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de repente a dança Desmistificando o improviso na Dança do Ventre nesrine bellydance

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Desmistificando o improviso na Dança do Ventre

nesrine bellydance

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© Este Ebook é grátis pra você que baixou diretamente do portal Central Dança do Ventre. proibida reprodução total ou parcial do conteúdo.

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pe

nt

e adança

Desmistificando o improviso na Dança do Ventre

fotógrafa | jay andreotti

make e cabelo | renato macchia

figurinos | simone galassi

edição de texto | central dança do ventre

arte |

nesrine bellydance

coreto editorial

3

sumário

introdução ...................................................................................................4

o improviso .................................................................................................... 6

a dança de improviso e sua construção ................................. 9

acesso ao repertório .......................................................................... 12

traduzindo o som e a velocidade da tradução ............. 17

possibilidades de improviso ............................................................22

lidando com os erros .........................................................................25

a busca pela aceitação, exposição e o julgamentodo outro .......................................................................................................28

a nascente e o improviso ..................................................................32

considerações finais ..........................................................................35

nesrine bellydance ...............................................................................38

quer participar? ......................................................................................39

4

introdução

Quando você assiste uma boa apresentação de Dança do Ventre, ela te leva para outro lugar. Um lugar de sonhos, de encantamento, de suspensão da realidade.

Os gestos imprimem delicadeza no ar e a bailarina ao improvisar,

traduz os sons em movimentos de forma repentina, natural e mágica.

Até passa pela sua cabeça que talvez não seja improviso, pois está

tão natural e belo, que parece não estar acontecendo tudo ali naquele

breve instante.

Aí, quando você tenta improvisar, parece que toda aquela naturali-

dade e beleza que outrora você presenciou e se emocionou em cena

não existe em seu corpo. O que fi cou no lugar pra você são inúmeras

difi culdades: “não consigo ouvir a música. Que passo devo usar agora?

Não lembro de nenhum passo. Minha dança está repetitiva. Não con-

segui usar todos os movimentos que conheço. Será que as pessoas vão

gostar da minha dança?”. E aí você começa até mesmo a se questionar:

“será que vou conseguir improvisar lindamente um dia?”

A gente entende seu dilema: vontade e difi culdade de improvisar.

Por isso você tem agora nas suas mãos este Ebook especial, elabo-

rado pela bailarina Nesrine em parceria com o portal Central Dança do

Ventre.

Quando você assiste uma boa apresentação Quando você assiste uma boa apresentação

5

A Nesrine, você sabe, é uma fada em cena. Se você já a viu dançar, e

pessoalmente, sabe do que estou falando. E além de grande bailarina,

é ótima professora. Ela pensa sobre a dança, sobre como ensinar não

somente cada movimento, mas também sobre como juntar cada mo-

vimento numa frase, numa coreografi a, num improviso.

Por isso ela e nós vamos te ajudar a realizar seu desejo de improvisar.

E a gente acredita que você vai conseguir, vai se realizar e vai se apai-

xonar.

Aqui você vai ler dicas preciosas sobre o que pode prejudicar seu

improviso, e principalmente sobre o que pode te ajudar. Quais as eta-

pas crescentes até chegar a uma forma de improvisar que deixe você

dançando cada vez melhor e mais satisfeita.

Por que Ebook? Porque o Central Dança do Ventre mais uma vez

quer te ajudar oferecendo conteúdo e paixão grátis, pra você ter acesso

rápido e fácil em qualquer lugar do mundo.

aproveite e apaixone-se por si mesma!

A Nesrine, você sabe, é uma fada em cena. Se você já a viu dançar, e

pessoalmente, sabe do que estou falando. E além de grande bailarina,

A Nesrine, você sabe, é uma fada em cena. Se você já a viu dançar, e

pessoalmente, sabe do que estou falando. E além de grande bailarina,

A Nesrine, você sabe, é uma fada em cena. Se você já a viu dançar, e

pessoalmente, sabe do que estou falando. E além de grande bailarina,

é ótima professora. Ela pensa sobre a dança, sobre como ensinar não

somente cada movimento, mas também sobre como juntar cada mo-

pessoalmente, sabe do que estou falando. E além de grande bailarina,

é ótima professora. Ela pensa sobre a dança, sobre como ensinar não

somente cada movimento, mas também sobre como juntar cada mo-

pessoalmente, sabe do que estou falando. E além de grande bailarina,

é ótima professora. Ela pensa sobre a dança, sobre como ensinar não é ótima professora. Ela pensa sobre a dança, sobre como ensinar não

somente cada movimento, mas também sobre como juntar cada mo-

é ótima professora. Ela pensa sobre a dança, sobre como ensinar não

pessoalmente, sabe do que estou falando. E além de grande bailarina,

é ótima professora. Ela pensa sobre a dança, sobre como ensinar não

A Nesrine, você sabe, é uma fada em cena. Se você já a viu dançar, e

pessoalmente, sabe do que estou falando. E além de grande bailarina,

é ótima professora. Ela pensa sobre a dança, sobre como ensinar não

somente cada movimento, mas também sobre como juntar cada mo-

A Nesrine, você sabe, é uma fada em cena. Se você já a viu dançar, e

somente cada movimento, mas também sobre como juntar cada mo-

pessoalmente, sabe do que estou falando. E além de grande bailarina,

é ótima professora. Ela pensa sobre a dança, sobre como ensinar não

Mariana Lolato

Fundadora e Gestora do Central Dança do Ventre

www.centraldancadoventre.com.br

6

O Improviso

Imagine três pedrinhas de cores diferentes: branca, azul e amarela.

E se eu pedisse que, rapidamente, você as colocasse de maneira or-

denada? Como e qual a ordem de cores que você utilizaria?

Colocaria uma seguida da outra? Ou uma sobre a outra? Ou em cír-

culo? A branca no meio? Ou a amarela no meio? Linear? Na vertical ou

horizontal?

Acertei alguma coisa?

Se sim ou se não, não importa. O importante é que nasce aqui um

improviso.

Improviso sim!

Se pensasse numa defi nição, diria que o improviso é uma ação ime-

diata, sem planejamento.

Assim, estamos muito suscetíveis a produzirmos qualquer coisa.

Improvisamos a todo tempo, como um novo ingrediente numa re-

ceita tradicional ou quando falamos uma coisa engraçada sem querer.

Na dança do ventre, improvisar tem o mesmo sentido: dançar ao

mesmo tempo em que se ouve a música, sem planejamento prévio, ou

quase nenhum.

O improviso em sua defi nição pode signifi car ausência de planeja-

mento da apresentação, mas temos condições de desenvolvermos um

controle sobre ele.

7

Poderíamos colocar mil regras e

metas a cumprir, mas vamos come-

çar pelo começo: o improviso no seu

nascimento, desde o seu início, ainda

sem controle algum.

Talvez, nesse início, ele ainda nem

possa ser considerado uma dança,

mas é imprescindível para um dia ele

chegar lá.

Todo o conteúdo a seguir foi extra-

ído de experiências pessoais, relatos

em sala de aula e refl exões sobre o

tema improviso. De maneira natural e

algumas vezes de forma instintiva.

8

A dança de Improviso e sua construção

99

Podemos associar a construção do improviso com a de um movimento de dança qualquer: inicialmente ele será imperfeito, singelo, sem controle, sem profundidade e não suportará muitas informações complementares.

Com o treino e com o passar do tempo ele se aperfeiçoará, passará

a suportar mais informações e então caminhará para se tornar uma

apresentação de dança com toda a sua pompa.

Enquanto isso não acontece, é importante priorizarmos o mínimo ne-

cessário para seu nascimento: uma música simples e sem muitas varia-

ções, um repertório com alguns movimentos de base e concentração.

Sugiro músicas com os ritmos maqsoum, saidi e maqsoum-saidi não

muito rápidas. Ainda sem muitas pretensões de se caracterizar o estilo

de dança. Apenas por serem ritmos muito usuais.

A ideia é termos uma música confortável para focarmos nossos es-

forços em lembrar, executar e ligar os movimentos da dança.

Ainda sem regras e sem pressões.

Apenas para se lembrar de um movimento e executá-lo. Durante a

execução, lembrar do movimento n.2 e executá-lo quando achar ins-

tintivamente pertinente. Continuar nessa dinâmica de lembrar e exe-

cutar. Três, quatro, cinco movimentos de base são sufi ciente. Se ajudar,

defi na antes quais movimentos gostaria de usar para fi car mais fácil de

lembrá-los. Como um roteiro simples.

Se puder fazê-los sorrindo, melhor ainda.

Nesse momento podem surgir muitas dúvidas ou cobranças como:

tentar evitar muitas repetições de um mesmo movimento; necessida-

de de sempre fazer movimentos inéditos e de difi culdade maior; reali-

zar uma dança mais bonita. Porém, esses são quesitos que deverão ser

trabalhados com o tempo.

10

Tenha paciência e continue fi rme.

Mais pra frente dedicaremos um espaço para refl etirmos sobre a auto-

crítica severa, cobranças excessivas e seus malefícios no aprendizado.

Nesse exercício, aparentemente simples e superfi cial, aperfeiçoamos

nossa técnica por causa das repetições, aumentamos possibilidades de

ligação dos movimentos, aprendemos a fazer escolhas, conhecemos

os movimentos que gostamos, os que não gostamos, ouvimos a músi-

ca treinando nossos ouvidos, treinamos o acesso ao repertório, visita-

mos algumas sensações que futuramente caminharão para os grandes

momentos de entrega durante a dança.

Como vimos, nesse início ainda é tudo muito singelo. Precisamos de

uma música sem muitas nuances e alguns movimentos de dança, que

ainda não precisam estar em sua plena execução e entendimento.

Isso nos possibilita então, praticar o improviso desde o nível básico.

Como no treino de um movimento de dança qualquer, a repetição e

o treino trarão prática e segurança.

É nesse momento que seu primeiro improviso está pronto para per-

ceber mais informações, como novos movimentos, algumas primeiras

regras ou expressividade.

Isso vai depender do programa de aulas e das estratégias do professor.

Nesse momento inicial, trabalhamos também o que vamos chamar

de acesso ao repertório.

Durante as aulas de técnica, aprendemos os movimentos e vamos

formando nosso repertório, mas isso não garante que esse repertório

esteja acessível.

11

repertório

12

Acesso ao

É o quanto os movimentos que você aprendeu estão disponíveis para você usá-los durante um improvisoou mesmo durante o planejamento de uma dança.

Vamos imaginar que, ao longo das nossas aulas de técnica, vamos

guardando os movimentos aprendidos numa caixa.

Durante um improviso, temos que caminhar até a caixa, pegar um

dos movimentos guardados por lá, voltar para o ponto de início e exe-

cutar esse movimento.

No início, essa caixa está muito longe de nós.

Demoramos pra chegar nela, pegamos o primeiro movimento que

encontramos e demoramos até chegarmos nela novamente para pe-

gar o próximo.

A velocidade do acesso ao repertório é lenta, isso faz com que a gen-

te demore a lembrar de um movimento durante o improviso e também

faz com que peguemos o primeiro movimento que encontramos.

Assim, nesse momento ainda não temos condição de pegar mais de

um movimento ao mesmo tempo para podermos fazer escolhas.

Essa imprevisibilidade de qual passo virá na nossa lembrança, pro-

porcionará momentos de grande alegria quando o desafi o tiver um

resultado positivo, mas também momentos que não dão certo.

Nesse segundo momento, naquele que não deu certo, lembre-se de que

você está no início do seu aprendizado e faça valer seu direito de errar!

Todas as experiências negativas servirão para minimizar erros futuros.

Por isso os treinos são tão importantes. Em casa ou em sala de aula, os

treinos diminuem a possibilidade de erros durante uma apresentação.

Mas erros sempre existirão.

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Temos que aprender a lidar com eles. Em breve falaremos sobre eles

também.

O desenvolvimento do acesso ao repertório consiste em lembrarmos

rapidamente de vários movimentos, para podemos escolher então o

melhor a se fazer naquele momento da dança. Assim, além de dispo-

nibilizar rapidamente um novo movimento, ainda teremos opções de

escolha. Isso tudo durante o improviso: dançando!

No início lembraremos sempre dos mesmos movimentos, mas, no-

vamente com o treino e o amadurecimento, desenvolveremos a prá-

tica e segurança para que novos movimentos passem a ser acessíveis.

Podemos estabelecer al-

guns movimentos de “so-

corro”, que são aqueles mo-

vimentos cuja execução é

mais confortável e temos

tanta identifi cação com eles

que sempre estão disponí-

veis em nossa memória e

em nosso corpo.

Eleja os seus movimen-

tos de socorro e recorra a

eles naqueles momentos

em que você já está há

um certo tempo num mo-

vimento e nenhum outro

lhe passar pelo pensamen-

to. Com o treino esses mo-

vimentos se tornarão tão

confortáveis que você terá

tempo para pensar em no-

vas possibilidades.

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Esses movimentos de socorro são muito efi cazes no início do impro-

viso, mas depois podemos deixá-los de lado. Eles serão usados como

qualquer um dos outros.

A velocidade do acesso ao repertório se tornará cada vez mais rápida

e a distância da caixa de passos e você cada vez menor. Assim, a qual-

quer momento durante a dança, você conseguirá pegar um ou mais

movimentos rapidamente da caixa, sem precisar de muito tempo.

Os treinos técnicos dos passos de dança e treinos de repetição darão

ao corpo habilidades para executar esses movimentos escolhidos de

maneira limpa e precisa.

Após aprimorarmos o acesso ao nosso repertório e deixarmos todos

os novos movimentos disponíveis para nosso uso, podemos começar

a dar forma para nossa dança.

Quando a ação de acessar o repertório e de executar o movimento

escolhido prontamente (mesmo com poucas opções de movimento),

e o improviso já não forem mais um problema, podemos pensar em

estruturar melhor a escolha do próximo movimento durante a dança.

Reproduzir movimentos aleatoriamente, ainda não é propriamente

uma dança.

As regras

Devemos lembrar que falamos de uma dança, ou seja, uma manifes-

tação artística. E especifi camente de dança do ventre.

A dança do ventre possui técnica, regras, bagagem cultural e muita

informação.

Precisamos então, estudar e nos aprofundar nos assuntos dessa dan-

ça pra que isso seja refl etido no nosso improviso.

Sem esse estudo profundo, o improviso passa a ser apenas uma re-

produção de movimentos em seqüência.

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Temos que assimilar noções de música árabe, noções de comportamen-

to em cena, noções de comunicação com o público, noções da estrutura

de cada tipo de dança (folclórica, moderna, clássica etc...), de estrutura de

show e outras coisas. Não nos aprofundaremos nelas neste momento,

mas é muito importante destacar o quanto são fundamentais.

O treino, estudo e amadurecimento dessas regras farão com que a mente e o corpo as assimile.

Toda essa bagagem de estudos, nossas experiências e refl exões pes-

soais, produzirão uma movimentação condizente com todas as infor-

mações estudadas.

Mas tudo ao seu tempo.

Se o estudo do improviso ainda está no início, quanto menos regras mais tranquilo será o exercício, maior a motivação para o treino, e melhor será o desenvolvimento.

Sobrecarregar inicialmente o exercício de improviso com muita in-

formação pode difi cultá-lo tanto, que podemos ter a sensação errada

de que temos difi culdade em fazê-lo.

Temos que lembrar que podemos desenvolvê-lo de maneira orgânica

e natural. Se estiver muito difícil, alivie a carga de regras e siga em frente.

Com os estudos e o passar do tempo, as regras estudadas certamen-

te aparecerão na dança. O ideal é que haja um respeito sobre o limite e

o tempo de cada bailarina.

16

17

Traduzindo o som e a

velocidade da tradução

Trabalho técnico, embasamento teórico, regras, prática, amadurecimen-

to e muito conhecimento. Nosso desenvolvimento com a dança nos traz

uma grande bagagem.

Toda essa bagagem será associada às experiências da nossa vida pesso-

al e resultarão na nossa criação para o improviso.

Um dos pilares da nossa dançaé a bailarina conseguir traduzir a música escolhida em movimento.

Uma arte que deixa quem assiste com a sensação de poder enxergar o som.

Isso porque a bailarina, ao ouvir a música, deixa ser tocada ou inspirada

por ela para que aí então escolha os elementos que vai usar para compor

a sua dança.

É como se agora o roteiro a ser seguido fosse determinado pela música

e suas nuances, já que lembrar e executar os movimentos não é mais um

grande desafi o.

Vimos no início que poderíamos utilizar um grupo de passos de dança,

memorizados anteriormente, para servir como um pequeno roteiro. Esse

era um roteiro bem singelo, ainda sem muita sofi sticação. O movimento

poderia ou não adequar-se à música, mas isso naquele momento preci-

sava ser assim.

Agora, com nosso repertório acessível, podemos deixar a música orien-

tar o que vamos criar.

A ideia é ouvirmos a música, deixarmos que ela nos afete, interpretarmos

os sentimentos e emoções que surgirem e enfi m, escolher o movimento

e a qualidade desse movimento que mais se adequarão para demonstrar

essas sensações.

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Para esse começo, sugiro uma dinâmica bem simples:

Esquematize uma coluna com o nome dos movimentos que você costu-

ma usar no seu improviso ou que você gostaria de incluir nele.

Ouça a música que pretende improvisar, ainda sem dançar, e perceba

quais emoções e sensações ela desperta em você como: se é uma música

rápida ou lenta, calma, agitada, alegre, despojada, batidas fortes, introspecti-

va, charmosa, misteriosa, leve, pesada, sensual, grandiosa e assim por diante.

Escreva esses itens numa coluna ao lado da coluna n.1 e procure ligar

com um traço os movimentos que combinem com as características da

coluna n.2.

Um mesmo item poderá se ligar com vários itens da outra coluna. Como

se tivéssemos vários movimentos para traduzir uma sensação e vice versa.

Exemplo: batidas fortes ligadas com batida lateral.

misterioso ligado com camelo

Você perceberá que essas associações poderão sofrer mudanças com o

tempo. Como no caso do camelo, que pode ser usado quando temos essa

sensação de mistério, mas podemos de repente aprender depois a fazê-lo

de maneira a expressar alegria.

Chamamos isso de qualidade do movimento. Podemos fazer um mesmo movimento expressando qualidades diferentes. Um assunto a ser desenvolvido em todo o caminho do estudo da dança.

Depois das ligações feitas, temos uma ideia de quais movimentos farão

melhor a composição das emoções e sensações que gostaríamos de usar

na música escolhida.

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Novamente com o treino e amadurecimento, aperfeiçoamos essas liga-

ções e fi camos cada vez mais certeiras e velozes pra escolher o movimen-

to que seja mais adequado a cada momento da música.

Por ser um trabalho tão pessoal de escolhas e ligações, imagine o quan-

to de nossa personalidade não demonstraremos.

Imagine duas pessoas falando sobre o mesmo assunto.

Cada uma delas tem um jeito de usar as palavras, formar frases, tom de

voz e assim por diante, e nenhuma está mais certa que a outra. São apenas

maneiras diferentes de se expressar.

Assim, além de perceber e desenvolver nossas associações, podemos,

como inspiração para novas possibilidades, assistir a outras bailarinas dan-

çando, percebendo quais as ligações que ela faz.

Ao assistirmos as danças aprendemos muito apenas pelo visual. Só de

vê-las muita informação já fi cará gravada.

Como o objetivo não é copiá-las e sim inspirar-se, não é preciso co-

piar mecanicamente os movimentos. Apenas assistir e apreciar vídeos ou

apresentações ao vivo.

As informações adquiridas serão processadas e aparecerão no nosso

corpo já codifi cado com nosso jeito de dançar.

Veja, há muitos anos os vídeos de bailarinas antigas inspiram danças

bem modernas.

Assistir vídeos de bailarinas antigas não signifi ca que você vai dançar

como antigamente. Signifi ca que você vai assimilar ideias e depois incluí

-las no seu contexto de dança.

Posso então sugerir uma outra dinâmica:

Junte-se em dupla, no máximo trio, de preferência com outra aluna do

mesmo nível técnico.

Fique uma de frente para a outra e coloque uma música.

A ideia é que uma improvise e a outra siga copiando.

20

É como se a aluna que copiasse estivesse experimentando as esco-

lhas da outra colega.

Procure esperar em torno de 1 minuto, mas não preocupe-se com o

tempo, e mude os papéis: quem copiava agora passará a sugerir os movi-

mentos para que a outra a copie. E repita essa troca algumas vezes.

Não podemos dar explicações nenhuma sobre o movimento sugerido!

Esse exercício é muito bom para experimentarmos o universo de

escolhas do outro. Mas trabalhamos muitas outras questões também,

como:

• Responsabilidade de liderar e generosidade com a outra, já que a bai-

larina que sugere os movimentos deve lembrar que possui outra em

sua dependência. Se fi zer algum movimento brusco ou sugerir virar de

costas, por exemplo, a outra colega terá muita difi culdade em copiá-la;

• Limpeza dos movimentos, para quem o está sugerindo, e identifi ca-

ção dos mesmos para quem está copiando;

• Trabalho em equipe;

• Sorrir enquanto dança. Geralmente as alunas sorriem muito por esta-

rem uma de frente para a outra;

• Seu comportamento quando sua dança está sob o olhar de outra

pessoa;

• e muitos outros.

Todo o trabalho de tradução envolve sensações e emoções que já se-

riam o início da “expressão na dança”, mas ainda não chegamos pro-

priamente no assunto.

Vou deixar pra uma outra oportunidade, pois temos muito o que

conversar!

Expressar-se ao dançar também é fundamental. Afi nal, temos um pú-

blico para nos comunicar!

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22

improvisoPossibilidades de

Com um pouco mais de informação sobre música e dança, começa-

mos a ampliar nossas possibilidades de improvisar.

Vamos separar três possibilidades: o improviso com uma música co-

nhecida, improviso com uma música completamente desconhecida e

o improviso como um estudo de novas ideias.

Quando o improviso é feito com uma música que já foi estudada an-

teriormente, aumentamos muito o nosso aproveitamento em relação

à música. Já sabemos seus pontos fortes, seus momentos que seriam

imprevisíveis, momentos para respirar e todas as suas mudanças e as

sensações que ela nos passa: se é grandiosa, tranquila, rápida, animada,

introspectiva...

Com isso, criamos nosso improviso já deduzindo o que vai acontecer

com a música.

A imprevisibilidade fi ca apenas na composição do que diz respeito à

criação dos passos pela bailarina. A música já foi desvendada anterior-

mente.

O lado negativo de já se conhecer a música é que podemos nos con-

fundir quando dançarmos uma outra versão dela ou quando, com um

pouquinho de ansiedade, adiantarmos os movimentos, fi cando fora da

música.

A outra possibilidade é a de dançarmos uma música completamente

desconhecida.

Isso é possível pois com estudos sobre música, conseguimos enten-

der algumas estruturas de base e códigos das músicas árabes, que nos

possibilita prever algumas mudanças e intenções. Porém, isso é limita-

do. Mesmo com estruturas semelhantes, cada música possui seu uni-

verso particular. É aí o lugar onde trabalharemos o improviso com a

maior imprevisibilidade. Imprevisibilidade do que vamos ouvir e do que

vamos escolher para interpretar e traduzir a música.

23

O último seria usar o improviso para trabalhar e desenvolver a criatividade

e todos os seus aspectos, mas não com a intenção de apresentar-se, mas de

observar os momentos dessa dança e extrair deles objetos para outras dan-

ças ou até mesmo para montar uma coreografi a. Nesse caso o improviso

seria usado para estudo e não para apresentação.

Em qualquer que seja a situação, trata-se de um momento de criação

espontânea e imediata da bailarina.

A chance dela produzir algo não condizente existe e não é tão pequena.

Várias regras conhecidas podem ser violadas como sair do ritmo, perder

fi nalizações de frases, perder um break, produzir uma dança linear com o

receio de ousar e ultrapassar algum limite estético.

Mas por outro lado,

é nessa hora que desenvolvemos nossos gostos, estratégias, momentos únicos de criatividade e entrega, e trejeitos que futuramente ajudarão a definir nosso estilo de dança.

24

25

Lidando com os erroserroserroserroserroserroserroserroserroserroserroserroserroscom oserroscom oscom oserroscom oscom oserroserros

Lidando com oscom oserroscom oserroserros

Lidando

erroscom osLidando com oserroserroscom oscom os

Com o estabelecimento de regras, aumenta nossa possibilidade de criar

algo inadequado: o erro.

A inadequação seria a criação de algo que não condiz com as regras

aprendidas ou com algo que não satisfaça a dona da dança.

Uma chance muito grande, levando em conta que estamos impro-

visando.

Assim, é preciso que a bailarina e até mesmo o público tenham um outro

olhar sobre esse modo de se fazer dança.

Olhar do público sim!

o improviso trata-se de um momento de criação espontânea e imediata da bailarina.

A possibilidade de erro é grande, mas o lado positivo é a verdade que

existe em você produzir uma dança natural, orgânica e única. Sem a possi-

bilidade de esconder ou maquiar nem mesmo os grandes erros. Por causa

disso, a dedicação e entrega da bailarina é muito intensa e geralmente te-

mos belos momentos de autenticidade e grandiosidade.

É quase um paradoxo: ao mesmo tempo em que podemos criar mo-

mentos tão únicos, levadas por toda essa concentração e entrega, também

estamos sujeitas a cometer os mais diversos erros.

O público que assiste esse tipo de apresentação deve estar preparado

para essas duas possibilidades e saber que elas fazem parte de um conjunto.

Uma não sobrevive sem a outra.

Talvez esse seja o momento da dança que demonstre, a partir dos nossos erros e grandes acertos, o quanto somos humanos.

26

É claro que com o treino e dedicação, conseguimos deslocar essa

equação para o lado dos grandes acertos, mas nunca conseguiremos

zerar o lado dos erros.

A imprevisibilidade e a criação imediata sempre proporcionarão es-

ses momentos de sensação de ausência de controle. Mas lembre-se de

que seus estudos foram assimilados pela sua mente e seu corpo.

É preciso confi ar na sua bagagem de estudo e não confundir isso

com incapacidade.

Aprender a aceitar os erros e a usá-los em benefício, é desde o início dos

estudos, uma maneira sábia de assegurar o desenvolvimento da dança.

Existem erros que servirão para nos ensinar: ensinar sobre o que não

fazer, ensinar que temos que buscar outros caminhos e também que

temos que continuar a estudar e praticar.

Outros erros só devem ser esquecidos. Fazem parte daqueles erros

que não teríamos como evitá-los devido ao improviso.

Não saber lidar com os erros é tão nocivo que pode afetar desde o

início do aprendizado até uma dança já bem estruturada.

Às vezes, o medo de errar pode afetar a criatividade e a ousadia, fa-

zendo com que a bailarina recorra sempre àquelas fórmulas que ela

sabe que darão certo, ou a uma dança confortável a qual ela já está

acostumada, sem deixá-la criar novas possibilidades e sem deixá-la ir

além dos limites de costume.

O medo do erro pode até fazer com que algumas criações sejam

anuladas, colocando-se em seu lugar criações de outras pessoas que

já alcançaram um bom amadurecimento.

Seria a bailarina abrir mão de uma de suas criações em prol de se

inspirar em outra bailarina de sua admiração.

Inspirar-se em outras bailarinas é sempre bom. Mas que isso não pas-

se de inspiração. Criar algo pessoal é sem dúvida, muito importante e

prazeroso, mesmo correndo alguns riscos de cometer erros...

Dançar de improviso sem dúvidas nos traz autoconhecimento. Não

tenha medo. Teste.

Sinta para onde seu corpo quer ir... ele foi ensinado para isso.

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A busca pela aceitação, exposição e o julgamento do outro

A busca pela aceitação, A busca pela aceitação, exposição e o exposição e o julgamento do outro exposição e o exposição e o exposição e o exposição e o A busca pela aceitação, exposição e o A busca pela aceitação, exposição e o exposição e o julgamento do outro exposição e o exposição e o A busca pela aceitação, exposição e o exposição e o A busca pela aceitação,

julgamento do outro

A busca pela aceitação, exposição e o julgamento do outro exposição e o exposição e o julgamento do outro

A busca pela aceitação, exposição e o julgamento do outro julgamento do outro

A busca pela aceitação, A busca pela aceitação, exposição e o exposição e o julgamento do outro julgamento do outro

A busca pela aceitação, exposição e o exposição e o julgamento do outro

A busca pela aceitação, A busca pela aceitação,

julgamento do outro julgamento do outro

A busca pela aceitação, exposição e o julgamento do outro exposição e o exposição e o exposição e o julgamento do outro

A busca pela aceitação, A busca pela aceitação,

julgamento do outro exposição e o julgamento do outro

Podemos dançar pra nós mesmas, mas e quando nosso improviso pas-

sa a ser para o outro?

Pode ser para o professor e os colegas de sala de aula ou para o gran-

de público.

Erros, momentos, trejeitos, estilo próprio, interpretação pessoal, difi cul-

dades, limites... toda a nossa criação num momento de exposição.

É preciso entender o que acontece quando estamos sob esse novo olhar.

Uma das primeiras coisas que temos que aprender a lidar é com o

julgamento.

Ah, o julgamento...

Momento em que todo nosso conhecimento, esforço, dedicação, entrega e amor são expostos e colocados à prova.O público pode gostar ou não.

Nesse momento, temos que lembrar de uma lição que geralmente apren-

demos durante nossa vida: é muito difícil, pra não dizer impossível, agradar-

mos a todos.

Durante o estudo da dança vamos exercitando e desenvolvendo os reais

objetivos que queremos com ela.

Agradar a todo mundo e a si mesma ao mesmo tempo é uma tarefa que

não deve ser o objetivo fi nal simplesmente por ser uma tarefa inalcançável.

Se tivermos essa pretensão, o fracasso será eminente e com ele virá a

frustração.

Costumamos avaliar o quão boa está nossa dança através da resposta do

público. Mas temos que tomar muito cuidado pra não dançarmos apenas

em função disso.

Por muitas vezes podemos nos questionar sobre se preferimos elaborar

um trabalho que o público goste ou um que nos traga prazer. Nem sempre

poderemos ter os dois.

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Existem vários tipos de público, passamos por vários momentos em

nossa dança... Nem sempre ela nos agradará ou agradará a outras pessoas.

Pare e pense a respeito de onde você quer chegar.

Se de repente, ser uma bailarina profi ssional nunca foi seu objetivo de

vida, não tem porque você mudar bruscamente seu caminho a partir do

julgamento do público. Você só muda se quiser.

Mas se você pretende profi ssionalizar-se, aí temos que fazer escolhas.

Pois, a não aceitação da maioria do público pode signifi car menos traba-

lho para você. Nessa hora, terá que decidir entre apostar no trabalho que

acredita, ou fazer mudanças pra adequar-se ao mercado e às necessida-

des desse público.

Cada um tem seus objetivos e seus limites.

Não existe o caminho certo. Existe o caminho melhor pra cada um.

Encararmos a rejeição não é tarefa fácil. Mas faz parte do nosso amadu-

recimento.

Quanto mais sólidas forem nossas refl exões, mais força teremos pra fa-

zer escolhas e mantê-las.

Já vi muitas bailarinas largarem suas carreiras por não saberem lidar

com suas emoções e por acumularem tantas frustrações.

Não deixe que a dança, instrumento que usamos para buscarmos felicidade, alegria e crescimento, se transforme em motivo de frustração.

Busque a ajuda de um bom professor sempre. Ele o ajudará a passar por

todas essas etapas.

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Esteja aberta a criticas, mas desenvolva uma forma de separar as críticas que você levará em consideração das que são apenas opinião pessoal.

Isso fará você enxergar que mesmo algumas pessoas não gostando de

alguma parte da sua dança, não signifi ca que você está fazendo algo erra-

do ou que você precise tomar alguma atitude pra mudá-la.

E, principalmente, se o receio da exposição for tão grande a ponto de

você não ter coragem de tentar, nunca conseguirá melhorar, já que a me-

lhora vem com a experiência.

Nessa hora lembre-se de que todos erram... em algum momento da

vida, todos erram. Não temos porque deixar de viver com medo dos erros

ou da rejeição. No fi nal eles até nos ajudarão.

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A Nascente e o improviso

Ao olharmos uma grande cachoeira esbanjando força, poder e beleza,

não podemos esquecer que toda aquela água, que parece ser infi nita em

sua força, na verdade brota delicada e gentilmente em uma nascente pe-

quenina e suave.

O mesmo acontece com uma grande árvore frondosa que veio de uma

sementinha e não passava de um centímetro ou de uma mudinha com

apenas algumas folhinhas.

Na nascente, tão vulnerável, a água brota cristalina, mas ainda tem de

se moldar aos caminhos que ela consegue se adaptar. É preciso contornar

uma pedrinha porque, ainda mesmo que pequena, não é possível arrastá

-la ou passar sobre ela.

Mas é com o desenrolar das águas que ela vai se transformado, toman-

do corpo, força, velocidade e vai aumentando de tamanho.

É um ciclo da natureza.

O fi ozinho segue seu caminho apenas carregando a si mesmo. Um

pouco mais à frente e mais desenvolvido, já consegue dar espaço e abri-

gar plantinhas e pequenos peixes. Mais à diante, seu leito passa a irrigar e

alimentar até mesmo quem está às suas margens. Consegue ter água para

si e ainda para os outros.

Se o fi ozinho de água resolver cair de um grande abismo, as gotinhas

não conseguirão nem manter-se juntas durante a queda. Mas se o fi ozi-

nho for paciente, continuar em frente, em busca do seu caminho e tomar

corpo, aí sim, no seu tempo, quando resolver atirar-se do abismo, esse

será preenchido por toda sua água e teremos um grande espetáculo.

É preciso percorrer o caminho como um fi ozinho para depois tornar-se

um rio e somente depois a cachoeira.

Somos parte dessa natureza. Então é preciso respeitar esse ciclo.

A cachoeira não seria quem é se não tivesse respeitado e acolhido seu

momento de fi ozinho singelo e iniciante.

Arriscar alguns simples passinhos nada mais é do que o início de uma

grande cachoeira ou de uma grande árvore cheia de frutos.

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Assistir a uma grande bailarina e basear-se por essa apresentação para

construir um improviso iniciante é como o fi ozinho que se joga do abismo.

No início, improvisar uma dança nada mais é do que você ouvir a música,

identifi car o seu tempo, lembrar-se dos movimentos já aprendidos e fazê

-los. Mesmo ainda com poucos movimentos.

Sem regras. Sem pressões.

Seria quase um absurdo nós querermos impor regras ainda tão cedo:

executar os movimentos corretamente, não repeti-los, mostrar um grande

repertório, leitura musical, expressão, movimentação em cena entre outros

não são regras de um início de improviso. Essas são regras de uma apre-

sentação de dança adiantada. Vale lembrar que desenvolver todos esses

quesitos seria praticamente impossível sem aquele improviso inicial ainda

repetitivo e com poucos movimentos.

Quando assistir a uma grandiosa apresentação de dança improvisada,

lembre-se de que ela foi fruto do desenvolvimento de uma outra dança,

anterior, simples, inocente e cheia de desafi os.

É preciso respeitar a natureza.

Aceitar e acolher seu momento iniciante signifi ca permitir-se treinar de

maneira tranquila e sem pressões. Dessa forma você se desenvolve mais

rápido e consegue seguir em frente sem maiores problemas.

A autocrítica, que geralmente avalia nossas apresentações como se fôs-

semos concorrer ao “Oscar da dança do ventre”, somente é saudável se ela

for sensata.

Avaliar severamente uma aluna que está iniciando seus estudos não é

sensato. Pense nisso e use e abuse de suas vantagens de poder errar, repetir,

se enganar, testar e treinar.

Isso lhe trará segurança, amadurecimento, prazer, autoconfi ança e ainda

um estilo só seu.

Improvisar uma música é um dos exercícios mais completos que existe.

Poderia listar um número infi nito de benefícios.

Respeite.

Permita-se ser uma nascente.

E dance.

Porque é bom. 34

35

Considerações finais

O improviso deve ser um instrumento para criarmos arte, deixá-la expandir e tomar conta do nosso corpo, do nosso pensamento e do público

E não para nos congelar, sensibilizar ou nos expor negativamente.

Não são raros os casos de pessoas que relatam conseguir improvisar com

mais liberdade no início dos estudos, quando ainda não tinham tanta infor-

mação.

O aumento da informação e do conhecimento, se não forem administra-

dos com sabedoria, podem coagir a bailarina e, ao invés de proporcionarem

uma dança melhor, acabarem desmotivando-a de dançar.

Como lidar com erros, com o julgamento do outro, com a busca pela

aceitação, com medos, com as informações, com as vontades, como dei-

xar-se emocionar, como entregar-se... São temas recorrentes durante nosso

desenvolvimento com a dança.

Sugiro que sejam tratados como parte importante dos nossos estudos

desde o início.

Por serem abstratos e muitas vezes subjetivos, estes temas são colocados

de lado e substituídos por treinos de técnica, que são mais concretos.

A ausência do desenvolvimento destes temas pode acarretar em uma

bailarina insegura, com conceitos e escolhas superfi ciais, uma bailarina pou-

co criativa, sem senso crítico ou sem capacidade de desenvolver assuntos

diversos ou polêmicos.

O improviso está muito relacionado com esses temas abstratos.

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Assim, para desmistificá-lo, precisamos trazer esses temas para a aula, para que sejam treinados e desenvolvidos.

O estudo e o treino, além de construírem um trabalho consistente, ainda

nos proporcionam segurança. Uma bailarina segura de sua capacidade é

mais livre para criar e se entregar.

Erros sempre existirão. A diferença entre uma pessoa com mais ex-

periência de uma com menos é a quantidade e a forma com que essa

pessoa se desvencilha desses erros. A calma e a concentração ajudam

a bailarina a contornar os erros, que até chegam a passar desapercebi-

damente ao público.

Dançar faz bem para o corpo, para a vida e para a alma. Entregue-se.

Você verá o quanto é bom!

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Nesrine Bellydance

Iniciou seus estudos em dança do

ventre em 1994 e desde então, nunca

parou de estudar essa dança. Estudou

Ballet Clássico por 14 anos e Bharatha-

natyan, dança clássica indiana, por 1 ano,

que trouxeram experiência e maturidade

ao físico e intelecto.

Em 2005 e 2007 participou de cursos

de aperfeiçoamento no Egito com pro-

fessores egípcios como Randa Kamel,

Dina, Mahmud Reda, Aida Nur, entre

outros. Um mergulho cultural que sedi-

mentou e ampliou todo o aprendizado.

Ministra aulas de dança do ventre desde 2000. Nesse tempo, desenvolveu

uma didática inspirada em mesclar o lúdico com a boa técnica, desmistifi -

cando as difi culdades e tornando a aula um momento para se desenvolver

dignamente e ainda ser feliz.

Em 2003, entrou para o grupo de bailarinas da casa de chá Khan el Khalili,

sendo que desde 2005 pertence à categoria Bailarina de Noites no Harém e

participa da comissão julgadora da banca da pré-seleção.

Seu estilo é valorizar os movimentos de base da dança, investindo na

qualidade de execução, e na busca pela individualidade e personalidade.

Atualmente, pensa a dança desenvolvendo um trabalho teórico e refl e-

xivo sobre o decorrer do aprendizado das alunas e o caminho a percorrer

daquelas que optaram por se profi ssionalizar. Apresenta-se na casa de chá

Khan el Khalili e é professora da Centro Cultural Shangrilá, referências dessa

arte milenar em todo o Brasil.

Site: www.nesrine.com.brEmail: [email protected]: www.danceporqueebom.com.brFacebook: www.facebook.com/nesrine.bellydanceYouTube: www.youtube.com/user/carolnesrine

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