pés com os dez dedos do pé seriam separados e não se juntarão mais, porque o ferro e o barro não misturam.

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A pedra representa um reino ajustado acima pelo Deus dos Céus que destruirá em partes e consome todos estes reinos e que reinará para sempre e jamais será destruído. (Dan. 2:31 - 45).30

30 - . . . Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um

reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a

outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele

mesmo subsistirá para sempre, Da maneira que viste que do

monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela

esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande

Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o

sonho, e fiel a sua interpretação. Daniel 2:31-45

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12 - CONCLUSÃO Este trabalho sobre o profeta Daniel, só foi possível a sua realização pela vontade e o desejo que se manifestou em nós no sentido de complementar nossas pesquisas incluindo este tão importante e tão necessário personagem que é parte especial da história e do contexto bíblico, além de conter as revelações dos acontecimentos futuros. Portanto, para nós que tivemos o privilégio de adquirir mais informações e conhecimentos a respeito deste tema tão significativo livro, que nos enriqueceu com estas histórias tão fascinantes. Estamos, portanto, nesta oportunidade compartilhando este trabalho que foi realizado de nossa forma e do nosso jeito, com nossos amigos leitores sobre esta obra que realizamos. Sem dúvidas, nos trouxe preciosas informações sobre o que iria ocorrer num longo período de quatro séculos no qual, houve muitas transformações e mudanças

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radicais que ocorreram formando o cenário histórico da humanidade. Trata-se do período entre os dois Testamentos das Escrituras Sagradas. Todavia, o maravilhoso Deus revelou ao seu servo, o profeta Daniel, o que iria ocorrer ao longo deste processo com as grandes potências, no qual estava inserido o seu povo, os judeus, os remanescentes de Israel. Assim, conseguiram superar estes quatro séculos, com fé e determinação, foram guiados pela crença nas Escrituras Sagradas, apesar de tudo, continuaram fiéis ao único e verdadeiro Deus, nas profecias que anunciavam a vinda do Messias. Por isso, apesar de nossas falhas, estamos felizes, porque superamos mais estas dificuldades, então, somamos um conjunto de informações e preparamos este resumo que, como resultado de tudo o que juntamos e conseguimos; então nos restou compartilhar este trabalho com os leitores, nossos amigos e irmãos de fé.

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BIBLIOGRAFIA 1 – TOGNINI, Enéas. Resumo Histórico - livro "O Período Inter bíblico".

2 – JOSEFO, Flavio. HISTÓRIA DOS JUDEUS.

3 – Wikipédia, A Enciclopédia Livre da Internet.

4 – NEWTON, Isaac. AS PROFECIAS DE DANIEL E O APOCALIPSE DE SÃO JOÃO, Traduzidas da Edição Inglesa de 1733, por Julio Abreu Filho - São Paulo – Brasil, p.p. 14 e 26.

5 – Biblia Sagrada – Edição Almeida Revisada – Internet – Bíblia Online.

6 - Bíblia Católica Online – Internet.

7 - F. M. Cross, em Biblical Archaeologist, 19 (1956), 85-86; em Revue Biblique, 63 (1956), p. 58.

8 - Bíblia de Jerusalém (Nova Edição Revista e Ampliada, Ed. de 2002, 3ª

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Impressão (2004), Ed. Paulus, São Paulo, pp 1.244 1.245) 9 - Daniel, Edição Pastoral da Bíblia, acessado em 21 de agosto de 2010 10 - A Bíblia do Peregrino (Luís Alonso Schökel, Ed. Paulus, 2002, 2ª Ed. 2006, p 2.127) sustenta que foi composto entre 167 e 163 AC. 11 - A Tradução Ecumênica da Bíblia (Ed. Loyola, São Paulo, 1994, p 1.358),